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reforma Agrária

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IGOR RAUL DOS ANJOS DOS SANTOS
TRABALHO
DE
GEOGRAFIA
Reforma Agrária
e
Conflitos no campo
No início dos anos 50, os conflitos no campo pela posse da terra se acentuam com a expansão das grandes propriedades e com a expulsão de colonos e pequenos agricultores de suas terras. Parte da população rural começa então seu êxodo para as grandes cidades do país. E parte dos que ficam no campo se mobilizam.
Focos de resistência pacífica ou armada irrompem em regiões do Paraná, de Goiás e, principalmente, do Nordeste. A primeira Liga Camponesa, embrião dos movimentos sociais no campo, nasce em 1955, no distrito de Galiléia, em Vitória de Santo Antão, interior de Pernambuco.
Ali, 140 arrendatários formam a Sociedade Agrícola e Pecuária de Plantadores de Pernambuco. Ameaçados de expulsão da terra, convidam para defendê-los o advogado Francisco Julião, que se tornaria um dos principais líderes do movimento. Nas eleições de 1962, Francisco Julião se elegeria deputado federal pela coligação PSB-PST de Pernambuco.
As disputas políticas e jurídicas dos galileus duram quatro anos, quando uma sentença judicial entrega-lhes a terra.
Com a vitória dos galileus, as ligas se expandem no início da década de 60. E surge na Paraíba a mais forte liga do país, a do Sapé, com 10 mil filiados.
Também no Rio Grande do Sul, apoiado pelo governador Leonel Brizola, desponta o Movimento dos Agricultores Sem Terra, chamado de Master.
Com a revolução cubana e tomada do poder por Fidel Castro, em Cuba, as lideranças camponesas passam a manter intensa relação com os socialistas cubanos.
O Primeiro Congresso Nacional dos Trabalhadores Rurais é realizado em Belo Horizonte, no final de 1961. O presidente da República, João Goulart, e o primeiro-ministro, Tancredo Neves, comparecem e defendem a realização da reforma agrária.
Em 1962, o presidente João Goulart cria o Conselho Nacional da Reforma Agrária, do qual participa dom Helder Cãmara.
Para não perder o controle do movimento camponês, no mesmo ano, o Governo, através do Estatuto do Trabalhador Rural, permite a implantação do sindicalismo no campo.
Muitas ligas transformam-se em sindicatos. Mas a lei só permite uma organização nacional. Com isso, a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura, a Contag, é criada no ano seguinte.
A inquietação contra o presidente João Goulart aumenta quando ele encaminha ao Congresso as chamadas reformas de base. Dentre outras mudanças, o presidente propunha a realização da reforma agrária ao longo do eixo das rodovias federais.
O país passa a viver um clima de efervescência política.
No Congresso, das três maiores bancadas, duas – a do PSD e a da UDN – posicionam-se contra a reforma agrária. Apenas o PTB a defende.
Naquele momento, nenhum projeto sobre reforma agrária chega ao consenso. Um projeto moderado do senador Milton Campos, da UDN, é rejeitado. O mesmo acontece com a proposta do Estatuto da Terra, rejeitado na Câmara após discussões acaloradas.
As Ligas Camponesas radicalizam. Ocupam engenhos e enfrentam forças policiais. Em 1963, com a ajuda de Julião e de parte da Igreja Católica, as Ligas promovem uma manifestação de milhares de camponeses em Recife. A manifestação é reprimida pelo Exército,
Em discurso inflamado na Câmara, às vésperas do Golpe Militar, o deputado Francisco Julião diz que a possibilidade iminente de reforma agrária no país estava por trás da reação conservadora.

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