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Saúde Coletiva Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Prof.ª Esp. Janaina Binhame de Souza Oliveira Revisão Textual: Prof. Esp. Claudio Brites Fatores de Riscos a Saúde • Promoção da Saúde; • Fatores de Riscos para a Saúde. • Conhecer os fatores de riscos mais falados atualmente que favorecem o aparecimen- to de determinadas doenças e compreender a relação entre os fatores de riscos e a atuação profi ssional em relação a eles. OBJETIVO DE APRENDIZADO Fatores de Riscos a Saúde Orientações de estudo Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua formação acadêmica e atuação profissional, siga algumas recomendações básicas: Assim: Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e horário fixos como seu “momento do estudo”; Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo; No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam- bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados; Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus- são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de aprendizagem. Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Determine um horário fixo para estudar. Aproveite as indicações de Material Complementar. Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma Não se esqueça de se alimentar e de se manter hidratado. Aproveite as Conserve seu material e local de estudos sempre organizados. Procure manter contato com seus colegas e tutores para trocar ideias! Isso amplia a aprendizagem. Seja original! Nunca plagie trabalhos. UNIDADE Fatores de Riscos a Saúde Promoção da Saúde Olá aluno, você estudou anteriormente a Saúde Coletiva, que visa à promoção da saúde e qualidade de vida, certo? Compreenderemos a partir daqui, então, melhor o que é a promoção da Saúde. A promoção da saúde pode ser definida como aquelas atividades que auxiliam os indivíduos no desenvolvimento de recursos que manterão ou estimularão o bem- -estar e melhorarão sua qualidade de vida. Essas atividades envolvem os esforços de uma pessoa para se manter saudável na ausência dos sintomas, não precisando da assistência de um membro de equipe de saúde (CHEEVER; HINKLE, 2005). A promoção da saúde tem como objetivo fazer com que a pessoa mude seu es- tilo de vida, o estilo do ambiente, hábitos pessoais e bem-estar para que promova melhor a sua saúde. A promoção à saúde não é algo prescrito, não existe uma formula mágica ou uma dieta que melhorará tudo de uma só vez. É um processo de escolha que promoverá o bem-estar. A promoção da saúde apresenta alguns princípios como autorresponsabilidade, consciência nutricional, redução e controle do estresse e busca por aptidão física. • Autorresponsabilidade: a pessoa que controla sua própria vida, onde ela mesma determina suas escolhas. Ela é responsável por si só; • Consciência nutricional: está relacionada à importância de se alimentar ade- quadamente, de forma equilibrada, sem excessos; • Controle do estresse: o indivíduo tem o papel de controlar o seu estresse, sendo ele um fator de risco para muitas doenças; • Aptidão física: o indivíduo que quer promover saúde deve realizar atividades físicas com frequência. Esses princípios devem ser seguidos pelos indivíduos que querem promover saú- de, e seguidos por toda a vida. Os fatores de risco que você estudará na sequência são prejudiciais à saúde, em desacordo com os princípios de promoção de saúde. Fatores de Riscos para a Saúde Sabemos que todas as doenças, independente da gravidade delas, estão relacio- nadas a fatores de risco. Vamos então compreender melhor os fatores de riscos à saúde? 8 9 Riscos são uma consequência da livre e consciente decisão de se expor a uma situação na qual se busca a realização de um bem ou de um desejo, em cujo per- curso se inclui a possibilidade de perda ou ferimento físico, material ou psicológico (SCHENKER, 2005). O risco relacionado à saúde é um conceito que está relacionado à doença. Sen- do assim, fatores de risco são fatores que podem prejudicar a saúde do indivíduo acarretando o desenvolvimento de doenças. Alguns fatores são mais conhecidos dentro da Saúde Coletiva e da Estética. Mui- tos deles vêm sendo atualmente trabalhados em diversas áreas com a finalidade de melhorar a qualidade de vida das pessoas. Você se considera uma pessoa sedentária? Ex pl or Agora que você já refletiu sobre o assunto, vamos ver o que é sedentarismo. Sedentarismo O sedentarismo é um dos fatores de risco para as doenças, principalmente as doenças cardiológicas e respiratórias. A pessoa sedentária é aquela que consome mais calorias do que gasta. O nosso corpo precisa se alimentar e também precisa de atividades para se manter saudá- vel. Quando consumimos mais do que o necessário para o organismo, esse excesso é acumulado e, por vezes, prejudica a nossa saúde. Um exemplo: uma pessoa que consome 3.000 calorias por dia e gasta 1.000 calo- rias em atividades, ela consome mais do que gasta. Essas 2.000 calorias vão ser acu- muladas no organismo, sendo armazenadas nos adipócitos em forma de triglicerídeos. Com esse acúmulo, as pessoas passam a engordar, podendo chegar à obesida- de. O sedentário, no decorrer de sua vida, prejudica os seus sistemas, deixando-os em desuso. Os seus órgãos são prejudicados, as articulações ficam debilitadas, os músculos começam a atrofiar e aos poucos as doenças começam a aparecer. Algumas doenças estão relacionadas ao sedentarismo, como a já citada obesida- de, diabetes, hipertensão arterial e ansiedade. Sendo assim, o sedentarismo é um problema de saúde pública, pois, se conse- guirmos diminuir esse fator, consequentemente ocorrá a diminuição de doenças. 9 UNIDADE Fatores de Riscos a Saúde Figura 1 Fonte: iStock/Getty Images É importante pensarmos no que deveríamos fazer para melhorar o sedentaris- mo. Na maioria das vezes, a prática de qualquer atividade física auxilia a mudar essa condição, que é caracterizada pelo indivíduo que gasta menos de 2.220 calorias por semana. Atividade Física Atualmente a atividade física está se tornando parte da rotina das pessoas, por elas perceberem a importância do exercício para a melhora na saúde, em combate ao já citado sedentarismo. Você também já colocou a atividade física na sua rotina? Muitas pessoas entendem que caminhar em casa, ir ao mercado, buscar o filho na escola e andar alguns metros é a atividade do dia, sendo relativamente positivas em sua saúde. Porém, não é bem assim que funciona. Sabemos que o exercício físico pode fazer parte do nosso dia a dia, porém, é importante o acompanhamento do profissional chamado de educador físico. Esse profissional acompanhará você em uma rotina de atividades diárias, ou algumas vezes na semana, onde seu objetivo é o de trabalhar todos os grupos musculares, aumentando o seu condicionamento e melhorando sua resistência. Para que tudo ocorra bem, faz-se necessária, ainda, uma avaliação física, um acompanhamento médico que fornecerá uma autorização para a realização das ati- vidades. Também é importante uma alimentação adequada, pois todo esse trabalho pode ter a ajuda de uma equipe multidisciplinar. 10 11 Como já foi dito, muitas doenças atualmentesão advindas de uma vida seden- tária, entre outros fatores aqui estudados. A atividade física pode melhorar o orga- nismo como um todo, ajudar no metabolismo, melhorar a flexibilidade, as funções neurológicas, a pele etc. Mas devem ser feitas com consciência e orientação. Vamos agora conhecer como a atividade está relacionada à estética? Um programa de exercícios com peso durante o processo de envelhecimento tem efeitos benéficos importantes não somente na massa e na força muscular, mas também no controle de vários fatores importantes de doenças crônicas não transmissíveis. O efeito benéfico geralmente aparece entre a quarta e oitava semana de treina- mento, geralmente feito em uma carga de 80% da carga máxima, em exercícios que trabalham vários grupos musculares, em duas séries de 8 a 10 repetições e em uma frequência semanal de duas vezes por semana (MATSUDO, 2OO6). Sabemos que a população está cada vez mais idosa, o envelhecimento extrín- seco e o intrínseco não param, mas podemos melhorar através de atividades o envelhecimento extrínseco. Vários são os programas hoje pelo SUS que envolvem as pessoas em que a proposta é melhorar a qualidade de vida a partir da atividade física frequente. Po- demos entender que uma pessoa ativa, que realiza atividade física frequente tende a apresentar uma saúde mais equilibrada, com menos doenças, podendo até retardar um pouco o envelhecimento. Também é importante para nós, esteticistas, que o cliente realize atividade física e esteja saudável, pois, ao avaliá-lo, não ficamos tão restritos às contraindicações para a aplicação das técnicas estéticas. Vamos agora assistir ao vídeo Atividade Física: Apenas Faça! https://goo.gl/xGK52PExp lo r É importante entendermos, aqui, que o excesso de exercícios, ultrapassando os nossos limites, pode sim prejudicar a saúde. O organismo precisa de equilíbrio. Agora, vamos falar de três fatores de riscos que estão interligados: a alimentação a obesidade e o IMC. Alimentação A alimentação saudável deve ser iniciada pela amamentação nos primeiros dias de vida da criança. O SUS preconiza a importância da amamentação, pois é atra- vés dela que todos os nutrientes necessários são passados para a criança. O leite materno ajuda na imunização ou, como alguns profissionais costumam falar, esse é uma forma de “vacina”. Após esse período, a criança vai crescendo, decidindo o que comer, seu paladar vai se definindo; infelizmente, nem sempre por uma alimentação saudável. 11 UNIDADE Fatores de Riscos a Saúde Na adolescência, são comuns hábitos alimentares como o consumo excessivo de refrigerantes, açúcares e lanches do tipo fast food, e baixa ingestão de frutas, verduras e alimentos do grupo do leite. Esse padrão alimentar é preocupante, visto que pode levar ao excesso de peso e a maior probabilidade de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), como diabetes, hipertensão arterial e dislipidemias na vida adulta (LEAL et al., 2010). Agora é a hora de você realizar a leitura de um artigo bem interessante que relata informa- ções sobre a saúde do adolescente. Acesso o link: https://goo.gl/iuhaFE Ex pl or A questão da alimentação na adolescência é algo complexo e crítico. Como convencer os adolescentes da necessidade de deixar de comer lanches, tomar re- frigerantes, entre outros alimentos com comprovado impacto negativo na saúde? Você já pensou nisso? Como podemos ajudá-los? São várias as formas de melhorar a alimentação para que se diminua o risco para as doenças, mas muitas pessoas acabam optando pelas dietas radicais, onde o objetivo é a perda de peso rápida sem pensar na qualidade de vida e em buscar uma alimentação saudável e prazerosa. Assim, uma proposta de alimentação saudável, para prevenção de doenças crô- nicas não transmissíveis, deve trazer dietas que estejam ao alcance da sociedade como um todo, que tenham um impacto sobre os mais importantes fatores rela- cionados às várias doenças. Aumentar o consumo de frutas e verduras e estimular o consumo de arroz e feijão são exemplo de proposições que preenchem esses requisitos (SICHIERI et al., 2000). O SUS também tem programas de orientação alimentar disponíveis para os grupos de risco, em que as pessoas passam por uma avalição e recebem uma orien- tação alimentar e acompanhamento durante o período necessário. Assista ao vídeo Qual é o papel da alimentação saudável na qualidade de vida e desenvolvi- mento das crianças. Disponível em: https://goo.gl/LNvb3PEx pl or Ao atender uma cliente na estética, você deve buscar informações sobre o his- tórico de saúde daquela pessoa. Muitas pessoas aprenderam a comer errado desde criança e apresentam a obesidade devido à sua rotina alimentar na infância, entre outros fatores. 12 13 A estética tem um papel de orientação, onde a esteticista pode indicar uma nutri- cionista ou o sistema público de saúde para que a cliente faça um acompanhamento junto a um profissional que, com o tempo, contribuirá para qualidade de vida. Obesidade A etiologia da obesidade é complexa e multifatorial, resultando da interação de genes, ambiente, estilos de vida e fatores emocionais. Há aumento significativo da prevalência da obesidade em diversas populações do mundo, incluindo o Brasil (ABESO, 2010). O maior índice de pessoas obesas costuma ser entre as pessoas de classe social baixa, pois a dificuldade em ter acesso a uma alimentação adequada é grande. Acaba-se aumentando o consumo de alimentos de grande proporção gordurosa, sendo esse um dos fatores da obesidade. Sabemos que seguir uma alimentação saudável e de baixo teor de gordura não é fácil, mas podemos melhorar a qualidade da alimentação, associando a essa ati- vidades físicas e melhorando os hábitos de vida diários. A obesidade vem crescendo cada vez mais em nosso pais, principalmente entre as crianças e adolescentes. Isso vem ocorrendo devido ao ambiente tecnológico e alguns de seus fatores que atualmente estimulam fatores relacionados ao sedenta- rismo e à produção de alimentos de alto teor calórico em alta demanda, fatores que, como já citado, são favoráveis à obesidade. Vamos observar os alimentos que estão representados na Figura 2? Figura 2 Fonte: iStock/Getty Images 13 UNIDADE Fatores de Riscos a Saúde Quando observamos a Figura 2, podemos notar que, do lado esquerdo, temos as verduras e as frutas, ou seja, a parte saudável, e, do outro lado, as guloseimas, a parte gostosa e com índice maior de gordura. Infelizmente, a nossa sociedade con- some muito mais os alimentos gordurosos, com alto teor de açúcar, aumentando o índice de obesidade. O ponto mais importante referente a esse assunto é que a obesidade está relaciona- da a várias doenças, ela prejudica o nosso organismo prejudicando os nossos sistemas endócrino, respiratório, cardíaco, diminuindo também a nossa resistência corporal. Na estética, temos como objetivo melhorar a qualidade de vida de nosso cliente e podemos, por meio de alguns tratamentos, contribuir para a melhora da obesi- dade. Sabemos, contudo, que a estética não faz milagre, mas, com um programa de tratamento adequado e com uma equipe multidisciplinar, pode sim promover a redução de peso, a melhora do contorno corporal, aumentando a resistência da cliente e melhorando a sua qualidade de vida. Índices da Massa Corporal (IMC) O IMC é um índice de medida baseada no peso corporal e na altura, onde o valor obtido é comparado com os padrões estabelecidos. Ele está altamente correlaciona- do com a gordura corporal, mas a massa corporal magra aumentada ou uma grande estrutura corporal também podem aumentar o IMC (CHEEVER; HINKLE, 2005). Observa a Tabela 1 a seguir: Tabela 1 - Classificação de Peso pelo IMC Classificação IMC (kg/m²) Risco de Conformidades Baixo Peso Menor do que 18,5 Baixo Peso Normal 18, 5 a 24,9 Médio Sobrepeso Igual ou maior a 25,0 ----- Pré-obeso 25,0 a 29,9 Aumentado Obeso I 30,0 a 34,9 Moderado Obeso II 35,0 a 39,9 Grave Obeso III Igual ou maior 40,0 Muito GraveFonte: Adaptado de Abeso (2010) Como você pode observar, a Tabela 1 apresentada mostra através do cálculo do IMC se as pessoas apresentam riscos de conformidades. O IMC é um meio de con- seguirmos mensurar valores que poderão nos auxiliar na orientação do nosso clien- te. É uma técnica utilizada por profissionais da saúde, assim como por esteticistas. Após a identificação dos valores e da classificação, cabe ao profissional este- ticista orientar o cliente para que busque profissionais como nutricionistas, por exemplo, que irão orientá-lo como melhorar essa qualidade. 14 15 A estética também deverá fazer parte do processo de melhorias para a saúde dessa cliente que apresenta alterações, onde se fará uso de diversos procedimentos que auxiliarão na melhora de sua saúde. Realize a leitura do artigo Obesidade e amplie seus conhecimentos sobre o assunto. Dispo- nível em: https://goo.gl/JPfj kX Ex pl or A alimentação, a obesidade e o IMC são assuntos que estão extremamente rela- cionados, tendo em vista que, na maioria das vezes, uma alimentação inadequada leva à obesidade que, por consequência, altera o IMC. Como melhorar a qualidade da saúde se pensarmos em melhorar somente um fator de risco? Devemos entender que o corpo é um sistema completo e levou anos para sofrer suas alterações. Podemos sempre melhorar a situação existente, mas só se conseguirmos modificar a situação tendo em vista vários fatores de riscos. Lamounier (2012) credita que através da conscientização, o combate ao sedentaris- mo e o tratamento da obesidade implicará na adesão dos pacientes a de estilos de vida saudáveis que visem à redução ou manutenção do peso e priorizem hábitos saudáveis. Fotoexposição A fotoexposição solar é um fator extremamente importante para o desenvolvi- mento do câncer de pele. Sabemos que a incidência de câncer de pele aumenta consideravelmente todo ano. No Brasil, segundo Souza (2012), esse tipo de câncer corresponde a 25% de todos os tumores malignos. Sendo que Silva (2018) relata que a incidência corresponde a 30%. É um tipo de câncer que apresenta cura, mas se diagnosticado precocemente e se tratado rápido. Entretanto, sabemos que a assistência à saúde é lenta, principal- mente pelo sistema único de saúde, onde, para se iniciar um tratamento, tem-se tanta burocracia que se acaba demorando muito tempo para iniciar o tratamento conforme deveria. Uma forma de prevenir a pele diante da exposição solar, dimi- nuindo os riscos para o câncer de pele, é a utilização frequente de filtro solar. Antes de continuar lendo o este conteúdo, entre no link a seguir e realize a leitura da matéria publicada na Folha de São Paulo, de 2018, que trata sobre o Sol. Disponível em: https://goo.gl/jDPNj6 Você pode observar que antes do texto escrito na Folha de São Paulo aparece algumas ima- gens retratando algumas doenças de pele causadas pelo Sol. Ao mesmo tempo que pode causar esses problemas, o Sol apresenta benefícios e malefícios ao ser humano. Ex pl or 15 UNIDADE Fatores de Riscos a Saúde A fotoproteção é uma área da cosmetologia que estuda as formulações cosméti- cas para a proteção da pele contra o fotoenvelhecimento, as fotoalergias, e os da- nos causados pelos radicais livres. A necessidade de fotoproteção começou a partir da década de oitenta, quando ocorreu um aumento na incidência de câncer de pele. O uso do fotoprotetor é muito recomendado desde então, como medida de prevenção, contra a ação lesiva da radiação ultravioleta (SANTOS; LUBI, 2017). Além de a fotoproteção proteger a pele, também auxilia no processo de enve- lhecimento da pele. A fotoproteção pode se dar por várias formas, como a utili- zação de óculos, chapéus, roupas protetoras e, o mais importante, o fotoprotetor mais conhecido como filtro solar. O papel do esteticista é orientar a importância do uso do filtro solar priorizando nos horários mais críticos, entre 10h e 16h. A sua aplicação deve ocorrer a cada 2 e 3 horas, essas aplicações dependerão da orientação do profissional, das caracte- rísticas da pele e suas alterações estéticas ou dermatológicas. Agora que você já conhece um pouco sobre fotoexposição e fotoproteção, assista ao vídeo A importância do filtro solar no link a seguir: https://goo.gl/zGV1XFEx pl or O vídeo que você acabou de assistir mostra a importância do uso do filtro solar, além de explicar um pouco sobre a radiação solar e como ela age na pele. É importante todo esse conhecimento para que você, na hora de indicar um filtro solar para sua cliente, saiba reconhecer a importância do seu uso e explicá-la de forma correta, detalhando o uso adequado. Envelhecimento O processo de envelhecimento vem sendo visto como um dos maiores desafios da saúde pública contemporânea, uma vez que, em países desenvolvidos, represen- ta uma parcela significativa da população e, em países em desenvolvimento, como o Brasil, o aumento da população idosa tem índices de crescimento muito maiores do que os da população em geral. Paralelamente a isso, constatou-se que um importante fator de risco para o câncer é o envelhecimento (SILVA; SILVA, 2005). Sabemos que o envelhecimento é multifatorial, tem relação com nossos hábitos de vida, nossa alimentação, com o fato da idade que chega para todos e também com os fatores genéticos. Porém, para retardar o envelhecimento, devemos mudar nossos hábitos de vida, cuidar mais da saúde, entre outras formas de promover saúde. 16 17 Assista o vídeo “Envelhecimento ou Velhice?” no link a seguir: https://goo.gl/eKhCFo Gostou do vídeo? Então Refl ita: realmente é interessante pensarmos dessa forma e tentar- mos ver o nosso futuro, não é? Será que da forma que vivemos hoje teremos uma velhice saudável? Ex pl or É nosso papel como pessoa e profissional entender todo esse processo do enve- lhecer de forma saudável e como fazer para envelhecer com saúde. Todos os fatores aqui abordados estão relacionados a só uma palavra: saúde. Para se ter saúde, precisamos modificar a nossa qualidade de vida e promover qua- lidade de vida a partir de mudanças diárias. Estresse O estresse pode ser entendido como sendo a reação do organismo diante de emergências e/ou perigo que nos permite encontrar maneiras de lidar com os eventos estressores (ARAGÃO et al., 2009). Em 1926, Hans Selye utilizou o termo estresse pela primeira vez definindo-o como “um conjunto de reações que o organismo desenvolve ao submetera uma situação que exige esforço para adaptação”, e “estressor” é todo o agente ou de- manda que evoca reações do estresse (SEGANTIN; MAIA, 2007). O estresse é uma reação do organismo que pode ocorrer em qualquer pessoa e alguns autores relatam que não podemos viver sem ele, mas podemos aprender a lidar com ele. Essas alterações se apresentam por fases e por algumas reações como: tontura, sudorese, hipertensão, tensão muscular, taquicardia, dificuldades para dormir, aperto da mandíbula, entre outros. Esses fatores aos poucos vão aumentando, podendo levar a alguns tipos de doenças como: hipertensão, ansiedade, câncer, úlcera, infarto, depressão; proble- mas que hoje podemos encontrar com maior frequência na população e também estudos sobre o assunto. É importante que você entenda que não é o estresse que leva à doença, mas ele pode proporcionar o desencadeamento das doenças e seus agravos. Vários fatores estão relacionados para o desenvolvimento do estresse, como o suporte social, a família, o emocional, o bem-estar psicológico e a qualidade de vida, entre outras situações que ocorrem no decorrer da vida. Normalmente não percebemos o agravamento do estresse no processo de saú- de e doenças. No início, onde os primeiros fatores aparecem, a fala é “estou es- tressado por uma reação de nervoso em uma determinada situação”; a pessoa não 17 UNIDADE Fatores de Riscos a Saúde pensa que isso pode se agravar. As pessoas consideram que aquela é uma situação que se está passando naquele momento, e que no futuro as coisas vão melhorar,afinal, “tudo passa”. Mas é importante observarmos nossas reações e as entendermos, já que o índice de profissionais da área da saúde que apresentam estresse por trabalho vem cres- cendo, e com frequência. O profissional esteticista lida com pessoas que apresen- tam diversas particularidades. Muitas vezes, em um procedimento estético, preci- samos dar uma atenção especial para aquele cliente que quer conversar, desabafar. Se o profissional não conseguir se organizar e lidar com o seu público, pode sim prejudicar a própria saúde. Sabemos que a rotina de trabalho do esteticista pode ser além do limite, pois, muitas vezes, trabalhamos em um espaço e, nas horas livres, atendemos de forma particular, o que causa a sobrecarga de trabalho. No início, não percebemos essa sobrecarga, mas ao poucos os sinais vão apare- cendo, são notados, embora, logo acostumemos e continuemos em nossa rotina, por mais nociva que seja. Entretanto, o organismo uma hora se sobrecarrega e começa aparecer as patologias. Precisamos nos preocupar e saber lidar com tudo isso. Identificar um quadro inicial de estresse em nosso cliente também é importante para podermos lidar com isso e construir um programa adequado que proporcione a qualidade vida, a dimi- nuição desse estresse, o relaxante e até mesmo a alteração na rotina. Para complementar seu estudo sobre este assunto, leia: https://goo.gl/1eXBsEExp lo r Estudamos aqui alguns fatores desencadeantes de doenças, que atualmente são estudados e trabalhados pelo sistema de saúde como uma forma de prevenir as doenças diminuindo as alterações desses fatores. A melhor forma de trabalhar esses fatores é controlando-os e, quando possível, evitando que ocorram. Mesmo com dificuldades, precisamos aprender a lidar com isso para ter qualidade de vida e evitar determinadas patologias. Na próxima unidade, estudaremos como a saúde coletiva atua e desenvolve seus programas junto ao SUS. 18 19 Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Leitura Estresse Ocupacional e suas Principais Causas e Consequências SILVA, C. F. Juliana. 2010. https://goo.gl/WN85xR Estresse Ocupacional em Profissionais de Estratégias de Saúde da Familia ZARPELON, R. Simone; BARRETA, Elizabeth. 2016. https://goo.gl/eiBMm1 Causas e Efeitos do Estresse no Trabalho PEREIRA, G. Jeane; MELLO, Fabiane. 2016. https://goo.gl/ytV6GC Prevenção do Estresse Ocupacional em Profissionais da Saúde JUNIOR, S. S. João. 2016. https://goo.gl/PjdkwD 19 UNIDADE Fatores de Riscos a Saúde Referências ARAGÃO, S. I. Ellen et al. Suporte Social e estresse: Uma revisão de literatura. Psicologia &m foco, v. 2, n. 1, jan./jun. 2009. Disponível em: <http://linux. alfamaweb.com.br/sgw/downloads/161_115245_ARTIGO8-Suportesocialees- tresse-umarevisaodaliteratura.pdf>. Acesso em: 01 set. 2018. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA PARA O ESTUDO DA OBESIDADE E DA SÍN- DROME METABÓLICA DIRETRIZES BRASILEIRAS DE OBESIDADE (ABESO). Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica. Di- retrizes brasileiras de obesidade. 4. ed. São Paulo: ABESO, 2016. Disponível em: <http://www.abeso.org.br/uploads/downloads/92/57fccc403e5da.pdf>. Acesso em: 01 set. 2018. CHEEVER, Kerry H.; HINKLE, Janice L. Brunner e Suddarth – Tratado de Enfermagem Médico-cirúrgica. v. 1. Rio de Janeiro: Guanabara, 2005. MATSUDO, M. Sandra. Atividade Física na promoção da saúde e qualidade de vida no envelhecimento. Rev. bras. Educ. Fís. Esp., São Paulo, v. 20, n. 5. p. 135-37, set. 2006. Disponível em: <https://citrus.uspnet.usp.br/eef/uploads/ar- quivo/37_Anais_p135.pdf>. Acesso em: 01 set. 2018. SANTOS, dos. N. F. Cássia; LUBI, Neiva. A importância da fotoproteção na prevenção do envelhecimento precoce. 2017. 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