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Prévia do material em texto

2017
RecuRsos NatuRais e 
FoNtes de eNeRgia
Profª. Louise Cristine Franzoi
Profª. Joseane Gabriele Kryzozun Ribeiro Rubin
Profª. Renata Joaquim Ferraz Bianco
Copyright © UNIASSELVI 2017
Elaboração:
Profª. Louise Cristine Franzoi
Profª. Joseane Gabriele Kryzozun Ribeiro Rubin
Profª. Renata Joaquim Ferraz Bianco
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
343.81092 
F837r Franzoi, Louise Cristine
Recursos naturais e fontes de energia / Louise Cristine 
Franzoi; Joseane Gabriele Kryzozun Rubin; Renata Joaquim Ferraz 
Bianco: UNIASSELVI, 2017.
161 p. : il.
 
 ISBN 978-85-515-0089-7
 
 1.Recursos Naturais.
 I. Centro Universitário Leonardo Da Vinci. 
Impresso por:
III
apReseNtação
Bem-vindo(a) aos estudos referentes à disciplina de Recursos 
Naturais e Fontes de Energia! Este material conta com um amplo 
apanhado de conteúdos referentes a esta temática tão atual no Brasil e no 
mundo. A partir da década de 1960, a humanidade passou a repensar sua 
relação com o ambiente em que está inserida, especialmente no que tange 
à utilização e degradação dos recursos naturais. Conforme as discussões e 
os movimentos ambientalistas foram avançando, houve a necessidade de 
repensarmos nosso atual modelo de “desenvolvimento”.
Desta forma, este caderno de estudos, em sua primeira unidade, 
versa sobre o estudo referente aos conceitos de Ecodesenvolvimento 
e de Desenvolvimento Sustentável sob uma perspectiva crítica, a partir 
da análise de seu verdadeiro significado. Em seguida, são abordadas as 
principais normas do Direito Ambiental (DA) Internacional e Nacional, a 
partir do foco nos princípios básicos do DA. Na sequência, são estudados 
os principais marcos legais do DA brasileiro, a partir da Política Nacional 
do Meio Ambiente, Lei no 6.938, de 1981. Finalmente, ainda na Unidade 
1 apresenta-se o estudo dos chamados espaços territoriais especialmente 
protegidos (ETEP), seu conceito e suas tipologias. Posteriormente é 
abordado o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), 
os tipos de Unidades de Conservação existentes, além dos aspectos 
necessários à criação de uma UC.
Na Unidade 2 do caderno de Recursos Naturais e Fontes de 
Energia serão apresentados os conceitos dos recursos naturais renováveis 
e não renováveis, bem como os problemas ambientais recorrentes no 
planeta. Os recursos naturais renováveis são aqueles que apresentam 
renovação cíclica. Entretanto, devido ao alto grau de poluição antrópica, 
há o impedimento da renovação de muitos destes recursos. Já, os recursos 
naturais não renováveis são aqueles que demoram milhões de anos 
para serem formados, portanto não têm a renovação a curto prazo. E 
para finalizar esta unidade, iremos verificar alguns desastres ambientais 
mundiais e os últimos que ocorreram no Brasil, além das consequências 
que a poluição humana está acarretando no nosso planeta.
IV
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para 
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há 
novidades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova 
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também 
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade 
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto 
em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
NOTA
Para finalizar o caderno de estudos de Recursos Naturais e Fontes 
de Energia, a Unidade 3 irá apresentar uma perspectiva da produção de 
energia com ênfase no cenário brasileiro. A abordagem de estudo desta 
unidade tem o intuito de concluir os estudos deste caderno fazendo com 
que você reconheça a matriz energética presente no cenário brasileiro, saiba 
definir e relacionar a energia com o meio ambiente e, finalmente, identifique 
e repense os desafios futuros para a geração de energia no Brasil.
Bons estudos!
V
Olá acadêmico! Para melhorar a qualidade dos 
materiais ofertados a você e dinamizar ainda mais 
os seus estudos, a Uniasselvi disponibiliza materiais 
que possuem o código QR Code, que é um código 
que permite que você acesse um conteúdo interativo 
relacionado ao tema que você está estudando. Para 
utilizar essa ferramenta, acesse as lojas de aplicativos 
e baixe um leitor de QR Code. Depois, é só aproveitar 
mais essa facilidade para aprimorar seus estudos!
UNI
VI
VII
UNIDADE 1 – AMBIENTALISMO E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL ..................... 1
TÓPICO 1 – AMBIENTALISMO, ECODESENVOLVIMENTO E DESENVOLVIMENTO
 SUSTENTÁVEL: O QUE A AGROECOLOGIA TEM A VER COM ISSO? ....... 3
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 3
2 HISTÓRICO DO AMBIENTALISMO ........................................................................................... 3
2.1 A DÉCADA DE 60 ........................................................................................................................ 3
2.2 A DÉCADA DE 70 ........................................................................................................................ 4
2.3 A DÉCADA DE 80 ........................................................................................................................ 5
2.4 A DÉCADA DE 90 ........................................................................................................................ 5
2.5 O AMBIENTALISMO NO SÉCULO XXI ................................................................................... 6
3 ECODESENVOLVIMENTO E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL .............................. 8
3.1 AS EMPRESAS E A “SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL” ................................................. 13
4 AGROECOLOGIA E A SUSTENTABILIDADE RURAL ........................................................... 14
4.1 ASPECTOS GERAIS ..................................................................................................................... 14
4.2 AS DIFERENTES ESTRATÉGIAS DA AGROECOLOGIA ..................................................... 17
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................ 20
RESUMO DO TÓPICO 1 ..................................................................................................................... 25
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 26
TÓPICO 2 – DIREITO AMBIENTAL: LEGISLAÇÃO NACIONAL E INTERNACIONAL.
 QUAL O PAPEL DA GESTÃO AMBIENTAL PÚBLICA 
 NESTE CONTEXTO? ....................................................................................................27
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 27
2 DIREITO AMBIENTAL INTERNACIONAL E NACIONAL .................................................... 28
2.1 OS PRINCÍPIOS DO DIREITO AMBIENTAL .......................................................................... 29
3 DIREITO AMBIENTAL BRASILEIRO: COMPETÊNCIAS E MARCOS LEGAIS ............... 31
3.1 AS COMPETÊNCIAS DA UNIÃO, ESTADOS E MUNICÍPIOS ........................................... 31
4 A POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE ..................................................................... 33
4.1 INSTRUMENTOS DA POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE ............................. 34
4.1.1 Estabelecimento de padrões de qualidade ambiental .................................................... 35
4.1.2 Zoneamento ambiental (ZA) .............................................................................................. 35
4.1.3 Avaliação de Impactos Ambientais (AIA) ........................................................................ 36
4.1.4 Licenciamento Ambiental (LA) .......................................................................................... 39
RESUMO DO TÓPICO 2 ..................................................................................................................... 43
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 44
TÓPICO 3 – A CRIAÇÃO DE ESPAÇOS TERRITORIAIS ESPECIALMENTE 
 PROTEGIDOS ................................................................................................................ 45
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 45
2 O CONCEITO DE ESPAÇO TERRITORIAL ESPECIALMENTE PROTEGIDO .................. 45
2.1 ÁREA DE PROTEÇÃO ESPECIAL ............................................................................................ 47
2.2 ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE ............................................................................ 47
sumáRio
VIII
2.3 RESERVA LEGAL ......................................................................................................................... 47
2.4 UNIDADES DE CONSERVAÇÃO ............................................................................................. 48
3 O SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO (SNUC) ........................... 49
4 COMO SÃO CRIADAS AS UNIDADES DE CONSERVAÇÃO? ............................................ 52
RESUMO DO TÓPICO 3 ..................................................................................................................... 54
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 55
UNIDADE 2 – RECURSOS NATURAIS .......................................................................................... 57
TÓPICO 1 – RECURSOS NATURAIS RENOVÁVEIS ................................................................. 59
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 59
2 RECURSOS NATURAIS RENOVÁVEIS ...................................................................................... 59
2.1 AR .................................................................................................................................................... 59
2.2 ÁGUA ............................................................................................................................................. 61
2.3 SOLO ............................................................................................................................................... 64
2.4 FAUNA ........................................................................................................................................... 65
2.5 FLORA ............................................................................................................................................ 66
2.6 BIODIVERSIDADE ....................................................................................................................... 67
RESUMO DO TÓPICO 1 ..................................................................................................................... 69
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 70
TÓPICO 2 – RECURSOS NATURAIS NÃO RENOVÁVEIS ....................................................... 71
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 71
2 RECURSOS NATURAIS NÃO RENOVÁVEIS ........................................................................... 71
2.1 PETRÓLEO .................................................................................................................................... 71
2.1.1 Breve histórico da extração de petróleo no Brasil ........................................................... 72
2.1.2 Extração do petróleo ............................................................................................................ 73
2.1.3 Refino do petróleo ............................................................................................................... 74
2.2 CARVÃO ........................................................................................................................................ 75
2.3 GÁS NATURAL ............................................................................................................................ 77
2.4 URÂNIO ......................................................................................................................................... 78
RESUMO DO TÓPICO 2 ..................................................................................................................... 80
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 81
TÓPICO 3 – AMEAÇAS ANTRÓPICAS AO AMBIENTE ........................................................... 83
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 83
2 HISTÓRICO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS ........................................................................... 85
3 MODIFICAÇÕES AMBIENTAIS E SEUS IMPACTOS ............................................................. 88
4 PROBLEMAS AMBIENTAIS GLOBAIS ....................................................................................... 89
4.1 EFEITO ESTUFA E AQUECIMENTO GLOBAL ...................................................................... 90
4.2 DESTRUIÇÃO DA CAMADA DE OZÔNIO ............................................................................ 92
4.3 CHUVA ÁCIDA ............................................................................................................................ 94
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................ 95
RESUMO DO TÓPICO 3 ..................................................................................................................... 103
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 104
UNIDADE 3 – A PERSPECTIVA DA PRODUÇÃO DE ENERGIA ............................................ 105
TÓPICO 1 – MATRIZ ENERGÉTICA NO CENÁRIO BRASILEIRO ........................................ 107
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................107
2 MATRIZES ENERGÉTICAS RENOVÁVEIS ............................................................................... 108
2.1 VANTAGENS E DESVANTAGENS DA BIOMASSA .............................................................. 112
IX
2.2 A BIOMASSA NO BRASIL .......................................................................................................... 113
3 MATRIZES ENERGÉTICAS NÃO RENOVÁVEIS .................................................................... 118
3.1 VANTAGENS E DESVANTAGENS ........................................................................................... 118
4 POLÍTICA ENERGÉTICA BRASILEIRA ...................................................................................... 119
RESUMO DO TÓPICO 1 ..................................................................................................................... 122
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 123
TÓPICO 2 – ENERGIA E MEIO AMBIENTE .................................................................................. 125
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 125
2 INOVAÇÕES INTELIGENTES ....................................................................................................... 127
3 AULA PRÁTICA ................................................................................................................................ 133
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................ 138
RESUMO DO TÓPICO 2 ..................................................................................................................... 141
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 142
TÓPICO 3 – DESAFIOS FUTUROS PARA A GERAÇÃO DE ENERGIA NO BRASIL ......... 143
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 143
2 BANDEIRAS TARIFÁRIAS ............................................................................................................ 143
3 INCENTIVO FISCAL ........................................................................................................................ 144
4 A CRISE ENERGÉTICA E AS DIFERENTES VISÕES DO PROBLEMA ............................... 147
4.1 UMA VISÃO PARA O FUTURO ................................................................................................ 149
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................ 150
RESUMO DO TÓPICO 3 ..................................................................................................................... 152
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 153
REFERÊNCIAS ...................................................................................................................................... 155
X
1
UNIDADE 1
AMBIENTALISMO E 
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir desta unidade, você será capaz de:
• identificar os principais acontecimentos do movimento ambientalista ao 
final do século XX e início do século XXI;
• refletir sobre as intenções das grandes corporações frente aos pilares da 
sustentabilidade;
• conhecer os conceitos de Ecodesenvolvimento e Desenvolvimento Susten-
tável, observando suas principais diferenças; 
• compreender o conceito de Agroecologia, algumas de suas técnicas e seu 
papel diante de uma perspectiva de desenvolvimento socioambiental e 
econômico responsável; 
• estabelecer o conceito do termo Direito Ambiental (DA);
• analisar os princípios do DA Internacional e Nacional;
• reconhecer as competências do poder público em matéria de meio am-
biente, além dos principais marcos legais do DA brasileiro;
• caracterizar a Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA), o SISNAMA (Sis-
tema Nacional do Meio Ambiente), seus objetivos, bem como, alguns dos ins-
trumentos da referida política: padrões de qualidade ambiental, zoneamento 
ambiental, a avaliação de impacto ambiental e o licenciamento ambiental;
• conceituar o termo Espaços Territoriais Especialmente Protegidos, além 
de conhecer suas categorias principais;
• compreender os principais aspectos relativos ao Sistema Nacional de Uni-
dades de Conservação (SNUC), os tipos de UC estabelecidos por lei, con-
forme suas características;
• entender os procedimentos básicos relativos à criação de uma UC.
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No final de cada um deles 
você encontrará atividades que irão contribuir para sua compreensão dos 
conteúdos explorados.
TÓPICO 1 – AMBIENTALISMO,ECODESENVOLVIMENTO E DESENVOL-
 VIMENTO SUSTENTÁVEL: O QUE A AGROECOLOGIA TEM 
A VER COM ISSO?
TÓPICO 2 – DIREITO AMBIENTAL: LEGISLAÇÃO NACIONAL E INTER-
 NACIONAL. QUAL O PAPEL DA GESTÃO AMBIENTAL 
PÚBLICA NESTE CONTEXTO?
TÓPICO 3 – A CRIAÇÃO DE ESPAÇOS TERRITORIAIS ESPECIALMENTE 
PROTEGIDOS
2
3
TÓPICO 1
UNIDADE 1
AMBIENTALISMO, ECODESENVOLVIMENTO 
E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL: 
O QUE A AGROECOLOGIA TEM 
A VER COM ISSO?
1 INTRODUÇÃO
O meio ambiente, essencial à vida das espécies, tornou-se motivo de 
preocupação, especialmente entre o equilíbrio da interação e as atividades 
humanas e do seu entorno, somente a partir da década de 1950. Durante os anos 
subsequentes, até a atualidade, aspectos supostamente desconexos da realidade 
global começaram a ser conectados de modo que passamos, enquanto espécie, 
a vislumbrar um futuro incerto (UNEP, 2015). Desta forma, os itens iniciais 
deste tópico concentram-se em abordar os acontecimentos ligados à história do 
movimento ambientalista e suas consequências. 
Em seguida, trataremos sobre o conceito de desenvolvimento sustentável e 
suas vertentes, além do papel das grandes corporações frente ao novo paradigma 
do desenvolvimento humano.
Finalmente, falaremos a respeito da Agroecologia, seu desenvolvimento, 
sua contraposição frente ao paradigma da agricultura mecanizada trazida 
pela “Revolução Verde” durante a década de 1960, além de algumas técnicas 
agroecológicas empregadas na atualidade.
2 HISTÓRICO DO AMBIENTALISMO
2.1 A DÉCADA DE 60
A publicação do livro “Primavera Silenciosa”, da bióloga marinha e 
escritora Rachel Carson (1907-1964), alertou o mundo sobre os efeitos nocivos 
da utilização de pesticidas e do próprio rumo que a relação espécie humana-
natureza estava tomando (CIÊNCIA HOJE, 2012). 
O emprego do DDT (dicloro-difenil-tricloroetano) começou a ser efetuado 
posteriormente à Segunda Guerra Mundial, no combate a insetos que atacavam 
as plantações agrícolas. Contudo, após uma década, episódios de contaminação 
da água e do solo, bem como a morte de animais, começaram a ser noticiados 
(CIÊNCIA HOJE, 2012). 
UNIDADE 1 | AMBIENTALISMO E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
4
A referida publicação resultou em grande comoção na opinião pública dos 
Estados Unidos, que culminou com a criação da Agência de Proteção Ambiental 
(EPA), além da proibição do uso do DDT. 
No ano de 1968 é criado o Clube de Roma, composto por economistas, 
pedagogos e membros da comunidade científica de dez nacionalidades, 
cujo objetivo foi o de discutir e analisar os limites do crescimento econômico 
considerando a crescente utilização dos recursos naturais.
2.2 A DÉCADA DE 70
No ano de 1970 observa-se o agravamento dos problemas ambientais, 
pois trata-se de uma época de grandes transformações mundiais. 
Em 1972 é realizada a primeira Conferência das Partes (COP-1), em 
Estocolmo, na Suécia, com a participação de 113 países. O evento alertou diversas 
nações sobreas consequências da degradação ambiental para o planeta (PORTAL 
BRASIL, 2012). Neste mesmo ano, o Clube de Roma publica o relatório intitulado 
“Os limites do Crescimento”, que apontava para uma sombria realidade. Este 
documento analisava cinco variáveis: tecnologia, população, nutrição, recursos 
naturais e meio ambiente. O principal resultado do estudo constituiu-se na 
conclusão de que, mantidas as taxas de crescimento atuais, o limite da Terra seria 
alcançado em 100 anos (FRANCO, 2000; UNEP, 2016). 
Possivelmente, um dos princípios mais importantes que resultaram da 
Conferência de Estocolmo versou sobre a importância da Educação Ambiental 
enquanto campo de atuação da pedagogia, no sentido de considerar a educação 
enquanto verdadeira ferramenta de mudanças socioambientais. A seguir é 
apresentado este princípio na íntegra:
É indispensável um esforço para a educação em questões ambientais, 
dirigida tanto às gerações jovens como aos adultos e que preste a devida 
atenção ao setor da população menos privilegiado, para fundamentar 
as bases de uma opinião pública bem informada, e de uma conduta 
dos indivíduos, das empresas e das coletividades inspirada no sentido 
de sua responsabilidade sobre a proteção e melhoramento do meio 
ambiente em toda sua dimensão humana. É igualmente essencial 
que os meios de comunicação de massas evitem contribuir para a 
deterioração do meio ambiente humano e, ao contrário, difundam 
informação de caráter educativo sobre a necessidade de protegê-lo e 
melhorá-lo, a fim de que o homem possa desenvolver-se em todos os 
aspectos (ESTOCOLMO, 1972, princípio 19).
Um dos marcos importantes desta Conferência foi a instituição do 
Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), cuja missão 
atual é de “[...] liderar e encorajar parcerias ambientais, inspirando, informando e 
preparando povos e nações para melhorar sua qualidade de vida sem prejudicar 
a das gerações futuras” (INSTITUTO BRASIL PNUMA, 2016).
TÓPICO 1 | AMBIENTALISMO, ECODESENVOLVIMENTO E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL: 
5
Em relação aos acontecimentos ligados ao meio ambiente ocorridos 
durante a década de 70, a COP-1 caracterizou-se por exprimir o “espírito da 
época”, ou, ao menos, a visão de muitos ocidentais frente às discussões inerentes 
às questões ambientais globais (UNEP, 2016). 
2.3 A DÉCADA DE 80
No decorrer da década de 80, mais especificamente em 1983, a Organização 
das Nações Unidas (ONU) cria a Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e 
Desenvolvimento (CMMA), presidida pela primeira-ministra da Noruega, Gro 
Harlem Brundtland. 
Esta mesma comissão, no ano de 1987, publicou um relatório denominado 
“Nosso Futuro Comum” (Our Common Future), que apresenta ao mundo o 
conceito de desenvolvimento sustentável. Este conceito e suas nuances serão 
melhor discutidos adiante, onde se aborda o tema Ecodesenvolvimento e 
Desenvolvimento Sustentável (ONUBR, 2014). O referido Relatório apresenta 
como proposta a junção entre os aspectos econômicos, tecnológicos e políticos, além 
de atentar para uma nova postura ética, que deve contemplar a responsabilidade 
intergeracional e entre os indivíduos da atual civilização (FRANCO, 2000).
Possivelmente, o maior avanço obtido pela Comissão Brundtland seja a 
abertura de precedentes para a realização da Conferência das Nações Unidas 
sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, também conhecida como Rio-92 ou 
Cúpula da Terra (ONUBR, 2014).
2.4 A DÉCADA DE 90
A Rio-92 ou Cúpula da Terra foi realizada em junho do ano de 1992, na 
cidade do Rio de Janeiro. Este evento contou com a participação de 179 países 
e marcou a maneira como a humanidade vislumbrava sua relação com o meio 
ambiente. Tratou-se de um momento histórico inédito, pois a comunidade política 
em nível mundial admitiu que era necessário compatibilizar desenvolvimento 
socioeconômico à utilização dos recursos naturais.
FIGURA 1 – LOGOTIPO DA CONFERÊNCIA RIO-92
FONTE: Disponível em: <opiniaoenoticia.com.br>. Acesso em: 16
fev. 2016.
UNIDADE 1 | AMBIENTALISMO E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
6
Resultou da Cúpula da Terra um documento importante, a Agenda 21. 
Nela, os governos estabeleceram um programa destinado a combater o modelo 
de desenvolvimento atual, insustentável, direcionando as ações no intuito de 
proteger e renovar os recursos naturais, dos quais a sociedade “depende”. Dentre 
as áreas de atuação da Agenda 21 pode-se destacar, conforme ONUBR (2014): 
• Proteção da atmosfera;
• Combate ao desmatamento;
• Prevenção da perda de solo e da desertificação;
• Extinguir a destruição das populações de peixes;
• Incentivar a gestão segura de resíduos tóxicos.
DICAS
Para que você, acadêmico(a), possa aprofundar seus conhecimentos, sugerimos 
que assista ao vídeo do discurso da menina canadense de 12 anos, Severn Susuki, proferido 
durante a ECO-92, que literalmente “calou” os governantes mundiais! Este material pode ser 
acessado através do link: <https://www.youtube.com/watch?v=u5fyt0rSfdI>.
É importante frisar que a Agenda 21 pretendia realizar 20 ações práticas nos 
âmbitos local, regional e internacional, de forma a parar e reverter a degradação 
ambiental dos ecossistemas, além de modificar as políticas públicas que implicam 
em desigualdades sociais entre as diferentes nações (AGENDA 21, 1995). 
2.5 O AMBIENTALISMO NO SÉCULO XXI
Apesar da Agenda 21, o prazo em que foram propostas as principais 
medidas para possibilitar uma modificação significativa no modo de vida da 
sociedade não foi aplicado com afinco pelas nações e seus governantes. O encontro 
que gerou a Agenda 21 também elencou outras temáticas importantes, a exemplo 
da pobreza e da dívida externa dos países em desenvolvimento (ONUBR, 2014).
Agora, passemos aos principais fatos ocorridos neste século no que diz 
respeito aos movimentos ambientalistas mundiais. 
No ano de 2012 aconteceu no Brasil a chamada Rio+20, ou seja, 20 anos 
após a realização da ECO-92, entre os dias 13 e 22 de junho. A Conferência teve 
como finalidade a renovação do compromisso político com o desenvolvimento 
sustentável, através da medida do progresso e dos lapsos deixados na aplicação 
prática das decisões pelos principais encontros ambientais ocorridos até o 
momento, além do tratamento de temáticas novas e emergentes (RIO 20, 2016).
O que mudou desde a realização da ECO-92 em relação à Rio+20? 
TÓPICO 1 | AMBIENTALISMO, ECODESENVOLVIMENTO E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL: 
7
Conforme os dizeres do secretário-geral da ECO-92, o canadense Maurice 
Strong, a Rio+20 gerou resultados decepcionantes em relação aos governantes 
presentes na cidade do Rio de Janeiro. Entretanto, elogiou a participação da 
sociedade civil organizada, que contou com a presença de mais de 50 mil pessoas. 
Strong relatou que, além dos dirigentes das nações participantes apresentarem-se 
preocupados com suas crises internas, os mesmos retrocederam em questões que 
já haviam sido estabelecidas em reuniões de preparação para o evento, uma dessas 
questões seria a erradicação da pobreza (ECODESENVOLVIMENTO, 2012).
Quais os temas e soluções efetivas a serem acordados durante a Rio+20?
As nações reconhecem que na esfera internacional é preciso progredir na 
transferência efetiva das tecnologias, incentivo de uma política global de propriedade 
intelectual, além da implementação de direitos de acesso à informação, participação 
e justiça social. Os países enfatizaram a necessidade de prover um subsídio novo 
de recursos financeiros destinados à construção de políticas de desenvolvimento 
sustentável nas nações em desenvolvimento. A discussão sobre um novo modelo 
de produção e consumo foi outro tema colocado em pauta (CUT BRASIL, 2011).
Por meio do exposto, nota-se que não houve avanços significativos 
resultantes da Rio+20. Muito pelo contrário, o relatório final carece de medidas 
mais efetivas e compromissos com prazos específicos. Tratou-se meramente de 
uma carta de intenções.
O documento final resultante da Rio+20, com o título “O futuro que 
queremos”,pode ser acessado através do link: <http://www.mma.gov.br/port/conama/
processos/61AA3835/O-Futuro-que-queremos1.pdf>.
ATENCAO
Você recorda, acadêmico(a) do discurso proferido pela menina canadense, 
Severn Susuki, proferido durante a ECO-92? Pois é, durante a Rio+20 em 2012, 
a mesma retorna, já com 32 anos, e profere um novo discurso sobre a questão 
socioambiental mundial. Será que a humanidade efetuou algum progresso? 
Confira por meio do link: <https://www.youtube.com/watch?v=k8onZK3U0VM>.
Através do que foi explanado frente ao histórico do ambientalismo 
mundial, cabe salientar que diversos aspectos foram discutidos quando da 
realização das diferentes conferências ambientais no final do século XX e neste 
início do século XXI. Contudo, a tríade ambiente, economia e sociedade ainda 
apresenta sérios problemas a serem resolvidos, inclusive sobre o próprio papel 
das grandes corporações e do governo enquanto fomentadores de mudanças mais 
concretas, dentre elas, a diminuição da desigualdade social (FRANZOI, 2015). 
UNIDADE 1 | AMBIENTALISMO E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
8
O conceito de Ecodesenvolvimento foi cunhado por Maurice Strong, secretário 
da Conferência de Estocolmo no ano de 1973. Esta definição consistia na construção de 
um modelo de desenvolvimento que estivesse adaptado às regiões rurais dos países 
em desenvolvimento, a partir de um emprego criterioso dos recursos ambientais 
existentes, mas sem ocasionar o esgotamento destes, pois nestas regiões ainda existia 
a possibilidade destas sociedades não aderirem à ilusão do crescimento mimético, 
ou seja, a tentativa de reproduzir a trajetória histórica das nações desenvolvidas que 
origina custos sociais e ambientais extremamente elevados (LIMA, 1997).
A partir do ano de 1974, o economista Ignacy Sachs apropria-se do termo 
Ecodesenvolvimento e desenvolve um conceito para o mesmo, originando um 
panorama de três eixos (pilares) para que o ecodesenvolvimento seja atingido: 
eficiência econômica, justiça social e prudência ecológica (LAYRARGUES, 
2015). Desta forma, Sachs (1993) define o ecodesenvolvimento enquanto “o 
desenvolvimento endógeno e dependente de suas próprias forças, tendo por 
objetivo responder à problemática da harmonização dos objetivos sociais e 
econômicos do desenvolvimento com uma gestão ecologicamente prudente dos 
recursos e do meio” (apud MONTIBELLER FILHO, 1993, p. 7).
A partir das palavras de Sachs (1993) podemos verificar a evidente preocupação 
com as questões econômicas do desenvolvimento, mas não desvinculadas dos aspectos 
socioambientais. Existe um posicionamento ético essencial, onde o desenvolvimento 
deve se direcionar às necessidades sociais mais abrangentes, relacionadas à melhoria 
da qualidade de vida da maioria dos seres humanos, além do cuidado com a 
conservação do meio ambiente para as gerações atuais e futuras. Por meio destas 
questões foram elaboradas as cinco dimensões da sustentabilidade, que devem ser 
consideradas de forma simultânea de modo a se planejar o desenvolvimento de uma 
sociedade em direção à sustentabilidade: social, ecológica, espacial, econômica e 
cultural. Estas dimensões podem ser observadas na figura 2.
FIGURA 2 – CINCO DIMENSÕES DA SUSTENTABILIDADE
FONTE: Disponível em: <portalefreitas.wordpress.com>. Acesso em: 9 
fev.2015.
3 ECODESENVOLVIMENTO E DESENVOLVIMENTO 
SUSTENTÁVEL
TÓPICO 1 | AMBIENTALISMO, ECODESENVOLVIMENTO E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL: 
9
A dimensão social trata-se do estabelecimento de um processo de 
desenvolvimento pautado sob a ótica do conceito de uma “boa” sociedade. A 
temática social abarca questões ligadas à interação dos indivíduos e à sociedade 
nos aspectos de sua condição de vida. Sendo assim, a pobreza torna-se um 
tema chave, pois Sachs (1993) propõe que o desenvolvimento resulte em um 
crescimento estável, com uma distribuição igualitária de renda, onde se reduzam 
as divergências sociais e a melhoria na qualidade de vida.
No caso da sustentabilidade ambiental, esta deve contemplar um 
novo capital ao sistema capitalista, o capital natural. A partir daí este tipo de 
sustentabilidade deve amplificar a capacidade do meio em prover recursos 
naturais, com a mitigação dos impactos originados de sua extração. Neste 
quesito, a redução do emprego de combustíveis fósseis e da emissão de 
substâncias poluentes, além da substituição do uso de recursos não renováveis 
por renováveis, são questões-chave no desenvolvimento de uma sustentabilidade 
ambiental (SILVA; MENDES, 2005).
A dimensão espacial da sustentabilidade trata de considerar as variáveis 
locais, definindo-se os objetivos e os recursos disponíveis na localidade, além de 
se refletir sobre a interação com outros meios. Para tanto, é necessário buscar 
uma conformação da divisão dos espaços rural e urbano, mais adequada para a 
conservação da biodiversidade, concomitantemente à melhoria na qualidade de 
vida dos seres humanos (SILVA; MENDES, 2005).
Na dimensão econômica deve-se atentar ao fluxo permanente de 
investimentos públicos e privados (com destaque ao cooperativismo), com a 
alocação e a gestão mais eficiente do capital financeiro. Isto inclui também, a 
absorção pelas empresas dos custos ambientais ocasionados a partir de suas 
atividades (SACHS, 1993; SILVA; MENDES, 2005).
A sustentabilidade em sua dimensão cultural pretende trazer o conceito 
geral de ecodesenvolvimento para um conjunto plural de soluções particulares, 
respeitando-se as peculiaridades de cada ecossistema, de cada cultura e de cada 
local (SACHS, 1993).
Caro(a) acadêmico(a), para que possamos continuar nossos estudos é importante 
atentarmos para a seguinte questão: os conceitos de Ecodesenvolvimento de Sachs e de 
Desenvolvimento Sustentável são sinônimos em termos de princípios ideológicos? Discuta 
esta temática com seus colegas e tutor externo para que juntos possamos avançar na busca 
de novos conhecimentos. 
ATENCAO
UNIDADE 1 | AMBIENTALISMO E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
10
No decorrer da década de 80, a expressão desenvolvimento sustentável 
é disseminada. Este termo apresenta tradução oficial a partir do francês, de 
“Développement Durable” (desenvolvimento durável). Entretanto, outras expressões 
são utilizadas, correspondendo, na língua portuguesa, a desenvolvimento 
sustentável, desenvolvimento viável e desenvolvimento sustentado (RAYNAUT; 
ZANONI, 1993 apud MONTIBELLER FILHO, 1993).
Durante a Conferência Mundial sobre a Conservação e o Desenvolvimento, 
a IUCN -International Union for Conservation of Nature (União Internacional para 
a Conservação da Natureza), ocorrida na cidade de Ottawa/Canadá, em 1986, 
o conceito de desenvolvimento sustentável e igualitário foi postulado enquanto 
novo paradigma, apresentando como princípios fundamentais (MONTIBELLER 
FILHO, 1993):
• Integrar a conservação da natureza e o desenvolvimento;
• Sanar as necessidades humanas fundamentais;
• Buscar igualdade e justiça social;
• Procurar a autodeterminação social e a diversidade cultural;
• Manter a integridade ecológica.
Prezado(a) acadêmico(a), será que estes objetivos foram atingidos? Além disso, 
as nações desenvolvidas e em desenvolvimento estão empregando tempo e recursos para 
que estas metas sejam atingidas a médio e longo prazo? Reflita sobre estas questões e vamos 
em frente! 
ATENCAO
No ano de 1987 é publicado o Relatório Brundtland, pela Comissão 
Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento. A este Relatório foi atribuído 
o título de “Nosso Futuro Comum”, que estabelece o conceito de desenvolvimento 
sustentável como sendo: “A humanidade tem a capacidade de atingir o 
desenvolvimento sustentável, ou seja, de atender às necessidades do presente 
sem comprometer a capacidade das futuras gerações de atender às próprias 
necessidades” (RELATÓRIO BRUNDTLAND, 1987 apud CAPRA, 2008).
Por meio da constatação de que a Terra é um planeta finito, haveria 
preocupações e desafios comuns a todos os integrantes da humanidade. Este viés 
é o ponto básico defendido pela ComissãoBrundtland. Contudo, omite o conceito 
de ser humano sócio-histórico e origina o conceito de “ser humano abstrato”, 
cujo resultado implica na retirada do aspecto ideológico das questões ambientais. 
TÓPICO 1 | AMBIENTALISMO, ECODESENVOLVIMENTO E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL: 
11
Estas então passam a ser tidas com certa dose de descompromisso, em relação 
à carência de visibilidade de todas as modificações históricas que geraram a 
crise ambiental. Além disso, o referido relatório aponta a pobreza como um dos 
principais motivos para as problemáticas ambientais. A partir desta alegação 
ocorre uma acentuada propaganda em torno das causas da pobreza, mas, com a 
finalidade de se justificar a necessidade de que o crescimento econômico continue, 
com a omissão da responsabilidade socioambiental do consumo demasiado das 
nações desenvolvidas, a exemplo dos Estados Unidos (LAYRARGUES, 2015).
A crença é de que o crescimento econômico pode se dar de forma 
indefinida, contanto que sejam realizadas mudanças do aparato tecnológico de 
modo a tornar os recursos energéticos mais econômicos e eficientes. Entretanto, 
esta premissa mostra-se cada vez mais equivocada. 
Um exemplo a ser utilizado diz respeito ao consumo de energia ao se 
comparar uma economia industrial de mercado e um país com uma realidade 
extremamente oposta. Na atualidade, um indivíduo de um país industrializado 
consome, em média, 80 vezes mais energia quando comparado a um indivíduo 
que habita a África subsaariana. Ou seja, para que toda a população possa 
desfrutar da mesma quantidade de energia sem demais ônus à “sustentabilidade 
ambiental”, existe a urgente necessidade de ampliação do rendimento energético 
em geral, pois, como já mencionado anteriormente, este deve tornar-se mais 
eficiente e econômico através de tecnologias inovadoras (LAYRARGUES, 2015). 
Contudo, por mais que sejam desenvolvidas novas tecnologias adequadas 
a esta realidade, permanece o questionamento a respeito da possibilidade da 
ocorrência de modificações socioculturais que acompanhem de forma voluntária 
estas transformações, pois um dos caracteres básicos de uma sociedade 
industrializada de consumo é o chamado desperdício (LAYRARGUES, 2015). 
Esta questão pode ser mais bem compreendida ao se observar a figura a 
seguir, trata-se de uma foto de infravermelho de alguns carros, onde se pode observar 
o desperdício de energia pelos mesmos sob a forma de calor, que pode chegar a 80%. 
FIGURA 3 – DESPERDÍCIO ENERGÉTICO POR CARROS NA FORMA DE CALOR 
FONTE: Disponível em: <viverdeperto.blogspot.com>. Acesso em: 9 fev. 2015.
UNIDADE 1 | AMBIENTALISMO E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
12
Outra nuance a ser observada diz respeito ao próprio significado do termo 
“desenvolvimento sustentável”. De acordo com Franzoi (2015), atualmente, a mídia 
nos bombardeia com uma vasta gama de informações sobre sustentabilidade, 
mas que não levam a uma reflexão profunda e abrangente sobre esta temática. 
Muito pelo contrário, as informações disponibilizadas levam à construção de 
um conhecimento “raso”, pouco reflexivo, carente de uma análise crítica acerca 
do verdadeiro significado da expressão “desenvolvimento sustentável”. Por 
isso, quando compreendemos a verdadeira natureza da sustentabilidade, nos 
deparamos com uma realidade drástica, pois notamos que o viés econômico do 
tripé da sustentabilidade (figura 4), se sobrepõe de forma predatória sobre os 
demais pilares (social e ambiental).
FIGURA 4 – TRIPÉ DA SUSTENTABILIDADE
FONTE: Disponível em: <www.iprconcursos.com.br>. Acesso em:
8 fev. 2016.
No que tange às dimensões relacionadas na figura 4, pode-se visualizar que 
as mesmas apresentam definições similares àquelas já estabelecidas por Sachs (1993). 
Contudo, para que possamos vislumbrar um panorama mais abrangente frente a 
esta discussão, é importante frisar, conforme Lassu (2015) apud Franzoi (2015):
• Dimensão social: está representada pelo capital humano, que pode 
pertencer a uma empresa ou comunidade, por exemplo. O respeito aos 
direitos humanos e à legislação trabalhista, além do próprio bem-estar dos 
indivíduos, são premissas básicas a serem respeitadas. Este eixo também 
compreende de que maneira as atividades econômicas interferem nas 
comunidades que se localizam no seu entorno.
• Dimensão econômica: este eixo representa questões relacionadas à produção, 
distribuição e consumo de bens e serviços. Cabe destacar que esta dimensão 
deve respeitar os aspectos sociais e ambientais já relacionados no tripé da 
sustentabilidade.
TÓPICO 1 | AMBIENTALISMO, ECODESENVOLVIMENTO E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL: 
13
• Dimensão ambiental: é relativa ao capital natural. Para entendê-la é 
fundamental analisar que toda atividade econômica gera impactos ambientais 
sobre o meio, sejam eles positivos ou negativos. A partir daí a organização deve 
trabalhar a fim de reduzir seus impactos negativos sobre o meio ambiente. Vale 
destacar que todo cidadão também é responsável pelas alterações que exerce 
sobre o meio em que vive.
A partir do exposto, adentraremos em uma discussão mais específica 
relativa ao pilar econômico do tripé da sustentabilidade, que abrange o papel das 
empresas/corporações frente à sustentabilidade socioambiental. 
3.1 AS EMPRESAS E A “SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL”
Ao se analisar a esfera privada, até meados da década de 80 predominou 
no discurso empresarial uma resistência a qualquer iniciativa de minimizar 
os impactos ambientais resultantes das atividades produtivas. Até então, os 
administradores empresariais alegavam que os custos adicionais para as empresas, 
oriundos dos gastos em controle da poluição, comprometeriam a lucratividade, 
a competitividade e a oferta de empregos, gerando assim prejuízos às partes 
interessadas, ou seja, trabalhadores, acionistas e consumidores (DEMAJOROVIC, 
2003 apud FRANZOI, 2015).
Diante desta temática é importante que façamos os seguintes questionamentos: 
será que a real preocupação das organizações era com os seus colaboradores? Repense esta 
questão. Você também pode pesquisar a respeito dos acidentes ambientais ocorridos ao 
longo da história e as ações das corporações responsáveis frente a estes acontecimentos. 
Será que as mesmas assumiram sua responsabilidade diante destes eventos? 
ATENCAO
A estratégia das corporações era a de exteriorizar os custos ambientais, ou 
seja, transferi-los para a sociedade, eximindo a responsabilidade do causador em 
arcar com qualquer ônus resultante de suas ações. Entretanto, a partir de meados 
da década de 80, o discurso dos empresários, que engrandecia o papel exclusivo 
das organizações como provedoras da riqueza, encontrou cada vez menos 
notoriedade frente à sociedade (DEMAJOROVIC, 2003 apud FRANZOI, 2015). 
Sendo assim, a emergência das questões e dos problemas ambientais do planeta 
pareceu, inicialmente, ao empresariado global, como uma ameaça. Os mesmos 
temiam que as consequências negativas do crescimento industrial, exemplo: 
desertificação, perda da biodiversidade, aquecimento global, pudessem ser 
motivo de argumentações para reduzir o crescimento econômico. Mais iminente 
era o perigo de que regulamentações “ambientais” correlatas pudessem frear as 
atividades do livre mercado (FINGER; KILCOYNE, 1997). 
UNIDADE 1 | AMBIENTALISMO E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
14
Deste modo, ao analisarmos o “interesse” das empresas (especialmente as 
grandes corporações) nos temas envolvendo a área socioambiental, é necessário 
que se efetue uma análise crítica dentro de um contexto histórico sobre os reais 
motivos que subitamente fomentaram esta “motivação”.
DICAS
Para subsidiar demais reflexões sobre as grandes corporações multinacionais 
e sua postura frente às variáveis socioambientais, recomendamos que você assista ao 
documentário: “A Corporação”. Este material pode ser acessado por meio do link, <https://
www.youtube.com/watch?v=SV_MoR-o7C4>. 
4 AGROECOLOGIA E A SUSTENTABILIDADE RURAL
4.1 ASPECTOS GERAIS
Agora que abordamos o significadoda expressão “desenvolvimento 
sustentável”, estudaremos uma área do conhecimento cujos princípios procuram 
estar em consonância aos estabelecidos pelo tripé da sustentabilidade, a 
Agroecologia. 
Atualmente, a agricultura tem demonstrado uma alta produtividade. 
Contudo, tem gerado os mais variados impactos socioambientais negativos, a 
exemplo da erosão dos solos, contaminação das águas superficiais e subterrâneas, 
diminuição da biodiversidade, além da perda de conhecimentos tradicionais das 
populações (por exemplo: indígenas), dependência econômica, decréscimo das 
oportunidades de trabalho e renda, êxodo rural e exclusão social (MEDEIROS, 2011). 
Estes malefícios resultantes da agricultura tradicional estão em desacordo com os 
preceitos da sustentabilidade, já discutidos anteriormente, no item 3 doTópico 1.
Durante a década de 1960 tem início a conhecida “Revolução Verde”, que 
direcionou a pesquisa e a criação de sistemas modernos de produção agrícola, 
objetivando a incorporação de ferramentas tecnológicas, aparentemente de 
aplicação “universal”, que visavam à maximização da produtividade dos cultivos 
em diferentes condições ecológicas. O grande propósito era o de gerar situações 
ecológicas ideais, afastando predadores naturais mediante o emprego de 
agroquímicos (agrotóxicos e fertilizantes sintéticos). O emprego de agroquímicos 
aliado ao desenvolvimento genético de sementes culminou com a denominada 
“Revolução Verde”. (BARROS, 2010 apud MATOS, 2010).
TÓPICO 1 | AMBIENTALISMO, ECODESENVOLVIMENTO E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL: 
15
Também surge nos anos 60 um movimento contrário, que gerou diversos 
questionamentos sobre o modelo de pesquisa e o desenvolvimento de novas 
tecnologias, especialmente em relação aos seus efeitos adversos não previstos 
quando estas foram criadas. Para tentar minimizar estes impactos ambientais 
indesejáveis surgiram algumas abordagens de trabalho em equipe entre cientistas 
de diferentes áreas do conhecimento (FEIDEN, 2005). 
Lembram-se dos aspectos discutidos sobre o histórico do ambientalismo? A 
crítica efetuada por Rachel Carson em seu livro trata-se justamente do emprego massivo de 
pesticidas, uma das características da “Revolução Verde”.
ATENCAO
No quadro a seguir é possível evidenciar inúmeras diferenças entre as 
técnicas da “Revolução Verde” e aquelas pertencentes ao campo da Agroecologia. 
QUADRO 1 – COMPARAÇÃO ENTRE AS TECNOLOGIAS DA REVOLUÇÃO VERDE E DA 
AGROECOLOGIA
Características Revolução Verde Agroecologia
Técnicas:
Cultivos afetados Trigo, milho, arroz etc. Todos os cultivos.
Áreas afetadas Na sua maioria, áreas planas e irrigáveis.
Todas as áreas, especialmente as 
marginais (dependentes da chuva, 
encostas declivosas).
Sistema de cultivo
dominante
Monocultivos geneticamente 
uniformes.
Policultivos geneticamente
heterogêneos.
Insumos
 predominantes
Agroquímicos, maquinário; 
alta dependência de insumos 
externos e combustível fóssil.
Fixação de nitrogênio, controle 
biológico de pragas, corretivos 
orgânicos, grande dependência nos 
recursos locais renováveis.
Ambientais:
Impactos e riscos à
saúde
Médios a altos (poluição química, 
erosão, salinização, resistência a 
agrotóxicos etc.). Riscos à saúde 
na aplicação dos agrotóxicos e 
nos seus resíduos no alimento.
Nenhum.
Econômicas:
Custos das pesquisas Relativamente altos. Relativamente baixos.
UNIDADE 1 | AMBIENTALISMO E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
16
Necessidades
financeiras
Altas. Todos os insumos devem 
ser adquiridos no mercado.
Baixas. A maioria dos insumos está 
disponível no local.
Retorno financeiro Alto. Resultados rápidos. Alta produtividade da mão de obra.
Médio. Precisa de um determinado 
período para obter resultados 
mais significativos. Baixa a média 
produtividade da mão de obra.
Institucionais:
Desenvolvimento
 tecnológico Setor semipúblico, empresas privadas.
Na maioria, públicas; grande 
envolvimento de ONGs.
Socioculturais:
Capacitações
 necessárias
à pesquisa
Cultivo convencional e outras 
disciplinas de ciências agrícolas.
Ecologia e especializações
 multidisciplinares.
Participação:
Baixa (na maioria, métodos de 
cima para baixo). Utilizados 
para determinar os obstáculos à 
adoção das tecnologias.
Alta. Socialmente ativadora, induz ao 
envolvimento da comunidade.
Integração cultural: Muito baixa.
Alta. Uso extensivo de conhecimento 
tradicional e formas locais de 
organização.
FONTE: Adaptado de Altieri (2004, p. 43-44)
Neste contexto entra em cena a chamada agroecologia. A utilização 
mais antiga da palavra agroecologia se trata do zoneamento agroecológico, que 
é definido enquanto demarcação do território de uma área a ser explorada por 
determinada cultura, em virtude dos aspectos edafoclimáticos necessários ao seu 
desenvolvimento (FEIDEN, 2005). 
Já na década de 1980, esta definição passou a ter um sentido diferenciado. 
O autor Gliessmann (2001) apud Feiden (2005) define a agroecologia enquanto 
aplicação dos princípios e conceitos oriundos da ecologia ao desenho e manejo de 
agroecossistemas sustentáveis.
TÓPICO 1 | AMBIENTALISMO, ECODESENVOLVIMENTO E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL: 
17
Prezado(a) acadêmico(a), você sabe o significado da expressão condições 
edafoclimáticas? Tratam-se daquelas características relativas ao solo, relevo, a temperatura, a 
umidade do solo, o vento, o clima e a disponibilidade de água. Estes aspectos são importantes 
quando estudamos o desenvolvimento das plantas e das culturas agrícolas.
ATENCAO
Altieri (1989) apud Feiden (2005) define a agroecologia enquanto a ciência 
que investiga os agroecossistemas reunindo conhecimentos de agronomia, 
ecologia, economia e sociologia. Outros pesquisadores a consideram somente 
uma nova disciplina surgida da ciência. Desta forma, para efeitos didáticos, 
iremos considerar a agroecologia tal qual uma ciência em estruturação, com 
aspectos transdisciplinares integrando conhecimentos. Sendo assim, é importante 
salientar que a agroecologia provê um aparato metodológico de trabalho para 
que a natureza seja compreendida de uma maneira mais profunda, além, é claro, 
dos princípios que regem os agroecossistemas. 
O conhecimento tradicional abrangido pela agroecologia é referente 
aos saberes, ensinamentos e experiências dos agricultores, dos povos indígenas, 
dos povos da floresta, dos pescadores, das comunidades quilombolas, além 
dos demais componentes sociais envolvidos em processos de desenvolvimento 
das zonas rurais, incorporando e agregando o potencial presente no local. Este 
potencial endógeno é um aspecto essencial e o ponto inicial de qualquer projeto 
de transição agroecológica, pois contribui para a aprendizagem a respeito das 
variáveis socioculturais e agroecossistêmicas que originam as bases estratégicas de 
qualquer iniciativa de desenvolvimento rural que objetive atingir níveis crescentes 
de desenvolvimento sustentável (CAPORAL; COSTABEBER; PAULUS, 2011).
4.2 AS DIFERENTES ESTRATÉGIAS DA AGROECOLOGIA
São conhecidos diferentes tipos de estratégias alternativas de diversificação 
que resultam em benefícios efetivos para a fertilidade do solo, a proteção das 
culturas e a produtividade. O emprego de um ou mais desses sistemas alternativos 
eleva a possibilidade de interações complementares entre os diversos integrantes 
do agroecossistema. Desta forma, resultados positivos podem ser observados, 
conforme aponta Altieri (2004, p. 68):
• Fechamento dos ciclos de nutrientes;
• Conservação do solo e da água e uso eficaz dos recursos locais;
• Aumento do controle biológico de pragas através da diversificação;
• Ampliação da capacidade de múltipla utilização da paisagem;
• Produção sustentada do cultivo sem o uso de insumos que degradam o ambiente.
UNIDADE 1 | AMBIENTALISMO E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
18
Antes de continuarmos com nossos estudos é fundamental diferenciar os 
conceitos de Ecossistema e de Agroecossistema, vamos lá?
ATENCAO
Conforme Pillar (2002, p. 1), “um ecossistema é um sistema de organismosvivos e do meio com o qual trocam matéria e energia”. “Um ecossistema contém 
componentes bióticos (plantas, animais, micro-organismos) e abióticos (água, 
solo, etc.) que interagem para formar uma estrutura com uma função”.
 
Já um agroecossistema é resultado da modificação de um ecossistema 
natural pelo homem visando à produção de elementos necessários à sua 
sobrevivência. A partir da interferência humana, os meios e controles naturais 
são substituídos por controles artificiais (FEIDEN, 2005). 
Agora estudaremos alguns sistemas diversificados de produção 
agroecológica, sob o enfoque do autor Altieri (2004):
• Sistemas de cultivo múltiplos: também conhecidos por policultivos, um 
dos principais motivos pelos quais os agricultores adotam este tipo de 
técnica deve-se ao fato de que uma área semeada com cultivos múltiplos, 
com frequência, resulta em uma produção maior quando comparada a uma 
área cultivada em parcelas com monoculturas diferentes. A vantagem no 
aproveitamento de terra resultante deste cultivo é importante em áreas de 
pequenas propriedades rurais em virtude das condições socioeconômicas das 
populações residentes. (Figura 5 A).
DICAS
A monocultura refere-se ao plantio extensivo de uma única espécie de vegetal. 
Pode-se citar como exemplo a cultura da soja. Já uma policultura ou policultivo trata-se da 
plantação de variadas espécies e variedades de plantas.
• Rotação de culturas: refere-se ao sistema de diversos cultivos realizados em 
uma mesma área, sucedendo-se uns aos outros, numa sequência definida. Em 
muitos sistemas agrícolas, as rotações constituem-se na principal forma de se 
manter a fertilidade do solo, além de se obter um controle de ervas, pragas e 
doenças. (Figura 5 B).
TÓPICO 1 | AMBIENTALISMO, ECODESENVOLVIMENTO E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL: 
19
• Cultivos de cobertura: são realizados na porção interior das plantações, 
podendo ser utilizado o plantio de leguminosas ou cereais, por exemplo. Este 
cultivo apresenta a finalidade de proteção do solo contra erosão, melhoria do 
microclima, fortalecimento da estrutura e da fertilidade do solo, além de eliminar 
pragas (por exemplo: insetos e patógenos). (Figura 5 C).
• Sistemas agroflorestais: trata-se de um termo genérico empregado na descrição 
de um sistema de utilização de terras em que árvores são associadas a plantios 
agrícolas e/ou animais. Neste método há a combinação de características de 
silvicultura e representa uma maneira de uso integrado da terra especialmente 
adequada a áreas marginais e metodologias de baixo emprego de insumos 
(por exemplo: fertilizantes, agrotóxicos). Com a silvicultura, a utilização dos 
recursos naturais torna-se mais eficiente. Além disso, as diversas camadas da 
vegetação proporcionam o melhor aproveitamento da luz solar, e diferentes 
sistemas de enraizamento, em diversas profundidades, permitem um melhor 
aproveitamento do solo. Outro aspecto interessante é o de que a função 
protetora do solo, executada pelas árvores, pode contribuir com a redução de 
riscos de degradação ambiental. (Figura 5 D).
• Agricultura orgânica: neste sistema é evitado/excluído o emprego de 
fertilizantes e agrotóxicos sintéticos. Quando há possibilidade, recursos 
externos, a exemplo de substâncias químicas e combustíveis obtidos por via 
comercial, são substituídos por recursos encontrados na própria unidade de 
produção agrícola ou em áreas próximas. Esses subsídios internos abrangem 
energia solar ou eólica, controle biológico de pragas, e outros nutrientes obtidos 
a partir da matéria orgânica ou por meio das reservas do solo. Existem opções 
específicas, nas quais a agricultura orgânica está baseada, sendo que estas, 
quando possível, incluem rotações de cultura, resíduos de lavouras, esterco 
animal, utilização de leguminosas, adubos verdes, entre outras. Todas estas 
ações culminam com o aumento da matéria orgânica do solo, a eliminação 
de resíduos de agrotóxicos, a supressão biológica de pragas, doenças e ervas 
indesejáveis, além da estocagem das águas pluviais, evitando-se o escoamento 
desnecessário. (Figura 5 E).
Acadêmico(a), é necessário atentar para a procedência dos alimentos que 
consumimos. Um exemplo claro desta questão pode ser observado por meio do vídeo 
disponibilizado na internet sobre feirantes que comercializam vegetais com agrotóxicos, 
mas os vendem como se fossem orgânicos! Vale a pena conferir! Para tanto, acesse o link: 
<https://www.youtube.com/watch?v=vcyMDkE_MFo>.
ATENCAO
UNIDADE 1 | AMBIENTALISMO E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
20
FIGURA 5 – DIFERENTES SISTEMAS DE PRODUÇÃO AGROECOLÓGICA
FONTE: Disponível em: <hydroenv.com.mx>. Acesso em: 19 fev. 2016.
A seguir transcrevemos um texto de Herman E. Daly, economista 
americano, conhecido por sua opinião crítica por questionar a real sustentabilidade 
socioambiental da economia convencional. Boa leitura!
CRESCIMENTO SUSTENTÁVEL? NÃO, OBRIGADO
PROPOSIÇÕES IMPOSSÍVEIS são a própria base da ciência. Na ciência, 
muitas coisas são impossíveis: viajar mais rápido do que a velocidade da luz; criar 
ou destruir matéria-energia; construir uma máquina de movimento perpétuo, 
e assim por diante. Respeitando o teorema da impossibilidade, nós evitamos 
gastar recursos em projetos que estão sujeitos a falhar. Economistas deveriam, 
por conseguinte, estar muito interessados no teorema da impossibilidade, 
especialmente aquele que eu demonstro neste capítulo: isto é, que é impossível 
sair da pobreza e da degradação ambiental através do crescimento econômico 
mundial. Em outras palavras, crescimento sustentável é impossível. 
LEITURA COMPLEMENTAR
TÓPICO 1 | AMBIENTALISMO, ECODESENVOLVIMENTO E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL: 
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Em suas dimensões físicas, a economia é um subsistema aberto do 
ecossistema terrestre, o qual é finito, não crescente e materialmente fechado. À 
medida que o subsistema econômico cresce, ele incorpora uma proporção cada 
vez maior do ecossistema total e deve alcançar um limite a 100%, se não antes. 
Por isso, seu crescimento não é sustentável. O termo crescimento sustentável 
quando aplicado à economia é um mau oximoro – contraditório como prosa e 
não evocativo como poesia. 
Economistas irão protestar de que o crescimento no PIB (Produto Interno 
Bruto) é uma mistura de aumento quantitativo e qualitativo e, portanto, não 
estritamente sujeitos às leis físicas. Eles têm razão. Mudanças quantitativas e 
qualitativas são muito diferentes e, por isso, é melhor mantê-las separadas e chamá-
las por nomes diferentes já fornecidos no dicionário. Crescer significa “aumentar 
naturalmente em tamanho pela adição de material através de assimilação ou 
acréscimo”. Desenvolver-se significa “expandir ou realizar os potenciais de 
trazer gradualmente a um estado mais completo, maior ou melhor”. Quando algo 
cresce, fica maior. Quando algo se desenvolve, torna-se diferente. O ecossistema 
terrestre desenvolve-se (evolui), mas não cresce. Seu subsistema, a economia, 
deve finalmente parar de crescer, mas pode continuar a se desenvolver. 
O termo desenvolvimento sustentável, portanto, faz sentido para a 
economia, mas apenas se entendido como desenvolvimento sem crescimento 
– a melhoria qualitativa de uma base econômica física que é mantida num 
estado estacionário pelo transumo de matéria-energia que está dentro das 
capacidades regenerativas e assimilativas do ecossistema. Atualmente, o termo 
desenvolvimento sustentável é usado como um sinônimo para o oximoro 
crescimento sustentável. Ele precisa ser salvo dessa perdição. 
Politicamente, é muito difícil admitir que o crescimento, com 
suas conotações quase religiosas de fim último, deva ser limitado. Mas é 
exatamente a insustentabilidade do crescimento que dá urgência ao conceito do 
desenvolvimento sustentável. A terra não irá tolerar nem mesmo a duplicação 
de um grão de trigo 64 vezes, ainda que nos últimos dois séculos nós tenhamos 
desenvolvido uma cultura dependente do crescimento exponencial para sua 
estabilidade econômica. Desenvolvimentosustentável é uma adaptação cultural 
feita pela sociedade quando ela se torna consciente da necessidade emergente 
do crescimento nulo. Até mesmo “crescimento verde” não é sustentável. Há 
um limite para a população de árvores que a terra pode suportar, assim como 
há um limite para as populações humanas e de automóveis. Ao nos iludir na 
crença de que o crescimento é ainda possível e desejável se apenas o rotularmos 
“sustentável” ou o colorirmos de “verde”, apenas retardaremos a transição 
inevitável e a tornaremos mais dolorosa.
UNIDADE 1 | AMBIENTALISMO E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
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Se a economia não pode crescer para sempre, então quanto ela pode 
crescer? Ela pode crescer o suficiente para dar a todos um padrão de uso 
dos recursos per capita igual ao da média americana? Isso seria um fator 
de sete, um número que é caprichosamente colocado entre parênteses pela 
Comissão Brundtland (a Comissão das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e 
Desenvolvimento [CNUMAD], chefiada pela senhora Gro Brundtland) em seu 
apelo para a expansão da economia mundial por um fator de 5 a 10. O problema 
é que mesmo uma expansão de um fator de 4 é impossível se Vitousek e outros 
(1986) estiverem corretos em seus cálculos de que a economia humana atualmente 
obtém ¼ do produto primário líquido global da fotossíntese. Nós não podemos ir 
além de 100%, e é improvável que aumentemos o produto primário líquido, uma 
vez que a tendência histórica até agora é de o crescimento econômico reduzir a 
fotossíntese global. Uma vez que os ecossistemas terrestres são os mais relevantes, 
e nós antecipamos 40% do produto primário líquido terrestre, até mesmo um 
fator de 4 é uma superestimativa. 
Além do mais, atingir 100% é irrealista, já que nós somos incapazes 
de trazer sob a administração humana direta todas as espécies que compõem 
os ecossistemas sobre o qual dependemos. Além disso, é ridículo encorajar 
a preservação da biodiversidade sem estar disposto a deter o crescimento 
econômico que exige o controle humano de todos os lugares agora ocupados 
por outras espécies. 
Se o crescimento até o fator de 5 a 10 recomendado pela Comissão Brundtland 
é impossível, então que tal apenas manter a escala atual – isto é, que tal crescimento 
líquido zero? Todos os dias lemos a respeito das reações de tensões provocadas aos 
ecossistemas pela economia, tais como a intensificação do efeito estufa, a erosão da 
camada de ozônio, a chuva ácida, e assim por diante, os quais constituem prova de 
que até mesmo a escala atual é insustentável.
Como então as pessoas podem continuar falando a respeito de “crescimento 
sustentável” quando (1) a escala atual da economia mostra sinais claros de 
insustentabilidade, (2) multiplicando aquela escala por um fator de 5 a 10, como 
recomendado pela Comissão Brundtland, passaríamos da insustentabilidade 
ao colapso iminente, e (3) o conceito em si mesmo é logicamente contraditório, 
num ecossistema finito, não crescente? Ainda assim, crescimento sustentável é o 
modismo de nossos tempos. Ocasionalmente torna-se verdadeiramente ridículo, 
como quando escritores falam seriamente de “crescimento sustentável na taxa de 
aumento da atividade econômica”. Não apenas devemos crescer para sempre, 
devemos acelerar para sempre! Isto é verbosidade política vazia, totalmente 
desvinculada da realidade. 
TÓPICO 1 | AMBIENTALISMO, ECODESENVOLVIMENTO E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL: 
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A questão importante é aquela que a Comissão Brundtland encabeça 
mas não enfrenta: em que medida nós podemos aliviar a pobreza através 
do desenvolvimento sem crescimento? Eu suspeito que a resposta será uma 
quantidade significativa, mas menos do que a metade recomendada. Se a expansão 
de 5 a 10 vezes for realmente em consideração aos pobres, então terá que consistir 
de coisas que lhes são necessárias – alimento, vestuário, habitação –, não serviços 
de informação. Bens básicos têm uma dimensão física irredutível, e sua expansão 
exigiria crescimento ao invés de desenvolvimento, embora desenvolvimento via 
aumento da eficiência ajudaria. Em outras palavras, a redução no volume de 
recursos por dólar de PIB observada em algumas nações ricas nos últimos anos 
não pode ser proclamada como rompendo o vínculo entre expansão econômica 
e o meio ambiente, como alguns reivindicaram. Desenvolvimento sustentável 
deve ser desenvolvimento sem crescimento, mas com o controle da população e a 
redistribuição da riqueza, se é para ser um ataque sério à pobreza. 
Na opinião de muitas pessoas, crescimento tornou-se sinônimo de 
aumento da riqueza. Dizem que precisamos ter crescimento para sermos ricos 
o bastante para arcar com o custo de limpar e aliviar a pobreza. Que todos 
os problemas são mais fáceis de ser resolvidos se formos mais ricos não está 
em discussão. O que está em questão é se o crescimento da margem atual 
realmente nos torna mais ricos. Há evidência de que nos Estados Unidos o 
crescimento atualmente nos torna mais pobres, aumentando os custos mais 
rapidamente do que aumenta os benefícios. Em outras palavras, parece termos 
crescido além da escala ótima. 
O conceito de uma escala ótima da economia agregada relativa ao 
ecossistema está totalmente ausente da teoria macroeconômica corrente. Assume-
se que a economia agregada crescerá para sempre. A microeconomia, a qual é 
quase inteiramente devotada em estabelecer a escala ótima de cada atividade de 
nível micro, igualando custos e benefícios pela margem, não tratou de informar-se 
se não há também uma escala ótima para o conjunto de todas as microatividades. 
Em uma dada escala (o produto da população vezes o uso de recursos per capita) 
constitui uma dada carga sobre o meio ambiente e pode consistir de muitas 
pessoas, cada uma consumindo pouco, ou poucas pessoas, cada uma consumindo 
correspondentemente mais. 
Uma economia em desenvolvimento sustentável adapta-se e aperfeiçoa-
se em conhecimento, organização, eficiência técnica, e sabedoria; ela faz isso sem 
assimilar ou acrescentar uma percentagem cada vez maior de matéria-energia do 
ecossistema para si, mas, antes, para uma escala na qual o ecossistema remanescente 
pode continuar a funcionar e renovar-se ano após ano. A economia de crescimento 
nulo não é estática, ela está sendo continuamente mantida e renovada como um 
subsistema de estado estacionário do meio ambiente. 
UNIDADE 1 | AMBIENTALISMO E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
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Quais são as políticas necessárias para alcançar o objetivo do 
desenvolvimento sustentável como aqui definido? Tanto otimistas como 
pessimistas devem concordar com as seguintes políticas: empenhar-se para deter 
o transumo nos níveis atuais (ou reduzi-lo a níveis verdadeiramente sustentáveis) 
taxando severamente a extração de recursos, especialmente energia. Buscar 
elevar a maior parte do rendimento público de tais taxas de ruptura de recursos 
e compensar (atingir a neutralidade de rendimento), isso com a redução do 
imposto sobre a renda, especialmente na extremidade mais baixa da distribuição 
de renda, talvez até mesmo financiando uma taxa de rendimento negativa em seu 
limite mais inferior.
Há algumas diretrizes adicionais de políticas para o desenvolvimento 
sustentável: Recursos renováveis devem ser explorados de maneira tal que: (1) as taxas 
de colheita não excedam às taxas de regeneração e (2) as emissões de resíduos não 
excedam a capacidade assimilativa renovável do meio ambiente local. Os recursos não 
renováveis deveriam ser esgotados a uma taxa igual à taxa de criação de substitutos 
renováveis. Os projetos baseados na exploração de recursos não renováveis devem 
ser casados com projetos que desenvolvam substitutos renováveis. As rendas líquidas 
da extração dos recursos não renováveis devem ser separadas num componente de 
renda e num componente de liquidação de capital. O componente de capital seria 
investido a cada ano no desenvolvimento de um substituto renovável. A separação 
é realizada de tal maneira que, quando o recurso não renovável forexaurido, o 
recurso renovável substituto terá sido desenvolvido pelo investimento e crescimento 
natural ao ponto onde sua produção sustentável é igual ao componente de renda. O 
componente de renda terá assim se tornado perpétuo, justificando, portanto, o nome 
rendimento, o qual é por definição o máximo disponível para o consumo ao mesmo 
tempo que o capital se mantém intacto.
No entanto, antes que estes passos operacionais em direção ao 
desenvolvimento sustentável possam ter uma oportunidade justa de serem 
ouvidos, nós precisamos primeiramente tomar as medidas conceituais e políticas 
no sentido de abandonar o slogan vazio do crescimento sustentável.
FONTE: Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/asoc/v7n2/24695.pdf>. Acesso em: 20 fev. 
2016.
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Neste tópico você estudou que:
• É preciso conhecer os principais acontecimentos históricos acerca do 
ambientalismo, para que seja possível compreender a realidade atual e os 
desafios a serem superados para que possamos construir uma sociedade em 
desenvolvimento sustentável.
• A importância do conhecimento do real significado do conceito de 
desenvolvimento sustentável é fundamental, para que seja possível criar meios 
e soluções que verdadeiramente contribuam ao bem-estar socioambiental.
• Em muitas ocasiões, o conceito de desenvolvimento sustentável é deturpado, o 
que resulta em uma interpretação equivocada sobre a sua verdadeira natureza, 
que deve considerar os três eixos da sustentabilidade (ambiental, social e 
econômico) de forma igualitária.
• O interesse das grandes corporações nem sempre anda em consonância com 
as variáveis socioambientais do seu entorno, apesar de, em muitos casos, 
as organizações veicularem uma imagem “ambientalmente correta” das 
atividades que executam.
• A agroecologia surge durante a década de 1960 numa perspectiva contrária à 
estabelecida pela “Revolução Verde”, onde a primeira busca por uma produção 
de alimentos que exerça impactos ambientais mínimos, numa relação mais 
harmoniosa com o meio ambiente.
RESUMO DO TÓPICO 1
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1 Com o avanço do movimento ambientalista, especialmente entre as 
décadas de 1960 e 1980, houve um questionamento sobre a mudança de 
paradigma frente aos adventos tecnológicos oriundos da “Revolução 
Verde” (RV), a aplicação massiva de agroquímicos e o desenvolvimento 
genético de sementes. Sendo assim, surge a agroecologia, com uma 
proposta diferenciada, pautada em uma relação mais harmoniosa com o 
meio ambiente, surge como um contraponto à RV. Deste modo, apresente 
um quadro comparativo que contenha, no mínimo, três características da 
RV e três características referentes à agroecologia.
2 Durante o século XXI observa-se que não houve grandes avanços no que 
tange ao estabelecimento de medidas efetivas em prol da solução de 
problemas socioambientais (por exemplo: a erradicação da pobreza). Cite e 
descreva três razões para tal fato. 
3 Uma agricultura pautada nas características da agroecologia apresenta 
variados benefícios socioambientais pautados no novo paradigma da 
sustentabilidade. Aponte e descreva, ao menos, três destes benefícios.
AUTOATIVIDADE
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TÓPICO 2
DIREITO AMBIENTAL: LEGISLAÇÃO 
NACIONAL E INTERNACIONAL. 
QUAL O PAPEL DA GESTÃO AMBIENTAL 
PÚBLICA NESTE CONTEXTO?
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Antes de estudarmos algumas das normas do Direito Ambiental (DA) 
Nacional e Internacional, faz-se necessário definir o conceito de Direito Ambiental 
para que possamos compreender os desdobramentos de suas normas jurídicas. 
Conforme Séguin e Carrera (1999, p. 70), o DA abrange o “conjunto de 
leis, princípios e políticas públicas que regem a interação do homem com o meio 
ambiente para assegurar, através de processo participativo, a manutenção de um 
equilíbrio da natureza, um ambiente ecologicamente equilibrado para a presente 
e futuras gerações”. 
O DA também pode ser conceituado como “[...] ramo do Direito que 
estuda as relações jurídicas ambientais, observando a natureza constitucional, 
difusa e transindividual dos direitos e interesses ambientais, buscando a sua 
proteção e efetividade” (JURISTAS LEIGOS, 2002, p. 6). 
Outra conceituação é apresentada por Milaré (2011, p. 1607), ao mencionar 
que o DA é definido enquanto “o complexo de princípios jurídicos e normas 
reguladoras das atividades humanas que, direta ou indiretamente, possam afetar 
a sanidade do ambiente em sua dimensão global, visando à sua sustentabilidade 
para as presentes e futuras gerações”.
Por meio destes conceitos pode-se notar que as normas do meio ambiente 
se originaram em virtude da necessidade de se regulamentar a conduta humana 
sobre a utilização dos recursos naturais, além de possibilitar que todas as pessoas, 
de todas as gerações, possam usufruir dos recursos e benefícios ambientais. 
Veremos algumas das principais normas do DA Nacional e Internacional, 
além de evidenciarmos a função do poder público (gestão ambiental pública) 
frente à temática socioambiental.
UNIDADE 1 | AMBIENTALISMO E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
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2 DIREITO AMBIENTAL INTERNACIONAL E NACIONAL
 A história do DA Internacional permeia e é permeada pela própria história 
dos movimentos ambientalistas e conferências mundiais realizadas a partir da 
segunda metade do século XX.
Uma das primeiras questões a ser relacionada trata-se do aparecimento 
do DA enquanto 3ª Geração dos Direitos Humanos Fundamentais. Esta questão 
pode ser melhor observada a partir do quadro a seguir.
QUADRO 2 – GERAÇÕES DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS
Geração de direitos Características Ramos do direito Exemplos
1ª Geração Individuais, civis, políticos e penais
Direito Civil, 
Penal, 
Constitucional
Habeas corpus , Direito ao 
nome, Direito ao voto
2ª Geração Coletivos, sociais e econômicos
Direito do Trabalho, 
Previdenciário
Direito ao Salário, Férias, 
Décimo Terceiro e demais 
direitos trabalhistas
3ª Geração Transindividuais e difusos
Direito Ambiental, 
Direito do
Consumidor
D i r e i t o a o a m b i e n t e 
ecologicamente equilibrado 
e direito a alimentos de 
qualidade
FONTE: Juristas Leigos (2002, p. 4)
Pode-se evidenciar, então, que o DA trata-se de um direito de terceira 
geração, que consagra os princípios da solidariedade e da fraternidade, 
caracterizado por apresentar uma natureza transindividual e difusa. O que 
isso significa? 
Os direitos transindividuais recebem esta denominação porque não 
pertencem a um indivíduo isoladamente. Ao abordar os direitos difusos, se 
entende que estes consideram o indivíduo em sua totalidade, não sendo possível 
individualizar a pessoa por um dano gerado, pois a consequência torna-se 
comum a toda a comunidade (OLIVEIRA, 2015). Sobre estas duas definições 
bastante similares, pode-se citar como exemplo a própria questão do mosquito 
da dengue, o Aedes aegypti. Determinado indivíduo pode imaginar que deixar 
água acumulada é um problema individual, pois o terreno é propriedade 
particular. Contudo, esta atitude possivelmente prejudicará outras pessoas, pois 
está se favorecendo a proliferação de larvas do referido mosquito e a consequente 
veiculação da doença. Daí a natureza transindividual e difusa do direito, onde 
não é possível desligar o indivíduo do meio que o cerca.
TÓPICO 2 | DIREITO AMBIENTAL: LEGISLAÇÃO NACIONAL E INTERNACIONAL. 
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2.1 OS PRINCÍPIOS DO DIREITO AMBIENTAL
Ao se abordar efetivamente o DA internacional, uma das questões a serem 
tratadas diz respeito aos seus princípios básicos, também relacionados às normas 
do DA Nacional, pois são fundamentais ao entendimento dos instrumentos legais 
já existentes e para criação de novas legislações. 
Procedemos ao estudo destes princípios:
• Princípio do ambiente ecologicamente equilibrado como direito fundamental 
da pessoa humana: o meio ambiente ecologicamente equilibrado como essencial 
à sadia qualidade de vida (art. 225, da Constituição Federal de 1988, CF, p. 36) 
está diretamente relacionado à dignidade da pessoa humana (art.1 CF) e ao 
direito à vida (art. 5 CF). Esse direito

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