Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
78 Re vi sã o: K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - D at a: 2 8/ 01 /1 7 Unidade III Unidade III 7 EXAMES DE TRAÇADO 7.1 Eletroencefalograma Em 1929, o psiquiatra alemão Hans Berger anunciou ao mundo científico e médico que era possível registrar as fracas correntes elétricas geradas no cérebro humano, sem a necessidade de abrir o crânio, e mostrá‑las na forma de um registro em papel. Berger denominou essa nova forma de registro fisiológico de eletroencefalograma (ou EEG). Observou que essa atividade mudava de características de acordo com o estado funcional do cérebro, tais como no sono, na anestesia, na hipóxia e em certas doenças, como na epilepsia. No entanto, os eletrodos usados por Berger eram grandes demais para que ele pudesse discernir no EEG algum tipo de localização específica da atividade elétrica em determinadas partes do cérebro (o que chamamos de estudo topográfico). Em outras palavras, o que se queria era usar a atividade elétrica cerebral registrada para determinar com precisão as áreas de projeção sensorial (regiões do cérebro que são ativadas apenas quando estímulos externos, como luz e som, são recebidos). Essa descoberta foi feita pelo notável cientista britânico W. Grey Walter, o qual, em 1936, provou que se fosse usado um grande número de eletrodos pequenos colocados sobre a pele da cabeça, seria possível identificar atividade elétrica normal e anormal em determinadas áreas do cérebro, inclusive podendo se diagnosticar claramente um tumor, que tem atividade anormal ao seu redor e diminuída ou nula em seu interior. O estudo topográfico da atividade elétrica cerebral somente veio a renascer quando mini e microcomputadores, rápidos e baratos, se tornaram disponíveis na década de 1980. Dessa forma, a topografia cerebral do EEG foi desenvolvida e está desfrutando de grande utilização. Ela também é chamada de mapeamento colorido do cérebro. O conhecimento da composição de frequências da atividade elétrica cerebral é elemento fundamental, tanto em pesquisa quanto em aplicações clínicas do EEG. A análise quantitativa da atividade elétrica cerebral utiliza recursos da informática na avaliação do EEG e permite a quantificação dos dados. A contribuição da perspectiva quantitativa é importante, pois o EEG convencional é baseado no exame visual do traçado, comportando, portanto, significativo componente subjetivo. Houve grande difusão do EEGq como extensão do EEG convencional no estudo de várias condições clínicas, procurando ampliar a contribuição da análise da atividade elétrica cerebral para a clínica. Vários tipos de medidas podem ser realizados no EEGq. A análise das potências absoluta e relativa das bandas de frequências delta, teta, alfa (1 e 2) e beta tem sido amplamente utilizada. 79 Re vi sã o: K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - D at a: 2 8/ 01 /1 7 BASES DIAGNÓSTICAS Saiba mais KELMANN, G.; BERNARDO, W. M. O eletroencefalograma com mapeamento cerebral é superior ao eletroencefalograma tradicional no diagnóstico de patologias neurológicas? Revista da Associação Médica Brasileira, São Paulo, v. 58, n. 1, jan./fev., 2012. Disponível em: <http://www.scielo.br/ scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104‑42302012000100005>. Acesso em: 16 jan. 2017. Para a realização do eletroencefalograma, colocam‑se os eletrodos no couro cabeludo, aplicando uma pasta condutora para fixação e aquisição adequada dos sinais elétricos (derivação). O aparelho está ligado a um fio condutor de eletricidade. Um poderoso amplificador eletrônico aumenta milhares de vezes a amplitude do fraco sinal elétrico que é gerado pelo cérebro e que pode ser captado na superfície do córtex (geralmente menos do que alguns microvolts). Existem duas formas de registro: • Registro espontâneo da atividade elétrica cerebral durante a vigília (paciente acordado). Caso possível, essa atividade é registrada também durante a sonolência e o sono. • Provas de ativação: — hiperpneia (o paciente realiza incursões respiratórias forçadas e rápidas, por 3 a 4 minutos); — fotoestimulação intermitente (coloca‑se, diante do paciente, uma lâmpada que produz flashes com frequências que variam de 0,5 a 30 Hz); o objetivo é aumentar a sensibilidade do exame, bem como detectar alterações específicas que podem ser provocadas por essas frequências. A ocorrência de crise epiléptica durante as provas de ativação (hiperpneia e fotoestimulação) é rara; mas, caso ocorra, o atendimento deve ser priorizado. Devem ser documentados queixas de auras, queixas clínicas e movimentos estereotipados. Indicações do exame: • Suspeitas de alterações da atividade elétrica cerebral e dos ritmos cerebrais fisiológicos. • Epilepsia ou suspeita clínica dessa doença. • Pacientes com alteração da consciência. • Avaliação diagnóstica de pacientes com outras doenças neurológicas (infecciosas, degenerativas). 80 Re vi sã o: K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - D at a: 2 8/ 01 /1 7 Unidade III Cuidados na fase pré‑analítica: • O paciente deve estar bem‑alimentado. • Cabelo limpo e seco para permitir melhor fixação dos eletrodos. • Para registro de sonolência e sono, recomenda‑se especial atenção à privação parcial de sono na noite anterior à realização do exame. Portanto, o paciente deverá dormir no mínimo 4 horas a menos do que o habitual. 7.2 Eletrocardiograma 7.2.1 Eletrofisiologia cardíaca O coração é uma bomba que envia sangue para o resto do corpo através de sua contração (sístole). A cada contração atrial, segue‑se uma contração ventricular, segundo um sistema de condução próprio do coração. Para que possamos entender melhor esse mecanismo, faremos uma breve revisão do sistema de condução elétrico do coração, responsável por propagar o estímulo elétrico dos átrios para os ventrículos. As seguintes estruturas compõem o sistema: • nó sinusal ou sinoatrial: localizado no alto do átrio direito, abaixo da abertura da veia cava superior. Funciona como o marca‑passo cardíaco normal e é responsável por iniciar a ativação elétrica. Um ritmo sinusal normal significa que os impulsos originários no nó sinoatrial geraram uma frequência de 60 a 100 batimentos cardíacos por minuto; • nó atrioventricular: localizado na parte inferior do átrio direito, próximo à valva tricúspide, tem função de retardar a condução do impulso dos átrios para os ventrículos. Funciona também com marca‑passo reserva; • feixe de His: feixe curto de fibras na base do nó atrioventricular, responsável por levar o impulso elétrico para os ramos direito e esquerdo; • ramos direito e esquerdo: localizados no septo interventricular, conduzem rapidamente os estímulos elétricos para os ventrículos direito e esquerdo; • fibras de Purkinje: fibras muito finas, que se propagam do ramo direito e esquerdo para a superfície endocárdica dos ventrículos. Ilustraremos a ordem em que o estímulo elétrico acontece. Ele se origina no nó sinoatrial, propagando‑se para os átrios, gerando a despolarização ou contração atrial. Imediatamente, o estímulo propaga‑se para o nó atrioventricular, sofrendo um retardo de um décimo de segundo, para que ocorra a contração atrial e enchimento ventricular. A partir daí, o estímulo é enviado para o feixe de His, que 81 Re vi sã o: K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - D at a: 2 8/ 01 /1 7 BASES DIAGNÓSTICAS se divide em ramos direito e esquerdo, os quais conduzem o estímulo até as fibras de Purkinje, para que ocorra a despolarização ou contração ventricular. 7.2.2 Considerações gerais sobre o eletrocardiograma Willem Einthoven, em 1902, idealizou um aparelho para registrar as correntes elétricas que se originavam no coração. Nesses mais de cem anos, tanto os aparelhos quanto a própria metodologia de interpretação se modernizaram. Surgiram novas aplicações, fazendo com que o eletrocardiograma continue sendo um exame de extrema importância. O eletrocardiograma(ECG) é o registro gráfico da atividade elétrica cardíaca, por meio de um aparelho denominado eletrocardiógrafo. É uma ferramenta básica e valiosa de investigação dos problemas cardíacos e pode também ajudar em casos de problemas extracardíacos, mas sempre deve ser analisada no contexto clínico do paciente. Seus achados devem ser correlacionados com a história e o exame físico cuidadoso do paciente. Por ser um método simples e barato, é indicado como a primeira investigação realizada no paciente com suspeita de cardiopatia, podendo ser seguido por radiografia de tórax, ecocardiograma, estudo com radioisótopos, tomografia, ressonância e cateterismo/angiografia, mas nenhum deles substituiu o eletrocardiograma. O ECG é composto de 12 derivações, sendo seis periféricas (DI, DII, DIII, aVF, aVL, aVR) e seis precordiais (V1, V2, V3, V4, V5, V6). Em alguns casos, são recomendadas derivações especiais para analisar o ventrículo direito (V3r a V6r) e a parede posterior do ventrículo esquerdo (V7 e V8). Portanto, cada uma das derivações representa uma topografia cardíaca e, assim, faz‑se necessário o correto posicionamento dos eletrodos. Quadro 12 – Derivações e posicionamento correto dos eletrodos do eletrocardiógrafo Derivação Posicionamento dos eletrodos DI Membro superior direito e membro superior esquerdo DII Membro superior direito e membro inferior esquerdo DIII Membro superior esquerdo e membro inferior esquerdo aVR Membro superior direito aVF Membro superior esquerdo aVF Membro inferior esquerdo V1 4º espaço intercostal à direita, próximo ao esterno V2 4º espaço intercostal à esquerda, próximo ao esterno V3 5º espaço intercostal à esquerda, entre V2 e V4 V4 5º espaço intercostal à esquerda na linha hemiclavicular V5 5º espaço intercostal à esquerda na linha axilar anterior V6 5º espaço intercostal à esquerda na linha axilar média Adaptado de: Barros (2016, p. 384). 82 Re vi sã o: K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - D at a: 2 8/ 01 /1 7 Unidade III Linha hemiclavicular Linha axilar anterior Linha axilar média V1 V2 V3 V4 V5 V6 V6R V5R V4R V3R V2R V1R Plano horizontal de V4‑V6 Derivações precordiais direitas suplementares Aparelho de ECG Fita do ECG BEBD PD PE Figura 3 – Posicionamento dos eletrodos Para o registro do eletrocardiograma, deve‑se usar um papel milimetrado que possui divisões específicas para a sua correta interpretação. O papel é dividido em quadrados pequenos de 1 mm2 e quadrados maiores marcados por linhas mais fortes, que correspondem a cinco quadrados menores, tanto na horizontal como na vertical. Na linha abscissa, marca‑se o tempo, em que cada quadrado menor equivale a 0,04 segundo; no eixo vertical, registra‑se a voltagem, em que cada quadrado menor equivale a 0,1 mV. 83 Re vi sã o: K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - D at a: 2 8/ 01 /1 7 BASES DIAGNÓSTICAS Tempo 0,1 mV 1 mV 0,2 s 0,04 s Velocidade: 25 mm/s Vo lta ge m PR ST QRS Intervalo QT Intervalo Intervalo P R T U Q S Ponto J Segmento Figura 4 – Papel de registro do eletrocardiograma e ondas intervalos e segmentos do traçado Para análise e interpretação do ECG, devemos conhecer o significado das ondas registradas no papel do eletrocardiograma, bem como suas morfologias e intervalos. Dentre elas, destacam‑se: • onda P: corresponde ao estímulo elétrico que passa pelos átrios, levando a despolarização (contração) atrial. Dura até 0,10 segundo e tem amplitude de 0,25 a 0,30 mV. Ela é pequena e arredondada; • intervalo PR: equivale ao intervalo que ocorre do início da onda P até o início do complexo QRS. Varia de 0,12 a 0,20 segundo; • complexo QRS: assemelha‑se ao estímulo elétrico que passa pelos ventrículos, levando a despolarização (contração) ventricular. Dura de 0,06 a 0,12 segundo. Em relação à morfologia, apresenta três deflexões – Q (deflexão negativa), R (deflexão positiva) e S (deflexão negativa). Porém, sua morfologia é extremamente variável, dependendo da derivação registrada; • segmento ST: equipara‑se ao intervalo que acontece após o QRS até o início da onda T. Esse é o tempo que separa o fim da despolarização e o início da repolarização ventricular. Não pode ter um desnível maior que 1 mm; caso ocorra, isso indicará supra ou infradesnivelamento do segmento ST; • onda T: corresponde a repolarização (relaxamento) ventricular. Deve ser menor que o complexo QRS e sua amplitude não ultrapassa 0,5 mV nas derivações periféricas e 1,0 mV nas precordiais. 7.2.3 Cuidados na fase pré‑analítica São eles: • o eletrocardiograma é um exame simples e barato que não exige preparos complexos para sua realização; 84 Re vi sã o: K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - D at a: 2 8/ 01 /1 7 Unidade III • o jejum não é necessário; • o paciente deve ficar deitado na posição supina e imóvel durante o registro do ECG, para não gerar interferências nas ondas eletrocardiográficas; • peles gordurosas podem prejudicar o registro das ondas. Nesse caso, o local da pele onde o eletrodo será posicionado pode ser limpo com algodão embebido em álcool. 7.2.4 Fase pós‑analítica Para se analisar um ECG, os seguintes aspectos devem ser verificados: • frequência cardíaca: para determinar a frequência cardíaca, deve‑se avaliar a distância entre uma onda R e a próxima onda R, dividindo 1.500 pelo número de quadrados menores entre as duas ondas. A frequência cardíaca normal em adultos fica entre 60 a 100 bpm; • avaliar o ritmo cardíaco: ele pode ser regular ou irregular. O ritmo é considerado regular, portanto normal, quando os intervalos entre uma onda R e a próxima R são iguais; se forem diferentes ou inconstantes, será considerado como irregular; • avaliar as ondas P: a presença da onda P, precedendo cada complexo QRS, determina que o ritmo é sinusal, portanto normal, pois o estímulo elétrico está partindo do nó sinusal. Também deve ser observada sua morfologia, que deve ser pequena e arredondada; • medir o intervalo PR: é o tempo medido do início da onda P para o início do complexo QRS. Para ser considerado normal, esse intervalo não deve ser menor que 0,20 segundo (cinco quadrados menores) e precisa ser igual em todo o eletrocardiograma; • avaliar o complexo QRS: ele necessita estar presente em todos os ciclos cardíacos. Para ser considerado normal, deve ser estreito (menor que 0,12 segundo), indicando que a ativação elétrica do ventrículo ocorreu pelo feixe de His e pelas fibras de Purkinje; • avaliar o segmento ST: ele precisa ser avaliado medindo‑se do final do complexo QRS até o início da onda T. Deve‑se avaliar se o segmento ST está isoelétrico (normal), deprimido ou elevado; • avaliar a onda T: sua morfologia é maior que a onda P e corresponde à repolarização ventricular; • identificar o ritmo: o ritmo sinusal ou sinoatrial é considerado normal. Existe um grande número de ritmos que podem ser identificados dependendo da patologia ou condição metabólica do paciente, entretanto, apenas citaremos as principais arritmias – bradicardia sinusal, taquicardia sinusal, extrassístoles atriais, extrassístoles ventriculares, fibrilação atrial, flutter atrial, bloqueio atrioventricular de primeiro grau, bloqueio atrioventricular de segundo grau (Mobitz I e II), além de bloqueio atrioventricular de terceiro grau ou total. 85 Re vi sã o: K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - D at a: 2 8/ 01 /1 7 BASES DIAGNÓSTICAS 8 EXAMES ESPECIAIS 8.1 Gasometria arterial e venosa O funcionamento orgânico normal depende fundamentalmente do equilíbrio hidroeletrolítico e acidobásico, bem como da troca gasosa pulmonar. Vários fatores podem afetar a homeostase, como estresse, infecções graves, distúrbios endócrinos e metabólicos, entre outros. A coleta de sangue arterial para análise de gases sanguíneos tem o objetivo de avaliar a adequação da oxigenação, da ventilação pulmonar e do estado acidobásico,tanto de pacientes críticos como no período perioperatório e pós‑operatório. A análise dos gases do sangue venoso fornece informações sobre a extração de oxigênio nos tecidos e, consequentemente, o estado do metabolismo celular. Os exames gasométricos fornecem as seguintes informações: • pH (potencial hidrogeniônico); • PO2 (pressão parcial de oxigênio no sangue); • PCO2 (pressão parcial de dióxido de carbono no sangue); • HCO3 (bicarbonato); • BE/BD (base excess – excesso de base/déficit de base); • SaO2 (saturação de oxigênio). Cerca de 97% do oxigênio liberado dos pulmões estão ligados e carreados pela hemoglobina, o restante encontra‑se dissolvido no plasma. A PO2 refere‑se ao oxigênio dissolvido no plasma e a SaO2 mede o oxigênio ligado à hemoglobina. É importante ressaltar que a afinidade da molécula de oxigênio pela hemoglobina fica comprometida com alterações da temperatura e pH sanguíneo. Conceituação do equilíbrio acidobásico A quantidade de hidrogênio (H+) livre existente dentro e fora das células é um dos fatores mais importantes para o metabolismo celular. As variações da concentração do H+ podem produzir grandes alterações na velocidade das reações químicas celulares. Portanto, a unidade de medida da concentração dos íons hidrogênio no organismo é denominada pH. O equilíbrio acidobásico é um delicado equilíbrio químico entre os ácidos e as bases existentes no organismo para a manutenção da quantidade ideal de H+ nos líquidos intra e extracelulares. Quando a concentração de H+ se eleva ou se reduz, alteram‑se a permeabilidade das membranas e as funções enzimáticas celulares e, em consequência, deterioram‑se as funções de diversos órgãos e sistemas. 86 Re vi sã o: K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - D at a: 2 8/ 01 /1 7 Unidade III Quem são os ácidos do organismo? São as substâncias que cedem H+ na solução. O metabolismo celular produz ácidos que são liberados continuamente na corrente sanguínea e precisam ser neutralizados. O ácido carbônico (H2CO3) é o principal ácido do organismo. Ele se transforma facilmente em dióxido de carbono (CO2) e água (H2O). O CO2 é transportado pelo sangue e eliminado pelos pulmões, enquanto o excesso de H2O é eliminado pela urina. Os demais ácidos do organismo são fixos, ou seja, permanecem em estado líquido, como os ácidos alimentares, o ácido lático e os cetoácidos. Quem são as bases/tampões do organismo? São as substâncias que captam o H+ na solução. O HCO3 é a principal base ou tampão do organismo, sendo produzido a partir do metabolismo celular pela combinação do CO2 com H2O. As demais bases são os fosfatos, numerosas proteínas e a hemoglobina. À medida que mais ácido ingressa na corrente sanguínea, mais HCO3 e menos CO2 são produzidos. Portanto, dizemos que são soluções tampão aquelas que atenuam a variação de pH quando expostas a um desequilíbrio em sua concentração de H+. Três sistemas participam da regulação do equilíbrio acidobásico: • Sistema químico de tampões acidobásico: conforme explicado, ele é considerado a primeira linha de defesa contra as variações do pH. A Equação de Henderson‑Hasselbalch deduz de forma clara as reações químicas: H2O + CO2 →← H2CO3 →← HCO3 + H + • Regulação respiratória: o centro respiratório regula a quantidade de CO2 expirado, através do controle da frequência e profundidade da respiração. À medida que a concentração sérica de CO2 diminui, o sangue torna‑se mais básico. Conforme a concentração sérica de CO2 aumenta, o sangue torna‑se mais ácido. • Regulação renal: a excreção do excesso de ácido demora vários dias. Os túbulos renais absorvem Na+ e H+, promovendo o aumento ou diminuição da concentração de HCO3 no plasma. Cuidados na fase pré‑analítica A amostra de sangue arterial pode ser realizada através da punção arterial ou retirada do sangue de cateteres instalados previamente em uma artéria. Os seguintes cuidados devem ser tomados: • antes da punção, realizar o teste de Allen para avaliar o fluxo sanguíneo da mão (avalia a artéria ulnar e radial e tem como objetivo averiguar qual das mãos teria maior risco de sofrer isquemia quando as artérias que as irrigam forem cateterizadas); 87 Re vi sã o: K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - D at a: 2 8/ 01 /1 7 BASES DIAGNÓSTICAS • palpar e aplicar pressão sobre as artérias radial e ulnar, obstruindo o fluxo de sangue para a mão; • pedir ao paciente que aperte e abra a mão por 10 vezes, terminado com a mão aberta, mas não hiperextendida (a palma da mão deverá estar pálida); • remover a pressão da artéria ulnar e observar o retorno da coloração; • um teste de Allen positivo ocorre quando demora mais que 5 segundos para o sangue voltar para a palma da mão; • repetir o processo para a outra artéria; • limpar a região com solução antisséptica e palpar a artéria a ser puncionada; • puncionar com a agulha posicionada em um ângulo de 90º com a pele e conectada a uma seringa pré‑heparinizada; • após a retirada da agulha, fazer compressão vigorosa, por no mínimo dois minutos, dois dedos antes da punção, respeitando o sentido da artéria e seu fluxo; • expelir todas as bolhas de ar da amostra de sangue contida na seringa (1 a 3 ml), pois o ar altera os valores dos gases arteriais, e tampar a seringa; • a amostra deve ser encaminhada imediatamente ao laboratório ou ser refrigerada na impossibilidade de fazê‑lo imediatamente. A amostra de sangue para análise dos gases venosos deve ser de origem central, ou seja, coletada somente do cateter da artéria pulmonar ou de cateteres próximos ao átrio direito (cateter venoso central). O sangue venoso coletado a partir de um membro fornece informações, na maioria das vezes, daquele membro. O metabolismo do membro pode diferir do metabolismo do corpo como um todo. Os seguintes cuidados devem ser tomados para a coleta da amostra: • desprezar 1 a 2 ml de solução da via do cateter na qual será coletada a amostra, pois a presença de medicamentos ou outras soluções parenterais pode comprometer o resultado da amostra; • aspirar a amostra de sangue em seringa pré‑heparinizada; • retirar bolhas de ar da amostra, se houver; • encaminhar imediatamente ao laboratório ou refrigerá‑la na impossibilidade de fazê‑lo imediatamente. 88 Re vi sã o: K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - D at a: 2 8/ 01 /1 7 Unidade III Fase pós‑analítica (interpretação dos resultados) O valor de normalidade da gasometria arterial e venosa estão ilustrados a seguir. Embora o resultado mostre vários parâmetros, para se fazer o diagnóstico de um distúrbio acidobásico, como acidose ou alcalose, metabólica ou respiratória, devemos considerar o pH, PCO2, HCO3 e bases do sangue arterial. Tabela 5 – Valores de referência da gasometria arterial e venosa Sangue arterial Sangue venoso pH 7,35 – 7,45 7,32 – 7,42 PCO2 35 – 45 mmHg 41 – 51 mmHg PO2 > 60 mmHg 30 – 40 mmHg HCO3 22 – 26 mEq/L 22 – 26 mEq/L BE (BD) +/‑2 mEq/L +/‑2 mEq/L SaO2 > 95% 65 – 75% • pH: nota‑se que o pH do sangue é ligeiramente alcalino. Se estiver dentro das faixas citadas, indica ausência de desvios, isto é, acidose ou alcalose; • PCO2: os distúrbios respiratórios são avaliados pelos valores do ácido carbônico no sangue arterial. Ele encontra‑se sob forma de gás carbônico (CO2 + H2O). A PCO2 acima de 45 mmHg indica retenção de CO2 com consequente redução do pH, portanto, acidose respiratória. Tal distúrbio está relacionado ao déficit da ventilação pulmonar, por condições patológicas tais como traumatismo cranioencefálico, intoxicações exógenas, coma, atelectasia, pneumonia, entre outros; • por outro lado, se a PCO2 estiver abaixo de 35 mmHg, indica que está havendo eliminação excessiva de CO2, através da hiperventilação, e o pH se eleva, ocorrendo uma alcalose respiratória. As causas associadas a esse distúrbio são: emoção, hiperventilação em pacientes com ventilação mecânica, hipoxemiaetc.; • bicarbonato: o HCO3 é o principal regulador metabólico. Quando há excesso de H + livre, o HCO3 combina‑se a esse íon, formando o ácido carbônico (H2CO3), que por sua vez se decompõe em CO2 e H2O. O excesso de CO2 é eliminado pela respiração e a H2O pelos rins. A acidose metabólica ocorre quando o HCO3 está baixo e a PCO2 normal. A alcalose metabólica ocorre quando o HCO3 está elevado e o PCO2 normal; • bases: os valores do excesso de base (BE) ou déficit de base (BD) devem estar entre ‑2 mEq/L e +2 mEq/L. Na vigência de acidose, o BD estará abaixo de ‑2 mEq/L e na alcalose o BE estará acima de +2 mEq/L. O principal objetivo do sistema cardiorrespiratório é garantir oferta de oxigênio adequada aos tecidos, de modo que eles possam desempenhar suas atividades metabólicas (oferta direcionada pela demanda). 89 Re vi sã o: K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - D at a: 2 8/ 01 /1 7 BASES DIAGNÓSTICAS Desse modo, quando houver gasto energético e aumento da necessidade de substratos para geração de energia, haverá paralelamente aumento do fluxo sanguíneo e da taxa de extração de oxigênio local. Assim, em condições nas quais há redução da oferta de oxigênio, o organismo é capaz de aumentar a taxa de extração de oxigênio como tentativa de evitar o prejuízo no consumo de oxigênio. Essa avaliação é particularmente útil na presença de grandes hemorragias ou síndrome da resposta inflamatória sistêmica, condição que precede infecções. A gasometria venosa auxilia na avaliação do consumo e transporte de oxigênio. Quando a amostra de sangue venoso for obtida de um cateter de artéria pulmonar, dizemos que ele determina a saturação venosa mista (SvO2 = 65‑75%), pois o sangue já passou por todos os tecidos do organismo, inclusive o lado direito do coração. Isso reflete a adequada relação entre oferta e consumo de oxigênio. Valores inferiores a 65% refletem comprometimento da oferta de oxigênio e valores acima de 75% refletem o consumo reduzido de oxigênio pelos tecidos. Na ausência do cateter de artéria pulmonar, quando a amostra for obtida do cateter venoso central, obteremos a saturação venosa central (ScO2). Saiba mais Para aprofundar seu conhecimento, recomendamos a leitura dos artigos: VIEGAS, C. A. A. Gasometria arterial. Jornal de Pneumologia, São Paulo, v. 28, supl. 3, jan./fev. 2002, p. 233‑238. Disponível em: <http:// www.jornaldepneumologia.com.br/PDF/Suple_138_45_1212%20 Gasometria%20arterial.pdf>. Acesso em: 16 jan. 2017. MACHADO, F. R. et al. Saturação venosa central e mista de oxigênio no choque séptico: existe diferença clinicamente relevante? Revista Brasileira de Terapia Intensiva, São Paulo, v. 20, n. 4, p. 398‑404, 2008. Disponível em: <http://www. scielo.br/pdf/rbti/v20n4/v20n4a13.pdf>. Acesso em: 16 jan. 2017. 8.2 Espirometria e oximetria de pulso Para falarmos sobre os exames de prova de função pulmonar, necessitaremos fazer uma breve revisão da fisiologia pulmonar. A principal função do pulmão é fornecer ventilação adequada para satisfazer as demandas metabólicas do corpo durante o repouso e o exercício. Durante o processo da respiração (inspiração/expiração), o sistema pulmão‑tórax funciona como um fole, para prover os alvéolos de ar, a fim de que aconteça a troca gasosa apropriada. 90 Re vi sã o: K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - D at a: 2 8/ 01 /1 7 Unidade III Existem três pilares fundamentais da função pulmonar que devemos considerar: • perfusão: está relacionada com o fluxo de sangue dos vasos pulmonares, cuja finalidade é conduzir o sangue venoso até os capilares alveolares para que o oxigênio possa ser captado pelo sangue e que o dióxido de carbono possa ser removido do sangue; • difusão: diz respeito ao movimento do dióxido de carbono através das membranas alvéolo‑capilares; • ventilação: troca gasosa entre os espaços alveolares e a atmosfera. Quando a ventilação é comprometida por um aumento da resistência da via respiratória, dizemos que há um comprometimento ventilatório obstrutivo. Quando a ventilação é pré‑comprometida por uma limitação na movimentação da parede torácica, dizemos que há um comprometimento ventilatório restritivo. Quadro 13 – Condições que afetam a ventilação Condições que afetam a ventilação Algumas causas Comprometimentos restritivos Doença da parede torácica Condições extratorácicas Doença pulmonar intersticial Doença pleural Lesões que ocupam espaço Cifoscoliose, espondilite, distrofia muscular Obesidade, ascite, gravidez Pneumonite, fibrose, pneumoconiose, edema Pneumotórax, hemotórax, derrame pleural Tumores, cistos, abcessos Comprometimento obstrutivo Doença da via respiratória periférica Doença parenquimatosa pulmonar Doença da via respiratória superior Bronquite, bronquiectasia, asma, bronquiolite Enfisema Tumor faríngeo, traqueais ou laríngeos, edema, corpo estranho, estenose Adaptado de: Fishbach e Dunning (2010). 8.2.1 Espirometria Espirometria é a medida do ar que entra e sai dos pulmões, a cada movimento respiratório. A palavra vem do latim spirare, que significa respirar, associada à metrum, que significa medida. A espirometria difere de muitos outros exames, principalmente porque, para a sua realização, é necessária a compreensão e colaboração do paciente em todas as manobras respiratórias. O equipamento utilizado, espirômetro, deve estar calibrado e ser acurado, além de precisar de profissional treinado. Tudo isso, para se obter um exame adequado sobre as provas de função pulmonar. Esse exame pode revelar a localização das anormalidades nas vias respiratórias, nos alvéolos e no leito vascular pulmonar quando o exame físico e os exames radiológicos ainda parecem normais. As provas de função pulmonar são divididas em três categorias: 91 Re vi sã o: K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - D at a: 2 8/ 01 /1 7 BASES DIAGNÓSTICAS • velocidade de fluxo na via respiratória: mede a velocidade do fluxo de ar durante a expiração forçada máxima, a fim de avaliar a resistência da via respiratória. Nessa etapa, também se considera a resposta aos broncodilatadores; • capacidades e volumes pulmonares: mede os diversos compartimentos de ar no pulmão, ajudando a diferenciar comprometimentos obstrutivos dos restritivos; • troca de gases (capacidade de difusão): mede a velocidade de transferência de gás através das membranas alveolocapilares. Lembrete Os testes de função pulmonar, especialmente a espirometria, são indicados para o diagnóstico e monitorização de diversas condições de distúrbio respiratório. Os espirômetros estão inclusos em duas categorias: os de deslocamento de volume e os com sensores de fluxo. Esses últimos são computadorizados ou têm um microprocessador, permitindo a realização de muitos testes de forma mais rápida. O espirômetro deve ter acurácia, facilidade de operação, recursos de software, armazenamento de dados, valores de referência e sua atualização, assistência técnica e manutenção. O espirômetro mede as capacidades pulmonares, os volumes e as velocidades de fluxo do ar. O sinal mecânico é convertido em sinal elétrico que registra a quantidade de ar inspirada e expirada, produzindo uma espirografia. Os volumes expiratórios forçados (VEF) ou exalados dentro de 1, 2 e 3 segundos são referidos como VEF1, VEF2 e VEF3, respectivamente. O fluxo expiratório forçado entre 25% e 75% (FEF25‑75) é o fluxo médio de ar expirado medido entre 25 e 75% durante o volume forçado. Em geral, se a VEF1 < 80% (0,80) do previsto ou a FEF25‑75 < 60% (0,60) do previsto, administram‑se broncodilatadores por nebulizador manual e se repete a espirometria. Cuidados na fase pré‑analítica da espirometria: • explicar a finalidade e o procedimento do exame ao paciente e que ele pode sentir tontura, falta de ar ou outros desconfortos discretos que, se ocorrerem, melhoram com o repouso adequado; • o exame pode ser executado com o paciente sentado; •uma refeição leve pode ser ingerida antes do exame, porém deve‑se evitar a cafeína; 92 Re vi sã o: K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - D at a: 2 8/ 01 /1 7 Unidade III • colocar um grampo específico sobre o nariz do paciente e pedir que ele respire normalmente através de um bocal, com filtro bacteriano/viral, para dentro do espirômetro; • pedir ao paciente que faça uma inspiração máxima e, em seguida, expire de modo forçado e ao máximo dentro do espirômetro; • repetir essa manobra por, pelo menos, três vezes e registrar os dois melhores traçados; • administrar broncodilatadores com um nebulizador manual e repetir a espirometria, quando indicado. Fase pós‑analítica (interpretação dos resultados) Na interpretação do exame, muitos fatores epidemiológicos, individuais (idade, altura, peso, etnia e sexo) e de comorbidades são levados em consideração para a sua fiel análise. Os valores obtidos são comparados a outros (parâmetros de normalidade) obtidos em estudos epidemiológicos e validados dentro de rigorosos critérios científicos. De um modo geral, após o uso do broncodilatador, se houver um aumento de 20% ou mais (> 0,20), acima do nível pré‑broncodilatador, nos valores do VEF1 e FEF25‑75, sugere‑se o diagnóstico de doença pulmonar obstrutiva reversível da via respiratória (asma brônquica). Pessoas com enfisema, em geral, não apresentam melhora do VEF1 e FEF25‑75 após o uso de broncodilatador. Em geral, um valor > 80% (0,80) do previsto é considerado dentro dos limites normais. 8.2.2 Oximetria de pulso A avaliação da saturação de oxigênio (SO2) nos mostra o conteúdo real de O2 da hemoglobina e a capacidade de transporte máxima de O2 pela hemoglobina. Essa avaliação pode ser feita pela gasometria arterial, já descrita, e por um aparelho denominado oxímetro de pulso. A oximetria de pulso (SpO2) é a modalidade de monitorização não invasiva e contínua em tempo real e tendência da saturação de oxigênio arterial. A SO2 se refere à porção de hemoglobina no sangue capaz de se combinar, reversivelmente, com o oxigênio (oxi‑hemoglobina e desoxi‑hemoglobina). No entanto, a SpO2 não consegue diferenciar a carboxiemoglobina, por isso, ela é ligeiramente mais elevada do que a saturação de oxigênio direta obtida por uma amostra de sangue arterial. Os oxímetros de pulso combinam o princípio da espectrometria e pletismografia, utilizando o princípio da absorção de luz vermelha e infravermelha, dirigido de um diodo emissor de luz a um fotorreceptor, a partir de um leito tecidual pulsátil. Assim, um pequeno sensor semelhante a um grampo é colocado em um dedo sobre o leito ungueal. A absorção da luz na sístole cardíaca é determinada, preponderantemente, pelo sangue arterial sobre outros tecidos. 93 Re vi sã o: K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - D at a: 2 8/ 01 /1 7 BASES DIAGNÓSTICAS Figura 5 – A) Sensor de oximetria e B) oxímetro de pulso Cuidados para a instalação do oxímetro de pulso: • explicar a finalidade e os benefícios do aparelho; • pedir ao paciente para permanecer com o dedo imóvel durante a verificação da SpO2; • os locais mais indicados para instalação do oxímetro são: dedos dos membros superiores e inferiores e lóbulo da orelha; • para pacientes internados que necessitem permanecer continuamente com monitorização da SpO2, é recomendável o rodízio dos dedos para utilização do oxímetro, a fim de evitar lesões de pele. É importante salientar que algumas situações podem comprometer a acurácia dos valores de SpO2 obtidos pela oximetria de pulso, tais como: • posicionamento incorreto do sensor no dedo; • baixa amplitude de pulso que ocorre na hipotermia e hipotensão e no choque hemodinâmico; • presença de esmaltes; • extremidades frias. 94 Re vi sã o: K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - D at a: 2 8/ 01 /1 7 Unidade III 8.3 Métodos de monitorização A monitorização das funções vitais de pacientes internados visa contribuir com o processo de reabilitação e cura, sendo considerada uma das mais importantes e essenciais ferramentas no manuseio do paciente. No que se refere à assistência de enfermagem, além dos cuidados básicos, a vigilância contínua das funções hemodinâmicas é fundamental para a assistência de enfermagem com qualidade, tanto para pacientes clínicos e cirúrgicos como para aqueles gravemente enfermos. Os sinais vitais indicam a condição hemodinâmica de uma pessoa. A observação rigorosa desses parâmetros fornece excelentes informações para intervenções rápidas e eficientes, no intuito de se conseguir o retorno à condição basal do paciente. As variáveis e métodos recomendados como componentes da monitorização hemodinâmica básica são: frequência cardíaca e respiratória, temperatura, pressão arterial não invasiva, oximetria de pulso, pressão venosa central (para pacientes portadores de cateter venoso central) e pressão arterial invasiva, dependendo da gravidade do paciente. Abordaremos a medida na pressão arterial invasiva (PAI), pressão venosa central (PVC) e oximetria de pulso. 8.3.1 Pressão arterial invasiva Os antigos egípcios já tinham conhecimento sobre a origem da pulsação e da função de bombeamento do coração. A observação do pulso vascular é muito antiga, enquanto a obtenção da pressão arterial só ocorreu séculos mais tarde. Muitos experimentos em aparelhos foram desenvolvidos, porém foram o médico italiano Scipione Riva‑Rocci, em 1896, e, mais tarde, o médico russo Nikolai Sergeyevich Korotkov, em 1905, que contribuíram, sobremaneira, para o desenvolvimento da medida da pressão arterial pelo método indireto e auscultatório. Riva‑Rocci desenvolveu um esfigmomanômetro que ocluía a artéria e Korotkov demonstrou que o pulso podia ser auscultado, ao invés de palpado, durante os procedimentos da medida da pressão. Assim, a combinação do esfigmomanômetro de Riva‑Rocci, que ocluía a artéria, com a ausculta dos sons de Korotkov, originados pela perturbação do fluxo sanguíneo, deu origem ao método auscultatório da medida da pressão arterial indireta. Essa é a razão pela qual o método indireto é também conhecido como “Método de Korotkov” ou “Método auscultatório”. Uma vez que pode haver erros importantes quando se verifica a pressão arterial por métodos não invasivos, principalmente nos pacientes em uso de drogas vasoativas ou com instabilidade hemodinâmica grave, deve‑se optar pela medida invasiva da pressão arterial, que permite a avaliação de forma contínua e mais precisa dos níveis pressóricos, garantindo a adequada perfusão tecidual. A instalação do cateter para obtenção da PAI proporciona contínua mensuração da pressão arterial sistólica, diastólica e média, além de facilitar a coleta de sangue arterial para exames laboratoriais, sem gerar desconforto ao paciente. É indicado para pacientes em emergências hipertensivas, choque hemodinâmico, em uso de aminas vasoativas, vasodilatadores, vasopressores ou inotrópicos. Outra indicação, é a necessidade da obtenção frequente de amostras de sangue para gasometria arterial, como no paciente com insuficiência 95 Re vi sã o: K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - D at a: 2 8/ 01 /1 7 BASES DIAGNÓSTICAS respiratória e grave anormalidade do equilíbrio ácido‑base. Ainda deve ser realizada em pacientes em intra e pós‑operatório imediato de cirurgia cardíaca e neurológica ou outras condições nas quais não se pode tolerar hipotensão ou variações bruscas da pressão arterial média (PAM). A PAM é o valor médio da pressão durante todo um ciclo do pulso de pressão. É ela que determina a intensidade média com que o sangue vai fluir pelos vasos sistêmicos, daí sua importância no paciente crítico. O monitor cardíaco multiparamétrico fornece automaticamente os valores da pressão sistólica, diastólica e média, entretanto, existe uma fórmula que permite seu cálculo: PAM = PAS + (PAD x 2)/3 A artéria escolhida, geralmente, é a radial pelo seu fácilacesso, mas as artérias femoral, braquial ou pediosa também podem ser utilizadas. Cuidados na fase pré‑analítica Tanto o médico como o enfermeiro habilitados podem realizar a punção arterial com cateter flexível, desde que os seguintes cuidados sejam tomados: • caso a escolha seja pela artéria radial, realizar a manobra de Allen antes da punção (o tempo de enchimento capilar da mão pela artéria ulnar deve ser entre 5 e 7 segundos). Isso garante, mesmo que de forma subjetiva, a integridade da arcada palmar; • preparar o transdutor e zerar o sistema em relação à pressão atmosférica; • procurar e reparar vazamentos e bolhas, além de corrigi‑los; • analisar a morfologia da curva (para descartar sub e superamortecimento); • determinar a resposta dinâmica do sistema de mensuração através do “teste de lavagem” (fast flush); • manter o posicionamento neutro do membro no qual está inserido o cateter; • fixar adequadamente o sistema e cateter. Fase pós‑analítica O valor normal da PAM varia de 70 a 100 mmHg. Manter, durante toda a permanência do cateter, soro fisiológico com heparina (seguir protocolo institucional) sob pressurização a 300 mmHg. Sob essa pressurização ocorrerá a infusão de 3 ml/h do soro heparinizado, garantindo assim a permeabilidade do cateter durante toda sua permanência. 96 Re vi sã o: K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - D at a: 2 8/ 01 /1 7 Unidade III Durante a permanência do cateter, deve‑se observar a ocorrência de sinais flogísticos, sangramentos, perfusão periférica do membro puncionado, sinais de isquemia ou necrose e obstruções do cateter. Todos esses eventos determinam a necessidade de retirada imediata do cateter. Nenhuma medicação ou droga deve ser inserida pelo cateter arterial. O cateter de PAI deve ser retirado o mais precocemente possível, desde que o paciente não mais necessite da punção arterial. 8.3.2 Pressão venosa central A PVC, também chamada de pressão do átrio direito, é a avaliação da função ventricular direita e a pressão de retorno do sangue ao lado direito do coração. É um método indireto para se determinar a pré‑carga do ventrículo direito. A PVC deve ser utilizada em todo paciente no qual haja dúvida quanto ao estado volêmico e cuja correção interfira na evolução clínica, principalmente nos estágios iniciais das seguintes condições: choque de qualquer etiologia; desconforto respiratório grave; insuficiência renal aguda; sepse grave; paciente com alto risco cirúrgico e submetido à cirurgia de grande porte. Um cateter venoso é posicionado na veia cava, na altura do átrio direito, e consegue perceber a variação de pressão do sangue de retorno ao coração. Com isso, a PVC torna‑se um excelente método de avaliação do estado hídrico do paciente. No momento da sístole atrial, com a válvula tricúspide aberta, o cateter de PVC consegue também avaliar a pressão diastólica final do ventrículo direito. A PVC diminuída indica uma queda do volume sanguíneo circulante (hipovolemia); e a PVC aumentada apresenta um estado de sobrecarga volêmica (hipervolemia). O cateter venoso central é posicionado através da punção da veia subclávia, jugular externa, antecubital ou femoral. Tal procedimento pode ser realizado pelo médico e pelo enfermeiro, esse último se for habilitado para inserção do cateter venoso central por inserção periférica. A confirmação do posicionamento do cateter é feita por radiografia de tórax. O cateter venoso central é empregado para mensuração de PVC e também para infundir líquidos e administrar medicamentos intravenosos. A medida da PVC através da medida eletrônica continua com a utilização de transdutores de pressão. Ela apresenta melhor correlação com a medida através do registro do traçado de pressão venosa, considerado como padrão ouro. Cuidados na fase pré‑analítica As recomendações de cuidados para se medir a PVC devem seguir a seguinte ordem: • manter o paciente em posição supina, sem o travesseiro; • certificar‑se do correto posicionamento do transdutor; 97 Re vi sã o: K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - D at a: 2 8/ 01 /1 7 BASES DIAGNÓSTICAS • identificar o zero hidrostático (4° espaço intercostal, à altura da linha axilar média – altura do átrio direito – o transdutor deve estar a esse ponto); • verificar o preenchimento completo do cateter com líquido (remover bolhas e coágulos); • realizar o teste de lavagem; • zerar o sistema, em relação à pressão atmosférica; • analisar o posicionamento da ponta do cateter venoso central; • executar a medida no final da expiração, tanto em pacientes intubados como em ventilação espontânea; • checar a morfologia da curva (afastar sub ou superamortecimento) e sua relação com o ciclo respiratório. Fase pós‑analítica O valor normal da PVC varia de 8 a 12 mmHg. Em pacientes com ventilação mecânica invasiva, o valor da PVC poderá estar aumentado. As complicações mais comuns relacionadas à presença do cateter venoso central são: embolia gasosa, infecção da corrente sanguínea relacionada à presença do cateter venoso central e pneumotórax causado durante a passagem do cateter. Em relação ao cateter, os seguintes cuidados devem ser tomados: • manter curativo no local do cateter e realizar a sua troca conforme protocolo institucional; • observar sinais flogísticos durante a inserção; • utilizar técnica asséptica em sua manipulação; • manter o sistema do transdutor pressurizado a 300 mmHg, com infusão contínua de soro com heparina. Observação O processo de avaliação do doente crítico faz‑se, também, por meio da utilização do monitor cardíaco, das linhas de monitorização hemodinâmica e das análises laboratoriais, o que difere na sua avaliação de outros doentes. Porém, os dados da monitorização não significam nada se não forem somados a achados físicos e analisados de forma crítica pelo enfermeiro. 98 Re vi sã o: K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - D at a: 2 8/ 01 /1 7 Unidade III 8.4 Anatomopatológico Os exames anatomopatológicos são realizados através da análise de fragmentos, de tecido ou órgão, retirados por meio de biópsias, cirurgias, endoscopias, punção aspirativa com agulha grossa, necrópsias, entre outros. O estudo desses fragmentos permite análises macro e microscópicas com o objetivo de estabelecer o diagnóstico e avaliar fatores histopatológicos prognósticos e as margens cirúrgicas. Dentre os procedimentos especializados realizados nos últimos anos, os exames anatomopatológicos estão entre os três procedimentos que apresentaram maior crescimento de gastos, com anestesia e ações especializadas em odontologia. Pode ser realizado ambulatorialmente ou em pacientes internados. A análise patológica de material cirúrgico serve para guiar os cuidados e tratamentos do paciente, além disso, para garantir que procedimentos documentados sejam realizados tanto em caráter médico‑legal, como para confirmar diagnósticos presumidos (TORRES NETO, 2010, p. 152‑153). Vários são os sítios corporais que podem ser analisados quanto à presença de células benignas, tóxicas ou malignas, como mama, fígado, rim, linfonodos, pele, osso, músculo, pulmão, bexiga, próstata, tireoide, colo uterino, entre outros. A quantidade de tecido obtido para submeter ao exame anatomopatológico depende do sítio da amostra e do processo patológico. A qualidade do laudo depende de como a amostra foi coletada, armazenada, identificada e transportada: • Coleta: o material a ser examinado nunca deve ser enviado em soro fisiológico, sendo necessário o uso de fixadores ou conservantes especiais, tais como solução de Bouin, fixador de Zenker, formalina a 10%, ácido acético, glutaraldeído, paraformaldeído a 4%, fixador de Karnovsky, entre outros. • Acondicionamento: as peças cirúrgicas maiores devem ser colocadas em sacos plásticos coletores firmes e bem vedados, de preferência duplicando a embalagem para evitar vazamentos, com uma quantidade suficientede fixador (ele deve ser colocado em volume cerca de 10 vezes maior que o da peça a ser fixada). Frascos pequenos só devem ser utilizados para material muito pequeno, como biópsias endoscópicas e de agulha. As lâminas citológicas devem ser fixadas com spray, acondicionando em recipientes próprios para lâminas. • Identificação: deve constar tanto na amostra como na requisição o nome, a idade e o sexo do paciente, o nome do médico que solicitou o exame, a data da coleta, o lugar anatômico do qual se origina amostra e se o material representa mera biópsia ou é uma excisão para diagnóstico pós‑operatório. O exame pode ser citológico (celulares) e histológico (tecidos), o qual gera mínima quantidade de trauma para o paciente. Os aspirados podem ser obtidos de todas as regiões do corpo, incluindo boca, mama, fígado, trato genital, trato respiratório, urina, líquido cefalorraquidiano e tireoide. Descreveremos aqui alguns exames: • líquidos (urina, lavado vesical, derrame pleural, ascite, líquido articular, lavado peritoneal, lavado brônquico, conteúdo de cisto etc.): enviar ao laboratório logo depois da coleta, sem fixador. Se 99 Re vi sã o: K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - D at a: 2 8/ 01 /1 7 BASES DIAGNÓSTICAS houver demora para o encaminhamento ao laboratório, deixar em geladeira ou o material poderá também ser colocado em um frasco com partes iguais de álcool a 50%. Não é necessário enviar todo o material coletado: 5 a 10 ml do líquido obtido são suficientes; • escarro: se o material for enviado no mesmo dia ao laboratório, não é necessário fixador. Caso contrário, deve ser colhido em frasco de boca larga, contendo álcool a 50% (cerca de 1/5 do volume do frasco). O paciente deve ser orientado no sentido de enviar escarro propriamente, e não saliva; • líquido cefalorraquidiano: enviar logo após a coleta, sem líquido fixador. Não sendo possível, conservar em geladeira por pouco tempo; • colo de útero: o raspado deve ser feito com espátula de Ayre, acompanhada de escova para a coleta da endocérvice. Fazer um esfregaço fino na lâmina, colocando‑a imediatamente em álcool comercial puro ou recobrindo‑a com a solução alcoólica de Carbowax (polietilenoglicol). É muito importante representar no esfregaço a ecto e a endocérvice; • biópsia aspirativa com agulha fina (de linfonodo, tireoide, parótida, fígado, mama, rim, pulmão, tumores diversos): o sucesso está diretamente relacionado ao uso da agulha fina (calibre 7, 23 ou 24 Gauge), pois as agulhas mais grossas trazem muito sangue e poucas células, além de formarem frequentes hematomas. A punção de tumoração profunda em tórax ou abdome necessita de auxílio de método de imagem. Métodos de análise Depois que a amostra da biópsia é enviada ao laboratório, diversos testes podem ser efetuados, a fim de identificar as características das células do material biológico enviado. Descreveremos aqui alguns deles: • imuno‑histoquímico: detecta moléculas (antígenos) teciduais, sendo de grande valor nos diagnósticos anatomopatológicos e na investigação científica. O mecanismo básico é o reconhecimento do antígeno por um anticorpo primário, associado a diversos tipos de processos de visualização; • imunofluorescência: muito utilizada para biópsia de pele e de rim. Existem três formas distintas: — fluorescência específica: deve‑se à reação entre o substrato e a proteína marcada com o fluorocromo (reação antígeno‑anticorpo); — fluorescência não específica: deve‑se à coloração dos tecidos por corante livre ou proteínas fluoresceinadas, ou ambos; — autofluorescência: ocorre devido à fluorescência natural dos tecidos (amarela, azul), quando expostos à luz ultravioleta. 100 Re vi sã o: K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - D at a: 2 8/ 01 /1 7 Unidade III • microscopia eletrônica: muito utilizada no diagnóstico morfológico das doenças glomerulares e musculoesqueléticas. 8.4.1 Necrópsias É o exame macro e microscópico, realizado após a morte, com a finalidade de caracterizar a causa do óbito e doenças associadas e também avaliar procedimentos terapêuticos e conduta clínica. De acordo com o artigo 162 do Código Penal, a necrópsia será feita pelo menos 6 horas após o óbito, salvo os peritos, pela evidência dos sinais de morte, julgarem que possa ser feita antes daquele prazo, o que declararão no laudo. Os seguintes passos deverão ser seguidos: • exame externo do cadáver; • abertura das cavidades craniana, torácica, abdominal e pélvica com exame in situ dos respectivos órgãos; • retirada dos órgãos das cavidades, dos órgãos do pescoço e do retroperitônio, com avaliação macro e microscópica; • lavagem e fechamento do corpo, deixando‑o à disposição com o atestado de óbito. O serviço de verificação de óbito (SVO) é indicado para pacientes com menos de 24 horas de internação e que venham a falecer sem diagnóstico. O Instituto Médico Legal (IML) é aconselhado para pessoas vítimas de morte violenta. Pacientes com morte natural internados por pelo menos 24 horas serão submetidos à necrópsia, caso haja interesse dos médicos que o acompanhavam e com o consentimento, por escrito, dos familiares ou responsáveis legais. Em caso de morte fetal, de acordo com a Resolução Normativa nº 1601/2000, do Conselho Federal de Medicina, deve‑se fornecer atestado de óbito para fetos com 20 ou mais semanas gestacionais, ou que tenham peso corporal igual ou superior a 500 gramas ou medirem 25 cm ou mais. A solicitação da necrópsia deve ser sempre acompanhada da autorização dos responsáveis. Observação Os fetos com menos de 500 gramas são encaminhados diretamente para exame, com o pedido do médico. Não há obrigatoriedade da emissão de um atestado de óbito. 101 Re vi sã o: K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - D at a: 2 8/ 01 /1 7 BASES DIAGNÓSTICAS Cuidados da pré‑necrópsia com a família São eles: • explicar os motivos dos procedimentos pós‑morte. A preocupação e o respeito pelo morto e por seus parentes reduz a ansiedade da família; • identificar o corpo com etiqueta, com o nome do morto, sexo e idade; • considerar hábitos culturais; • garantir à família que nada será feito sem sua permissão, exceto o que for exigido por lei. Saiba mais WERNER, B. Biópsia de pele e seu estudo histológico. Por quê? Para quê? Como? Parte I. Anais Brasileiros de Dermatologia, Curitiba, v. 84, n. 4, p. 391‑395, 2009. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/abd/v84n4/ v84n04a10.pdf>. Acesso em: 16 jan. 2017. Lembrete A leitura e interpretação dos exames laboratoriais de rotina e complementares fazem parte do cotidiano do cuidado realizado pelo enfermeiro. Para isto, devemos sempre buscar subsídios científicos para aprofundar nossos conhecimentos. Resumo O eletrocardiograma é um exame simples e barato que não exige jejum. O paciente deve ficar deitado e imóvel na posição supina durante o registro das ondas eletrocardiográficas, para não gerar interferências. Peles gordurosas podem prejudicar o registro das ondas. Nesse caso, o local da pele onde o eletrodo será posicionado pode ser limpo com algodão embebido em álcool. A coleta de gasometria arterial e venosa é uma rotina comum em pacientes criticamente enfermos e fornece informações importantes acerca da ventilação, oxigenação e metabolismo celular. Embora a gasometria arterial mostre vários parâmetros para se fazer o diagnóstico de um 102 Re vi sã o: K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - D at a: 2 8/ 01 /1 7 Unidade III distúrbio acidobásico como acidose ou alcalose, metabólica ou respiratória, devemos considerar o pH, PCO2 e HCO3 do sangue arterial. A gasometria venosa deve ser coletada apenas do cateter de artéria pulmonar ou cateter venoso central. A espirometria é um dos exames que avalia a função pulmonar e é muito útil em pacientes portadores de doença ventilatória obstrutiva ou restritiva. Para sua realização, é fundamentala colaboração do paciente. A instalação de um cateter para obtenção da pressão arterial invasiva proporciona contínua mensuração da pressão arterial sistólica, diastólica e média, além de facilitar a coleta de sangue arterial para exames laboratoriais, sem gerar desconforto ao paciente. É muito utilizado em pacientes criticamente enfermos ou em cirurgias de grande porte, quando há a necessidade da mensuração contínua da pressão arterial. Os exames anatomopatológicos avaliam a presença de células benignas, malignas ou tóxicas. Para o sucesso da análise, especial atenção deve ser dada aos cuidados durante a coleta, acondicionamento adequado da amostra e identificação correta do pedido e do material. Exercícios Questão 1. Sobre o eletroencefalograma (EEG) é correto afirmar que: A) É o registro eletrofisiológico da ativação sináptica de uma grande quantidade de neurônios piramidais do córtex cerebral. B) É o registro eletromagnético da ativação sináptica de uma grande quantidade de neurônios piramidais do córtex cerebral. C) É o registro eletrofisiológico da ativação sináptica de uma grande quantidade de neurônios piramidais do sistema simpático, após bulbo raquidiano. D) É o registro eletrofisiológico da ativação sináptica de uma grande quantidade de neurônios piramidais do parassimpático, após bulbo raquidiano. E) É o registro eletrofisiológico da ativação sináptica de uma grande quantidade de neurônios piramidais ligados ao coração. Resposta correta: alternativa A. 103 Re vi sã o: K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - D at a: 2 8/ 01 /1 7 BASES DIAGNÓSTICAS Análise das alternativas A) Alternativa correta. Justificativa: o EEG é realizado através da colocação de eletrodos no couro cabeludo, com auxílio de uma pasta condutora que, além de fixá‑los, permite a aquisição adequada dos sinais elétricos que constituem a atividade elétrica cerebral. Inicialmente é feito um registro espontâneo da atividade elétrica cerebral durante a vigília (paciente acordado). Se possível, essa atividade é registrada também durante a sonolência e o sono. O registro em todos esses estados aumenta a sensibilidade do método na detecção de diversas anormalidades. B) Alternativa incorreta. Justificativa: o eletroencefalograma (EEG) ou eletroencefalografia é um exame que permite o estudo do registro gráfico das correntes elétricas espontâneas desenvolvidas no cérebro, através de eletrodos aplicados no couro cabeludo, na superfície encefálica ou até mesmo dentro da substância encefálica. C) Alternativa incorreta. Justificativa: o EEG registra as correntes elétricas encefálicas e envolve o sistema nervoso autônomo simpático e parassimpático. D) Alternativa incorreta. Justificativa: é de registro encefálico. O bulbo faz parte do sistema nervoso central, porém se localiza abaixo do cerebelo. E) Alternativa incorreta. Justificativa: avalia e detecta os sinais elétricos espontâneos de registro cerebral. Questão 2. A maioria das análises laboratoriais e amostras de sangue, urina e líquidos biológicos, sejam bioquímicas, imunológicas ou mesmo de coagulação, requer uma centrifugação prévia para separar o soro ou o plasma das células sanguíneas. Uma centrifugação eficaz é dependente de algumas variáveis, exceto: A) Tempo de centrifugação. B) Força centrífuga relativa, que é a força gerada quando uma determinada massa é submetida a um movimento circular. C) Tamanho do tubo utilizado. D) Temperatura em que ocorre a centrifugação. E) Horário da coleta da amostra do paciente. Resolução desta questão na plataforma. 104 Re vi sã o: K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - D at a: 2 8/ 01 /1 7 FIGURAS E ILUSTRAÇÕES Figura 3 FISCHBACH, F. T.; DUNNING III, M. B. Manual de enfermagem: exames laboratoriais e diagnósticos. 8. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2010. p. 430. Figura 4 BARROS, A. L. B. L. Anamnese e exame físico: avaliação diagnóstica de enfermagem no adulto. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2016. p. 387. Figura 5 FISCHBACH, F. T.; DUNNING III, M. B. Manual de enfermagem: exames laboratoriais e diagnósticos. 8. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2010. p. 524. REFERÊNCIAS Textuais AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA (ANVISA). Procedimentos Laboratoriais: da Requisição do Exame à Análise Microbiológica, 2004. Módulo III. Disponível em: <http://www.anvisa.gov.br/ servicosaude/manuais/microbiologia/mod_3_2004.pdf>. Acesso em: 18 jan. 2017. ___. Resolução n. 302, de 13 de outubro de 2005. Dispõe sobre Regulamento Técnico para funcionamento de Laboratórios Clínicos. Brasília, 2005. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/ saudelegis/anvisa/2005/res0302_13_10_2005.html>. Acesso em: 20 jan. 2017. ARAUJO, M. R. E. Hemocultura: recomendações de coleta, processamento e interpretação dos resultados. Journal of Infection Control, v. 1, n. 1, p. 8‑19, 2012. Disponível em: <http://jic.abih.net.br/ index.php/jic/article/view/12/11>. Acesso em: 18 jan. 2017. BARROS, A. L. B. L. Anamnese e exame físico: avaliação diagnóstica de enfermagem no adulto. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2016. BITTENCOURT, R. I. et al. Trombocitose essencial: o que é essencial saber. Revista Brasileira de Hematologia e Hemoterapia, São Paulo, v. 32, n. 2, p. 162‑170, 2010. Disponível em: <http://www. scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516‑84842010000200017>. Acesso em: 18 jan. 2017. BJERKLUND‑JOHANSEN, T. E. et al. Diretrizes para infecções urológicas (texto atualizado em abril de 2010). Tradução de: Geraldo de Aguiar Cavalcanti. Disponível em: <http://uroweb.org/wp‑content/ uploads/Urological‑Infections‑2012‑port.pdf>. Acesso em: 20 jan. 2017. 105 Re vi sã o: K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - D at a: 2 8/ 01 /1 7 BOMBARDA, S. et al. Imagem em tuberculose pulmonar. Jornal de Pneumologia, São Paulo, v. 27, n. 6, p. 329‑340, nov./dez. 2001. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid =S0102‑35862001000600007>. Acesso em: 18 jan. 2017. BRASIL. Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS. Mamografia para o rastreamento do câncer de mama em mulheres com idade abaixo de 50 anos, entre 50 a 69 anos e com mais de 70 anos. n. 178, out. 2015. Disponível em: <http://conitec.gov.br/images/ Relatorios/2015/Rastreamento_Mamografia_final.pdf>. Acesso em: 19 jan. 2017. ___. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância Epidemiológica. Doenças infecciosas e parasitárias: guia de bolso. 8. ed. Brasília: Ministério da Saúde, 2010. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/doencas_infecciosas_parasitaria_ guia_bolso.pdf>. Acesso em: 16 jan. 2017. CARRARA, D. Boas práticas para a assistência ao paciente portador de agentes multirresistentes: medidas de prevenção e controle. Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo, 2010. Disponível em: <http:// inter.coren‑sp.gov.br/sites/default/files/agentes‑multiresistentes.pdf>. Acesso em: 16 jan. 2017. CENEVIVA, R.; VICENTE, Y. A. M. V. A. Equilíbrio hidroeletrolítico e hidratação no paciente cirúrgico. Medicina, Ribeirão Preto, n. 41, v. 3, p. 287‑300, 2008. Disponível em: <http://www.revistas.usp.br/ rmrp/article/view/274/275>. Acesso em: 18 jan. 2017. COMAR, S. R. et al. Análise citológica do líquido cefalorraquidiano. Estud. Biol., Curitiba, v. 31, n. 73/74/75, p. 93‑102, 2009. CONDE, M. B. et al. Comissão de Tuberculose da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia. III Diretrizes para Tuberculose da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia. J. Bras. Pneumol., São Paulo, v. 35, n. 10, p. 1018‑1048, 2009. DELLALIBERA‑JOVILIANO, R. Uroanálise: abordagens gerais. Centro de Estudo e Pesquisa do Desenvolvimento Regional das Faculdades Integradas Fafibe; Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto/USP, Departamento de Cirurgia e Anatomia. Revist@ Fafibe Online, Ribeirão Preto, 2006. Disponível em: <http://www.unifafibe.com.br/revistasonline/arquivos/hispecielemaonline/sumario/17/30032011215549.pdf>. Acesso em: 20 jan. 2017. DUTRA, V. F. et al. Desequilíbrios hidroeletrolíticos na sala de emergência. Rev Bras Clin Med., São Paulo, v. 10, n. 5, set./out. 2012, p. 410‑419. Disponível em: <http://files.bvs.br/ upload/S/1679‑1010/2012/v10n5/a3144.pdf>. Acesso em: 20 jan. 2017. ÉVORA, P. R. et al. Distúrbios do equilíbrio hidroeletrolítico e do equilíbrio acidobásico: uma revisão prática. Medicina, Ribeirão Preto, v. 32, out./dez. 1999, p. 451‑469. 106 Re vi sã o: K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - D at a: 2 8/ 01 /1 7 FERREIRA, A. M.; ANDRADE, D. de. Swab de feridas: recomendável? Revista de Enfermagem da UERJ, Rio de Janeiro, v. 14, n. 3, jul./set. 2006, p. 440‑446. Disponível em: <http://www.facenf.uerj.br/v14n3/ v14n3a17.pdf>. Acesso em: 20 jan. 2017. FIGUEIRÊDO, S. S. et al. Caracterização radiográfica das manifestações esofagogastrointestinais da doença de Chagas. Radiol Bras., v. 35, n. 5, p. 293‑297, 2002. FISCHBACH, F. Manual de enfermagem: exames laboratoriais e diagnósticos. 7. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005. FISCHBACH, F.; DUNNING III, M. B. Manual de enfermagem: exames laboratoriais e diagnósticos. 8. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2010. FLORENCIO, R. T. Prova de função pulmonar ventilatória. Parecer n. 2.397/2012 – CRM‑PR. Conselho Regional de Medicina do Estado do Paraná, Paraná, 2012. HEILBERG, I. P.; SCHOR, N. Abordagem diagnóstica e terapêutica na infecção do trato urinário – ITU. Rev Assoc Med Bras., São Paulo, v. 49, n. 1, p. 109‑116, 2003. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/ ramb/v49n1/15390.pdf>. Acesso em: 20 jan. 2017. HIRATA, M. H.; MANCINI‑FILHO, J. Manual de biossegurança. Barueri: Manole, 2002. HOFFBRAND, A. V.; MOSS, P. A. H. Fundamentos em Hematologia. 6. ed. Porto Alegre: Artmed, 2013. KELMANN, G.; BERNARDO, W. M. O eletroencefalograma com mapeamento cerebral é superior ao eletroencefalograma tradicional no diagnóstico de patologias neurológicas? Revista da Associação Médica Brasileira, São Paulo, v. 58, n. 1, jan./fev. 2012. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo. php?script=sci_arttext&pid=S0104‑42302012000100005>. Acesso em: 16 jan. 2017. KIRSZTAJN, G. M. et al. Leitura rápida do KDIGO 2012: diretrizes para avaliação e manuseio da doença renal crônica na prática clínica. Jornal Brasileiro de Nefrologia, São Paulo, v. 36, n. 1, jan./ mar. 2014, p. 63‑73. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid =S0101‑28002014000100063>. Acesso em: 20 jan. 2017. LOPES, J. L.; SILVA, R. C. G. Interpretação de exames laboratoriais: guia prático para enfermeiros e estudantes de enfermagem. Rio de Janeiro: Águia Dourada, 2015. MACHADO, F. R. et al. Saturação venosa central e mista de oxigênio no choque séptico: existe diferença clinicamente relevante? Revista Brasileira de Terapia Intensiva, São Paulo, v. 20, n. 4, p. 398‑404, 2008. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rbti/v20n4/v20n4a13.pdf>. Acesso em: 16 jan. 2017. MARTÍNEZ, A. C.; ALVAREZ‑MON, M. O sistema imunológico (I): conceitos gerais, adaptação ao exercício físico e implicações clínicas. Rev Bras Med Esporte, 1999, v. 5, n. 3, maio/jun. 1999, p. 120‑125. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rbme/v5n3/10.pdf>. Acesso em: 20 jan. 2017. 107 Re vi sã o: K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - D at a: 2 8/ 01 /1 7 MCHARDY, I. H. et al. Detection of Intestinal Protozoa in Clinical Laboratory. Journal of Clinical Microbiology, v. 52, n. 3, mar. 2014, p. 712‑720. Disponível em: <https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/ articles/PMC3957779/>. Acesso em: 20 jan. 2017. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Instrução Normativa n. 1.626 de 10 de Julho de 2007. Regulamenta os procedimentos e condutas para a abordagem consentida a usuários que procuram os serviços de saúde com vistas a realizar testes de HIV e outras DST, bem como os que não comparecem ao tratamento já em curso. Disponível em: <http://www.aids.gov.br/sites/default/files/Instrucao_ Normativa_1626_1 007.pdf>. Acesso em: 20 jan. 2017. ___. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de DST, AIDS e Hepatites Virais. Diretrizes para Organização e Funcionamento dos CTA do Brasil. Ministério da Saúde: Brasília, 2010. Disponível em: <http://www.aids.gov.br/sites/default/files/cta2010‑01‑web.pdf>. Acesso em: 20 jan. 2017. MONIA, L. et al. Prevalência de enteroparasitas em município do interior paulista. Rev Bras Crescimento Desenvolvimento Hum., São Paulo, v. 20, n. 3, p. 769‑777, 2010. MOURÃO, A. P.; OLIVEIRA, F. A. Fundamentos de radiologia e imagem. São Caetano do Sul: Difusão Editora, 2009. NOGUEIRA, P. A.; ABRAHÃO, R. M. C. M.; MALUCELLI, M. I. C. Análise dos resultados de exames de escarros, provenientes de unidades de saúde, hospitais e presídios do município de São Paulo, para o diagnóstico da tuberculose. Informe Epidemiológico do SUS, São Paulo, v. 9, n. 4, p. 263‑271, 2000. PAULA, F. J. A.; FOSS, M. C. Tratamento da hipercalcemia e hipocalcemia. Medicina, Ribeirão Preto, n. 36, abr./dez. 2003, p. 370‑374. Disponível em: <http://revista.fmrp.usp.br/2003/36n2e4/23tratamento_ hipercalcemia_hipocalcemia.pdf>. Acesso em: 20 jan. 2017. PERALTA, C. F. A.; BARINI, R. Ultrassonografia obstétrica entre a 11ª e a 14ª semanas: além do rastreamento de anomalias cromossômicas. Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, Rio de Janeiro, v. 33, n. 1, jan. 2011, p. 49‑57. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rbgo/v33n1/ a08v33n1.pdf>. Acesso em: 19 jan. 2017. POLI DE FIGUEIREDO, L. F.; SILVA, E.; CORRÊA, T.D. Avaliação hemodinâmica macro e micro‑circulatória no choque séptico. Rev Med, São Paulo, v. 87, n. 2, abr./jun. 2008, p. 84‑91. Disponível em: <http:// www.revistas.usp.br/revistadc/article/viewFile/59065/62051>. Acesso em: 20 jan. 2017. PUCCIONI‑SOHLER, M. et al. Coleta do líquido cefalorraquidiano, termo de consentimento livre e esclarecido e aspectos éticos em pesquisa. Arquivos de Neuro‑Psiquiatria, 2002, n. 60(3‑A), p. 681‑684. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/anp/v60n3A/11150.pdf>. Acesso em: 21 jan. 2017. RORIZ‑FILHO, J. S. et al. Infecção do trato urinário. Medicina, Ribeirão Preto, v. 43, n. 2, p. 118‑125, 2010. Disponível em: <http://revista.fmrp.usp.br/2010/vol43n2/Simp3_Infec%E7%E3o%20do%20 trato%20urin%E1rio.pdf>. Acesso em: 20 jan. 2017. 108 Re vi sã o: K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - D at a: 2 8/ 01 /1 7 SABBATINI, R. M. E. A história do eletroencefalograma. Cérebro & Mente, Campinas, n. 3, ago./set. 1997. Disponível em: <http://www.cerebromente.org.br/n03/tecnologia/historia_p.htm>. Acesso em: 18 jan. 2017. SIMSEK, A. et al. Procedimentos diagnósticos broncoscópicos e exames microbiológicos para a confirmação de tuberculose endobrônquica. J. Bras. Pneumologia, v. 42, n. 3, p. 191‑195, 2016. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/jbpneu/v42n3/pt_1806‑3713‑jbpneu‑42‑03‑00191.pdf>. Acesso em: 16 jan. 2017. SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO. Revista Hipertensão, v. 14, n. 2, set./out. 2011. Disponível em: <http://www.sbh.org.br/pdf/2012_2.pdf>. Acesso em: 20 jan. 2017. SOCIEDADE BRASILEIRA DE PATOLOGIA CLÍNICA/MEDICINA LABORATORIAL (SBPC/ML). Recomendações da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial (SBPC/ML): para coleta de sangue venoso. 2. ed. Barueri/São Paulo: Minha Editora, 2010. ___. Recomendações da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial (SBPC/ML): coleta e preparo da amostra biológica. Barueri: Manole/Minha Editora, 2014. TORRES NETO, J. R. et al. É o exame anatomopatológico de rotina indispensável em cirurgias orificiais? Revista Brasileira de Coloproctologia, Rio de Janeiro, v. 30, n. 2, abr./jun. 2010. Disponível em: <http:// www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101‑98802010000200005>. Acesso em: 20 jan. 2017. VIEGAS, C. A. A. Gasometria arterial. Jornal de Pneumologia, São Paulo, v. 28, supl. 3, jan./fev.2002, p. 233‑238. Disponível em: <http://www.jornaldepneumologia.com.br/PDF/ Suple_138_45_1212%20Gasometria%20arterial.pdf>. Acesso em: 16 jan. 2017. VIEIRA NETO, O. M.; MOYSÉS NETO, M. Distúrbio do equilíbrio hidroeletrolítico. Medicina, Ribeirão Preto, n. 36, abr./dez. 2003, p. 325‑337. WERNER, B. Biópsia de pele e seu estudo histológico. Por quê? Para quê? Como? Parte I. Anais Brasileiros de Dermatologia, Curitiba, v. 84, n. 4, p. 391‑395, 2009. Disponível em: <http://www.scielo. br/pdf/abd/v84n4/v84n04a10.pdf>. Acesso em: 16 jan. 2017. WILHELM RÖNTGEN e a criação dos raios X. J Bras Patol Med Lab, v. 45, n. 1, fev. 2009. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/jbpml/v45n1/01.pdf>. Acesso em: 20 jan. 2017. Exercícios Unidade I – Questão 1: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ. Coordenadoria permanente de seleção (Copese) – Cargo: Técnico de Laboratório/Análises Clínicas. Questão 31. Disponível em: <http://copese.ufpi.br/ subsiteFiles/copesenovo/arquivos/files/tecnico_lab_analises%20clinica.pdf>. Acesso em: 18 jan. 2017. 109 Re vi sã o: K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - D at a: 2 8/ 01 /1 7 Unidade I – Questão 2: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ. Coordenadoria permanente de seleção (Copese) – Cargo: Técnico de Laboratório/Análises Clínicas. Questão 21. Disponível em: <http://copese.ufpi.br/ subsiteFiles/copesenovo/arquivos/files/tecnico_lab_analises%20clinica.pdf>. Acesso em: 18 jan. 2017. Unidade II – Questão 1: UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA. Centro de seleção e de promoção de eventos (Cespe). Conhecimentos específicos. Questão 31. Disponível em: <http://www.cespe.unb.br/concursos/ SESA_ES_13/arquivos/SESAES13_071_78.pdf>. Acesso em: 18 jan. 2017. Unidade II – Questão 2: UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA. Centro de seleção e de promoção de eventos (Cespe). Conhecimentos específicos. Questão 65. Disponível em: <http://www.cespe.unb.br/concursos/ SESA_ES_13/arquivos/SESAES13_071_78.pdf>. Acesso em: 18 jan. 2017. Unidade III – Questão 1: CONSULPLAN. Consórcio intermunicipal da microrregião do vale do piranga (Cisamapi) – Cargo: Técnico em Eletroencefalograma. Questão 24. Disponível em: <https://arquivo. pciconcursos.com.br/provas/16150878/b036a59ed199/t_cnico_em_eletroencefalograma.pdf>. Acesso em: 18 jan. 2017. Unidade III – Questão 2: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ. Coordenadoria permanente de seleção (Copese) – Cargo: Técnico de Laboratório/Análises Clínicas. Questão 33. Disponível em: <http://copese.ufpi.br/ subsiteFiles/copesenovo/arquivos/files/tecnico_lab_analises%20clinica.pdf>. Acesso em: 18 jan. 2017. 110 Re vi sã o: K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - D at a: 2 8/ 01 /1 7 111 Re vi sã o: K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - D at a: 2 8/ 01 /1 7 112 Re vi sã o: K le be r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - D at a: 2 8/ 01 /1 7
Compartilhar