Buscar

aula de 06 de Maio - Liturgia

Prévia do material em texto

FACULDADE DE FILOSOFIA E TEOLOGIA PAULO VI
JARDEL DA SILVA CERQUEIRA RGM: 20162008
Prof. Pe. Gabriel Gonzaga Bina Disciplina: Liturgia I
COMO SE CELEBRA A LITURGIA? Elementos e dinamismo da celebração (D. Borobio, V. 1, p. 188-234)
1. Por que nas celebrações eucarísticas se faz a leitura do Antigo (ou Primeiro) Testamento, do Salmo, do Novo (ou Segundo) Testamento e do Evangelho?
Este é um modelo celebrativo provém da Didascalia do século II. São Máximo, confessor, comentou o sentido místico teológico dessa estrutura litúrgica das várias leituras e de sua ordem (lei, profeta, evangelho), comparando-o a um movimento epifânico que vai da sombra para a imagem e, da imagem, para a presença. Ou seja, uma estrutura que apresenta a história da Criação até a Salvação, a Revelação de Deus na história até o ponto máximo com a Revelação máxima, com a encarnação do Verbo na história. Dessa forma têm-se: O profeta que anuncia e prefigura (fragmentos, perícopes tomadas dos livros históricos, proféticos ou sapienciais do Antigo Testamento); O salmo que retoma todos os dados numa forma lírica e numa linguagem poética, aberta ao cumprimento messiânico; O apóstolo que desvela as riquezas do reino iniciado com Cristo (fragmentos e perícopes neotestamentários tomados dos Atos, das Epístolas e do Apocalipse), além da forma como a comunidade acolhe a mensagem; O Evangelho, que trata diretamente das palavras e das ações de Jesus.
2. Quem fala quando se lê as Escrituras nas celebrações? Como fala? Através de quem?
Retornando a assembleia sinagogal de Nazaré conforme apresentado em Lucas, 4, 16-21, no qual cristo faz a leitura do texto de Isaias, a Sacrosanctum Concilium no nº7 afirma que é o próprio Cristo quem fala quando é realizada as leituras das Escrituras nas celebrações, pela sua Palavra, através do seu ministro. 
3. Na missa é hora de dar catequese, aula, fazer discurso, sermão? Por quê?
Definitivamente não, o papa Francisco, no nº135 e seguintes, na Evangelli Gaudium afirma que: a homilia é o ponto de comparação para avaliar a proximidade e a capacidade de encontro de um Pastor com seu Povo. Ela não pode ser um espetáculo de divertimento, não corresponde à lógica dos recursos mediáticos, mas deve dar fervor e significado a celebração. Exige que a homilia oriente a assembleia, e também o pregador, para uma comunhão com Cristo na Eucaristia, que transforme a vida. É a fala da Igreja, que é mãe e como mãe que prega ao seu povo, como uma mãe que fala ao seu filho, sabendo que o filho tem confiança de que tudo o que se lhe ensina é para seu bem, porque se sente amado. Além disso, a boa mãe sabe reconhecer tudo o que Deus semeou no seu filho, escuta as suas preocupações e aprende com Ele. Em outras palavras, uma vez que está-se diante de uma celebração festiva, uma liturgia da Palavra. Deve-se considerar que se trata de um acontecimento e de uma realidade atuais, não se celebra ideias ou simples lembranças, mas fatos e atualidades. Trata-se ainda de celebrar, festejar, louvar e dar graças. 
4. Onde deve se inspirar a homilia, os cantos, as preces e as orações feitas na missa? Como fazer cada uma destas partes?
Homilia: deve ser relacionada com os outros elementos da celebração: cantos, orações, símbolos. Esta relação não poderá ser esquemática, mas flexível; da ordem da associação de imagens e ideias em forma de convergências e círculos concêntricos do que da dedução silogística que siga um curso rígido de direção retilínea. Deve ser feita pelo presidente da celebração; Cantos: devem ser inspirados (no estilo do caminho neocatecumenal) na textos bíblicos de modo especial nos livros sapienciais. O pós vaticano II, exigiu-se que as novas composições devem possuir uma tríplice qualidade: conteúdo teológico-cristão, linguagem literária e linguagem musical, onde exprimem de forma verdadeira e poética, sintonizada com a sensibilidade dos tempos atuais, o que é o homem de hoje, as suas aspirações, esperanças, angústias e, acima de tudo, o caminho para o Evangelho de Cristo. O protagonismo dos Cânticos Litúrgicos pertence a todos os fiéis, podendo haver individualidades que cantem (presidente, salmista, diácono etc.). Também pode haver um grupo que apoia o canto ou um coral de forma indireta; Orações: têm conteúdo mais objetivo e teológico, mantendo relação com as leituras, cantos, gestos. Sendo litúrgica deve expressar a Koinonia, devendo resumir de fato o sentido da comunidade e, ao mesmo tempo, configurá-lo, ajudá-lo a surgir, crescer e a amadurecer diante dos acontecimentos da vida; Preces: possuem um tríplice ponto de partida: acontecimentos locais, nacionais, mundiais, os textos das leituras do dia enquanto esclarecedores da situação atual e por último, a homília do presidente. Na liturgia romana, sugere-se que o sacerdote faça a introdução e que o diácono (ou um ministro qualificado) proponha as intenções. Depois disso, vem a oração propriamente dita. Às vezes, seguida da proposição, pode-se ter um silêncio para que o povo faça a súplica com o coração, como acontece na Sexta-feira Santa. No Ocidente, uma variante das preces é a Ladainha de todos os santos. Por fim, conclui-se a oração de súplica com uma oração coleta do sacerdote que preside.

Continue navegando