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IMUNOLOGIA Microbiota da Pele Tayane Sanschri 2021.1 Microbiota da Pele Bacteriologia A pele humana normal é colonizada por microorganismos denominados: residentes transitórios, principalmente por bactérias Gram- positivas e negativas. A microbiota transitória coloniza a camada superficial da pele e sobrevive por curto período de tempo e é passível de remoção pela higienização simples das mãos, com água e sabão, por meio de fricção mecânica. Ela é frequentemente adquirida por profissionais de saúde durante contato direto com o paciente (colonizados ou infectados), ambiente, superfícies próximas ao paciente, produtos e equipamentos contaminados. Já a microbiota residente é uma população relativamente estável de microrganismos, tipicamente não patogênicos, que está presente de forma consistente sobre a pele; e as bactérias que compõem esta microbiota residente são: - dos gêneros Staphylococcus; - Corynebacterium; - Propionibacterium. É importante salientar que essa microbiota quando é removida, recompõe-se em poucas horas. Embora a microbiota residente seja relativamente constante, uma série de fatores ambientais, incluindo o clima e a exposição à radiação UV, bem como uma série de fatores do hospedeiro, como idade, sexo, etnia, profissão, estado hormonal higiene pessoal e uso de medicamentos podem influenciar na quantidade e tipos de microorganismos que compõem sua microbiota. Assim, a colonização de bactérias depende da fisiologia da região da pele, com bactérias específicas associadas a microambientes úmidos, secos e sebáceos. Nesse sentido, a maioria das bactérias da pele é classificada em quatro diferentes filos: IMUNOLOGIA Microbiota da Pele Tayane Sanschri 2021.1 - Actinobacteria; - Firmicutes; -Bacteroidetes; - Proteobacteria. Estes quatro filos dominantes também constituem a microbiota que encontrada nas superfícies internas das mucosas (trato gastrointestinal e cavidade oral); claro, que as proporções são muitos diferentes. As bactérias dominantes nas áreas sebáceas são espécies de Propionibacterium spp., o que confirma estudos microbiológicos clássicos que descrevem estas como residentes da unidade pilossebácea. Já espécies de Staphylococcus e Corynebacterium spp. são mais abundantes nas áreas úmidas. O metabolismo da secreção apócrina por estafilococos e corinebactérias resulta no mau cheiro característico, associado com o suor em humanos. Enquanto muitos destes microorganismos são benéficos, comensais ou neutros, alguns podem se tornar patogênicos. Mas, os membros potencialmente patogênicos da microbiota são mantidos sob controle por outros microorganismos residentes. Alguns autores documentaram que, apesar do número de microrganismos da microbiota transitória e residente variar consideravelmente de um indivíduo para outro, geralmente é constante para uma determinada pessoa. Sendo assim, a pele pode servir como reservatório de microrganismos que podem ser transmitidos por contato direto, pele com pele, ou indireto, por meio de objetos e superfícies do ambiente. Quanto a microbiota infecciosa podemos destacar os microrganismos de patogenicidade comprovada, que causam infecções específicas como abscessos, panarício, paroníquia, ou eczema infectado das mãos. S. aureus e estreptococos β-hemolíticos são as espécies mais frequentemente encontradas. Em suma, é de grande relevância evitar tanto os sabonetes antibacterianos, porque eles tiram as bactérias daquele local para dar espaço para bactérias potencialmente ruins.
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