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Apostila - Agricultura II_COMPLETA

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Técnico em Agronegócio 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Professora Caroline Silva Abreu 
Professora Renata Aparecida Neres Faria 
 
2018 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Agricultura II (Fitossanidade) 
 
 
 
 
 
 
 
ESTADO DE MINAS GERAIS 
 
Sr. Fernando Damata Pimentel 
GOVERNADOR 
 
Sr. Antônio Eustáquio Andrade Ferreira 
VICE-GOVERNADOR 
 
 
Profª. Macaé Maria Evaristo dos Santos 
SECRETÁRIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO 
 
 
Prof. Miguel Correa da Silva Junior 
SECRETÁRIO DO ESTADO DE CIÊNCIA TECNOLOGIA E ENSINO SUPERIOR 
 
Prof. Márcio Rosa Portes 
SUBSECRETÁRIO DE ENSINO SUPERIOR 
 
 
Universidade Estadual de Montes Claros – UNIMONTES 
 
Prof. João Canela dos Reis 
REITOR 
 
Prof. Antônio Alvimar Souza 
VICE-REITOR 
 
Prof. João Felício Rodrigues Neto 
PRÓ-REITOR DE ENSINO 
 
 
Prof. Humberto Velloso Reis 
DIRETOR DA ESCOLA TÉCNICA DE SAÚDE DO CENTRO DE EDUCAÇÃO 
PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA – ETS/CEPT 
 
Profª. Kátia Cilene Gonçalves Maia 
COORDENADORA GERAL DO PRONATEC 
 
 
Profª. Renata Flávia Nobre Canela Dias 
COORDENADORA ADJUNTA DO PRONATEC 
 
 
Profª. Jacqueline Maia Lima 
ORIENTADORA PEDAGÓGICA DO PRONATEC 
3 
 
Sumário 
 
1 Noções básicas em ecologia .............................................................................................. 7 
1.1 Conceitos básicos em ecologia ................................................................................... 7 
1.2 Organização e níveis tróficos ......................................................................................10 
1.2.1 Cadeia alimentar ....................................................................................................10 
1.2.2 Teia alimentar ..........................................................................................................11 
Atividades para fixação ........................................................................................................12 
2 Introdução à entomologia agrícola.....................................................................................16 
2.1 Os insetos e o Reino Animal .......................................................................................16 
2.2 Relações inseto – seres humanos ..............................................................................19 
2.2.1 Insetos benéficos .....................................................................................................19 
2.2.2 Insetos maléficos .....................................................................................................19 
2.3 Conceitos de pragas ..............................................................................................19 
2.4 Classificação de pragas ..............................................................................................21 
2.5 Importância das pragas de plantas .............................................................................22 
2.5.1 Classificação dos insetos de acordo com a herbivoria .........................................23 
Atividades para fixação ........................................................................................................26 
3. Morfologia básica de insetos ............................................................................................28 
3.1 Exoesqueleto ..............................................................................................................28 
3.2 Cabeça .......................................................................................................................29 
3.3 Tórax ..........................................................................................................................34 
3.4 Abdome ......................................................................................................................37 
Atividades para fixação ........................................................................................................40 
4. Biologia dos insetos..........................................................................................................42 
4.1 Reprodução ................................................................................................................42 
4.1.1 Tipos de reprodução ................................................................................................43 
4.1.2 Modos atípicos de reprodução .................................................................................44 
4.2 Desenvolvimento ........................................................................................................46 
4.2.1 Desenvolvimento embrionário .................................................................................46 
4.2.2 Desenvolvimento pós-embrionário ...........................................................................47 
4.2.3 Metamorfose ............................................................................................................47 
Atividades para fixação ........................................................................................................48 
5 Principais ordens de insetos de importância econômica ....................................................51 
5.1 Isoptera ......................................................................................................................53 
5.2 Dermaptera ................................................................................................................53 
5.3 Orthoptera ..................................................................................................................54 
5.4 Thysanoptera..............................................................................................................54 
5.5 Hemiptera ...................................................................................................................55 
5.6 Neuroptera .................................................................................................................56 
5.7 Coleoptera ..................................................................................................................57 
4 
 
5.8 Diptera ........................................................................................................................58 
5.9 Lepidoptera ................................................................................................................59 
5.10 Hymenoptera ............................................................................................................60 
5.11 Acari (Classe Arachnida) ..........................................................................................61 
Atividades para fixação ........................................................................................................63 
6 Caracterização dos principais insetos-praga .....................................................................65 
6.1 Pragas do café ...........................................................................................................65 
6.2 Pragas da cana-de-açúcar..........................................................................................66 
6.3 Pragas do feijão ..........................................................................................................66 
6.4 Pragas do milho ..........................................................................................................67 
6.5 Pragas de pastagens ..................................................................................................68 
6.6 Pragas da soja ............................................................................................................69 
6.7 Pragas de grãos armazenados ...................................................................................69 
6.8 Pragas de hortaliças ...................................................................................................71 
A) Pragas doalho e da cebola ......................................................................................71 
B) Pragas da batata ......................................................................................................71 
C) Pragas de brássicas ................................................................................................72 
D) Pragas da cenoura salsinha e salsão .......................................................................73 
E) pragas das cucurbitáceas ........................................................................................73 
F) Pragas do morango ..................................................................................................73 
G) pragas do pimentão, berinjela e jiló .........................................................................74 
H) Pragas do tomate .....................................................................................................74 
6.9 Pragas dos citros ........................................................................................................76 
7 Técnicas de coleta, preparo, conservação e remessa de material entomológico ...............77 
7.1 Coleta .........................................................................................................................78 
7.2 Sacrifício .....................................................................................................................84 
7.3 Acondicionamento temporário para transporte ...........................................................85 
7.4 Envio ao especialista ..................................................................................................87 
8 Métodos de controle de pragas .........................................................................................87 
8.1 Importância do Controle das Pragas ...........................................................................87 
8.2 Métodos culturais .......................................................................................................88 
8.2.1 Rotação de Culturas ............................................................................................88 
8.2.2 Aração do Solo ....................................................................................................88 
8.2.3 Época de Plantio e de Colheita ............................................................................88 
8.2.4 Destruição dos Restos de Culturas ......................................................................88 
8.2.5 Cultura no Limpo .................................................................................................89 
8.2.6 Presença de Bosques ..........................................................................................89 
8.2.7 Poda ....................................................................................................................89 
8.2.8 Cultivo Mínimo e Plantio Direto ............................................................................89 
8.2.9 Adubação ............................................................................................................90 
5 
 
8.3 Métodos legislativos ...................................................................................................90 
8.4 Métodos mecânicos ....................................................................................................91 
8.4.1 Catação manual ...................................................................................................91 
8.4.2 Técnica da batida ................................................................................................91 
8.4.3 Barreiras ..............................................................................................................91 
8.4.4 Impacto ................................................................................................................92 
8.5 Métodos de controle por comportamento dos insetos .................................................92 
8.5.1 Formas de utilização de feromônios e aleloquímicos no manejo integrado de pragas
 .....................................................................................................................................92 
8.5.2 Controle de pragas ..............................................................................................92 
8.5.3 Uso de aleloquímicos no manejo integrado de pragas .........................................93 
8.6 Método de controle físico ............................................................................................94 
8.6.1 Fogo ....................................................................................................................94 
8.6.2 Drenagem ............................................................................................................95 
4.5.3. Inundação ...........................................................................................................95 
8.4.4 Manipulação da umidade .....................................................................................95 
8.5.5 Temperatura ........................................................................................................95 
8.7 Método de controle pela luz ........................................................................................96 
8.8 Método de controle pelo som ......................................................................................97 
8.9 Métodos de controle pela radiação ionizante ..............................................................97 
8.10 Método de controle biológico ....................................................................................98 
8.10.1 Conceito ............................................................................................................98 
8.10.2 Principais grupos de inimigos naturais ...............................................................98 
8.10.3 Formas de uso do controle biológico ............................................................... 108 
8.11 Método genético (resistência de plantas a insetos)................................................. 112 
8.11.1 Tipos de resistência ......................................................................................... 112 
8.11.2 Resistência obtida através de organismos geneticamente modificados (OGM)
 ................................................................................................................................... 113 
8.12 Método químico de controle de pragas ................................................................... 118 
8.12.1 Classificação dos inseticidas quanto ao modo de ação ................................... 119 
8.12.1 Formulações dos inseticidas ............................................................................ 120 
Atividades para fixação ...................................................................................................... 120 
9. Manejo Integrado de Pragas .......................................................................................... 121 
9.1 Conceitos básicos do MIP ........................................................................................ 121 
9.2 Procedimentos para implementação e gerenciamento do MIP ................................. 123 
9.3 Vantagens do Manejo Integrado de Pragas (MIP) .................................................... 127 
9.4 Desafios do Manejo Integrado de Pragas (MIP) ....................................................... 127 
10 Introdução à Fitopatologia ............................................................................................. 127 
10.1 História da Fitopatologia .......................................................................................... 128 
11 Noções sobre morfologia e biologia de microrganismos ................................................ 128 
11.1 Características gerais de Fitopatógenos .....................................................................128 
6 
 
Atividades de fixação ......................................................................................................... 129 
11.2 Bactérias .................................................................................................................... 129 
11.3 Fungos ....................................................................................................................... 132 
Atividades de fixação ......................................................................................................... 140 
11.4 Vírus ........................................................................................................................... 141 
11.5 Nematóides ................................................................................................................ 143 
Atividades de fixação ......................................................................................................... 155 
12 Controle de doenças ..................................................................................................... 156 
13 Modalidades de controle de doenças ............................................................................ 163 
14 Monitoramento de doenças ........................................................................................... 167 
Atividades de fixação ......................................................................................................... 169 
15 Controle de plantas indesejáveis ................................................................................... 169 
16 Segurança e uso adequado de agroquímicos................................................................ 174 
17 Noções sobre legislação e defesa vegetal ..................................................................... 177 
17.1 Contribuições da defesa vegetal ............................................................................. 179 
17.2 Proteção de Plantas ............................................................................................... 182 
17.3 Legislação Fitossanitária Brasileira ......................................................................... 183 
Atividades para fixação ...................................................................................................... 190 
18 Certificado Fitossanitário de Origem (CFO) ................................................................... 191 
Atividades de fixação ......................................................................................................... 191 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................... 192 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 
1 Noções básicas em ecologia 
 
 
 
A Ecologia é a parte da Biologia que estuda as relações dos seres vivos entre si e 
destes com o meio. O termo, que foi usado pela primeira vez em 1866 pelo biólogo alemão 
Ernest Haeckel, vem da junção de duas palavras gregas: “Oikos”, que significa casa, e “logos”, 
que quer dizer estudo. Assim sendo, ecologia significa o “estudo da casa” ou o “estudo do 
habitat dos seres vivos”. Dessa forma, a ecologia é uma ciência ampla e complexa que 
preocupa-se com o entendimento do funcionamento de toda a natureza. 
 
1.1 Conceitos básicos em ecologia 
 
Espécie: é o conjunto de indivíduos semelhantes (estruturalmente, funcionalmente e 
bioquimicamente) que se reproduzem naturalmente, originando descendentes férteis. Ex.: 
Homo sapiens. 
 
População: é o conjunto de indivíduos de mesma espécie que vivem numa mesma área e 
num determinado período. Ex.: população de ratos em um bueiro, em um determinado dia; 
população de bactérias causando amigdalite por 10 dias, 10 mil pessoas vivendo numa cidade 
em 1996, etc. 
 
Comunidade: é o conjunto de populações de diversas espécies que habita uma mesma 
região num determinado período. Ex.: comunidade aquática de um rio, comunidades 
terrestres, etc. 
 
Ecossistema ou sistema ecológico: É o conjunto de seres vivos e do meio ambiente em 
que eles vivem, e todas as interações desses organismos com o meio e entre si. Exemplos 
de ecossistema: uma floresta, um rio, um lago ou um jardim. 
Os ecossistemas apresentam dois componentes básicos: 
- biótico: as comunidades vivas. Ex: plantas, animais e microrganismos. 
- abiótico: os elementos físicos e químicos do meio. Ex: de nutrientes, água, ar, gases, 
energia e substâncias orgânicas e inorgânicas do solo. 
 Tipos de ecossistemas: 
- Ecossistemas naturais: compreendem todos os ecossistemas formados naturalmente, sem 
a intervenção do homem. Exemplos: Bosques, desertos, oceanos. 
- Ecossistemas artificiais: compreendem todos os ecossistemas formados pelo homem. 
Exemplo: Plantações, açudes, aquário. 
 - Agroecossistema: Sistema ecológico e socioeconômico que compreende plantas e 
animais domesticados e as pessoas que nele vivem, com o propósito de produzir alimentos, 
fibras ou outros produtos agrícolas (Conway, 1997). Quanto mais um agroecossistema se 
O que é Ecologia?
8 
 
parece, em termos de estrutura e função, com o ecossistema da região biogeográfica em que 
se encontra maior será a probabilidade de que este agroecossistema seja sustentável. 
 
 
Figura: escalas da organização ecológica. 
Habitat: é o lugar específico onde uma espécie pode ser encontrada, isto é, o seu "endereço" 
dentro do ecossistema. Exemplo: Uma planta pode ser o habitat de um inseto, o leão pode 
ser encontrado nas savanas africanas, etc. 
 
Nicho ecológico: é o papel que o organismo desempenha no ecossistema, isto é, a 
"profissão" do organismo no ecossistema. 0 nicho informa às custas de que se alimenta, a 
quem serve de alimento, como se reproduz, etc. Exemplo: a fêmea do Anopheles (transmite 
malária) é um inseto hematófago (se alimenta de sangue), o leão atua como predador 
devorando grandes herbívoros, como zebras e antílopes. 
 
Biosfera: A biosfera refere-se a região do planeta ocupada pelos seres vivos. É possível 
encontrar vida em todas as regiões do planeta, por mais quente ou frio que elas sejam. O 
conceito de biosfera foi criado por analogia a outros conceitos empregados para designar 
parte de nosso planeta. De modo qual, podemos dizer que os limites da biosfera se estendem 
desde às altas montanhas até as profundezas das fossas abissais marinhas. 
 
Competição e o princípio de Gause 
 
O cientista russo Georgyi Gause propôs essa teoria baseando-se em diversas 
observações que o levaram a concluir que, se duas ou mais espécies exploram exatamente 
o mesmo nicho ecológico, a competição estabelecida entre elas é tão brusca que a 
convivência se torna impossível. Assim, a competição entre as espécies no mesmo nicho 
pode dar origem a 03 situações diferentes: 
 
9 
 
 
 
1) A escassez de recursos leva uma das espécies à extinção (daí a expressão princípio 
de exclusão competitiva). 
 
2) Uma das espécies é expulsa daquele habitat e migra para outro território em busca de 
recursos que garantam sua sobrevivência. 
 
 
 
 
3) Uma ou todas as espécies modificam seu nicho ecológico, de maneira que deixem de 
competir por recursos limitados. 
 
 
 
 
Ao estudar a Ecologia, conseguimos visualizar de maneira clara como as espécies 
interagem entre si e conseguem coexistir em determinado ambiente, além de conseguir 
informações para a compreensão dos motivos que levam uma espécie a viver em uma área 
e a ausentar-se de outros locais. Também é possível compreender como uma espécie é capaz 
de influenciar uma determinada comunidade e os impactos gerados por ela. Por meio dessas 
análises, é possível fazer previsões a respeito do futuro de determinadas espécies e as 
consequências das mudanças nos padrões de uma comunidade. 
É importante destacar também que a Ecologia é fundamental para a compreensão do 
futuro do planeta. A partir do momento que entendemos as espéciese suas necessidades, 
Por que é importante 
estudar Ecologia?
10 
 
conseguimos analisar claramente como nossas atividades influenciam o meio. Sendo assim, 
o entendimento da Ecologia e a conscientização da população podem ajudar a garantir um 
futuro sustentável para o planeta. 
 
1.2 Organização e níveis tróficos 
 
1.2.1 Cadeia alimentar 
 
Cadeia alimentar é uma 
sequência de seres vivos que dependem 
uns dos outros para se alimentar. Inicia-se 
com os produtores e passa para os 
consumidores (herbívoros, predadores) e 
decompositores, por esta ordem. 
Ao longo da cadeia alimentar há 
uma transferência de energia, sempre no 
sentido dos produtores para os 
consumidores. Energia tem, portanto, um 
percurso acíclico ou unidirecional. 
A transferência de nutrientes fecha-
se com o retorno dos nutrientes aos 
produtores, através da decomposição. 
 
Organismos autótrofos: Organismos capazes de produzir o próprio alimento utilizando a luz 
solar e produzindo o oxigênio. Ex: plantas, algas, cianobactérias. 
 
Organismos heterótrofos: Organismos que não são capazes de produzir o seu próprio 
alimento, tendo assim, que utilizar (comer) a energia produzida por outros seres vivos. 
 
Produtores: São sempre autótrofos, produzem o alimento que será usado na cadeia, e por 
isso então obrigatoriamente no início de qualquer cadeia alimentar. Os principais produtores 
conhecidos são plantas e algas microscópicas (fitoplâncton). 
 
Consumidores: São os organismos que necessitam alimentar-se de outros organismos para 
obter a energia que eles não podem produzir para si próprios. Podendo ser: 
- consumidores primários (“comem” autótrofos) 
- consumidores secundários (“comem” consumidores primários) 
- consumidores terciários (“comem” consumidores secundários) e assim por diante. 
 
Decompositores ou saprofíticos: São organismos que transformam matéria orgânica em 
matéria inorgânica, reduzindo compostos complexos em moléculas simples. Os 
decompositores mais importantes são bactérias e fungos. 
 
 
11 
 
 
Figura: Fluxo de energia ao longo da cadeia alimentar. Produtor - consumidor primário – 
consumidor secundário– decompositores. 
1.2.2 Teia alimentar 
 
Teia alimentar são várias cadeias alimentares que se entrelaçam, fazendo que as 
relações ecológicas sejam múltiplas e o alimento disponível possa ser utilizado por vários 
indivíduos, realmente compondo um ecossistema. 
 
 
 
Figura: Teia alimentar. Várias cadeias alimentares que se entrelaçam, mostrando relações 
ecológicas múltiplas. 
 
 
12 
 
Atividades para fixação 
 
1. O conjunto de organismos da mesma espécie que vivem na mesma área em um 
determinado momento é denominado de: 
 
a) comunidade. 
b) espécime. 
c) população. 
d) ecossistema. 
 
2. Ao dizer onde uma espécie pode ser encontrada e o que faz no lugar onde vive, estamos 
informando respectivamente, 
 
a) Nicho ecológico e habitat. 
b) Habitat e nicho ecológico. 
c) Habitat e biótopo. 
d) Nicho ecológico e ecossistema. 
e) Habitat e ecossistema. 
 
3. O cogumelo shitake é cultivado em troncos, onde suas hifas nutrem-se das moléculas 
orgânicas componentes da madeira. Uma pessoa, ao comer cogumelo shitake, está se 
comportando como: 
 
a) Produtor. 
b) Consumidor primário. 
c) Consumidor secundário. 
d) Consumidor terciário. 
e) Decompositor 
 
4. A ecologia é uma parte da biologia que estuda a relação dos organismos com o meio que 
os cerca. Os organismos interagem entre si e com todas as partes não vivas do ambiente, tais 
como solo, água, temperatura e umidade. Essas partes não vivas são chamadas de: 
 
a) fatores abióticos. 
b) fatores bióticos. 
c) biosfera. 
d) nicho ecológico. 
e) ecossistema. 
 
5. (UFSCar-2008) Em um experimento, populações de tamanho conhecido de duas espécies 
de insetos (A e B) foram colocadas cada uma em um recipiente diferente (recipientes 1 e 2). 
Em um terceiro recipiente (recipiente 3), ambas as espécies foram colocadas juntas. 
 
13 
 
 
 
A partir desses resultados, pode-se concluir que: 
a) a espécie A se beneficia da interação com a espécie B. 
b) o crescimento populacional da espécie A independe da presença de B. 
c) a espécie B depende da espécie A para manter constante o número de indivíduos. 
d) a espécie B tem melhor desempenho quando em competição com a espécie A. 
e) o número de indivíduos de ambas se mantém constante ao longo do tempo quando as duas 
populações se desenvolvem separadamente. 
 
6. (UFSCar-2001) Mais de 500 variedades de plantas estão sendo atacadas na Califórnia, 
Estados Unidos, por minúsculos insetos, originários do Oriente Médio. Os técnicos 
americanos não têm obtido sucesso no controle dessa praga. Quatro causas que poderiam 
favorecer a ocorrência de tal praga foram apresentadas: I. Inexistência de inimigos naturais 
desses insetos na Califórnia. 
II. Deficiência de defesas naturais das plantas. 
III. Uso inadequado de determinados defensivos agrícolas. 
IV. Fatores abióticos favoráveis ao desenvolvimento desses insetos na Califórnia. 
 
Para a situação descrita, é possível aceitar a) a causa I, apenas. 
b) as causas I e II, apenas. 
c) as causas I, III e IV, apenas. 
d) as causas I, II e III, apenas. 
e) as causas I, II, III e IV. 
 
7. Quando relacionamos o meio abiótico estamos estudando: 
 
14 
 
a) um nicho ecológico 
b) uma comunidade 
c) um ecossistema 
d) uma população 
e) um habitat 
 
8. Qual dos termos abaixo refere-se aos fatores bióticos e abióticos que interagem em 
determinada área? 
 
a) habitat 
b) comunidade 
c) nicho ecológico 
d) ecossistema 
e) população 
 
9. O conjunto de seres vivos que habita uma determinada região constitui: 
 
a) sua população 
b) seu ecossistema 
c) seu biótopo 
d) sua comunidade 
e) seu habitat 
 
10. Relacione as colunas: 
 
(1) População 
(2) Comunidade 
(3) Biosfera 
(4) Ecossistema 
 
( ) Comunidade associada às condições físicas e químicas de uma região geográfica. 
( ) Populações existentes numa determinada área. 
( ) Grupos de indivíduos de uma determinada espécie ocupando determinada área. 
( ) Ambiente habitável pelos seres vivos. 
 
11. Defina os seguintes termos e marque a alternativa correta: 
 
a) População 
b) Comunidade 
 
( 1 ) a) Organismo da mesma espécie, no mesmo espaço e na mesma unidade de tempo b) 
Populações independentes. 
( 2 ) a) Organismo de várias espécie, no mesmo espaço e na mesma unidade de tempo b) 
Populações independentes. 
( 3 ) a) Organismo da mesma espécie, no mesmo espaço e no mesmo tempo b) Populações 
inter-dependentes. 
( 4 ) a) Organismo da mesma espécie, em espaços diferentes e na mesma unidade de tempo 
b) Populações independentes. 
15 
 
( 5 ) a) Organismo de várias espécie, em espaços diferentes e na mesma unidade de tempo 
b) Populações inter-independentes. 
 
12. Quais são os níveis de organização especificamente estudados em ecologia? 
 
a) Comunidade, ecossistema e biosfera 
b) População, comunidade, ecossistema e biosfera 
c) População, comunidade e biosfera 
d) População, ecossistema e biosfera 
 
13. (CESGRANRIO) Um ecossistema tanto terrestre como aquático se define: 
 
a) pela interação dos fatores físicos e químicos 
b) pela interação de todos os seres vivos 
c) pelos fatores ambientais, especialmente climáticos 
d) exclusivamente por todas as associações de seres vivos 
e) pela interação dos fatores abióticos e bióticos 
 
14. Na charge, a arrogância do gato com relação ao comportamento alimentar da minhoca, 
do ponto de vista biológico, 
 
(A) não se justifica, porque ambos, como consumidores, devem “cavar” diariamente o seu 
próprio alimento. 
(B) é justificável, visto que o felino possui função superior à da minhoca numa teia alimentar. 
(C) não se justifica, porque ambos são consumidores primários em uma teia alimentar. 
(D)é justificável, porque as minhocas, por se alimentarem de detritos, não participam das 
cadeias alimentares. 
(E) é justificável, porque os vertebrados ocupam o topo das teias alimentares. 
 
 
16 
 
2 Introdução à entomologia agrícola 
 
 Entomologia é a ciência que estuda os insetos (do grego: entomon = insetos e logos 
= estudo) sob todos os aspectos, estabelecendo suas relações com os seres humanos, 
plantas e animais, correspondendo, respectivamente, a Entomologia Médica, Entomologia 
Agrícola e Entomologia Veterinária. 
A Entomologia Agrícola é o estudos das pragas agrícolas (insetos e ácaros) que 
causam danos às plantas cultivadas e dos métodos para controla-las. 
 
2.1 Os insetos e o Reino Animal 
 
É muito difícil estimar o número de espécies de animais, entretanto aproximadamente 
95% das espécies conhecidas pertencem aos invertebrados. A distribuição geográfica desses 
animais é a mais diversa possível. Há espécies praticamente em todas as latitudes, longitudes 
e altitudes, vivendo nos mais variados hábitats. Para facilitar o estudo dessa enorme 
quantidade de animais, o Reino Animal é dividido em vários grupos, de acordo com as 
características dos animais, denominados Filos. Dentre esses Filos, três são de importância 
agrícola, apresentados a seguir. 
 
 
Figura: Número de espécies de conhecidas de seres vivos e proporção entre os grandes 
grupos. 
 
Filo Nemata: reúne os nematoides, que atacam principalmente as raídes das plantas. Os 
nematoides são, em geral, alongados e com as extremidades afiladas; geralmente invisíveis 
a olho nu. 
 
17 
 
Filo Mollusca: compreende as lesmas e caracóis (terrestres) e os caramujos (aquáticos). 
Esses dois últimos possuem uma concha calcaria sobre o corpo, enquanto as lesmas não 
possuem essa estrutura. Alimentam-se de folhas, principalmente de hortaliças. 
 
Filo Arthopoda: corresponde a aproximadamente 80% do Reino Animal. Apresenta a 
seguinte combinação de caracteres: 
 Pernas articulas: origem do nome do Filo (arthon = articulação; podes = pernas). 
 Exoesqueleto: revestimento duro do corpo e respectivos apêndices, formado 
principalmente por quitina, que é eliminada e renovada à medida que o animal cresce. 
 Corpo segmentado: formado por uma série de segmentos (anéis ou metâmeros). 
 Simetria bilateral: as metades do corpo cortado longitudinalmente por um plano vertical 
são semelhantes entre si. 
 Heteronomia: corpo com divisões distintas. 
Esse filo está dividido em várias classes, dentre elas, a Classe Insecta, que compreende 
os insetos. 
 
Reino: Animal 
Filo: Arthropoda (Arthropoda: arthro = articulação e poda – perna, pernas articuladas em 
grego) 
Classe: Insecta (origem latina derivada de Insectum = animal de corpo sulcado ou separado 
por anéis, ou seja, segmentado) 
 
Características de Insecta 
1) Corpo dividido em cabeça, tórax e abdome. 
2) Um par de antenas. 
3) Um par de mandíbulas. 
4) Dois pares de maxilas (maxila e lábio). 
5) Tórax apresentando três pares de pernas e geralmente dois pares de asas (adultos). 
6) Abdome desprovido de apêndices ambulatórios. 
7) Abertura genital situada próxima à extremidade anal do corpo. 
8) Desenvolvimento geralmente por metamorfose (completo ou incompleto). 
 
 
Figura: estrutura geral do corpo do inseto. 
18 
 
 
 
 
 
 Segundo PANIZZI & PARRA (1991), não seria exagero sugerir que os insetos são os 
maiores competidores do homem pela hegemonia na terra, pois historicamente o homem 
sempre conseguiu dominar a maioria e, mesmo, extinguir alguns dos animais terrestres. 
Porém os insetos como grupo, permanecem como a única barreira biótica ao domínio total do 
homem, visto que a capacidade adaptativa dos insetos e amplamente conhecida. Além disso, 
os insetos ao longo dos milênios passaram por várias transformações que permitem a sua 
adaptação aos mais variados ambientes, entre elas podemos destacar as seguintes: 
 
 Exoesqueleto, permite aos insetos uma grande área de inserção muscular, facilita o 
controle da evaporação e protege os órgãos internos. 
 Asas funcionais, fornecem aos insetos a capacidade de deslocamento, facilitam a 
procura de alimentos, facilita a fuga dos inimigos naturais e facilita a dispersão. 
 Tamanho pequeno, faz com que os insetos necessitem de pouco alimento, facilita a 
fuga, porém o fato de serem pequenos faz com a superfície total do corpo seja muito 
maior que o volume, aumentando a evaporação do corpo o que consiste numa 
desvantagem. 
 Metamorfose completa, o fato de passarem por vários estágios faz com que os insetos 
possam viver em diferentes hábitats, permite a larva e ao adulto viverem em condições 
totalmente diferentes. 
 Aumento do número de espécies, a grande capacidade de adaptação dos insetos aos 
mais variados ambientes fez com que o número de espécies se elevassem tanto que 
hoje eles ocupam praticamente todos os ambientes. 
 
 
 
 
 
 
 
Quais as caracteríscas que tornam os insetos um dos 
seres vivos mais adaptados à sobrevivência no planeta?
Todo inseto é considerado praga?
19 
 
2.2 Relações inseto – seres humanos 
 
2.2.1 Insetos benéficos 
 Insetos e polinização: sem abelhas, 
nós não teríamos café e fumo, entre 
outras plantas. 
 Produtos comerciais derivados dos 
insetos: mel, cera, seda, laca, corante, 
entre outros. 
 Insetos entomófagos: predadores e 
parasitóides. 
 Insetos saprófagos e coprófagos. 
 Importância dos insetos no solo: 
aeração, fertilização, revolvimento do 
solo. 
 Insetos na alimentação humana e animal. 
 Insetos na medicina e cirurgia: mosca Chrysomya putoria (Calliphoridae). Em cobaia 
reduziu 35 dias para uma semana a recuperação usando larvas dessa mosca. 
 Insetos na criminologia (Entomologia Forense): auxilia na solução de casos. 
 
2.2.2 Insetos maléficos 
 Insetos que atacam plantas cultivadas: plantas danificadas pelo ato de alimentar dos 
insetos, por oviposição e por transmissão de doenças viróticas, bacterianas, entre 
outras. 
 Insetos que atacam produtos armazenados: pragas de madeira, de produtos 
fabricados, de alimentos armazenados. 
 Insetos que atacam seres humanos e animais: insetos amolestadores como a mutuca, 
insetos tóxicos como alguns cantarídeos, insetos parasitos como piolhos e pulgas, 
insetos transmissores de doenças como o mosquito da dengue. 
 
2.3 Conceitos de pragas 
 
O que é praga? Pragas são organismos que entram em conflito com o interesse humano: 
 
 Produção de alimentos (animal e vegetal); 
 Doenças (malária); 
 Conforto (pernilongos à noite); 
 Conservação da natureza (Apis mellifera versus Mellipona) 
20 
 
 Cultura (acervo de museus); 
 
O conceito de praga é, portanto, antropogênico e relativo no tempo e espaço. O que é 
praga para um agricultor pode não ser para outro que cultiva a mesma cultura. Além disso, o 
que é praga numa região pode não o ser em outra. Mais ainda, uma praga importante hoje 
não será necessariamente praga amanhã. 
 
Todo ataque de insetos é deletério às plantas? O ataque de um inseto a uma planta 
pode ser tolerado pela planta! 
 
 
 
 
 
 
 
Os insetos atingem o status de praga devido principalmente ao desequilíbrio ecológico 
do ambiente natural (ecossistema) pela sua conversão para o agroecossistema, que 
geralmente se constitui de poucas espécies de plantas cultivadas em extensas áreas. Os 
principais fatores que tornam um inseto uma condição de praga é: 
 
 Concentração de hospedeiro: monocultivos extensos fornecem alimento abundante 
para os insetos-praga. A simplificação espacial do sistema de cultivo proporciona: 
poucas opções de alimento para pragas generalistas; previsibilidade espacial para 
pragas especialistas; inadequabilidade para inimigos naturais; simplificação temporal 
no sistema de cultivo; populações da praga não diminuem periodicamente; 
previsibilidade temporal para pragas especialistas. 
 Destruição de inimigos naturais:uso intensivo de pesticidas matam os inimigos 
naturais, assim como o desmatamento destrói as áreas de abrigo desses insetos 
benéficos. O uso inadequado de inseticidas pode provocar o surgimento de pragas 
através dos processos de seleção de indivíduos resistentes e de indivíduos 
geneticamente predispostos a sobreviver não são eliminados pelo inseticida. 
 Introdução de pragas exóticas: pragas introduzidas não encontram na nova região 
inimigos naturais eficientes para controla-las, aumentando assim sua população em 
nenhum impedimento. Dessa forma, a introdução de espécies fora da faixa nativa, 
onde os processos ecológicos atingiram equilíbrio por coevolução. Exemplos: 
o Introdução do bicudo do algodoeiro no Brasil; 
o Introdução da batata nos EUA (colorado potato beetle). 
 
 
 
Porque os insetos se tornam 
pragas?
21 
 
2.4 Classificação de pragas 
 
 
a) Organismos não-praga: são aqueles cuja densidade populacional nunca atinge o nível de 
controle: 
 
 
 
 
b) Pragas secundárias: são aquelas que raramente atingem o nível de controle: 
 
 
 
 
 
 
 
 
c) Pragas frequentes (Praga-chave): são aquelas que frequentemente atingem o nível de 
controle: 
 
22 
 
 
d) Pragas Severas (Praga-chave): são aquelas cujo ponto de equilíbrio é sempre maior que 
o nível de dano econômico: 
 
 
 
2.5 Importância das pragas de plantas 
 
O número de espécies de insetos descritas é estimado em aproximadamente um 
milhão, das quais cerca de 10% são pragas, prejudicando plantas, animais domésticos e o 
próprio homem. Os danos causados pelos insetos às plantas são variáveis, podendo ser 
observados em todos os órgãos vegetais. Dependendo da espécie e da densidade 
populacional da praga, do estádio de desenvolvimento e estrutura vegetal atacada e a 
duração do ataque, poderá haver maior ou menor prejuízo quantitativo e qualitativo. Tais 
danos são variáveis de país para país, de acordo com as características climáticas, 
variedades e técnicas agronômicas empregadas. 
Os insetos podem causar danos diretos quando atacam o produto a ser 
comercializado, ou dados indiretos quando atacam estruturas vegetais que não serão 
comercializados (folhas, raízes, por exemplo), mas que alteram os processos fisiológicos, 
provocando reflexos na produção. Além disso, podem atuar indiretamente¸ transmitindo 
patógenos, especialmente vírus, facilitando a proliferação de bactérias e o desenvolvimento 
de fungos (fumagina) e outros patógenos, ou injetando substâncias toxicogências durante o 
processo alimentar. 
Em termos mundiais, os prejuízos causados por pragas e doenças são bastante 
elevados e, juntamente com as plantas daninhas, chegam a causar perdas da ordem de 38% 
de toda a produção. 
Alguns países tiveram a sua economia fortemente abalada devido ao ataque de 
pragas. Assim, em 1867, a França sofreu um enorme impacto devido à presença do pulgão-
da-videira, Daktulospharia vitifolie, que dizimou em pouco tempo os vinhedos existentes, uma 
das maiores culturas do país naquela época. A produção de vinho baixou de tal maneira, que 
o governo estabeleceu um prêmio para aqueles que conseguissem resolver esse problema. 
Outro exemplo é a mosca-do-mediterrâneo, Ceratitis capitata, que exigiu o gasto de 
milhões de dólares para sua erradicação. Em 1929, o governo dos EUA foi alterado pelas 
técnicas da greve situação que se encontrava a citricultura da Flórida, causada pela 
introdução dessa mosca. Assim, foram decretadas medidas profiláticas rigorosas, com 
interdição da área, evitando que passageiros que saíssem da Flórida pudessem propagara a 
praga por meio de frutas atacadas. Os esforços foram coroados de pleno êxito e, após 19 
meses de incessantes trabalhos de erradicação, essa praga foi definitivamente eliminada 
daquele país. 
23 
 
O Brasil, por ser um país tropical e com extensas áreas cultivadas, também apresenta 
sérios problemas com pragas. Por exemplo, a citricultura brasileira sobre uma grande crise 
quando em 1939, surgiu a doença denominada “tristeza”, arrasando com pomares paulistas, 
devido à presença do pulgão Toxoptera citricida, eficiente transmissor dessa doença. A 
recuperação dessa lavoura levou muitos anos e só foi possível graças ao desenvolvimento de 
novos porta-enxertos. 
A cafeicultura também teve seus problemas por volta de 1924, quando foi constatada 
a presença da broca Hypothernemus hampei, provavelmente introduzida de Java ou da África, 
em partidas de sementes de café. Os prejuízos causados por essa praga abalaram a 
cafeicultura do Estado de São Paulo e, posteriormente, demais Estados do Brasil, no período 
de 1924 a 1948, até que surgissem inseticidas eficientes para o controle dessa praga. 
Em 1983, foi registrada pela primeira vez a presença de Anthonomus grandis no Brasil. 
Essa praga chegou a limitar a produção de algodão em algumas áreas do país, especialmente 
na região Nordeste, sendo que em algumas áreas, onde o manejo de pragas na cultura já era 
uma realidade, houve comprometimento dessa tecnologia, pois a praga passou a exigir a 
aplicação de, no mínimo 3 pulverizações a mais, com reflexos bastante elevados no custo de 
produção e no ecossistema. 
Em 1996, foi encontrada no Brasil, a minadora-dos-citros, Phyllocnistis citrella. Além 
dos prejuízos diretos que esse inseto causa às brotações de citros, sua relação com o cancro 
é bastante evidente. Assim, desde sua introdução, os focos do cancro aumentaram cerca de 
10 vezes, já que os danos causados pela praga podem contribuir para a penetração e 
desenvolvimento da bactéria Xanthonomas axonopodis pv. citri, causadora da doença. 
Levantamentos recentes realizados no Brasil indicam que as pragas podem ser 
responsáveis por perdas na ordem de 1,2 bilhões de dólares para as principais culturas 
brasileiras. Por se uma região tropical, as pragas são favorecidas apesar de os percentuais 
de perdas serem variáveis de região para região, principalmente levando-se em conta as 
diferenças socioeconômicos existentes no País. 
 
2.5.1 Classificação dos insetos de acordo com a herbivoria 
 
Consumo foliar (alimentação externa) 
 
Mais visível do que ataque por sugadores. Lepidoptera e coleoptera são os grupos 
mais diversos. Outras ordens que se alimentam de folhas são: Orthoptera, Hymenoptera, 
Phasmatodea e Psocoptera 
 
24 
 
 
Minas e brocas (alimentação interna) 
 
Minadores são insetos que residem e se alimentam da epiderme da planta. Podem 
ser: minadores de folhas, alojando entre as duas epidermes da folha e minadores de caules, 
alojando nas camadas superficiais dos caules. Somente 4 ordens de holometábolos são 
minadores: Diptera, Lepidoptera, Coleoptera e Hymenoptera. 
 
 
Broqueadores são insetos que residem e se alimentam em camadas profundas da 
planta, dentro dos tecidos. As brocas podem se alimentar de qualquer parte da planta, estando 
o material vivo ou morto. As partes mais atacadas são: troncos que são utilizados por 
Coleoptera, Lepidoptera e Hymenoptera; frutos que são mais utilizados por Diptera, 
Lepidoptera e Coleoptera; sementes utilizadas basicamente por Coleoptera e Lepidoptera. 
 
 
Sugadores de seiva (alimentação interna) 
 
É uma forma de alimentação inconspícua, quando comparadas com o consumo foliar. 
A alimentação se dá pela sucção do conteúdo do floema (seiva elaborada). 
25 
 
Pode provocar dano direto através retardamento do crescimento geral da planta e 
dano indireto através da transmissão de viroses ou injeção de saliva tóxica. 
A grande maioria do sugadores são insetos da Ordem Heteroptera (Homoptera e 
Hemiptera) que se alimentam através de estiletes e insetos da ordem Thysanoptera que se 
alimentam via estiletes e via raspagem da epiderme. 
 
Galhadores (alimentação interna) 
 
São os insetos que emitem um estímulo químico às células de tecidos vegetais, 
fazendo com que estes tecidos se desenvolvam patologicamente. Este desenvolvimento pode 
serum aumento do tamanho das células causando uma hipertrofia celular ou um aumento do 
número de células causando uma hiperplasia. Esta transformação do tecido vegetal 
proporciona um local adequado ao desenvolvimento do inseto. 
 
 
 
26 
 
Atividades para fixação 
 
1. O que é entomologia? 
2. Porque estudar insetos? 
3. Por que insetos são tão diversos? 
4. Suponha que você foi contratado para fazer um levantamento completo das espécies de 
insetos e ácaros da mata de uma empresa da região. Qual desses dois grupos você espera 
que seja mais diversificado? Por quê? 
5. Suponha que você foi contratado para fazer um levantamento completo das espécies de 
insetos da mata de uma empresa da região. Considerando insetos adultos somente, você 
espera encontrar mais espécies aladas ou mais espécies ápteras? Por quê? 
6. Além dos benefícios ecológicos e econômicos que trazem alguns insetos à humanidade, 
em quais outras áreas são utilizados e considerados como benéficos? Por quê? 
7. Por que não são considerados os insetos como fonte nutritiva para os humanos, sendo 
que ao igual que outros animais invertebrados possuem uma rica composição dietética 
(calórica, proteínica, vitamínica e de minerais)? 
 
 
8. Veja o meme abaixo e descreva o significa cor de carmim: 
27 
 
 
 
9. O que é uma praga? 
10. Porque os insetos se tornam pragas? 
11. Qual a importância das pragas de plantas? 
12. Quais as principais características que garantiram o sucesso dos insetos como o grupo 
mais diverso no ecossistema? 
13. Qual a importância das abelhas para o agroecossistema? 
 
 
28 
 
3. Morfologia básica de insetos 
 
 A morfologia estuda externamente as partes do corpo dos insetos. A importância de 
se estudar morfologia se deve ao fato de ajudar no reconhecimento de grupos maiores 
(ordens, famílias, gêneros), assim como na caracterização de hábitos e comportamento dos 
insetos. 
As características morfológicas serão apresentadas para o tegumento (exoesqueleto) 
e para as três regiões do corpo de um inseto: cabeça, tórax e abdome. 
 
 
3.1 Exoesqueleto 
 
O grande sucesso dos insetos deve-se em parte ao seu exoesqueleto, que confere 
uma mistura de flexibilidade e força permitindo que o inseto tenha liberdade de movimento e 
ao mesmo tempo não perca em defesa e proteção. 
O tegumento, também chamado de exoesqueleto, é uma camada contínua que cobre 
externamente o corpo do inseto. O exoesqueleto é por uma camada resistente de quitina e 
divido em diversas placas unidas por membranas, o que permite a movimentação. 
O exoesqueleto, é de fundamental importância para a sobrevivência dos insetos, pois 
eles protegem os órgãos internos, permitem sustentação do corpo e suporte para os 
músculos, evitam a perda de excessiva água e, em alguns casos, protegem o inseto contra 
certos tipos de predadores. Além disso, também confere proteção mecânica, química e 
biológica e ainda é ponto de ligação entre os apêndices (antenas, pernas, peças bucais, etc). 
O exoesqueleto é constituído de três partes: a mais externa é a cutícula, abaixo desta 
vem a epiderme e a membrana basal. A cutícula é uma camada relativamente fina de material 
não celular que delimita a superfície externa do corpo, de estrutura flexível e elástica. Quando 
acaba de ser formada é branca e pode permanecer assim em muitas formas jovens. Na 
maioria dos adultos ela passa por um processo químico que resulta no seu endurecimento e 
escurecimento que é denominado esclerotização. Ela tem como função evitar perda de água, 
prevenir a predação e prover camuflagem, através de uma camada de cera. É formada por 
quitina (cadeia de n-acetil-glucosamina) que é um polímero de alto peso molecular. Está 
relacionada com o movimento e extensão do corpo. Pode possuir protuberâncias (espinhos, 
cerdas, pêlos providos de sensilas) cuja função pode ser de ornamentação, gerar sons, ou 
estruturas sensoriais (ligados à células sensitivas). Também é responsável pela cor 
(pigmentos oriundos de plantas e do metabolismo). 
Como o exoesqueleto é uma estrutura muito rígida, o inseto só consegue crescer após 
a troca desse exoesqueleto, processo que chamamos muda ou ecdise. Durante a muda, o 
organismo do inseto produz um novo exoesqueleto embaixo do exoesqueleto velho, que se 
rompe permitindo a saída do inseto. Assim que sai do exoesqueleto velho, o inseto, que está 
agora com um exoesqueleto novo e muito flexível, consegue crescer, e depois de alguns 
minutos ou até horas, esse novo exoesqueleto endurece. Dessa forma, o exoesqueleto é 
eliminado e renovado a cada muda, a medida que o inseto se desenvolve. 
 
29 
 
 
Figura: Gafanhoto saindo do exoesqueleto velho, no processo que chamamos de muda ou 
ecdise. 
 
 
3.2 Cabeça 
 
As principais funções da cabeça são: 
 
 Percepção sensorial: pela presença dos 
órgãos sensoriais de visão, ofato e 
gustação. 
 Integração nervosa: abriga o cérebro, 
principal órgão do sistema nervoso. 
 Aquisição de alimento: pela presença 
das peças bucais. 
 
Os apêndices da cabeça são: 
 
 Fixos: olhos compostos e ocelos. 
 Móveis: antenas e peças bucais. 
 
Olhos compostos: Estruturas típicas de insetos adultos e ninfas. É o principal órgão de 
visão dos insetos. O olho composto é formado por várias unidades chamadas omatídeos. 
Quanto maior o número de omatídeos, maior a capacidade visual dos insetos. 
 
Ocelos dorsais: uma estrutura bem mais simples, que pode estar ausente. Está presente 
em adultos e ninfas. Ocorrem em número de 3, em formato de triângulo invertido ou em par. 
Tem a função de percepção imediata de mudança na intensidade luminosa. 
 
Ocelos laterais: ou chamado de estematas, são os únicos órgãos visuais das larvas. É 
uma estrutura parecida com omatídeo. Eles funcionam como um órgão para percepção de 
luz. 
30 
 
 
 
 
Antenas: são apêndices sensoriais com 
função de olfato, audição, tato e gustação, e 
desse modo, apresentam inúmeras 
modificações para e estruturas para 
desempenhar essas funções. As antenas 
também podem desempenhar funções de 
equilíbrio e auxiliar o macho a segurar a fêmea 
durante a cópula. Todos os insetos adultos 
possuem um par de antenas. Geralmente os 
machos apresentam antenas maiores e mais 
elaboradas para localizar as fêmeas. 
 
31 
 
 
Figura: Diferentes tipos de antenas presentes nos insetos. 
 
 
 
 Pelo reconhecimento do tipo de aparelho bucal dos insetos, é possível identificar o seu 
hábito alimentar e até mesmo o tipo de dano que eles os insetos herbívoros podem causar 
nas plantas. Além disso, também serve como uma característica para identificar as principais 
ordens de insetos. 
 
Uma das grandes variações que permitiu ainda mais a colonização dos diferentes 
meios pelos insetos e, assim, a diversificação de espécies, foi o surgimento de vários tipos 
diferentes de aparelhos bucais, sendo o seu aspecto utilizado como um dos critérios de 
classificação de acordo com a forma e função que desempenha. Entre os animais, sejam eles 
invertebrados ou vertebrados, a anatomia bucal está diretamente relacionada ao hábito 
alimentar. Nos insetos, grupo de animais com maior diversidade de espécies e número de 
organismos dispersos nos mais diferentes ecossistemas, possui estrutura morfológica do 
aparelho bucal bem diversificada. 
Alguns insetos modificaram o aparelho bucal de forma a se alimentar de fluidos; outros, 
de materiais sólidos. Há besouros que se alimentam de outros insetos; há aqueles que se 
Qual a importância prática do 
reconhecimento do tipo de aparelho 
bucal dos insetos?
32 
 
alimentam de vegetais. Há insetos que se alimentam da seiva de plantas enquanto outros se 
alimentam de sangue. Há ainda insetos que se alimentam de tudo, incluindo material em 
decomposição, outros não se alimentam na fase adulta. 
O aparelho bucal possui modificações segundo a maneira pela qual o inseto se 
alimenta, ataca ou sedefende de inimigos. Desse modo as peças bucais estão adaptadas, 
conforme o caso, para mastigar, picar, lamber, sugar, roer. Vejamos alguns dos aparelhos 
bucais a seguir: 
 
Mastigador: Servem primariamente para particionar os alimentos. Mas também pode servir 
como defesa e para condução de matéria, modificação do meio e 
limpeza de antenas e pernas. É o tipo de aparelho bucal mais 
primitivo. Os insetos com aparelho bucal mastigador (besouros, 
gafanhotos, baratas, lagartas, formigas, etc.) possuem 
mandíbulas robustas, com as quais trituram os alimentos, sempre 
sólidos. 
 
 
 
Lambedor: só encontrado nas abelhas, as maxilas são alongadas, o 
lábio é distensível e funciona como uma língua recolhedora de 
líquidos. Esses insetos apresentam mandíbulas e o aparato lambedor 
ao mesmo tempo. Abelhas, por exemplo, usam as mandíbulas para 
mover objetos sólidos nas colmeias e o lambedor para sugar mel e 
néctar. 
Sugador-maxilar: também chamado 
de espirotromba, é um aparelho bucal que serve para sugar 
líquidos que estejam mais inacessíveis, como o néctar de uma 
flor. Pode se estender e se retrair. Apenas borboletas e 
mariposas têm espirotromba. Neste tipo de aparelho bucal a 
modificação ocorre nas maxilas, que se alongam muito e se 
juntam para formar um tubo aspirante, que se enrola em 
espiral e, por isso, é chamado espirotromba. 
 
Sugador-esponjador: É adaptado para absorver fluidos 
diversos livres no ambiente, como sumo e suco de frutas, 
açúcares e fluidos de ferimentos. Na mosca doméstica, 
os dois estiletes (o labro e a hipofaringe) situam-se em um 
sulco anterior do lábio, constituindo o haustelo; a 
extremidade distal do lábio apresenta dois grandes lobos 
ovais macios, as labelas, percorridas por sulcos 
transversais ou canais alimentares, formando uma 
estrutura esponjosa para sorver. 
 
Picador-sugador: É um aparelho bucal modificado com 
todas as partes unidas em uma estrutura perfurante para 
sugar fluidos internos, como sangue e seiva das folhas dos 
vegetais. O aparelho bucal do tipo sugador-picador surge 
como resultado da transformação de certas peças bucais. 
Em geral as modificações ocorrem no lábio, que 
33 
 
transforma-se em uma bainha envolvente ou um tubo 
alongado e oco, denominado rostro ou haustelo. As outras 
peças bucais são modificadas em longos e finos estiletes 
quitinizados, semelhantes a agulhas perfurantes; os estiletes 
de alguns insetos podem ser largos, assemelhando-se mais a 
lâminas cortantes. O lábio não é usado para picar; ele 
simplesmente encosta ou apoia-se no substrato, sendo a 
função perfurante ou cortante realizada pelos estiletes. Ocorre 
em pernilongos, mutucas, percevejos, pulgões, cigarras, 
etc. 
 
Figura: Principais tipos de aparelhos bucais dos insetos. 
 
 
Figura: Rostro (aparelho bucal) de percevejos: 
 Fitófago: rostro reto e longo. 
34 
 
 Predador: curto e curvo. 
 Hematófago: rostro curto e reto. 
 
3.3 Tórax 
 
A segunda região do corpo é o tórax, divido em três segmentos: 
 
1. Protórax – ligado a cabeça (1º par de pernas) 
2. Mesotórax – segmento mediano (2º par de pernas e 1º par de asas) 
3. Metatórax – ligado ao abdome (3º par de pernas e 2º par de asas) 
 
 
 
Apêndices Torácicos: Pernas e Asas. 
 
Pernas: Os insetos são denominados hexápodes, por apresentarem três pares de pernas, 
uma em cada segmento do tórax. As penas são apêndices locomotores terrestres ou 
aquáticos com função de locomoção, escavar, coletar alimentos, capturar presas. Em geral 
existem nas pernas cinco segmentos: coxa, trocânter, fêmur, tíbia e tarso, este dividido em 
artículos em número de um a cinco. No último artículo tarsal encontram-se as garras, 
geralmente duas, e duas ou três minúsculas peças, os pulvilos, que ajudam os insetos a 
locomover-se em superfícies lisas. Muitas larvas também têm seis pernas; outras, como as 
larvas das moscas, não têm pernas. As lagartas ou larvas de borboletas, mariposas e traças 
possuem, além dos três pares de pernas autênticas, localizadas no tórax, um número variável 
de pseudopernas situadas nos segmentos do abdome, cujo número varia de dois a cinco 
pares. 
35 
 
 
As pernas são denominadas anteriores, medianas e posteriores de acordo com a sua 
inserção. O tipo de perna é importante para caracterizar os hábitos do inseto (pernas 
saltatórias - saltam, raptoras - captura de presas, cursoriais - correm, natatórias - nadam, 
gressoriais - andam, e fossoriais - escavam). Os diferentes tipos de pernas são: 
 
a) Ambulatória: tipo fundamental e sem modificações, presente em quase todas as ordens, 
apropriadas para andar ou correr. 
b) Saltatória: pernas posteriores dos gafanhotos. Fêmur e tíbias bem desenvolvida, 
entumecidas e alongadas. 
c) Natatória: encontradas em insetos aquáticos. Parte mediana e posterior adaptada para 
nadar. Fêmur, tíbia e tarso achatados e com margens providas de pelos e esporões. 
d) Preensora: fêmur desenvolvido, com um sulco no qual se aloja a tíbia recurvada. Serve 
para prender outros animais (presa). 
e) Raptatória: transformadas para capturar outros insetos. Fêmur e tíbia com numerosos 
espinhos e dentes. 
f) Fossorial: servem para escavar o solo. Tíbias ou tarsos modificados em expansões 
laminares. 
g) Escansorial: tíbia, tarsos e garras tarsais possibilitam aos piolhos agarrarem-se ao pelo 
do hospedeiro. 
h) Coletora: Terceiro par de patas de alguns himenópteros. Servem para recolher e 
transportar grãos de pólen. O primeiro segmento do tarso é bastante desenvolvido (basitarso). 
Nas abelhas existe a corbícula. 
i) Adesivas: Pernas anteriores de alguns coleópteros aquáticos (machos) objetivando fixar-
se durante a cópula. 
 
36 
 
 
 
 
 
 
 
 
Asas: apêndices torácicos para locomoção aérea. Só são funcionais na fase adulta. 
Normalmente dois pares (um no mesotórax e outro no metatórax). A principal característica 
que concedeu esse grande sucesso adaptativo aos insetos é a sua capacidade de voo, que 
permite a esses animais fugir de predadores, buscar alimentos ou até mesmo procurar por 
condições ambientais que favoreçam sua sobrevivência. Alguns insetos jamais desenvolvem 
asas, quer por descenderem, como a traça-dos-livros, de formas ancestrais não aladas, quer 
por terem desenvolvido adaptações à vida parasitária (piolho, pulga) acompanhadas, ao longo 
da evolução, pela regressão das asas. Formigas e cupins são também ápteros, salvo as 
castas sexuadas. Os insetos de algumas ordens, como a das moscas, possuem somente um 
par de asas. A grande maioria, porém, é dotada de dois pares, sendo as posteriores sempre 
membranosas e localizadas no metatórax. As asas também podem servir também de proteção 
37 
 
(besouros), produção de som (grilos), órgão de equilíbrio (moscas) e coletor de calor 
(borboletas). Vejamos agora os diferentes tipos de asas presentes nos insetos: 
 
Membranosas: são finas e flexíveis com nervuras bem distintas. É o par posterior da maioria 
dos insetos. Podem ser nuas (libélulas, aleluias, moscas) ou cobertas por escamas 
(borboletas e mariposas). 
 
Tégmina: Aspectos pergaminoso ou coriáceo, normalmente estreitas e alongadas. Exemplo: 
grilos, gafanhotos, baratas. 
 
Élitros: são duras e servem de proteção as asas membranosas dos besouros. São chamados 
braquiélitros quando não cobrem totalmente o abdome, como a asa anterior da tesourinha. 
 
Hemiélitros: Asas anteriores dos percevejos apresentam a parte basal coriácea e a apical 
membranosa. Ocorre em percevejos. 
 
Balancins: São o segundo par de asas de moscas e mosquitos, são atrofiadas e tem função 
de equilíbrio durante o vôo. 
 
Franjadas: São alongadas com longos pelos em toda sua extensão, nervuras reduzidas. 
Presentes nos tripes. 
 
 
 
 
 
 
 
3.4 Abdome 
 
 O abdome é a terceira região do corpo dos insetos, que se caracteriza pela 
segmentação típica, simplicidade de estruturas e ausência geral de apêndices locomotores.38 
 
 Apesar da sua aparência simplificada, o abdome é uma região altamente 
especializada, que contém os principais órgãos; também essa é a região por onde ocorrem 
os movimentos respiratórios, e os espiráculos são a abertura do sistema respiratório. As 
principais funções do abdome são: 
 
 Armazenamento e processamento de nutrientes; 
 Circulação de hemolinfa; 
 Bombeamento de oxigênio; 
 Desenvolvimento dos ovos; 
 Produção de espermatozoides; 
 Acasalamento. 
 
 
 
Apresenta no máximo 11 segmentos, também chamados de urômeros; no último situa-
se a abertura anal, no penúltimo a abertura genital masculina e no antepenúltimo a abertura 
genital feminina. Em muitos insetos há, no décimo segmento, um par de apêndices laterais, 
os cercos, às vezes bastante desenvolvidos, filiformes ou em forma de pinça. Em muitas 
espécies as fêmeas apresentam vários apêndices, que formam um órgão especial, o 
ovipositor, com o qual põem os ovos. Esse órgão, que parte da vagina, apresenta forma e 
comprimento variáveis; não raro é alongado e penetrante, para que os ovos possam ser 
depositados em buracos na terra ou no interior de plantas ou animais. Nas abelhas esses 
apêndices agem como agulhões inoculadores de veneno, os chamados ferrões. 
 
 
Apêndices abdominais: durante o desenvolvimento embrionário alguns insetos apresentam 
apêndices abdominais que geralmente não permanecem após a eclosão da larva, ninfa ou 
náiade. Em alguns casos estes apêndices permanecem transformando-se em estruturas 
funcionais.. 
 
 Cercos: localizam-se nas partes látero-dorsais do último urômero. Função sensorial, 
mas podem auxiliar na cópula e até exercer função preensora (tesourinha). 
 Estilos: são estuturas pareadas, multissegmentadas e mais curtas que os cercos. 
Têm função sensorial e está presente apenas em machos. Ex.: barata e louva-deus. 
 Sifúnculos: par de apêndices dorsais que podem liberar feromônio de alarme. Ex. 
típico dos pulgões 
 Acúleo: últimos segmentos abdominais, modificados na forma de tubo, com função 
de ovipositor na mosca-das-frutas. 
 Pernas abdominais: presente em lagartas e algumas larvas himenópteros. 
39 
 
 Brânquias: estruturas respiratórias de insetos imaturos aquáticos. Em alguns casos 
tem função natatória. 
 
 
 
 
 
 
40 
 
 
Atividades para fixação 
 
1. Para ser considerado um inseto, o animal precisa apresentar algumas características. Entre 
as características a seguir, qual é a única que não pode ser encontrada em um inseto? 
 
a) Um par de olhos compostos. 
b) Um par de antenas na cabeça. 
c) Corpo dividido em cabeça, tórax e abdome. 
d) Presença de seis pares de pernas. 
e) Presença de asas. 
 
2. Os insetos, assim como outros artrópodes, possuem um exoesqueleto quitinoso 
relacionado com a proteção contra predadores e a perda de água. Esse exoesqueleto, no 
entanto, é um grave problema quando o assunto é crescimento. Marque a alternativa que 
apresenta o nome do processo que garante o crescimento desses animais. 
 
a) Metamorfose. 
b) Permuta. 
c) Ecdise. 
d) Pupa. 
e) Evolução. 
3) As antenas, asas e as pernas dos insetos são componentes de grande importância para o 
sucesso no meio em que eles vivem. Como deveriam ser estas estruturas em um inseto 
predador, noturno e terrestre? Por quê? 
4) As antenas, asas e as pernas dos insetos são componentes de grande importância para o 
sucesso no meio em que eles vivem. Como deveriam ser estas estruturas de um inseto 
predador, diurno e aquático? Por quê? 
5) A cigarra e a formiga são personagens de uma fábula que enaltece o trabalho. A biologia 
dos grupos aos quais pertencem esses insetos explica o diferente papel desempenhado por 
41 
 
eles na fábula. No verão, encontram-se cascas de cigarras presas nas árvores ou no chão. 
Há uma crença popular de que as cigarras "arrebentam de tanto cantar". 
a) Qual a função do canto das cigarras? 
b) As cascas não são cigarras mortas. Explique o que representam essas cascas. 
 
6) Por que geralmente os machos tem as antenas mais desenvolvidas que as fêmeas? 
 
7) Qual a importância prática do reconhecimento do tipo de aparelho bucal dos insetos? 
 
8) Observe a charve abaixo e comente as características do exoesqueleto dos insetos: 
 
42 
 
4. Biologia dos insetos 
 
Biologia é a ciência que estuda a vida e os organismos vivos, sua estrutura, 
crescimento, funcionamento, reprodução, origem, evolução, distribuição, bem como suas 
relações com o ambiente e entre si (ecologia). 
O ciclo biológico é o conjunto de fases (ou estágio) por que passa o inseto, desde o 
ovo até o adulto. 
 
4.1 Reprodução 
 
 Uma das razões para explicar a grande capacidade adaptativa dos insetos no globo 
terrestre é a sua alta capacidade reprodutiva. A multiplicação rápida dos insetos deve-se 
principalmente às fêmeas prolíferas e ao ciclo biológico curto. 
A reprodução nos insetos é geralmente dependente do encontro dos dois sexos e da 
fecundação do óvulo pelo espermatozoide, também chamada de reprodução sexuada. 
Porém, há inúmeras exceções, visto a grande diversidade dos insetos. Veja a seguir as etapas 
da reprodução sexuada, desde a aproximação dos insetos até a cópula: 
 
a) Aproximação dos sexos: Os insetos machos e fêmeas precisam sicronizam o tempo e 
local para o acasalamento para que haja o acasalamento. Isso pode ser feito de uma maneira 
mais “chamativa” como por exemplo, pela luminescência dos vagalumes, pelo som emitido 
pelos grilos através da fricção de asas e pernas, pela cacofonia das cigarras. Existem outras 
formas mais discretas, perceptíveis apenas aos insetos, mas com a mesma eficiência. 
Exemplo os feromônios. Esses sinais para atração do sexo oposto, geralmente são 
específicos para cada espécie. O enxame é a forma mais efetiva para o encontro de parceiros. 
Ex. poste de luz. Não necessita ser visual, podendo ser odor. Este sistema permite o encontro 
do casal de modo mais efetivo do que a procura. 
 
b) Corte: Comportamento de curta distância que induz a receptividade sexual antes do 
acasalamento. É um mecanismo para diminuir a atração cruzada – os sinais podem ser 
movimentos, presentes nupciais, danças, estimulação o tátil, odores, vibração das asas. 
Somente a sequência correta garante a cópula. 
 
c) Seleção sexual: os sexos dos insetos são dimórficos, ou seja, machos e fêmeas tem 
características morfológicas diferentes. Exemplo: machos adornados com características 
43 
 
secundárias relacionadas com a corte; “chifre” em besouros; som em grilos; cor das asas em 
borboletas. A fêmea é capaz de escolher machos de melhor qualidade reprodutiva. 
 
 
 
 
d) Cópula: consiste na transferência direta de espermatóforo na bursa copulatrix. Durante a 
cópula, o macho pode transferir substâncias que irão contribuir para a oviposição, ou até 
mesmo substâncias que vão causar a repressão da receptividade pela fêmea, fazendo com 
que ela não aceite nenhum outro macho, com a finalidade de garantir que apenas os 
descendentes dele sejam gerados. 
 
e) Estocagem de esperma e fertilização: Os óvulos maduros recebem o esperma pela 
micrópila (orifício do óvulo) onde se dá a fertilização. Existe uma economia e eficiência do uso 
porque as fêmeas podem estocar esperma por longo tempo e liberá-los pouco a pouco 
controladamente. Na glândula espermatecal contém substâncias que nutrem os 
espermatozoides. 
 
f) Oviposição: consiste na reprodução propriamente dita. Os embriões podem ser 
ovipositados na forma de ovos, larvas ou ninfas, dependendo do tipo de reprodução, conforme 
apresentado a seguir. 
 
4.1.1 Tipos de reprodução 
 
Oviparidade: é o tipo mais comum de reprodução. As fêmeas depositam ovos que dão 
nascimento à larvas ou ninfas. Neste caso o ovo apresenta reserva nutritiva completa (vitelo) 
para este desenvolvimento. Os ovos variam grandemente em aparência (podem ser esféricos, 
ovais, alongados, em forma de barril,forma de disco, etc.). Podem ser colocados 
separadamente ou em massas (unidos uns aos outros) nas plantas (mariposas, percevejos), 
no solo (gafanhotos, grilos, etc.), sobre animais (piolhos), na água (pernilongos), sobre ou 
dentro de outros insetos (parasitoides), etc. A maioria dos insetos fitófagos depositam seus 
ovos na planta hospedeira da larva ou da ninfa, como os borboletas e mariposa. Nas plantas, 
as posturas podem ser endofícas (ovos colocados no interior de folhas, ramos, frutos) ou 
exofítica (sobre a superfície das plantas). As fêmeas que fazem postura endofítica 
apresentam ovipositor nos últimos segmentos abdominais ou os últimos urômeros são 
44 
 
modificados em estrutura perfurante (acúelo das moscas-das-frutas). Comumente, os ovos 
apresentam uma cobertura que varia em espessura, escultura e cor. Muitos ovos são providos 
de ranhuras características, espinhos ou outros processo, e alguns podem ser brilhantes. 
Muitos insetos envolvem seus ovos em uma espécie de material protetor, como as baratas e 
os louva-a-deus, que envolvem seus ovos em uma capsula chamada ooteca, ou protegem o 
local da postura com secreção ou fezes. O número de ovos depositado varia de um (pulgões 
de clima frio) a milhões de ovos (insetos sociais como cupins e formigas). A maioria dos 
insetos deposita de cinquenta a algumas centenas de ovos. 
 
Viviparidade: o desenvolvimento embrionário é completado dentro do corpo da fêmea, que 
deposita larva ou ninfa em vez de ovos, sendo ela chamada fêmea vivípara. Nesse caso, 
os ovos são deficientes em vitelo e desenvolvem-se no trato genital da fêmea. Exemplo: 
pulgões e algumas moscas. 
 
 
4.1.2 Modos atípicos de reprodução 
 
Partenogênese: refere-se ao crescimento e desenvolvimento de um embrião sem fertilização 
do óvulo pelo espermatozoide, ou reprodução assexuada. Geralmente ocorre combinada 
45 
 
com outros tipos de reprodução como: oviparidade, viviparidade. A partenogênese pode ser 
classificada em: 
 Telítoca: quando dá origem apenas à fêmeas; 
 Arrenótoca: quando dá origem apenas à machos; 
 Anfítoca: quando dá origem à ambos, mas só ocorrem em pulgões de clima 
temperado. 
A partenogênese ainda pode ser obrigatória – quando a reprodução ocorre somente por 
partenogênese. Ex.: pulgões de clima tropical, zangões. Ou facultativa – quando os ovos 
não fecundados originam fêmeas e ovos fecundados originam machos e fêmeas. 
 
 
Pedogênese: Em alguns casos, indivíduos imaturos são capazes de se reproduzirem por 
partenogênese ou por células não consideradas reprodutivas. Trata-se de um encurtamento 
do ciclo de vida. É um fenômeno raro. 
 
Neotenia: Quando um ínstar não terminal desenvolve características reprodutivas do adulto, 
incluindo a habilidade de localizar um parceiro sexual, copular e depositar ovos (ou larvas) de 
uma maneira convencional denominamos neotenia. 
Poliembrionia: Geralmente quando ocorre poliembrionia, ela está associada com oviparidade 
ou partenogênese. Pode ocorrer de duas formas: numa delas, as células se dividem durante 
a divisão mitótica, e cada célula dá origem a um indivíduo; na outra forma, ocorrem várias 
clivagens onde cada uma dá origem a um indivíduo. É bem restrita a vespas parasitas. O 
número de larvas produzidas é influenciada pelo tamanho do hospedeiro, variando de dez a 
milhares de indivíduos surgindo de um ovo pequeno e sem vitelo, o que é extremamente 
vantajoso para a fêmea que tem um gasto de energia relativamente pequeno durante a 
oviposição. 
 
46 
 
 
Todos esses tipos de reprodução são uma forma de adaptação evolutiva dos insetos. 
A partenogênese facultativa, e variação no sexo do ovo produzido pode ser uma resposta a 
flutuações das condições do ambiente como ocorre em afídeos que variam o sexo dos filhos 
e misturam ciclos partenogenéticos e sexuados de acordo com a estação do ano. 
 
4.2 Desenvolvimento 
 
 O desenvolvimento de um inseto envolve tanto o crescimento no tamanho como a 
mudança na forma. Pode ser divido em embrionário (fase de ovo) e pós-embrionário. 
 
4.2.1 Desenvolvimento embrionário 
 
 O desenvolvimento embrionário inicia-se após a fecundação do óvulo pelo 
espermatozoide formando o núcleo zigótico e finaliza com a eclosão da larva ou ninfa. Após 
a deglutição do líquido amniótico, o inseto aumenta de volume, ocupando todo o ovo, e o cório 
(“casca” do ovo) se rompe, com auxílio da força muscular, permitindo a lenta saída do inseto. 
 
 
 
 Ovos de percevejo Eclosão ninfas da ooteca (massa de ovos) 
da barata. 
Por que estes tipos de 
reprodução ocorrem?
47 
 
4.2.2 Desenvolvimento pós-embrionário 
 
 O desenvolvimento pós-embrionário inicia-se com eclosão da larva ou ninfa e finaliza 
com a emergência do adulto. Todos os insetos se tornam maduros no ínstar final (imago ou 
adulto). Existe um número determinado de ecdises (troca de tegumento) para cada inseto. 
Durante o processo de crescimento ocorre mudanças na forma conhecidas como 
metamorfose. 
A ecdise ou muda, é o fenômeno fisiológico de mudança do tegumento/exoesqueleto, 
e é necessária para o crescimento dos insetos. É controlada totalmente por hormônios. 
Durante a ecdise, ocorre a produção de uma nova cutícula e a degradação da velha. 
 
4.2.3 Metamorfose 
 
 Durante o desenvolvimento pós-embrionário, a forma geral do corpo do inseto em cada 
estádio pode diferir pouco em relação aos estádios precedentes, exceto pelo aumento de 
tamanho, e assim o inseto pode atingir a maturidade sem sofrer metamorfose (ametábólicos). 
A maioria dos insetos sofrem metamorfose (metabólicos), e as formas jovens mudam de 
forma de maneira gradual ou drástica nos estádios finais de desenvolvimento, quando se 
transformam em adultos. 
 De acordo com o desenvolvimento pós-embrionário, surgem os seguintes tipos de 
metamorfose: 
 
Ametabolia: Não ocorre mudança de forma. O inseto recém eclodido já tem a forma do adulto, 
com tamanho menor e órgãos reprodutivos pouco desenvolvidos. Ex.: traça dos livros. 
 
 
Hemimetabolia: metamorfose parcial (incompleta). O inseto recém-eclodido (ninfa) 
assemelha-se ao adulto, porém com tamanho menor, ausência de asas e órgãos reprodutivos 
pouco desenvolvidos. Fases: ovo – ninfa – adulto. 
48 
 
 
 
 
Holometabolia: metamorfose completa. Transformação drástica nas formas imaturas até a 
fase adulta. Fases: ovo – larva – pupa – adulto. Esta forma de desenvolvimento por 
metamorfose completa também contribuiu para o sucesso dos insetos, já que os insetos 
jovens e adultos ocupam habitats diferentes e não competem entre si. 
 
 
 
Atividades para fixação 
 
1) Observou-se que uma vespinha ordem Hymenoptera reproduzia-se sem fecundação. Em 
determinada circunstância produzia somente machos, mas em outras circunstâncias produzia 
machos e fêmeas. Que tipo de reprodução tem este inseto? 
 
2) O que você entende por partenogênese? Quais os tipos que conhece e quais são suas 
características? 
 
49 
 
3) Dentre os passos da reprodução dos Lepidópteros que incluem a localização do parceiro, 
acasalamento e oviposição existe o envolvimento de semioquímicos. Qual destes eventos 
seria mais afetado se retirássemos as antenas dos machos? Por quê? 
 
4) Muitos insetos são sexualmente dimórficos onde o macho é geralmente mais ornamentado 
que a fêmea. Que razões de natureza evolutiva poderiam levar a tais diferenças? 
 
5) Como um inseto pode localizar seu parceiro para o acasalamento? 
 
6) A reprodução sexuada dos insetos envolve uma série de etapas pré-copulatórias como 
localização do parceiro e corte. Comente a charge abaixo: 
 
 
7) Qual a relação entre metamorfose e competição em insetos? 
 
8) Considere a afirmativa a seguir: "ordens de insetos apresentando metamorfose completa 
(holometabolia) tendem a apresentar maior número de espécies do que aquelas ordens cuja 
metamorfose é simples (hemimetabolia)". Esta afirmativa

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