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IGOR ÓSCAR TEIXEIRA IMOBILIZAÇÃO ENZIMÁTICA Existem diversos métodos da imobilização de enzimas, cada um apresentando vantagens e limitações: 1- Encapsulação em membranas poliméricas; 2- confinamento em matrizes poliméricas; 3- adsorção em materiais insolúveis hidrofóbicos ou em resinas de troca iônica; 4- encapsulação; 5- ligação covalente a uma matriz insolúvel ou por reticulação. Não existe um único processo ou suporte de imobilização aplicadas a todas as enzimas, porque cada enzima apresenta uma característica físico-químicas diferentes. Segundo Krajewka (2004), as condições ótimas de imobilização para uma determinada enzima são determinadas empiricamente pelo processo de erro e acerto, a fim de se obter maior retenção da atividade enzimática, estabilidade operacional e durabilidade. Para escolher um bom método de imobilização alguns parâmetros devem ser levados em consideração, tais como: - Atividade global do biocatalisador; - Características de regeneração e inativação; - Custo do procedimento de imobilização; - Toxicidade dos reagentes de imobilização; - Estabilidade operacional; - Propriedades hidrodinâmicas e características finais desejadas para a enzima imobilizada. Escolhendo os métodos para ter uma eficiência de imobilização os fatores fundamentais devem ser vistos, como: 1- Cálculo da concentração de proteína imobilizada (PI) Que é um cálculo que permite quantificar em forma de porcentagem a proteína imobilizada, levando em conta as concentrações de proteínas no tempo inicial e final. 2- Cálculo da atividade recuperada (AR) É um calculo também em porcentagem que permite calcular a relação entre a atividade hidrolítica aparente do derivado, o produto da atividade inicial oferecida e a concentração enzima imobilizada. 3- Cálculo do fator de estabilidade (FE) Um fator que pode ser determinada pela relação entre o tempo de meia vida da enzima mobilizada e solúvel. 4- Cálculo do rendimento de imobilização (RI) Calculo em porcentagem que permite saber o rendimento de imobilização através da relação entre a atividade enzimática imobilizada pela atividade inicialmente oferecida ao suporte de imobilização. USO DE IMOBILIZAÇÃO ENZIMÁTICA NA INDÚSTRIA Imobilizar a enzima é uma técnica bastante utilizada na indústria como forma de viabilizar e ampliar a produção e sobretudo, reutilizar os biocatalizadores em uma outra reação tornado a produção mais viável economicamente. Por isso, ela tem sido caracterizada como técnica promissora para tornar competitiva a aplicação de enzimas em larga escala. Ressaltando ainda, que esta técnica pode ser utilizada em conjunto com avanços na área de estabilização de proteínas alcançados pela engenharia de proteína, biologia molecular e biologia computacional. Segundo Fernández-Lorente (2007) Existem, hoje, diferentes protocolos de imobilização que se diferenciam quanto ao tipo de suporte e eficiência. Apesar da grande diversidade de métodos desenvolvidos, não há um método aplicável para todas as enzimas conhecidas, sendo indispensável o conhecimento prévio das características do suporte e do efeito dos métodos empregados para selecionar a técnica de imobilização a ser utilizada para uma determinada finalidade. Sendo assim, para cada aplicação de um biocatalisador imobilizado é ideal escolher o procedimento mais simples e barato. Ao contrário de Enzimas imobilizadas temos a enzima solúveis que apresentam alguns problemas como alto custo de produção e purificação, instabilidade da estrutura tridimensional quando isoladas do seu ambiente natural e perda de atividade devido às condições do processo ou inibição pelo substrato ou produto. O Krajewska (2004) reforça ainda que muitas enzimas atuam na forma solúvel em meio aquoso (catálise homogênea), na qual contaminam o produto desejado e não podem ser recuperadas do meio reacional na forma ativa. Além disso o Mateo et al (2007), acrescenta que a imobilização é um termo genérico empregado para descrever a retenção de uma biomolécula no interior de um reator ou de um sistema analítico e que no caso das enzimas, a imobilização consiste no confinamento da proteína em um suporte sólido insolúvel em meio aquoso e em solventes orgânicos, e pode ser usada isolada ou em combinação com outras técnicas de estabilização de proteínas, considerada uma das ferramentas mais eficientes para alterar a especificidade, seletividade, atividade e estabilidade das enzimas. E em suma, podemos reforçar que as principais vantagens das enzimas imobilizadas em comparação com as enzimas solúveis nas indústrias são: possibilidade de reutilização do biocatalisador; facilidade de separação do catalisador e do produto da reação e de interrupção da reação, quando se atinge um determinado grau de conversão; além da possibilidade de conduzir processos contínuos Referências - Fernández-Lorente G, Palomo JM, Cabrera Z, Guisán JM, Fernández-Lafuente R. Specificity enhancement towards hydrophobic substrates by immobilization of lipases by interfacial activation on hydrophobic supports. Enzyme Microb Technol. 2007 - Mateo C, Palomo JM, Fernandez-Lorente G, Guisan JM, Fernandez-Lafuente R. Improvement of enzyme activity, stability and selectivity via immobilization techniques. Enzyme Microb Technol. 2007 - Krajewska B. Application of chitin- and chitosan-based materials for enzyme immobilizations: a review. Enzyme Microb Technol. 2004 PRODUÇÃO DE BIODIESEL E ETANOL INDUSTRIAL Biodiesel e etanol, são dois tipos de biocombustíveis produzidos de forma mais limpa comparando com os combustíveis derivados de petróleo como a gasolina e o diesel. Apresentam menor impacto ambiental por provir de biomassa e são combustíveis que vem reforçando e contribuindo para a sustentabilidade da humanidade. Aqui no Brasil a indústria de produção de biocombustíveis, como por exemplo o etanol é muito forte e vem aumentando com o decorrer dos anos devido ao aumento de plantio de cana-de-açúcar, como podemos ver na figura 1 abaixo: O brasil é o segundo maior produtor de etanol no mundo ficando apenas atrás do EUA que utiliza o milho como matéria prima de produção. Porém, a cana de açúcar apresenta um potencial de produção muito melhor em comparação ao milho e outras biomassas. Em termos da produção de etanol temos duas tecnologias, que é a tecnologia da primeira e segunda geração. A tecnologia de primeira geração utiliza-se o caldo de cana para a produção enquanto e tecnologia de segunda geração utiliza-se a palha e o bagaço de cana. Uma vantagem enorme disso é que pode ser integrado essas tecnologias na produção a fim de aumentar a eficiência e produtividade reaproveitando os resíduos descartados como bagaço e utilização da palha de cana. A produção de biodiesel em maior porcentagem utiliza-se a soja como matéria prima e segundo a figura 2 abaixo podemos observar o quanto essa produção vem aumentado com o decorrer dos anos. As etapas seguintes do processo de produção de etanol são a 1- Sulfitação; 2- Calagem; 3- Fermentação; 4- desidratação Segundo CBIE, A sulfitação tem como objetivo inibir as reações de escurecimento do açúcar e auxiliar na clarificação do caldo. Consiste em queimar o enxofre (S) em um forno cilíndrico rotativo a fim de produzir o gás sulfuroso (SO2) que será então misturado ao caldo. É importante ressaltar que existem limites do teor de dióxido de enxofre no açúcar, portanto, a dosagem de enxofre no caldo deve ser realizada com máximo controle de pH. A calagem corrige a acidez do caldo, neutralizando os efeitos tóxicos de elementos como o alumínio e o manganês ao adicionar cálcio e magnésio até atingir os teores adequados. Só então o caldo segue para fermentação, onde a matéria-prima é transformadapor microrganismos, usualmente leveduras capazes de converter os açúcares do caldo em álcool e gás carbônico, dentro de determinadas condições. Em média, a fermentação do açúcar da cana leva de 8 a 12 horas. Durante o processo, a recuperação de células de levedura para sua reciclagem no processo fermentativo é feita por decantação. O etanol é processado em colunas de destilação, onde é aquecido até evaporar. Na evaporação e posterior condensação, o etanol com grau de mais de 95% de pureza é separado. O último processo pelo qual o etanol passa é a desidratação, onde se retira o resto de água do combustível para atingir um grau de quase 100%. Armazenado em grandes tanques, este etanol está pronto para ser vendido ou para a indústria de distribuição de combustíveis ou outros usos. TECNOLOGIAS DE PRODUÇÃO DE BIODIESEL Existem três processos conhecidos para a produção do biodiesel: a transesterificação, o craqueamento térmico e a esterificação. Na transesterificação acontece a obtenção de um estér (substância obtida da reação química entre um álcool e um ácido carbolixílico) a partir de outro. O método é o mais utilizado, pois, acontece em apenas uma etapa, onde o composto orgânico se processa na presença de um catalisador. No craqueamento, ou pirólise, é provocada a quebra das moléculas por aquecimento, resultando em uma mistura de compostos químicos semelhante ao diesel de petróleo. Para compreender a esterificação, primeiro é preciso saber que os estéres estão entre os compostos mais comuns encontrados na natureza e são associados ao aroma agradável. Durante esse processo, os compostos são sintetizados em temperatura ambiente ou acelerados através de um catalisador. Em todos os métodos é criada uma reação química de óleo e álcool estimulada por um catalisador. O processo é conduzido em um reator com agitação enérgica que resulta na formação de sabão, a reação é considerada completa quando retorna à sua coloração original. ETAPAS DE PRODUÇÃO DE BIODIESEL A produção do biodiesel começa com o pré-tratamento da matéria-prima, ou seja, é feita uma filtragem dos óleos, seja ele alimentar ou puro. Em ambos os casos a filtragem remove contaminações sólidas e elimina o máximo de água para evitar a hidrólise, processo responsável por originar um glicerol e três moléculas de ácidos graxos. Na segunda etapa é feita a determinação e o tratamento dos ácidos graxos livres, ou seja, a amostra de óleo puro vira a base padronizada da mistura e no óleo residual é feita uma análise para determinar a quantidade de ácidos graxos presentes na amostra. Os ácidos encontrados são esterificados e os glicerídeos são removidos através da neutralização. Na terceira etapa são realizadas as reações, a base padronizada é adicionada lentamente a um excesso de metanol, ou etanol, e agitada até dissolver. O álcool é adicionado em excesso para aumentar o rendimento de estéres, permitindo assim, a formação da fase do processo que separa biodiesel do glicerol. Na quarta e última etapa acontece a purificação do biodiesel, onde é feita a remoção dos produtos gerados durante a sua fabricação. Entre eles estão: glicerina, água residual e estéres metílicos. https://biodieselbrasil.com.br/voce-sabe-o-que-e-biodiesel/
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