Buscar

Centro Obstreto

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 266 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 266 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 266 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Centro 
obstétriCo
Prof.ª Lara Louise Kloch
AssistênCiA de 
enfermAgem no
Indaial – 2023
1a Edição
Impresso por:
Elaboração:
Prof.ª Lara Louise Kloch
Copyright © UNIASSELVI 2023
 Revisão, Diagramação e Produção:
Equipe Desenvolvimento de Conteúdos EdTech
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada pela equipe Conteúdos EdTech UNIASSELVI
C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI.
Núcleo de Educação a Distância. KLOCH, Lara Louise.
Assistência de Enfermagem no Centro Obstétrico. Lara Louise Kloch. 
Indaial - SC: Arqué, 2023.
256p.
ISBN 978-65-5646-560-9
ISBN Digital 978-65-5646-558-6
“Graduação - EaD”.
1. Parto 2. Mulher 3. Gravidez 
CDD 610.7
Bibliotecário: João Vivaldo de Souza CRB- 9-1679
Olá, acadêmico! Seja bem-vindo ao Livro Didático de Assistência de Enfermagem 
no Centro Obstétrico. O processo de parto e nascimento é um grande evento fisiológico, 
um momento especial na vida da gestante parturiente, independentemente da forma de 
nascimento escolhida – após o momento de “re(nascer)”, a vida da mulher e da família 
envolvida nunca mais será a mesma.
Quando é permitida a parturiente uma experiência positiva de parto e 
nascimento, automaticamente, oferecemos a ela uma assistência digna e de qualidade, 
mantendo a sua integridade física e psicológica, respeitando as escolhas e os desejos 
dela e do acompanhante nesse evento único. O enfermeiro é um profissional essencial 
dentro da equipe multiprofissional, pois deve acolher essa família e colaborar para que 
a vivência do parto e do nascimento seja positiva e segura, colocando em prática suas 
competências específicas no setor do centro obstétrico.
Diante disso, na Unidade 1, abordaremos as práticas e os estudos que englobam a 
assistência de Enfermagem no processo gravídico, puerperal e no nascimento dentro do 
centro obstétrico, primeiramente, relacionados à fisiologia do parto eutócico, envolvendo 
a contratilidade uterina que conduz à dilatação do colo uterino, os mecanismos que 
acarretam a progressão do feto no canal de parto e as fases do parto, que caracterizam 
os períodos do trabalho de parto da parturiente. Ainda, faz-se importante estudarmos o 
parto instrumentado e as práticas baseadas em evidências científicas acerca do uso 
desses métodos e utensílios na hora do parto. O fenômeno que envolve o parto induzido 
também será um tópico importante, por ser uma condição realizada para a resolução 
do parto e, por isso, o enfermeiro deve conhecer os métodos utilizados durante uma 
indução de parto, bem como os cuidados necessários durante a assistência a esse 
procedimento.
A atuação e as competências dos enfermeiros generalista e especialista também 
serão detalhadas, em conjunto com uma visão da equipe multiprofissional que atua 
no centro obstétrico. Visto que a Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) 
deve ocorrer também no centro obstétrico, o conhecimento das rotinas do setor se 
torna imprescindível às práticas realizadas, desde o acolhimento da gestante na triagem 
obstétrica, a internação no pré-parto, a assistência dentro da sala de partos e na sala 
cirúrgica aos cuidados na sala de recuperação anestésica.
Ainda na Unidade 1, abordaremos os aspectos que abrangem o nascimento, os 
cuidados imediatos ao recém-nascido e a reanimação neonatal, que também regem as 
competências do enfermeiro dentro do centro obstétrico.
APRESENTAÇÃO
Já na Unidade 2, abordaremos questões relativas à assistência de Enfermagem 
nos procedimentos cirúrgicos aplicados nas urgências e nas emergências obstétricas 
e ginecológicas, desde casos de abortamento, gravidez ectópica e hemorragias 
no anteparto, até as emergências de parto e pós-parto, vemos a importância do 
reconhecimento dessas urgências e emergências no setor e também a identificação 
do papel do enfermeiro nesses procedimentos. Além disso, serão discutidos alguns 
aspectos importantes sobre a cesariana, uma intervenção cirúrgica realizada para salvar a 
vida da mãe e/ou do bebê, quando realmente necessário.
Vale ressaltar que é necessário seguir um modelo de assistência, em que a mulher 
seja a protagonista do parto e os profissionais, os coadjuvantes que apoiam, auxiliam 
e prezam pelo bem-estar materno-fetal, assim como avaliam a necessidade ou não 
de intervenções. A cultura acerca do parto normal tem sido desmitificada com as 
novas pesquisas científicas, e isso mostra a importância da disseminação da Medicina 
baseada em evidências nesse cenário. Diante disso, na Unidade 3, abordaremos sobre 
assuntos que abrangem o cuidado integral de Enfermagem no parto normal e cesárea, 
na qual a humanização e as boas práticas de parto e nascimento serão discutidas sob 
a perceptiva atual, de acordo com as novas recomendações da Organização Mundial 
da Saúde (OMS). Além de aprofundarmos na dor em obstetrícia, fator, culturalmente, 
ligado à doença, associando o parto a sofrimento. Logo, é importante a discussão 
sobre a dimensão da dor fisiológica do parto, uma dor subjetiva para cada parturiente e 
influenciada conforme a cultura de cada uma. Por isso, o enfermeiro deve conhecer os 
métodos não farmacológicos para o alívio da dor, assim como os métodos farmacológicos, 
abrangendo a analgesia e a anestesia, realizados no centro obstétrico.
Ainda, na Unidade 3, veremos como relacionar a SAE dentro do centro obstétrico, 
tanto para a gestante quanto para o recém-nascido, bem como questões de gestão 
da Enfermagem no setor. Por fim, serão salientados os aspectos éticos que permeiam 
o profissional de Enfermagem durante o ciclo gravídico-puerperal e também situações 
relacionadas aos direitos da mulher nesse período da vida, discutindo o consentimento 
informado para a realização de determinados procedimentos e condutas dentro do 
centro obstétrico.
Acadêmico, esperamos que você esteja motivado para aquisição de novos 
saberes e aprendizados, para que, como futuro profissional enfermeiro, possa seguir, 
com segurança, destreza e humanização, as competências que regem a assistência e a 
gerência dentro do centro obstétrico.
Bons estudos! 
Prof.ª Lara Louise Kloch
GIO
Olá, eu sou a Gio!
No livro didático, você encontrará blocos com informações 
adicionais – muitas vezes essenciais para o seu entendimento 
acadêmico como um todo. Eu ajudarei você a entender 
melhor o que são essas informações adicionais e por que você 
poderá se beneficiar ao fazer a leitura dessas informações 
durante o estudo do livro. Ela trará informações adicionais 
e outras fontes de conhecimento que complementam o 
assunto estudado em questão.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos 
os acadêmicos desde 2005, é o material-base da disciplina. 
A partir de 2021, além de nossos livros estarem com um 
novo visual – com um formato mais prático, que cabe na 
bolsa e facilita a leitura –, prepare-se para uma jornada 
também digital, em que você pode acompanhar os recursos 
adicionais disponibilizados através dos QR Codes ao longo 
deste livro. O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura 
interna foi aperfeiçoada com uma nova diagramação no 
texto, aproveitando ao máximo o espaço da página – o que 
também contribui para diminuir a extração de árvores para 
produção de folhas de papel, por exemplo.
Preocupados com o impacto de ações sobre o meio ambiente, 
apresentamos também este livro no formato digital. Portanto, 
acadêmico, agora você tem a possibilidade de estudar com 
versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador.
Preparamos também um novo layout. Diante disso, você 
verá frequentemente o novo visual adquirido. Todos esses 
ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos 
nas pesquisas institucionais sobre os materiais impressos, 
para que você, nossa maior prioridade, possa continuar os 
seus estudos com um material atualizado e de qualidade.
Acadêmico, você sabe o que é o ENADE? O Enade é um 
dos meios avaliativos dos cursos superiores no sistema federal de 
educação superior. Todos os estudantesestão habilitados a participar 
do ENADE (ingressantes e concluintes das áreas e cursos a serem 
avaliados). Diante disso, preparamos um conteúdo simples e objetivo 
para complementar a sua compreensão acerca do ENADE. Confira, 
acessando o QR Code a seguir. Boa leitura!
Olá, acadêmico! Para melhorar a qualidade dos materiais ofertados a você – 
e dinamizar, ainda mais, os seus estudos –, nós disponibilizamos uma diversidade de QR 
Codes completamente gratuitos e que nunca expiram. O QR Code é um código que permite 
que você acesse um conteúdo interativo relacionado ao tema que você está estudando. Para 
utilizar essa ferramenta, acesse as lojas de aplicativos e baixe um leitor de QR Code. Depois, 
é só aproveitar essa facilidade para aprimorar os seus estudos.
ENADE
LEMBRETE
Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma 
disciplina e com ela um novo conhecimento. 
Com o objetivo de enriquecer seu conheci-
mento, construímos, além do livro que está em 
suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, 
por meio dela você terá contato com o vídeo 
da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complementa-
res, entre outros, todos pensados e construídos na intenção de 
auxiliar seu crescimento.
Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que 
preparamos para seu estudo.
Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada!
QR CODE
SUMÁRIO
UNIDADE 1 — ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO PROCESSO GRAVÍDICO 
PUERPERAL E NO NASCIMENTO DENTRO DO CENTRO 
OBSTÉTRICO .....................................................................................1
TÓPICO 1 — FISIOLOGIA DO PARTO ....................................................................... 3
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 3
2 CONTRATILIDADE UTERINA ...............................................................................4
3 MECANISMO DO PARTO ....................................................................................... 6
4 FASES DO PARTO ................................................................................................ 9
4.1 ASSISTÊNCIA NO PRIMEIRO E NO SEGUNDO PERÍODO DO PARTO .......................10
4.2 ASSISTÊNCIA NO TERCEIRO E NO QUARTO PERÍODO DO PARTO .........................14
5 PARTO INSTRUMENTADO.................................................................................. 15
6 INDUÇÃO DO TRABALHO DE PARTO ................................................................ 19
RESUMO DO TÓPICO 1 ..........................................................................................22
AUTOATIVIDADE ...................................................................................................23
TÓPICO 2 — ATRIBUIÇÕES DA EQUIPE DE SAÚDE NO CENTRO OBSTÉTRICO.......25
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................25
2 EQUIPE MULTIDISCIPLINAR .............................................................................26
3 O ENFERMEIRO GENERALISTA NO CENTRO OBSTÉTRICO ............................. 27
4 O ENFERMEIRO ESPECIALISTA NO CENTRO OBSTÉTRICO ............................29
RESUMO DO TÓPICO 2 .......................................................................................... 31
AUTOATIVIDADE ...................................................................................................32
TÓPICO 3 — ROTINAS DO CENTRO OBSTÉTRICO ...............................................35
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................35
2 TRIAGEM OBSTÉTRICA .....................................................................................36
3 PRÉ-PARTO ....................................................................................................... 40
4 SALA DE PARTOS ...............................................................................................46
5 SALA CIRÚRGICA ............................................................................................. 48
6 SALA DE RECUPERAÇÃO ANESTÉSICA ..........................................................50
RESUMO DO TÓPICO 3 ..........................................................................................54
AUTOATIVIDADE ...................................................................................................55
TÓPICO 4 — ASSISTÊNCIA IMEDIATA AO RECÉM-NASCIDO .............................. 57
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 57
2 AVALIAÇÃO DO RECÉM-NASCIDO .................................................................... 57
2.1 OS CUIDADOS INICIAIS AO RÉCEM-NASCIDO ...........................................................58
2.2 O EXAME FÍSICO DO RECÉM-NASCIDO ....................................................................... 63
2.3 OS REFLEXOS PRIMITIVOS ............................................................................................ 66
3 REANIMAÇÃO NEONATAL ................................................................................. 67
LEITURA COMPLEMENTAR .................................................................................. 77
RESUMO DO TÓPICO 4 ..........................................................................................82
AUTOATIVIDADE ...................................................................................................83
REFERÊNCIAS .......................................................................................................85
UNIDADE 2 — ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NOS PROCEDIMENTOS 
CIRÚRGICOS APLICADOS EM URGÊNCIAS E EMERGÊNCIAS 
OBSTÉTRICAS E GINECOLÓGICAS ...............................................89
TÓPICO 1 — ABORTAMENTO ................................................................................. 91
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 91
2 TIPOS DE ABORTOS ..........................................................................................92
3 TRATAMENTOS ..................................................................................................95
RESUMO DO TÓPICO 1 ..........................................................................................99
AUTOATIVIDADE .................................................................................................100
TÓPICO 2 — GRAVIDEZ ECTÓPICA .....................................................................103
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................103
2 ETIOLOGIA .......................................................................................................103
3 TRATAMENTO ...................................................................................................106
RESUMO DO TÓPICO 2 ........................................................................................108
AUTOATIVIDADE .................................................................................................109
TÓPICO 3 — HEMORRAGIAS ANTEPARTO .......................................................... 111
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 111
2 PLACENTA PRÉVIA .......................................................................................... 111
3 DESCOLAMENTO PREMATURO DE PLACENTA NORMALMENTE INSERIDA ..... 114
4 VASA PRÉVIA ...................................................................................................117
RESUMO DO TÓPICO 3 .........................................................................................119
AUTOATIVIDADE .................................................................................................120
TÓPICO 4 — EMERGÊNCIAS DE PARTO ............................................................. 123
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................123
2 ROTURA UTERINA ........................................................................................... 123
3 INVERSÃO UTERINA ........................................................................................ 125
4 DISTÓCIA DE OMBROS .................................................................................... 127
5 PROLAPSO DE CORDÃO .................................................................................130
RESUMO DO TÓPICO 4 ........................................................................................ 132
AUTOATIVIDADE .................................................................................................133
TÓPICO 5 — HEMORRAGIA PÓS-PARTO ............................................................ 137
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 137
2 ATONIA UTERINA ............................................................................................138
3 TRAUMAS ......................................................................................................... 141
4 RETENÇÃO PLACENTÁRIA .............................................................................142
RESUMO DO TÓPICO 5 ........................................................................................144
AUTOATIVIDADE .................................................................................................145
TÓPICO 6 — CESARIANA ..................................................................................... 147
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 147
2 INDICAÇÕES PARA CESARIANA .....................................................................148
3 OPERAÇÃO CIRÚRGICA ..................................................................................149
3.1 ANESTESIAS INDICADAS ................................................................................................152
4 COMPLICAÇÕES .............................................................................................. 153
5 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA CESARIANA ........................................154
5.1 MONTAGEM DE SALA ...................................................................................................... 156
5.1.2 Materiais .....................................................................................................................157
LEITURA COMPLEMENTAR ................................................................................160
RESUMO DO TÓPICO 6 ........................................................................................ 167
AUTOATIVIDADE .................................................................................................168
REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 170
UNIDADE 3 — CUIDADO INTEGRAL DE ENFERMAGEM NO PARTO NORMAL E 
NA CESÁREA ................................................................................ 173
TÓPICO 1 — SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM (SAE) 
NO CENTRO OBSTÉTRICO (CO) ...................................................... 175
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 175
2 SAE PARA GESTANTE/PUÉRPERA ................................................................. 176
3 GESTÃO DE ENFERMAGEM NO CENTRO OBSTÉTRICO ................................185
RESUMO DO TÓPICO 1 ........................................................................................ 187
AUTOATIVIDADE .................................................................................................188
TÓPICO 2 — HUMANIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM ...................191
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................191
2 BOAS PRÁTICAS DE PARTO E NASCIMENTO ................................................. 192
RESUMO DO TÓPICO 2 ....................................................................................... 203
AUTOATIVIDADE ................................................................................................ 204
TÓPICO 3 — A DOR NA OBSTETRÍCIA ................................................................207
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................207
2 MÉTODOS NÃO FARMACOLÓGICOS PARA ALÍVIO DA DOR .......................... 208
3 ANALGESIA E ANESTESIA .............................................................................. 217
RESUMO DO TÓPICO 3 ....................................................................................... 222
AUTOATIVIDADE ................................................................................................ 223
TÓPICO 4 — ASPECTOS ÉTICOS.........................................................................227
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................227
2 ÉTICA PROFISSIONAL DURANTE O CICLO GRAVÍDICO PUERPERAL .......... 228
3 VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA ................................................................................ 231
4 DIREITOS DA MULHER NO CICLO GRAVÍDICO PUERPERAL ....................... 236
4.1 DIREITOS DA GESTANTE ................................................................................................240
4.2 DIREITOS NO PRÉ-NATAL ............................................................................................240
4.3 DIREITOS NO PARTO .......................................................................................................241
4.4 DIREITOS TRABALHISTAS ..............................................................................................241
4.5 DIREITO EDUCACIONAL E ESTUDANTIL ....................................................................242
4.6 DIREITOS SOCIAIS ..........................................................................................................242
4.7 DOULAS NO BRASIL .......................................................................................................243
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................... 245
RESUMO DO TÓPICO 4 ....................................................................................... 249
AUTOATIVIDADE ................................................................................................ 250
REFERÊNCIAS .................................................................................................... 253
1
UNIDADE 1 — 
ASSISTÊNCIA DE 
ENFERMAGEM NO PROCESSO 
GRAVÍDICO PUERPERAL E NO 
NASCIMENTO DENTRO DO 
CENTRO OBSTÉTRICO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
 A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• reconhecer os estágios do parto durante a assistência ao parto e ao nascimento;
• analisar as condições da saúde materno-fetal durante a assistência ao parto;
•	 identificar	 as	 competências	 do	 enfermeiro	 dentro	 do	 centro	 obstétrico,	 de	 acordo	
com a rotina do setor;
•	 identificar	as	ações	do	enfermeiro	na	assistência	imediata	ao	recém-nascido.
	 A	cada	tópico	desta	unidade	você	encontrará	autoatividades	com	o	objetivo	de	
reforçar	o	conteúdo	apresentado.
TÓPICO 1 – FISIOLOGIA DO PARTO
TÓPICO 2 – ATRIBUIÇÕES DA EQUIPE DE SAÚDE NO CENTRO OBSTÉTRICO
TÓPICO 3 – ROTINAS DO CENTRO OBSTÉTRICO
TÓPICO 4 – ASSISTÊNCIA IMEDIATA AO RECÉM-NASCIDO
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure 
um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.
CHAMADA
2
CONFIRA 
A TRILHA DA 
UNIDADE 1!
Acesse o 
QR Code abaixo:
3
FISIOLOGIA DO PARTO
TÓPICO 1 — UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
	Aprender	 sobre	 a	 fisiologia	 do	 parto	 é	 a	 base	 para	 que	 os	 profissionais	 que	
trabalham	com	parto	e	nascimento	conheçam	ofuncionamento	do	corpo	da	parturiente	e	
como	o	enfermeiro	pode	 realizar	 suas	competências,	 refletindo,	 positivamente,	 para	o	
momento	do	trabalho	de	parto.
O	 parto	 normal	 é	 um	 processo	 fisiológico,	 mas	 também	 um	 evento	 social,	
interagindo	 com	 a	 vida	 daquela	 família	 em	 formação,	 e,	 portanto,	 uma	 experiência	
positiva	desse	momento	trará	grandes	benefícios	para	a	família	e	a	comunidade.	Além	
disso,	é	 importante	salientar	que	os	profissionais	da	saúde,	envolvidos	no	parto,	 são	
coadjuvantes	desse	evento,	 sendo	a	mulher	a	protagonista	–	mas	por	que	devemos	
olhar	 dessa	 forma?	A	 resposta	 é	 clara:	 porque	 o	 parto	 é	 da	mulher,	 e	 o	 profissional	
desempenha	 um	 papel	 importante,	 que	 é	 observar	 e	 avaliar	 o	 bem-estar	 materno-
fetal	e	colocar	em	prática	os	seus	conhecimentos	em	momentos	necessários,	críticos,	
assegurando	a	saúde	da	mãe	e	do	bebê,	o	que	é	uma	grande	responsabilidade.
Neste	tópico,	abordaremos	o	processo	fisiológico	do	parto,	desde	a	contratilidade	
do	útero,	que	 leva	ao	apagamento	e	à	dilatação	do	colo	do	útero,	ao	mecanismo	do	
parto,	para	a	expulsão	do	feto,	até	o	nascimento	da	placenta.	Descreveremos	cada	fase	
do	 parto,	 que	 pode	 ser	 dividida	 em	dilatação,	 período	 expulsivo	 e	 dequitadura,	 para	
que	fique	claro	o	tipo	de	assistência	que	o	enfermeiro	pode	oferecer	em	cada	período	
do	parto.	Além	disso,	abordaremos	o	parto	 instrumentado	e	a	necessidade	desse	tipo	
de	 intervenção,	a	utilização	do	fórceps	ou	ventosa	e	a	 realização	de	episiotomia.	Por	
fim,	ainda	estudaremos	as	induções	de	parto,	que	são	condutas	importantes	durante	a	
gravidez	nas	situações	em	que	se	faz	necessário	adiantar	o	nascimento	do	feto.
Salienta-se	a	necessidade	de	práticas	baseadas	em	evidências	científicas,	por	
isso	a	aquisição	de	novos	saberes	deve	ser	fornecida	a	partir	de	uma	ferramenta	atual	
e	 adequada.	Os	 conhecimentos	da	 área	da	 saúde	estão	em	constantes	 atualizações;	 a	
obstetrícia	é	uma	área	que	precisa	de	profissionais	capacitados	para	o	parto	normal,	
que	pode	ser	eutócico	(parto	normal	sem	necessidade	de	intervenções)	ou	distócico	(parto	
com	necessidade	de	intervenções).	
4
Acadêmico, sugerimos que busque mais ferramentas de atualização 
acerca da assistência do enfermeiro durante o trabalho de parto, parto 
e pós-parto.
DICA
2 CONTRATILIDADE UTERINA
O	útero	 tem	uma	grande	 função	 no	final	 da	 gravidez,	 que	 é	 expelir	 o	 feto	 e	
os	anexos	(placenta	e	cordão),	a	partir	das	contrações	uterinas.	No	entanto,	antes	de	
tudo,	é	importante	analisarmos	a	fisiologia	do	corpo	do	útero	e	o	desencadeamento	do	
trabalho	de	parto.
Segundo	Graça	 (2017),	 o	útero,	 anatomicamente,	é	divido	pelo	 fundo	uterino	
e	 pelo	 colo	 uterino,	 e	 sua	 estrutura	 é,	 praticamente,	 tecido	 muscular	 liso,	 células	
musculares	que	estão	ligadas	entre	si,	para	promover	as	contrações	durante	o	trabalho	de	
parto.	Além	disso,	 podem	 ser	 percebidas	várias	 fases	 que	 correspondem	 a	 diferentes	
situações	fisiológicas	do	útero	durante	a	gravidez	e	o	parto:	
Na	fase	0,	que	corresponde	à	maior	parte	da	gravidez,	o	corpo	do	
útero	 permanece	 em	 quiescência	 e	 pouco	 reativo	 aos	 estímulos	
contrácteis	 e	 o	 colo	 mantém-se	 formado	 e	 fechado.	 Na	 fase	 1,	
de	 preparação	 para	 o	 parto,	 um	 conjunto	 de	 fatores	 mecânicos,	
endócrinos e parácrinos prepara o tecido muscular liso do útero e do 
tecido	conjuntivo	do	colo	para	aumento	progressivo	da	capacidade	
contráctil	 uterina	e	da	distensibilidade	do	colo.	A	 fase	2	corresponde	
à	 fase	 ativa	do	 trabalho	de	parto	 (TP)	 e,	 finalmente,	 a	 fase	3	 à	 de	
involução	uterina	(GRAÇA,	2017,	p.	216).
Como	a	contração	uterina	depende	da	interação	de	alguns	fatores	e	componentes	
proteicos	que	interagem	entre	si,	Zugaib;	Francisco	(2016)	explica	que	essa	interação	
proteica	 é	 modulada	 pela	 miosina,	 que,	 resumidamente,	 quando	 ativada,	 possibilita	
a	contração	 local	do	miômetro.	Somando	várias	 interações,	as	células	musculares	se	
ligam	 umas	 às	 outras,	 por	 meio	 de	 conexões	 proteicas,	 nomeadas	 conexinas	 (gap 
junctions):	“[...]	a	formação	de	gap junctions,	conexões	intercelulares	entre	as	células	
musculares	 lisas	 do	 útero,	 possibilita	 a	 coordenação,	 transmissão	 e	 otimização	 da	
formação	contráctil”	(GRAÇA,	2017,	p.	217).
Durante	 a	 gravidez,	 as	 conexinas	 são	 praticamente	 ausentes,	 evitando	 as	
contrações	uterinas	e,	possivelmente,	um	aborto	ou	trabalho	de	parto	prematuro.	
Graça	 (2017)	 ainda	 explica	 que	 elas	 aumentam	 significativamente	 no	 termo	 da	 gestação	
(37	a	41	semanas),	e	o	aumento	da	relação	do	estrógeno	e	da	síntese/degradação	de	
prostaglandinas	é	um	estímulo	que	forma	a	conexina.	A	ocitocina	tem	papel	essencial;	
os	 estrogênios	 aumentam	 também	 os	 receptores	 de	 ocitocina,	 que	 tem	 efeito	 no	
5
aumento	da	contratilidade	uterina,	 correspondendo	à	 fase	2	ativa	do	trabalho	de	parto.	
Como	inibidores	da	conexina,	é	observada	a	relação	de	aumento	da	progesterona	e	dos	
inibidores	da	síntese	de	prostaglandinas,	ou	seja,	 inibem	a	contractilidade	uterina,	que,	
nesse	caso,	representaria	a	fase	0	–	uma	fase	de	quiescência	uterina,	conforme	citado	
anteriormente.
Graça (2017) elenca três fatores primordiais de ativação da contração 
uterina durante o trabalho de parto: a síntese de prostaglandinas, o 
aumento de receptores de ocitocina e a formação de gap junctions.
IMPORTANTE
O	estudo	sobre	a	contratilidade	uterina	está	presente	em	algumas	situações,	
além	do	trabalho	de	parto:	durante	uma	 indução	de	trabalho	de	parto,	durante	a	 inibição	
da	contração,	quando	trabalho	de	parto	prematuro	e	também	na	involução	uterina	do	pós-
parto.	Além	disso,	durante	a	gravidez,	há	a	presença	das	contrações	de	Braxton-Hicks,	
conhecidas	como	contrações	de	treinamento,	que	“ocorre,	com	frequência,	após	as	28	
semanas	de	gestação,	com	uma	 intensidade	de	10	mmHg,	podendo	chegar	a	20	mmHg,	
que	se	difundem	de	forma	parcial	ou	total	pelo	útero”	 (ZUGAIB;	FRANCISCO,	2016,	p.	
318).	 No	 período	 termo	 da	 gestação,	 as	 frequências	 das	 contrações	 de	 treinamento	
aumentam	e,	quando	inicia	o	trabalho	de	parto,	essas	contrações	já	ficam	diferentes,	
tanto	a	intensidade	como	a	duração.
No	decurso	do	TP,	as	contrações	uterinas	provocam	o	aumento	da	
pressão	 hidrostática	 intra-amniótica,	 a	 qual	 se	 transmite	 ao	 colo	
e	 segmento	 inferior	 enquanto	 as	 membranas	 estiverem	 intactas,	
após	 a	 rotura	 das	membranas,	 é	 a	 apresentação	 fetal	 que	 exerce	
diretamente	 pressão	 sobre	 estas	 estruturas.	 Em	 ambos	 os	 casos,	
a	 pressão	 exercida	 constitui	 um	 contributo	 essencial	 para	 o	
apagamento	e	dilatação	do	colo	(GRAÇA,	2017,	p.	221).
As	 contrações	 uterinas	 são	 involuntárias	 e	 dolorosas	 durante	 o	 trabalho	 de	
parto,	de	acordo	com	Montenegro	e	Rezende	Junior	(2016),	sendo	percebidas	a	partir	da	
palpação	abdominal,	durante	a	fase	de	dilatação,	com	intensidade	de	30	a	40	mmHg	e	
frequência	de	três	contrações	em	10	minutos,	podendo	chegar	a	cinco	contrações	em	
10	minutos.	Têm	ritmo	e	são	regulares	na	fase	ativa	do	trabalho	de	parto	(após	5	cm	de	
dilatação);	já	na	fase	latente	(fase	inicial	da	dilatação),	as	contrações	são	irregulares	e	sem	
ritmo.	Sobre	as	fases	do	trabalho	de	parto,	abordaremos	mais	à	frente.
Nené,	Marques	e	Batista	(2016)	explicam	que,	como	o	orifício	externo	do	colo	
uterino	é	desprovido	de	musculatura,	ele	não	irá	contrair,	o	que	pode	contrair	é	o	orifício	
interno	e,	claro,	o	corpo	uterino.	Com	a	pressão	vinda	da	tração	no	segmento	inferior,	
que	 atua	 diretamente	 no	 colo,	 consequentemente,	 isso	 propicia	 o	 amolecimento	 do	
6
colo	anteparto.	Assim,	o	corpo	uterino	fica	mais	curto	e	espesso	e	o	colo,	mais	fino	e	
dilatado.	Normalmente,	em	primíparas,	variam	de	6	a	18	horas	de	trabalho	de	parto	e,	nas	
multíparas,	de	6	a	10	horas	até	a	completa	dilatação,	sem	contar	o	período	expulsivo,	
após	a	dilatação	total	de	10	cm.
Após	o	parto,	Montenegro	e	Rezende	Junior	(2016)comentam	que	as	contrações	
diminuem	até	atingir	uma	em	cada	10	minutos,	até	12h	de	puerpério;	nesse	momento,	
elas	são	 responsáveis	para	a	 involução	uterina,	um	fator	 interessante	é	que,	quando	
o	 bebê	suga	o	peito	materno,	pode	haver	aumento	dessa	atividade	uterina,	devido	aos	
estímulos	hormonais
3 MECANISMO DO PARTO
Para	 o	 nascimento	 acontecer,	 de	 fato,	 não	 são	 apenas	 as	 contrações	 que	
fazem	todo	o	trabalho;	o	feto	e	a	estrutura	materna	também	têm	grande	importância	
para	a	progressão	do	parto.	 “Corresponde	à	 sequência	dos	movimentos	passivos	da	
apresentação	 fetal,	 que	 permitem	 a	 passagem	 através	 do	 canal	 do	 parto”	 (NENÉ;	
MARQUES;	BATISTA,	2016,	p.	312).	Essa	adaptação,	cujo	objetivo,	nesse	caso,	é	o	feto	fazer	
o	trajeto	no	canal	do	parto,	conta	com	mais	elementos:	a	força	das	contrações	uterinas	
e	o	mecanismo	que	é	o	conjunto	dos	movimentos	do	feto	na	bacia	(com	articulações,	
ligamento	e	músculos)	(NENÉ;	MARQUES;	BATISTA,	2016).
Há alguns aspectos da obstetrícia, acerca da anatomia, que é importante 
lembrarmos, segundo Graça (2017), a pelve é constituída por quatro ossos: 
o sacro, o cóccix e o par de ossos formados por íleo, ísquio e púbis.
ATENÇÃO
Há	 algumas	 nomenclaturas	 e	 descrições	 que	 definem	 a	 relação	 do	 objeto	
móvel	(o	feto)	com	o	organismo	materno	(eixo	uterino),	facilitando	o	entendimento	dos	
profissionais	que	estão	assistindo	ao	parto,	melhorando	a	 comunicação	com	termos	
técnicos	e	entendimento	dos	acontecimentos.	Por	isso,	citaremos	essas	nomenclaturas,	de	
forma	sucinta,	antes	de	seguir	com	os	movimentos	cardinais	do	feto:
• Atitude:	 é	 a	 relação	das	partes	 fetais	 entre	 si,	 sendo	estas	de	
flexão	 ou	 de	 extensão.	A	mais	 comum	é	 a	 de	flexão	 em	que	 o	
mento	se	aproxima	do	tórax,	os	membros	dobrados	na	frente	do	
corpo	e	o	dorso	ligeiramente	curvado	para	a	frente.	• Situação: 
é	 a	 relação	 entre	 o	 maior	 eixo	 materno	 e	 fetal.	 Essas	 estão	
agrupadas	 em	 situações	 longitudinais,	 transversas	 ou	 oblíquas.	
As	 longitudinais	podem	ser	classificadas	em	cefálicas	ou	pélvicas.	
[...]	
7
• Apresentação:	é	a	parte	do	feto	que	se	situa	no	estreito	superior	
da	pélvis.	As	principais	apresentações	são	a	cefálica,	a	de	nádegas	e	
a	de	ombros.	
• Ponto de Referência:	é	a	parte	fetal	identificável	pelo	toque	va-
ginal,	usada	para	descrever	a	orientação	da	apresentação	(posi-
ção	e	variedade).	[...]	
• Posição:	é	a	relação	do	ponto	de	referência	com	a	parte	anterior,	
posterior	ou	com	as	laterais	da	pélvis	materna.	
• Variedade:	 é	 a	 relação	 do	 ponto	 de	 referência	 fetal	 com	 os	
pontos	de	referência	da	bacia	materna	(púbis,	sacro	[...]	anterior	
ou	posterior).
É	possível	perceber	algumas	das	apresentações	de	um	feto	de	termo	na	Figura	1,	
podendo	ser	diferenciada	a	posição	cefálica	fletida	(A)	e	a	defletida	(B),	apresentações	
pélvicas	(E	e	F)	e	córmicas	(G	e	H).
Figura 1 – Apresentações fetais
Fonte: Zugaib; Francisco (2016, p. 340)
É	importante	sabermos	a	posição	do	feto	dentro	do	útero	da	mãe	no	trabalho	
de	parto,	com	base	em	alguns	fatores,	como	a	atitude	e	a	posição	importam	muito	para	
uma	boa	progressão	do	parto.	Graça	(2017)	explana	que,	em	96%	das	gestações,	o	bebê	
está	em	uma	situação	longitudinal,	cefálica	(com	a	cabeça	para	baixo)	e	fletido.	Além	
disso,	é	possível	sentir,	a	partir	da	manobra	de	Leopold	(palpação	abdominal)	e	também	
pelo	toque	vaginal,	a	apresentação	e	a	variedade	do	feto.
8
O livro Guia Prático Belly Mapping: descobrindo a posição do bebê na 
barriga pelo tato, de Gail Tully, oferece as explicações necessárias para 
interpretar os movimentos e as partes do corpo do bebê e como ele 
está dentro do útero. Sugerimos a sua leitura, pois é um livro diferente 
de outros livros técnicos, mais prático e simples de compreender.
DICA
Nesse	momento,	podemos	abordar	os	movimentos	cardinais	do	feto,	isto	é,	os	
movimentos	do	mecanismo	de	parto	que	ocorrem	em	adaptação	aos	diâmetros	estreitos	
do	canal	do	parto,	os	quais	se	dividem	em	seis	momentos.	Zugaib	e	Francisco	(2016)	
salientam	que	essa	divisão	é	apenas	para	fins	didáticos,	 já	que,	no	momento	real	de	
uma	assistência	ao	parto,	esses	momentos	acontecem	continuadamente	sobrepondo	um	
ao	outro.	Para	uma	melhor	compreensão	dos	movimentos	cardinais	do	feto,	a	Figura	2	
expressa	os	mecanismos	do	parto	em	apresentação	de	vértice.
Figura 2 – Movimentos cardinais do parto
Fonte: Graça (2017, p. 225)
9
A	insinuação	é	o	primeiro	movimento;	é	o	encaixe	do	feto,	que	é	a	passagem	da	
maior	circunferência	da	apresentação	por	meio	do	estreito	superior,	segundo	Montenegro	e	
Rezende	Junior	(2016),	conforme	observado	na	Figura	2	(número	2).	A	descida	consiste	no	
movimento	descendente	do	feto	no	canal	do	parto,	encontrando-se	no	estreito	médio	
do	canal,	conforme	a	Figura	2	(imagem	de	número	3).
Seguida	da	flexão	do	mento	fetal	sobre	a	face	anterior	do	tórax,	segundo	Nené,	
Marques	e	Batista	(2016),	flexão	que	oferece	o	menor	diâmetro	à	passagem	na	pelve,	
como	pode	ser	observado	na	Figura	2	(imagens	2	e	3).	A	rotação	interna	fetal	é	outro	
movimento	que	acontece	continuadamente	e	é	sobreposto	aos	outros;	a	rotação	interna	
é	a	deslocação	do	occípito	no	sentido	da	sínfise	púbica,	uma	rotação	de	45°	nas	anteriores	
e	90°	quando	transversas,	movimento	que	é	essencial	para	a	progressão	do	parto	(Figura	
2,	imagem	4),	quando	a	cabeça	do	bebê	entra	no	assoalho	pélvico	(NENÉ;	MARQUES;	
BATISTA,	2016).
A	extensão	completa	pode	ser	observada	na	imagem	5	da	Figura	2,	em	que	o	
polo	cefálico	atinge	a	vulva,	 como	consequência	das	contrações	e	 forças,	 seguindo,	
nesse	momento,	a	coroação,	quando	o	feto	é	exteriorizado.	Em	seguida,	há	a	rotação	
externa,	observada	na	 imagem	6,	quando	o	polo	cefálico	 retoma	a	atitude	anterior	à	
rotação	interna	inicial,	acompanhada	pela	rotação	do	tronco,	para	ajuste	do	diâmetro	
dos	ombros.
Por	fim,	a	expulsão,	quando	o	ombro	anterior	sai	primeiro	e	depois	o	posterior,	
depois	da	saída	dos	ombros,	o	resto	do	corpo	do	bebê	sai	com	a	força	materna	sem	
dificuldade.	 Esse	 mecanismo	 explicado	 acima	 tem	 características	 únicas	 em	 cada	
nascimento,	pois	pode	variar	de	acordo	com	a	apresentação	fetal	e	também	como	tipo	
de	pelve	materna.
4 FASES DO PARTO 
	Neste	subtópico,	emergiremos	“nas	ondas	do	mar”,	pois	é	assim	que	muitos	
dos	 profissionais,	 que	 trabalham	 com	 assistência	 ao	 parto,	 explicam	 à	 parturiente	
como	é	o	trabalho	de	parto:	as	contrações	são	como	ondas	do	mar,	que	vêm	e	vão,	
com	uma	intensidade	progressiva	e	depois	vão	embora,	sabendo	que	logo	vão	voltar.	O	
parto	é	uma	trajetória	cheia	de	emoções	e,	em	cada	etapa	desse	trajeto,	há	um	tipo	de	
sentimento	e	experiência	que	a	parturiente	pode	sentir,	cabendo	também	ao	enfermeiro	
guiar	essa	mulher	durante	cada	fase	do	parto.
Nené,	Marques	e	Batista	(2016)	afirmam	que	o	início	do	trabalho	de	parto	se	dá	
quando	começam	as	contrações	uterinas	regulares	e	dolorosas,	e,	consequentemente,	
ocorre	a	dilatação	do	colo	uterino.	Montenegro	e	Rezende	Junior	(2016)	explicam	que	não	é	
tão	fácil	perceber	o	início	do	trabalho	de	parto	real,	visto	que	é	necessário	um	conjunto	
de	acontecimentos,	como	contrações	dolorosas,	começando	com	duas	contrações	em	
10
10	minutos,	com	duração	aproximada	de	50	segundos	a	um	minuto,	devendo	aumentar	
de	 frequência.	Ainda	 salientam	 que,	 em	 algumas	mulheres	multíparas,	mesmo	 com	
5	 cm	de	 dilatação,	 a	 fase	 ativa	 do	 parto	 pode	 não	 ter	 iniciado	 ainda.	 Para	 Zugaib	 e	
Francisco	(2016),	o	fenômeno	mais	importante	são	as	contrações	efetivas,	que	devem	
ter	frequência	 regular,	sendo	esperadas	duas	a	cinco	contrações	em	10	minutos,	com	
intensidade	de	20	a	60	mmHg,	com	média	de	1	minuto	de	duração.
A	partir	 de	muitos	estudos,	dividiu-se	o	 trabalho	de	parto	em	períodos,	para	
autores	 brasileiros,	 ou	 estádios,	 para	 os	 autores	 portugueses.	 Essa	 divisão	 clínica	
decorre	 desde	 o	 início	 das	 contrações	 uterinas	 regulares	 até	 o	 puerpério	 imediato.	
Estudaremos	cada	períodoe	nos	aprofundaremos	na	assistência	que	o	enfermeiro	pode	e	
deve	oferecer	a	mulher/casal/família.
4.1 ASSISTÊNCIA NO PRIMEIRO E NO SEGUNDO PERÍODO 
DO PARTO
O	primeiro	período	é	nomeado	como	o	período	da	dilatação,	do	apagamento	
do	colo.	 “Esse	período	começa	com	as	primeiras	modificações	cervicais	 e	 termina	com	
a	dilatação	 completa	do	 colo	 uterino	 (10	 cm),	 de	modo	a	permitir	 a	 passagem	fetal”	
(ZUGAIB;	FRANCISCO,	2016,	p.	326).
Esse	primeiro	período	ainda	é	dividido	por	duas	fases:	 a	 latente	e	a	ativa	do	
trabalho	de	parto.	A	fase	 latente,	conforme	Nené,	Marques	e	Batista	(2016)	explicam,	
é	a	fase	de	apagamento	do	colo	uterino	e	do	início	da	dilatação	(até	5	cm),	podendo	ser	
uma	fase	mais	 lenta	em	primíparas,	com	duração	de	mais	de	6	horas.	Essa	fase	não	
tem	muito	ritmo	e	pode	ser	bem	variável.	Já	a	fase	ativa	é	considerada	após	os	5	cm	de	
dilatação	até	os	8	cm,	quando	começa	a	fase	de	transição	(NENÉ;	MARQUES;	BATISTA,	
2016).	Nesse	momento,	é	possível	perceber	melhor	a	relação	feto-pélvica.	
A	 fase	 ativa	 é	 caracterizada	 por	maior	 ritmo	 de	 contrações	 e	 dilatação	mais	
avançada	 e	 pode	 durar	 também,	 em	 média,	 6	 horas	 em	 primíparas.	 É	 considerada	
dilatação	total	quando	atinge	os	10	cm,	quando	não	é	mais	possível	tocar	o	tecido	do	
colo	na	parte	anterior	da	apresentação	fetal.	Na	Figura	3,	podemos	observar	o	processo	
do	primeiro	período,	a	dilatação	de	uma	nulípara	(1	a	4)	e	uma	multípara	(5	a	8).
11
Figura 3 – Apagamento e dilatação do colo uterino
Fonte: Montenegro; Rezende Junior (2016, p. 308)
A ruptura da bolsa de águas (amniotomia) ocorre em 80% dos 
casos no final da dilatação ou no início da expulsão, de acordo 
com Montenegro e Rezende Junior (2016). Pode acontecer 
também de romper antes, sendo chamada de rutura prematura 
de membranas, ou até ficar intacta, sem intervenções 
desnecessárias até alguma justificativa criteriosa, segundo 
Nené, Marques e Batista (2016), tipos de partos chamados 
de empelicados. A amniotomia de rotina não é indicada para 
acelerar o trabalho de parto, de acordo com muitos estudos e 
conforme descrito em uma das recomendações da Organização 
Mundial da Saúde (OMS) (WHO, 2018) de cuidados intrapartos 
para experiências positivas de parto.
IMPORTANTE
12
Antes de continuarmos com as fases do trabalho de parto, é de extrema 
importância que você, acadêmico, futuro profissional enfermeiro, tenha 
conhecimento do documento da OMS lançado em 2018, intitulado 
Cuidados intraparto para experiências positivas de parto, que traz 56 
recomendações, baseadas em evidências científicas, com o intuito de 
estabelecer padrões mundiais de cuidados à mulher grávida, de forma 
saudável, com menos intervenções desnecessárias. 
Para saber mais sobre esse documento, acesse: http://twixar.me/1gQm. 
DICA
Nomeadamente	 sobre	 a	 assistência	 do	 enfermeiro	 no	 primeiro	 período,	 é	
imprescindível	 informar	 às	gestantes	 sobre	a	 singularidade	de	cada	parto	para	 cada	
mulher,	 a	 intensidade	da	 dor	 e	 o	 tempo	do	parto,	 que	pode	 ser	 diferente	 para	 cada	
parturiente.	O	incentivo	para	que	a	parturiente	adote	posições	que	facilitem	a	progressão	
do	trabalho	de	parto	também	faz	parte	do	papel	do	enfermeiro,	como	a	verticalização,	
a	deambulação	e	a	movimentação	da	pélvis.	A	utilização	da	bola	suíça,	durante	essa	
fase,	traz	muitos	benefícios,	como	a	descida	do	bebê	pelos	estreitos	da	pélvis.	Nené,	
Marques	e	Batista	(2016)	ainda	afirmam	que	a	utilização	do	chuveiro	também	deve	ser	
encorajada,	bem	como	a	realização	de	massagens,	a	musicoterapia	e	outros	métodos	
que	transmitam	segurança	e	calma.
Além	de	envolver	o	casal	na	tomada	de	decisão	e	a	mulher	como	protagonista	
desse	 momento,	 promover	 um	 ambiente	 calmo	 e	 tranquilo,	 livre	 de	 barulhos	 e	
distrações,	 também	é	necessário	esclarecer	todos	os	procedimentos	 realizados,	 tendo	
uma	comunicação	clara	e	adequada	para	esse	momento.	O	enfermeiro	deve	também	
lembrar	a	gestante	de	urinar	com	uma	certa	regularidade,	para	evitar	a	distensão	vesical,	
pois	isso	pode	se	tornar	uma	barreira	para	a	descida	do	feto	no	canal	do	parto.
A	monitoração	 cardíaca	 fetal	 também	 deve	 ser	 realizada	 durante	 o	 primeiro	
período	do	parto,	visto	a	importância	do	bem-estar	materno-fetal.	Conforme	as	reco-
mendações	da	OMS	(WHO,	2018),	realiza-se	a	ausculta	cardíaca	fetal	intermitente,	com	
Doppler	móvel,	Sonar	ou	Pinard	de	estetoscópio.	A	verificação	dos	sinais	vitais	maternos	
no	período	também	faz	parte	da	assistência	de	Enfermagem.
Já	 o	 segundo	 período	 do	 parto,	 chamado	 de	 período	 expulsivo,	 o	 qual	 se	
inicia	com	a	dilatação	completa	e	se	encerra	com	a	saída	total	do	feto	(MONTENEGRO;	
REZENDE	 JUNIOR,	 2016),	 há	 a	 presença	 da	 descida	 do	 feto	 pelo	 canal	 vaginal	 e	 as	
contrações	voluntárias	da	parede	abdominal,	que	vêm	do	termo	“vontade	de	empurrar”	
ou	os	“puxos”;	aos	poucos,	a	vulva	se	abre	com	a	apresentação	fetal	e,	logo	em	seguida,	
o	desprendimento	total.	Esse	período,	segundo	Nené,	Marques	e	Batista	(2016),	pode	
durar	alguns	minutos	ou	até	3	horas,	sendo	necessário	saber	a	fisiologia	do	parto,	para,	
nesse	momento,	evitar	 intervenções	desnecessárias,	visto	que	é	um	momento	em	que	a	
paciência	é	uma	virtude.
13
Nesse	período,	o	profissional	deve	encorajar	a	mulher	a	escolher	a	posição	que	
seja	mais	confortável	para	ela	parir,	conforme	Figura	4.	A	vocalização	também	deve	ser	
apoiada,	sem	julgamentos	e,	claro,	a	orientação	para	o	acompanhante	estar	presente,	de	
maneira	agradável,	dando	o	suporte	que	a	parturiente,	também	necessário	nesse	período.
Vários autores explanam sobre os benefícios da verticalização 
da mulher no parto, como as recomendações da OMS. Nesse 
sentido, segundo Nené, Marques e Batista (2016), posições 
como cócoras, ajoelhada, de pé, sentada e de gatas têm 
muitas vantagens, como melhora do fluxo uteroplacentário 
e da ventilação pulmonar materna, melhoria da eficiência da 
contratilidade uterina, melhora no alinhamento de feto e pelve 
materna, aumento dos diâmetros da pelve, otimização do esforço 
materno, ação da gravidade ao favor do nascimento, além de 
fatores que se relacionam ao protagonismo da mulher no parto, 
pois fazem com que a mulher tenha mais poder de escolha e 
participação no nascimento do seu filho, facilitando a vinculação 
e o aumento das experiências positivas de parto. Outro fator 
importante é a diminuição dos partos instrumentalizados.
INTERESSANTE
Figura 4 – Posição de cócoras sustentada
Fonte: Nené, Marques e Batista (2016, p. 345)
Para	 finalizar	 as	 abordagens	 assistenciais	 desse	 período	 específico,	 Nené,	
Marques	e	Batista	(2016)	ainda	ressaltam	que	o	profissional	deve	estar	atento	a	sinais	de	
alerta,	como	desacelerações	fetais	tardias	e	que	demoram	para	se	recuperar,	ou	que	
se	mantêm	em	desacelerações	–	nesses	casos,	pode	ser	necessário	suporte	de	oxigênio,	
conforme	solicitação	médica.
14
4.2 ASSISTÊNCIA NO TERCEIRO E NO QUARTO PERÍODO DO 
PARTO
O	terceiro	período	é	designado	quando	a	dequitadura	da	placenta	acontece	e,	
segundo	Nené,	Marques	e	Batista	(2016,	p.	310),	“decorre	desde	a	expulsão	do	feto	até	
à	expulsão	da	placenta”.	Há	uma	diminuição	das	contrações	uterinas,	após	a	saída	do	
feto,	 e	 da	 área	 de	 implantação	 da	 placenta,	 fazendo	 com	que	 ocorra	 uma	 tensão	 e	
rutura	das	vilosidades,	a	formação	de	hematoma	retroplacentar	e	aí	o	descolamento	
da	placenta	e	de	sua	expulsão.	Essa	saída	da	placenta	tem	dois	tempos:	a	separação	da	
placenta	da	parede	do	útero	e	sua	descida;	e	a	saída	dela	até	a	vulva.	
A	placenta	pode	sair	apresentando	a	face	lisa	(conhecido	como	mecanismo	de	
Schultze)	ou	a	face	rugosa	(conhecido	como	mecanismo	de	Duncan),	como	mostra	a	
Figura	5,	demonstrando	dois	tipos	de	dequitação	da	placenta:	a	 imagem	“A”	retrata	o	
mecanismo	de	Schultze,	sendo	mais	comum	(em	75%	dos	casos),	e	a	 imagem	“B”,	o	
mecanismo	de	Duncan.
Figura 5 – Dequitação da placenta
Fonte: Zugaib; Francisco (2016, p. 329)
Nené,	Marques	e	Batista	(2016)ainda	destacam	os	sinais	do	terceiro	período:	
•	 Contrações	uterinas.
•	 Mudança	da	forma	discoide	do	útero	para	ovoide,	à	medida	que	a	
placenta	se	descola	para	o	segmento	inferior.
•	 Saída	súbita	de	sangue	à	vulva.
•	 Descida	do	cordão	ou	aumento	aparente	do	cordão,	à	medida	que	
a	placenta	desce	para	o	introito	vaginal.
•	 Aumento	 do	 volume	 vaginal	 observável	 (NENÉ;	 MARQUES;	
BATISTA,	2016,	p.	311).
O	tempo	da	dequitadura	é	variável,	podendo	variar	de	minutos	até	ser	aguardado	
45	minutos	a	1	hora	após	a	expulsão	do	feto,	segundo	Nené,	Marques	e	Batista	(2016).	
Já	para	Zugaib	e	Francisco	(2016,	p.	329),	em	“80%	dos	partos	a	dequitação	se	dá	nos	
primeiros	10	minutos”.
15
A	placenta,	sendo	um	órgão,	gerado	na	gestação,	para	nutrir	o	bebê	dentro	do	
útero,	guarda	um	grande	significado	e,	por	isso,	é	interessante	o	enfermeiro	dar	a	opção	
para	a	mulher	ver	e	conhecer	a	placenta.	Além	disso,	é	necessário	que	o	enfermeiro	
verifique	se	há	a	ausência	de	algum	cotilédone	na	placenta,	podendo	serem	evitados	
restos	placentários	dentro	do	útero.
A	assistência	do	profissional,	nesse	momento,	também	é	diminuir	a	hemorragia	
pós-parto.	A	OMS	 (WHO,	2018)	traz	como	 recomendação	a	tração	controlada	do	cordão	
umbilical,	para	a	saída	da	placenta,	apenas	quando	considerada	uma	perda	de	sangue	
significativa	e	uma	prolongação	do	terceiro	período	do	trabalho	de	parto.	Assim,	essa	
manobra	não	deve	ser	feita	rotineiramente.	A	administração	de	uterotônicos	também	é	
uma	atitude	ativa	do	profissional,	conforme	as	recomendações	para	evitar	hemorragias	
no	pós-parto	imediato.
No	 quarto	 período,	 conhecido	 como	 puerpério	 imediato,	 ou	 período	 de	
Greenberg,	correspondente	à	primeira	hora	após	o	parto.	Nené,	Marques	e	Batista	(2016)	
salientam	que	esse	momento	é	fundamental,	nos	processos	hemostáticos,	para	impedir	o	
sangramento	em	excesso.	Visto	a	grande	probabilidade	de	hemorragias	nesse	período,	
a	assistência,	a	vigília	e	a	observação	da	puérpera	são	essenciais.
A	verificação	do	globo	de	segurança	de	Pinard	também	é	mencionado	por	Nené,	
Marques	e	Batista	 (2016),	o	qual	corresponde	à	avaliação	da	contratilidade	uterina,	a	
partir	da	palpação	do	útero	pelo	abdome	da	mulher,	verificando,	assim,	a	ausência	de	uma	
atonia	uterina.	Na	primeira	hora,	o	útero	deve	se	manter	sempre	contraído,	completando	
o	mecanismo	de	hemostasia.	 Zugaib	 e	Francisco	 (2016)	 demonstram	os	 fenômenos	de	
miotamponamento,	que	se	refere	à	contração	do	útero	e,	consequentemente,	à	oclusão	
dos	vasos	miometriais,	conhecido	como	globo	vivo	de	Pinard,	e	o	trombotamponamento,	
que	diz	respeito	à	formação	de	trombos	nos	vasos	uteroplacentários	e,	posteriormente,	
aos	coágulos	 intrauterinos	–	ambos	são	fenômenos	 importantes	de	defesa	do	corpo	
uterino	contra	uma	hemorragia.
Para	a	assistência	de	Enfermagem,	nesse	momento,	é	de	grande	importância	
priorizar	as	queixas	maternas,	manter	estáveis	os	sinais	vitais	da	puérpera	e	a	vigília	de	
perdas	sanguíneas,	que	evitam	desfechos	infelizes.
5 PARTO INSTRUMENTADO
É	 importante	salientarmos	que	partos	 instrumentados	podem	acontecer,	devido	
a	 intercorrências	 obstétricas	 e	 distócias	 do	 parto,	 quando	 estas	 não	 são	 resolvidas	
por	outros	meios,	sem	a	necessidade	de	instrumentos	como	fórceps,	extrator	a	vácuo	
(ventosa	obstétrica)	e	episiotomia	(corte	no	períneo).	A	atualização	de	estudos,	acerca	
do	uso	dessas	intervenções	instrumentais,	tem	crescido,	mostrando	técnicas	novas	e	
também	indicações	baseadas	em	evidências	científicas	para	a	uso	de	tal	instrumentos.	
16
Sendo	um	procedimento	de	competência	do	médico	obstetra,	o	fórceps	e	o	extrator	a	
vácuo	precisam	de	um	olhar	menos	rotineiro,	bem	como	a	episiotomia	que	faz	parte	
tanto	da	competência	médica	como	de	enfermeiros	especialistas	em	obstetrícia.
Para	iniciarmos	essa	abordagem,	é	interessante	saber	que	o	pH	do	sangue	fetal	
tende	a	diminuir	no	terceiro	período,	que	é	o	período	expulsivo,	Zugaib	e	Francisco	(2016)	
ainda	explicam	que	faz	parte	da	fisiologia	do	parto	o	desenvolvimento	de	uma	moderada	
acidose.	Entretanto,	quando	o	feto	apresenta	uma	desaceleração	tardia,	na	qual	esta	
faz	com	que	o	oxigênio	caia	a	níveis	menores	ou	iguais	a	18	mmHg,	há	uma	suspeita	de	
sofrimento	fetal	que	deve	ser	avaliada,	e	é	indicada	a	abreviação	do	período	expulsivo.
O	fórceps	é	um	instrumento	com	dois	ramos.	Graça	(2017)	explana	que	há	o	lado	
direito	e	o	esquerdo	do	fórceps,	formado	por	uma	colher,	que	se	adapta	à	cabeça	do	bebê	
e	ao	canal	do	parto,	e	o	cabo,	para	o	médico	poder	manipular	(Figura	6).	Os	dois	ramos	
ligam-se	como	uma	articulação	pelo	cabo.	Zugaib	e	Francisco	(2016)	ainda	afirmam	que	
o	uso	do	fórceps	foi	devidamente	assegurado	após	estudos	iniciais	que	mostravam	a	
sua	segurança,	quando	na	presença	de	uma	equipe	treinada	para	a	 realização	desses	
partos	e	um	obstetra	com	mãos	treinadas	para	uso	desse	instrumento.
Para	 evitar	 a	 compreensão	 desequilibrada	 e	 excessiva	 da	 cabeça	
fetal,	 é	 de	 extrema	 importância	 que	 as	 colheres	 do	 fórceps	 sejam	
perfeitamente	simétricas	e	que	a	distância	entre	si	no	ponto	de	maior	
afastamento	se	adapte	ao	diâmetro	biparietal	do	feto	de	termo	[...]	
o	operador	nunca	deve	forçar	demasiadamente	a	junção	dos	cabos	
(GRAÇA,	2017,	p.	559).
Figura 6 – Fórceps
Fonte: Zugaib; Francisco (2016, p. 419)
17
Indicações	para	a	aplicação	do	fórceps,	segundo	Graça	(2017)	e	Zugaib	e	Francisco	
(2016):	
•	 período	expulsivo	prolongado	e	exaustão	materna;
•	 necessidade	obstétrica	de	abreviar	o	período	expulsivo,	quando	há	risco	materno-
fetal;
•	 traços	cardíacos	suspeitos	de	hipóxia	fetal	(sofrimento	fetal).
Entre	as	condições	maternas	e	fetais	para	aplicação	do	fórceps,	segundo	Graça	
(2017)	e	Zugaib	e	Francisco	(2016),	estão:	
•	 dilatação	completa	(10	cm)	do	colo	uterino;
•	 bolsa	de	água	rota;
• feto vivo;
•	 apresentação	fetal	cefálica	e	encravada;
•	 compatibilidade	feto-pélvica;	
•	 anestesia	local,	dos	nervos	pudendos,	ou	quando	necessária	epidural.
São	 contraindicações	 para	 o	 uso	 do	 fórceps,	 segundo	 Graça	 (2017),	 o	 não	
cumprimento	das	condições	maternas	e	fetais	citadas	anteriormente,	e	a	não	familiarização	
do	médico	obstetra	com	o	uso	do	fórceps.
Já	a	ventosa	obstétrica,	ou	o	extrator	a	vácuo,	é	outra	proposta	de	instrumento	
para	extração	do	feto,	quando	se	faz	necessária.	Atualmente,	consiste	em	um	instrumento	
de	 silicone	 ou	 plástico,	 com	 um	mecanismo	manual	 ou	 elétrico	 de	 bomba	 a	 vácuo,	
conforme	mostra	a	Figura	7.	Graça	(2017,	p.	568)	explica	que	se	baseia	em	uma	técnica	
de	“força	externa	de	tração	ao	escalpe	fetal	através	do	vácuo”,	salientando	que	a	essa	
tração,	 associada	 ao	 esforço	 materno	 e	 contrações	 uterinas	 do	 período	 expulsivo,	
facilita	a	passagem	do	feto.	Além	disso,	Graça	(2017)	defende	que	o	vácuo	é	aplicado	
sob	o	tecido	do	escalpe	fetal,	 fazendo	com	que	este	forme	um	edema	e	penetre	na	
concavidade	da	ventosa.	Um	ponto	importante	que	vários	autores	trazem	é	que	só	pode	
ser	utilizada	a	ventosa	com	um	manômetro,	para	poder	saber	a	precisão	da	pressão.
Entre	as	indicações	para	o	uso	da	ventosa,	segundo	Graça	(2017),	estão:
•	 apenas	em	apresentações	de	vértice;
•	 sinais	de	sofrimento	fetal	no	expulsivo;
•	 abreviação	do	período	expulsivo.
 
18
Já	as	complicações	da	ventosa,	segundo	Graça	(2017),	são:
•	 caput,	pigmentação	da	pele	do	escalpe	do	bebê;
•	 traumatismo	 pequenos	 como	 erosão	 do	 escalpe,	 céfalo-hematoma	 e	 hemorragia	
retiniana;
•	 esões	 traumáticas	 maiores:	 lacerações	 do	 escalpe,	 hematoma	 subaponevrótico,	
hemorragia intracraniana e fratura craniana;
•	 lesões	indiretas,	como	paralisias	e	fraturas	de	membros	superiores	e	ombros.
Figura 7 – Ventosa
Fonte: Graça (2017, p. 568)
O uso, de forma rotineira, de intervenções no parto e instrumentalização 
rotineira altera totalmente o curso fisiológico do parto normal e, 
infelizmente, inicia o que é chamado de cascata de intervenções, em 
que uma intervenção condiciona a outra sucessivamente, aumentandoa 
complexidade e o risco de desfecho desfavorável do parto.
ATENÇÃO
O	corte	no	períneo,	 conhecido	como	episiotomia,	 segundo	Graça	 (2017),	 não	
é	necessário	ser	 realizado	antes	da	aplicação	do	fórceps.	O	autor	ainda	salienta	que	
a	episiotomia	é	considerada	uma	lesão	perineal	de	2º	grau,	realizada	com	o	intuito	de	
facilitar	o	segundo	período	do	trabalho	de	parto	e	melhorar	o	desfecho	materno	fetal.	
Entretanto,	é	necessário	discutirmos	as	controvérsias	quanto	à	realização	de	episiotomia,	
pois	não	há	evidências	científicas	que	mostram	que	esse	procedimento	evita	lacerações	
graves,	 muitos	 autores	 referem	 que	 previne	 riscos	 maiores	 de	 lacerações	 graves,	
incontinência	urinária	e	fecal	sem	ter	comprovação	científica	para	tal.	“O	uso	rotineiro	
ou	 liberal	da	episiotomia	não	é	 recomendado	para	mulheres	submetidas	a	parto	vaginal	
espontâneo”	(LEAL	et al.,	2019,	p.	9).
19
Em	2018,	a	OMS	determinou	como	uma	prática	não	 recomendada	durante	o	
parto,	explicando	que:
Embora	 a	 evidência	 da	 revisão	 sobre	 os	 efeitos	 comparativos	 das	
políticas	de	episiotomia	tenha	sido	apresentada	como	uso	seletivo/
restritivo versus	 uso	 rotineiro/liberal	 da	 episiotomia,	 devido	 aos	
efeitos	 benéficos	 da	 episiotomia	 seletiva/restritiva	 em	 comparação	
com	a	política	de	episiotomia	de	rotina/liberal,	a	falta	de	evidências	
sobre	 a	 eficácia	 de	 episiotomia	 em	 geral,	 e	 a	 necessidade	 de	
desencorajar	o	uso	excessivo	de	episiotomia	de	rotina	em	todos	os	
locais,	o	Grupo	de	Desenvolvimento	de	Diretrizes	(GDG)	sentiu	que	era	
importante	enfatizar	que	o	uso	rotineiro/liberal	da	episiotomia	“não	
é	recomendado”,	ao	invés	de	recomendar	o	uso	seletivo/restritivo	da	
episiotomia.	O	GDD	reconheceu	que,	no	momento,	não	há	evidências	
que	corroborem	a	necessidade	de	qualquer	episiotomia	em	cuidados	
de	rotina,	e	uma	taxa	“aceitável”	de	episiotomia	é	difícil	de	determinar.	
O	papel	 de	episiotomia	em	emergências	obstétricas,	 como	sofrimento	
fetal	com	necessidade	de	parto	vaginal	instrumental,	continua	a	ser	
estabelecido.	Se	uma	episiotomia	for	realizada,	anestesia	local	eficaz	
e	 o	 consentimento	 informado	 da	 mulher	 são	 essencial.	 A	 técnica	
preferida	é	a	 incisão	médio-lateral,	pois	as	 incisões	na	 linha	média	
estão	associadas	a	um	maior	risco	de	lesão	obstétrica	complexa	do	
esfíncter	anal	(OASI)	(WHO,	2018,	p.	150,	tradução	nossa).
Graça	(2017,	p.	580)	ainda	salienta	que,	“Portanto,	à	luz	do	conhecimento	atual,	
não	existem	critérios	bem	definidos	nem	uniformes	para	se	realizar	uma	episiomia	[...]	
os	dados	que	dispomos	não	apoiam	a	execução	da	episiotomia	por	rotina	[...]	por	isso	o	
juízo	clínico	individual	deve	prevalecer”.
Após	a	realização	de	uma	episiotomia,	é	necessário	realizar	uma	episiorafia,	que	
é	o	reparo	dos	tecidos	com	sutura,	optando	por	suturas	monofilamentares,	para	evitar	
risco	infeccioso,	competências	estas	do	obstetra,	do	enfermeiro	obstetra,	da	obstetriz	
e	da	parteira.
6 INDUÇÃO DO TRABALHO DE PARTO
A	indução	do	trabalho	de	parto	é	 induzir,	artificialmente,	a	contratilidade	uterina,	
para	iniciar	o	trabalho	de	parto,	antes	de	iniciado	espontaneamente.	Graça	(2017)	afirma	
que	é	 “indicada	quando	os	benefícios	para	a	mãe	e	para	o	feto	são	maiores	do	que	
os	de	deixar	prosseguir	a	gravidez,	pelo	que	deve	restringir-se	aos	casos	em	que	há	
indicações	clínicas	formais”.
A	indução	de	um	parto	deve	ser	realizada	apenas	quando	há	real	necessidade,	
para	evitar,	assim,	a	medicalização	do	parto.	Por	 isso,	as	 indicações	para	 indução	de	
trabalho	de	parto,	 segundo	Graça	 (2017),	Nené,	Marques	e	Batista	 (2016),	e	Zugaib	e	
Francisco	(2016),	são:
20
•	 Gravidez	pós-termo,	maior	que	41	semanas	de	gestação.
•	 Rutura	prematura	de	membranas.
•	 Comorbidades	maternas,	como	diabetes	e	hipertensão.
•	 Situações	de	patologia	associadas	a	hipertensão	induzida	pela	gravidez,	pré-eclâmpsia,	
eclampsia	e	síndrome	de	HELLP.	
•	 Estado	fetal	não	tranquilizador.	
•	 Feto	morto	ou	anômalo.	
Para	 iniciar	uma	 indução	de	parto,	é	preciso	saber	as	opções	disponíveis,	os	
métodos	 para	 indução,	 relacionando	 sempre	 com	 a	 avaliação	 do	 cérvix,	 ou	 seja,	 de	
como	o	colo	uterino	está.	
Para	isso,	existe	uma	avaliação	chamada	de	Índice	de	Bishop,	que,	segundo	Nené,	
Marques	e	Batista	(2016),	correlaciona	dados	da	avaliação	do	colo	uterino	e	a	decisão	do	
método	a	ser	utilizado.	Nesse	índice,	são	avaliados	a	dilatação	do	colo,	a	consistência,	o	
apagamento,	a	posição	e	a	altura	em	relação	às	espinhas	isquiáticas;	a	partir	disso,	se	o	
número	final	do	índice	de	Bishop	for	igual	ou	inferior	a	5,	esse	colo	é	desfavorável	e	deve	
ser	analisado,	primeiramente,	uma	maturação	do	colo,	ou	seja,	um	amolecimento	com	
prostaglandinas.	Acima	de	7,0,	já	pode	ser	iniciada	a	indução	com	oxitocina.
Zugaib	 e	 Francisco	 (2016)	 e	 Graça	 (2017)	 trazem	 os	métodos	 de	 indução	 do	
trabalho	de	parto,	divididos	em	mecânicos	e	farmacológicos,	podendo	ser	abordados	
como: 
•	 Mecânicos:	
◦	 Deslocamento	digital	 das	membranas	 é	 um	método	muito	 conhecido,	 utilizado	
para	estimular	a	produção	de	prostaglandinas,	a	partir	de	um	toque	vaginal,	no	
qual	o	profissional	ultrapassa	o	orifício	interno	do	colo	para	separar,	com	o	dedo,	
as	membranas	amnióticas	da	parte	inferior	do	útero,	teoricamente,	pode	desencadear	
um	trabalho	de	parto	em	48	horas.	
◦	 Sonda	 Foley	 também	 é	 um	 método	 mecânico	 conhecido,	 em	 que	 a	 sonda	 é	
colocada	na	parte	interior	do	orifício	do	colo	uterino,	 inflando	o	balão	para	fazer	
pressão	mecânica	no	colo	uterino,	de	dentro	para	fora.	A	sonda	é	eliminada	em	12	
horas.	Esse	método	pode	ser	utilizado	em	mulheres	com	cesariana	prévia,	visto	
que	mulheres	com	histórico	de	cesariana	não	devem	utilizar	a	indução	de	parto	
com	prostaglandina	misoprostol.
• Farmacológicos: 
◦	 Prostaglandinas	 (PGE1	 e	 PGE2):	 utilizadas	 para	 maturação	 do	 colo	 uterino,	
podendo	 ser	 de	 uso	 endocervical	 por	 via	 vaginal	 ou	 via	 oral.	 Deve	 seguir	 os	
protocolos	 de	 cada	 instituição,	 respeitando	 os	 períodos	 entre	 os	 comprimidos	
conforme	a	mg.	As	gestantes	entram	em	trabalho	de	parto,	geralmente,	após	12	
horas	do	uso	da	primeira	prostaglandina.	Essas	prostaglandinas	não	devem	ser	
utilizadas	concomitantemente	com	ocitocina,	devendo	aguardar	um	período	de	4	
horas	para	usar	a	ocitocina	após	prostaglandinas.	
21
◦	 Ocitocina:	agente	mais	conhecido	nas	induções	de	parto.	Sendo	um	uterotônico	
sintético,	realizado	por	via	endovenosa,	com	controle	de	gotejamento,	por	meio	
de	bomba	de	infusão.	Começa	com	doses	iniciais	e	aumenta	a	dose	conforme	o	
passar	das	horas,	até	obter	contrações	efetivas	e	regulares.
É de extrema importância a avaliação da vitalidade fetal antes e 
durante a indução de trabalho de parto, principalmente em uso de 
métodos farmacológicos, devendo atentar para bradicardias fetais 
ou acelerações fetais que não estabilizam.
ATENÇÃO
Outra	 técnica	 que	 é	 observada	 a	 sua	 utilização	 nos	 centros	 obstétricos	 é	 a	
amniotomia,	utilizada	para	acelerar	o	trabalho	de	parto	em	curso,	e	de	forma	rara	para	
indução	do	trabalho	de	parto.	A	OMS	(WHO,	2018,	p.	117,	tradução	nossa)	recomenda:	“O	
uso	de	amniotomia	isoladamente	para	prevenção	de	atraso	no	trabalho	de	parto	não	é	
recomendado	[...]	O	uso	de	amniotomia	precoce	com	aumento	precoce	de	ocitocina	para	
prevenção	de	atraso	no	trabalho	de	parto	não	é	recomendado”.
Para	finalizar,	é	necessário	discutirmos	que,	atualmente,	não	apenas	no	Brasil,	
mas	em	grande	parte	do	mundo,	há	uma	alta	taxa	de	indução	de	partos,	muitas	vezes	
desnecessárias,	com	aumento	também	da	taxa	de	cesarianas	por	distócias	funcionais	
do	parto	e	sofrimento	fetal.	Esses	mecanismos	de	indução	devem	ser	realizados	apenas	
quando	bem	indicados,	conforme	citado	no	início	deste	subtópico.	O	enfermeiro,	como	
profissional	importante	da	equipe	no	centro	obstétrico,	pode	e	deve	informar	à	parturiente	
essas	 indicações,	 baseadas	 em	 evidências	 científicas	 e,	 quando	 realizadas,	 ele	 deve	
praticaro	cuidado	e	a	vigília	materno-fetal	durante	todo	o	período	da	indução	do	parto.	
22
Neste tópico, você aprendeu:
•	 Para	uma	contração	uterina	acontecer,	é	necessária	a	formação	de	gap	 junctions,	
além	da	síntese	de	prostaglandinas	e	do	aumento	de	receptores	de	ocitocina.	
•	 O	trabalho	de	parto	é	diagnosticado	pela	presença	de	contrações	regulares	e	efetivas,	
iniciando	com	duas	contrações	em	10	minutos,	podendo	chegar	a	cinco	contrações	
em	10	minutos,	com	duração	de	50	segundos	a	1	minuto.
 
•	 Conhecer	o	mecanismo	do	parto	é	fundamental	para	uma	assistência	de	qualidade	
durante	 o	 parto	 e	 o	 nascimento,	 sendo	 as	 apresentações	 cefálicas	 fletidas	 mais	
comuns,	com	mais	facilidade	no	encravamento	e	na	expulsão	fetal.
•	 As	fases	do	trabalho	de	parto	podem	ser	divididas	em	quatro	períodos:	o	primeiro	
caracterizado	pela	dilatação	do	colo	do	útero,	passando	pela	fase	latente,	pela	fase	
ativa,	 pela	 fase	 de	 transição	 até	 os	 10	 cm	 de	 dilatação;	 o	 segundo	 período,	 pela	
expulsão	do	feto;	o	terceiro	período,	pela	dequitadura	da	placenta;	e,	por	fim,	o	quarto	
período	sendo	o	puerpério	imediato.
•	 O	quarto	período,	ou	período	de	Greenberg,	é	a	primeira	hora	após	a	expulsão	da	
placenta,	 quando	 ocorrem	 dois	 fenômenos	 conhecidos	 como	miotamponamento	 e	
trombotamponamento,	 responsáveis	 pela	 estabilização	 de	 hemorragia	 uterina	 no	
pós-parto	imediato.
•	 A	assistência	do	enfermeiro,	em	cada	período	do	trabalho	de	parto,	vai	muito	além	da	
parte	técnica,	devendo	ser	vista	com	humanização	e	cuidado	integral	da	parturiente	
e	da	família.	
•	 Um	parto	 instrumentado	deve	ter	 assistência	de	uma	equipe	preparada,	 segura	e	
ágil,	 bem	 como	 de	 um	 profissional	 condutor	 capacitado	 e	 familiarizado	 com	 tais	
procedimentos,	a	fim	de	evitar	desfechos	infelizes.
•	 A	 ocitocina	 é	 um	 método	 de	 indução	 farmacológica,	 uma	 das	 principais	 formas	
utilizadas	 em	 induções	 de	 trabalho	 de	 parto,	 que	 necessita,	 frequentemente,	 de	
monitoração	cardíaca	fetal.
RESUMO DO TÓPICO 1
23
1	 Os	estudos	da	fisiologia	do	parto	mostram	que	a	bioquímica,	para	o	início	do	trabalho	
de	parto,	é	dividida	em	fases:	a	fase	0	da	quiescência,	com	a	ação	da	progesterona	
evitando	partos	prematuros,	seguida	pela	fase	1	de	ativação	miometral,	pela	fase	2	de	
estimulação	e	contração	uterina,	e	pela	fase	3	de	involução	uterina	no	pós-parto.	A	
fase	2,	das	contrações	efetivas,	é	precedida	por	uma	preparação	do	útero	e	do	colo,	
indolor	e	irregular.	Com	base	em	como	é	conhecida	essa	fase,	assinale	a	alternativa	
CORRETA: 
a)	 (			)	 Preparação	de	quiescência,	conhecidas	como	preparação	para	o	parto.	
b)	 (			)	 Contrações	de	Braxton-Hicks,	conhecidas	como	as	contrações	de	treinamento.
c)	 (			)	 Contrações	de	Partos-Hicks,	conhecidas	como	as	contrações	de	treinamento.
d)	 (			)	 Contrações	de	ativação	miometral,	conhecida	como	preparação	para	o	parto.
2	 Considera-se	 que	 um	 falso	 trabalho	 de	 parto	 não	 tem	 contrações	 regulares	 nem	
dilatação	do	colo	do	útero	e	muito	menos	a	percepção	da	dor.	Sobre	a	importância	
de	se	reconhecer	a	diferença	entre	um	falso	trabalho	de	parto	e	um	trabalho	de	parto	
verdadeiro,	analise	as	sentenças	a	seguir:
I-	 O	trabalho	de	parto	verdadeiro	tem	a	presença	de	contrações	uterinas	regulares,	
com	 intervalos	cada	vez	menores,	chegando	apenas	até	duas	contrações	em	10	
minutos.
II-	 A	percepção	da	dor	de	uma	contração	pode	ocorrer	tanto	na	lombar	da	parturiente	
como	na	região	de	baixo	ventre.
III-	 É	 possível	 identificar	 a	 presença	 de	 uma	 contração	 quando	 se	 sente	 o	 útero	
endurecido	 à	 palpação	 abdominal,	 além	da	valorização	 da	 queixa	 da	 parturiente	
sobre	a	dor	da	contração.
Assinale a alternativa CORRETA:
a)	 (			)	 As	sentenças	I	e	II	estão	corretas.
b)	 (			)	 Somente	a	sentença	II	está	correta.
c)	 (			)	 As	sentenças	II	e	III	estão	corretas.
d)	 (			)	 Somente	a	sentença	III	está	correta.
3	 A	indução	do	trabalho	de	parto	é	um	procedimento	que	deve	ser	realizado	com	cautela	
e	apenas	quando	realmente	necessário,	conforme	indicações	clínicas	baseadas	em	
evidências	 científicas.	 De	 acordo	 com	 as	 indicações	 para	 indução	 de	 trabalho	 de	
parto,	classifique	V	para	as	sentenças	verdadeiras	e	F	para	as	falsas:
AUTOATIVIDADE
24
(			)	 Deve	ser	induzido	o	parto	em	caso	de	gravidez	pós-termo,	que	corresponde	ao	período	
após	as	39	semanas	de	gestação.
(			)	Situações	 como	 pré-eclâmpsia,	 eclâmpsia,	 hipertensão	 induzida	 pela	 gravidez,	
síndrome	de	HELLP	e	diabetes	são	indicações	para	a	indução	do	trabalho	de	parto.
(			)	 A	indução	do	trabalho	de	parto	é	indicada	apenas	quando	os	benefícios	para	a	mãe	e	o	
feto	são	maiores	do	que	se	a	gestação	for	mantida.
Assinale	a	alternativa	que	apresenta	a	sequência	CORRETA:
a)	 (			)	 V	–	F	–	F.
b)	 (			)	 F	–	V	–	V.
c)	 (			)	 F	–	V	–	F.
d)	 (			)	 V	–	F	–	V.
4	 O	trabalho	de	parto	é	um	evento	fisiológico,	um	conjunto	de	fenômenos	espontâneos	
que	conduz	a	dilatação	do	colo	uterino	e	a	expulsão	do	feto.	O	parto	eutócico	acontece	
quando	não	há	intervenções,	seguindo-se	todos	os	períodos	de	forma	definida	e	sem	
intercorrências.	Diante	disso,	disserte	sobre	as	fases	do	trabalho	de	parto	e	alguns	
pontos	importantes	para	a	assistência	do	enfermeiro	nos	períodos	elencados.
5	 Acerca	do	parto	instrumentado,	ou	parto	distócico,	percebe-se	que,	atualmente,	são	
utilizadas	práticas	rotineiras	de	uso	de	instrumentos	durante	o	período	expulsivo,	com	a	
justificativa	de	apressar	o	parto	e	ajudar	a	parturiente.	Nesse	contexto,	disserte	sobre	a	
utilização	desses	instrumentos	e	quando	realmente	eles	se	fazem	necessários.
25
ATRIBUIÇÕES DA EQUIPE DE SAÚDE 
NO CENTRO OBSTÉTRICO
UNIDADE 1 TÓPICO 2 — 
1 INTRODUÇÃO 
O	parto	é	um	evento	único,	em	que	a	mulher,	que	está	grávida,	decide	o	ambiente	
onde	deseja	realizar	o	parto	e	os	profissionais	que	estarão	com	ela	–	isso	não	exclui	os	
profissionais	que	já	devem	estar	presentes	nesse	momento,	como	no	caso	de	um	centro	
obstétrico	de	uma	instituição	hospitalar,	em	que	há	as	equipes	capacitadas	com	cada	
profissional	especialista	da	área,	 sendo	médico,	enfermeiro,	 técnico	de	Enfermagem,	
psicólogo,	 nutricionista,	 fisioterapeuta	 etc.	 Além	 desse	 suporte,	 não	 podemos	 nos	
esquecer	 da	 presença	 de	 um	 acompanhante,	 que	 não	 pode	 ser	 substituído	 pela	
presença	da	doula,	e	vice-versa.
Antigamente,	 os	 profissionais	 envolvidos	 no	 parto	 eram	 apenas	 as	 parteiras	
e	suas	auxiliares,	não	sendo	um	ato	médico,	mas,	sim,	pertencente	a	esse	grupo	de	
mulheres	envolvidas	no	parto	e	no	nascimento.	Com	o	passar	do	tempo	e	com	o	aumento	do	
uso	de	tecnologias,	o	estudo	da	medicina	evoluiu	e	os	usos	de	intervenções	no	parto,	
consequentemente,	aumentaram,	deixando	a	parteira	de	ser	a	profissional	envolvida	no	
parto	para	dar	lugar	ao	médico.	Infelizmente,	percebeu-se	que	a	autonomia	da	mulher	
no	parto	acabou	sendo	ofuscada	com	a	figura	desse	novo	agente,	assim	como	o	respeito	
a	seu	corpo	e	suas	escolhas.
Diante	 de	 muitas	 manifestações	 e	 dados	 sobre	 o	 aumento	 da	 mortalidade	
materno-fetal,	os	agentes	de	saúde	 iniciaram	mudanças	para	melhorar	a	assistência	
ao	parto	e	inserir	boas	práticas	de	parto	e	nascimento.	Um	dos	fatores	indicados	foi	a	
inserção	da	equipe	multidisciplinar,	que,	hoje,	é	percebida	como	de	grande	importância	
para	 gestação,	 organização,	 agilidade,	 qualidade	 de	 humanização	 da	 assistência	 à	
parturiente.	Com	 isso,	o	enfermeiro	ganhou	muito	mais	autonomia	nesse	cenário,	 junto	
à	mulher,	e	a	Enfermagem	obstétrica	mostrou-se,	e	ainda	se	mostra,	capaz	de	trazer	
grandes	contributos,	quando	inserida	no	cuidado	à	parturiente.
Dessa	forma,	neste	tópico,	abordaremos,	um	pouco	mais,	as	atribuições	desses	
profissionais	envolvidos	no	parto	e	no	nascimento	dentro	do	centro	obstétrico,	para,	em	
seguida,	nos	aprofundarmos	nas	rotinas	desse	setor.
26
2 EQUIPE MULTIDISCIPLINAR 
Uma	equipe	multidisciplinar	nada	mais	é	do	que	um	grupo	de	profissionais,	cada	
qual	comsua	especificidade,	em	grande	maioria	juntos	por	um	objetivo	geral	comum	–	
no	caso	do	centro	obstétrico,	o	maior	objetivo	seria	o	bem-estar	da	tríade	na	vivência	do	
parto	e	do	nascimento.	Essa	equipe	especializada	e	capacitada	traz	maior	segurança	para	
a	mãe	em	um	momento	especial	da	vida	dela,	visto	que	há	uma	partilha	de	informações,	
conhecimentos	 e	 também	 uma	 assistência	 de	 qualidade,	 promovendo,	 assim,	 uma	
experiência	mais	positiva	do	parto	e	do	nascimento.	
É	 importante	 salientar	que,	 além	da	assistência	 técnica	de	cada	profissional,	
a	 humanização	 no	 cuidado	 à	 parturiente	 é	 um	 dos	 fatores	mais	 importantes	 nesse	
meio.	Evangelista	et al.	 (2016)	comentam	essas	 iniciativas,	 salientando	que	deve	ser	
promovida	a	humanização	na	equipe	multidisciplinar.	
Entretanto,	percebe-se	que	ainda	há	fatores	que	não	contribuem	para	o	bem-
estar	materno	 e	 fetal;	 atualmente,	 no	 Brasil	 e	 em	 outros	 países,	 um	 deles	 é	 a	 falta	
assistência	 multidisciplinar,	 o	 trabalho	 em	 equipe.	 “Aponta-se,	 nessa	 perspectiva,	
que	uma	grande	parte	das	complicações	que	envolvem	a	saúde	materna	e	perinatal	
revela	que	a	equipe	não	atua	de	forma	conjunta	devido	à	comunicação	desarticulada	e	
deficiente”	(BRAZ	et al.,	2019,	p.	2).	
É	claro	que	esse	problema,	em	potencial,	não	ocorre	só	por	causa	da	falta	de	
articulação	entre	os	profissionais,	sendo,	talvez,	uma	questão	multifatorial.
Verificou-se	outra	vertente	sobre	a	compreensão	de	que	este	é	um	
processo	 complexo	 que	 envolve	 a	 articulação	 dos	 distintos	 níveis	
de	atenção,	a	gestão	das	instituições	de	saúde	e	boas	condições	de	
infraestrutura	e	 recursos	humanos.	Os	autores	também	enfatizaram	
que	é	necessário	que	haja	condições	favoráveis	para	os	profissionais	
de	saúde	desenvolverem	seu	trabalho,	além	de	estímulo,	qualificação	
e	 aperfeiçoamentos,	 subsídios	 fundamentais	 para	 a	 efetivação	
de	 práticas	 que	 busquem	 atender	 às	 necessidades	 das	 usuárias	
(BARROS;	MORAES,	2020,	p.	89).
Nesse	 sentido,	 devemos	 encarar	 que	 a	 assistência	 multiprofissional	 deve	 ser	
observada	como	um	trabalho	de	saúde	coletivo,	“embora,	entre	as	diferentes	categorias,	
ainda	predomine	a	tendência	de	se	satisfazer	aspirações	profissionais	e	criar	hegemonias,	
a	interdisciplinaridade	assume	uma	grande	importância,	uma	vez	que	identifica	e	nomeia	
uma	mediação	possível	entre	os	saberes	e	competências”	(BRAZ et al.,	2019,	p.	7).
27
As Diretrizes nacionais de assistência ao parto normal, do Ministério 
da Saúde (BRASIL, 2017a), trazem recomendações para os profis-
sionais seguirem uma assistência mais organizada, humanizada e 
baseada em evidência científica durante o parto, relatando quais 
profissionais devem estar envolvidos nessa assistência direta: mé-
dicos obstetras, pediatras, neonatologistas, anestesiologistas, ge-
neralistas, enfermeiros obstétricos, obstetrizes, enfermeiros assis-
tenciais e técnicos de Enfermagem, além de todos os profissionais 
envolvidos indiretamente na assistência ao parto, como fisiotera-
peutas, psicólogos, nutricionistas, doulas e educadores perinatais.
IMPORTANTE
O	hospital,	muitas	vezes,	é	considerado,	pela	parturiente,	um	local	diferente	do	
comum,	que	ainda	traz	a	lembrança	de	“doenças”;	dessa	forma,	para	a	família,	deve	ser	
ofertado	um	ambiente	adequado	para	o	parto,	além	de	profissionais	capacitados,	uma	
equipe	especializada	e	que	acolha	a	mulher	nesse	momento	especial,	que	é	a	vinda	de	
um	novo	ser.	De	acordo	com	Carraro	et al.	 (2008),	quando	ocorre	uma	comunicação	
adequada,	 um	 acolhimento,	 uma	 escuta	 ativa	 e	 que	 traz	 a	 sensação	 de	 conforto	 e	
segurança	para	a	mulher,	nesse	momento,	há	uma	solidificação	do	cuidado	integral	à	
saúde	dessa	parturiente,	com	apoio	emocional	e	físico,	promovendo	a	participação	ativa	
dessa	agente	principal	do	parto,	a	mulher.	
3 O ENFERMEIRO GENERALISTA NO CENTRO OBSTÉTRICO
É	 importante	 salientar	 a	 grande	 importância	 das	 atribuições	 do	 enfermeiro	
generalista	dentro	desse	setor,	visto	que	ele	se	insere	na	equipe	interdisciplinar	e	sabe	
da	sua	 importância	para	um	cuidado	de	qualidade	às	parturientes,	escutando,	de	forma	
ativa,	as	necessidades	delas.	
Verifica-se	que	essa	é	uma	realidade	observada	em	outro	trabalho,	
realizado	com	enfermeiros	obstetras	na	 região	sul	de	Santa	Catarina,	
que	destacou	a	importância	do	apoio	da	equipe	multiprofissional	para	o	
fortalecimento	da	autonomia	do	enfermeiro	e,	consequentemente,	a	
melhoria	da	assistência	como	um	todo	(BRAZ	et al.,	2019,	p.	6).
Nesse	 sentido,	 é	 importante	 destacarmos	 as	 competências	 do	 profissional	
inserido	nesse	meio,	segundo	o	Decreto	nº	94.406,	de	8	de	junho	de	1987	(BRASIL,	1987).
28
Segundo o Art. 8º, ao Enfermeiro incumbe: 
I- privativamente: 
[...]
h) prestação de assistência de enfermagem à gestante, 
parturiente, puérpera e ao recém-nascido; 
j) acompanhamento da evolução e do trabalho de parto; 
l) execução e assistência obstétrica em situação de emergência 
e execução do parto sem distocia (BRASIL, 1987).
NOTA
Nota-se	que,	 além	das	competências	generalistas,	 em	vários	estudos,	 a	visão	
holística	e	desmedicalizada	do	enfermeiro	na	assistência	ao	parto	se	destaca	entre	os	
outros	profissionais.	“Pontua-se	que,	para	tanto,	a	sua	autonomia	profissional	deve	ser	
preservada	e	os	profissionais	de	saúde	devem	atuar	em	conformidade	com	a	legislação	
brasileira	 e,	 também,	 com	 as	 resoluções	 e	 pareceres	 normativos	 dos	 conselhos	 e	
categorias	em	que	se	inserem”	(BRAZ	et al.,	2019,	p.	7).
O	Enfermeiro	sem	as	titulações	[...]	poderá	realizar,	como	integrante	
da	 equipe	 de	 saúde,	 o	 acompanhamento	 do	 trabalho	 de	 parto	
normal,	 realizar	 dinâmica	 uterina	 e	 toque	 vaginal,	 entretanto,	 o	
conteúdo	abordado	na	graduação	não	o	capacita	integralmente	para	
a	realização	de	parto	normal	sem	distocia.	Não	compete	ao	Auxiliar	
e	Técnico	de	Enfermagem	a	realização	de	dinâmica	uterina	e	toque	
vaginal	(COREN-SP,	2013,	p.	5).
O	 enfermeiro,	 nesse	 cenário,	 contribui	 para	 uma	 assistência	 humanizada,	
possibilitando	um	espaço	de	conforto	à	mulher,	observando	queixas,	necessidades	e	
medos	da	parturiente,	 informando	a	parturiente	sobre	procedimentos	e	condutas	do	
setor,	colocando	em	prática	o	consentimento	informado	e	a	estimulando	a	se	tornar	a	
protagonista	do	seu	parto,	ao	promover	a	presença	do	acompanhante	e	também	realizar	
métodos	naturais	de	alívio	da	dor	no	momento	das	contrações;	além	disso,	o	enfermeiro	
se	mostra	como	o	principal	agente	que	valoriza	a	cultura,	a	crença,	as	necessidades	e	
os	desejos	da	parturiente	durante	o	parto,	ou	seja,	é	um	profissional	“chave”	dentro	do	
centro	obstétrico.	“Desse	modo,	é	necessário	que	na	gestão	da	assistência	relaciona-
se	a	um	processo	 social	 e	humano	envolvendo	a	motivação,	 liderança,	 participação,	
comunicação,	 colaboração	 e	 influência	 interpessoal”	 (AMORIM;	 BACKES,	 2020	 apud 
SILVA	et al.,	2020,	p.	180).
29
4 O ENFERMEIRO ESPECIALISTA NO CENTRO OBSTÉTRICO
Diante	das	atribuições	citadas	no	Art.	9º	do	Decreto	nº	94.406/1987	(BRASIL,	
1987),	é	importante	relacionarmos	essas	competências	com	alguns	dados	observados	
no	portal	do	governo	brasileiro	de	atenção	às	mulheres,	o	qual	explica	que,	desde	1990,	
observou-se	os	países	que	inseriram	os	enfermeiros	obstétricos	na	assistência	ao	parto,	
concluindo-se	uma	redução	significativa	da	mortalidade	materna	de	2	a	5%	no	ano.	
Art.	 9º	 Às	 profissionais	 titulares	 de	 diploma	 ou	 certificados	 de	
Obstetriz	ou	de	Enfermeira	Obstétrica,	além	das	atividades	de	que	
trata	o	artigo	precedente,	incumbe:
I-	 prestação	de	assistência	à	parturiente	e	ao	parto	normal;
II-	 identificação	das	distocias	obstétricas	e	tomada	de	providência	
até	a	chegada	do	médico;
III-	 realização	 de	 episiotomia	 e	 episiorrafia,	 com	 aplicação	 de	
anestesia	local,	quando	necessária	(BRASIL,	1987).
Essa	 prática	 de	 atuação	 dos	 enfermeiros	 especialistas	 em	 obstetrícia	 e	
ginecologia	 é	 reconhecida	 pela	 OMS,	 e,	 ainda,

Outros materiais