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SISTEMA NERVOSO Prof.ª Dra. Lorena Xavier POTENCIAIS DE MEMBRANA IMPULSO NERVOSO • Sinal elétrico que conduz informação ao longo do neurônio. • É a propagação do potencial de ação através do neurônio. • Corresponde a uma sequência de eventos que diminuem e, eventualmente, invertem o potencial de membrana e em seguida o restauram ao seu valor de repouso. O QUE ORIGINA O IMPULSO NERVOSO? • Deve-se ao movimento de certos íons através da citomembrana do neurônio. POTENCIAL DE REPOUSO DA MEMBRANA • Período no qual nenhum impulso nervoso está sendo transmitido. • Esse potencial situa-se na faixa de -70 mV (interior celular negativo), ou seja, o neurônio está polarizado. • Um neurônio polarizado é aquele que o seu interior é mais negativo do que o seu exterior. • A polarização caracteriza o estado de repouso. POTENCIAL DE AÇÃO • Consistem na rápida despolarização, seguida de repolarização do potencial de membrana. • Ou seja, o interior da célula passa de um estado de repouso (-) para um estado despolarizado (+), retornando novamente ao estado de repouso. • Os potenciais de ação são os mecanismos básicos para a transmissão da informação no sistema nervoso e nos músculos. • Atenção: Despolarização é o processo que torna o potencial de membrana menos negativo. POTENCIAL DE AÇÃO DESPOLARIZAÇÃO • Quando o neurônio é estimulado, ocorre mudança no seu estado elétrico. • No repouso (polarizado) → interior celular é negativo. • Estímulo celular → interior celular torna-se positivo. DESPOLARIZAÇÃO • Carteira cheia e conta bancária vazia! Você prometeu que ia economizar para meses difíceis. Então você deposita todo seu o dinheiro! (repouso) • De repente aparece um estímulo! (despolariza) • Quando o estímulo vai embora, a conta bancária volta a ficar negativa! DESPOLARIZAÇÃO • - 70 mV → - 55 mV → 0 mV → + 30 mV (interior da membrana) REPOLARIZAÇÃO • Fenômeno em que o estado de repouso é rapidamente restabelecido. • O interior da célula novamente se torna negativo. • + 30 mV → 0 mV → - 55mV → - 70 mV. • Isso é básico e muito importante! O impulso nervoso inclui polarização, despolarização e repolarização. POLARIZAÇÃO (ESTADO DE REPOUSO) • Distribuição desigual de íons, através da membrana plasmática. • Líquido extracelular é rico em Na+ e Cl-. • Citosol: o cátion K+ e os dois ânions, fosfatos dos ATP e aminoácidos nas proteínas. • Há mais canais de vazamento para o K+ do que para o Na+ Tornando o interior cada vez mais negativo POLARIZAÇÃO (ESTADO DE REPOUSO) • Incapacidade da maioria dos ânions em deixar a célula. • A maioria dos ânions não está livre para sair, pois estão presos a outras moléculas (ATP e proteínas). Tornando o interior cada vez mais negativo POLARIZAÇÃO (ESTADO DE REPOUSO) • Natureza eletromagnética das ATPases Na+/K+. • O pequeno vazamento de Na+ e de K+ são compensados pelas bombas de sódio-potássio. • As bombas de sódio e potássio são ditas eletrogênicas. Expulsam três Na+ para cada dois K+ importados. Tornando o interior cada vez mais negativo Na= vermelho; K = azul; ATP = verde; Bomba = laranja DESPOLARIZAÇÃO (ESTADO ESTIMULADO) • Abertura dos canais de Na+ regulados por voltagem. • O rápido influxo do Na+ para dentro da célula determina a despolarização. • Este íon é o principal cátion extracelular. • O Na+ se difunde para o interior da célula, levando consigo a carga positiva. DESPOLARIZAÇÃO (ESTADO ESTIMULADO) Os canais de Na+ passam apenas 10 milésimos de segundos abertos por isso tem que ter máxima eficácia! Canais se abrem → membrana despolariza → mais canais se abrem ( Feedback positivo) ESTÍMULO Abertura dos canais de Na + REPOLARIZAÇÃO (RETORNO AO ESTADO DE REPOUSO) • Interrupção da difusão do Na+ para o interior da célula e difusão deste íon para o meio extracelular. • Canais regulados por voltagem do K+ abrem-se lentamente, enquanto os canais de Na+ estão se fechando. A DESPOLARIZAÇÃO PRECISA SER RÁPIDA PERÍODO REFRATÁRIO • Após o disparo de um potencial de ação, as células demandam alguns ms para recobrar a sua capacidade de disparar um segundo potencial de ação. • Este período no qual as células excitáveis são incapazes de produzir potenciais de ação normais é denominado período refratário. • Ou seja, o período refratário é um período sem reação. PERÍODO REFRATÁRIO ABSOLUTO • Não pode ser iniciado um segundo potencial de ação, mesmo com estímulo muito intenso. • Os canais inativados de Na+ não podem abrir, primeiro eles tem que retornar ao estado de repouso. PERÍODO REFRATÁRIO RELATIVO • Um segundo potencial de ação pode ser gerado, mas apenas com estímulos supraliminares. • Os canais regulados por voltagem do K+ ainda estão abertos, após os canais inativados do Na+ terem retornado a seu estado de repouso. LEI DO TUDO OU NADA • Se a polarização atingir certo nível (cerca de -55 mV) os canais iônicos, regulados por voltagem, abrem-se e ocorre um potencial de ação, que sempre tem a mesma amplitude. • Podemos considerar, então, que – 55mV é o limiar excitatório. LEI DO TUDO OU NADA • Um potencial de ação é gerado em resposta a um estímulo liminar, mas não se forma quando há um estímulo subliminar. LEI DO TUDO OU NADA • Um neurônio só consegue enviar um impulso se a intensidade do impulso for acima de um determinado nível, fazendo com que a sua membrana seja despolarizada e repolarizada. • Este valor mínimo que permite a transmissão do potencial de ação é conhecido como potencial limiar. Os valores abaixo do potencial limiar são conhecidos como sublimiares, e cada célula um valor característico de potencial limiar. LEI DO TUDO OU NADA • Nada de meio grávida! CORRELAÇÃO CLÍNICA • Como atuam os anestésicos locais, como a lidocaína? • E as neurotoxinas, produzidas, por exemplo, por moluscos e pelo baiacu japonês? • R→ Bloqueiam a abertura dos canais regulados por voltagem de Na+. Os impulsos nervosos não podem passar na região obstruída. CONDUÇÃO SALTATÓRIA • Nos nodos de Ranvier o impulso nervoso salta de nodo em nodo. • Aumenta a velocidade com que o impulso nervoso percorre a fibra nervosa. • Ocorre em axônios mielinizados. TRANSMISSÕES DOS SINAIS NERVOSOS CLASSIFICAÇÃO DAS FIBRAS NERVOSAS • Fibras A • Axônios mielinizados de maior diâmetro, entre 5-20 μm; • Velocidade de condução entre 12 e 130 m/s; • Impulsos associados ao tato, pressão, posição articular e algumas sensações térmicas e dolorosas; • Também conduzem impulsos para neurônios motores de músculos esqueléticos. CLASSIFICAÇÃO DAS FIBRAS NERVOSAS • Fibras B • Axônios mielinizados com diâmetros entre 2 e 3 μm; • Velocidade de até 15 m/s; • Impulsos das vísceras para o encéfalo e para a medula espinhal; • Formam todos os axônios dos gânglios autônomos. CLASSIFICAÇÃO DAS FIBRAS NERVOSAS • Fibras C • São axônios Amielínicos de menor diâmetro, entre 0,5 e 1,5 μm; • Sua propagação varia entre 0,5 e 2 m/s; • Apresentam longos períodos refratários; • Conduzem impulsos sensoriais para dor, tato, pressão, calor e frio da pele e impulsos dolorosos das vísceras; • Estão ligadas a dores crônicas. SINAPSE • Local onde a informação é transmitida de uma célula nervosa para outra. • A informação pode ser transmitida ou bloqueada • Neurônios pré-ganglionares (envia o sinal) • Neurônios pós-ganglionares (recebe o sinal) SINAPSE • Axodendríticas (do axônio para o dendrito) • Axossomática (do axônio para o corpo celular) • Axoaxônica (de axônio para axônio) • Sinapse Elétricas ( junções comunicantes) • Sinapse Química ( fenda sináptica) SINAPSE ELÉTRICA • Permite que a corrente flua entre células excitáveis por meio de junções comunicantes (gap junctions). • Encontradas no músculo cardíaco e em alguns tipos de músculos lisos. SINAPSE ELÉTRICA • Vantagens: • Comunicação mais rápida • Impulsos direto do pré-ganglionar para o pós-ganglionar • Sincronização • Ex: batimento cardíaco SINAPSEQUÍMICA • Na sinapse química a informação é transmitida através de neurotransmissores na fenda sináptica - espaço entre a membrana celular pré-sináptica e a pós-sináptica. • Fenda sináptica: é o espaço que existe entre o terminal axônico e o dendrito de neurônios que se comunicam. • Receptores: são regiões da membrana do dendrito nas quais os neurotransmissores se fixam ou se ligam. SINAPSE QUÍMICA • Neurônio pré-ganglionar: o sinal elétrico (impulso nervoso) é transformado em um sinal químico (neurotransmissor liberado). • Neurônio pós-ganglionar: o sinal químico gera um sinal elétrico (potencial pós-sináptico). • Há um retardo sináptico de aproximadamente 0,5 ms, razão pela qual a sinapse elétrica transmite sinais mais rapidamente que as químicas. SINAPSE – EFEITO DO NEUROTRANSMISSOR Neurotransmissor Excitatório Inibitório Efeito na célula pós-sináptica Despolarização Hiperpolarização PPSE PPSI Na+ K + RECEPTORES EXCITATÓRIOS E INIBITÓRIOS • Importância de Receptores Excitatórios e Inibitórios: • Permite que a ação neural seja tanto restringida quanto estimulada • Mecanismos Empregados para causar Excitação Neural: • Depressão da Condução da Corrente de K • Abertura de Canais de Na que permite um influxo catiônico na célula pós-sináptica, levando-á em direção ao nível do limiar para a excitação RECEPTORES EXCITATÓRIOS E INIBITÓRIOS • Mecanismos Empregados para causar Inibição Neural: • Aumento da Condutância de íons cloreto • Abertura de Canais de K que permite um efluxo catiônico na célula pós-sináptica, levando-a longe do nível do limiar para a excitação. RECEPTORES EXCITATÓRIOS E INIBITÓRIOS RECEPTORES DE NEUROTRANSMISSOR • Ionotrópicos: • É um tipo de receptor de neurotransmissor contendo um sítio de ligação de neurotransmissor e um canal iônico. • Metabotrópicos: • É um tipo de receptor de neurotransmissor contendo um sítio de ligação de neurotransmissor, porém sem ter o canal iônico como parte estrutural. • Proteína G. REMOÇÃO DE NEUROTRANSMISSOR • Difusão: • Difusão do neurotransmissor para fora da fenda sináptica • Degradação enzimática: • A enzima Acetilcolinesterase cliva a Ach na fenda sináptica • Captação celular: • Recaptação: reciclada em novas vesículas • Captação: transportado para a neuróglia adjacente. SOMAÇÃO • Espacial: • Somação de potenciais pós-sinápticos em resposta a estímulos que ocorreram em diferentes locais. • Ex: acúmulo de neurotransmissores liberados simultaneamente por vários botões terminais pré- sinápticos. Entradas distintas chegam simultaneamente SOMAÇÃO • Temporal: • Somação de potenciais pós-sinápticos, em resposta a estímulos que ocorreram no mesmo local. • Ex: acúmulo de neurotransmissores liberados em um único botão. Quando dois ou mais potenciais de ação, em um só neurônio pré-sináptico, são disparados em rápida sucessão, de modo que os potenciais pós-sináptico resultantes se sobrepõe no tempo. NEUROTRANSMISSORES Acetilcolina Nos neurónios parassimpáticos do nervo vago, a Ach acopla-se a proteína G (receptor metabotrópicos) e abrem os canais de K+, ↓Fc. Glutamato Excitotoxicidade Glicina Localiza-se principalmente na medula espinhal e tronco cerebral, sendo responsável por evitar a rigidez muscular e as complicações que dela podem advir (como paradas respiratórias, por exemplo) GABA Ansiolíticos como Diazepam (Valium) Serotonina Percepção sensorial, regulação da temperatura, controle do humor, no apetite e na indução do sono CORRELAÇÃO CLÍNICA • O que ocorre se houver bloqueio da liberação de ACh pelos terminais pré-sinápticos? • Bloqueio total da transmissão neuromuscular, ou seja, paralisia do músculo esquelético. • Ex: toxina botulínica. VAMOS PRATICAR? EXISTEM VÁRIAS ETAPAS ENVOLVIDAS NA PROPAGAÇÃO DE UM IMPULSO NERVOSO. INICIALMENTE, É NECESSÁRIO QUE A MEMBRANA ESTEJA EM SEU POTENCIAL DE REPOUSO QUE É REPRESENTADO QUANDO: a) A superfície interna é carregada negativamente e a superfície externa é carregada positivamente. b) A superfície interna é carregada positivamente e a superfície externa é carregada negativamente. c) A superfície interna é neutra e a superfície externa é carregada positivamente. d) A superfície interna é carregada negativamente e a superfície externa é neutra. e) As superfícies interna e externa são carregadas positivamente. QUAL É A BOMBA RESPONSÁVEL POR MANTER O POTENCIAL DE REPOUSO NA MEMBRANA PLASMÁTICA DOS NEURÔNIOS? a) Bomba de cálcio. b) Bomba de sódio/potássio. c) Bomba de hidrogênio. d) Bomba atômica. e) Bomba gerada pelo Ciclo de Krebs. OBRIGADA! Créditos: Profª Dra. Juliana Jorge - juliana.jorge@estacio.br
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