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DESENVOLVIMENTO E TECNOLOGIAS SUSTENTÁVEIS 1

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ÍNDICE
1º BIMESTRE
· Caracterização de sustentabilidade ambiental;
· Identificação dos conceitos sobre o desenvolvimento sustentável, mostrar sua evolução e história e as bases do seu aparecimento;
· Indicadores de sustentabilidade ambiental;
· Pensamento Cartesiano versus Pensamento sistêmico;
· Relações entre economia e meio ambiente.
Portanto a sustentabilidade se faz no princípio de se ter uma união favorável entre natureza e sociedade, para que sempre haja recursos naturais para subsidiar as necessidades humanas e sempre hajam humanos que pensem sustentavelmente em relação aos recursos naturais. Para ser sustentável, envolver ser: ecologicamente correto, socialmente justo, economicamente viável, culturalmente diverso.
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL: CONCEITOS E HISTÓRICOS
ser ecologicamente correto: não esgotar os recursos da natureza, tratar o meio ambiente com respeito, haver um equilíbrio entre o que retiramos da natureza e o que oferecemos em troca. Veja alguns exemplos: usar somente a quantidade de água e energia necessária e evitar desperdícios; consumir produtos que não tenham embalagem excessiva e de empresas que não estão ameaçando a natureza; consumir menos carne, porque o rebanho produz gás metano do efeito estufa; andar em transportes públicos ou bicicletas; não consumir substâncias destruidoras da camada de ozônio (como sprays que contêm CFC); realizar coleta seletiva em casas e empresas; realizar reciclagem e reutilização de materiais, entre outros;
ser economicamente viável: a sustentabilidade não quer interromper o desenvolvimento, mas corresponde a uma nova forma de pensar, buscando meios que propiciem o crescimento econômico sem agredir o meio ambiente. Nesse processo, desenvolvem-se novas oportunidades de negócios que podem ser aproveitadas por pessoas e empresas.
	A reciclagem é um exemplo de ideia que pode ser usada no desenvolvimento sustentável, mas se o gasto com a reciclagem de determinado material for maior que o de extrair o recurso bruto da natureza, esse processo não será economicamente viável e tenderá a não continuar. A sustentabilidade, por outro lado, está relacionada com a ideia de continuidade — como essas vertentes podem manter-se em equilíbrio ao longo do tempo. Por isso, pesquisas devem ser realizadas para desenvolver meios que tornem economicamente viável a reciclagem de um determinado material.
	Um exemplo que mostra como o desenvolvimento sustentável pode ser não só economicamente viável, mas também trazer vantagens, é o uso de lâmpadas fluorescentes, que resultam em uma economia de 80% na conta de luz porque ela dura dez vezes mais que as incandescentes.
ser socialmente justo: isso envolve ética, justiça social, educação de qualidade, trabalho decente para todos, solidariedade e considerar que nosso planeta é um só e que cada ação afeta o todo, pois a vida é interação e tudo está relacionado.
Um exemplo que podemos citar é o uso de transporte coletivo como um meio sustentável de diminuir a quantidade de carros e, consequentemente, a poluição gerada para o meio ambiente. Porém, além de ser de qualidade, esses meios de transporte também devem possuir mecanismos que o deixem acessíveis e confortáveis para o uso de todos, inclusive de idosos e de pessoas com deficiências. Desse modo, as ideias e tecnologias que têm a sustentabilidade como foco devem levar em conta também classes e grupos menos favorecidos.
Outro exemplo que alia esses três pontos já mencionados é o modelo da agricultura. Hoje esse modelo privilegia alta especialização, menor diversidade e maior uso de produtos químicos. Dá-se preferência ao cultivo extensivo de monoculturas, com uso excessivo de fertilizantes e agrotóxicos que acabam por poluir o solo, as águas e provocar graves alterações no ecossistema e na saúde da população. No entanto, considerando a agricultura sustentável, podemos enfatizar a agricultura familiar, que além de dar maior oportunidade para pessoas menos favorecidas, também incentiva práticas ecologicamente corretas, como a diversificação de cultivos, o menor uso de insumos industriais, o uso sustentável dos recursos genéticos e a agroecologia.
ser culturalmente diverso: valorizar a diversidade, promover relações de respeito com todos e gerar benefícios para todos. Por exemplo, hoje a renda de uma pessoa negra no Brasil é, em média, 50% menor que a de uma pessoa branca. As ideias sustentáveis difundidas devem promover a igualdade, não a desigualdade e preconceito que vemos hoje.
PRINCIPAISMOVIMENTOS INTERNACIONAIS
Clube de Roma (1972): dimensões globais dos problemas climáticos e ambientais e limites à exploração de recursos;
Conferência de Estocolmo (1972): meio ambiente como condicionador e limitador do crescimento econômico;
Cúpula da Terra (1992): conciliação do desenvolvimento socioeconômico e proteção dos ecossistemas;
Rio 1992: Protocolo de Kyoto, Declaração do Rio e Agenda 21, na mesma linha de Estocolmo.
HISTÓRICO MUNDIAL
SÉCULO XIX
1869 Ernst Haeckel, propõe o vocábulo “ecologia” para os estudos das relações entre as espécies e seu ambiente. 1872 Criação do primeiro parque nacional do mundo “Yellowstone”, USA
SÉCULO XX
1947 Funda-se na Suíça a UICN- União Internacional para a Conservação da Natureza 1952 Acidente de poluição do ar em Londres provoca a morte de 1600 pessoas
anos 60
1962 Publicação da “Primavera Silenciosa” por Rachel Carlson
1965 É utilizada a expressão “Educação Ambiental” (Enviromental Education) na “Conferência de Educação” da Universidade de Keele, Grã-Bretanha
1966 Pacto Internacional sobre os Direitos Humanos - Assembléia Geral da ONU
1968 Fundação do Clube de Roma 1968 Manifestações de Maio de 68 na França
anos 70
1972 Publicação do Relatório “Os Limites do Crescimento” - Clube de Roma 
1972 Conferência de Estocolmo - Discussão do Desenvolvimento e Ambiente, Conceito de Ecodesenvolvimento. Recomendação 96 Educação e Meio Ambiente 1973 Registro Mundial de Programas em Educação Ambiental -USA 
1974 Seminário de Educação Ambiental em Jammi, Finlândia - Reconhece a Educação Ambiental como educação integral e permanente
1975 Congresso de Belgrado - Carta de Belgrado estabelece as metas e princípios da Educação Ambiental
1975 Programa Internacional de Educação Ambiental - PIEA
1976 Reunião Subregional de EA para o ensino Secundário Chosica Peru. Questões ambientais na América Latina estão ligadas às necessidades de sobrevivência e aos direitos humanos.
1976 Congresso de Educação Ambiental Brasarville, África, reconhece que a pobreza é o maior problema ambiental.
1977 Conferência de Tbilisi - Geórgia, estabelece os princípios orientadores da EA e remarca seu caráter interdisciplinar, critico, ético e transformador.
1979 Encontro Regional de Educação Ambiental para América Latina em San José, Costa Rica.
anos 80
1980 Seminário Regional Europeu sobre EA, para Europa e América do Norte. Assinala a importância do intercâmbio de informações e experiências. 
1980 Seminário Regional sobre EA nos Estados Árabes, Manama, Bahrein. UNESCO _ PNUMA.
1980 Primeira Conferência Asiática sobre EA Nova Delhi, Índia 1987 Divulgação do Relatório da Comissão Brundtland, Nosso Futuro Comum.
1987 Congresso Internacional da UNESCO - PNUMA sobre Educação e Formação Ambiental - Moscou. Realiza a avaliação dos avanços desde Tbilisi, reafirma os princípios de Educação Ambiental e assinala a importância e necessidade da pesquisa, e da formação em Educação Ambiental.
1988 Declaração de Caracas. ORPAL - PNUMA, Sobre Gestão Ambiental em América Denuncia a necessidade de mudar o modelo de desenvolvimento.
1989 Primeiro Seminário sobre materiais para a Educação Ambiental. ORLEAC - UNESCO - PIEA. Santiago, Chile.
1989 Declaração de HAIA, preparatório da RIO 92, aponta a importância da cooperação internacional nas questões ambientais.
anos 90
1990 Conferência Mundial sobre Ensino para Todos, Satisfação das necessidades básicas de aprendizagem, Jomtien, Tailândia. Destaca o conceito de Analfabetismo Ambiental 1990 ONU Declara o ano
1990 Ano Internacional do MeioAmbiente. 1991 Reuniões preparatórias da Rio 92.
1992 Conferencia sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, UNCED, Rio/92 - Criação da Agenda 21 Tratado de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis FORUN das ONG’s - compromissos da sociedade civil com a Educação Ambiental e o Meio Ambiente. Carta Brasileira de Educação Ambiental. Aponta as necessidades de capacitação na área. MEC.
1993 Congresso Sul-americano continuidade Eco/92 - Argentina 1993 Conferência dos Direitos Humanos. Viena.
1994 Conferência Mundial da População. Cairo 1994 I Congresso Ibero Americano de Educação Ambiental. Guadalajara, México.
1995 Conferência para o Desenvolvimento Social. Copenhague. Criação de um ambiente econômico-político-social-cultural e jurídico que permita o desenvolvimento social.
1995 Conferência Mundial da Mulher / Pequim
1995 Conferência Mundial do Clima. Berlim 1996 Conferência Habitat II Istambul.
1997 II Congresso Ibero-americano de EA. Junho Guadalajara, México.
1997 Conferência sobre EA em Nova Delhi.
1997 Conferência Internacional sobre Meio Ambiente e Sociedade: Educação e Conscientização Pública para a Sustentabilidade, Thessaloniki, Grécia.
1999 É lançada a revista Tópicos en Educación Ambiental, uma publicação internacional editada no México, que contém informações sobre as variadas vertentes e áreas da educação ambiental.
anos 2000
2002 Em dezembro, a Assembléia Geral das Nações Unidas, durante sua 57ª sessão, estabeleceu a resolução nº 254, declarando 2005 como o início da Década da Educação para o Desenvolvimento Sustentável, depositando na Unesco a responsabilidade pela implementação da iniciativa.
2003 Durante a XIV Reunião do Foro de Ministros de Meio Ambiente da América Latina e Caribe, em novembro no Panamá, é oficializado o PLACEA, o Programa Latino-americano e Caribenho de Educação Ambiental, que teve como principal protagonista a Venezuela, e como foro de discussões, a série dos congressos ibero-americano de educação ambiental.
Em novembro é realizada na Venezuela, a reunião de trabalho de especialistas em gestão pública da educação ambiental na América Latina e Caribe, que elaborou o plano de implementação do PLACEA, de modo articulado com a Iniciativa Latino-americana e Caribenha para o Desenvolvimento Sustentável.
Em janeiro é criada em Portugal, durante as XII Jornadas Pedagógicas de Educação Ambiental da ASPEA, Associação Portuguesa de Educação Ambiental, a Rede Lusófona de Educação Ambiental, reunindo educadores ambientais brasileiros, portugueses e outras nacionalidades de língua portuguesa.
HISTÓRICO BRASILEIRO
SÉCULO XIX
1808 Criação do Jardim Botânico no Rio de Janeiro
1850 Lei 601 de Dom Pedro II proibindo a exploração florestal nas terras descobertas, a lei foi ignorada, continuando o desmatamento para implantação da monocultura de café.
1876 André Rebouçãs sugere a criação de parques nacionais na Ilha de Bananal e em Sete Quedas.
1891 Decreto 8.843 cria reserva florestal em Acre, que não foi implantada ainda.
1896 Foi criado o primeiro parque estadual em São Pablo. Parque da Cidade.
SÉCULO XX
1920 O pau brasil é considerado extinto.
1932 Realiza-se no Museu Nacional a primeira Conferência Brasileira de Proteção à Natureza.
1934 Decreto 23793 transforma em Lei o Anteprojeto de Código Florestal.
1937 Cria-se o Parque Nacional de Itatiaia.
1939 Cria-se o Parque Nacional do Iguaçu.
anos 60
1961 Jânio Quadros, declara o pau brasil como árvore símbolo nacional, e o ipê como a flor símbolo nacional.
anos 70
1971 Cria-se em Rio Grande do Sul a associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural. AGAPAN
1972 A Delegação Brasileira na Conferência de Estocolmo declara que o pais está “aberto a poluição, porque o que se precisa é dólares, desenvolvimento e empregos” . Apesar disto, contraditoriamente o Brasil lidera os países do Terceiro Mundo para não aceitar a Teoria do Crescimento Zero proposta pelo Clube de Roma.
1972 A Universidade Federal de Pernambuco inicia uma campanha de reintrodução do pau brasil considerado extinto em 1920.
1973 Cria-se a Secretaria Especial do Meio Ambiente, SEMA, no âmbito do Ministério do Interior, que entre outras atividades, começa a fazer Educação Ambiental.
1976 A SEMA e a Fundação Educacional do Distrito Federal e a Universidade de Brasília. Realizam o primeiro curso de Extensão para professores do 1o Grau em Ecologia.
1977 Implantação do Projeto de Educação Ambiental em Ceilândia. (1977 - 81).
1977 SEMA constitui um grupo de trabalho para elaboração de um documento de Educação Ambiental para definir seu papel no contexto brasileiro.
1977 Seminários Encontros e debates preparatórios à Conferência de Tbilisi são realizados pela FEEMA-RJ.
1977 A disciplina Ciências Ambientais passa a ser obrigatória nos cursos de Engenharia.
1978 A Secretaria de Educação de Rio Grande do Sul desenvolve o Projeto Natureza (1978 - 85).
1978 Criação de cursos voltados para as questões ambientais em várias universidades brasileiras.
1978 Nos cursos de Engenharia Sanitária inserem-se as disciplinas de Saneamento Básico e Saneamento Ambiental.
1979 O MEC e a CETESB/ SP, publicam o documento “Ecologia uma Proposta para o Ensino de 1o e 2o Graus.
anos 80
1981 Lei Nr. 6938 do 31 de agosto, dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente (Presidente Figueiredo).
1984 Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), apresenta uma resolução estabelecendo diretrizes para a Educação Ambiental, que não é tratada.
1986 A SEMA junto com a Universidade Nacional de Brasília, organiza o primeiro Curso de Especialização em Educação Ambiental. (1986 a 1988).
1986 I Seminário Nacional sobre Universidade e Meio Ambiente.
1986 Seminário Internacional de Desenvolvimento Sustentado e Conservação de Regiões Estuarino – Lacunares (Manguezais) São Paulo.
1987 O MEC aprova o Parecer 226/87 do conselheiro Arnaldo Niskier, em relação a necessidade de inclusão da Educação Ambiental nos currículos escolares de 1o e 2o Graus
1987 Paulo Nogueira Neto representa ao Brasil na Comissão Brundtland.
1987 II Seminário Universidade e Meio Ambiente, Belém, Pará.
1988 A Constituição Brasileira, de 1988, em Art. 225, no Capítulo VI - Do Meio Ambiente, Inciso VI, destaca a necessidade de ‘’promover a Educação Ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente’’. Para cumprimento dos preceitos constitucionais, leis federais, decretos, constituições estaduais, e leis municipais determinam a obrigatoriedade da Educação Ambiental.
1988 Fundação Getúlio Vargas traduz e publica o Relatório Brundtland, Nosso Futuro Comum.
1988 A Secretaria de Estado do Meio Ambiente de SP e a CETESB, publicam a edição piloto do livro “Educação Ambiental” Guia para professores de 1o e 2o Graus.
1989 Criação do IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente), pela fusão da SEMA, SUDEPE, SUDEHVEA e IBDF. Nele funciona a Divisão de Educação Ambiental.
1989 Programa de Educação Ambiental em Universidade Aberta da Fundação Demócrito Rocha,por meio de encartes nos jornais de Recife e Fortaleza.
1989 Primeiro Encontro Nacional sobre Educação Ambiental no Ensino Formal. IBAMA/ UFRPE. Recife.
1989 Cria-se o Fundo Nacional de Meio Ambiente FNMA no Ministério do Meio Ambiente MMA.
1989 III Seminário Nacional sobre Universidade e Meio Ambiente. Cuiabá. MT.
anos 90
1990 I Curso Latino-Americano de Especialização em Educação Ambiental. PNUMA/IBAMA/CNPq/CAPES/UFMT. CUIABÁ- MT (1990 a 1994).
1990 IV Seminário Nacional sobre Universidade e Meio Ambiente, Florianópolis, SC.
1991 MEC resolve que todos os currículos nos diversos níveis de ensino deverão contemplar conteúdos de Educação Ambiental (Portaria 678 (14/05/91).
1991 Projeto de Informações sobre Educação Ambiental, IBAMA/ MEC;
1991 Grupo de Trabalho para Educação Ambiental coordenado pelo MEC, preparatório para a Conferência do Rio 92.
1991 Encontro Nacional de Políticas e Metodologias para Educação Ambiental. MEC/ IBAMA/Secretaria do Meio Ambiente da Presidência da República/ UNESCO/ Embaixada do Canadá.
1992 Criação dos Núcleos Estaduais de EducaçãoAmbiental do IBAMA, NEA’s.
1992 Participação das ONG’s do Brasil no Fórum de ONG’s e na redação do Tratado de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis. Destaca-se o papel da Educação Ambiental na construção da Cidadania Ambiental.
1992 O MEC promove no CIAC do Rio das Pedras em Jacarepaguá Rio de Janeiro o Workshop sobre Educação Ambiental cujo resultado encontra-se na Carta Brasileira de Educação Ambiental, destacando a necessidade de capacitação de recursos humanos para EA
1993 Uma Proposta Interdisciplinar de Educação Ambiental para Amazônia. IBAMA, Universidades e SEDUC’s da região, publicação de um Documento Metodológico e um de caráter temático com 10 temas ambientais da região (1992 a 1994).
1993 Criação dos Centros de Educação Ambiental do MEC, com a finalidade de criar e difundir metodologias em Educação Ambiental;
1994 Aprovação do Programa Nacional de Educação Ambiental, PRONEA, com a participação do MMA/IBAMA/MEC/MCT/MINC.
1994 Publicação da Agenda 21 feita por crianças e jovens em português. UNICEF.
1994 3º Fórum de Educação Ambiental.
1995 Todos os Projetos Ambientais e/ou de desenvolvimento sustentável devem incluir como componente atividades de Educação Ambiental.
1996 Criação da Câmara Técnica de Educação Ambiental do CONAMA.
1996 Novos Parâmetros Curriculares do MEC, nos quais incluem a Educação Ambiental como tema transversal do currículo.
1996 Cursos de Capacitação em Educação Ambiental para os técnicos das SEDUC’s e DEMEC’s nos Estados, para orientar a implantação dos Parâmetros Curriculares. Convênio UNESCO – MEC.
1996 Criação da Comissão Interministerial de EA. MMA.
1997 Criação da Comissão de Educação Ambiental do MMA.
1997 I Conferência Nacional de Educação Ambiental. Brasília. ICNEA.
1997 Cursos de Educação Ambiental organizados pelo MEC – Coordenação de Educação Ambiental, para as escolas Técnicas e Segunda etapa de capacitação das SEDUC’s e DEMEC’s. Convênio UNESCO – MEC.
1997 IV Fórum de Educação Ambiental e I Encontro da Rede de Educadores Ambientais. Vitória.
1997 I Teleconferência Nacional de Educação Ambiental. Brasília, MEC.
1998 Publicação dos materiais surgidos da ICNEA.
1999 Criação da Diretoria de Educação Ambiental do MMA Gabinete do Ministro.
1999 Aprovada a Lei 9.597/99 que institui a Política Nacional de EA.
1999 Programa Nacional de Educação Ambiental (PNEA).
1999 Criação dos Movimento dos Protetores da Vida Carta de Princípios Brasília DF.
1999 A Coordenação de EA do MEC passa a formar parte da Secretária de Ensino Fundamental – COEA.
anos 2000
2000 Seminário de Educação Ambiental organizado pela COEA/ MEC Brasília DF.
2000 Curso Básico de Educação Ambiental a Distância DEA/ MMA UFSC/ LED/ LEA.
2002 Lançado o Sistema Brasileiro de Informação sobre Educação Ambiental e Práticas Sustentáveis (SIBEA).
2002 Decreto Nº 4.281, de 25 de junho de 2002. Regulamenta a Lei que institui a Política Nacional de Educação Ambiental e dá outras providências.
2004 Em setembro é realizada a Consulta Pública do ProNEA, o Programa Nacional de Educação Ambiental, que reuniu contribuições de mais de 800 educadores ambientais do país.
	Em novembro foi realizado o V Fórum Brasileiro de Educação Ambiental, após sete anos de intervalo ocorrido entre o IV Fórum, com o lançamento da Revista Brasileira de Educação Ambiental e com a criação da Rede Brasileira de Educomunicação Ambiental - REBECA.
	Ainda em novembro, após dois anos de existência enquanto Grupo de Estudos, é oficializado o Grupo de Trabalho em Educação Ambiental da ANPEd, Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação.
Em dezembro é criado o Grupo de Trabalho de Educação Ambiental no FBOMS, o Fórum Brasileiro de ONGs e Movimentos Sociais. 
DUAS VERTENTES TEÓRICAS: ECOLOGIA – derivada da biologia que remete às necessidades dos ecossistemas de suportarem e resistirem às agressões de fundo antrópico e natural. ECONOMIA – participando do conceito de desenvolvimento, ressaltando a impossibilidade de perpetuar o mesmo nível de utilização de recursos.Desenvolvimento sustentável é o desenvolvimento capaz de suprir as necessidades da geração atual, garantindo a capacidade de atender as necessidades das futuras gerações. É o desenvolvimento que não esgota os recursos para o futuro.
O tripé da sustentabilidade envolve: pessoas, lucro e o planeta, proporcionando assim meios suportáveis entre as pessoas e o planeta, equitáveis entre as pessoas e os lucros e viável para o planeta e o lucro, formando bases sociais, ambientais e econômicas.
Pressuposto é o mesmo que objetivo de uma determinada ação, logo, temos que as práticas sustentáveis tem como pressuposto tornar a civilização mais igualitária de modo que todas as pessoas tenham uma melhor vida.
Essas sugestões acabam sendo a maneira mais eficiente de se criar uma conduta sustentável e servem tanto para empresas como para a sensibilização da sociedade para com o meio ambiente. Quais dessas sugestões você pratica ou já praticou alguma vez?
INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL
	Um indicador ambiental pode ser entendido como a representação de um conjunto de dados, informações e conhecimentos acerca de determinado fenômeno urbano/ambiental capaz de expressar e comunicar, de maneira simples e objetiva, as características essenciais (como ocorrência, magnitude e evolução, entre outros aspectos) e o significado (como os efeitos e a importância socioambiental) desse fenômeno aos tomadores de decisão e à sociedade em geral. Sua adoção envolve a perspectiva de ser utilizado no acompanhamento de cada fenômeno urbano/ambiental ao longo do tempo, no sentido de avaliar o progresso ou retrocesso em relação ao meio ambiente.
	Em 2010, 28 cientistas de renome internacional reuniram-se em Estocolmo, Suécia, para aprimorar o diagnóstico da crise ambiental da atualidade. O resultado foi a identificação de nove ameaças ao planeta (SOFFIATI, 2012):
	Mudanças climáticas: Geradas pela emissão de gases do efeito estufa, notadamente o CO2, o aquecimento global está provocando uma rápida mudança no clima podendo comprometer a agricultura, pecuária e urbanização.
	Esgarçamento da camada de ozônio: Apesar de revertido o processo de desgaste da camada de ozônio por meio de novas técnicas e tecnologias, não se resolveu de todo o processo de corrosão da camada de ozônio, escudo fundamental para a continuidade das formas de vida mais complexas no planeta.
	Acidificação dos oceanos: Mais que as florestas, os oceanos cumprem o papel ecológico de absorver o dióxido de carbono existente na atmosfera e produzir oxigênio. Contudo, muito gás carbônico e muita absorção dele pelos mares levam à acidificação dos oceanos e à destruição de ecossistemas fundamentais, como os bancos de corais e os animais com carapaça, por exemplo.
	Água doce: O planeta é composto por 2/3 de água, mas muito pouco dela é doce, fundamental à agricultura, à pecuária e à humanidade. A água doce está sendo desperdiçada ou utilizada para o lucro.
	Biodiversidade: Apesar do errôneo entendimento de muitos que pensam que os que a defendem gostam de plantinhas e bichinhos, é a biodiversidade que garante o equilíbrio dos processos biológicos essenciais do planeta.
	Ciclos do nitrogênio e do fósforo: O processamento de nitrogênio e fósforo é muito maior que aquele feito pela natureza, aumentando, assim, os processos de eutrofização das águas doces e salgadas.
	Uso da terra: A conversão de metade das florestas, principalmente tropicais, em lavouras e pastagens, quebra a capacidade do planeta em exercer suas funções vitais de equilíbrio.
	Cargas de partículas na atmosfera: Atualmente, o lançamento de partículas na atmosfera dobrou desde a revolução industrial. Elas são extremamente nocivas à vida.
	Poluição química: Cerca de 100.000 diferentes compostos químicos produzidos pelo sistema industrial estão sendo aplicado em todo o mundo atualmente, o que vai afetar os seres vivos e a humanidade.
OS PRINCÍPIOS DE BASE DOS SISTEMAS DE INDICADORES AMBIENTAIS SÃO OS SEGUINTES:
· Comparabilidade: os indicadores devem permitir estabelecercomparações e apontar as mudanças ocorridas em termos de desempenho ambiental;
· Equilíbrio: os indicadores ambientais devem distinguir entre áreas problemáticas (mau desempenho) e áreas com perspectivas (bom desempenho);
· Continuidade: os indicadores devem assentar em critérios similares e em períodos ou unidades de tempo comparáveis;
· Temporalidade: os indicadores devem ser atualizados com a regularidade necessária para permitir a adoção de medidas;
· Clareza: os indicadores devem ser claros e inteligíveis.
	Teoricamente, faltam indicadores que possam ser expressos nas mesmas unidades para mensurar o desenvolvimento sustentável. Renda per capita, parâmetros sociais, indicadores físico-químicos e biológicos são mensuráveis em seus próprios termos, mas não podem ser conversíveis em outros termos.
	O Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas (UICN/PNUMA/WWF, 1991) adotou dois índices para medir o desenvolvimento humano ou a qualidade de vida humana: O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH - Human Development Index) e o Índice de Liberdade Humana (IFH - Human Freedom Index)
	O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH): é uma medida comparativa que engloba três dimensões: RIQUEZA, EDUCAÇÃO, ESPERANÇA E MÉDIA DE VIDA. É uma maneira padronizada de avaliação e medida do bem-estar de uma população.
	O índice foi desenvolvido em 1990, pelos economistas Amartya Sem e Mahbubul Hag, e vem sendo usado desde 1993 pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento no seu relatório anual.
	O Índice de Liberdade Humana (IFH) é uma modificação do Guia Mundial dos Direitos Humanos (World Human Rights Guide) (UICN/PNUMA/WWF, 1991), que usa 40 indicadores para medir a liberdade. A pontuação “1” é indicada para cada direito de liberdade que é protegido, e a pontuação “0” para cada direito de liberdade que é violado.
	O índice que está causando sucesso atualmente é o Índice de Felicidade Interna Bruta (FIB). O cálculo do FIB considera nove dimensões: 
1) bom padrão de vida econômica;
2) boa governança;
3) educação de qualidade;
4) boa saúde;
5) vitalidade comunitária;
6) proteção ambiental;
7) acesso à cultura;
8) uso equilibrado do tempo;
9) bem-estar psicológico. 
Existe até uma fórmula para o FIB:
	Sachs (1997) já havia proposto algumas dimensões, tais como alimentação sadia, saúde preventiva acima da curativa, habitação condigna, trabalho socioambientalmente útil, educação renovada, vestimenta e lazer. A felicidade ficaria a critério de cada um a partir desta base.
	A conservação dos sistemas de sustentação à vida necessita da conjugação dos itens de prevenção da poluição, recuperação e manutenção da integridade dos ecossistemas do planeta, e do desenvolvimento de um sistema abrangente de áreas protegidas. A conservação da biodiversidade requer a adoção dessas medidas, além da ação para recuperar e manter as espécies e os patrimônios genéticos. Os indicadores primários medem as condições do ecossistema ou da espécie em questão. Os indicadores secundários medem os impactos humanos. Os indicadores terciários medem as ações para reduzir os impactos.
NA RELAÇÃO DE INDICADORES ABAIXO, O NÚMERO ENTRE PARÊNTESES APONTA SE O INDICADOR É PRIMÁRIO (1), SECUNDÁRIO (2) OU TERCIÁRIO (3):
· Progresso na prevenção da poluição
· Emissões anuais de dióxido de carbono, metano, CFCs, óxido de enxofre, óxido de nitrogênio: total per capita e por unidade de PIB (2)
· Qualidade dos rios: oxigênio dissolvido e concentração de nitrato (1)
· Tratamento de águas servidas: porcentagem de população servida por estações de tratamento de esgoto (3)
· Acidentes industriais: quantidade, número de mortes, por unidade de PIB (2)
PROGRESSO NA RECUPERAÇÃO E MANUTENÇÃO DA INTEGRIDADE DOS ECOSSISTEMAS:
· Porcentagens de área de terra natural, modificada, cultivada, construída e degradada (1)
· Porcentagem dos ecossistemas naturais e modificados, ou tipos de vegetação em áreas maiores do que 10.000 hectares (1)
· Progresso no desenvolvimento de um sistema abrangente de áreas protegidas
· Percentagem de cada região ecológica que é coberta por áreas protegidas (3)
PROGRESSO NA RECUPERAÇÃO E MANUTENÇÃO DE ESPÉCIES E PATRIMÔNIOS GENÉTICOS:
· Número de espécies e percentual ameaçado por extinção, erradicação, percentual de populações estáveis, crescentes e em decréscimo significativo (1)
· Número e percentual de espécies endêmicas ameaçadas por extinção (1) e em áreas protegidas (3)
· Percentual de espécies ameaçadas com populações viáveis em instalações ex-sito (3)
· Índice de diversidade de espécies domesticadas (1)
· Índice de variedades domesticadas (1)
· Índice de uniformidade de cultura e de criação (1)
· Percentual de variedades tradicionais em coleções ex-sito (3)
· Índice de situação de bancos de genes (3)
OS INDICADORES SEGUINTES FARIAM A MEDIÇÃO DA EFICÁCIA DAS AÇÕES, PARA REDUZIR O CONSUMO E ESTABILIZAR O CRESCIMENTO POPULACIONAL:
· Consumo per capita de alimentos, água, madeira e minérios
· Uso per capita de energia
· Uso de energia por unidade de PIB
· Geração de resíduos municipais, per capita e por unidade de PIB
· Geração de resíduos industriais, per capita e por unidade de PIB
· Geração de resíduos nucleares descartados, por unidade de PIB e por unidade de energia
· Tendência populacional
· Taxa de Fertilidade Total
· Densidade populacional.
PENSAMENTO CARTESIANO VERSUS PENSAMENTO SISTÊMICO
	Existe um debate em algumas áreas do conhecimento humano que reivindica uma nova visão de mundo que propõe a superar a crise epistemológica que se abate sobre a ciência, sobre a tecnologia, sobre a educação, sobre a cultura, e sobre a sociedade. Esse debate visa superar o excesso de cartesianismo causada pelo excesso de racionalismo, existente na sociedade, na ciência, na educação ocasionado pela extrema fragmentação do conhecimento, da educação, da ciência e da própria pessoa humana. Essa nova visão de mundo reivindicada seria a visão sistêmica que se opõe ao cartesianismo.
O PENSAMENTO CARTESIANO
	Renê Descartes foi um filosofo cuja característica é a racionalidade e objetividade, sua preocupação era com a ordem, a clareza e a distinção. Descartes propôs fazer uma ciência essencialmente pratica e não especulativa, queria disciplinar a ciência e isso seria possível com um bom método. Esse método seria universal, inspirado no rigor matemático e racionalista. O método cartesiano está fundamentado no princípio de jamais acreditar em nada que não tivesse fundamento para provar a verdade. Com essa regra nunca se aceitará o falso por verdadeiro e se chegará ao verdadeiro conhecimento de tudo.
	Para reconhecer algo como verdadeiro, ele considera necessário usar a razão, o raciocínio como filtro e decompor esse algo em partes isoladas, em ideias claras e distintas, ou seja, propõe fragmentar, dividir o objeto de estudo a fim de melhor entender, compreender, estudar, questionar, analisar, criticar, o todo, o sistema.
	Para Descartes, nem os sentidos, que podem enganar-nos, nem as ideias, que são confusas, podem nos dar certezas e, portanto, nos conduzir ao entendimento da realidade. Por isso, com a finalidade de estabelecer um método de pensamento que permita chegar à verdade – no seu livro “O Discurso do Método” – Descartes propõe que só se considere como verdadeiro o que for evidente, o que for intuível com clareza e precisão racional.
O PENSAMENTO SISTÊMICO
	O pensamento sistêmico, de uma forma geral, pode ser definido como uma nova forma de percepção da realidade. Segundo Capra (1996) quanto mais são estudados os problemas de nossa época, mais se percebe que eles não podem ser entendidos isoladamente como no modelo cartesiano. São problemas sistêmicos, o que significa que estão interligados e são interdependentes. Deve-se sempre partir do princípio de que o todo e mais que a soma das partes, tendo desta forma o sistema como um todo integrado cujas propriedades essenciais surgem das inter-relações entre suas partes.
	Entender a realidade sistemicamente significa, literalmente, colocá-la dentro de um contexto e estabelecer a natureza de suas relações.Segundo Behrens o pensamento sistêmico pode ser definido como: “O pensamento sistêmico contrapõe o cartesianismo é uma forma de abordagem da realidade que surgiu no século XX, em contraposição ao pensamento reducionista, ou cartesiano, que visava a fragmentação. É visto como componente do paradigma emergente, que tem como representantes cientistas, pesquisadores, filósofos e intelectuais de vários campos. Por definição, o pensamento sistêmico inclui a interdisciplinaridade” (BEHRENS, 2005, p.53).
	Ainda segundo Capra, a ciência deve estar mais aberta a realidade do todo e não a uma parte deste todo. A ciência sistêmica mostra que os sistemas não podem ser compreendidos por meio da análise individual. As propriedades das partes não são necessariamente propriedades extrínsecas, mas precisam ser vistas e entendidas dentro do contexto do todo. Nessa perspectiva o pensamento cartesiano e o pensamento sistêmico apesar de cada qual possuir uma identidade, método e história diferentes, não são diretamente opostos, apenas tomaram caminhos diferentes, visando chegar a algo comum, pensando na busca da verdade do todo (CAPRA 1996, p. 51).
	Capra (1996) apresenta a ideia de inter-relação entre os objetos e seres vivos, as coisas não são separadas, apenas ficam separadas momentaneamente ou mesmo aparentam estar separadas, no entanto temos que ter cuidado com a ilusão, pois a realidade pode ser outra. Os objetos e os seres vivos estão em constante relação, há uma troca tanto subjetiva como objetiva nessas relações, não podendo ser estudadas, vistas, analisadas, entendidas separadamente.
	Entendemos que o pensamento cartesiano a partir da racionalidade teve, tem e tudo indica continuará a ter, uma enorme contribuição para a ciência e para a educação, porém não podemos mais aceitar a ideia de que para haver racionalização tem que haver fragmentação. O ser humano não é uma pessoa fragmentada, seu corpo, sua mente, estão diretamente ligadas, precisamos assim entender este ser humano num todo e não mais em partes.
	O mesmo processo vale para a educação. Não há mais uma ou outra disciplina mais ou menos importante, pois todas tem algo a contribuir na formação integral do Cidadão. Precisamos assim de um novo paradigma para o ser humano, para a ciência, para a educação. Precisamos de um paradigma sistêmico que visualize as situações num processo integral e não fragmentado. Um novo paradigma precisa ser construído para a ciência, para a educação, para a tecnologia e para a sociedade. A fragmentação é viável e aceitável na medida em que a mesma pense no todo, porém não é isto que está acontecendo tanto no meio cientifico como no social, cultural e político.
	Bateson e Watzlawick preconizaram que a teoria também abarca os cinco axiomas que são: 1) É impossível não comunicar; 2) Toda comunicação tem aspecto de relato (conteúdo) e de ordem (relação); 3) A natureza de uma relação está na contingência da pontuação das sequências comunicacionais entre os comunicantes (cada comportamento é causa e efeito do outro); 4) Os seres humanos se comunicam de maneira digital (comunicação verbal) e analógica (comunicação não-verbal); e 5) Todas as permutas comunicacionais ou são simétricas ou complementares, e estão baseadas na igualdade ou na diferença (Watzlawick et al. 1973).
	Bateson concebeu um conceito novo e radical de mente, capaz de superar a visão cartesiana. Mente é um fenômeno sistêmico característico dos seres vivos, uma característica relacional. A mente não está no cérebro e sim nas relações. Também nega a objetividade da realidade quando afirma que o observador traz a marca de quem observa. Não existe, portanto, uma realidade objetiva, independente do observador (Vasconcellos, 2010), conforme já explicitado no pressuposto da intersubjetividade. A compreensão dos padrões comunicacionais que possibilitam ou dificultam as relações é de suma importância para aqueles que trabalham dentro do paradigma sistêmico.
	Entre os mais importantes autores no âmbito da terapia familiar e do seu desenvolvimento, encontra-se Milton Erickson (psiquiatra americano) que desenvolveu a história clínica e uma forma muito particular de fazer terapia assente numa invulgar intervenção terapêutica. Embora nunca se tenha centrado no trabalho terapêutico com famílias, influenciou em muito as ideias dos homens de Palo Alto (CA,USA).
	Também não devemos ignorar as contribuições de Bateson (1904-1980), que depois de formações em Biologia, trabalhos de cibernética com Foerster, N.Wiener e K.Lewin, vai para Palo Alto, com um convite para participar num projeto, aplicando os conceitos sistêmicos à comunicação, e desta à psicopatologia e psicoterapia da esquizofrenia (RELVAS, 1999).
	Na área “psi”, podemos ressaltar algumas postulações teóricas de autores que colaboram para o surgimento da terapia familiar. Um importante precursor, sem dúvida, foi Adler que enfatiza, na sua teoria do desenvolvimento da personalidade, a importância dos papéis sociais e das relações entre estes papéis na etiologia da patologia.
	Influenciado pelas teorias de Adler, Sullivan coloca que a doença mental tem origem nas relações interpessoais perturbadas e que um entendimento mais completo do indivíduo só pode ser alcançado no contexto de sua família e de seus grupos sociais. Sullivan coloca, assim, a patologia na relação, na dimensão interacional (CARNEIRO, 1996).
SISTEMA ECONÔMICO E MEIO AMBIENTE
	O sistema econômico, considerado como um organismo vivo e complexo, não atua independentemente do sistema natural que lhe sustenta (Mueller, 2007). Ao contrário, o sistema econômico interage com o meio ambiente, extraindo recursos naturais (componentes estruturais dos ecossistemas) e devolvendo resíduos (figura 1). Em razão do enfoque dado pelas diferentes vertentes teóricas de tratamento das questões ambientais, privilegia-se apenas a dinâmica do sistema econômico ou as interfaces entre este e o meio ambiente. O fato é que um esquema analítico focado somente nas relações existentes dentro da “caixa” que representa o sistema econômico será fatalmente reducionista e limitado, dado que o meio ambiente interage com a economia, sendo fornecedor de insumos e receptor de dejetos/resíduos resultantes dos processos de produção e consumo.
	Além disso, o sistema econômico atua num determinado espaço, alterando-o consideravelmente devido a sua expansão. Assim, pode-se dizer que a economia apresenta impactos sobre o meio ambiente, os quais são função da escala (tamanho, dimensão) do sistema econômico e do estilo dominante de crescimento econômico (modo pelo qual o sistema econômico se expande).
	Além da expansão da escala das atividades humanas, a evolução do sistema econômico tem conduzido o mundo a uma era em que o capital natural, em substituição ao capital manufaturado, passa a ser o fator limitante do desenvolvimento econômico. Considerando a lógica econômica, a qual diz que se deve maximizar a produtividade do capital mais escasso (fator limitante) e aumentar sua oferta, o imperativo dos tempos atuais passa a ser o desenho de políticas econômicas voltadas a incrementar a produtividade do capital natural e dos benefícios deles derivados (Daly, 1996; Costanza, 2000; Daly & Farley, 2004).
	De um ponto de vista sociológico, pode-se apontar três perspectivas teóricas que buscam analisar os impactos ambientais provocados pela intervenção antrópica sobre os ecossistemas (York et al., 2003). A primeira delas, conhecida como abordagem da ecologia humana, aplica princípios ecológicos para compreender as sociedades humanas, afirmando que, embora a capacidade do homem no que diz respeito à organização, tecnologia e cultura o distancie das demais espécies, suas ações são sempre limitadas por condições ecológicas. Em consequência, essa perspectiva enfatiza os fundamentos ecológicos para o entendimento dos fatores de mudanças dos sistemas naturais, mormente aqueles ligados às intervenções humanas, com a expectativa de que variáveis sociais e políticas possam mediá-los, ou mesmo parcialmente contra-arrestá-los,sem, contudo, superá-los.
	Uma segunda perspectiva aponta para os efeitos da modernização (ecológica, econômica e institucional) sobre o grau de impacto que as atividades humanas podem ter sobre os ecossistemas, sugerindo que os problemas ambientais globais podem ser resolvidos através de modificações em instituições econômicas e sociopolíticas, sem necessariamente renunciar ou reforçar o crescimento econômico, o capitalismo e a globalização (York et al., 2003). Esse otimismo no que se refere à degradação ambiental está em contraste com a chamada perspectiva da economia política, a qual aponta que a causa dos impactos negativos sobre o meio ambiente é, em última instância, a dependência das sociedades em relação à contínua ampliação de sua base produtiva. Segundo essa abordagem, o conflito existente entre sociedade e ecossistemas apenas será resolvido com a reestruturação radical da sociedade e a imposição de limites à hegemonia da produção.
	Independentemente do prisma teórico adotado, o ponto consensual é de que os sistemas naturais vêm sendo ameaçados pelas constantes intervenções humanas, sendo necessário compreender de que forma se dão as interconexões entre os sistemas econômico e natural, bem como os fatores que acarretam mudanças no meio ambiente. Por fatores de mudança entendesse quaisquer eventos naturais ou induzidos pelo homem que direta ou indiretamente afetam o meio ambiente e sua dinâmica, e aqueles derivados de ações antrópicas possuem efeitos de maior magnitude. Tais fatores são variados e apresentam um elevado grau de interdependência. Podem ser classificados como diretos, isto é, aqueles que influenciam os processos ecossistêmicos, sendo possível identificá-los e medi-los em variados graus de acurácia; e indiretos, que operam de maneira mais difusa e alteram os fatores diretos, não sendo identificáveis através de observação direta nos meios naturais (MA, 2003).
	Os fatores de mudança (diretos e indiretos) podem ainda ser reclassificados como endógenos e exógenos, dependendo da influência que tomadores de decisão têm sobre os drivers de mudanças nos ecossistemas. Os fatores endógenos podem incluir instituições (direitos de propriedade, barreiras de comércio, por exemplo), preços e mercados de bens e serviços ambientais (quando existirem), desenvolvimento tecnológico e políticas macroeconômicas. Os fatores exógenos são as mudanças de uso e cobertura dos solos, desenvolvimentos científicos, além das próprias características do sistema natural.
	Em se tratando de trajetórias de mudanças ligadas às intervenções antrópicas no meio ambiente, as quais se desdobram tanto nos níveis global, regional e local, além de se manifestarem em variadas escalas temporais, variáveis populacionais, econômicas, sociopolíticas, científicas e tecnológicas, bem como valores culturais e religiosos, possuem efeitos adversos sobre os sistemas naturais.
	O tamanho da população e outras variáveis demográficas, por exemplo, influenciam o consumo de alimentos, fibras, água, energia, abrigo, transporte, aumentando a pressão humana sobre o meio ambiente. Embora ainda não se tenha uma perfeita clareza dos impactos que o crescimento da população tem sobre o seu estado e qualidade, reconhece-se que aumentos nas populações certamente levam a pressões adicionais sobre a capacidade de os sistemas naturais sustentarem seus processos ecológicos vitais.
	Existem pelo menos quatro posições distintas a respeito dos efeitos do crescimento populacional e econômico sobre o meio ambiente (Dietz & Rosa, 1994). A primeira visão sugere que o crescimento antecipado da população terá efeitos severos, mesmo catastróficos, sobre os ecossistemas e o bem-estar humano (Ehrlich, 1968). Uma segunda posição reconhece que o crescimento populacional e econômico pode trazer demandas adicionais aos ecossistemas, e estas podem gerar estímulos suficientes para o progresso tecnológico e aumento da eficiência. O efeito líquido do crescimento populacional e econômico é neutro ou mesmo positivo (Boserup, 1980). Umaterceira posição sugere, ainda, que as tecnologias utilizadas para estimular o crescimento são freqüentemente selecionadas sem se considerar os seus impactos sobre o meio natural. Desse modo, os impactos ambientais adversos são mais uma função da economia política subjacente às escolhas tecnológicas do que uma função do crescimento econômico e populacional em si, e isso, de certa forma, se assemelha à perspectiva que postula que a população e sua trajetória dinâmica não são os fatores dominantes de mudanças no meio ambiente. Tais fatores funcionam mais como contribuintes para os impactos ambientais e agem simultaneamente a outros condicionantes, como escolhas tecnológicas e arranjos institucionais.
	Com relação ao crescimento econômico, é certo que a sua distribuição por países e setores tem um profundo impacto sobre a integridade do meio ambiente. O comércio internacional, os fluxos de capital e os padrões tecnológicos são elementos cruciais para o crescimento global e determinam a magnitude da escala do sistema econômico e seus impactos sobre o meio natural. O grau de interconexão propiciado por fenômenos como a globalização leva a mudanças dramáticas nos estilos de vida e nos padrões de consumo, afetando a capacidade de suporte dos sistemas naturais.
	A preocupação com as relações entre crescimento econômico e meio ambiente pode ser encontrada já nos trabalhos dos chamados economistas clássicos, como Adam Smith, David Ricaro e John Stuart Mill. Em seus modelos de crescimento, construídos nos séculos XVIII e XIX, esses autores postulavam a necessidade de um “estado-estacionário”, na medida em que a finitude dos recursos naturais e a impossibilidade de crescimento ilimitado da produtividade apresentavam-se como um empecilho à continuidade da expansão do sistema econômico.
	Após a emergência da escola neoclássica, o obstáculo ao crescimento imposto pelo meio ambiente não mais se coloca, devido à crença na possibilidade de expansão contínua da engrenagem econômica propiciada pelo avanço tecnológico. A tradição neoclássica procurou legitimar cientificamente a convicção de que o sistema capitalista e os padrões de consumo dele decorrentes não seriam obstados pelo meio natural. Ao mesmo tempo em que reconhece a existência de possíveis problemas decorrentes da degradação ambiental, essa escola postula que crescimento econômico extra é capaz de solucioná-los, bem como aumentar o bem-estar e senso de justiça dentro das sociedades (Grossman & Grueger, 1994; Friedman, 2005).
	Os efeitos adversos do crescimento econômico sobre os ecossistemas começaram a ser contestados a partir da crítica ambientalista nos anos 60 e 70 do século XX. O trabalho de Meadows et al. (1972), conhecido como Relatório Meadows, foi publicado em meio aos trabalhos do Clube de Roma e aponta para um cenário catastrófico de impossibilidade de perpetuação do crescimento econômico devido à exaustão dos recursos ambientais por ele acarretada, levantando, assim, a proposta de um crescimento econômico “zero”. O debate polarizou-se entre esta posição de “crescimento zero” – conhecida por “neomalthusiana” – e posições desenvolvimentistas de “direito ao crescimento” (inicialmente defendida pelos países em via de desenvolvimento), juntamente com os chamados otimistas tecnológicos, conhecidos como “cornucopianos”. Para esses últimos, as possibilidades de substituição dos recursos naturais por outros fatores de produção, mormente trabalho e capital reprodutível, juntamente com os avanços no progresso tecnológico, eliminariam os óbices trazidos pela escassez provocada pela depleção dos ecossistemas e recursos naturais (Solow, 1974).
	A relação entre crescimento econômico e degradação ambiental frequentemente é analisada em termos da chamada Curva Ambiental de Kuznets. Em sua versão original, Kuznets (1955) procura estabelecer uma
relação entre distribuição individual da renda e crescimento. Utilizando informações apenas para os Estados Unidos, Inglaterra e Alemanha, o autor chega à conclusãode que a distribuição individual da renda tende a piorar nos primeiros estágios do crescimento econômico, passando, a partir de determinado ponto, a apresentar melhoras com o crescimento da renda per capita, dando origem à conhecida curva em “U invertido”.
	Em sua versão ambiental, o formato da curva sugere que, nos primeiros estágios de crescimento das economias, em que estas passam de uma fase essencialmente agrícola para uma fase de industrialização e modernização, haveria uma correlação positiva entre o aumento da renda per capita e a emissão de poluente e degradação ambiental no geral. Entretanto, a partir de determinado ponto, fatores como mudanças na composição da produção e consumo, aumento do nível educacional e de consciência ambiental, bem como sistemas políticos mais abertos, amorteceriam o processo anterior, levando a uma reversão da relação encontrada no início do processo de crescimento. Para alguns autores, essa interpretação permite dizer que o próprio desenvolvimento tecnológico leva ao aumento da produtividade e à utilização mais intensa de métodos produtivos menos nocivos ao meio ambiente, em decorrência da imposição de leis ambientais mais rígidas e exigências do mercado externo (Arraes et al., 2006).
	Embora não exista consenso sobre a sustentação empírica das relações sugeridas pela Curva Ambiental de Kuznets, o fato é que existe uma extensa lista de trabalhos que se preocuparam em analisar as relações entre o crescimento econômico e a degradação ambiental ou qualidade do meio natural, o que sugere que ainda há uma grande lacuna a ser preenchida no que se refere à compreensão dos impactos de fatores econômicos sobre os ecossistemas. Esse fato se deve, principalmente, ao ainda limitado conhecimento humano sobre a dinâmica subjacente aos sistemas naturais, bem como aos esforços ainda tímidos no sentido de se desenvolverem análises integradas dos sistemas natural e econômico.
	A questão principal que se coloca é se não existem limites à expansão do sistema econômico, dado que desde o pós-Segunda Guerra o ritmo de crescimento econômico tem se intensificado enormemente, considerando principalmente a velocidade de ascensão do padrão de produção e consumo de países como China e Índia. A crença no crescimento econômico contínuo propiciou um aumento sem precedentes da escala das atividades econômicas e de seus efeitos adversos sobre o meio ambiente, o que, de acordo com (McNeill, 2000), pode ser considerado como o que há de efetivamente “novo debaixo do Sol”.
TÉCNICA, TECNOLOGIA E CIÊNCIA
As concepções sobre a ciência e o cientista
	É necessário entender o conhecimento científico como o resultado de uma produção histórica e social, ou seja, de uma criação.
	Com frequência, a ideia de Ciência e de cientista é muito distorcida. As representações são masculinas, as figuras têm os cabelos desarrumados, uma lâmpada na cabeça saindo faíscas, raios em explosão de tubos de ensaio, fumacinhas subindo de diversos equipamentos de laboratório além de outras figuras do gênero ou correlatas. Estes são alguns dos ESTEREÓTIPOS construídos socialmente para indicar o entendimento sobre a Ciência e o cientista.
	Nem os próprios cientistas acreditam mais no conhecimento científico como “a verdade” absoluta. Então, isso é mais um motivo para romper com as práticas do ensino de Ciências centradas na memorização e na repetição mecânica e sem sentido. A ciência ela é resultado do processo de busca do conhecimento; é um exercício constante de aproximação da realidade, e como tal, é histórica e socialmente determinada.
O QUE É CIÊNCIA?
	Há três principais concepções de Ciência ou de ideais de cientificidade:
· a racionalista – que se estabelece da Antiguidade grega até o final do século XVII; a Ciência é um conhecimento racional dedutivo e demonstrativo e tem a Matemática como exemplo. Portanto, é científico tudo que pode ser matematizado, transformado em fórmulas dedutíveis, calculáveis, passíveis de demonstrações matemáticas.
· a empirista – que vigora desde a medicina grega e Aristóteles até o final do século XIX; a ciência é uma interpretação dos fatos baseada em observações e experimentos que permitem estabelecer induções e que, ao serem completadas, oferecem a definição do objeto, suas propriedades e suas leis de funcionamento
· a construtivista – bem mais recente, pois se inicia no século XX, a ciência é uma construção de modelos explicativos para a realidade e não uma representação da própria realidade
	O cientista, na concepção construtivista, utiliza-se do racionalismo, pois quer que o método utilizado lhe permita chegar a axiomas, postulados e definições sobre o objeto científico. Ele vê, também, instrumentos úteis no empirismo, ao fazer uso da experimentação que pode orientá-lo a modificar postulados e definições. A Ciência, nesse caso, não abandona as concepções anteriores (racionalista e empirista), mas se diferencia por uma atitude científica orientada pela incerteza, pela transitoriedade, sem temer a perda do caráter de cientificidade, por não ser absoluta, mas permanentemente aberta às correções dos modelos e dos princípios da teoria.
	Os dois pontos fundamentais – dominação e poder – garantem a existência de uma nova forma de concepção científica. A Ciência moderna tem seu pressuposto na ideia de intervir na Natureza, de conhecê-la para reapropriar-se dela, numa tentativa de controle. A nova Ciência se associa à técnica.
O QUE É TÉCNICA? O QUE É TECNOLOGIA?
	Ao longo da história da Ciência, observa-se um desenrolar da técnica como instrumento de trabalho até tornar-se tecnologia, na Ciência moderna e contemporânea, o que temos é a produção de tecnologias, desenvolvidas a partir de um determinado conhecimento científico e que interferem nos resultados das pesquisas científicas.
Há um limite tênue entre técnica e tecnologia.
	“A técnica é um conhecimento empírico que, graças à observação, elabora um conjunto de receitas e práticas para agir sobre as coisas. A tecnologia é um saber teórico que se aplica praticamente.” A tecnologia moderna é Ciência aplicada. a Ciência moderna e contemporânea transforma a técnica em tecnologia, isto é, passa da máquina-utensílio para a máquina como instrumento de maior precisão, a fim de dar conhecimentos mais exatos e precisos que irão gerar novos conhecimentos, numa cadeia incessante.
QUAIS SÃO AS RELAÇÕES ENTRE CIÊNCIA, TÉCNICA, TECNOLOGIA E ENSINO DE CIÊNCIAS?
	O que temos na escola é o que chamamos de conhecimento escolar, uma aproximação didática do conhecimento científico. Se o professor trabalha com o conhecimento como algo pronto e acabado, geralmente irá reproduzi-lo. Se o entende como uma produção histórica, social e cultural, fará com que os alunos reflitam sobre o assunto e o discutam.
PRODUÇÃO TECNOLÓGICA E IMPACTOS AMBIENTAIS
ORIGEM DA PRODUÇÃO TECNOLÓGICA
	Há sempre uma ideia, por muitas vezes absurda, de que tecnologia anda de mãos dadas com a poluição, degradação ambiental e desrespeito ao ecossistema. Essa era uma realidade dos séculos passados, e essa realidade vêm mudando ao longo dos anos. Hoje é possível que haja o desenvolvimento tecnológico sem que para isso seja necessário destruir a natureza. A própria tecnologia se tornou uma forte aliada na preservação ambiental. Técnicas, desenvolvimento científico, evolução da legislação ambiental também são fortes aliados no casamento entre tecnologia e meio ambiente. Veremos todos estes aspectos e como eles se encontram interligados no mundo contemporâneo.
	As necessidades do homem o conduziram à evolução de novas habilidades tecnológicas necessárias ao uso do fogo, edificação de casas, manejo do solo, criação de animais, produção de tecidos, vestuários, ferramentas de trabalho, armas para defesa de suas aldeias, etc. Segundo Sagan et al., as comunidades agrícolas evoluíram dando origem às cidades. Assim, o desenvolvimento das civilizações ocorreu também em função da disponibilidade dos recursos naturais. Sendo assim, à medida que os recursos iam se esgotando, as comunidades nômades saíam de determinadolugar à procura de locais onde os recursos naturais eram disponíveis, em quantidade e qualidade suficientes à sua sobrevivência.
	A origem da produção tecnológica remonta aos primórdios das civilizações, iniciando com o domínio do fogo. O uso da palavra “tecnologia” é oriundo da Revolução Industrial. Com o advento da indústria têxtil e mecânica, e seu emprego vem se estendendo para outras áreas do conhecimento humano.
	No início da Revolução Industrial, que remonta ao final do Século XVIII, a criação da máquina a vapor promoveu grandes transformações econômicas e sociais, permitindo aumentar a produção industrial por meio da mecanização do sistema produtivo e agilizar o transporte desta produção através das ferrovias e navegação. Portanto, a construção da máquina a vapor é tecnologia, assim como o cozimento de alimentos em panelas cuja fervura faz as tampas trepidarem devido ao vapor, também é tecnologia, resultado de anos de evolução.
	Percebe-se com isso que tecnologia nem sempre está associada às máquinas e equipamentos altamente modernos. A simples descoberta do fogo, com consequente possibilidade de cocção dos alimentos, é um fato que muda por completo a história da humanidade. A invenção da roda, que hoje parece tão simples aos nossos olhos, revolucionou a história humana. Sem a roda não teríamos veículos automotores, aviões, engrenagens, navios, nem prédios altamente modernos. Tais exemplos nos fazem repensar a ideia do que é tecnologia e seus conceitos.
	Basicamente podemos listar três grandes descobertas e invenções que revolucionaram e mudaram a história da humanidade: a roda, o fogo e a máquina a vapor. A máquina a vapor, item primordial à Revolução Industrial contribuiu com o surgimento de toda a sociedade contemporânea que temos hoje. A roda e o fogo, surgidos na pré história, foram fundamentais à sobrevivência do homem no ambiente hostil dessa época. Esses dois elementos permitiram que o homem alcançasse terras cada vez mais distantes, além de permitir sua fixação em locais antes impossíveis. Com a descoberta do fogo era possível cozer os alimentos, afugentar animais perigosos, trabalhar metais como o cobre, o ferro, alumínio, etc. Com a roda, foi possível construir veículos que permitiram ao homem alcançar terras cada vez mais distantes, além de possibilitar o desenvolvimento de engrenagens, polias, correias, eixos e muitas outras maravilhas tecnológicas.
	Mas de onde vem toda essa tecnologia, esses novos materiais, as modernas técnicas cirúrgicas, os modernos processos de produção, as avançadas máquinas de colheita, os avançados equipamentos eletrônicos? De onde vem toda essa revolução tecnológica? Ferramentas, equipamentos, técnicas usadas na ciência e na tecnologia vêm de matérias-primas fornecidas pela natureza, e é aí que entra a ligação entre tecnologia e meio ambiente. Veremos que é da natureza que provém toda a matéria-prima necessária ao desenvolvimento científico e tecnológico. E é na exploração consciente desses recursos naturais, que está alicerçado a nossa disciplina de Tecnologia e Meio Ambiente. É nos impactos e consequências desses avanços tecnológicos no meio ambiente que vamos focar nossos estudos. 
 Tecnologia e recursos naturais
	A Revolução Industrial induziu o intenso crescimento populacional, passando a exigir a produção de alimentos, combate às pragas, construção de habitações, fabricação de roupas, remédios, meios de transporte e outras utilidades. Toda essa produção tecnológica passou a demandar, por sua vez, quantidades cada vez maiores de energia e matérias-primas, levando, consequentemente, à exploração cada vez maior e mais intensa dos recursos naturais.
	As fontes de energia podem ser divididas em esgotáveis e inesgotáveis. No quesito ambiental preferem-se as esgotáveis. O petróleo, por exemplo, como fonte de recurso esgotável deve ter o seu uso restrito e consciente. Porém, o desenvolvimento tecnológico quase sempre exige um uso sem muitas limitações, e o resultado é a liberação cada vez mais descontrolada de dióxido de carbono na atmosfera, proveniente da queima deste combustível fóssil. Este tipo de problema não ocorre somente com o petróleo. Vemos este exemplo em vários outros segmentos de fontes energéticas tais como o carvão mineral, energia nuclear, gás natural (metano), etc.
	Nesse sentido, é dever da tecnologia buscar o desenvolvimento cada vez maior de fontes de energia recicláveis, renováveis e abundantes, tais como o vento, a energia solar, a energia das marés. A era pós-revolução industrial teve como consequência o aumento da expectativa de vida do cidadão, o que, não trouxe boas perspectivas para o meio ambiente, porque a demanda crescente por produtos acabados provocou também, a necessidade de matérias-primas naturais.renováveis (animais, vegetação, água), quando utilizados de forma correta podem se renovar;
não renováveis (petróleo, ferro, ouro), recursos naturais que de forma alguma se renovam ou demoram muito tempo para se formar;
inesgotáveis (sol, vento), não se acabam ou podem durar por um período de tempo longo o suficiente para ultrapassar a barreira dos bilhões de anos, como o sol.
	Os recursos naturais são definidos como os elementos naturais bióticos ou abióticos utilizados pelo ser humano para satisfazer suas necessidades econômicas, sociais e culturais. O Quadro 1.1 exemplifica os diferentes usos dos recursos naturais. Estes recursos podem ser:
Levando-se em consideração os materiais renováveis e não renováveis é importante salientar o desenvolvimento de materiais renováveis a partir de matéria-prima vegetal. Nesse sentido, é importante citar como exemplo a matéria plástica. Hoje utilizamos extensivamente o plástico não biodegradável,
advindo de fonte não renovável que é o petróleo. Vários países, principalmente a Índia, vêm desenvolvendo o plástico biodegradável que utiliza como matéria-prima para sua produção os polímeros de milho. Esse tipo de plástico, além da biodegradabilidade, tem a vantagem de poder ser produzido para ter a mesma durabilidade do alimento que ele armazena.
Em termos ambientais isso é fantástico, pois praticamente eliminamos o desastre que é utilizar plásticos derivados do petróleo que levam centenas de anos para se degradar. Pensemos juntos agora: não faz muito sentido fabricar uma embalagem para um determinado alimento que dure muito mais que o próprio alimento. É comum observarmos embalagens que levam de 300 a 400 anos para se degradarem completamente, enquanto o alimento que é embalado por este plástico tem prazo de validade de apenas 6 meses, no máximo de 1 ano.
Citemos como exemplo a margarina, a maionese, a mostarda, bolacha que são acondicionados em embalagens plásticas que duram 200 anos, enquanto sua validade é de apenas 12 meses. 
Nesse sentido, é importante nos questionar sobre o que fazer diante de situações difíceis como a questão energética. Como continuar desenvolvendo produtos que necessitam de quantidades cada vez maiores de energia, sem que com isso degrademos o meio ambiente? O Brasil, na década de 90 passou por grave crise energética que levou à tomada de decisões duramente criticadas. O país vem ao longo dos anos crescendo e se desenvolvendo de forma acelerada, o que, fatalmente, leva à necessidade de quantidades cada vez maiores de energia. Hoje a principal fonte energética no Brasil é a energia hidrelétrica. Para os veículos automotores, derivados do petróleo são a principal fonte de energia. Nessa perspectiva, o álcool, derivado da cana de açúcar, exerce papel importante, pois a cana-de-açúcar é uma fonte de recurso renovável, e o álcool como combustível, é importante para mitigação dos impactos ambientais com o uso cada vez maior de fontes de energia.
Isso significa que a busca por fontes renováveis de energia deve, no presente e no futuro, ocupar um lugar de destaque na sociedade moderna. Obviamente, mesmo no uso das fontes renováveis de recursos naturais, há a produção de resíduos nem sempre desejados, e isso é um problema que vem sendo muito estudado nos últimos anos eganhando destaque na comunidade científica da atualidade.
EXERCÍCIOS
1. Solicito que façam uma pesquisa dos principais acontecimentos que levaram à população mundial a pensar sustentavelmente, e quais desses acontecimentos foram no Brasil e o impacto deles na história. PESQUISAM em sites, livros, vídeos. Exemplo: Clube de Roma (1972): dimensões globais dos problemas climáticos e ambientais e limites à exploração de recursos; (aqui você fala um pouco mais sobre o acontecimento).
2. Em 2010, 28 cientistas de renome internacional reuniram-se em Estocolmo, Suécia, para aprimorar o diagnóstico da crise ambiental da atualidade, como resultado identificaram 9 ameaças ao planeta, cite-as.
3. Caracterize os princípios de base dos sistemas de indicadores ambientais (comparabilidade, equilíbrio, continuidade, temporalidade, clareza).
4. Os indicadores ambientais, podem ser classificados em PRIMÁRIOS, SECUNDÁRIOS, TERCEÁRIOS, qual aspecto cada classificação aborda e cite um exemplo simples para cada classificação.
5. O que se entende por pensamento cartesiano e pensamento sistêmico?

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