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A TRAJETORIA DA LITERATURA INFANTIL NO BRASIL

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A TRAJETÓRIA DA LITERATURA INFANTIL NO BRASIL
Acadêmicos: Eliane Mauricio de Andrez dos Reis, Elizandra Firmino Rocha, Gerimar Maria de Oliveira, Josefa Negris, Wildna Luíza de Souza
Tutor Externo² Edna Ramos Moreira
	
RESUMO
Esta pesquisa aborda a trajetória da Literatura Infantil no Brasil, partindo da Teoria Piagetiana onde o desenvolvimento da função simbólica acontece espontaneamente e autônoma a formação da criança, pelo meio da imitação, do jogo simbólico, da imagem mental e da linguagem. Através dessas manifestações a criança vai construindo suas relações sociais e sua inteligência, o que contribui para seu desenvolvimento social no meio em que vive. Dessa forma, buscou-se o entendimento do significado, as possibilidades e controvérsias da importância da Literatura Infantil, a partir de diferentes enfoques. Utilizando-se de uma revisão bibliográfica, partiu-se de uma definição de termos como literatura infantil, educação infantil, aprendizagem para melhor compreensão do assunto. Foi analisado a atividade da Literatura na educação infantil na visão de Monteiro Lobato, bem como a sua contribuição enquanto ferramenta de ensino aprendizagem em várias etapas do desenvolvimento da criança, pois estas contribuem para formação de vínculos sociais e efetivos na sociedade nos dias atuais, diante do crescimento da industrialização e o progresso tecnológico. Entre os conteúdos abordados destacam-se os benefícios da atividade de de Ler e os danos da sua falta. 
Palavras-chave: Literatura infantil. Trajetória. Criança. 
1. INTRODUÇÃO
A literatura infantil utilizada de forma adequada na família e continuada nas instituições de ensino é uma ferramenta muito importante para formar cidadãos conscientes e letrados, com a globalização e os avanços tecnológicos ocorridos em todos os setores da sociedade, exigem dos educadores técnicas diferenciadas para despertar o hábito de ler nos alunos.
A infância é o momento em que são formados valores e conceitos no ser humano, desta forma, a escola é o ambiente ideal para que a criança tenha experiências significativas e contato com os livros, de forma prazerosa, para que desperte dentro do discente o desejo de ler constantemente. 
Formar leitores tornou-se um grande desafio para os educadores, com o avanço tecnológico, a prática de ler tem se perdido, pois diversas atrações foram desenvolvidas nos celulares, tabletes e computadores para interter os pequenos desde os seus primeiros meses de vida, muitos sem nenhum cunho pedagógico, a família que outrora lia uma história de um livro para a criança, já não tem o mesmo hábito, pois acha nos Smartphones  uma ocupação para as elas, desta forma, muitos chegam na escola sem ter tido nenhum contato com os livros, o que dificulta as práticas de leitura e consequentemente o ensino aprendizagem dos mesmos, uma vez que o hábito de ler trás diversos benefícios para que a criança construa seu crescimento intelectual e viva suas experiências com o mundo de faz de conta e imaginário.
A leitura é essencial para a permanência e sobrevivência do cidadão no mundo, em muitos de seus aparecimentos está relacionada com a bagagem da criança, seja no seu modo de vestir, comer, e interagir com o mundo e esse advento é adquirido na infância, ou seja na educação infantil.
Está pesquisa é relevante, pois permite ao futuro docente refletir a importância da leitura iniciada na educação infantil, possibilitando o desenvolvimento de práticas que os auxiliem no exercício dessa atividade, pois a educação é promotora dos saberes, onde cada individuo adquiri conhecimento de forma significativa para seu crescimento pessoal na sociedade.
Deste modo, o presente trabalho está estruturado a partir de um levantamento bibliográfico por meio da metodologia de levantamento de dados, através de livros, sites, periódicos, revistas dentre outros. 
2. A TRAJETÓRIA DA EDUCAÇÃO NO BRASIL
O surgimento da literatura no mundo está ligado à concepção de criança, os primeiros exemplares de livros voltados para crianças foram escritos em meados do século XVII, quando se deu a institucionalização e regulamentação da educação infantil, agora legalmente instituída, não só para a elite, mas para todas as classes sociais, com o reconhecimento da infância até então negligenciada, houve a necessidade de criar-se uma literatura especifica para a educação infantil, foi necessário adaptar os contos folclóricos já existentes para o universo da criança. 
A literatura se estabelece definitivamente quando a crianças passa a ter políticas que as diferenciam de adultos, e para atender um novo modelo familiar, ensinando valores específicos, hábitos para a socialização das crianças, ou seja, as obras infantis tinham objetivo de distrair as crianças, ou com intuito de mostrar comportamentos exemplares.
Antes da constituição deste modelo familiar burguês, inexistia uma consideração especial para com a infância. Essa faixa etária não era percebida como um tempo diferente, nem o mundo da criança como um espaço separado. Pequenos e grandes compartilhavam dos mesmos eventos, porém nenhum laço amoroso especial os aproximava. A nova valorização da infância gerou maior união familiar, mas igualmente os meios de controle do desenvolvimento intelectual da criança e manipulação de suas emoções. Literatura infantil e escola, inventada a primeira e reformada a segunda, são convocadas para cumprir esta missão. (Zilberman, 1981, p.15) 
 Segundo Lajolo e Zilberman (1999) a literatura infantil daquela época era considerada inferior à literatura que era destinada aos adultos, tão incomum e sem nenhum cunho pedagógico que escritores que tinham prestígio não assinavam algumas obras infantis com medo de haver um declínio de suas obras, como por exemplo: Perrault criador e autor de um dos contos de maior sucesso, Contos da Mamãe Gansa, na época com medo de perder seu prestígio acadêmico como escritor, atribuiu essa obra a seu filho, Pierre Darmancourt, além de dedicar a obra a neta do rei da França Luiz XIV caráter politicamente estratégico, posto que com essa atitude ele tivesse a intenção de se resguardar quanto a criticas, e avaliava a aceitação do novo publico que surgia.
Os autores acima ainda afirmam que a grande aceitação do conto de Mamãe Gansa, fez com que Perrault se dedicasse a esse novo gênero e se tornasse uma referência até hoje. Com a aceitação dos leitores dessa obra houve uma ascensão dos primeiros autores da literatura infantil, nasce então vários clássicos da literatura, como: As Fábulas (1668) de La Fontaine, os contos de Fadas (1696-1699) de Mme D’ Aulnoy e Telêmaco (1699) de Fénelon, dentre outros, essas obras favoreceram um espaço expressivo dos Contos voltado para a educação infantil, porem suas obras tinham caráter informativos.
Nesse contexto acontece um fenômeno conhecido como Revolução Industrial, onde ocasionou a migração das pessoas para as grandes cidades, a procura de emprego e consequentemente uma vida melhor, assim nos grandes centros urbanos havia uma aglomeração de pessoas, o que ocasionou a implementação do comercio, surgindo à necessidade de inovação na área intelectual, o surgimento dos brinquedos, e literatura infantil, nesse mesmo cenário fica evidente a consolidação de uma classe dominante denominada burguesia.
Fica evidente que a literatura infantil nasce para atender um mercado que acabara de se formar, ou seja, a literatura agora tem um caráter de mercadoria, com um intuito de formalizar um mercado.
Nessa época no Brasil não havia uma literatura própria estabelecida, o que se tinha aqui vinha dos países da Europa, normalmente introduzida por Portugal, e apenas a elite brasileira tinha acesso a esse gênero, os poucos autores brasileiros enviavam suas obras para serem impressas em outros países.
 A literatura infantil surge mais tarde com a chegada da família real portuguesa no Brasil em 1908. Com finalidade política o Rei implementou o desenvolvimento de vários setores no país, inclusive a cultura, nesse mesmo cenário é implantada a Impressa Régia, desta formacomeça as primeiras publicações literárias para crianças no país.
[...] a tradição de As aventuras pasmosas do Barão de Munchausen e, em 1818, a coletânea de José Saturnino contendo uma coleção de histórias morais relativas aos defeitos ordinários às idades tenras e um diálogo sobre geografia, cronologia, história de Portugal e história natural. (LAJOLO; ZILBERMAM, 1986, p.23).
A chegada da família real para o Brasil movimentou e impulsionou a ascensão da literatura para crianças no país, porem não era autônoma suficiente para caracterizar uma produção literária infantil, assim como na Europa as produções literárias infantis surgem para atender o progresso, onde as produções literárias eram comercializadas, valorizando a economia.
Gestam-se aí massas urbanas que, alem de consumidoras de produtos industrializados, vão constituindo os diferentes públicos, para os quais se destinam os diversos tipos de publicações feitos por aqui: as sofisticadas revistas femininas, os romances ligeiros, o material escolar, os livros para crianças (LAJOLO; ZILBERMAN, 1999, p. 25). 
2.1 As primeiras obras literárias no Brasil
Com a regulamentação da educação infantil no Brasil e para atender os apelos pedagógicos, que almejavam materiais didáticos com particularidades e cultura brasileira, surgem as primeiras obras literárias infantis de Olavo Bilac, Julia Lopes de Almeida, Manoel Bonfim, dentre outros.
Podemos dizer que a literatura brasileira está nesse momento nacionalizada, com uma linguagem oral voltada para a cultura nacional, pois nesse período é aberta a primeira biblioteca do Brasil em São Paulo, fundada por Arnaldo de Oliveira Barreto.
Figura 01- Primeira Biblioteca do Brasil fundada em São Paulo
Fonte: https://jornal.usp.br/atualidades/professora-fala-sobre-a-primeira-biblioteca-publica-de-sao-paulo/
Segundo Coelho (2000), é com Monteiro Lobato que a literatura infantil brasileira é revolucionada com a história de “Narizinho Arrebitado” essa história valorizava o folclore, e permitia que a criança vivenciasse um mundo de faz de conta. O livro fez tanto sucesso que o poder publico adquiriu para distribuir gratuitamente nas escolas.
Figura 02- Livro de Monteiro Lobato
Fonte: http://leiturinha.com.br/blog/sitio-do-picapau-amarelo/
Monteiro Lobato valorizava a vivência no campo do faz de conta e o prazer de ouvir histórias, que mexia com a imaginação das crianças, todavia, as escolas religiosas não via suas obras com bons olhos, devido à ausência de valores educativos, visto que ele enfatiza nelas o estimulo a imaginação e a liberdade intelectual.
Figura 03 Sítio do pica pau amarelo
Fonte: https://www.colegioweb.com.br/literatura/literatura-infantil-importancia.html
Entretanto, com a implementação da primeira Lei de Diretrizes e Base da Educação Nacional - (LDBEN), onde estabelecia e regularizava, formalizou o ensino da literatura, como instrumento de formação intelectual, nesse contexto surgiram vários escritores que atendiam a essa nova proposta, assim como novas modalidades literárias, como as histórias em quadrinhos e teatro. Fato é que, Monteiro Lobato revolucionou a literatura infantil brasileira, no que diz respeito ao que era produzido para a literatura infantil e o que passou a ser produzido no Brasil, suas obras tinham características voltadas para um mundo fictício das crianças, e por muito tempo não houve uma evolução da literatura, pois era muitas tentativas de imitação.
Este novo cenário da literatura infantil favoreceu para o crescimento cultural, com novas linguagens, criatividade e humor, destaca-se neste momento Ruth Rocha, Vinicius de Moraes, Cecília Meireles e Ziraldo.
Percebe-se que obtivemos avanços no que se refere à Educação Infantil também fica evidente que, a trajetória da literatura infantil esteve atrelada a sua formalização. Essas transformações favoreceram a busca por novas aprendizagens com descobertas significantes para a autonomia da literatura infantil, porém a um longo caminho a ser percorrido para garantir que as crianças tenham acesso a real literatura, pois é de suma importância essa vivencia na educação infantil, pois é nessa fase que a criança está em pleno desenvolvimento.
Segundo Piaget (1978), o desenvolvimento cognitivo passa por quatro estágios diferentes: Sensório-Motor, Pré-Operatório, Operatório Concreto e Operatório Formal. É no estágio Pré-Operatório em que a criança inicia o desenvolvimento ativo de suas representações mentais internas e segundo Piaget, é nesse estágio em que o pensamento representativo aparece, e juntamente com o pensamento representativo inicia se também chega a comunicação verbal (mesmo que essa comunicação seja amplamente egocêntrica). A criança ainda não tem capacidade de considerar o que foi dito pela outra pessoa, e fala aquilo que vem a sua mente. Esse é um período de muitas modificações do desenvolvimento, como por exemplo, o conceitual e linguístico, auxiliando assim o seu desenvolvimento cognitivo. 
Portanto esse é um momento onde os conteúdos introduzidos para seu processo de desenvolvimento devem visar alvos como a criatividade, observação, análise, interpretação, a vontade de interação social, etc. É por esse motivo que os educadores apostam na narração de histórias como uma poderosa ferramenta de ensino e aprendizagem para os pequeninos.
Dohme (2011), fala de como as histórias, podem trabalhar os aspectos internos e educacionais de uma criança através de uma escolha cautelosa do tema desejado, contribuindo assim para uma proposta de desenvolvimento cognitivo sadio.
Incentivo à disciplina: O habito frequente de ler e ouvir histórias ajuda a criança a compreender que existe um tempo para cada coisa, como o tempo para brincar, e o tempo para atenção. A compreensão destes fatos aumenta sua capacidade de concentrar se e mudará seu comportamento diante do momento. É claro que quando o conteúdo apresentado é algo que atrai a criança, as chances de atenção e participação se tornam muito maiores. 
Aumento da criatividade: quanto mais se estimula a imaginação, mais referências e maior a criatividade, o lúdico já faz parte da criança em si, porém o estimulo a criatividade, pode transformar suas viagens em verdadeiras emoções, a literatura infantil é de suma importância para a criança diante de tamanho beneficio para seu aprendizado.
3. MATERIAIS E MÉTODOS
Realizou-se um levantamento bibliográfico, com base em artigos, livros e Leis vigentes, além de banco de dados do Google, vigente de uma literatura atualizada e especifica para o tema a trajetória da literatura infantil no Brasil.
Com o tema já definido, o grupo reuniu-se para discutir sobre os caminhos a serem tomados para maior elaboração deste trabalho e sua importância na educação infantil. Em seguida com o auxilio e orientação da professora foi-se elaborando a pesquisa.
Já com a bibliografia definida o grupo se encontrou por três vezes para a realização de leituras, maior entendimento do conteúdo aqui abordado nesta pesquisa e estruturação do trabalho.
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Falar sobre a educação infantil nos remete a pensar em sua institualização e regulamentação da educação infantil no mundo, vimos que a literatura infantil só se estabelece quando políticas públicas foram implementadas para distinguir adultos de crianças, havendo a necessidade de recriar os contos já existentes para atender o universo infantil, a principio a literatura se estabelece com um caráter de distração para as crianças, não como uma ferramenta de ensino aprendizagem e sem nenhum caráter pedagógico.
A literatura brasileira se deu com a chegada da família real, e para atender a demanda pedagógica já existente, com particularidade da cultura já existente, como vimos nas obras de Monteiro Lobato que valoriza o folclore brasileiro, entretanto tamanho foi o sucesso que por um período a literatura estacionou, pois eram muitas as tentativas de imitação.
Evidencia-se que a literatura infantil desenvolveu-se juntamente com a formalização da educação infantil e a concepção de criança, porém háum longo caminho a ser percorrido para que de fato essa literatura chegue as escolas como uma ferramenta de ensino aprendizagem.
5. CONCLUSÃO
Considera-se a escola, principalmente a Educação Infantil uma promotora de conhecimentos, valores que consente e impulsiona a reflexão de seus estudantes em sua trajetória para o desenvolvimento intelectual e acadêmico para a sua permanência no mundo de forma geral enquanto cidadão, desta forma conhecer a trajetória da literatura infantil permite criar ferramentas favoráveis para o aprendizado das crianças, assim como preparar um ambiente voltado para aguçar sua imaginação.
Foi apresentada a trajetória da educação infantil e sua evolução para entendermos sua trajetória e dificuldades enfrentadas ao longo da história, onde evidenciou a falta de políticas voltadas para sua solidificação como educação infantil, 
Enfatizamos os problemas enfrentados na educação infantil, a formalização da literatura infantil nas escolas de educação infantil, o surgimento de vários autores, tais como: Cecília Meireles, Vinicius de Moraes e Monteiro Lobato que se destacou com suas obras ao ponto do poder público inserir no contexto escolar, apesar de algumas escolas religiosas não concordar com o conteúdo que ele abordava, pois o autor valorizava o imaginário intelectual da criança.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil (1988). Disponível em: <http://www.planalto.gov.br>. Acesso em: 07 de maio de 2019.
BRASIL. Lei de diretrizes e bases da educação Nº 4094/96. Disponível em:<http://planalto.gov.br>. Acesso em: 18 de maio de 2019.
COELHO, Nelly Novaes. Literatura infantil. São Paulo: Ed. Moderna, 2000.
DOHME, Vania D’Angelo. Técnicas de contar histórias: um guia para desenvolver as suas habilidades e obter sucesso na apresentação de uma história. Petrópolis, RJ: Editora Vozes, 2011
FIGURA 01: Primeira biblioteca no Brasil fundada em São Paulo. Disponível em: < https://jornal.usp.br/atualidades/professora-fala-sobre-a-primeira-biblioteca-publica-de-sao-paulo/>. Acesso em: 05 de maio de 2019.
FIGURA 02: Livro de Monteiro Lobato. Disponível em: <http://leiturinha.com.br/blog/sitio-do-picapau-amarelo/>. Acesso em: 06 de maio de 2019.
FIGURA 03: Sítio do pica pau amarelo. Disponível em: <https://www.colegioweb.com.br/literatura/literatura-infantil-importancia.html>. Acesso em: 20 de maio de 2019.
LAJOLO, Marisa; ZILBERMAN, Regina. Literatura infantil brasileira: história e histórias. 6 ed. São Paulo: Ática, 1999.
PIAGET, J. A formação do símbolo na criança: imitação, jogo e sonho. Zanar, 1978.
Zilberman, R. A literatura infantil na escola. Porto Alegre: Global, 1981.
1 Nome dos acadêmicos: Eliane Mauricio de Andrez dos Reis, Elizandra Firmino Rocha, Gerimar Maria de Oliveira, Josefa Negris, Wildna Luísa de Sousa
2 Nome do Professor tutor externo: Edna Ramos Moreira
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI - Curso Pedagogia (Ped 1977) – Prática do Módulo IV–27/05/2019

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