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A) IMPOSTO SOBRE A TRANSMISSÃO DE BENS IMÓVEIS - ITBI 1. Critérios material e temporal O ITBI, tributo com previsão no art. 156, II, da CF/88 combinado com §2º do mesmo dispositivo constitucional, de competência dos Municípios, tem seu fato gerador defi nido no art. 35, CTN. Art. 35. O imposto, de competência dos Estados, sobre a transmissão de bens imóveis e de direitos a eles relativos tem como fato gerador: I — a transmissão, a qualquer título, da propriedade ou do domínio útil de bens imóveis por natureza ou por acessão física, como definidos na lei civil; II — a transmissão, a qualquer título, de direitos reais sobre imóveis, exceto os direitos reais de garantia; III — a cessão de direitos relativos às transmissões referidas nos incisos I e II. Parágrafo único. Nas transmissões causa mortis, ocorrem tantos fatos geradores distintos quantos sejam os herdeiros ou legatários. A previsão do CTN refere-se ao antigo imposto estadual sobre transmissão de bens imóveis, o qual incidia sobre qualquer transmissão de bens imóveis, seja a título gratuito ou oneroso, inter vivos ou causa mortis. Dessa forma, é necessário realizar a adequação de tais normas do CTN ao atual imposto municipal sobre a transmissão, inter vivos, por ato oneroso, de bens imóveis. De acordo com a previsão constitucional, para incidência do ITBI é necessária a observância de três conceitos, quais sejam: transmissão, inter vivos e oneroso. a) Transmissão — Transmissão de bens imóveis e cessão de direitos reais sobre imóveis. É indispensável a transmissão do direito de uma pessoa para outra. b) Ato inter vivos — As pessoas entre as quais ocorre a transmissão devem estar vivas. c) Oneroso — A onerosidade exigida para incidência do ITBI não se concentra necessariamente em uma entrega de dinheiro, podendo, por exemplo, ocorrer uma permuta, hipótese em que a transmissão também é onerosa. Qualquer ato de registro de direito real sobre algum imóvel, se a título oneroso, sofre a incidência do ITBI, ao passo que nas hipóteses a título gratuito haverá a incidência do ITCMD. Dessa forma, pode-se dizer que o critério material do ITBI consiste em “(I) transmissão inter vivos, a qualquer título, por ato oneroso, a) de bens imóveis, por natureza ou acessão física; e b) de direitos reais sobre bens imóveis, exceto os de garantia e as servidões; (II) a cessão, por ato oneroso, de direitos relativos à aquisição de bens imóveis.” Destaque-se que o §2º, inciso I do art. 156, CF/88 prescreve uma hipótese de imunidade do ITBI, com relação à integralização de capital social com bens imóveis: § 2º — O imposto previsto no inciso II: I — não incide sobre a transmissão de bens ou direitos incorporados ao patrimônio de pessoa jurídica em realização de capital, nem sobre a transmissão de bens ou direitos decorrente de fusão, incorporação, cisão ou extinção de pessoa jurídica, salvo se, nesses casos, a atividade preponderante do adquirente for a compra e venda desses bens ou direitos, locação de bens imóveis ou arrendamento mercantil; O conceito de atividade preponderante pode ser encontrado no art. 37 do CTN, o qual prescreve que se mais de 50% da receita operacional, nos dois anos anteriores ou posteriores à operação, for de atividade com bens imóveis, haverá a incidência do ITBI. A previsão constitucional também faz referência às hipóteses de transmissão de bens imóveis quando da extinção da pessoa jurídica. Entretanto, não há qualquer referência às hipóteses de retirada de bem imóvel da pessoa jurídica sem extinção da mesma. O art. 36, parágrafo único do CTN, por sua vez, trata da desincorporação do imóvel do patrimônio da pessoa jurídica. Há, portanto, quem entenda que o parágrafo único do art. 36 não foi recepcionado pela CF/88. Nas promessas de compra e venda, de acordo com o entendimento do Superior Tribunal de Justiça e do Supremo Tribunal Federal, não há incidência de ITBI, vez que a transmissão ainda não finalizou, conforme súmula 82 do STF: TRIBUTÁRIO. RECURSO ORDINÁRIO. MANDADO DE SEGURANÇA. ITBI. FATO GERADOR. CTN, ART. 35 E CÓDIGO CIVIL, ARTS. 530, I, E 860, PARÁGRAFO ÚNICO. REGISTRO IMOBILIÁRIO. 1. O fato gerador do imposto de transmissão de bens imóveis ocorre com a transferência efetiva da propriedade ou do domínio útil, na conformidade da Lei Civil, com o registro no cartório imobiliário. 2. A cobrança do ITBI sem obediência dessa formalidade ofende o ordenamento jurídico em vigor. 3. Recurso ordinário conhecido e provido. Diante de tal posicionamento jurisprudencial, conclui-se, portanto, que o momento de ocorrência do critério material se dá no registro da transmissão ou cessão dos direitos, momento em que se pode constatar a efetiva transferência. Neste sentido, Paulsen afirma que: Na realidade, o imposto (conhecido por sisa) é exigido por ocasião da lavratura de escritura de alienação imobiliária, ou se direitos a ela relativos, sendo que os tabeliães podem ficar proibidos de praticar este ato atinente ao seu ofício, se não for feita prova de seu pagamento. A transmissão se dá, assim, no momento do registro da transmissão perante o órgão competente. No entanto, a legislação municipal muitas vezes exige o recolhimento em momento anterior, o que é indevido. 2. Critério espacial O ITBI é devido ao Município onde se localiza o bem imóvel, conforme previsão do art. 156, §2º, II, CF/88. O art. 41 do CTN faz previsão semelhante. Importante destacar que os arts. 39 e 40 do CTN não foram recepcionados pela CRFB/88, vez que significariam uma indevida ingerência da lei de normas gerais na autonomia dos municípios. Além do mais, importante a afirmação de Aires Barreto no sentido de que “diversamente do que ocorre com o IPTU e ITR, no ITBI não há distinção entre zona urbana e rural, valendo, pois, para todo e qualquer imóvel situado no território do Município”. 3. Critério pessoal O polo ativo de cobrança do ITBI é ocupado pelo Município de localização do bem. O polo passivo, por sua vez, de acordo com ao art. 42 do CTN, pode ser ocupado pelo alienante ou pelo adquirente. Existe jurisprudência do STJ no sentido de que o contribuinte do ITBI deve ser o adquirente. Entretanto, a lei municipal pode escolher quem figurará como contribuinte do tributo ora em discussão. O Município do Rio de Janeiro, por exemplo, determina que o adquirente é o contribuinte do ITBI e o alienante figura como responsável. Logo, caso o adquirente não efetue o recolhimento do tributo, o Município pode cobrar do alienante. Destaque-se, por oportuno, que em tais hipóteses, com fulcro no art. 134, inciso VI do CTN, os tabeliães podem responder solidariamente, verbis: Art. 134. Nos casos de impossibilidade de exigência do cumprimento da obrigação principal pelo contribuinte, respondem solidariamente com este nos atos em que intervierem ou pelas omissões de que forem responsáveis: VI — os tabeliães, escrivães e demais serventuários de ofício, pelos tributos devidos sobre os atos praticados por eles, ou perante eles, em razão do seu ofício; Nas palavras do professor Leandro Paulsen, “Os responsáveis poderão ser os tabeliães e os ofi ciais dos registros de imóveis, no caso de não exigirem a prova do recolhimento do imposto por ocasião da prática dos atos que lhes competirem (lavratura e escritura, transcrição dos títulos)” 4. Critério quantitativo A base de cálculo do ITBI, de acordo com o art. 38, CTN, é estabelecida pelo valor venal do bem imóvel ou dos direitos transmitidos. No que se refere às alíquotas, estas serão fixadas pelos Municípios. Destaque-se, por oportuno, a previsão da súmula 656 do STF, segundo a qual o ITBI, sendo um imposto real, não possuirá alíquotas progressivas, vez que isso poderia ferir o princípio da capacidade contributiva, exceto quando expressamenteprevisto na CF/88. De um modo sistemático podemos apresentar o Imposto sobre transmissão "inter vivos", a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição (ITBI), da seguinte forma: Competência A Constituição Federal no seu artigo 156, II, determina que: Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre: ... II - transmissão "inter vivos", a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição; ALEXANDRE (2007: 572 -573), comenta a precisão do texto constitucional: A atual atribuição constitucional de competência é precisa, de forma a evitar conflitos entre Estados e seus respectivos Municípios. Assim, se a transmissão é causa mortis, incide o ITCMD; se é inter vivos, deve-se verificar se ocorreu por ato oneroso ou a título gratuito (doação). No primeiro caso, incide o ITBI; no segundo o ITCMD. Em ambas as hipóteses a tributação tem finalidade fiscal. Nessa linha, segundo o art. 156, II, da CCF/1988, compete aos Municípios instituir imposto sobre a transmissão inter vivos, a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição. Função A função do imposto sobre transmissão "inter vivos", a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição (ITBI) é fiscal, sendo o objetivo do município a arrecadação do tributo. Fato Gerador Ao falar do fato gerador do imposto sobre transmissão "inter vivos", a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição (ITBI), devemos lembrar o já mencionado quando do estudo do imposto de competência dos estados, que o Código Tributário Nacional deve ser interpretado de acordo com a Constituição Federal de 1988, uma vez que, por ser anterior à Carta Magna, disciplina na mesma seção um imposto de competência do estado e outro do município, ALEXANDRE (2007: 572): Conforme ressaltado quando da análise do ITCMD estadual, o Código Tributário Nacional trata de um único imposto de transmissão, de competência estadual, incidente exclusivamente sobre a transmissão de bens imóveis e de direitos a eles relativos (arts. 35 a 42). Entretanto, com a Constituição Federal de 1988, foi prevista a criação de dois impostos de transmissão, um estadual (ITCMD) e outro municipal (ITBI). Para exata compreensão do fato gerador é fundamental saber as definições de bens imóveis por natureza ou acessão física. ALEXANDRE (2007: 524-525): “Assim, são bens imóveis por natureza o solo a sua superfície, os seus acessórios e adjacências naturais, compreendendo as árvores e frutos pendentes, o espaço aéreo e o subsolo. São bens imóveis por acessão física tudo quanto o homem incorporar permanentemente ao solo, como a semente lançada à terra, os edifícios e construções, de modo que não possa retirar sem destruição, modificação fratura ou dano.” Outra definição importante é a de direitos reais, também apresentada por ALEXANDRE (2007; 573): Os direitos reais estão enumerados no art. 1.225 no Código Civil, conforme a seguir transcrito: Art. 1.225. São direitos reais: I – a propriedade; II – a superfície; III – as servidões; IV – o usufruto; V – o uso; VI – a habitação; VII – o direito do promitente comprado do imóvel; VII – o penhor; IX – a hipoteca; X – a anticrese. Assim, o fato gerador do ITBI, nas palavras de ANAN Jr e MARION (2009: 109-110): Fato gerador É a transmissão inter vivos, a qualquer título, por ato oneroso, bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre os imóveis, exceto os de garantia, bem como a cessão de direitos à sua aquisição. Elemento espacial do fato gerador É o território do município onde se situa o bem. Elemento temporal do fato gerador É o momento da transmissão ou cessão de bem. Desta forma o ITBI incide sobre: Bens imóveis por natureza: são os imóveis que se formaram por força da natureza, compreende o solo com a sua superfície, os seus acessórios e adjacências naturais, as árvores e frutos pendentes, o espaço aéreo e o subsolo; Bens imóveis por acessão física: tudo que o ser humano pode incorporar permanentemente ao solo, como a semente, os edifícios e construções, de sorte que não se possa retirar sem a sua destruição, modificação, fratura ou dano; Direitos reais sobre bens imóveis: são a enfiteuse, servidões, usufruto, uso, habitação e as rendas constituídas sobre os imóveis; Cessão de direitos: quando houver a transmissão de propriedade entre cedente e cessionário, que pode ser por meio de Lei, acordo, sentença judicial. O ITBI não incide sobre direitos reais de garantia, como: Anticrese: é a entrega do bem imóvel pelo devedor ao credor, para compensação de dívida; Hipoteca: é de direito real de garantia, em que o proprietário do bem vincula o imóvel ao pagamento de sua dívida, mas permanece na posse dele. Por fim, o texto constitucional menciona a não incidência do ITBI, no art. 156, § 2º, I: Art. 156 ... § 2º - O imposto previsto no inciso II: I - não incide sobre a transmissão de bens ou direitos incorporados ao patrimônio de pessoa jurídica em realização de capital, nem sobre a transmissão de bens ou direitos decorrente de fusão, incorporação, cisão ou extinção de pessoa jurídica, salvo se, nesses casos, a atividade preponderante do adquirente for a compra e venda desses bens ou direitos, locação de bens imóveis ou arrendamento mercantil; O município competente para cobrar o tributo está na constituição federal no artigo 156, § 2.º, II: Art. 156... ... § 2.º O imposto previsto no inciso II: ... II - compete ao Município da situação do bem. Base de Cálculo O imposto sobre transmissão "inter vivos", a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição (ITBI), tem a sua base de cálculo contida no artigo 38 do Código Tributário Nacional: “Art. 38. A base de cálculo do imposto é o valor venal dos bens ou direitos transmitidos.”. Reitera-se que o valor venal do bem não pode ser superior ao valor de mercado. Alíquota As alíquotas do imposto sobre transmissão "inter vivos", a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição (ITBI), são percentuais sobre o valor da transmissão e não podem ser progressivas, ANAN e MARION (2009: 110): Alíquotas As alíquotas do ITBI são proporcionais, incidindo, em percentagem única, sobre as bases de cálculo. São definidas em lei municipal, sendo vedado estabelecer a sua progressividade, uma vez que não há previsão constitucional para tal. Contribuinte Mais uma vez, reitera-se que no modesto entendimento do autor o Código Tributário Nacional, deveria ter determinado quem é o contribuinte do ITBI, o que não foi feito, deixando para os municípios disciplinarem a matéria, conforme se verifica no texto legal: “Art. 42. Contribuinte do imposto é qualquer das partes na operação tributada, como dispuser a lei.” Lançamento O lançamento do ITBI é por declaração, lembrando que, na hipótese de o contribuinte não apresentar a declaração o poder público, pode fazer o lançamento de ofício. B) IMPOSTO SOBRE SERVIÇOS — ISS 1. Critérios Material O ISS, tributo de competência municipal, tem previsão constitucionalno art. 156, III: Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre: III — serviços de qualquer natureza, não compreendidos no art. 155, II, definidos em lei complementar. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993) Acerca do ISS existe uma discussão constitucional bastante interessante que diz respeito ao conceito de serviço. Os municípios ganharam competência para tributar serviços, desde que não sejam os serviços tributados por ICMS e tais serviços vão estar definidos em lei complementar. A questão centra-se, portanto, se somente os serviços previstos na Lei Complementar 116/03 podem ser tributados pelo ISS. O STJ firmou convicção no sentido de que a tributação do ISS é taxativa na vertical (gêneros) e exemplificativa na horizontal (espécies). Isso significa que se um serviço não puder ser enquadrado em nenhum dos gêneros previstos na lista constante da Lei Complementar 116/03, ele não pode ser tributado. Entretanto, se ele se enquadrar em um gênero, mas a espécie não estiver prevista, ele pode ser tributado. Já o STF111 firmou entendimento no sentido de que a lista anexa à Lei Complementar 116 é taxativa, ou seja, os Municípios só poderão tributar os serviços nela elencados. Apesar de taxativa, o STF afirmou que os tópicos da lista comportam uma interpretação ampla. Por exemplo, provedor de acesso à internet não é um serviço tributado pelo ICMS, então ele poderia ser tributado pelo ISS, desde que se encaixasse em algum gênero da lista da Lei Complementar 116/03. Há quem defenda que esse serviço se enquadra em “serviços de informática”. É necessário, no entanto, que o serviço seja previsto em lei municipal para que haja a cobrança. A Lei Complementar, ao trazer normas gerais, pode regular as formas e condições como isenções, incentivos e benefícios fiscais serão concedidos. Entretanto, a Lei Complementar 116/03 não usou da prerrogativa atribuída pelo §3º do art. 156, CF/88. Em relação a incentivos fiscais de ISS, há o art. 88, II, ADCT, o qual estabelece que o município não pode conceder benefício fi cal que reduza a alíquota, direta ou indiretamente, para menos que 2%, nem mesmo a título de tributação extrafiscal. O art. 1º da Lei Complementar 116/03 prescreve o fato gerador do ISS como a prestação dos serviços constantes da lista anexa. Ainda que a atividade não se caracterize como atividade preponderante, incide o ISS. O §1º determina dispõe que incide ISS na importação e o art. 2º, I determina que não incide ISS na exportação. Dessa forma, por exemplo, se uma empresa brasileira for construir um prédio em Dubai, esse serviço não é tributado, pois trata-se de exportação de serviço. A doutrina entende que o local do resultado do serviço é o critério apto a caracterizar a exportação de serviço. Com relação à importação de serviços, o art. 1º, §1º determina que o ISS incide sobre o serviço proveniente do exterior do país ou cuja prestação se tenha iniciado no exterior. O sujeito passivo na importação é o tomador do serviço, sendo o sujeito ativo o município de seu domicílio, conforme previsão do art. 3º, I, da Lei Complementar 116/03. O tomador de serviço será o responsável pelo pagamento, já que não é ele quem pratica o fato gerador. Ao contrário do ICMS, que tem um fato gerador específico para a importação, o ISS não estabelece esse fato gerador específico. Quando o serviço é prestado por não residente ou domiciliado, entende-se que o serviço é proveniente do exterior, cabendo tributação do ISS. A doutrina tem olhado para o resultado efetivo do serviço, o que, se tiver sido dentro do Brasil, pode ser importação e se tiver sido fora do Brasil, pode ser exportação. Há, ainda, a discussão acerca das operações mistas, as quais envolvem, ao mesmo tempo, a circulação de mercadorias e a prestação de serviços. A CF/88 define que se o serviço estiver na lista, será objeto de incidência do ISS sobre o valor total da operação, incidindo inclusive sobre a parcela de circulação da mercadoria. Se o serviço não estiver na lista, incide o ICMS sobre o valor total da operação. Existem, porém, exceções específicas na lista de serviços constante da Lei Complementar 116/03, nas quais ocorre a dupla tributação, recaindo o ICMS sobre a mercadoria e o ISS sobre os serviços. 2. Critério Temporal O critério temporal do ISS é o momento da ocorrência do fato descrito no critério material, ou seja, momento da prestação do serviço. Assim, não deve ser considerado como critério temporal o momento da realização do negócio jurídico (contrato de prestação de serviço) ou aquele do pagamento. Assim, a lei municipal, ao definir o momento da incidência do ISS, deve estabelecer critério temporal somente após verificação da ocorrência do fato gerador, em consonância com o disposto no art. 116 do CTN. Antes da ocorrência do fato, não há relação jurídica tributária. Nos serviços de execução parcelada, a lei pode estabelecer momentos diferentes da ocorrência do critério material. Ou seja, poderá se estabelecer a incidência do ISS após a conclusão de determinada etapa, período ou parcela. 3. Critério Espacial A definição sobre qual o critério espacial e o Município competente é a maior discussão relativa ao ISS. O Decreto-Lei 406/68, no art. 12, determinava que o serviço considera-se prestado e o ISS devido no local do estabelecimento prestador, exceto nos casos de construção civil. O STJ, no entanto, sob a égide do Decreto-Lei 406/68, havia construído jurisprudência no sentido de que o ISS era devido no efetivo local da prestação do serviço. Posteriormente, com o advento da Lei Complementar 116/03, foi estabelecido no artigo 3° que o serviço considera-se prestado e o tributo devido no local do estabelecimento prestador. Entretanto, a Lei Complementar previu diversas exceções a esta regra em seus incisos. Essas exceções são hipóteses em que existe um resultado material, um resultado corpóreo e para as quais o ISS é devido no local da efetiva prestação do serviço. As decisões mais recentes do STJ têm sido no sentido de o critério espacial e o Município competente para a cobrança é aquele do local do estabelecimento prestador, salvo as exceções estabelecidas em lei: TRIBUTÁRIO — ISS — PRESTAÇÃO DE SERVIÇO — CONSTRUÇÃO CIVIL — PROJETO, ASSESSORAMENTO NA LICITAÇÃO E GERENCIAMENTO DA OBRA CONTRATADA — COMPETÊNCIA DO MUNICÍPIO ONDE SE REALIZOU O SERVIÇO DE CONSTRUÇÃO — CONTRATO ÚNICO SEM DIVISÃO DOS SERVIÇOS PRESTADOS. 1. A competência para cobrança do ISS, sob a égide do DL 406/68 era o do local da prestação do serviço (art. 12), o que foi alterado pela LC 116/2003, quando passou a competência para o local da sede do prestador do serviço (art. 3º). 2. Em se tratando de construção civil, diferentemente, antes ou depois da lei complementar, o imposto é devido no local da construção (art.12, letra “b” do DL 406/68 e art.3º, da LC 116/2003) (REsp 1117121/SP, Rel. Ministra ELIANA CALMON, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 14/10/2009, DJe 29/10/2009). Entretanto, iniciou-se discussão acerca do significado de estabelecimento prestador. A definição de estabelecimento prestador encontra-se no art. 4º, Lei Complementar 116/03, para o qual “considera-se estabelecimento prestador o local onde o contribuinte desenvolva a atividade de prestar serviços, de modo permanente ou temporário, e que configure unidade econômica ou profissional, sendo irrelevantes para caracterizá-lo as denominações de sede, filial, agência, posto de atendimento, sucursal, escritório de representação ou contato ou quaisquer outras que venham a ser utilizadas”. 4. Critério Pessoal O art. 5º da Lei Complementar 116/03 define o prestador do serviço como contribuinte do ISS. O art. 6º permite que o tomador dos serviços seja responsável, pois ele está diretamente ligado ao fato gerador, bastando apenas uma lei para defini-lo como responsável. O próprio§2º já estabelece algumas hipóteses de responsabilidade tributária dos tomadores, por exemplo, nos serviços de limpeza e vigilância. Paulsen sublinha que, em razão do próprio conceito de serviços, “não são contribuintes os que prestam serviços em relação de emprego, os trabalhadores avulsos, os diretores e membros de conselho consultivo ou de conselho fiscal de sociedades e fundações, bem como os sócios-gerentes e gerentes- delegados, cujas características são colhidas em outros diplomas jurídicos (..)” O polo ativo, por sua vez, é ocupado, regra-geral, pelo Município no qual esteja localizado o estabelecimento prestador do serviço, salvos as exceções em que se considere a incidência do ISS no local da prestação do serviço. Nesta hipótese, o sujeito ativo do ISS será o Município no qual se verifica a prestação do serviço. 5. Critério Quantitativo A base de cálculo, conforme art. 7º, Lei Complementar 116/03 é o preço do serviço. Destaque-se que o preço do serviço não inclui valores recebi dos que não representem remuneração do serviço prestado. Nas palavras do professor Leandro Paulsen: “no cálculo do tributo, não devem ser incluídos os valores relativos a seguro, juros e quaisquer outras importâncias recebidas ou debitadas — como multas e indenizações —, pois tais verbas tem natureza jurídica diversa (financeira, ressarcitória) do respectivo preço contratual”. Uma discussão interessante diz respeito à possibilidade do ISS fixo com relação aos serviços em que esta prática era permitida pelo Decreto-Lei 406/68, em seu art. 9º. É o caso de serviços prestados por sociedades uniprofissionais ou sociedades profissionais autônomas, para as quais o imposto era fixo e relativo a cada profissional. O entendimento dominante é o de que a Lei Complementar 116/03 não revogou o art. 9º do Decreto-Lei 406/68, mas revogou a Lei Complementar 56 que deu nova redação ao §3º, art. 9º. O entendimento jurisprudencial que prevalece, dessa forma, é o de que a previsão do §3º, art. 9º, do Decreto-Lei 406/68 ainda é valida, podendo essas sociedades recolher o tributo fixo. Com relação às alíquotas, a CF/88 prevê no §3º do art. 156 que a Lei Complementar deve fixar alíquotas máximas e mínimas do ISS. A Lei Complementar 116/03, em seu art. 8º, fixou alíquota máxima de 5%, não tendo sido fixada alíquota mínima. O art. 88, do ADCT determina que enquanto a Lei Complementar não fixar alíquota mínima, essa será de 2% do valor do serviço. Dessa forma, a alíquota máxima é 5% e a mínima é 2%. Os serviços que estavam previstos nos itens 32, 33 e 34 no Decreto-Lei 406/68, os quais são mencionados como exceções no art. 88, ADCT, têm correspondência na Lei Complementar 116/03 (itens 7.02, 7.04 e 7.05), então, no que se refere a tais serviços, pode ser cobrada uma alíquota mais baixa que 2%. De um modo sistemático podemos apresentar Imposto sobre serviços de qualquer natureza (ISSQN), da seguinte forma: Competência A Constituição Federal determina, no seu artigo 156, III, o seguinte: Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre: ... III - serviços de qualquer natureza, não compreendidos no art. 155, II, definidos em lei complementar.(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993). Muitas discussões existem para saber qual o município que deve cobrar o tributo. A lei complementar 116, cumprindo sua competência prevista no artigo 146 da constituição federal, determina: Art. 3o O serviço considera-se prestado e o imposto devido no local do estabelecimento prestador ou, na falta do estabelecimento, no local do domicílio do prestador, exceto nas hipóteses previstas nos incisos I a XXII, quando o imposto será devido no local: I – do estabelecimento do tomador ou intermediário do serviço ou, na falta de estabelecimento, onde ele estiver domiciliado, na hipótese do § 1o do art. 1o desta Lei Complementar; http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc03.htm#art156iii II – da instalação dos andaimes, palcos, coberturas e outras estruturas, no caso dos serviços descritos no subitem 3.05 da lista anexa; III – da execução da obra, no caso dos serviços descritos no subitem 7.02 e 7.19 da lista anexa; IV – da demolição, no caso dos serviços descritos no subitem 7.04 da lista anexa; V – das edificações em geral, estradas, pontes, portos e congêneres, no caso dos serviços descritos no subitem 7.05 da lista anexa; VI – da execução da varrição, coleta, remoção, incineração, tratamento, reciclagem, separação e destinação final de lixo, rejeitos e outros resíduos quaisquer, no caso dos serviços descritos no subitem 7.09 da lista anexa; VII – da execução da limpeza, manutenção e conservação de vias e logradouros públicos, imóveis, chaminés, piscinas, parques, jardins e congêneres, no caso dos serviços descritos no subitem 7.10 da lista anexa; VIII – da execução da decoração e jardinagem, do corte e poda de árvores, no caso dos serviços descritos no subitem 7.11 da lista anexa; IX – do controle e tratamento do efluente de qualquer natureza e de agentes físicos, químicos e biológicos, no caso dos serviços descritos no subitem 7.12 da lista anexa; X – (VETADO) XI – (VETADO) XII – do florestamento, reflorestamento, semeadura, adubação e congêneres, no caso dos serviços descritos no subitem 7.16 da lista anexa; XIII – da execução dos serviços de escoramento, contenção de encostas e congêneres, no caso dos serviços descritos no subitem 7.17 da lista anexa; XIV – da limpeza e dragagem, no caso dos serviços descritos no subitem 7.18 da lista anexa; XV – onde o bem estiver guardado ou estacionado, no caso dos serviços descritos no subitem 11.01 da lista anexa; XVI – dos bens ou do domicílio das pessoas vigiados, segurados ou monitorados, no caso dos serviços descritos no subitem 11.02 da lista anexa; XVII – do armazenamento, depósito, carga, descarga, arrumação e guarda do bem, no caso dos serviços descritos no subitem 11.04 da lista anexa; XVIII – da execução dos serviços de diversão, lazer, entretenimento e congêneres, no caso dos serviços descritos nos subitens do item 12, exceto o 12.13, da lista anexa; http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/Mensagem_Veto/2003/Mv362-03.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/Mensagem_Veto/2003/Mv362-03.htm XIX – do Município onde está sendo executado o transporte, no caso dos serviços descritos pelo subitem 16.01 da lista anexa; XX – do estabelecimento do tomador da mão-de-obra ou, na falta de estabelecimento, onde ele estiver domiciliado, no caso dos serviços descritos pelo subitem 17.05 da lista anexa; XXI – da feira, exposição, congresso ou congênere a que se referir o planejamento, organização e administração, no caso dos serviços descritos pelo subitem 17.10 da lista anexa; XXII – do porto, aeroporto, ferroporto, terminal rodoviário, ferroviário ou metroviário, no caso dos serviços descritos pelo item 20 da lista anexa. § 1o No caso dos serviços a que se refere o subitem 3.04 da lista anexa, considera- se ocorrido o fato gerador e devido o imposto em cada Município em cujo território haja extensão de ferrovia, rodovia, postes, cabos, dutos e condutos de qualquer natureza, objetos de locação, sublocação, arrendamento, direito de passagem ou permissão de uso, compartilhado ou não. § 2o No caso dos serviços a que se refere o subitem 22.01 da lista anexa, considera- se ocorrido o fato gerador e devido o imposto em cada Município em cujo território haja extensão de rodovia explorada. § 3o Considera-se ocorrido o fato gerador do imposto no local do estabelecimento prestador nos serviços executados em águas marítimas, excetuados os serviços descritos no subitem 20.01. Art. 4o Considera-se estabelecimento prestador o local onde o contribuinte desenvolva a atividade de prestar serviços, de modo permanente ou temporário, e que configure unidade econômica ou profissional, sendo irrelevantes para caracterizá-lo as denominaçõesde sede, filial, agência, posto de atendimento, sucursal, escritório de representação ou contato ou quaisquer outras que venham a ser utilizadas. Função A função do imposto sobre serviços de qualquer natureza é fiscal, vale dizer, o objetivo do município ao cobrar este tributo é o de arrecadar o valor. Fato Gerador O fato gerador do imposto sobre serviços de qualquer natureza é apresentado na lei complementar 116/2003, do seguinte modo: Art. 1o O Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza, de competência dos Municípios e do Distrito Federal, tem como fato gerador a prestação de serviços constantes da lista anexa, ainda que esses não se constituam como atividade preponderante do prestador. § 1o O imposto incide também sobre o serviço proveniente do exterior do País ou cuja prestação se tenha iniciado no exterior do País. § 2o Ressalvadas as exceções expressas na lista anexa, os serviços nela mencionados não ficam sujeitos ao Imposto Sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação – ICMS, ainda que sua prestação envolva fornecimento de mercadorias. § 3o O imposto de que trata esta Lei Complementar incide ainda sobre os serviços prestados mediante a utilização de bens e serviços públicos explorados economicamente mediante autorização, permissão ou concessão, com o pagamento de tarifa, preço ou pedágio pelo usuário final do serviço. § 4o A incidência do imposto não depende da denominação dada ao serviço prestado. A constituição federal determina hipóteses de não incidência do tributo em análise, bem como cria regras para isenções e incentivos fiscais, senão vejamos: Art.156... ... § 3º Em relação ao imposto previsto no inciso III do caput deste artigo, cabe à lei complementar: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 37, de 2002) II - excluir da sua incidência exportações de serviços para o exterior. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993) III – regular a forma e as condições como isenções, incentivos e benefícios fiscais serão concedidos e revogados. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 37, de 2002). Seguindo esta orientação, a lei complementar 116/2003 determina: Art. 2o O imposto não incide sobre: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc37.htm#art156%C3%82%C2%A73 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc03.htm#art156%C3%82%C2%A73 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc37.htm#art156%C3%82%C2%A73 I – as exportações de serviços para o exterior do País; II – a prestação de serviços em relação de emprego, dos trabalhadores avulsos, dos diretores e membros de conselho consultivo ou de conselho fiscal de sociedades e fundações, bem como dos sócios-gerentes e dos gerentes-delegados; III – o valor intermediado no mercado de títulos e valores mobiliários, o valor dos depósitos bancários, o principal, juros e acréscimos moratórios relativos a operações de crédito realizadas por instituições financeiras. Parágrafo único. Não se enquadram no disposto no inciso I os serviços desenvolvidos no Brasil, cujo resultado aqui se verifique, ainda que o pagamento seja feito por residente no exterior. Observa-se que os transportes interestadual e intermunicipal não são tributados pelo ISS. Base de Cálculo A base de cálculo do imposto sobre serviços de qualquer natureza é apresentada no decreto lei 406/68, que foi recepcionado pela constituição de 1988 como lei complementar, assim: Art 9º A base de cálculo do imposto é o preço do serviço. § 1º Quando se tratar de prestação de serviços sob a forma de trabalho pessoal do próprio contribuinte, o imposto será calculado, por meio de alíquotas fixas ou variáveis, em função da natureza do serviço ou de outros fatores pertinentes, nestes não compreendida a importância paga a título de remuneração do próprio trabalho. § 2º Na prestação dos serviços a que se referem os itens 19 e 20 da lista anexa o imposto será calculado sôbre o preço deduzido das parcelas correspondentes: (Redação dada pelo decreto Lei nº 834, de 1969) a) ao valor dos materiais fornecidos pelo prestador dos serviços; (Redação dada pelo decreto Lei nº 834, de 1969) b) ao valor das subempreitadas já tributadas pelo imposto. (Redação dada pelo decreto Lei nº 834, de 1969) § 3° Quando os serviços a que se referem os itens 1, 4, 8, 25, 52, 88, 89, 90, 91 e 92 da lista anexa forem prestados por sociedades, estas ficarão sujeitas ao imposto na forma do § 1°, calculado em relação a cada profissional habilitado, sócio, empregado ou não, que preste serviços em nome da sociedade, embora assumindo responsabilidade pessoal, nos termos da lei aplicável. (Redação dada pela Lei complementar nº 56, de 15.12.1987). http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/del0834.htm#art3iv http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/del0834.htm#art3iv http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/del0834.htm#art3iv http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/LCP/Lcp56.htm#art2 Verifica-se que a lei complementar 116/2003 determina, sem entrar em confronto com a velha norma, portanto mantendo seu pleno vigor, nova base de cálculo do imposto sobre serviços de qualquer natureza, em seu artigo 7°, a seguinte: Art. 7o A base de cálculo do imposto é o preço do serviço. § 1o Quando os serviços descritos pelo subitem 3.04 da lista anexa forem prestados no território de mais de um Município, a base de cálculo será proporcional, conforme o caso, à extensão da ferrovia, rodovia, dutos e condutos de qualquer natureza, cabos de qualquer natureza, ou ao número de postes, existentes em cada Município. § 2o Não se incluem na base de cálculo do Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza: I - o valor dos materiais fornecidos pelo prestador dos serviços previstos nos itens 7.02 e 7.05 da lista de serviços anexa a esta Lei Complementar; Alíquota O imposto sobre serviços de qualquer natureza, por determinação constitucional, tem suas alíquotas máximas e mínimas determinadas por lei complementar, conforme se verifica do artigo 156, § 3º, I: Art.156... ... § 3º Em relação ao imposto previsto no inciso III do caput deste artigo, cabe à lei complementar: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 37, de 2002) I - fixar as suas alíquotas máximas e mínimas; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 37, de 2002) Neste sentido, andou bem o legislador ao determinar no artigo 8º da lei complementar 116, o seguinte: Art. 8o As alíquotas máximas do Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza são as seguintes: ... II – demais serviços, 5% (cinco por cento). http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc37.htm#art156%C3%82%C2%A73 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc37.htm#art156%C3%82%C2%A73 No que concerne à alíquota mínima, deve ser de 2% (dois por cento) nos termos do artigo 88 do ato das disposições constitucionais transitórias: Art. 88. Enquanto lei complementar não disciplinar o disposto nos incisos I e III do § 3º do art. 156 da Constituição Federal, o imposto a que se refere o inciso III do caput do mesmo artigo: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 37, de 2002) I - terá alíquota mínima de dois por cento, exceto para os serviços a que se referem os itens 32, 33 e 34 da Lista de Serviços anexa ao Decreto-Lei nº 406, de 31 de dezembro de 1968; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 37, de 2002) II - não será objeto de concessão de isenções, incentivos e benefícios fiscais, que resulte, direta ou indiretamente, na redução da alíquota mínima estabelecida no inciso I. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 37, de 2002). Não é outro o entendimento de MACHADO (2009: 408): Os Municípios gozam de autonomia para fixar as alíquotas do ISS, mas a União poderá, por lei complementar, fixar alíquotas máximas e mínimas para esse imposto (CF, art. 156, § 3º, inc. I). Nos termos do art. 8º da Lei Complementarn. 116/2003, a alíquota máxima do ISS é de 5%. É razoável sustentar-se que sua alíquota mínima é de 2%, nos termos do art. 88 do ADCT, com a redação que lhe deu a Emenda Constitucional n. 3, de 12.6.2002. Contribuinte A lei complementar 116/2003, nos artigos 5º e 6º, ao determinar o contribuinte refere-se também à possibilidade de criar a figura do responsável tributário, assim: Art. 5o Contribuinte é o prestador do serviço. Art. 6o Os Municípios e o Distrito Federal, mediante lei, poderão atribuir de modo expresso a responsabilidade pelo crédito tributário a terceira pessoa, vinculada ao fato gerador da respectiva obrigação, excluindo a responsabilidade do contribuinte ou atribuindo-a a este em caráter supletivo do cumprimento total ou parcial da referida obrigação, inclusive no que se refere à multa e aos acréscimos legais. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc37.htm#adctart88 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc37.htm#adctart88 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc37.htm#adctart88 § 1o Os responsáveis a que se refere este artigo estão obrigados ao recolhimento integral do imposto devido, multa e acréscimos legais, independentemente de ter sido efetuada sua retenção na fonte. § 2o Sem prejuízo do disposto no caput e no § 1o deste artigo, são responsáveis: I – o tomador ou intermediário de serviço proveniente do exterior do País ou cuja prestação se tenha iniciado no exterior do País; II – a pessoa jurídica, ainda que imune ou isenta, tomadora ou intermediária dos serviços descritos nos subitens 3.05, 7.02, 7.04, 7.05, 7.09, 7.10, 7.12, 7.14, 7.15, 7.16, 7.17, 7.19, 11.02, 17.05 e 17.10 da lista anexa. Lançamento O lançamento do imposto sobre serviços de qualquer natureza é por homologação e, na hipótese do contribuinte não apresentar as informações necessárias para o recolhimento do tributo, o poder público pode praticar o lançamento de ofício. O Município não pode legislar contrariando a lei federal do ISSQN, sendo assim, a base de cálculo, contribuinte e fato gerador, lançamento, não devem ser alterados por lei municipal.
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