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PRE-PROJETO HIPERDIA

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1 
 
A RELEVÂNCIA EDUCATIVA DO ENFERMEIRO NO PROGRAMA 
HIPERDIA 
 Amanda Arcanjo dos Santos 
 Fábio da Silva Mattos 
 Késia Alves Gomes Rosetti 
1 INTRODUÇÃO 
Na atualidade, as Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) 
representam a causa dominante no perfil de morbimortalidade dos indivíduos 
brasileiros. Fatores relacionados a essas patologias, que causam agravo a 
saúde, contribui em para um somatório de variáveis, como o aumento da 
longevidade e maior exposição de risco. Dentre eles temos o sedentarismo, 
tabagismo, etilismo e a dieta hiperlipídica, responsáveis pelo crescimento da 
ocorrência dessas doenças e consequentemente mudança no perfil 
epidemiológico brasileiro (MALTA et al., 2018). 
 Com o aumento da expectativa de vida da população, cresce o número 
de pessoas acometidas por DCNTs, destacando-se nesse cenário 
principalmente a Hipertensão Arterial Sistêmica e a Diabetes Mellitus. Perante a 
essa realidade, houve a necessidade da elaboração do Sistema de 
Cadastramento de Hipertensos e Diabéticos (Hiperdia), difundido pelo Ministério 
da Saúde, que visa propor assistência a pacientes com essas comorbidades 
(BRASIL, 2019). 
A assistência da enfermagem no programa hiperdia deve ser realizada de 
forma contínua a implementação de estratégias, de enfrentamento e orientações 
de metas terapêuticas nas doenças cardiovasculares, de forma a instituir uma 
atenção integral que atenda às necessidades de saúde do paciente. É uma tarefa 
instrutiva que tem como objetivo principal o aumento do nível de informação dos 
pacientes, para contribuir na adesão do doente à intervenção (BARBOSA, 2017). 
A contribuição da pesquisa tem como proposta refletir sobre a 
conscientização da relevância educativa do enfermeiro no programa Hiperdia 
nas Unidades Básicas de Saúde, a fim de evidenciar suas contribuições à saúde 
dos pacientes e propor atendimento de melhor qualidade. Busca-se com isso 
tornar mais efetiva a observação continua da evolução do paciente, dando 
2 
 
grande ênfase ao papel educativo da enfermagem no processo de saúde-doença 
(MALACHIAS et al., 2016). 
Neste estudo pretende-se propiciar uma melhor compreensão das 
práticas e representações da equipe multiprofissional ao atendimento adequado, 
tendo como objetivo uma assistência melhor prestada pelos profissionais de 
saúde, visando maior satisfação e benefício aos pacientes (SANTOS et al., 
2018). 
1.1 JUSTIFICATIVA DO TEMA 
 A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) e a Diabetes Melittus (DM) são 
Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNTs), consideradas de magnitude 
elevada e centro de uma averiguação muito bem ponderada da Pesquisa 
Nacional de Saúde (PNS), pois correspondem a fatores de risco imprescindíveis 
para o agravamento das doenças cardiovasculares e constitui-se de uma das 
principais causas de morbimortalidade nos brasileiros (BRASIL, 2019). 
A população precisa de atendimento coordenado imediato, pois essas 
comorbidades aumentam a cada dia, sem que haja controle. Portanto, é preciso 
ser organizado e mapeado o atendimento do Hiperdia para os acometidos de 
doenças crônicas, sejam elas a Diabetes e/ou Hipertensão. 
 A Organização Mundial da Saúde (OMS) conceitua no programa Hiperdia 
as condutas éticas e procedimentos que procedem ao tratamento, como 
prevenção da morbimortalidade. Enfatiza-se a função do enfermeiro, realizando 
seu trabalho conforme sua capacitação técnica-científica, observando o 
paciente, exercendo do cuidar um método de humanização. O profissional em 
questão exerce um papel relevante frente às ações educativas, promovendo a 
transformação da realidade de saúde do paciente (BRASIL, 2019). 
O desejo em realizar este estudo manifestou-se quando foram iniciadas 
as aulas práticas em campo nas Unidades Básicas de Saúde, na qual ocorreu 
uma proximidade mais direta com os pacientes por meio da consulta da 
enfermagem. Desde então, foram observadas as demandas dos pacientes no 
que se refere à necessidade de orientações suficientemente adequadas, com 
relação à diabetes e/ou hipertensão. 
3 
 
A falta de informação e humanização dos profissionais gera uma 
insegurança no paciente, em vista disso, inúmeros sofrem por não 
compreenderem como proceder no tratamento, além de apresentarem dúvidas 
de como se cuidar. Essa abstinência de informações e orientações pode ser uma 
lacuna a ser suprida no decorrer do tratamento. 
 Desta forma, a abordagem desse problema que acomete os portadores 
de HAS e/ou DM torna-se relevante tanto para o meio acadêmico, quanto para 
as equipes que atuam diretamente na assistência ao hipertenso e ao diabético, 
pois a utilização deste estudo viabiliza ferramentas necessárias para uma maior 
compreensão sobre estas DCNTs, bem como a implementação de ações que 
possam contribuir para maior adesão ao tratamento e ao autocuidado dos 
usuários do programa. 
1.2 DELIMITAÇÃO DO TEMA 
 O Hiperdia é um programa cuja função é cadastrar, acompanhar e 
monitorar os indivíduos que apresentam o diagnóstico diabetes e/ou de 
hipertensão, em conformidade com as diretrizes do Plano de Reorganização da 
Atenção a Hipertensão Arterial. Posteriormente ao cadastramento, os usuários 
obtêm através da rede de Atenção Básica toda a medicação necessária para o 
tratamento de forma a acompanhar e avaliar todos os índices de 
morbimortalidade desta patologia (MACIEL, 2018). 
Diante da nova realidade da humanização e assistência da enfermagem 
frente a um atendimento, tenta ser implantada na Atenção Primária a mudança 
no padrão assistencial da Unidade Básica de Saúde, sendo o enfermeiro 
responsável por essa humanização do atendimento. Pretende-se nessa 
pesquisa investigar como a literatura em enfermagem aborda condutas desses 
profissionais diante do programa Hiperdia na Unidade Básica de Saúde 
(SANTOS et al., 2018). 
1.3 PROBLEMA DA PESQUISA 
Perante a importância do empenho dos profissionais frente à nova 
realidade da atenção primária implantada nas Unidades Básicas de Saúde 
(USB), cabe problematizar: Como a literatura em enfermagem aborda as 
4 
 
condutas dos enfermeiros frente à humanização e a assistência do programa 
Hiperdia? 
1.4 HIPÓTESE 
• Havendo mudanças no atendimento assistencial prestado pelos 
profissionais de saúde no Hiperdia. 
• O resgate da educação continuada oferece estímulo ao enfermeiro para 
atuar em diversos setores no cuidado ao paciente atendido no SUS, é 
possível mudar o olhar do profissional de saúde sobre o hipertenso e o 
diabético. 
1.5 OBJETIVOS 
1.5.1 Objetivo Geral 
Compreender a abordagem da literatura em enfermagem, no que se 
refere à humanização e assistência na conduta do enfermeiro diante dos 
pacientes cadastrados no programa Hiperdia do Ministério da Saúde, na 
Unidade Básica de Saúde, de forma a gerar indicadores utilizáveis para base de 
uma assistência de maior qualidade ainda na Atenção Primária. 
1.5.2 Objetivos Específicos 
• Descrever a Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) e a Diabetes Mellitus 
(DM), correlacionando com a realidade existente. 
• Identificar obstáculos e aspectos facilitadores para implantação da 
humanização do cuidado adequado. 
• Analisar as condutas do enfermeiro na qualificação e prestação de 
assistência na Atenção Primária. 
2 METODOLOGIA 
Trata-se de um estudo descritivo qualitativo de caráter bibliográfico, 
acerca da temática: A relevância educativa do enfermeiro no programa hiperdia 
na unidade básica de saúde. 
 Com base em Gil (2017), a pesquisa qualitativa tem por finalidade o 
levantamento de dados sobre determinado grupo, compreender diferentes 
comportamentos e analisar os dados com relação às expectativas da população 
5 
 
pesquisada. Com o objetivo descritivo, o propósito é de analisar, registrar os 
acontecimentos ou a estrutura de um dado ou sistema. Utilizarei procedimentos 
técnicos, a serem seguidos na realizaçãoda pesquisa bibliográfica, através de 
materiais elaborados por alguns autores, e um estudo de revisão sistemática de 
artigos científicos e livros. 
Após delimitação do tema, procedeu-se consultar as seguintes bases de 
dados do estudo: Descritores em Centro Latino-Americano e do Caribe de 
Informação em Ciência da Saúde (BIREME), Ciência da Saúde (DeCS), 
Scientific Eletronic Library Online (Scielo), Biblioteca Virtual da Saúde (BVS). 
Para nortear a pesquisa documental, utilizou-se os descritores: Hipertensão; 
Diabetes Mellitus; Atenção Primária a Saúde. 
 Como critérios de inclusão foram estabelecidos artigos e livros que se 
referem à relevância educativa do enfermeiro no programa hiperdia na Unidade 
Básica de Saúde pela equipe de enfermagem, livros e artigos publicados no 
período entre 2015 a 2019; acessados na íntegra; escritos na língua portuguesa 
e inglesa. 
 Como critério de exclusão, utilizou-se artigos e livros publicados em ano 
anterior de 2015; que não se referem e não enfatizam o tema à relevância 
educativa do enfermeiro no programa hiperdia. 
Foram encontrados 35 artigos após a seleção inicial para composição da 
amostra, para os quais procedeu-se na amostra do estudo através de uma 
primeira análise dos títulos e conteúdos respectivos nos resumos, para analisar 
se seria relevante para os critérios de inclusão determinado. 
Assim, foram escolhidos 18 artigos para a composição do estudo, dos 
quais estavam propostos de acordo com os critérios de inclusão da amostra 
estabelecidos. O objetivo é de aprimorar o conhecimento, para agregar a 
pesquisa do estudo abordado, categorizando o resultado final propicio a 
pesquisa e ao tema que se aborda. 
3 REFERÊNCIAL TEÓRICO 
3.1 CONTEXTUALIZAÇÃO SOBRE HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA 
(HAS) E A DIABETES MELITTUS (DM) NO HIPERDIA. 
6 
 
A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) é uma das doenças crônicas mais 
prevalentes, estando presente em aproximadamente 20% da população mundial 
(SANTOS et al., 2018). 
A HAS acontece quando se tem um volume de sangue passando sob 
grande pressão dentro das artérias e chegando ao músculo cardíaco. Isto faz 
com que o coração trabalhe mais, aumente a pressão do sangue dentro dos 
vasos sanguíneos e consequentemente desencadeie o aumento da pressão 
arterial sistêmica (MACIEL, 2018). 
GOMES (2015) ressalta que vários fatores de riscos são relacionados ao 
aumento da pressão arterial, por exemplo, obesidade, sedentarismo, alcoolismo, 
tabagismo, estresse, e o aumento do consumo de sódio um dos principais 
fatores. O sangue fica mais denso, isso faz que a pressão aumente. 
É imprescindível que o profissional de saúde saiba identificar quais são 
os valores pressóricos, tanto para pressão normal, quanto para pressão alta. 
Segundo a Associação Brasileira de Cardiologia, para pacientes que não 
possuem doença de base relacionada, o referencial da pressão arterial normal é 
120x80 mmHg, até 140x90 mmHg, passando desses valores o paciente é 
considerado hipertenso (CHAGAS; MAIA, 2015). 
Para pacientes que possuem doença de base relacionada, por exemplo, 
Insuficiência Cardíaca Congestiva, Síndrome Coronariana e Diabetes Mellitus, 
os valores de pressão arterial podem se alterar, sendo necessária a prescrição 
de medicamentos para estabilização da pressão (COSTA; DURAN, 2018). 
A Diabetes Mellitus (DM) configura-se hoje como uma epidemia mundial, 
traduzindo um grande desafio para os sistemas de saúde. A doença por si só 
gera morbimortalidade, sendo umas das principais causas de amputações e 
também fator de pré-disposição importante para o desenvolvimento de outras 
doenças (BEZERRA et al., 2015). 
No Brasil, a associação de diabetes e hipertensão é responsável pela 
primeira causa de mortalidade e de hospitalização por amputações de membros 
inferiores, e representa ainda uma porcentagem alta dos diagnósticos primários 
em pacientes com insuficiência renal crônica submetidos à diálise (ALENCAR et 
al., 2019). 
7 
 
A diabetes é uma doença metabólica caracterizada por níveis elevados 
de glicose no sangue durante um longo intervalo de tempo, sendo superiores a 
126 mg/dL em jejum. Para este tipo de paciente, a inserção de um tratamento 
não medicamentoso visa a adesão de hábitos alimentares saudáveis, com 
diminuição do consumo de sal, açúcar, gorduras e álcool, também aumento no 
consumo de frutas, verduras e vegetais, além da prática de atividades física, com 
diminuição dos índices de sedentarismo e obesidade (MENDEZ et al., 2018). 
A inserção deste tipo de tratamento produz resultados positivos na 
redução da pressão arterial, reduzindo consequentemente os riscos de doenças 
cardiovasculares segundo a organização da saúde (SANTOS et al., 2018). 
Humanizar a assistência da enfermagem no Hiperdia na Unidade Básica 
de Saúde é de vital importância, a fim de garantir o acesso da população ao 
programa e às informações, com o intuito de prestar uma assistência em saúde 
adequada e promover uma vida saudável, com orientações necessárias que 
possam acolher o paciente esclarecendo suas dúvidas com profissionais 
qualificados (MALACHIAS et al., 2016). 
3.2 HUMANIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA 
De acordo com o Ministério da Saúde, a humanização da assistência é 
uma estratégia de intervenção que visa melhorar a qualidade da atenção à 
saúde, de modo que os pacientes envolvidos se tornem protagonistas do seu 
processo de saúde-doença. Sendo assim, os pacientes devem ser respeitados, 
tendo seus valores pessoais levados em consideração, além de participar 
ativamente do processo de tomadas de decisões no seu próprio tratamento 
(BEZERRA et al., 2015). 
A humanização na assistência a Atenção Primária parte de um pré- 
suposto do cuidado, que envolve uma equipe multidisciplinar, na qual cada 
profissional contribui de forma importante para a promoção da saúde. O 
profissional qualificado é necessário durante o tratamento, a fim de oferecer 
cuidado, orientação, suporte e encorajamento para que seu paciente tenha um 
resultado eficaz (BARBOSA, 2017). 
Humanizar se traduz como a inclusão das diferenças nos processos de 
gestão e de cuidado. Tais mudanças são construídas não por uma pessoa ou 
8 
 
um grupo isolado, mas de forma coletiva e compartilhada, a fim de que a inclusão 
estimule a produção de novos modos de cuidar e novas formas de organizar o 
trabalho (SANTOS et al., 2018). 
A Organização Mundial da Saúde desenvolveu um protocolo que orienta 
a prática da assistência na Atenção Primária, no qual descreve atos direcionados 
ao atendimento básico eficaz, propondo políticas de atenção integral a saúde do 
paciente, de forma humanizada, além de estabelecer o compromisso com a 
garantia dos direitos e da cidadania (FALUDI et al., 2017). 
É importante considerar o paciente como um ser único, com vontades 
próprias e direitos específicos. Dessa forma, a individualidade de cada paciente 
deve ser respeitada pelos profissionais de saúde, enfatizando-se a importância 
de prestar com qualidade a assistência à saúde física. Também deve-se levar 
em consideração os sentimentos, desejos e preferências do paciente, de modo 
a transformar o ambiente e a relação profissional-paciente mais acolhedora e 
favorável para uma excelente humanização e assistência na Atenção Primária 
(BORGES; LACERDA, 2018). 
Neste contexto, o enfermeiro assume papel fundamental para a 
humanização do atendimento, sendo que para exercer essa função de forma 
digna, faz-se necessária boas condições de trabalho e medidas educativas que 
possibilitem o desenvolvimento da competência para o cuidar de forma 
humanizada (MALACHIAS et al., 2016). 
Além disso, é importante que os profissionais de saúde visualizem o 
paciente como portador de direitos e autonomia, de forma a construir uma 
valorização do paciente e tornar a assistência mais saudável e ética (MACIEL, 
2018). 
A humanização da assistênciaem saúde exige que o profissional de 
saúde valorize a sensibilidade e a afetividade como pré-requisitos fundamentais 
ao cuidar. Sendo assim, faz-se necessário o exercício do escutar e dialogar, de 
forma a manter relações interpessoais éticas e solidárias, que valorizem a troca 
de experiências de vida entre o profissional e o paciente, como parte importante 
do cuidado (SILVA et al., 2015). 
9 
 
Diante do exposto, é importante destacar que as propostas para 
humanização em saúde abrangem a necessidade de reformular o processo de 
formação acadêmica dos profissionais, de forma a mudar a educação ainda 
centrada no aprendizado técnico e racional, para um aprendizado centrado no 
paciente e na humanização do atendimento. Além disso, faz-se necessário a 
busca por uma conscientização do profissional da saúde em entender o paciente 
como um ser que possui além das demandas físicas, demandas emocionais e 
que necessitam do acolhimento da equipe de saúde (BEZERRA et al., 2015). 
3.3 A RELEVÂNCIA ASSISTENCIAL EDUCATIVA DO ENFERMEIRO NO 
SISTEMA HIPERDIA 
O Hiperdia é um programa multidisciplinar que é desenvolvido nas 
Unidades Básicas de Saúde e presta assistência ao público alvo de pacientes 
hipertensos e/ou diabéticos (BARBOSA, 2017). 
Sendo assim, é um projeto que visa principalmente à educação aos 
pacientes portadores de doenças crônicas, através de atendimentos com 
médicos, enfermeiros, dentistas, configurando um trabalho em grupo que 
objetiva à conscientização dos pacientes com essas comorbidades, fazendo que 
estes se tornem parte integrante e participativa do processo de cuidado da 
doença, a fim de que adquiram uma melhor qualidade de vida (MACIEL, 2018). 
Inicialmente é feito um cadastro no sistema da Unidade Básica de Saúde, 
para que o paciente possa receber procedimentos da enfermagem, 
acompanhamento nutricional e solicitar exames. Além disso, participantes do 
programa Hiperdia, podem se consultar diariamente na rede ambulatorial do 
Sistema Único de Saúde (MALTA et al., 2018). 
O enfermeiro tem o papel de reunir os pacientes para palestras 
educativas, incentivar a adesão de hábitos saudáveis de vida, dar suporte em 
saúde e auxiliar na conscientização do paciente no que diz respeito à melhoria 
dos indicadores dos exames laboratoriais. Esse papel pode ser desempenhado 
através das consultas periódicas da enfermagem, e por meio de medidas 
implementadas no incentivo à colaboração de profissionais visando à 
humanização dos serviços (FREITAS; SOUZA; LIMA, 2016). 
10 
 
O grupo de pacientes do Hiperdia deve se reunir com o enfermeiro no 
mínimo uma vez por mês, para realizar pesagem, medição da circunferência 
abdominal, glicemia capilar, monitoração dos parâmetros e participação de 
palestras educativas (FERNANDES et al., 2015). 
O enfermeiro é capacitado e qualificado para realizar o acolhimento do 
paciente, adotando uma política que abrange desde o primeiro atendimento até 
a realização de consultas periódicas e humanizadas de enfermagem, norteando 
o paciente para uma qualidade de vida mais saudável (BRASIL, 2019). 
À medida que o paciente obtém sucesso e benefícios tangíveis em sua 
saúde, começa a redimensionar suas crenças e ganha conhecimento prático de 
como administrar sua saúde e qualidade de vida. Nesse contexto, o enfermeiro 
desempenha um papel crucial, apoiando e estimulando cada paciente com uso 
das orientações ensinadas (MALTA et al., 2018). 
O apoio do enfermeiro, com a utilização de métodos de encorajamento, 
pode oferecer aos pacientes uma melhora significativa na qualidade de vida. 
Essas medidas de enfermagem têm de ser individualizadas ao longo das 
consultas. Proferir frases encorajadoras como “você consegue” ajuda a reforçar 
e ao mesmo tempo, encorajam ao paciente a continuar na prevenção (SANTOS 
et al., 2018). 
Os enfermeiros são importantes para estimular o paciente a demonstrar 
preocupação por suas necessidades ao longo da vida. Nesse contexto, é 
importante destacar o papel que este profissional tem em oferecer apoio ao 
paciente, com a finalidade de possibilitar que este, periodicamente, se permita 
realizar vontades pessoais e ao mesmo tempo, ainda, participar de modo ativo 
no processo de cuidado à saúde. Além disso, o enfermeiro pode oferecer 
orientação preventiva, auxiliar durante os momentos críticos da saúde do 
paciente e demonstrar técnicas de enfrentamento e encorajamento (FALUDI et 
al., 2017). 
Vale ressaltar que é fundamental que o enfermeiro se concentre nos 
pontos fortes e nos elementos positivos de cada palestra. Parabenizar o paciente 
por estar engajado também é fundamental. Durante o programa Hiperdia, este 
profissional deve demonstrar calor humano e uma atitude amigável. Com 
11 
 
frequência, o toque do profissional pode ajudar a evitar uma crise, pois tranquiliza 
o paciente ao mostrar que ele está agindo de forma adequada (GOMES, 2015). 
É importante ainda, que, o enfermeiro busque produzir uma mudança 
cultural e no ambiente familiar do paciente, de modo que as relações 
interpessoais e os espaços físicos transformem-se em ambientes cômodos e 
que propicie as práticas humanizadas de assistência. Cabe ao enfermeiro 
praticar o diferencial e mostrar que a assistência humanizada colabora com 
grandes benefícios para o paciente no Hiperdia (FERNANDES et al., 2015). 
CRONOGRAMA 
 
ETAPAS FEV/20 MAR/20 ABR/20 MAI/20 JUN/20 
ESCOLHA DO TEMA X 
LEITURA DE ARTIGOS X X X X X 
DESENVOLVIMENTO 
BIBLIOGRÀFICO X X X 
REVISÃO X 
ENTREGA DO TRABALHO X 
 
REFERÊNCIAS 
ALENCAR, D.C.; FILHO, P.F.L.; NEIVA, M.J.L.M.; ALENCAR, M.P.G.; 
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negativamente em pessoas vivendo com Diabetes Mellitus. Revista Online de 
Pesquisa – Cuidado é Fundamental. Teresina, 2019. 
 
BARBOSA JÚNIOR; Renato de Oliveira. Efetivação do Programa HIPERDIA 
na Comunidade de Padre Brito – Barbacena - Minas Gerais. Trabalho de 
Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Especialização em Estratégia de 
Saúde da Família, Universidade Federal de Minas Gerais – MG. 39 fls. 2017. 
 
BEZERRA, G. C.; OLIVEIRA, V. S. de; SANTOS, I. C. R. V.; SILVEIRA, F. M. M. 
Implementação do Grupo Hiperdia em uma Unidade de Saúde de Família: Um 
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Saúde, v.1, n.1, p.19-22, Janeiro\Junho 2015. 
 
BORGES, DAIANI DE BEM; LACERDA, JOSIMARI TELINO DE, Ações 
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CHAGAS, K. S.; MAIA FILHO, A. M. Diabetes Mellitus: O Conhecimento dos 
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