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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DE MATO GROSSO FACUDADE DE GEOCIÊNCIAS Lucas Pereira Sampaio Trabalho da disciplina de Geologia Estrutural Cuiabá-MT 2021 Sumário Introdução 3 Contexto geral 3 Estruturas nas Rochas Sedimentares 3 Estruturas nas Rochas Ígneas: 6 Vulcânicas 6 Plutônicas 9 Referências bibliográficas 10 Introdução A Geologia Estrutural é a ciência que tem como objetivo o estudo das estruturas (forma e geometria interna e externa) adquiridas pelos corpos rochosos após a sua formação, as suas causas e distribuição geográfica, a geologia estrutural tem enfoque não só pela mera descrição das estruturas, mas sim, realizar uma análise rigorosa dessas estruturas e dos mecanismos que as geram. Para se conseguir isto, é necessário recorrer à avaliação e quantificação, utilizando de elementos matemáticos e modelos físicos. Associando a relação das estruturas observadas e os episódios de formação sendo eles primárias ou secundárias. Neste trabalho será abordado o que são estruturas primárias, sua forma e orientação das estruturas. Contexto geral Estruturas primárias são aquelas originadas na formação das rochas, refletem as condições no momento a sedimentação, do vulcanismo e da intrusão (plutonismo): Em rochas sedimentares: antes do sedimento diagênese em dessas rochas. Em rocha Ígnea: Vulcânica Antes da lava parar de mover e se resfriar para tornar a rocha. Plutônica Quando o magma solidifica em profundidade. Estruturas nas Rochas Sedimentares Nas rochas sedimentares apresentam várias estruturas são elas: Estratificação laminadas é termo para designar laminas com tamanho inferior à 1cm, a laminação poder horizontal (planar, ondulada) ou cruzada. Sendo diretamente associada aos pelitos e arenitos finos com laminação horizontal que constituem os chamados flagstones. Figura 1. Arenito laminado Figura 2. Arenito com laminação cruzada acanalada Maciço é o termo usado para rochas sedimentares que não apresentam estrutura interna Gradacionais quando há variações granulométricas da base para topo. Essa estrutura está associada a pelo decaimento ou aumento da energia da corrente que as transportava. Sendo a gradação normal quando há diminuição da granulometria para o topo, e a gradação inversa quando aumenta a granulometria para o topo da sucessão (produzida pela deposição de partículas por fluxo de detritos debris flow). Figura 3. Gradação normal em arenito Figura 4. Gradação inversa Bioturbações esta estrutura são os remanescentes de furos e túneis escavados por moluscos, vermes e muitos outros organismos marinhos que viveram no fundo do mar. Figura 5. Bioturbação em rocha sedimentar Estratificação cruzadas são classificadas em dois conjuntos: Cruzadas planares, com bases paralelas e bases inclinadas e a outra cruzdas acanaladas, com bases paralelas e bases curvas. Essa estrutura com uma rampa ou ondulação assimétrica, indica a direção das paleocorrentes, quando observadas numa seção perpendicular ao da corrente. Figura 6. Estratificação cruzada de grande porte em arenitos eólicos. Figura 7. Estratificação cruzada acanalada. Estruturas nas Rochas Ígneas: Vulcânicas Como rochas efusivas são originárias de magmas (ou lavas) que se consolidam em superfície, em contato com o ar e, em alguns casos, com corpos d’água. Sendo assim, são caracterizadas por resfriamento relativamente rápido, o que gera estruturas típicas da cristalização quase instantânea das fases minerais presentes. Além disso, magmas que chegam a extravasar para a superfície costumam ter alto conteúdo de fases voláteis que, após o alívio da pressão em que estavam confinados antes do extravasamento, se desmisturam rapidamente do fluido magmático e geram frequentes estruturas de escape. A última característica comum em rochas efusivas são estruturas que preservam as feições de movimentação deste magma enquanto se consolida. As principais estruturas de rochas efusivas são: Vesicular: cavidades com aspecto de “bolhas aprisionadas” na rocha, que costumam concentrar-se principalmente no topo de derrames, por representarem a região com menor pressão e menor temperatura dentro da lava extravasada, em contato direto com a água ou o ar. Figura 8. Basalto com vesículas Amigdaloidal: cavidades, assim como as vesículas, preenchidas por minerais secundários de baixa temperatura relacionados à cristalização de fluidos ricos em íons aprisionados no interior de um derrame. Escoriácea: estrutura de desgaseificação do magma em rochas efusivas que sofreram processo de solidifação muito rápido, gerando uma massa essencialmente vítrea contendo uma concentração muito grande de vesículas, típica de topos de corridas de lavas e de alguns tipos de piroclastos. Celular: estrutura do tipo escoriácea, em que as cavidades possuem tamanhos e formas regulares, bastante próximas, assemelhando-se a aglutinados de células. Ocelar: estruturas também arredondadas ou elípticas formadas pela cristalização de líquidos imiscíveis com o líquido magmático original, gerando “gotas” de composição distinta dispersos pela rocha. Cordada: estrutura comum em topos de derrames de lavas, em que há o resfriamento e a consolidação da superfície, “repuxando” e “retorcendo” à medida que a parte inferior, ainda parcialmente fluida, se movimenta lentamente, gerando estruturas em forma de cordas retorcidas, também denominadas pahoehoe. Figura 9. Basalto com estrutura cordada. Fluidal: comum em derrames, são dadas pela orientação de materiais planares de acordo com a direção de fluxo das lavas durante a consolidação, quer sejam estes minerais tabulares, prismáticos ou planares, relictos de rochas retiradas do assoalho que se orientam, ou mesmo a forma alongada e orientada de um conjunto de vesículas. Figura 10. Rocha com textura fluidal Fratura conchoidal: regiões de ruptura dos vidros vulcânicos ou de rochas de granulação densa ou muito fina; são arredondadas, côncavas, com dimensões variáveis e apresentando superfícies mais ou menos lisas e brilhantes, de acordo com a quantidade de vidro presente na rocha. Perlítica: feições esféricas na rocha semelhantes a pérolas, resultantes da desvitrificação de material vulcânico gerado a partir de resfriamento rápido, secundária e posterior à sua solidificação. Compacta: estrutura predominante nas rochas ígneas, aquela em que a massa de cristais é distribuída homogeneamente, sem feições especiais ou que se destacam à vista. Esferulítica: concentração de estruturas arredondadas cujo material de preenchimento apresenta-se como acículas dispostas radialmente a partir de um núcleo, e são formadas pelo resfriamento rápido localizado do fluido magmático. Almofadada: típico de lavas que se consolidaram em ambiente subaquático, em que o contato da lava com a água gera um resfriamento super-rápido da camada externa, numa forma de gota ou almofada, enquanto o interior progressivamente se resfria. Gerando uma crosta vítrea na parte externa e cristais progressivamente maiores, embora ainda muito pequenos, nas partes internas. Isto pode gerar fraturas radiais concêntricas, que seguem a geometria da “almofada”. Plutônicas As rochas plutônicas são formadas pela solidificação do magma em subsuperfície, o que lhes confere maior tempo para resfriamento, limita a movimentação do líquido magmático e pode gerar diferenças significativas de acordo com a posição relativa das diferentes porções do magma no interior da câmara magmática. Neste sentido, as estruturas ligadas ao resfriamento serão caracterizadas por cristais maiores e mais bem formados, e as estruturas ligadas à movimentação se concentrarão principalmente nas bordas do corpo ígneo, onde há maior e mais rápida transferência de temperatura com as rochas encaixantes, facilitando a solidificação e a preservação das estruturas de fluxo. As principais estruturas de rochas plutônicas são: Compacta: assim como nas rochas vulcânicas, é a estrutura predominante, como uma massa de cristaisdistribuída homogeneamente, sem feições especiais ou que se destacam à vista; no caso das rochas plutônicas, entretanto, os cristais costumam ser maiores do que nas rochas vulcânicas. Miarolítica: geralmente encontrada em rochas ácidas de colocação rasa, é caracterizada pela presença de bolhas aglutinadas com dimensões centimétricas a decimétricas, cujo molde interno é recoberto por cristais euédricos idênticos aos da rocha em que se encontram. Fluidal: a estrutura fluidal de rochas plutônicas pode se desenvolver nas bordas das câmaras magmáticas, onde pode ocorrer a movimentação por correntes de convecção no próprio fluido magmático e, pela transferência de calor entre estas regiões e as rochas encaixantes, serem preservadas feições que representam o sentido de fluxo no interior da câmara. A estrutura fluidal em rochas plutônicas também pode ser tipificada pela orientação de megacristais de acordo com espirais mais ou menos regulares formadas pelo turbilhonamento do magma em fluxo laminar. Xenolítica: estrutura que consiste na presença de fragmentos de rochas diversas englobadas pelo magma plutônico em sua movimentação ou ascensão, podendo consistir em fragmentos das rochas encaixantes ou de rochas encontradas pelo caminho com composições muito distintas daquela encontrada na rocha magmática em si. Bandada: sucessão de diferentes litologias em geometria aproximadamente planar em um corpo magmático diferenciado, gerando estratos de diferentes composições com dimensões desde milimétricas até métricas. Schlieren: estrutura em que há a formação de lentes com maiores concentrações de minerais máficos ou félsicos em relação à composição geral da rocha, orientadas de acordo com a direção do fluxo magmático. Referências bibliográficas SANTOS, Michele. 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