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Curso Proficiência - Cuidando da Mulher no Ciclo Reprodutivo

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Curso 
 
CCuuiiddaannddoo ddaa 
mmuullhheerr nnoo cciicclloo 
rreepprroodduuttiivvoo:: 
BBaasseess ppaarraa oo ccuuiiddaaddoo ddee 
EEnnffeerrmmaaggeemm 
POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE DA MULHER 
NO PERÍODO GESTACIONAL: CUIDADOS DE ENFERMAGEM E A ATUAÇÃO 
PROFISSIONAL 
Caro colega 
.1 Ao iniciarmos o nosso núcleo temático que aborda o cuidado à mulher no período 
gestacional, precisamos inicialmente, refletir sobre as políticas públicas de saúde de nosso 
país criadas para beneficiá-las. 
Comecemos então! 
Parir e nascer, historicamente é considerado natural, íntimo e feminino. Porém, a partir 
da institucionalização do parto, na década de 40, esse momento da vida da mulher, passou a 
ser caracterizado como evento médico, e, portanto, vivido de maneira pública. 
As mulheres, principalmente as moradoras das grandes metrópoles, deixaram de parir 
com a ajuda de outras mulheres e passaram a ser assistidas em instituições de saúde, com a 
presença de profissionais, que por vezes, transformam e medicalizam o cenário do nascimento. 
No Rio de Janeiro, por exemplo, vivemos o resgate da fisiologia do nascimento com a 
inauguração da 1a Casa de Parto, no dia 08 de março de 2004, não por acaso, no dia em que 
comemoramos o Dia Internacional da Mulher. Experiências desse tipo surgem no Brasil, no 
final da década de 70, e foram regulamentadas pelo Ministério da Saúde (MS) em 1999, com a 
implementação de um plano para o estabelecimento de Centros de Partos Normais (CPN) que 
proveriam o fácil acesso ao atendimento perinatal. 
Esses centros tinham o objetivo de reduzir as taxas de mortalidade materna e infantil, 
como parte de uma política de estímulo ao parto normal e humanização da assistência 
prestada. No processo de organização desses CPNs, em uma escala nacional, o MS junto com 
o governo japonês, promoveu o treinamento de enfermeiras obstetras no atendimento ao 
parto humanizado. 
Diante dessa iniciativa, não podemos deixar de registrar a importância do movimento 
pela humanização do parto e nascimento no Brasil. Ele tem congregado profissionais, gestores 
e serviços de saúde; associações de classe como a „Associação Brasileira de Obstetrizes e 
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javascript:%20MM_openBrWindow('../aulas/DISC_120/NT_303/UE_1043/nt01_ue01_video01.htm','popup','scrollbars=no,width=440,height=500');
http://www.lappis.org.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=370&sid=25
Enfermeiros Obstetras – ABENFO‟; organizações não governamentais como as „Amigas do 
Parto‟ e redes como a „Rede de Humanização do Parto e do Nascimento (REHUNA)‟, 
comprometidas com a implementação de uma atenção ao parto e nascimento com segurança e 
dignidade. 
Nessas organizações, o conceito de parto como evento isolado é substituído por um 
processo, em que a visão humanística visa à promoção da saúde e da felicidade de forma 
aliada. 
Veja este interessante site das amigas do parto. Eu recomendo! 
A ABENFO tem como compromisso social a melhoria das condições da saúde da mulher 
e do recém-nascido, assim como, congregar esforços multiprofissionais e multissetoriais em 
prol da defesa dos direitos da mulher assegurados na Constituição Federal. 
Nesse sentido, o MS instituiu o Programa de Humanização no Pré-Natal e 
Nascimento no ano 2002, com destaque à reorganização da assistência, por meio da 
vinculação do pré-natal1 ao parto e puerpério, o que alarga o acesso das mulheres aos serviços 
de saúde e amplia opções e estratégias para que a mulher tenha o direito de escolha para a 
realização desses procedimentos. 
Para saber mais acesse o Manual Técnico Pré-Natal e Puerpério - 
Atenção Qualificada e Humanizada, disponível em nossa biblioteca virtual. 
Verifica-se cotidianamente, nos cenários em que se desenvolvem os processos de 
gestação, parto e puerpério, que a assistência segura, de qualidade e humanizada (na garantia 
dos direitos da cidadania das mulheres, de seus recém-nascidos e sua família), ainda está 
longe de ser uma realidade, tendo em vista o modelo biomédico2 ainda predominante no Brasil. 
Ele faz com que as usuárias se afastem do acompanhamento no pré-natal, o que resulta 
no aumento das taxas de mortalidade materna e neonatal. 
No que se refere aos direitos institucionais, com relação ao parto e nascimento, 
podemos citar: acompanhamento pré-natal, escolha da maternidade (local em que a 
mulher será atendida no parto), atendimento humanizado no parto e puerpério, além da 
adequada assistência ao recém-nascido. 
http://www.amigasdoparto.com.br/
javascript:%20MM_openBrWindow('../aulas/DISC_120/NT_303/UE_1043/nt01_ue01_explicacao01.htm','popup','scrollbars=yes,width=645,height=230')
http://www.jornadaead.com.br/complemento/anexos/biblioteca-mulher-ciclo.html
javascript:%20MM_openBrWindow('../aulas/DISC_120/NT_303/UE_1043/nt01_ue01_explicacao02.html','popup','scrollbars=yes,width=645,height=460')
Embora a adoção do Programa de Humanização de Parto e Nascimento na maioria 
das maternidades públicas, ainda, nos deparamos com situações e atitudes que não 
condizem com o preconizado pela atual política pública do nosso país. 
Outro destaque significativo é a proposta do Pacto Nacional para a Redução da 
Mortalidade Materna e Neonatal, firmado em março de 2004, com todos os órgãos de 
saúde e universidades do Brasil. Esta proposta evidenciou a necessidade de um 
profissional com perfil seleto para esse atendimento, que, além de competência técnica, 
tenha o compromisso de oferecer à clientela um espaço para o diálogo, a fim de captar 
as reais necessidades, expectativas e dúvidas, para que a assistência seja planejada e 
implementada de acordo com a realidade das usuárias desse serviço de saúde. 
O Manual do Comitê de Mortalidade Materna do MS aponta a redução da 
mortalidade materna e neonatal no Brasil ainda como um desafio para os serviços de 
saúde e a sociedade como um todo. Ressalta que as altas taxas encontradas se 
configuram como uma violação dos direitos humanos de mulheres e crianças e um grave 
problema de saúde pública, que atinge desigualmente as regiões brasileiras com maior 
prevalência entre mulheres e crianças das classes sociais com menor ingresso e acesso 
aos bens sociais. 
Se você se interessa por esse assunto, acesse nossa biblioteca e conheça o 
que o Comitê de Mortalidade Materna fala a respeito. 
Caro colega, até aqui, procuramos contextualizar um pouco das políticas públicas 
de atenção à mulher no ciclo reprodutivo. Agora chamamos sua atenção para os 
diferentes tipos de assistência, as quais indicam os avanços nesse atendimento. 
Podemos prosseguir com a assistência ao pré-natal? 
Quando pensamos em uma mulher grávida não podemos nos deter 
especificamente no trabalho de parto e nascimento. É necessário reforçarmos a 
importância de um pré-natal de qualidade, pautado no acolhimento e com a garantia de 
acompanhamento que assegure à mulher a realização dos exames laboratoriais e o 
cumprimento das etapas da consulta: verificação da pressão arterial, acompanhamento 
do peso/edema, ausculta dos batimentos cardiofetais, mensuração da altura uterina. 
http://www.jornadaead.com.br/complemento/anexos/biblioteca-mulher-ciclo.html
Nesse sentido, em caso de risco, por exemplo, Doença Hipertensiva Específica da 
Gravidez (DHEG)
3 , devemos assegurar a gestante a sua inclusão no pré-natal de alto risco, 
com o acompanhamento pelo profissional médico. 
Cabe aqui ressaltar que as ações da enfermeira são diferenciadas do 
profissional médico, portanto, devemos estar atentos e prontos para atuar com 
segurança e competência. 
No entanto, para que essa harmonia no pré-natal aconteça, é de suma importância 
que a gestante se sinta acolhida, quer seja no pré-natal de baixo ou alto risco, respeitada 
e atendida com dignidade. Muitas vezes, ela percebe no profissionalde saúde uma 
possibilidade de esclarecimento de dúvidas, para conversar e sentir-se confiante. 
Portanto, devemos somar esforços para, de fato, acolhermos as mulheres 
gestantes, não importa a faixa etária, a fim de diminuir o índice de mortalidade materna e 
neonatal em doenças preveníveis. 
É preciso que os serviços de saúde façam parcerias com as escolas técnicas e 
universitárias – humanizando o ensino – aliando o conhecimento técnico e científico às 
práticas sensíveis, principalmente a de escutar o outro. 
Abordaremos agora alguns aspectos da assistência ao parto normal. Podemos 
avançar? 
Em 1996, uma reunião conjunta da região européia da Organização Mundial de 
Saúde e da Organização Pan-Americana de Saúde, realizada em Fortaleza, o Brasil fez 
uma série de recomendações com base nas práticas da OMS com o objetivo de 
esclarecer, à luz dos conhecimentos atuais, as boas práticas na assistência ao parto 
normal, com a proposta de torná-lo o mais fisiológico possível. 
Após a discussão das evidências apontadas, esse grupo de trabalho classificou 
suas recomendações em quatro categorias: 
 Categoria A: práticas, demonstradamente úteis e que devem ser estimuladas; 
 Categoria B: práticas, claramente prejudiciais ou ineficazes e que devem ser 
eliminadas; 
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 Categoria C: práticas, em que não existam evidências suficientes para apoiar uma 
recomendação clara e que devem ser utilizadas com cautela, até que mais 
pesquisas esclareçam a questão; 
 Categoria D: práticas, frequentemente utilizadas de modo inadequado, divulgadas 
no documento denominado - Assistência ao Parto Normal: um guia prático. 
Como percebemos, a categoria A se refere a práticas que são úteis e que devem 
ser estimuladas. Portanto, listamos abaixo algumas das ações referentes a esta 
categoria: 
Categoria A: respeito ao direito da mulher à privacidade; apoio empático pelos 
profissionais; respeito à escolha da mulher sobre seus acompanhantes; fornecimento às 
mulheres de todas as informações e explicações que desejarem; utilização de métodos 
não invasivos e não farmacológicos de alívio da dor, como massagens e técnicas de 
relaxamento; liberdade de posição e direito a deambulação; contato cutâneo direto 
precoce entre mãe e filho e apoio ao início da amamentação na primeira hora. 
Essas, são ações que devem ser realizadas no dia-a-dia das maternidades e casas 
de parto no Brasil. No entanto, é preciso uma ação direta dos enfermeiros para a 
diminuição do círculo vicioso “medo-tensão-dor-medo” que as parturientes apresentam 
no pré-parto, uma vez que, na maioria das maternidades, ainda não é permitida a 
presença do acompanhante na sala de parto. 
Uma das queixas mais frequentes das mulheres de camadas populares acerca de 
suas experiências de parto é o isolamento em relação aos seus entes queridos e a 
desatenção ou abandono por parte da equipe profissional. Esta questão tem sido 
considerada como manifestação de violência institucional e uma violação dos direitos 
humanos. 
Sabemos que, infelizmente, a maioria das mulheres brasileiras dá à luz 
desacompanhada, mesmo tendo uma Lei Federal que as assegure um acompanhante. 
Nessa perspectiva, precisamos refletir sobre nossas ações, a fim de que não 
testemunhemos a formação de uma “teia” que cubra o cenário da assistência ao parto e 
nascimento cujo roteiro, guiado pela medicalização4, transforma a mulher e o recém-
nascido em objeto da ação dos profissionais. 
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Sendo assim, associam-se diversos fatores, fazendo com que a mulher não seja a 
protagonista desse cenário tais como: a falta do apoio empático, profissionais de saúde 
atarefados, estudantes ávidos para aprender, o não incentivo a deambulação e livre 
movimentação, o desrespeito aos direitos da mulher, a não utilização de evidências 
científicas atuais – e, tudo isso pode gerar o descumprimento das políticas de saúde 
voltadas para a humanização e a melhoria da qualidade de assistência ao parto. 
A atenção ao recém-nascido deverá ser caracterizada pela segurança da atuação 
profissional e a suavidade no toque durante a execução dos cuidados imediatos e 
durante a sua estada no alojamento conjunto. A humanização do nascimento 
compreende todos os esforços para evitar condutas intempestivas e agressivas para o 
bebê, na garantia da assistência segura e de qualidade, além de fortalecer os vínculos 
afetivos logo após o nascimento. 
Precisamos destacar nessa unidade de estudos que uma prática realizada sem 
critérios, como a medicalização do parto, altera um evento fisiológico. 
Portanto,precisamos refletir nossas ações, pois o objetivo da monitorização do processo 
fisiológico do parto é alcançar melhores resultados para as mulheres e seus bebês. No 
entanto, ações indiscriminadas podem gerar intervenções, por vezes inoportunas, 
inadequadas ou desnecessárias, acarretando altas taxas de cesarianas, transformando 
um evento fisiológico em ato cirúrgico. 
Portanto, nessa tensão entre o que vivemos e o que desejamos, entre a realidade e 
as possibilidades; entre anúncios e denúncias é importante que assumamos como 
profissionais uma luta ética, no respeito às evidências científicas e às políticas públicas, 
para devolver à mulher o papel de protagonista no processo do parir, aliada a uma 
assistência segura, imprescindível para a humanização deste processo. 
Muito temos a discutir sobre o que acabamos de estudar, não acha? Pois bem, 
ainda precisamos falar na assistência no puerpério, então vamos lá? 
Você tem conhecimento de que o acompanhamento da mulher não termina após o 
nascimento, certo? 
Ele continua e é importante estar ao lado das puérperas, desde o 4o período clínico do 
parto
5, no sentido de evitar hemorragias. Em relação ao neonato, devemos buscar a 
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erradicação total dos berçários de adaptação nas instituições públicas e privadas com a 
implantação dos alojamentos conjuntos. 
Nesse sentido, sabemos que é nesse tipo de acomodação é reforçado o vínculo 
mãe-filho-família, e que nele o aleitamento materno também é incentivado por seus 
benefícios fisiológicos. Portanto, é necessário que a mulher compreenda e tenha o 
desejo de amamentar, não de forma impositiva, mas pela compreensão da importância 
do leite materno, e aceitando suas vantagens também para o corpo feminino. 
É preciso ter consciência, como profissionais, de que a mulher não é uma boa mãe 
ou menos dedicada se decidir não amamentar. Algumas mulheres, simplesmente não 
gostam da idéia de ’dar o peito’, e outras até tentam, entretanto, não lhes dá prazer. 
Podem existir várias explicações para esta decisão, e é possível que a mulher não 
consiga expressar seus sentimentos sobre isso. Nesses casos, o profissional não deverá 
impor a prática da amamentação. 
Uma boa relação entre o profissional, a mulher, o recém-nascido e a família faz 
com que tenhamos menos desmame e consequentemente a diminuição na morbidade 
neonatal. 
Afirmamos ainda que este espaço é sem dúvida de “criação” do enfermeiro, no 
sentido do desenvolvimento de suas competências e habilidades, com vistas a melhor 
interação e fortalecimento da nova família que surge com o nascimento do bebê. 
Portanto, cabe ao enfermeiro entender a necessidade de cada mulher, já que esse 
é um períodode descobertas, ansiedade, do ainda desconhecido, principalmente, para as 
mães de primeira viagem. 
Ao finalizar esta UE, é importante ressaltar como avanços e conquistas a 
implementação efetiva dos Programas de Políticas Nacionais a que nos referimos. 
Dessas ações dependem que todas as mulheres tenham acesso a uma assistência 
segura, de qualidade e humanizada, no alcance dos direitos da sua cidadania e de seus 
recém-nascidos. 
Temos consciência de que o modelo assistencial biomédico, predominante no 
Brasil, dificulta o alcance dessa nova realidade. Para isso, é necessário que continuemos 
ampliando nossos conhecimentos e incorporando atitudes benéficas no exercício da 
profissão. 
Com base nesse argumento, reflita comigo: como pensar em questões tão 
importantes e complexas como humanização do parto e diminuição das intervenções 
desnecessárias ao mesmo tempo? 
Ainda não temos uma resposta precisa, mas já sabemos da importância em 
sensibilizar as instituições para um movimento de humanização, que respeite os direitos 
da mulher e compartilhe esse momento com a família. 
Como enfermeiras obstetras não poderíamos deixar também de enfatizar a 
importância da formação dos novos profissionais, respeitando a competência técnica, 
ética, estética e política. 
Caro colega... 
Nesse curso, pensamos na ampliação e atualização de seu conhecimento técnico 
científico, para melhor assistir a mulher em todos os seus aspectos, à luz das políticas 
públicas brasileiras, considerando sempre a dimensão sócio-cultural e o processo 
saúde-doença. 
Nesse pensar, você deve lembrar da Teoria do Cuidado Cultural. Recorda-se 
dela? 
Pois saiba que a consideramos fundamental à formação e à prática consciente, 
crítica e ética de todo Enfermeiro. Essa teoria se apresenta como uma possibilidade no 
cuidado à mulher no período gestacional. 
Diante dessas considerações, espero que você, dedique um pouco de seu tempo, 
à leitura de algumas considerações da Teoria do Cuidado Cultural aplicada ao que 
discutimos nesse curso. 
Ao final dessa unidade de estudos, reafirmamos que políticas e programas 
existem. No entanto, é preciso que cada um de nós, em nossa prática profissional 
garanta e exija o preconizado nessas políticas. Somente assim, poderemos respeitar 
todas as mulheres, independentemente da classe social e etnia, no contexto do ambiente 
público ou privado. Propondo-nos a avançar além dos protocolos estabelecidos e 
garantir à mulher, cidadã brasileira, uma atenção igualitária, digna, não excludente, que 
respeite a sua individualidade e suas características culturais. 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticos de Saúde. Área Técnica de Saúde da Mulher. 
Parto, aborto e puerpério: assistência humanizada à mulher. Brasília, DF, 2001. 
BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Saúde Suplementar. O modelo de atenção 
obstétrica no setor de Saúde Suplementar no Brasil: cenários e perspectivas. Rio de Janeiro, 2008. 
PROGIANTI J. M., VARGENS O. M. C. As enfermeiras obstétricas frente ao uso de tecnologias não 
invasivas de cuidado como estratégias na desmedicalização do parto. Esc Anna Nery Rev Enferm. 
2004;8(2):194-7. 
SILVA, L. R. da; CHRISTOFFEL, M. M. and SOUZA, K. V. de. História, conquistas e perspectivas no 
cuidado à mulher e à criança. Texto contexto - Enferm. [online]. v. 14, n. 4, pp. 585-593. ISSN 0104-
0707, 2005 
SINAIS E SINTOMAS DA GRAVIDEZ E AS PRINCIPAIS ORIENTAÇÕES 
Caro colega 
.1 Neste segundo encontro estudaremos os sinais e sintomas específicos da 
gravidez que podem nos auxiliar no momento do diagnóstico. No atendimento à mulher com 
suspeita de gravidez, devemos ter sempre em mente que não só a ausência da menstruação 
(amenorréia) indica gravidez. Obstetricamente, os sinais e sintomas da gravidez são 
classificados em: presuntivos, probabilidade e de certeza ou positiva. 
Destacamos os aspectos de cada um deles: 
Os sinais presuntivos1 são em grande parte subjetivos e observados pela própria mulher e 
podem ser experimentados em períodos variados, são eles: 
1. Amenorréia; 
2. Êmese gravídica2; 
Obs: Pelo menos 50% das mulheres grávidas sentem náusea e vômito precocemente na 
gravidez e isso se deve a reação sistêmica, com o aumentado do hormônio estrogênio 
1. Enjôo matinal; 
2. Fadiga; 
3. Alteração do apetite; 
4. Sialorréia (produção excessiva de saliva); 
5. Polaciúria (aumento da frequência urinária), 
6. Aumento do volume e hipersensibilidade nas mamas; 
7. Surgimento da Rede de Haller3(aumento da circulação venosa das mamas); 
8. Hiperpigmentação da aréola e de mamilos; 
9. Espessamento do tecido da aréola salientando os tubérculos de Montegomery4. 
Os sinais de propabilidade5 da gravidez são indicadores mais confiáveis que os sinais 
presuntivos e que na maioria das vezes são confirmados na presença de dois ou mais sinais, 
ocorrendo concomitantemente aumento do diagnóstico. São eles: 
 Aumento do abdome a partir do 3° mês de gravidez; 
 Alteração do tamanho, consistência e forma do útero por volta da 6a semana; 
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 Sinal de Goodell
6 positivo (amolecimento do colo do útero que acontece no período de 6 a 
8 semanas de gestação que é detectado através do toque vaginal. 
Obs: Para tirarmos a dúvida sobre esse sinal vale uma dica, a consistência do colo 
uterino da mulher não grávida se assemelha a consistência da ponta do nariz e da mulher 
grávida, se assemelha ao lobo da orelha). 
 Palpação do contorno fetal realizada pela manobra de Leopold. 
 Sinal de Chadwick
7 que se caracteriza através do aspecto violáceo das mucosas do colo, 
vulvar e vaginal, resultante de grande aumento da vascularidade. 
 O teste de gravidez - TIG (urina) e o ßHCG (sangue): positivos indicam probabilidade 
de acordo com a titulação apresentada, para descartar estados patológicos de 
degeneração do embrião (mola hidatiforme). 
Dito isso, agora vejamos os sinais de certeza ou positivos da gravidez8. São eles, três 
sinais clínicos: 
 Ausculta e contagem dos batimentos cardíacos fetais (BCF) pode ser confirmada na 
10ª e 12ª semana de idade gestacional por meio de Doopler; 
 Percepção de movimentos fetais ativos que podem ser sentidos em geral na 16ª a 20ª 
semana de idade gestacional; 
Obs: As mulheres obesas podem não perceber movimento fetal até um período mais 
adiantado da gravidez por causa do excesso de tecido adiposo abdominal. 
 Visualização do contorno esquelético fetal realizado pelo ultrassom e que pode ser 
confirmado na 8ª semana de idade gestacional. 
Voltamos a ressaltar que a primeira consulta de pré-natal é muito importante. Nela 
podemos estabelecer os parâmetros de todo o acompanhamento gestacional, como peso, 
pressão arterial, frequência cardíaca. Este é o momento ideal para rastrear fatores que 
possam colocar a mulher e seu bebê em risco. 
Dessa forma, para um cuidado de enfermagem de qualidade. Você precisa conhecer 
as características bio-psico-sócio-culturais dessa clientela:javascript:%20MM_openBrWindow('../aulas/DISC_120/NT_303/UE_1044/nt01_ue02_explicacao6.html','popup','scrollbars=yes,width=645,height=230')
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javascript:%20MM_openBrWindow('../aulas/DISC_120/NT_303/UE_1044/nt01_ue02_explicacao8.html','popup','scrollbars=yes,width=645,height=250')
Idade menor que 15 e maior que 35 anos 
Ocupação 
esforço físico, carga horária, rotatividade de 
horário, exposição a agentes físicos, 
químicos e biológicos, estresse. 
Situação conjugal instável 
Renda familiar baixa 
Escolaridade baixa (menos de 5 anos) 
Condições ambientais desfavoráveis 
Altura menor que 1,45 m 
Peso menor que 45 kg e maior que 75 kg 
Dependência de drogas lícitas ou ilícitas 
Condições psicológicas alteradas 
Você sabe, com certeza que a gestação é considerada um momento de saúde e não de 
doença. 
Portanto, a promoção da saúde e a manutenção de atividades diárias são fundamentais 
para promover um resultado ideal para a mulher e seu filho minimizando ansiedades. 
Nesse sentido, toda a equipe de enfermagem deverá assegurar que a gestante e sua 
família tenham oportunidade de perguntar sobre as mudanças fisiológicas do período 
gestacional e a saúde do futuro bebê. Além de orientar a gestante para o autocuidado, 
ensinamos também que ela identifique possíveis intercorrências. 
Portanto, considere esta como uma etapa muito importante do seu plano de cuidados. 
Como você percebeu, nesta unidade de estudos falamos de acompanhamento 
gestacional. Nesse sentido, cabe reforçarmos ainda algumas orientações gerais para todo o 
período gestacional. 
Sempre que você realizar um grupo educativo não deixe de falar sobre: 
1. Importância do pré-natal. 
2. Utilização de óleo hidratante no corpo (não aplicar nos mamilos). 
3. Banho de aspersão diário. 
4. Evitar trabalhos pesados, viagens longas e cansativas. 
5. Usar roupas folgadas, peças íntimas de algodão e sapato baixo. 
6. Contra indicar fumo e bebida alcoólica. 
7. Manter atividade sexual, desde que não haja contra-indicação. 
A seguir, as orientações às gestantes serão divididas pelos trimestres da gestação. 
Então, vamos ao trabalho? 
Lembre-se sempre de que as queixas mais frequentes no primeiro trimestre da 
gravidez são: 
Sintomas Orientações 
Desmaios e fraquezas: Podem ser originados 
por fator psicológico devido à ansiedade da 
gestação; esforço físico extenuante, ou o 
espaçar das refeições. 
Manter uma ingesta alimentar fracionada; 
evitar mudanças bruscas de posição e 
inatividade; orientar para que a gestante 
deite em decúbito lateral, e respire 
profundamente. 
Náuseas e vômitos: Ocorrência comum devido 
às modificações fisiológicas da gestante. É um 
dos primeiros desconfortos sentidos pela 
mulher. Geralmente não ultrapassam 16 
semanas de gestação. As náuseas parecem ser 
causadas pela elevação hormonal, diminuição 
da motilidade gástrica, fadiga e fatores 
emocionais. 
Comer mais vezes, porém em menor 
quantidade; evitar alimentos gordurosos, 
café, condimentos, refrigerantes; evitar 
líquidos no momento das refeições; no 
desjejum, dar preferência a alimentos 
sólidos e sem gordura, como por exemplo: 
pedaço de pão sem manteiga, biscoito de 
água e sal. 
Sialorréia (excesso de saliva): É comum no 
início da gestação e desaparecer no decorrer 
das semanas. 
Manter dieta semelhante à indicada para 
náuseas e vômitos. A gestante poderá 
deglutir saliva; tentar não cuspir 
frequentemente porque acabará provocando 
desidratação; e aumentar a ingesta hídrica 
em pequenas quantidades e a intervalos 
curtos. 
Pirose: É o refluxo do conteúdo gástrico no 
esôfago. Este sintoma causa na gestante 
sensação de queimação na direção do esterno 
ou na parte inferior do peito. 
Fracionar a dieta, comer mais vezes em 
menor quantidade; evitar frituras, café, 
condimentos, alimentos que fermentem 
como feijão, couve-flor, batata-doce; 
orientar para que a gestante fique 30 
minutos sentada após as refeições aliviando 
a irritação do esôfago. 
Constipação e flatulência: A constipação é 
devida à diminuição do peristaltismo intestinal, 
com consequente aumento da absorção de água 
nas fezes tornando-as duras e ressecadas. A 
presença do bolo fecal no intestino permitirá a 
ação de bactérias fazendo com que haja 
liberação de gazes. 
Comer alimentos laxantes e com resíduos 
(laranja com bagaço, mamão, ameixa preta, 
verduras, farelo de trigo com moderação, 
pois depletam ferro); aumentar a ingesta 
hídrica; e estimular a deambulação. 
Sensibilidade nas mamas: No início da 
gravidez os mamilos e os seios por 
aumentarem gradativamente ficam mais 
sensíveis ao se tocarem na roupa. 
Descartar qualquer anormalidade no exame 
das mamas; utilizar sutiã constantemente, 
de algodão, com boa sustentação e de alças 
largas. 
Estrias: São as quebras das fibras elásticas da 
pele, quando distendidas pelo aumento do 
abdome e do peso. Nas adolescentes é comum 
terem essas estrias abdominais. A musculatura 
nessa idade não está fortificada o suficiente 
para aguentar uma distensão de até 40 cm. As 
estrias novas são vermelhas, chamadas rubras e 
as estrias antigas são brancas, as nacaradas. 
Passar diariamente loção hidratante no 
corpo, como o óleo de amêndoas doce; 
evitar pegar sol nas horas de intensa 
radiação ultravioleta e não coçar a pele. 
Polaciúria ou Incontinência urinária: A 
pressão do útero em crescimento sobre a 
bexiga causa aumento da frequência e da 
urgência urinária. Esse incômodo aparece no 
início e no final da gestação, quando o feto 
desce pressionando a bexiga. Como o 
hormônio progesterona relaxa a musculatura 
lisa do sistema urinário, a chance de infecção é 
maior. 
Incentivar o aumento da ingesta hídrica e 
preferir a lavagem externa ao uso do papel 
higiênico. 
Moysés Paciornick, renomado obstetra brasileiro, em seus estudos com populações 
indígenas no Paraná e no Paraguai, constatou que as mulheres que costumam se exercitar 
frequentemente durante a gravidez e realizam exercícios de acocoramento, dão à luz com 
menos riscos de lesões perineais, menor ocorrência de cistocele e prevenção de incontinência 
urinária futura. 
Estude agora, um pouco mais e faça suas anotações sobre essa afirmação: 
http://www.parana-online.com.br/canal/vida-e-saude/news/147158/
Os exercícios de cócoras proporcionam benefícios: fazem com que o assoalho pélvico 
abra sob tensão e fortaleça a musculatura. A pressão da vagina aumenta, melhora o 
desempenho sexual e combate a constipação. 
Valeu a leitura? Penso que sim. Mas quantas interrogações, não? 
Agora, respire fundo. Vamos continuar com outras informações. Prontos? 
Estudos recentes sobre o sexo na gravidez concluem que do ponto de vista feminino, o 
prazer aumenta neste período. O desconforto físico da mulher deve ser resolvido com carinho e 
imaginação do casal. O sexo criativo não depende apenas da penetração. Seja de que maneira 
for é aconselhável o uso de camisinha na gravidez para proteção contra doenças sexualmente 
transmissíveis. 
Precisamos lembrar a gestante que o pênis não irá machucar o bebê. Informá-la que na 
penetração a vagina se alonga, suas paredes se estreitam e o útero se eleva. Em momento 
algum o bebê, que é protegido pelo líquido amniótico, entra em contato com o pênis que se 
dirige para colo do útero, a vagina fica semelhante ao que popularmente se diz: “um beco sem 
saída”. .1 
Vamos tratar agora do segundo trimestre da gravidez e nesse período, deveremos 
orientar a mulher sobre: 
Sintomas Orientações 
Edema de membros inferiores: Resultante da 
pressão do útero sobre a veia cava inferior, o edema 
dificulta o retorno venoso da parte inferior do corpo. 
É considerado como ocorrência fisiológica e deve ser 
monitorada a cada consulta. 
Elevar os membros inferioressempre 
que sentar; não ficar muito tempo 
parada em pé; e caminhar 
frequentemente. 
Veias varicosas: Ocorrem mais frequentemente em 
multíparas. Ao exame ginecológico deve-se observar 
se existem varizes nas regiões vulvar e inguinal. 
Elevar membros inferiores; usar 
roupas e calcinhas folgadas; controlar 
o aumento do peso e utilizar meias 
elásticas indicadas para gestantes. 
Observar sinais de pré-eclâmpsia9: Identificar nas 
consultas e pelas queixas da mulher o aumento do 
peso abrupto, cefaléia, hipertensão arterial (acima 
130 x 90 mmHg), edema e proteinúria. 
Orientar quanto à realização de uma 
dieta hipossódica e hipoprotéica, 
repouso e encaminhar a gestante para 
a consulta de pré-natal de alto risco. 
http://www.e-familynet.com/pages.php/PT/000/sexogra.htm
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No terceiro e último trimestre de gestação, a ansiedade da gestante é grande, pois 
está chegando o momento do nascimento. 
Então, devemos orientar a mulher sobre: 
Sintomas Orientações 
Lombalgia
10: O útero em crescimento altera o 
centro de gravidade da mulher e, por 
conseguinte, facilita o desequilíbrio e a fadiga 
muscular. 
Indicar exercícios com correção da 
postura; e utilizar sapatos de salto baixo. 
Secreção vaginal: É comum a gestante 
apresentar aumento da secreção vaginal, é a 
natureza se preparando para parir. 
Banho comum, higiene externa após 
micção ou evacuação, a fim de evitar 
infecção urinária e acúmulo nos pelos 
pubianos 
É indispensável fazer com que as mulheres compreendam os desconfortos ou distúrbios 
durante o período. Isto vai ajudá-la a conhecer mais o seu corpo, modificado pela gestação e 
compartilhar seus sentimentos com a equipe de enfermagem, já que gestar é uma vivência 
infinitamente profunda e transformadora na vida da mulher. 
Pense nisso e veja o valor da atuação da enfermagem. Portanto, seja um profissional 
compreensivo, amigo e atencioso! 
Para finalizar, ressaltamos que a gravidez é uma etapa muito especial da vida humana e 
que envolve a mulher, o homem, a família e a sociedade. Portanto, não é um evento isolado. 
A maneira como a gestante é orientada e acolhida pela equipe de saúde com a 
possibilidade de escuta sensível, com diálogo franco e sem julgamentos, fará com que ela fique 
mais confiante. 
Lembre-se disso sempre que orientar uma gestante quer seja no consultório de pré-
natal, ou durante uma visita domiciliar. 
Precisamos ter conhecimento e certeza desses argumentos. Por isso, aprimore seus 
estudos, revendo as referências que fundamentam essa unidade de estudos, assim como os 
links indicados. 
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Na próxima unidade falaremos do passo-a-passo do exame físico obstétrico e do cálculo 
da data provável do parto utilizando a regra de Nagele. 
Certamente nos encontraremos. Até lá! 
CONSULTA DE PRÉ-NATAL E AS ATRIBUIÇÕES DA ENFERMEIRA 
Caro colega 
.1 Nesta Unidade de Estudo discutiremos as crenças culturais que envolvem a 
maternidade, as atribuições da enfermeira no acompanhamento gestacional e recordaremos 
quais equipamentos compõem o ambiente do consultório de pré-natal. 
Podemos perceber, por meio do acompanhamento das mulheres nas consultas de pré-
natal, que o processo da gravidez está revestido por mitos, ritos e desejos que podem 
influenciar o modo como à família planeja ou reage à gestação. 
Recebemos gestantes de culturas diferentes de vários recantos do nosso país, ou até de 
outros países. Somos de um país de grande diversidade cultural, e sendo assim, precisamos 
reconhecer os ritos, mitos, crenças, e modos de vida da mulher gestante e de sua família, para 
que possamos planejar o nosso cuidado coerente com a realidade de cada cliente. 
Gostaríamos de falar sobre algumas curiosidades relacionadas à gravidez. 
Veja só: 
Os países asiáticos consideram a gravidez como um processo natural e que traz 
felicidade para os seus ancestrais. Sabe-se que as mulheres árabes em sua grande maioria, 
não realizam acompanhamento pré-natal e que jejuam durante o período gestacional para 
poderem gerar um filho homem. 
Curioso, não? 
Em nosso país, algumas mulheres durante toda a gestação não se alimentam de carne 
suína por acreditarem que fazem mal ao feto, e outras não mantêm relação sexual por medo de 
machucarem seus bebês. Esses pequenos exemplos nos mostram que é preciso conhecer os 
modos de vida de cada mulher por nós acompanhada. 
Em relação à aceitação da gravidez, podemos nos deparar durante o nosso atendimento 
com algumas mulheres que foram criadas para serem mães e que veem a concepção como um 
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resultado natural e desejado. Procuram imediatamente assistência e iniciam seu pré-natal, tão 
logo, desconfiam da gravidez. 
Atualmente, com mais acesso à educação formal e à formação profissional, as mulheres 
passam a ocupar o espaço público, mantendo a responsabilidade da criação dos filhos. Nesse 
sentido, a maternidade se torna uma escolha reflexiva, possibilitada pela contracepção (e 
concepção) moderna como esclarece Lúcia Scavoene (2001) no artigo Maternidade: transformações 
na família e nas relações de gênero. 
Viu como é interessante conhecer a maternidade ao longo dos anos? 
Entretanto, chamamos a sua atenção para o momento atual em que é alto o índice de 
gravidez na adolescência. Ela advém, geralmente, de um resultado inesperado do início da 
vida sexual, o que pode ocasionar retardo no acompanhamento pré-natal, decorrente da 
tentativa da adolescente esconder a gestação, e assim eleva os riscos maternos e fetais. .1 
Entendemos a gravidez como um acontecimento universal, que deve ser pautada na 
abordagem integral à saúde da mulher. Portanto, é preciso conhecer seu contexto familiar e 
social, para obtermos êxito no processo de acompanhamento. 
O Ministério da Saúde (MS) mantém a oferta de consultas pré-natal pelo Sistema Único 
de Saúde (SUS), com uma tendência de aumento progressivo às consultas. Registrou-se em 
1998 um crescimento de 75% em relação ao ano de 1997, totalizando 7,6 milhões de consultas. 
No entanto, nem todas as gestantes conseguem realizar a meta de seis consultas ao 
longo do pré-natal, apesar do esforço conjunto entre estados e municípios. E, infelizmente, 
quando conseguem, muitas vezes não obtém um acompanhamento de qualidade. 
Então, qual é a finalidade da assistência ao pré-natal? 
Acolher à mulher e sua família desde o início da gravidez; captar gestantes não inscritas no pré-
natal, reduzir faltosas ao pré-natal, especialmente as de alto risco, acompanhar a evolução da gestação, 
desenvolver trabalho educativo com a gestante e seu grupo familiar. (MS, 2000). 
Você já sabia isso, não? 
Entretanto, vários estudos apontam que, apesar de as gestantes realizarem no mínimo 
seis consultas preconizadas pelo MS, ainda existem falhas do próprio sistema o que provoca a 
http://www.interface.org.br/revista8/ensaio3.pdf
http://www.interface.org.br/revista8/ensaio3.pdf
http://www.invivo.fiocruz.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=57&sid=5
elevação dos índices de mortalidade materna e perinatal no Brasil. Isto ocorre quando 
precisamos referenciar uma gestante para um serviço especializado, quando diagnosticada a 
doença hipertensiva específica da gravidez (DHEG) e não encontra ACOLHIMENTO em outros 
serviços de pré-natal de alto risco. 
Você já deve ter lido, em manchetes de vários jornais, reportagens sobre a 
peregrinação das mulheres na ocasião da assistência obstétrica,principalmente para 
realizarem consultas de pré-natal e momento do parto. Certo? 
Para saber mais sobre o assunto, leia o artigo Avaliação da peregrinação anteparto numa 
amostra de puérperas no Município do Rio de Janeiro, Brasil, 1999/2001. 
Pensando nesta peregrinação, e com vistas à melhoria e humanização da assistência no 
período gravídico-puerperal, o MS se esforça para cumprir um adequado acompanhamento no 
pré-natal, parto e puerpério. É de responsabilidade dos serviços de saúde receber com 
dignidade e respeito a mulher e o recém-nascido e a adoção de práticas humanizadas e 
seguras. Isto implica na organização das rotinas, dos procedimentos, da estrutura física, 
bem como a incorporação de condutas acolhedoras e não intervencionistas. 
Portanto, a qualidade dessa atenção se refletirá na redução das elevadas taxas de 
mortalidade materna e neonatal. 
Sabemos que vários estados e municípios do nosso país trabalham para diminuir os 
índices de mortalidade materna. Podemos destacar o Estado do Paraná no combate a 
mortalidade materna. 
Clique aqui para conhecer o trabalho desenvolvido pelo Comitê de 
Prevenção da Mortalidade Materna do Paraná que foi premiado na 1ª 
EXPOEPI - Mostra Nacional de Experiências Bem Sucedidas em 
Epidemiologia, Prevenção e Controle de Doenças. 
Vamos adiante com o nosso estudo. 
http://www.scielo.br/pdf/csp/v22n3/10.pdf
http://www.scielo.br/pdf/csp/v22n3/10.pdf
http://200.189.113.52/vigiepi/boletim/Boletim_especial/materna.htm
Chamamos sua atenção para as situações que pode encontrar no atendimento a 
mulher. 
Risco é a probabilidade de ocorrência de um resultado desfavorável, de um dano ou de 
um fenômeno indesejado. Dessa forma estima-se o risco ou a probabilidade de que uma 
doença exista, através dos coeficientes de incidência e prevalência (Centro Latino Americano 
de Perinatologia e Desenvolvimento). 
Fator de risco é toda característica ou circunstância que acompanha um aumento de 
probabilidade de ocorrência do fato indesejado, sem que o dito fato tenha que intervir 
necessariamente em sua causalidade. 
O Ministério da Saúde, no Manual Técnico de Gestação de Alto Risco salienta que 
devemos ter muito cuidado ao definir fator de risco que é um dano à saúde, uma vez que, 
algumas características podem aplicar-se a ambos os casos. Os fatores de risco podem ser 
tanto indicadores de risco como causas de dano à saúde. Por sua vez, os fatores de risco 
podem ser aqueles que caracterizam o indivíduo, a família, o grupo, a comunidade ou o 
ambiente. (MS, 2001). 
Sendo assim, é importante que você tenha em seu acervo de estudo o 
manual Gestante de alto risco, disponível em nossa biblioteca virtual. 
A Organização Mundial de Saúde (1996) mostra que a avaliação de risco não é uma 
medida a ser utilizada uma única vez, mas um procedimento contínuo ao longo da gestação e 
do trabalho de parto. A qualquer momento, complicações precoces podem se tornar aparentes, 
induzindo a decisão de encaminhar a mãe a um nível de assistência mais adequado. 
Esta visão do processo saúde-doença nas gestantes é denominada enfoque de risco e 
se fundamenta no fato de que nem todos os indivíduos têm a mesma probabilidade de adoecer 
ou de morrer, mas que essa probabilidade é maior para uns do que para outros. 
Portanto, a adesão das mulheres ao pré-natal está relacionada com a qualidade da 
assistência prestada pelo serviço e pelos profissionais de saúde, o que, em última análise, será 
essencial para a redução dos elevados índices de mortalidade materna e perinatal encontrados 
no Brasil. 
http://www.jornadaead.com.br/complemento/anexos/biblioteca-mulher-ciclo.html
Costumo dizer que a atuação da Enfermagem na Consulta de Pré-Natal envolve três 
“quereres”. 
O primeiro querer vem da própria gestante, quando reconhece a importância do 
acompanhamento na consulta de pré-natal, para que, juntos, possamos identificar as 
“anormalidades” no transcurso da prenhez. 
O segundo querer são as Instituições de Atendimento que deverão manter, em seu 
quadro recursos humanos qualificados e materiais mínimos, para garantir as consultas de pré-
natal e oportunizar os exames laboratoriais e complementares. 
Você deve estar se perguntando e o terceiro querer? Este é primordial, o 
compromisso do profissional de saúde. 
Posso garantir que as enfermeiras e equipe de enfermagem que acompanham às 
gestantes conseguem fazer a diferença no cuidado e, isso se deve a nossa formação, 
baseada nos preceitos humanistas. 
Vale lembrar, agora, que a atenção à saúde no período gestacional não se restringe à 
consulta de pré-natal e, portanto, não devemos reduzir à mulher aos aspectos biológicos. É 
preciso envolvimento, empatia, compromisso, disponibilidade e respeito para 
entendermos como a mulher está se adaptando a esta nova fase de sua vida, com um olhar 
para as dimensões sociais e culturais. 
A gravidez é um evento social que envolve vários atores. É um momento especial na 
vida da mulher, de seu parceiro e da família. A gestação constitui-se numa experiência humana 
das mais belas e, se bem acompanhada, se torna a realização de um sonho para a maioria das 
mulheres. Se o processo de gestar e parir fosse um filme, os atores principais seriam a mulher 
e o feto/recém-nascido, pois o foco deve ser direcionado ao cliente receptor do cuidado. E, 
poderíamos dizer que os profissionais seriam os atores coadjuvantes, como você pode ler em 
Silva & Santos (2006). 
Antes de começarmos a falar do ciclo gravídico, é preciso ressaltar que o profissional de 
saúde deve gostar de trabalhar na área da saúde sexual e reprodutiva, esteja motivado, tenha 
envolvimento com a comunidade em que trabalha. Em especial, os profissionais que cuidam de 
mulheres, não podem esquecer que: 
 Cada mulher possui a sua história de vida e é no pré-natal que terá a oportunidade de 
trocar experiências com outras mulheres na mesma condição. Poderão também contar 
com a ajuda de profissionais que as acompanharão durante todo o período. 
 A primeira consulta da gestante é marcante, principalmente quando é a sua primeira 
gestação, afinal de contas ela nunca passou por essa experiência. 
 O desconhecido para a mulher pode levar a ansiedade, medo e tensão. 
 Deve-se proporcionar neste primeiro encontro um ambiente agradável, onde o 
profissional que a atenda seja cordial, trate-a com respeito e dignidade. 
 Em nenhum momento devemos desvalorizar qualquer dúvida da mulher, embora pareça 
elementar para nós que a atendemos. 
 A dúvida faz crescer fantasias que comprometem o seu bem estar, bem como o do feto. 
Lembre-se de que a comunicação é um instrumento poderoso para a enfermagem, por 
isso é fundamental dialogar com a gestante. Saber seu nível de escolaridade, se sabe ler, se 
conhece os termos técnicos que você utiliza e se compreende o que você fala e vice-versa. 
Pense bem nisto! 
Por isso, chamamos a atenção para esses aspectos fundamentais. Na prática, o que 
constatamos é que por medo de levar um “fora” do profissional de saúde, a gestante não 
esclarece as suas dúvidas e vai obter informações com outras pessoas, nem sempre prontas a 
responder, o que gera um conflito de informações e novas indagações. 
Não se esqueça também que na primeira consulta de enfermagem do pré-natal, 
devemos convidar o companheiro, para falar da importância da interação afetiva e da 
responsabilidade do casal com o futuro bebê, motivando-o a comparecer sempre as consultas. 
Mas, o que a enfermagem faz no primeiro contato com a gestante? 
 Orienta as mulheres sobre o acompanhamento gestacional, os cuidados com o corpo e a 
importância dos exames laboratoriais. 
 Verifica o peso e a altura antes de cada consulta. 
 Verifica a pressão arterial. 
 Anota os dados no cartão da gestante. 
 Fornece medicação prescrita mediante a receita da enfermeira (Lei do Exercício 
Profissional no 7498/86) ou do médico. 
 Aplica a vacina antitetânica.Participa das atividades educativas desenvolvidas por médicos e/ou enfermeiras. 
Diante desses procedimentos, quais são as atribuições da enfermeira na consulta de 
pré-natal? 
 Acompanhamento da gestação de baixo risco. 
 Solicitação de exames laboratoriais mínimos preconizados pela Instituição/Ministério da 
Saúde. 
 Realização da coleta do exame preventivo (Papanicolaou). 
 Prescrição do tratamento necessário conforme protocolo da Instituição de Saúde a qual 
esta vinculada. 
 Organização das atividades
1 com grupos de gestantes. 
É necessário ressaltar, ainda, a importância do ambiente do consultório de pré-natal. 
Mas, finalmente, o que é necessário para se desenvolver um pré-natal de qualidade? 
1. Recursos humanos que possam acompanhar as gestantes segundo os princípios 
técnicos e filosóficos da assistência integral à saúde da mulher, no seu contexto familiar 
e social. 
2. Área física adequada com condições de higiene, aeração e que possibilite a privacidade 
durante os exames clínico gineco-obstétrico. 
3. Equipamento e Instrumental mínimo. 
1. Mesa e cadeira para entrevista 
2. Mesa ginecológica 
3. Escada de dois degraus 
4. Foco de luz 
5. Balança para adulto (peso/altura) 
6. Aparelho de pressão completo 
7. Estetoscópio de Pinard e/ou Sonar Doppler 
8. Fita métrica flexível e inelástica 
9. Espéculos 
10. Pinça de Cheron 
11. Material para exame colocitológico 
12. Gestograma ou disco obstétrico 
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4. Apoio laboratorial para garantir a realização dos seguintes exames: dosagem de 
hemoglobina (Hb), grupo sanguíneo e fator RH, teste de Coombs indireto2, sorologia para 
sífilis (VDRL), glicemia de jejum, exame sumário de urina, urocultura com antibiograma, 
exame parasitológico de fezes, colpocitologia oncótica, bacterioscopia do conteúdo 
vaginal, teste anti-HIV. 
Falaremos de cada exame em outra unidade de estudo. 
5. Instrumento de registro que visa permitir o acompanhamento sistematizado da 
evolução da gravidez, parto e puerpério, utilizando os instrumentos: 
1. Cartão/Agenda da gestante – Deve conter os principais dados de 
acompanhamento da gestação. Deverá ficar sempre com a gestante. 
2. Ficha perinatal – Instrumento de coleta de dados para uso dos profissionais de 
saúde, contendo os dados da gestante, do recém-nascido e puerpério. Deverá 
ficar no prontuário da gestante. 
3. Mapa de registro diário – Instrumento de avaliação das ações de assistência 
pré-natal. Deve conter as informações mínimas necessárias de cada consulta 
prestada. 
4. Medicamentos essenciais: antiácidos, sulfato ferroso, ácido fólico, supositório de 
glicerina, analgésicos, antibióticos e cremes vaginais. 
5. Avaliação permanente da assistência pré-natal que visa a identificar problemas 
de saúde da população alvo, bem como o desempenho do serviço. São 
construídos indicadores por meio dos dados obtidos na ficha perinatal, mapas de 
registro diário e sistema de estatística de saúde do Estado. 
Caro colega, você encontra aqui a agenda e o cartão da gestante que o MS disponibiliza 
para as Unidades Básicas de Saúde e Maternidades. Veja-os com atenção. 
Terminamos aqui nossa terceira unidade de estudos desse Núcleo Temático. Nosso 
próximo encontro tratará dos sinais e sintomas específicos da gravidez e das principais 
orientações que devemos fornecer à mulher em cada trimestre gestacional. Até lá! 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Assistência pré-natal: normas e 
javascript:%20MM_openBrWindow('../aulas/DISC_120/NT_303/UE_1045/nt01_ue03_explicacao02.htm','popup','scrollbars=yes,width=645,height=500')
http://www.ibaconline.com.br/jornada/pdf/agenda-gestante.pdf
http://www.ibaconline.com.br/jornada/pdf/cartao-gestante.pdf
manuais técnicos - Janine Schirmer et al: Brasília, DF, 2000. 
BRASIL. Ministério da Saúde. Gestante de alto risco: sistemas estaduais de referência hospitalar à 
gestante de alto risco – Brasília, DF, 2001. 
MENEZES, et alli Avaliação da peregrinação anteparto numa amostra de puérperas no Município 
do Rio de Janeiro. Brasil, 1999/2001. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 2006. 
SCAVONE, L. Maternidade: transformações na família e nas relações de gênero. Interface - 
Comunicão, Saúde, Educ, v.5, n.8, p.47-60, 2001. 
SILVA, LR & SANTOS, IMM. O Corpo do Pré-Natal: Cuidando da Gestante. In: FIGUEIREDO, Nebia 
Maria Almeida. Ensinando a cuidar da mulher, do homem e do recém nascido – Práticas de 
Enfermagem. São Caetano do Sul. SP: Yendis, 2006. 
PASSO-A-PASSO DO EXAME FÍSICO OBSTÉTRICO 
Caro colega 
Conforme discutimos na unidade de estudos anterior, o exame físico obstétrico, inclui a 
avaliação do bem-estar materno-fetal e deverá ser realizado desde a primeira consulta do pré-
natal, quando a mulher retornar a unidade Básica de Saúde para o acompanhamento de sua 
saúde e de seu recém-nascido. .1 
Como sabemos, a primeira consulta de pré-natal, estabelece os parâmetros de todo o 
acompanhamento gestacional como peso, pressão arterial, frequência cardíaca e é, 
principalmente, um modelo ideal para rastrear fatores que possam colocar a mulher e seu 
filho em risco. 
Vamos, inicialmente conhecer esses fatores em suas características bio-psico-sócio-
culturais: 
Idade menor que 15 e maior que 35 anos. 
Ocupação 
esforço físico, carga horária, rotatividade 
de horário, exposição e agentes físicos, 
químicos e biológicos, e estresse. 
Situação conjugal instável. 
Renda familiar baixa. 
Baixa escolaridade menos de 5 anos de estudo. 
Condições ambientais desfavoráveis. 
Altura menor que 1,45m. 
Peso menor que 45 kg e maior que 75 kg. 
Dependência tabagismo, etilismo ou drogas. 
Condições psicológicas alteradas. 
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Neste momento, você deve reconhecer o valor do histórico da mulher gestante porque 
ele inclui questões relacionadas ao motivo que a levou a procurar a assistência, tais como: a 
história clínica-cirúrgica e pessoal como cardiopatias, pneumopatias, nefropatias, 
endocrinopatias, hipertensão arterial, doenças auto-imunes, entre outras, que podem recorrer 
ou exacerbar durante a gestação. 
Vale recordar que o enfermeiro acompanha as gestantes de baixo risco. 
É importante salientar que todas essas questões têm como objetivo a detecção precoce 
e a prevenção de problemas que possam ocorrer durante a gravidez. No entanto, há 
diferentes motivos que levam a mulher a procurar a assistência, sendo o mais frequente, a 
queixa de amenorréia. Geralmente, as mulheres informam a data da última menstruação, 
que chamamos de DUM. 
É durante a consulta de pré-natal que investigamos a ocorrência de sinais presuntivos 
ou de probabilidade de gravidez, conforme discutimos na UE 2, lembra-se? 
Falando de DUM, várias são as formas de se calcular a data provável do parto (DPP). 
Vamos recordar? 
A gestação do ser humano dura cerca de 40 semanas ou 280 dias. Para o cálculo da 
DPP, podemos utilizar a Regra de Nagele, o calendário ou o gestograma1 (disco obstétrico), 
tendo sempre como base a data do primeiro dia da última menstruação. Esta data é a 
referência para todas as formas de cálculos da DPP. 
Quando utilizamos a Regra de Nagele, somamos 7 (sete) dias ao primeiro dia da última 
menstruação e adicionaremos 9 (nove) meses, ou diminuiremos 3 (três) meses ao mês em que 
ocorreu a última menstruação, atentando para adequação do ano. Este cálculo pode ser usado 
com confiança, quando a mulher sabe a data de sua última menstruação. 
Veja o exemplo: 
DUM = 13 de setembro de 2009 
13 + 7 (sete) dias = 20 de setembro 
20 de setembro + 9 (nove) meses = DPP: 20 de junho de 2010 
javascript:%20MM_openBrWindow('../aulas/DISC_120/NT_303/UE_1046/nt01_ue04_explicacao1.html','popup','scrollbars=yes,width=645,height=230')ou 
20 de setembro – 3 (três) meses = DPP: 20 de junho de 2010 
Nossa prática mostra que, muitas vezes, as mulheres não se recordam da data do 
primeiro dia da última menstruação, mas se lembram do mês e, sendo assim, poderemos tomar 
como base o período menstrual foi no início, no meio ou no fim do mês para fazer o cálculo da 
DPP. Nesses casos, consideramos como data da última menstruação, os dias 5, 15 ou 25, 
respectivamente. 
Cabe ressaltar, que é importante estimar a DPP e caso a mulher não se recorde nem do 
dia, nem do mês da DUM, faremos a mensuração da altura uterina para se obter a idade 
gestacional aproximada, que poderá ser confirmada por uma ultrassonografia obstétrica. 
Você deve estar se perguntando: por que é tão importante saber a idade gestacional, 
não é mesmo? 
É importante saber a idade gestacional, pois é através dela que identificamos em qual 
trimestre gestacional a gestante se encontra. 
Trimestre Idade gestacional 
1° inferior a 13 semanas 
2° entre 14 e 27 semanas 
3° acima de 28 semanas 
Cientes dessas informações, devemos atentar para os seguintes fatores de risco: 
 Morte perinatal explicada e inexplicada. 
 Crescimento retardado, pré-termo ou malformação do recém-nascido. 
 Abortamento habitual. 
 Esterilidade ou infertilidade. 
 Intervalo interpartal menor que 2 anos ou maior que 5 anos. 
 Nuliparidade
2 e multiparidade3. 
 Síndromes hemorrágica ou hipertensiva. 
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 Cirurgia uterina anterior. 
Atenção! 
Ainda estamos na primeira etapa da consulta e, só após colher a história obstétrica 
pregressa e atual, podemos iniciar o exame físico na gestante, com a verificação dos sinais 
vitais (pressão arterial, pulso, respiração e temperatura) e a avaliação do peso e altura. 
Veja bem! 
Seguir esses passos garante uma boa segurança ao atendimento profissional. 
Agora, destacamos o cuidado com a mensuração dos níveis pressóricos. Sua 
finalidade é detectar precocemente estados hipertensivos que constituam risco materno e 
perinatal. Nesse sentido, é necessária a verificação da pressão arterial da gestante a cada 
consulta, pois se houver um aumento de 30 mmHg ou mais na pressão sistólica (máxima) 
e/ou 15 mmHg ou mais na pressão diastólica (mínima), em relação aos níveis previamente 
conhecidos, devemos fazer um novo agendamento, com intervalo de 7 (sete) dias para a 
próxima consulta. 
Vale ressaltar que, caso os níveis pressóricos se mantenham aumentados, acima de 
140 x 90 mmHg, devemos referenciar a gestante para a consulta de pré-natal com o médico 
obstetra. 
Destacamos que algumas orientações deverão ser oferecidas à gestante, como 
estratégias para diminuir ou evitar um aumento dos níveis pressóricos, tais como: diminuir a 
ingesta de sal; e a adoção da prática de exercícios aeróbicos, como as caminhadas. 
Ao se falar no exame obstétrico, propriamente dito, cabe lembrar que os índices de 
mortalidade materna têm caído lentamente no Brasil e, certamente, o que tem feito essa 
diferença é um bom acompanhamento no pré-natal. 
Ciente dessa realidade, o MS vem adotando uma série de medidas que visam à 
melhoria da qualidade da atenção à saúde da mulher, incluindo a atenção obstétrica. 
O MS ao rever o Manual do Comitê de Mortalidade Materna teve como objetivo 
instrumentalizar instituições governamentais e da sociedade para que os profissionais 
envolvidos no cuidado à gestante exerçam um importante papel de controle social, a fim de 
identificar a magnitude da mortalidade materna, suas causas e os fatores que a determinam, e 
assim, propor medidas que previnam a ocorrência de novas mortes. 
Diante dessa informação podemos refletir acerca da importância de buscar uma melhora 
das informações sobre o óbito materno que nos permitem avaliar os resultados da assistência 
prestada às gestantes. 
Em relação ao exame físico obstétrico, em todas as consultas de pré-natal, devemos: 
mensurar a altura uterina, realizar a Manobra de Leopold4, aferir os batimentos cardíacos fetais, 
verificar o peso da gestante e avaliar a presença de edemas. 
Vamos recordar agora as etapas da mensuração da altura uterina? 
A mensuração da altura uterina tem a finalidade de identificar o crescimento normal do 
feto, detectar seus desvios e diagnosticar as causas do desvio de crescimento fetal encontrado. 
Para proceder à mensuração, devemos: 
1. Posicionar a gestante em decúbito dorsal, com o abdome descoberto. 
2. Delimitar a borda superior da sínfise púbica e do fundo uterino. 
3. Fixar a extremidade inicial da fita métrica inelástica (0 cm) na borda superior da sínfise 
púbica e deslizar a mesma entre os dedos indicador e médio do examinador. 
4. Proceder à leitura quando a borda cubital da mão atingir o fundo uterino. 
5. Anotar a medida em centímetros, na ficha perinatal e no cartão da gestante. 
Fique atento, pois essas etapas garantem uma mensuração correta. Deve-se pensar 
em erro de medida quando ocorrer queda ou elevação abrupta na curva de crescimento que 
vinha evoluindo normalmente. 
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Como realizar a Manobra de Leopold 
A Manobra de Leopold tem por finalidade a identificação da situação5 e a apresentação fetal6 
por meio de palpação obstétrica. É realizada em quatro tempos consecutivos e procura localizar 
os pólos cefálico, pélvico e o dorso fetal. 
O instrumento para a realização dessa manobra é a mão do examinador. Ela deverá 
estar aquecida, relaxada e sensível ao tocar o abdome da gestante. 
 A primeira manobra determina a altura do útero e a sua relação com os pontos de 
referência no abdome materno: sínfise púbica, cicatriz umbilical e rebordos costais. 
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 A segunda manobra realiza o diagnóstico da posição fetal em: longitudinal (a mais 
comum), oblíqua e transversa. 
 
 A terceira manobra realiza o diagnóstico da apresentação fetal que é o pólo fetal (cefálico 
ou pélvico). 
Atenção: a situação transversa e a apresentação pélvica em final de gestação podem 
significar risco no parto. Nesses casos devemos referir a gestante para parto hospitalar. 
 
 
 
 
 
 
 
 A quarta manobra determina a altura do pólo cefálico e o seu grau de flexão e deflexão. 
 
Após a realização da Manobra de Leopold, verificamos os Batimentos Cárdio-Fetais 
(BCF). 
A verificação dos batimentos cárdiofetais tem por finalidade a constatação em cada 
consulta do ritmo, frequência e a normalidade dos batimentos cárdiofetais. É considerada uma 
frequência de BCF normal entre 120 a 160 bpm. 
Para realizar essa verificação, é preciso: 
1. posicionar a gestante em decúbito dorsal, com o abdome descoberto; 
2. identificar o dorso fetal; 
3. perguntar à gestante em qual lado ela sente mais os movimentos fetais (esse 
questionamento é válido para abdome que não possui uma palpação precisa), o dorso 
fetal está do lado oposto ao indicado pela gestante; 
4. segurar o estetoscópio de Pinard pelo tubo, encostando a extremidade de abertura mais 
ampla no local previamente identificado como correspondente ao dorso fetal; 
5. encostar o pavilhão da orelha na outra extremidade do estetoscópio; 
6. fazer com a cabeça uma leve pressão sobre o estetoscópio e só entãoretirar a mão que 
segura o tubo; 
7. procurar o melhor foco para a ausculta dos BCF; 
8. controlar o pulso da gestante, para certificar-se que os batimentos ouvidos são os fetais 
com relógio de ponteiro de segundo; 
9. contar o BCF em 1 minuto, observando frequência e ritmo; 
10. registrar os BCF na ficha perinatal e no cartão da gestante. 
Em alguns consultórios de pré-natal, além do estetoscópio de Pinard, encontramos o 
Sonar Doppler. Ao utilizá-lo, o enfermeiro deverá ter em mãos um gel condutor e seguir os 
mesmos procedimentos de localização do dorso fetal para aferir os BCF. 
Vale ressaltar que, uma contração uterina, ou uma movimentação fetal, ou algum 
estímulo mecânico sobre o útero podem levar a um aumento transitório dos BCF e isto é sinal 
de boa vitalidade. Já uma desaceleração ou não-alteração dos BCF após estímulos a que nos 
referimos acima, é sinal de alerta. Nesses casos, devemos referenciar a gestante para um nível 
de maior complexidade para realizar um exame de ultra-sonografia e/ou cardiotocografia. 
Passaremos agora, a discutir um pouco sobre a importância da verificação de edemas 
na gestante. 
Essa verificação tem por finalidade detectar a ocorrência de edemas patológicos. 
Para tal, devemos: 
1. posicionar a gestante em decúbito dorsal ou sentada, sem meias; 
2. pressionar a pele na altura do tornozelo (região perimaleolar) e na perna no nível do 
terço médio, face anterior (região pré-tibial); 
3. para avaliar a região sacra, posicionar a gestante em decúbito lateral ou sentada; 
4. pressionar a pele, por alguns segundos, na região sacra com o dedo polegar. 
Ao constatar edema de tornozelo, sem hipertensão ou aumento súbito associado, 
devemos verificar se este edema não está relacionado à postura, final do dia, temperatura ou 
ao tipo de calçado utilizado pela gestante. 
Cabe lembrar que, edema limitado aos membros inferiores com hipertensão ou aumento 
de peso requer encaminhamento dessa gestante para avaliação médica, sempre com a 
orientação de que ela faça repouso em decúbito lateral esquerdo, que promove a 
descompressão da veia cava. 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Cardiotocografia
Na avaliação do peso da gestante, devemos: 
1. pesar a gestante em cada consulta em balança pesa-adulto tarada; 
2. anotar no cartão da gestante os dados obtidos; 
3. avaliar o peso anterior, observando que o peso a ser ganho durante toda a gestação não 
deve ultrapassar a faixa de 7,5 a 11 Kg; 
Lembre-se sempre de que gestantes adolescentes (menores de 19 anos), salvo as 
obesas, devem ganhar 1 Kg a mais do que o estabelecido pelo MS. E gestantes com altura 
inferior a 1,40 m devem chegar ao final da gestação com um ganho de peso de no máximo 
9,5 Kg. 
Considera-se ganho de peso súbito um aumento superior a 500 g em uma semana. 
Essa ocorrência deve ser considerada como sinal de edema patológico e a gestante deve ser 
encaminhada para o pré-natal de alto risco. 
Finalizamos esta unidade de estudo e ressaltamos que é preciso, além de todos os 
protocolos estabelecidos pelo MS, ter respeito às gestantes por nós atendidas, 
independentemente da classe social e etnia, quer seja no ambiente privado ou público. 
Não se esqueça disso! 
Tenho certeza de que os enfermeiros, que estão à frente do pré-natal, mergulham fundo 
no exercício do cuidado e têm em mente que precisamos ir além dos protocolos estabelecidos 
para que possamos garantir uma atenção igualitária, digna, não excludente e que respeite a 
individualidade e as características sócio-culturais das gestantes. 
Prepare-se para concluir esse Núcleo Temático. Nossa próxima unidade tratará dos 
principais exames laboratoriais realizados no período gestacional e suas interpretações. 
Aguardo você! 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Secretaria de Políticas Públicas de Saúde. Assistência pré-natal: 
normas e manuais técnicos 3ª ed. Brasília, 2000. 
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas 
Estratégicas. Manual dos comitês de mortalidade materna. 3. ed. Brasília, 2007. 
LAURENTI, R. et all. A mortalidade materna nas capitais brasileiras: algumas características e 
estimativa de um fator de ajuste. Rev. Bras. Epidemiol. 2004; 7 (4): 449-60. 
FIGUEIREDO, NMA. Ensinando a cuidar da mulher, do homem e do recém nascido – Práticas de 
Enfermagem, São Caetano do Sul. SP: Yendis, 2006. 
EXAMES LABORATORIAIS NO PERÍODO GESTACIONAL 
Caro colega 
Nesta unidade de estudos falaremos dos principais exames laboratoriais realizados 
no período gestacional. .1 
Veja, desde a primeira consulta de pré-natal deverão ser realizados os seguintes 
exames de rotina: 
1. Tipagem sanguínea e fator Rh; 
2. Sorologia para Sífilis; 
3. Urina (tipo I); 
4. Hemoglobina (Hb); 
5. Glicemia de jejum; 
6. Teste Anti-HIV 
A finalidade de todos esses exames laboratoriais deverá ser explicada à gestante. A 
seguir, trataremos de cada um deles: 
1. Tipagem sanguínea e fator Rh 
Você sabe que este é um assunto que pode e deve ser bem esclarecido à gestante. 
Vejamos como. 
No início do pré-natal todas as gestantes deverão ser investigadas quanto ao grupo 
sanguíneo ABO e o fator Rh, se são Rh (+) ou Rh (-). Sendo a gestante Rh (-), o pai da criança 
deverá ter seu fator Rh investigado. Se ele for Rh (-), o bebê será Rh (-) e não haverá 
problemas de incompatibilidade. 
Precisamos rever algumas informações fundamentais: lembremos que o problema de 
incompatibilidade do fator Rh ocorre quando uma mulher Rh (-) engravida de um homem Rh (+) 
e gesta um bebê Rh (+). 
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Nesse sentido, a enfermeira deve proporcionar apoio emocional para a mãe 
sensibilizada ao fator Rh, informando-a de que existem maneiras de tratar o recém-nascido, 
caso haja necessidade de cuidados especiais devido à Eritoblastose fetal. 
Inicie este estudo e faça duas perguntas a si mesmo: 
1º Por que acontece a incompatibilidade do fator Rh? 
A incompatibilidade sanguínea Rh surge quando uma mulher Rh (-) engravida de um 
homem Rh(+) e gesta um feto Rh (+). No momento em que algumas células Rh (+) do bebê 
transpõem a barreira placentária e entram na corrente sanguínea da mãe, elas se tornam 
antígenos e estimulam a formação de anticorpos contra as células Rh (+). 
2º Afinal, como o sangue age no organismo materno e fetal? 
Uma vez que a mulher produz anticorpos no seu sangue, ela sempre terá gestações 
subsequentes com bebês Rh (+). Alguns destes anticorpos maternos entram na circulação do 
bebê, atacam e destroem os seus glóbulos vermelhos, provocando anemia e nos casos mais 
graves Eritoblastose fetal. 
A sensibilização materna pode ocorrer por: 
 Transfusão sanguínea com fator Rh +. 
 Amniocentese. 
 Abortamento de um feto Rh +. 
 Hemorragia no 3º trimestre de gestação, e imediatamente após o nascimento de um 
recém-nascido Rh+. 
Portanto, não se esqueça destes procedimentos: 
 Quando a gestante tiver uma história que possa indicar um possível desenvolvimento de 
anticorpos, ela deverá ser cuidadosamente avaliada e encaminhada para o pré-natal de 
alto risco. 
 Atualmente, recomenda-se que a imunoglobulina anti-D (Rhogam)1 seja administrada na 28ª 
semana de idade gestacional, para reduzir o risco de reação celular fetal Rh (+) na 
corrente sanguínea da mãe Rh (-), caso a mãe não tenha sido sensibilizada. Procure 
sempre saber a rotina de cada Instituição de Saúde. 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Eritroblastose_fetal
http://pt.wikipedia.org/wiki/Antig%C3%A9nio
http://pt.wikipedia.org/wiki/Amniocentese
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No caso do Rh materno ser negativo, é importante saber o Rh paterno. Se o dele 
também for negativo, paramos por aí. A gravidez seguesem maiores intercorrências. 
Se o pai for Rh positivo, precisamos solicitar um exame que se chama Coombs 
indireto, mensalmente para detectar a presença de anticorpos anti-Rh no sangue materno. A 
ocorrência desses anticorpos tem o potencial de causar Doença hemolítica no feto ou recém-
nascido. 
As mães que têm Rh positivo não necessitam deste acompanhamento laboratorial, 
concorda? 
Vejamos por quê. 
A incompatibilidade do Sistema ABO ocorre mais frequentemente do que a 
incompatibilidade do fator Rh e pode provocar no recém-nascido Hiperbilirrubinemia – níveis 
elevados de bilirrubina – nas primeiras 24 horas e, na maioria da vezes, trata-se no alojamento 
conjunto com fototerapia. 
A partir de agora, discutiremos um assunto que sempre está em pauta, por mais que 
se tenha estudado continuamente, vejamos: 
2. Sorologia para Sífilis/LUES (VDRL) 
A Sífilis é extremamente antiga, a descrição de sintomas compatíveis em documentos 
médicos chineses data de 2.637 a. C. Durante o século XV, ocorreu sob a forma de epidemia 
em todo o continente europeu e era conhecida como “mal francês”, “alemão”, “napolitano”, 
“americano” ou por inúmeros nomes. Conforme o caso, cada nação tentou jogar a culpa de sua 
eclosão na Europa em outro povo. Foi a doença “da moda” durante o período da Renascença. 
A sífilis é uma infecção sistêmica. O microorganismo Treponema pallidum2 se multiplica já 
na porta de entrada. A sua disseminação ocorre em horas por via sanguínea e linfática. O 
contágio pode ser direto (genital, cutâneo ou bucal), perinatal (transplacentária) e iatrogênico 
(transfusão sanguínea). 
Portanto, sua transmissão é essencialmente sexual ou materno-fetal e pode produzir 
respectivamente a forma adquirida ou congênita da doença. 
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É importante estabelecer o diagnóstico clínico da sífilis, em qualquer estágio da 
doença, mesmo que ele seja difícil. É aconselhável, ainda, que todos os casos suspeitos sejam 
encaminhados para exames laboratoriais. 
A ocorrência da sífilis durante a gravidez é extremamente grave para o concepto. A 
transmissão vertical da sífilis em mulheres, não tratadas, é de 70 a 100% durante os quatro 
primeiros anos em que a doença é adquirida. 
A OMS estima que, nos países em desenvolvimento, do total de mulheres atualmente 
gestantes, 10 a 15% têm sífilis. Em países africanos, onde 15% de todas as gestantes estão 
acometidas pelo flagelo, resulta que 5% de todas as crianças sofrem malformações, 
retardos mentais ou morrem por sífilis congênita. 
No Brasil, a subnotificação de casos de sífilis congênita ainda é alta, indica a 
elevada magnitude deste problema no país. Os últimos dados do MS afirmam que a média de 
prevalência da sífilis é de 3,5% a 4% (6,1 casos por 1.000 nascidos vivos). De setembro de 
1996 a setembro de 1998, foram detectados 1.397 casos de sífilis congênita entre 229.082 
nascidos. 
Sabemos que a detecção clínica da infecção na mulher é muito difícil, em virtude de 
que a sífilis primária muitas vezes não é percebida. Lembra-se disso? 
Os sinais e sintomas podem passar despercebidos e a fase latente se prolonga por 
muitos anos no adulto. A importância da realização da sorologia na primeira consulta de pré-
natal e sua repetição na 28ª semana de idade gestacional (IG) é uma medida primordial para 
diminuir a incidência de sífilis congênita. 
Veja com atenção! 
As estatísticas mostram que o perfil materno dos casos de sífilis é homogêneo em todo o 
país. O flagelo foi encontrado em mulheres jovens (25%, com idade inferior a 20 anos), com 
pouca escolaridade e aponta para uma baixa taxa de diagnóstico da doença materna durante o 
pré-natal. 
Destacamos que, no ano de 1999, foram notificados, nas maternidades municipais do 
Rio de Janeiro, sendo 892 casos de sífilis congênita com 82 natimortos com diagnóstico 
confirmado, para comparativamente, 97.369 nascidos vivos. Estes números foram considerados 
bastante elevados. .1 
Sem dúvida, a eficácia da ação no pré-natal, produz o maior percentual no controle 
desta infecção. 
Após uma década na tentativa de combate à sífilis congênita coma implantação do 
Programa de Eliminação da Sífilis Congênita para o ano 2000, o MS criou o Projeto Nascer 
que tem como objetivo: 
Capacitar as equipes multidisciplinares em acolhimento, aconselhamento, utilização de testes 
rápidos, manejo clínico das parturientes HIV positivas e crianças expostas, testagem e indicação 
terapêutica para sífilis e vigilância epidemiológica com vistas a reorganização do trabalho. (MS, 2003). 
Não há dúvida de que muito se conhece sobre o controle da sífilis e sua forma de 
tratamento. Existe um considerável otimismo a respeito de sua eventual eliminação ou pelo 
menos diminuição de sua incidência. Porém, muitas falhas no atendimento profissional e 
desconhecimento do cotidiano da clientela, ainda, obstruem o caminho da sua completa 
erradicação nos dias de hoje. 
Sabemos que os programas de saúde do governo são bem planejados. Porém, precisam 
de algo mais para ser 100% eficientes. Um nível mais elevado de comprometimento do 
profissional é tão ou mais importante do que as verbas governamentais alocadas para a 
compra de materiais. 
Devemos, na primeira consulta de pré-natal e na 28ª semana de idade gestacional, 
solicitar o exame para sífilis VDRL (Veneral Disease Researh Laboratories). Em caso de 
positividade, a gestante deverá realizar o seguinte tratamento: 
Sífilis primária 
tratar com penicilina benzatina 2.400.000 UI (1.200.000 em 
cada nádega em dose única, dose total 2.400.000 UI. 
Sífilis recente (até 1 ano) 
tratar com penicilina benzatina, 2.400.000 UI (1.200.000 UI 
cada nádega) repetir em uma semana, dose total 4.800.000. 
Sífilis tardia (1 ou mais 
anos de evolução ou de 
duração desconhecida) 
tratar com penicilina benzatina 2.400.000 UI (1.200.000 UI 
em cada nádega) em 3 aplicações com intervalo de uma 
semana, dose total 7.200.000 UI. VDRL negativo – repetir 
http://www.saude.rio.rj.gov.br/cgi/public/cgilua.exe/sys/reader/htm/preindexview.htm?user=reader&editionsectionid=246
exame no 3º trimestre e no momento do parto em caso de 
abortamento. 
3. Urina tipo I 
A urina tipo I é solicitada sempre na primeira consulta e deve ser repetida no segundo e 
no terceiro trimestre de gravidez, mesmo que a gestante seja assintomática. A infecção urinária 
pode ser assintomática na gestante e, sem tratamento, pode evoluir para comprometimento 
renal e/ou trabalho de parto prematuro. 
No exame sumário de urina tipo I, ou também chamado EAS (Elementos Anormais de 
Sedimentação), além de verificarmos infecção, investigamos a existência de proteinúria3 
(proteínas na urina). 
Atenção! Quando houver traços de proteinúria é preciso repetir exames em 15 dias e, 
se o resultado persistir, e for acrescido de hipertensão arterial e edemas, caracteriza a pré-
eclâmpsia. A gestante deverá ser encaminhada para pré-natal de alto risco. 
4. Hemoglobina 
A dosagem de hemoglobina tem como finalidade evitar a anemia no período gestacional 
e precisamos atentar para os seguintes resultados: 
Dosagem de Hemoglobina Conduta 
Maior que 11 g/dl Significa ausência de anemia 
Recomendamos a partir da 20ª semana de Idade 
Gestacional 1 drágea de sulfato ferroso/dia (300 
mg) correspondendo a 60 mg de ferro 
elementar, recomenda-se a ingestão antes da 
refeição 
Menor que 11 g/dl e menor ou igual a 
8g/dl 
Significa anemia leve e moderada 
1. Solicitar exame parasitológico de fezes 
e tratar parasitoses, se presentes. Ver 
rotina de cada instituição de saúde. 
2. Tratar a anemia com 3 drágeas de 
sulfato ferroso, via oral. 
3. Repetir dosagem de hemoglobina entre 
30 e 60 dias 
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