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DEFINIÇÃO DE CONTEÚDO Princípios básicos sobre as características e o funcionamento de transformadores. Apresentação do conceito de fator de potência, sua importância e métodos de correção. PROPÓSITO Apresentar o funcionamento e as características de transformadores, para a escolha do equipamento adequado, bem como o conceito de fator de potência, os problemas que o baixo fator de potência acarreta às instalações e quais as ações e métodos de correção. OBJETIVOS MÓDULO 1 Reconhecer as características e tipo de transformadores utilizados em sistemas de distribuição MÓDULO 2 Reconhecer os esquemas de ligação e paralelismo de transformadores de distribuição e de força MÓDULO 3 Identificar as causas, necessidades e cálculos para a correção do fator de potência MÓDULO 4 Empregar formas de correção de fator de potência e esquemas de ligação com uso de banco de capacitores BEM-VINDO AOS ESTUDOS DOS TRANSFORMADORES DE DISTRIBUIÇÃO E BANCO DE CAPACITORES MÓDULO 1 Reconhecer as características e tipo de transformadores utilizados em sistemas de distribuição INTRODUÇÃO As características e os tipos de transformadores utilizados em sistemas de distribuição Transformadores são equipamentos conhecidos por operarem estaticamente, por meio de indução eletromagnética. Eles transferem energia de um circuito para outro com tensões e correntes diferentes, porém mantêm a frequência constante. Os transformadores têm grande aplicabilidade em um sistema elétrico, podendo ser utilizados em usinas de produção de energia e em centros de consumo, permitindo que instrumentos de medição e de proteção funcionem adequadamente. CARACTERÍSTICAS GERAIS Podemos descrever um transformador como um conjunto de dois enrolamentos: o primário, ligado ao sistema gerador de energia; e o secundário, ligado ao sistema de distribuição. Os enrolamentos não são ligados de forma elétrica, mas são ligados magneticamente por um núcleo comum. Fonte: Shutterstock.com Figura 1: Esquema simplificado de um transformador monofásico Quando uma tensão é aplicada no circuito primário do transformador, uma corrente circula no enrolamento, gera um campo magnético no núcleo e induz uma corrente e uma tensão no circuito secundário. Dizemos que a equação fundamental de transformação é: Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Em que é o número de espiras no circuito primário, e número de espiras no secundário. ATENÇÃO VP IP IS VS = = = a VP VS Np NS IS IP NP NS O valor de indica se o transformador é do tipo rebaixador ou elevador de tensão. Se , o transformador é rebaixador de tensão; e se , é elevador de tensão. Pela inspeção visual, identifica-se qual é o enrolamento do lado de alta tensão e o de baixa tensão. O enrolamento de alta tensão tem mais espiras e um fio mais fino. Quanto ao funcionamento, há três situações importantes que devem ser estudadas: OPERAÇÃO A VAZIO OPERAÇÃO EM CARGA OPERAÇÃO EM CURTO-CIRCUITO OPERAÇÃO A VAZIO Ocorre quando o transformador está energizado, mas não há cargas ligadas ao secundário. Logo, não se tem corrente percorrendo o enrolamento secundário. Nesse caso, a energia gerada é dividida entre a magnetização do núcleo e as perdas no ferro. Sabendo disso, empregam-se ensaios a vazio para determinação de parâmetros relacionados a perdas no núcleo por histerese e por correntes parasitas. OPERAÇÃO EM CARGA Quando o transformador alimenta uma carga, há uma corrente no enrolamento secundário. Essa corrente também induz magnetização no núcleo e, consequentemente, uma corrente no enrolamento primário. Então, se a carga do secundário é reduzida, as correntes do primário e do secundário diminuem. OPERAÇÃO EM CURTO-CIRCUITO Ocorre quando os terminais secundários são ligados por um condutor de impedância desprezível, assim a tensão entre esses terminais é próxima de zero. Nessa condição, o fluxo magnético é baixo. Logo, as perdas do núcleo também são baixas e acaba-se verificando as perdas Joule, que são as perdas nos enrolamentos. Sabendo disso, empregam-se ensaios de curto-circuito para determinação do valor de impedância percentual do transformador em relação à sua tensão nominal e do valor das perdas no cobre (condutores que compõem as bobinas). É importante destacar alguns dados sobre a operação dos transformadores: O ciclo de carga no tempo influencia nas perdas dos transformadores. Quando há um ciclo reduzido, normal em áreas rurais, pode ocorrer maiores perdas nos enrolamentos de cobre e menores perdas no ferro. Quando há um ciclo elevado, as perdas no cobre diminuem. Caso o transformador seja submetido a uma frequência diferente e superior a nominal, há diminuição das perdas no ferro, pois a densidade do fluxo magnético é reduzida. a a > 1 a < 1 Há transformadores que possuem menores correntes harmônicas, assim como menores perdas no ferro e correntes em operação a vazio, no entanto têm custos de aquisição elevados. A corrente em operação a vazio aumenta quando há diminuição proporcional do número de espiras nos enrolamentos primário e secundário. A densidade do fluxo magnético no núcleo do transformador aumenta quando a seção transversal do núcleo é reduzida e isso provoca aumento nas perdas no ferro. SAIBA MAIS As perdas no núcleo do transformador, também conhecidas como perdas no ferro, são aquelas ocorridas por histerese e por correntes parasitas (correntes de Foucault). Quando um material magnético é submetido a um campo magnético, os domínios tendem a alinhar-se na direção da polaridade norte-sul. No caso de um sistema com corrente alternada, o sentido norte-sul alterna-se a determinada frequência. O atrito constante entre os dipolos magnéticos aquece o material, gerando perdas por calor, essas são as perdas por histerese. As perdas por correntes parasitas são causadas devido à ação do campo magnético variável, produzido pela corrente alternada do sistema, que atravessa o núcleo. Para reduzir essas correntes, pode-se construir os núcleos com chapas finas e uma camada isolante entre as folhas (núcleo laminado). HISTERESE Histerese é a tendência de um sistema de conservar suas propriedades na ausência de um estímulo que as gerou, ou, ainda, é a capacidade de preservar uma deformação efetuada por um estímulo. TIPOS DE TRANSFORMADORES Há várias maneiras de classificar os transformadores de acordo com seus parâmetros. QUANTO AO NÚMERO DE FASES Os transformadores monobuchas atendem cargas rurais monofásicas cuja potência, normalmente, não ultrapassa 15 kVA para as redes de 15 kV. MONOBUCHAS Os terminais primários são ligados um à fase e outro à terra, dessa forma, dizemos que esse transformador é monofilar com retorno por terra – MRT. javascript:void(0) javascript:void(0) Fonte: Shutterstock.com Figura 2: Imagem de transformador monobucha Os transformadores bifásicos também são empregados em redes rurais, mas podem ser usados em bancos de transformação. Tais transformadores atendem a cargas monofásicas quando são usados isoladamente e a cargas monofásicas ou trifásicas quando são usados em bancos. Sistemas de alta potência podem usar bancos de transformação compostos por um transformador por fase. Essa alternativa facilita o transporte dos equipamentos, a manutenção e substituições em caso de falhas. Fonte: Shutterstock.com Figura 3: Transformador bifásico Os transformadores trifásicos são os mais usados em sistemas de distribuição, sendo divididos em dois grupos por sua finalidade: transformadores de força, usados em concessionárias e subestações de potência superior a 5 MVA; transformadores de distribuição, que são rebaixadores de tensão destinados aos clientes das distribuidoras. TRANSFORMADORES TRIFÁSICOS Podem ser instalados em subestações abertas ou abrigadas, em postes ou em redes subterrâneas. Para cada caso há variações construtivas do equipamento. javascript:void(0) Fonte: Shutterstock.com Figura 4: Transformador bifásicoQUANTO AOS ENROLAMENTOS Normalmente, nos transformadores de distribuição, os enrolamentos de cobre do primário são de seção circular e os do secundário, retangular. A fabricação dos enrolamentos pode ser realizada de duas maneiras: camada e panqueca. O tipo mais comum é por camada, quando são utilizados enrolamentos helicoidais com espiras sucessivas e adjacentes de fios de pequena seção transversal, podendo haver uma ou mais camadas de espiras. Fonte: Shutterstock.com Figura 5: Transformador trifásico com bobina por camada O tipo panqueca é um conjunto de bobinas montadas verticalmente e ligadas em série. É também conhecido como disco e, geralmente, é empregado em enrolamentos primários. Se comparado com a bobina do tipo camada, tem sua manutenção facilitada, pois em pequenas falhas só é necessário trocar a panqueca defeituosa. Fonte: Shutterstock.com Figura 6: Transformador trifásico com bobina tipo panqueca QUANTO AO MEIO ISOLANTE Existem transformadores em líquido isolante e a seco. Os líquidos isolantes mais comuns são óleo mineral, silicone e ascarel. Além da função isolante, os líquidos atuam na refrigeração dos transformadores. Os transformadores a seco são ideais para emprego em locais com maior perigo de incêndio ou locais com grande circulação de pessoas. Em comparação com os transformadores em líquido isolante, têm custo elevado. ÓLEO MINERAL O óleo mineral isolante tem um baixo ponto de combustão e, para ser usado em transformadores, deve estar livre de impurezas. A sobrecarga, a temperatura, a umidade e o contato com o ar ambiente são fatores de degradação, logo provocam a redução da vida útil dos transformadores desse tipo. No entanto, mesmo após degradação, o óleo mineral isolante pode ser regenerado. Atualmente, há dois tipos de óleos minerais isolantes que são comercializados no Brasil: óleo tipo A ou naftênico e óleo tipo B ou parafínico. O óleo naftênico é um dos produtos provenientes do refino de petróleo e suas propriedades são boa condutividade térmica, baixo custo de produção, alta capacidade de regeneração, baixa toxicidade e é biodegradável. O óleo parafínico também é proveniente do refino de petróleo. Esse tipo de óleo possui taxa de oxidação inferior, se comparado ao naftênico, porém os produtos da oxidação desse óleo não são solúveis e precipitam no fundo do tanque do transformador. O acúmulo de produtos no fundo do tanque provoca redução no desempenho do sistema de resfriamento, visto que isso obstrui o fluxo de óleo. ÓLEO SILICONE O óleo silicone, se comparado com o óleo mineral, tem melhor estabilidade térmica, não é tóxico, é quimicamente inerte, mas tem custo elevado. ASCAREL javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) O ascarel tem boa estabilidade química, não é inflamável e tem alta condutividade térmica. No entanto, é tóxico e não biodegradável, por isso seu uso é proibido no Brasil. Fonte: Shutterstock.com Figura 7: Transformador trifásico com isolação a seco Os transformadores em líquido isolante são, normalmente, projetados para instalações que estejam até mil metros do nível do mar. Acima dessa altitude, o ar rarefeito afeta a capacidade de refrigeração. Nesse caso, deve-se considerar a potência diminuída ou procurar um sistema de refrigeração mais eficaz. A potência reduzida em função da potência nominal é dada pela equação: Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Em que é a potência reduzida em kVA, , a potência nominal em kVA, , a altitude em metros (arredondada para a centena de metros seguinte), e , o fator de redução. Veja a seguir a tabela que a presenta o fator de redução obtido por cada tipo de resfriamento: Tipo de resfriamento Fator de redução Resfriamento natural. 0,004 Ventilação forçada. 0,005 Circulação forçada do líquido isolante e ventilação forçada. 0,005 Circulação forçada do líquido isolante e resfriamento a água. 0,000 Pr = Pn.(1 − k. ) H − 1000 100 Pr Pn H k Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal QUANTO À FINALIDADE Existem os transformadores de potência e os de instrumentação. Os transformadores de corrente e de potencial auxiliam no funcionamento adequado dos instrumentos de medição, de controle e de proteção dos sistemas de distribuição. São popularmente chamados de transformadores de medição ou de instrumentação. O transformador de corrente (TC) é empregado junto a equipamentos de baixa resistência elétrica, pois eles transformam as altas correntes do primário em pequenas correntes. Assim, os amperímetros, relés e medidores atendidos pelo TC podem ser dimensionados em tamanho reduzido. Fonte: Shutterstock.com Figura 8: Transformador de corrente O transformador de potencial (TP) transforma as altas tensões do primário em baixas tensões. Assim, os equipamentos de medição e proteção não precisam ter elevada capacidade de tensão de isolamento, tornando o custo da instalação mais atraente. Fonte: Shutterstock.com Figura 9: Transformador de potencial Os transformadores de potência são os transformadores de força e de distribuição já comentados. Referem-se aos equipamentos empregados em cada nível de tensão da rede: transmissão, subtransmissão e distribuição. AUTOTRANSFORMADOR O autotransformador também realiza elevação ou redução da tensão. A diferença está na parte construtiva, pois parte dos enrolamentos primários são comuns aos enrolamentos secundários. Fonte: EnsineMe Figura 10: Esquema de um transformador comum operando como autotransformador e transformador construído como autotransformador, respectivamente Esses transformadores podem ser monofásicos ou trifásicos, ligados em delta ou estrela, normalmente em estrela. ATENÇÃO Se comparados aos demais transformadores, os autotransformadores têm menor custo. Como parte dos enrolamentos é comum entre primário e secundário, é necessário menos cobre. Analisando o transformador comum operando como autotransformador, temos as seguintes relações: Relação de tensão: Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Da relação fundamental: TRANSFORMADOR ABAIXADOR DE TENSÃO Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Relação de corrente: V1 = E1 + E2; V2 = E2 = → E1 = .E2 N1 N2 E1 E2 N1 N2 V1 = .E2 + E2 = ( ) .E2 = ( ) .V2 N1 N2 N1 + N2 N2 N1 + N2 N2 = ( ) = (a + 1) →V1 V2 N1 + N2 N2 IS = I1 + I2; IP = I1 TRANSFORMADOR ELEVADOR DE CORRENTE Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Potência aparente: Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Sendo, a chamada potência condutiva, é a potência diretamente transferida ao secundário pela corrente primária sem qualquer transformação, , a corrente na bobina 2, e a potência transformada ou eletromagnética, é a potência transferida ao secundário pela corrente que passa pela bobina secundária. Comparando a potência do mesmo transformador ligado normalmente e ligado como um autotransformador, observamos que é possível transferir potência maior quando ligado como autotransformador. Os autotransformadores apresentam rendimento melhor, são menores fisicamente e têm preço mais atrativo do que transformadores convencionais. No entanto, se houver um curto-circuito no enrolamento de alta tensão, pode ocorrer sobretensão no enrolamento de baixa tensão. ESCOLHENDO UM TRANSFORMADOR Ao escolher um transformador, inicialmente, definem-se as seguintes características: FINALIDADE TENSÃO PRIMÁRIA TENSÃO SECUNDÁRIA FASE-FASE E FASE-NEUTRO IS = I1 + . I1 = ( ) . I1 = ( ) . IP N1 N2 N1 + N2 N2 N1 + N2 N2 = ( ) = ( )→ IP IS N2 N1 + N2 1 a + 1 Sautotrafo = V1. IP = V2. IS = V2. (IP + I2) = V2. IP + V2. I2 Scond = V2. IP I2 Stransf = V2. I2 POTÊNCIA NOMINAL NÚMERO DE FASES As tensões primária e secundária são definidas pelas características da rede de alimentação e dacarga a ser alimentada, da mesma forma que o número de fases e a frequência. ATENÇÃO A potência nominal escolhida tem como base o valor de potência aparente da instalação ou projeto. É interessante observar que os transformadores com potências elevadas apresentam melhor rendimento. Após formular os principais dados de especificação, é possível acrescentar outras informações como esquema de ligação, meio isolante, sistema de ventilação e resfriamento, derivações de tensão desejáveis (tapes), tensão suportável de impulso, impedância percentual, indicador de nível de óleo, termômetro, quadro de comando e controle, base de arrastamento, válvula para alivio de pressão, relé de súbita pressão, dispositivo de absorção de umidade. CARREGAMENTO DO TRANSFORMADOR Os transformadores podem sustentar cargas superiores à nominal, desde que respeitadas suas temperaturas limites previstas por norma. No entanto, o uso correto dos equipamentos assegura-lhes longa vida útil. SAIBA MAIS A NBR 5416/1997 – Aplicação de Carga em Transformadores de Potência, estabelece as condições básicas para o cálculo de carregamento de transformador. Em situações de emergência, é aceitável que o carregamento chegue até 200% da potência nominal. Em condições normais, a carga limite é de 150%, desde que a máxima temperatura no topo do óleo seja 95°C para transformadores de 55°C e de 105°C para transformadores de 65°C, e que a máxima temperatura do ponto mais quente seja 105°C para transformadores de 55°C e de 120°C para transformadores de 65°C. Note que a temperatura ambiente é um fator relevante, já que a temperatura final dos enrolamentos é a soma da temperatura ambiente e da máxima elevação de temperatura permitida. O carregamento é importante, pois define a potência nominal necessária do transformador de uma instalação. Em instalações em que a carga varia muito ao longo do dia, é possível utilizar um transformador com potência nominal abaixo do máximo valor de demanda da instalação. Nesses casos, é verificado o valor de carga equivalente de um ciclo de carga. Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Sendo , Ceq = √ P 21 .T1 + P 2 2 .T2 + … + P 2 n .Tn T1 + T2 + … + Tn P1 , as potências demandadas em kVA em determinados intervalos de tempo , , . RENDIMENTO DO TRANSFORMADOR Para os transformadores, o rendimento é definido como a relação entre a potência elétrica fornecida no secundário e a absorvida pelo circuito primário. Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Ao considerar o carregamento, o fator de carga e as perdas do transformador, temos a expressão anterior da seguinte forma. Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Sendo, as perdas no ferro em kW, o carregamento, as perdas no cobre em kW, o fator de potência e a potência nominal em kVA. E, ainda, o rendimento máximo que o transformador atinge é dado quando o nível de carregamento é igual à seguinte relação entre as perdas no ferro e no cobre. P2 Pn T1 T2 Tn η = Ps Pp η = 100 − 100 . (Pfe + F 2 c . Pcu) Fc. Pn. cosφ + Pfe + F 2c .Pcu Pfe Fc Pcu cosφ Pn Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Além do carregamento e rendimento dos transformadores, é necessário também analisar custos. Veja, então, como um engenheiro pode avaliar a melhor escolha em relação ao preço de um transformador. AQUISIÇÃO DE TRANSFORMADORES No mercado, é possível encontrar transformadores com as mesmas características de potência nominal, tensões primária e secundária e número de fases com preços de aquisição variáveis. No entanto, nem sempre o menor preço é a melhor opção de projeto. As perdas no ferro e no cobre, além do fator de carga da instalação, também influenciam nessa escolha. Uma forma rápida de analisar é por meio da seguinte equação: Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Sendo, o custo final em R$, as perdas no ferro em kW, o fator de carga, as perdas no cobre em kW, o tempo de operação, a tarifa de consumo de energia em R$/kWh, o preço de aquisição e a taxa de amortização do recurso investido. TEORIA NA PRÁTICA Fc = √ Pfe Pcu C = (Pfe + Fc.Pcu) .Top.Tkwh + Paq.Tam C Pfe Fc Pcu Top Tkwh Paq Tam Suponha que em um projeto você tenha dimensionado e escolhido um transformador de potência nominal de 300 kVA, imerso em óleo isolante mineral, classe de tensão 15 kVA, tensão primária 13,8/13,2/12,6 kV, tensão secundária 220/127 V, frequência nominal 60 Hz. Durante o período de orçamentação do projeto, foram encontrados dois fornecedores cujos transformadores possuem as seguintes características: Fornecedor A Preço R$ 45.899,99 Perdas no ferro 810 W Perdas no cobre 3250 W Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal Fornecedor B Preço R$ 48.342,99 Perdas no ferro 750 W Perdas no cobre 2150 W Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal Considere que o fator de carga do projeto seja de 0,80; a tarifa do consumo de energia elétrica seja de R$ 0,05164/kWh; o tempo de operação seja de 8.760 h (um ano); e a taxa de amortização de 12% ao ano. Identifique qual a melhor escolha para o projeto. Veja a solução dessa questão no vídeo a seguir: MÃO NA MASSA 1. PARA GARANTIR A QUALIDADE DOS TRANSFORMADORES PRODUZIDOS, AS FÁBRICAS TÊM LABORATÓRIOS BEM EQUIPADOS E EXECUTAM OS ENSAIOS DE ACORDO COM A NBR 5380/1993. EM RELAÇÃO ÀS SEGUINTES AFIRMATIVAS: I – NO ENSAIO A VAZIO, DETERMINA-SE AS PERDAS NO NÚCLEO POR HISTERESE E FOUCAULT. II – NO ENSAIO A VAZIO, DETERMINA-SE AS PERDAS NO COBRE. III – NO ENSAIO DE CURTO-CIRCUITO, DETERMINA-SE O VALOR DE IMPEDÂNCIA PERCENTUAL DO TRANSFORMADOR EM RELAÇÃO A SUA TENSÃO NOMINAL. ASSINALE A ÚNICA ALTERNATIVA CORRETA: A) Apenas a afirmativa I está correta. B) Apenas a afirmativa II está correta. C) Apenas a afirmativa III está correta. D) Apenas as afirmativas I e III estão corretas. E) Apenas as afirmativas II e III estão corretas. 2. A POTÊNCIA NOMINAL TEM COMO BASE: A) A sobrecarga do transformador. B) O valor aparente de potência do projeto. C) O valor real de potência da instalação. D) A prevenção a sobrecarga do transformador previsto ao projeto. E) O fluxo de carregamento do transformador. 3. SUPONHA UMA FÁBRICA LOCALIZADA EM UMA ÁREA CUJA ALTITUDE CHEGA A 1.400 M ACIMA DO NÍVEL DO MAR. ESSA FÁBRICA DESEJA AUMENTAR SUA PRODUÇÃO. ASSIM, A CARGA VAI AUMENTAR 50 KVA. POR ESSE E OUTROS FATORES, ELA SERÁ TRANSFERIDA E A NOVA LOCALIDADE FICA AO NÍVEL DO MAR. A SUBESTAÇÃO ATUAL DESSA FÁBRICA POSSUI UM TRANSFORMADOR CUJA POTÊNCIA REDUZIDA É DE 492 KVA, TEM RESFRIAMENTO NATURAL E UM FATOR DE CARREGAMENTO DE 0,89 EM RELAÇÃO À POTÊNCIA REDUZIDA. DIGA SE É POSSÍVEL MANTER O TRANSFORMADOR APÓS O AUMENTO DE CARGA E O VALOR DA RESERVA DE CARGA. SE NÃO, DIGA O QUANTO EXCEDE. A) Manter o transformador, 5,2 % de reserva de carga. B) Manter o transformador, 3,1 % de reserva de carga. C) Manter o transformador, 2,4 % de reserva de carga. D) Não manter o transformador, 2,4 % de excesso de carga. E) Não manter o transformador, 3,1 % de excesso de carga. 4. EM UMA INSTALAÇÃO, A DEMANDA EXIGIDA AO TRANSFORMADOR DA UNIDADE VARIA DURANTE O DIA, CONFORME A TABELA A SEGUIR. DETERMINE A CARGA EQUIVALENTE E O VALOR COMERCIAL DE POTÊNCIA DO TRANSFORMADOR QUE MELHOR ATENDE À INSTALAÇÃO. INTERVALO DE HORA 0H-4H 4H-8H 8H-12H 12H-16H 16H-20H 20H-24H DEMANDA (KVA) 100 150 125 75 200 175 ATENÇÃO! PARA VISUALIZAÇÃOCOMPLETA DA TABELA UTILIZE A ROLAGEM HORIZONTAL A) 107,53 kVA, 112,5 kVA B) Ceq Pn 133,85 kVA, 112,5 kVA C) 133,85 kVA, 150 kVA D) 143,98 kVA, 150 kVA E) 162,61 kVA, 300 kVA 5. SEJA UM TRANSFORMADOR DE 500 KVA COM PERDAS NO COBRE DE 5000 W E PERDAS NO FERRO DE 2100 W. O FATOR DE POTÊNCIA DA INSTALAÇÃO É DE 0,80. QUAL É O RENDIMENTO MÁXIMO DESSE TRANSFORMADOR? A) 99,1% B) 98,4 % C) 97,5 % D) 97,0 % E) 96,2 % 6. SEJA UM TRANSFORMADOR DE 500 KVA COM PERDAS NO COBRE DE 5000 W E PERDAS NO FERRO DE 2100 W. CONSIDERE QUE A INSTALAÇÃO EXIGE PLENA CARGA DO TRANSFORMADOR. CALCULE O FATOR DE POTÊNCIA QUE A INSTALAÇÃO DEVE TER PARA QUE O TRANSFORMADOR ATINJA SEU MÁXIMO VALOR DE RENDIMENTO. A) 0,87 B) 0,89 C) 0,91 D) 0,93 E) 0,95 GABARITO 1. Para garantir a qualidade dos transformadores produzidos, as fábricas têm laboratórios bem equipados e executam os ensaios de acordo com a NBR 5380/1993. Em relação às seguintes afirmativas: Ceq Pn Ceq Pn Ceq Pn Ceq Pn I – No ensaio a vazio, determina-se as perdas no núcleo por histerese e Foucault. II – No ensaio a vazio, determina-se as perdas no cobre. III – No ensaio de curto-circuito, determina-se o valor de impedância percentual do transformador em relação a sua tensão nominal. Assinale a única alternativa correta: A alternativa "D " está correta. A afirmativa II é a única incorreta, porque as perdas no cobre são determinadas no ensaio de curto-circuito. 2. A potência nominal tem como base: A alternativa "B " está correta. A potência nominal depende diretamente do valor aparente de potência exigida pela instalação elétrica ou pelo projeto de instalação elétrica. 3. Suponha uma fábrica localizada em uma área cuja altitude chega a 1.400 m acima do nível do mar. Essa fábrica deseja aumentar sua produção. Assim, a carga vai aumentar 50 kVA. Por esse e outros fatores, ela será transferida e a nova localidade fica ao nível do mar. A subestação atual dessa fábrica possui um transformador cuja potência reduzida é de 492 kVA, tem resfriamento natural e um fator de carregamento de 0,89 em relação à potência reduzida. Diga se é possível manter o transformador após o aumento de carga e o valor da reserva de carga. Se não, diga o quanto excede. A alternativa "C " está correta. Primeiro, calcula-se a potência nominal. O fator de redução é 0,004 devido o resfriamento natural. Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Calcula-se, a potência utilizada pela fábrica. Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Com o aumento de carga, a nova potência requerida será: Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Então, a reserva de carga do transformador será de: Pr = Pn.(1 − k. )→ 492 = Pn.(1 − 0, 004. ) H − 1000 100 1400 − 1000 100 Pn = 500 kVA Pfab = Pr. Fc = 492 . 0, 89 →Pfab = 437, 88 kVA Pfab.nova = Pfab + 50 = 437, 88 + 50→Pfab.nova= 487, 88 kVA Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Logo, a reserva de carga é 2,4 %. 4. Em uma instalação, a demanda exigida ao transformador da unidade varia durante o dia, conforme a tabela a seguir. Determine a carga equivalente e o valor comercial de potência do transformador que melhor atende à instalação. Intervalo de hora 0h-4h 4h-8h 8h-12h 12h-16h 16h-20h 20h-24h Demanda (kVA) 100 150 125 75 200 175 Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal A alternativa "D " está correta. A carga equivalente da instalação é: Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Então, o transformador pode ter = 150 kVA. 5. Seja um transformador de 500 kVA com perdas no cobre de 5000 W e perdas no ferro de 2100 W. O fator de potência da instalação é de 0,80. Qual é o rendimento máximo desse transformador? A alternativa "B " está correta. O rendimento máximo ocorre quando: Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal O rendimento é calculado pela expressão: R = 1 − = 1 − →R = 0, 024 Pfab Pn 487, 88 500 Ceq = √ P 21 .T1 + P 2 2 .T2 + … + P 2 n .Tn T1 + T2 + … + Tn Ceq = √ 1002.4 + 1502.4 + 1252.4 + 752.4 + 2002.4 + 1752.4 4 + 4 + 4 + 4 + 4 + 4 Ceq = 143, 98 kVA Pn Fc = √ = √ →Fc = 0, 532 = 53, 2 Pfe Pcu 1, 7 6, 0 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal 6. Seja um transformador de 500 kVA com perdas no cobre de 5000 W e perdas no ferro de 2100 W. Considere que a instalação exige plena carga do transformador. Calcule o fator de potência que a instalação deve ter para que o transformador atinja seu máximo valor de rendimento. A alternativa "A " está correta. Veja a solução dessa questão no vídeo a seguir: GABARITO VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. ASSINALE A ALTERNATIVA INCORRETA. A) Os transformadores, por meio de indução eletromagnética, transformam o valor da tensão, aplicada no enrolamento primário, em uma tensão diferente no enrolamento secundário. B) Um transformador monofásico é composto por duas bobinas enroladas no mesmo núcleo de ferro. C) Um transformador monofásico é composto por uma bobina enrolada em dois núcleos de ferro. D) Os transformadores são usados tanto para aumentar o valor da tensão aplicada no enrolamento primário, quanto para diminuir. E) Os transformadores alteram os valores de tensão aplicadas ao seu enrolamento primário e mantêm o valor de frequência. 2. NO BRASIL, AS TENSÕES NOMINAIS DAS REDES DE DISTRIBUIÇÃO VARIAM CONFORME A REGIÃO. NO NORDESTE, A TENSÃO PREDOMINANTEMENTE É 220 V ENTRE FASE E NEUTRO E 380 V ENTRE FASES. NA REGIÃO SUL, É 220 V ENTRE FASES E 127 V ENTRE FASE E NEUTRO. EM DETERMINADA CIDADE, UM TRANSFORMADOR ABAIXADOR É UTILIZADO NA REDE DE 13,8 KV DA CONCESSIONÁRIA PARA ATENDER UMA ÁREA RESIDENCIAL DE 220 V. NESSE TRANSFORMADOR: O NÚMERO DE ESPIRAS NO PRIMÁRIO É MAIOR QUE NO SECUNDÁRIO. A CORRENTE ELÉTRICA NO PRIMÁRIO É MENOR QUE NO SECUNDÁRIO. A DIFERENÇA DE POTENCIAL NO SECUNDÁRIO É CONTINUA. η = 100 − = 100 − →η = 98, 4 100 . (2, 1 + 0, 5322. 5, 0) 0, 532. 500. 0, 8 + 2, 1 + 0, 5322.5, 0 351, 5 216, 3 ASSINALE A ÚNICA ALTERNATIVA CORRETA: A) Apenas a afirmativa I está correta. B) Apenas a afirmativa II está correta. C) Apenas a afirmativa III está correta. D) Apenas as afirmativas I e II estão corretas. E) Apenas as afirmativas I e III estão corretas. GABARITO 1. Assinale a alternativa incorreta. A alternativa "C " está correta. A única alternativa incorreta é a alternativa C, pois o transformador é composto por duas bobinas enroladas no mesmo núcleo de ferro. 2. No Brasil, as tensões nominais das redes de distribuição variam conforme a região. No Nordeste, a tensão predominantemente é 220 V entre fase e neutro e 380 V entre fases. Na região Sul, é 220 V entre fases e 127 V entre fase e neutro. Em determinada cidade, um transformador abaixador é utilizado na rede de 13,8 kV da concessionária para atender uma área residencial de 220 V. Nesse transformador: O número de espiras no primário é maior que no secundário. A corrente elétrica no primário é menor que no secundário. A diferença de potencial no secundário é continua. Assinale a única alternativa correta: A alternativa "D " está correta. Observando a relação fundamental do transformador, a associação entre o número de espiras é diretamente proporcional à relação das tensões e inversamente proporcional à relação das correntes. No caso de transformador abaixador, o número de espiras no primário é maior do que no secundário, e a corrente elétrica no primário é menor do que no secundário. Logo, as afirmativas I e II estão corretas. A alternativa III está incorreta, pois nos transformadores de distribuição a rede funciona com tensões alternadas. MÓDULO 2 Reconhecer os esquemas de ligação e paralelismo de transformadores de distribuição e de força INTRODUÇÃO Os esquemas de ligação e paralelismo de transformadores de distribuição e de força Após compreender as principais características dos transformadores, é interessante visualizar os possíveis esquemas de ligação dos enrolamentos primários e secundários de transformadores trifásicos, assim como suas aplicações, vantagens e desvantagens. ESQUEMAS DE LIGAÇÃO Os transformadores trifásicos possuem três enrolamentos no primário e trêsno secundário e podem ser construídos em núcleos individuais ou em um único núcleo. Fonte: Shutterstock.com Figura 11: Esquema de núcleo único Tais enrolamentos podem estar ligados de diferentes maneiras: ligação triângulo (ou delta) e ligação estrela. Uma vez que os enrolamentos do primário podem ser ligados tanto em delta como em estrela, independentemente de qualquer ligação usada nos enrolamentos do secundário, então existem quatro combinações possíveis: PRIMÁRIO E SECUNDÁRIO EM DELTA Fonte: Shutterstock.com Figura 12: Esquema delta-delta Como vantagem, as grandezas elétricas, corrente e tensão, estão em fase. Além disso, pode ser mantido em operação mesmo quando uma das fases é perdida ou desconectada para manutenção — quando isso ocorre, chama-se de delta aberto — e que é indicado para cargas desequilibradas, tendo em vista que as tensões de fase permanecem constantes. No caso de conexão delta aberto, o banco de transformadores ainda fornece 58 % da capacidade nominal, logo não é preciso desligar toda a instalação para realizar a manutenção. PRIMÁRIO EM DELTA E SECUNDÁRIO EM ESTRELA Fonte: Shutterstock.com Figura 13: Esquema delta-estrela Nesse esquema, as tensões do primário e do secundário não estão em fase, não sendo possível operar em paralelo com transformadores em outros esquemas. PRIMÁRIO E SECUNDÁRIO EM ESTRELA Fonte: Shutterstock.com Figura 14: Esquema estrela-estrela Em um sistema equilibrado, as tensões mantêm a relação: Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Em que , e são as tensões do circuito primário, , e são as respectivas tensões do circuito secundário. Nesse esquema, assim como no delta-delta, temos como vantagens que as grandezas elétricas, corrente e tensão, estão em fase e que o transformador pode ser religado como autotransformador. Quando o transformador estiver operando a plena carga, o não aterramento do neutro pode provocar sobretensões devido às componentes harmônicas. As sobretensões, por sua vez, provocam aquecimento excessivo do tanque, danificando o transformador. No caso de estrela-aterrada, um curto fase-terra gera um aumento drástico nas tensões fase-neutro não atingidas, aumentando também as perdas no núcleo. PRIMÁRIO EM ESTRELA E SECUNDÁRIO EM DELTA Haverá uma defasagem de 30° entre as tensões primárias e secundárias. Isso deve ser observado quando se colocam transformadores para trabalhar em paralelo, como será visto no próximo tópico deste módulo. A vantagem desse esquema é a supressão de harmônicas. = = Va Va′ Vb Vb′ Vc Vc′ Va Vb Vc Va′ Vb′ Vc′ Comentou-se anteriormente acerca da relação de espiras e de transformação como sendo a relação fundamental. Em decorrência dessas possibilidades de ligações em transformadores trifásicos, a relação de transformação nem sempre é a mesma da relação de espiras. Isso ocorre porque a relação de transformação utiliza as tensões de linha de cada circuito, e a equação fundamental, que relaciona o número de espiras com as tensões do primário e do secundário, utiliza as tensões aplicadas nas bobinas. EQUAÇÃO FUNDAMENTAL: , RELAÇÃO DE TRANSFORMAÇÃO: Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Observe o exemplo do transformador com primário em estrela e o secundário em delta. Fonte: Shutterstock.com adaptada por Renato Teixeira Figura 15: Esquema estrela-delta Neste caso, a tensão aplicada na bobina primária é e na bobina secundária, . Logo, . Sabendo que a tensão de fase é a tensão entre fase e neutro, que a tensão de linha é a tensão entre duas fases, e que a relação entre elas é: Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal = = = a VP VS Np NS IS IP VL,P VL,S Va Va′b′ Va = a.Va′b′ VL = √3.VF Então, considere que uma tensão V foi aplicada no sistema estrela-delta. Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal No secundário, a tensão de linha é , que em relação a tensão aplicada é . Assim, para um transformador estrela-delta, a relação de transformação é: Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal A relação de transformação das correntes também é diferente da equação fundamental. No primário, como a ligação é estrela, a corrente de linha é igual a corrente de fase. No delta, a corrente de linha é vezes a corrente de fase. Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal ATENÇÃO A relação das correntes é o inverso da relação das tensões. Analogamente ao raciocínio apresentado, para transformadores com ligação delta-estrela, as relações de transformação de tensões e correntes são: Vab = V = √3.Va→Va = V /√3 Va′b′ Va′b′ = V /(√3. a) RTtensão = = → RT . tensão = √3.a VL,P VL,S V V / (√3.a) √3 RTcorrente = = →RT . corrente = 1/√3. a IL,P iL,S I I. √3. a RTtensão = = e VL,P VL,S a √3 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal ATENÇÃO Para os transformadores com ligação delta-delta ou estrela-estrela, a equação fundamentação é válida para todas as relações. É importante comentar algumas vantagens e aplicações das ligações apresentadas. PARALELISMO DE TRANSFORMADORES Em unidades consumidoras que recebem energia elétrica da distribuidora em alta tensão, é possível empregar dois ou mais transformadores em paralelo para atender à mesma carga. Se os transformadores tiverem o mesmo valor de potência nominal e de impedância percentual, a carga se distribuirá igualmente em cada transformador. No entanto, isso não ocorre na prática. Por razões financeiras, é comum em instalações até 500 kVA apenas um transformador. Em subestações maiores, é projetado o uso de transformadores em paralelo. Assim, há maior confiabilidade quanto à continuidade do serviço. Quando um transformador apresentar defeito, o outro é capaz de suprir toda ou boa parte da carga sem muitos prejuízos — lembre-se dos limites de carregamento comentados. Conterem a mesma relação de transformação nominal e a mesma polaridade ou deslocamento angular, são as condições para que os transformadores operem em paralelo e sem consequências. Caso não se tenha a mesma relação de transformação nominal, haverá uma diferença de potencial entre os secundários dos transformadores, gerando circulação de corrente entre os enrolamentos. Caso não se tenha a mesma polaridade ou deslocamento angular, haverá uma diferença de tensão cíclica, que também gera uma circulação de corrente entre os enrolamentos. Observe as situações de paralelismo: TENSÕES PRIMÁRIAS IGUAIS E RELAÇÃO DE TRANSFORMAÇÃO DIFERENTE Considerando dois transformadores em paralelo, a corrente de circulação a vazio tomada em percentagem da corrente nominal do transformador será: Em que, e RTcorrente = = IL,P iL,S √3 a T1 Icir1 = .100(%) △Rtp Zpt1 + Zpt2 . (Pnt1/Pnt2) △Rtp = .100 (%) Rt2 − Rt1 Rt Rt = √Rt1 . Rt2 Rt1 são as relações de transformação dos transformadores; a relação de transformação média; a variação percentual das relações; e as impedâncias percentuais dos transformadores; e as potências nominais dos transformadores em kVA. DEFASAGENS ANGULARES DIFERENTES Considerando dois transformadores em paralelo, a corrente de circulação será: Sendo, a impedância percentual do transformador, a corrente nominal secundária, e a diferença de ângulo de defasagem entre os secundários dos dois transformadores, em graus elétricos. GRUPOS DE LIGAÇÃO E ÍNDICES HORÁRIOS É possível colocar em paralelo os transformadores com defasagens angulares diferentes, desde que sejam observadas algumas condições. A análise das combinações divide os transformadores em grupos por tipo de ligação, baseado na tabela a seguir: Grupo I: índices 0, 4 e 8; Grupo II: índices 2, 6 e 10; Grupo III: índices 1 e 5; Grupo IV: índices 7 e 11. Rt2 Rt △Rtp Zpt1 Zpt2 Pnt1 Pnt2 Icir = . 100 Ins. sen(α/2) Zpt1Zpt1 Ins α Fonte: Unesp - Departamento de Engenharia Elétrica. Fabio Leão, 2016 adaptada por Renato Teixeira Figura 16: Grupos de ligação e índices horários. Os transformadores de qualquer grupo de ligação e com o mesmo índice podem ser operados em paralelo. Por exemplo, Dd0-Yy0 ou Dy7-Yd7. Os transformadores de um mesmo grupo, mas com índices diferentes, têm duas possibilidades. Caso a diferença entre os índices seja 4, por exemplo, Dd0-Dd4, as ligações dos terminais secundários devem ser conforme a Figura 17: Fonte: EnsineMe Figura 17: Ligação de transformadores de um mesmo grupo e diferença de índices é 4. Os transformadores de um mesmo grupo, mas com índices diferentes, têm duas possibilidades. Caso a diferença entre os índices seja 8, as ligações dos terminais secundários devem ser conforme a Figura 18: Fonte: EnsineMe Figura 18: Ligação de transformadores de um mesmo grupo e diferença de índices é 8. Os transformadores de grupos distintos devem ser analisados com base na equação: Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Sendo, A e B os índices de cada transformador. Se , as ligações do paralelo efetuam-se modificando duas quaisquer ligações de fase no primário do segundo transformador. E as ligações secundárias invertem-se entre si nos terminais correspondentes ao primário. Fonte: Shutterstock.com Figura 19: Ligação de transformadores de grupos distintos e . Se , as ligações do paralelo efetuam-se modificando duas quaisquer ligações de fase no primário do segundo transformador e as ligações secundárias são rotacionadas de uma posição cíclica. Exemplo, se , as ligações no secundário são a-b-c/a-c-b, e se , as ligações no secundário são a-b-c/c-b-a. K = A − B − 2 4 K = 0 K = 0 K ≠ 0 K = 1 K = 2 Fonte: EnsineMe Figura 20: Ligação de transformadores de grupos distintos e K diferente de zero. TEORIA NA PRÁTICA Suponha que dois transformadores elevadores de 500 kVA, 13,8/13,2 kV – 380/220 V estão em paralelo. Um dos transformadores foi ligado no tape de 13,8 kV e outro, por engano, em 13,2 kV. Calcule a corrente efetiva de circulação a vazio. Considere que a impedância dos transformadores é a mesma e vale 4,5 %. Veja a seguir a solução dessa questão: MÃO NA MASSA 1. QUANTO AO TIPO DE LIGAÇÃO DOS ENROLAMENTOS DOS TRANSFORMADORES, MARQUE A ALTERNATIVA INCORRETA: A) Para os transformadores delta-delta, a relação de transformação da corrente e da tensão coincide com a relação entre o número de espiras. B) Para os transformadores estrela-estrela, a relação de transformação da corrente e da tensão coincide com a relação entre o número de espiras. C) Para os transformadores estrela-delta, a relação de transformação da corrente é D) Para os transformadores com ligação estrela-delta, a relação de transformação da tensão é E) Para os transformadores estrela-delta, a relação de transformação da tensão é 1/√3. a √3. a √3/a 2. SUPONHA QUE DOIS TRANSFORMADORES DE 500 KVA, 13,8 KV – 380/220 V ESTÃO EM PARALELO. CONSIDERANDO QUE ELES APRESENTAM DEFASAGENS ANGULARES DIFERENTES, MAS OS DEMAIS PARÂMETROS ELÉTRICOS IGUAIS, CALCULE O VALOR MÁXIMO DA CORRENTE DE CIRCULAÇÃO E DIGA EM QUE DIFERENÇA DE ÂNGULO DE DEFASAGEM ELA OCORRE. CONSIDERE QUE A IMPEDÂNCIA DOS TRANSFORMADORES É A MESMA E VALE 4,5 %. A) , B) , C) , D) , E) , 3. UM TRANSFORMADOR TEM UMA RELAÇÃO DE ESPIRAS DE 10:1 ENTRE O PRIMÁRIO E O SECUNDÁRIO. A TENSÃO DE LINHA DE ENTRADA É 50 V, E NA SAÍDA FOI MEDIDA A TENSÃO DE LINHA DE . ASSINALE A ALTERNATIVA QUE INDICA O ESQUEMA DE LIGAÇÃO DO PRIMÁRIO E DO SECUNDÁRIO, RESPECTIVAMENTE: A) Delta-delta B) Delta-estrela C) Estrela-estrela D) Estrela-delta E) Não é possível identificar o esquema com essas informações 4. UM TRANSFORMADOR POSSUI 800 ESPIRAS NO ENROLAMENTO PRIMÁRIO E TEM O ESQUEMA DE LIGAÇÃO ESTRELA-ESTRELA. SE A TENSÃO E A CORRENTE NO PRIMÁRIO SÃO, RESPECTIVAMENTE, 160 V E 8 A, QUAL O NÚMERO DE ESPIRAS QUE O ENROLAMENTO SECUNDÁRIO DEVE TER PARA QUE A SAÍDA DE TENSÃO SEJA 320 V? Icir = 759, 6 A α = 180o Icir = 1315, 8 A α = 90o Icir = 1315, 8 A α = 180o Icir = 16880, 0 A α = 90o Icir = 16880, 0 A α = 180o 5√3 A) 400 espiras B) 800 espiras C) 1200 espiras D) 1600 espiras E) 2000 espiras 5. UM TRANSFORMADOR POSSUI 800 ESPIRAS NO ENROLAMENTO PRIMÁRIO E TEM O ESQUEMA DE LIGAÇÃO DELTA-DELTA. SE A TENSÃO E A CORRENTE NO PRIMÁRIO SÃO, RESPECTIVAMENTE, 160 V E 8 A, QUAL O NÚMERO DE ESPIRAS QUE O ENROLAMENTO SECUNDÁRIO DEVE TER PARA QUE A SAÍDA DE CORRENTE SEJA 2 A? A) 1600 espiras B) 2000 espiras C) 2400 espiras D) 2800 espiras E) 3200 espiras 6. É COMUM O USO DE TRANSFORMADORES EM PARALELO PARA AUMENTAR A CONFIABILIDADE NO SISTEMA DE FORNECIMENTO DE ENERGIA E DAR CONTINUIDADE DE SERVIÇO. ACERCA DO PARALELISMO DE TRANSFORMADORES, INDIQUE SE AS AFIRMATIVAS SÃO VERDADEIRAS (V) OU FALSAS (F). ( ) NÃO É POSSÍVEL LIGAR EM PARALELO TRANSFORMADORES COM ESQUEMAS DE LIGAÇÃO DIFERENTES NO PRIMÁRIO. ( ) OS TRANSFORMADORES DEVEM ESTAR, PREFERENCIALMENTE, NA MESMA POLARIDADE. ( ) HAVERÁ UMA CORRENTE DE CIRCULAÇÃO CASO AS RELAÇÕES DE TRANSFORMAÇÃO SEJAM DIFERENTES. ( ) NÃO É POSSÍVEL COLOCAR EM PARALELO TRANSFORMADORES COM DEFASAGENS ANGULARES DIFERENTES. ESTÁ CORRETA, DE CIMA PARA BAIXO, A SEGUINTE SEQUÊNCIA: A) F-F-F-V B) F-V-F-V C) F-V-V-F D) V-V-F-F E) V-F-V-F GABARITO 1. Quanto ao tipo de ligação dos enrolamentos dos transformadores, marque a alternativa incorreta: A alternativa "E " está correta. A única alternativa incorreta é a letra E porque, para os transformadores estrela-delta, a relação de transformação da tensão é . O valor da relação de corrente, nesse caso, que é . a/√3 √3/a 2. Suponha que dois transformadores de 500 kVA, 13,8 kV – 380/220 V estão em paralelo. Considerando que eles apresentam defasagens angulares diferentes, mas os demais parâmetros elétricos iguais, calcule o valor máximo da corrente de circulação e diga em que diferença de ângulo de defasagem ela ocorre. Considere que a impedância dos transformadores é a mesma e vale 4,5 %. A alternativa "E " está correta. Observando a equação da corrente de circulação no caso de defasagens angulares diferentes, é possível inferir que o seu valor máximo ocorre quando também atinge seu valor máximo. Quando , temos . Então, a diferença de ângulo de defasagem é . A corrente nominal do secundário é: Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal A corrente de circulação máxima é: Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal 3. Um transformador tem uma relação de espiras de 10:1 entre o primário e o secundário. A tensão de linha de entrada é 50 V, e na saída foi medida a tensão de linha de . Assinale a alternativa que indica o esquema de ligação do primário e do secundário, respectivamente: A alternativa "B " está correta. Veja a seguir a solução dessa questão: sen(α/2) sen(α/2) = 1 α/2 = 90o 180o Ins = = 759, 6 A 500 √3.0, 38 Icir = . 100 = . 100 Ins. sen(α/2) Zpt1 759, 6 . 1 4, 5 Icir = 16880 A 5√3 4. Um transformador possui 800 espiras no enrolamento primário e tem o esquema de ligação estrela-estrela. Se a tensão e a corrente no primário são, respectivamente, 160 V e 8 A, qual o número de espiras que o enrolamento secundário deve ter para que a saída de tensão seja 320 V? A alternativa "D " está correta. A relação de transformação da tensão no esquema estrela-estrela coincide com a relação fundamental: Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal 5. Um transformador possui 800 espiras no enrolamento primário e tem o esquema de ligação delta-delta. Se a tensão e a corrente no primário são, respectivamente, 160 V e 8 A, qual o número de espiras que o enrolamento secundário deve ter para que a saída de corrente seja 2 A? A alternativa "E " está correta. A relação de transformação da corrente no esquema delta-delta coincide coma relação fundamental: Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal 6. É comum o uso de transformadores em paralelo para aumentar a confiabilidade no sistema de fornecimento de energia e dar continuidade de serviço. Acerca do paralelismo de transformadores, indique se as afirmativas são verdadeiras (V) ou falsas (F). ( ) Não é possível ligar em paralelo transformadores com esquemas de ligação diferentes no primário. ( ) Os transformadores devem estar, preferencialmente, na mesma polaridade. ( ) Haverá uma corrente de circulação caso as relações de transformação sejam diferentes. ( ) Não é possível colocar em paralelo transformadores com defasagens angulares diferentes. Está correta, de cima para baixo, a seguinte sequência: A alternativa "C " está correta. É possível colocar transformadores com esquemas de ligação e defasagens angulares diferentes, por isso a primeira e última afirmativas estão incorretas. As demais afirmativas são verdadeiras. GABARITO = → = → N2 = 1600 N1 N2 V1 V2 800 N2 160 320 = → = → N2 = 3200 N1 N2 I2 I1 800 N2 2 8 VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. ANALISANDO O PARALELISMO DE TRANSFORMADORES POR MEIO DOS GRUPOS DE LIGAÇÃO E ÍNDICES HORÁRIOS: SEJA UM TRANSFORMADOR DO GRUPO I, ÍNDICE 0, DD0, ASSINALE QUAL DAS OPÇÕES NÃO É POSSÍVEL UTILIZAR EM PARALELO COM ESSE TRANSFORMADOR. A) Yy0 B) Dd4 C) Dd8 D) Yy7 E) Yd6 2. SUPONHA QUE DOIS TRANSFORMADORES DE 112,5 KVA, 13,8 KV – 380/220 V ESTÃO EM PARALELO. CONSIDERANDO QUE ELES TÊM DEFASAGENS ANGULARES DIFERENTES, MAS OS DEMAIS PARÂMETROS ELÉTRICOS IGUAIS, CALCULE O VALOR DE IMPEDÂNCIA DOS TRANSFORMADORES. CONSIDERE MÁXIMA CORRENTE DE CIRCULAÇÃO DE 3798,44 A. A) 3,0 % B) 3,5 % C) 4,0 % D) 4,5 % E) 5,0 % GABARITO 1. Analisando o paralelismo de transformadores por meio dos grupos de ligação e índices horários: seja um transformador do Grupo I, índice 0, Dd0, assinale qual das opções não é possível utilizar em paralelo com esse transformador. A alternativa "D " está correta. É possível colocar transformadores do mesmo grupo em paralelo, logo as alternativas A, B, C e E não são a resposta correta. No caso de transformadores de grupos diferentes, deve-se aplicar a equação. Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal No caso da alternativa e, o índice é 6. . Quando K=1, é possível ligar os transformadores em paralelo, assim essa opção também não é a correta para a questão. No caso da alternativa d, o índice é 7. K = A − B − 2 4 K = = 1 6 − 0 − 2 4 . Neste caso, não é possível o paralelismo. 2. Suponha que dois transformadores de 112,5 kVA, 13,8 kV – 380/220 V estão em paralelo. Considerando que eles têm defasagens angulares diferentes, mas os demais parâmetros elétricos iguais, calcule o valor de impedância dos transformadores. Considere máxima corrente de circulação de 3798,44 A. A alternativa "D " está correta. A corrente nominal do secundário é: Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal O valor da impedância do transformador quando a corrente de circulação é máxima: Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal MÓDULO 3 Identificar as causas, necessidades e cálculos para a correção do fator de potência K = = 7 − 0 − 2 4 5 4 Ins = = 170, 93 A 112, 5 √3.0, 38 Icir = . 100 → 3798, 44 = . 100 Ins. sen(α/2) Zpt1 170, 93 . 1 Zpt1 Zpt1 = 4, 5% INTRODUÇÃO Causas, necessidades e cálculos para correção do fator de potência Para prosseguirmos com o entendimento do conteúdo, primeiro é importante definir o que é o fator de potência e como ele é avaliado pela distribuidora de energia elétrica. AVALIADO PELA DISTRIBUIDORA A Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), em sua Resolução Normativa nº 414, de 9 de setembro de 2010, estabeleceu que as distribuidoras devem realizar a medição permanente do fator de potência com a finalidade de cobrança para determinadas unidades consumidoras. O grupo de unidades consumidoras enquadradas nessa situação é composto por aquelas cujo fornecimento de energia apresenta tensão igual ou superior a 2,3 kV ou por aquelas que são atendidas a partir de um sistema subterrâneo de distribuição em tensão secundária. FATOR DE POTÊNCIA Antes de apresentar o conceito de fator de potência, relembre o comportamento da tensão e da corrente sobre diversos tipos de carga: resistiva, indutiva e capacitiva. Observe o caso de uma carga puramente resistiva. Fonte: Shutterstock.com Figura 21: Gráfico de tensão e corrente x tempo em um resistor Disso, temos e v (t) = Vm. cos(wt + ф ) javascript:void(0) . Em que é a tensão sobre o resistor; , a corrente; , o valor máximo de tensão; e , o valor da resistência. Agora observe o caso de uma carga puramente indutiva. Fonte: Shutterstock.com Figura 22: Gráfico de tensão e corrente x tempo em um indutor Disso, temos e . Em que é a tensão sobre o indutor; , a corrente; , o valor máximo de tensão; e , o valor da indutância. Por fim, observe o caso de uma carga puramente capacitiva. i (t) = . cos(wt + ф ) Vm R v (t) i (t) Vm R v (t) = Vm. cos(wt + ф ) i (t) = . cos(wt + ф − 90°) Vm wL v (t) i (t) Vm L Fonte: Shutterstock.com Figura 23: Gráfico de tensão e corrente x tempo em um capacitor Disso, temos e . Em que é a tensão sobre o capacitor; , a corrente; , o valor máximo de tensão; e , o valor da capacitância. Comparando os gráficos, é possível notar que, no caso de carga indutiva, a corrente está atrasada em relação à tensão e, no caso de carga capacitiva, a corrente está adiantada em relação à tensão. Fisicamente, interpreta-se o fator de potência como sendo o cosseno do ângulo de defasagem entre a onda senoidal da corrente e da tensão. Logo, nos casos em que a carga é puramente resistiva, o fator de potência é 1, já que não há defasagem entre as ondas de corrente e tensão. , SE NÃO HÁ DEFASAGEM Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Matematicamente, o fator de potência é uma relação entre a componente ativa da potência e a potência total, também conhecida como potência aparente, e pode ser descrito a partir do triângulo da figura a seguir: v (t) = Vm. cos(wt + ф ) i (t) = wC.Vm. cos(wt + ф + 90°) v (t) i (t) Vm C Fp = cosφ φ = 0o → Fp = 1 Fonte: EnsineMe Figura 24: Triângulo de potências , SENDO Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Em que é a potência ativa; é a potência reativa; é a potência aparente; e é o fator de potência. Quanto maior for a componente ativa, ou seja, quanto mais próximo de 1 esteja o fator de potência, maior será a eficiência do sistema elétrico. Isso ocorre porque a energia reativa não resulta em trabalho útil. Assim, é interessante que a maior parte da energia aparente, seja ativa (proveniente da componente resistiva). ATENÇÃO Para o consumidor, o ideal é que o fator de potência não apresente valores inferiores a 0,92. Caso esse limite seja ultrapassado, a distribuidora irá efetuar a cobrança dos montantes de energia elétrica e demanda de potência reativa (indutiva ou capacitiva). Por convenção de sinal, diz-se que a potência reativa indutiva é positiva e a potência reativa capacitiva, negativa. FP = = cosф Pat Pap Pap = √P 2at + P 2re Pat Pre Pap FP Fonte: EnsineMe Figura 25: Triângulo de potências convencionado A energia reativa indutiva serve para magnetizar bobinas de equipamentos. Em excesso, essa energia exige equipamentos mais robustos, de maior capacidade, e ainda provoca queda de tensão e perdas de energia em forma de calor. Observe os exemplos de triângulos de potência da Figura 26: Fonte: EnsineMe Figura 26: Exemplos de triângulos de potências Ambos representam sistemas que necessitam de 1000 W, mas um dos sistemas tem o fator de potência de 0,85 e o outro 0,92. O sistema commaior energia reativa indutiva tem o menor fator de potência e exige potência aparente maior. SAIBA MAIS Excesso de energia reativa capacitiva também é desfavorável, visto que provoca elevação da tensão. Em razão disso, a Resolução Normativa nº 414 da ANEEL estipula que, no período entre 23h30 e 06h30, momento de carga leve, as distribuidoras devem escolher um intervalo de 6 horas consecutivas durante as quais será medido o fator de potência capacitivo. No restante do dia, é registrado o fator de potência indutivo. Assim, evita-se a sobrecarga do sistema. CAUSAS PARA O BAIXO FATOR DE POTÊNCIA As principais causas para o baixo fator de potência são: Transformadores e motores de indução trabalhando “a vazio” por longos períodos. Transformadores e motores operando em carga leve, ou seja, superdimensionados. Número elevado de motores de pequena potência. Número elevado de lâmpadas de descarga (lâmpada fluorescente, de vapor de mercúrio ou de vapor de sódio), pois utilizam reatores de baixo fator de potência. Em instalações industriais, as consequências do baixo fator de potência são bem perceptíveis e provocam prejuízos financeiros: queima e redução da vida útil de equipamentos elétricos — devido a variações de tensão; perda de energia elétrica — devido ao aquecimento dos condutores; e tarifas exigidas pelas distribuidoras. FORMAS DE FATURAMENTO DEVIDO AO BAIXO FATOR DE POTÊNCIA Até agora comentou-se que apenas as unidades com tensão igual ou superior a 2,3 kV são cobradas pelos montantes de energia elétrica e demanda de potência reativa (indutiva ou capacitiva), quando obtêm baixo fator de potência na instalação, e que as distribuidoras escolhem um intervalo de 6 horas consecutivas, entre 23h30 e 06h30, durante as quais será medido o fator de potência capacitivo. No entanto, é necessário atentar para as formas de faturamento. Há duas maneiras de verificação do fator de potência: mensal e horário. FATURAMENTO HORÁRIO Conforme o art. 96 da Resolução Normativa nº 414, as unidades consumidoras que possuem equipamento de medição apropriado têm os valores de energia elétrica e demanda de potência reativas apurados em cada intervalo de uma hora, durante o período de faturamento. FATURAMENTO MENSAL Conforme o art. 97, as demais unidades têm os valores apurados apenas durante o período de faturamento, que é mensal. MÉTODOS DE CÁLCULO DO FATOR DE POTÊNCIA Para instalações em fase de projeto, o fator de potência será estimado considerando-se as cargas planejadas e o ciclo de operação de cada uma. Nas instalações em operação, calcula-se o fator de potência utilizando-se os consumos mensais de energia ativa e reativa fornecidos pela concessionária, ou calcula-se utilizando as demandas ativa e reativa de cada carga existente. ATENÇÃO Quando o cálculo for realizado com os consumos mensais, pode haver sazonalidade nas atividades locais que interfiram expressivamente na variação do fator de potência. O ideal é que sejam usados pelo menos seis meses como base de avaliação. FATOR DE POTÊNCIA COM BASE NOS CONSUMOS MENSAIS DE ENERGIA ATIVA E REATIVA Suponha que uma instalação tenha um consumo razoavelmente constante ao longo do ano, que a medição do fator de potência seja mensal, e que as últimas seis contas de energia vieram com os seguintes valores: Mês/Ano Consumo ativo (kWh) Consumo reativo (kVArh) Mai/20 3244 1924 Mês/Ano Consumo ativo (kWh) Consumo reativo (kVArh) Jun/20 3374 1912 Jul/20 3181 2054 Ago/20 3206 2157 Set/20 3150 2034 Out/20 3117 1931 Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal Tabela 1: Exemplos de dados de consumo, ativo e reativo, medidos por concessionária. Fonte: EnsineMe Primeiro calcula-se a média dos consumos. O consumo ativo é: Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Analogamente, na equação do fator de potência em relação às potências, o fator de potência é calculado por: Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal FATOR DE POTÊNCIA COM BASE NAS DEMANDAS ATIVA E REATIVA DE CADA CARGA Suponha que uma instalação tenha os equipamentos e seus dados conforme tabela a seguir, que todos os dias do mês o uso das cargas é o mesmo, e que a medição do fator de potência seja mensal. Equipamento Potência ativa (kW) FP Potência reativa (kVAr) Potência aparente (kVA) Horas de uso diárias Quantidade (und) Motor 2,74 0,75 2,42 3,66 24 4 Elevador 9,04 0,86 5,36 10,51 4 1 Ar condicionado 6,78 0,86 4,02 7,88 1 6 Cat = → Cat = 3212 kWh e o reativo, Cr 3244 + 3374 + 3181 + 3206 + 3150 + 3117 6 FP = →Fp = →Fp = 0, 85 Cat √C 2at + C 2re 3212 √32122 + 20022 Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal Tabela 2: Exemplos de dados de equipamentos em uma instalação. Fonte: EnsineMe A partir destas informações, estima-se o consumo de energia reativa e ativa por mês. Por fim, calcula-se o fator de potência. Considere um mês com 30 dias. Equipamento kWh/mês kVArh/mês Motor 7891,2 6969,6 Elevador 1084,8 643,2 Ar condicionado 1220,4 723,6 TOTAL 10196,4 8336,4 Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal Tabela 3: Cálculo dos consumos de energia ativa e reativa mensal. Fonte: EnsineMe Então, o fator de potência total é: Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal CORREÇÃO DO FATOR DE POTÊNCIA Sabendo que a potência reativa indutiva é positiva e a capacitiva é negativa, então, para um sistema com excesso de potência reativa indutiva, deve- se injetar potência reativa capacitiva. Assim, o valor visto pelo sistema, da potência reativa indutiva, será menor. Veja os triângulos de potência: Fonte: EnsineMe Figura 27: Exemplos de triângulos de potências Para que o primeiro triângulo torne-se igual ao segundo, é preciso haver uma carga de potência reativa capacitiva, cujo valor de potência reativa seja igual à diferença da potência reativa indutiva atual e a desejada. FP = →Fp = →Fp = 0, 77 Cat √C 2at + C 2re 10196, 4 √10196, 42 + 8336, 42 Pre.cap = Pre1 − Pre2 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal ATENÇÃO Nesse caso, seria necessária uma carga de potência reativa capacitiva de 193,73 VAr para corrigir o fator de potência de 0,85 para 0,92. Existe uma forma de cálculo simplificada, em que a potência reativa capacitiva necessária é definida pela multiplicação da potência ativa do sistema com um fator multiplicativo. Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Os fatores multiplicativos estão na tabela a seguir: FP Atual Fator de Potência Desejado 0.80 0.81 0.82 0.83 0.84 0.85 0.86 0.87 0.88 0.89 0.90 0.91 0.92 0.50 0.982 1.008 1.034 1.060 1.086 1.112 1.139 1.165 1.192 1.220 1.248 1.276 1.306 0.51 0.52 0.53 0.54 0.55 0.937 0.893 0.850 0.809 0.769 0.962 0.919 0.876 0.835 0.795 0.989 0.945 0.902 0.861 0.821 1.015 0.971 0.928 0.887 0.847 1.041 0.997 0.954 0.913 0.873 1.067 1.023 0.980 0.939 0.899 1.094 1.050 1.007 0.966 0.926 1.120 1.076 1.033 0.992 0.952 1.147 1.103 1.060 1.019 0.979 1.175 1.131 1.088 1.047 1.007 1.203 1.159 1.116 1.075 1.035 1.231 1.187 1.144 1.103 1.063 1.261 1.217 1.174 1.133 1.093 0.56 0.57 0.58 0.59 0.60 0.730 0.692 0.655 0.619 0.583 0.756 0.718 0.681 0.645 0.609 0.782 0.744 0.707 0.671 0.635 0.808 0.770 0.733 0.697 0.661 0.834 0.796 0.759 0.723 0.687 0.860 0.822 0.785 0.749 0.713 0.887 0.849 0.812 0.776 0.740 0.913 0.875 0.838 0.802 0.766 0.940 0.902 0.865 0.829 0.793 0.968 0.930 0.893 0.857 0.821 0.996 0.958 0.921 0.885 0.849 1.024 0.986 0.949 0.913 0.877 1.054 1.016 0.979 0.943 0.907 0.61 0.62 0.63 0.64 0.65 0.549 0.5160.483 0.451 0.419 0.575 0.542 0.509 0.474 0.445 0.601 0.568 0.535 0.503 0.471 0.624 0.594 0.561 0.529 0.497 0.653 0.620 0.587 0.555 0.523 0.679 0.646 0.613 0.581 0.549 0.706 0.673 0.640 0.608 0.576 0.732 0.699 0.666 0.634 0.602 0.759 0.726 0.693 0.661 0.629 0.787 0.754 0.710 0.689 0.657 0.815 0.782 0.749 0.717 0.685 0.843 0.810 0.777 0.745 0.713 0.873 0.840 0.807 0.775 0.743 0.66 0.67 0.68 0.69 0.70 0.388 0.358 0.328 0.299 0.270 0.414 0.384 0.354 0.325 0.296 0.440 0.410 0.380 0.351 0.322 0.466 0.436 0.406 0.377 0.348 0.492 0.462 0.432 0.403 0.374 0.518 0.488 0.458 0.429 0.400 0.545 0.515 0.485 0.456 0.427 0.571 0.541 0.511 0.482 0.453 0.598 0.568 0.538 0.509 0.480 0.626 0.596 0.566 0.537 0.508 0.654 0.624 0.594 0.565 0.536 0.682 0.652 0.622 0.593 0.564 0.712 0.682 0.652 0.623 0.594 Pre = Pat . F Pre = 1000 . 0, 194 Pre = 194 VAr FP Atual Fator de Potência Desejado 0.80 0.81 0.82 0.83 0.84 0.85 0.86 0.87 0.88 0.89 0.90 0.91 0.92 0.71 0.72 0.73 0.74 0.75 0.242 0.214 0.186 0.159 0.132 0.268 0.240 0.212 0.185 0.158 0.294 0.266 0.238 0.211 0.184 0.320 0.292 0.264 0.237 0.210 0.346 0.318 0.290 0.263 0.236 0.372 0.344 0.316 0.289 0.262 0.399 0.371 0.343 0.316 0.289 0.425 0.397 0.369 0.342 0.315 0.452 0.424 0.396 0.369 0.342 0.480 0.452 0.424 0.397 0.370 0.508 0.480 0.452 0.425 0.398 0.536 0.508 0.480 0.453 0.426 0.566 0.538 0.510 0.483 0.456 0.76 0.77 0.78 0.79 0.80 0.105 0.079 0.052 0.026 0.131 0.105 0.078 0.052 0.026 0.157 0.131 0.104 0.078 0.052 0.183 0.157 0.130 0.104 0.078 0.209 0.183 0.156 0.130 0.104 0.235 0.209 0.182 0.156 0.130 0.262 0.236 0.209 0.183 0.157 0.288 0.262 0.235 0.209 0.183 0.315 0.289 0.262 0.236 0.210 0.343 0.317 0.290 0.264 0.238 0.371 0.345 0.318 0.292 0.266 0.399 0.373 0.346 0.320 0.294 0.429 0.403 0.376 0.350 0.324 0.81 0.82 0.83 0.84 0.85 0.026 0.052 0.026 0.078 0.052 0.026 0.104 0.078 0.052 0.026 0.131 0.105 0.079 0.053 0.027 0.157 0.131 0.105 0.079 0.053 0.184 0.158 0.132 0.106 0.080 0.212 0.186 0.160 0.134 0.108 0.240 0.214 0.188 0.162 0.136 0.268 0.242 0.216 0.190 0.164 0.298 0.272 0.246 0.220 0.194 0.86 0.87 0.88 0.89 0.90 0.026 0.053 0.027 0.081 0.055 0.028 0.109 0.083 0.056 0.028 0.137 0.111 0.084 0.056 0.028 0.167 0.141 0.114 0.086 0.058 0.91 0.92 0.93 0.94 0.95 0.030 0.96 0.97 0.98 0.99 Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal Tabela 4: Fatores multiplicativos. Fonte: WEG. Manual para correção do fator de potência TEORIA NA PRÁTICA Em uma fábrica, é cobrado um valor referente à energia reativa indutiva na conta de energia da unidade. A seguir estão descritos os valores de consumo ativo e consumo reativo do último ano. Mês/Ano Consumo ativo (kWh) Consumo reativo (kVArh) Nov/19 3085 1992 Mês/Ano Consumo ativo (kWh) Consumo reativo (kVArh) Dez/19 3053 1811 Jan/20 2168 963 Fev/20 2301 1045 Mar/20 2214 821 Abr/20 2149 525 Mai/20 2244 924 Jun/20 2374 912 Jul/20 3181 2054 Ago/20 3206 2154 Set/20 3150 2034 Out/20 3117 1931 Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal Como solução, será instalada uma carga de potência reativa capacitiva na entrada de energia da unidade. Calcule a potência reativa da carga, de forma que não haja cobrança por consumo reativo em nenhum momento do ano. Veja a seguir a solução dessa questão: MÃO NA MASSA 1. EM RELAÇÃO ÀS SEGUINTES AFIRMATIVAS: I – O FATOR DE POTÊNCIA É UMA RELAÇÃO ENTRE A COMPONENTE REATIVA DA POTÊNCIA E A POTÊNCIA TOTAL. II – QUANTO MENOR FOR A COMPONENTE REATIVA DA POTÊNCIA, MENOR SERÁ A EFICIÊNCIA DO SISTEMA ELÉTRICO. III – PARA O CÁLCULO DE DIMENSIONAMENTO DE UM TRANSFORMADOR, DEVEM-SE EMPREGAR OS VALORES DE POTÊNCIA ATIVA DOS EQUIPAMENTOS. ASSINALE A ÚNICA ALTERNATIVA CORRETA: A) Apenas a afirmativa I está correta. B) Apenas a afirmativa II está correta. C) Apenas a afirmativa III está correta. D) Apenas as afirmativas I e II estão corretas. E) As afirmativas I, II e III estão incorretas. 2. SÃO AS PRINCIPAIS CAUSAS PARA O BAIXO FATOR DE POTÊNCIA: A) Transformadores e motores de indução trabalhando a vazio, número elevado de lâmpadas. B) Transformadores e motores operando em plena carga, número elevado de lâmpadas de descarga. C) Número elevado de motores de pequena potência, número elevado de lâmpadas de descarga. D) Transformadores superdimensionados, número elevado de lâmpadas. E) Transformadores e motores de indução trabalhando a vazio ou a plena carga. 3. EM UMA INSTALAÇÃO, HÁ UM QUADRO DE DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA NO QUAL ESTÃO ALOCADOS APENAS CIRCUITOS DE ILUMINAÇÃO. ESSES CIRCUITOS DE ILUMINAÇÃO ALIMENTAM 1.000 LÂMPADAS COM FATOR DE POTÊNCIA 0,55. COMO INÍCIO DE UM PROJETO DE MELHORIA NA INSTALAÇÃO, REVOLVE-SE TROCAR METADE DAS LÂMPADAS POR OUTRAS DE MESMA POTÊNCIA, MAS COM FATOR DE POTÊNCIA 0,92. SE AS LÂMPADAS SÃO DE 40 W, QUAL É, APROXIMADAMENTE, O NOVO FATOR DE POTÊNCIA DA INSTALAÇÃO APÓS A MUDANÇA? A) 0,72 B) 0,80 C) 0,65 D) 0,82 E) 0,68 4. CONSIDERE UMA INSTALAÇÃO COM OS SEGUINTES EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS LIGADOS 24 HORAS POR DIA, TODOS OS DIAS DA SEMANA: 1) 01 MOTOR TRIFÁSICO COM POTÊNCIA DE 5,14 W, FATOR DE POTÊNCIA 0,80; 2) 01 MOTOR TRIFÁSICO COM POTÊNCIA DE 3,79 W, FATOR DE POTÊNCIA 0,82; 3) 200 LÂMPADAS FLUORESCENTES DE 20 W, FATOR DE POTÊNCIA 0,5. CALCULE A POTÊNCIA NECESSÁRIA PARA CORRIGIR O FATOR DE POTÊNCIA DESSE GRUPO DE MODO QUE ELE ATINJA O VALOR DE 0,95. A) 6,08 KVAr B) 5,29 KVAr C) 6,97 KVAr D) 6,34 KVAr E) 5,81 KVAr 5. CONSIDERE UMA INSTALAÇÃO COM OS SEGUINTES EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS E SEUS REGIMES DE OPERAÇÃO: 1) 01 MOTOR TRIFÁSICO COM POTÊNCIA DE 5,14 KW, FATOR DE POTÊNCIA 0,80, FUNCIONAMENTO DAS 7H ÀS 20H EM DIAS ÚTEIS; 2) 01 MOTOR TRIFÁSICO COM POTÊNCIA DE 3,79 KW, FATOR DE POTÊNCIA 0,82 FUNCIONAMENTO DAS 8H ÀS 18H EM DIAS ÚTEIS; 3) 200 LÂMPADAS FLUORESCENTES DE 20 W, FATOR DE POTÊNCIA 0,5, FUNCIONAMENTO DE 100 % DAS 7H ÀS 20H EM DIAS ÚTEIS E 10% NO RESTANTE DO TEMPO. CALCULE A POTÊNCIA NECESSÁRIA PARA CORRIGIR O FATOR DE POTÊNCIA DESSE GRUPO DE MODO QUE A INSTALAÇÃO NÃO TENHA GASTOS COM EXCESSO DE ENERGIA REATIVA. CONSIDERE QUE O MÊS TEM 22 DIAS ÚTEIS E 30 DIAS NO TOTAL, E QUE A VERIFICAÇÃO DO FATOR DE POTÊNCIA, REALIZADA PELA CONCESSIONÁRIA, É MENSAL. A) 3,43 KVAr B) 4,52 KVAr C) 2,89 KVAr D) 3,80 KVAr E) 2,44 KVAr 6. CONSIDERE UMA INSTALAÇÃO COM OS SEGUINTES EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS E SEUS REGIMES DE OPERAÇÃO: 1) 01 MOTOR TRIFÁSICO COM POTÊNCIA DE 5,14 KW, FATOR DE POTÊNCIA 0,80, FUNCIONAMENTO DAS 7H ÀS 20H EM DIAS ÚTEIS; 2) 01 MOTOR TRIFÁSICO COM POTÊNCIA DE 3,79 KW, FATOR DE POTÊNCIA 0,82 FUNCIONAMENTO DAS 8H ÀS 18H EM DIAS ÚTEIS; 3) 200 LÂMPADAS FLUORESCENTES DE 20 W, FATOR DE POTÊNCIA 0,5, FUNCIONAMENTO DE 100 % DAS 7H ÀS 20H EM DIAS ÚTEIS E 10% NO RESTANTE DO TEMPO. CALCULE A POTÊNCIA NECESSÁRIA PARA CORRIGIR O FATOR DE POTÊNCIA DESSE GRUPO DE MODO QUE A INSTALAÇÃO NÃO TENHA GASTOS COM EXCESSO DE ENERGIA REATIVA. CONSIDERE QUE O PERÍODO DE MEDIÇÃO DA ENERGIA CAPACITIVA SEJA DAS 23H ÀS 5H, E QUE A VERIFICAÇÃO DO FATOR DE POTÊNCIA, REALIZADA PELA CONCESSIONÁRIA, É HORÁRIA. A) 8,06 KVAr das 8h às 18h em dias úteis e 0,52 kVAr nos demais horários. B) 8,06 KVAr das 7h às 20h em dias úteis e 0,52 kVAr nos demais horários. C) 6,79 KVAr das 8h às 18h em dias úteis e 1,03 kVAr nos demais horários. D) 6,79 KVAr das 7h às 20h em dias úteis e 0,52 kVAr nos demais horários. E) 8,06 KVAr das 7h às 20hem dias úteis e 1,03 kVAr nos demais horários. GABARITO 1. Em relação às seguintes afirmativas: I – O fator de potência é uma relação entre a componente reativa da potência e a potência total. II – Quanto menor for a componente reativa da potência, menor será a eficiência do sistema elétrico. III – Para o cálculo de dimensionamento de um transformador, devem-se empregar os valores de potência ativa dos equipamentos. Assinale a única alternativa correta: A alternativa "E " está correta. A afirmativa I está incorreta porque o fator de potência é uma relação entre a componente ativa da potência e a potência total. A afirmativa II está incorreta porque, quanto menor for a componente reativa da potência, maior será a eficiência do sistema elétrico. A afirmativa III está incorreta porque, para o cálculo de dimensionamento de um transformador, deve-se empregar os valores de potência aparente dos equipamentos. 2. São as principais causas para o baixo fator de potência: A alternativa "C " está correta. As principais causas de um baixo fator de potência são transformadores e motores de indução trabalhando a vazio por longos períodos; transformadores e motores operando em carga leve, ou seja, superdimensionados; número elevado de motores de pequena potência; e número elevado de lâmpadas de descarga (lâmpada fluorescente, de vapor de mercúrio ou de vapor de sódio). 3. Em uma instalação, há um quadro de distribuição de energia no qual estão alocados apenas circuitos de iluminação. Esses circuitos de iluminação alimentam 1.000 lâmpadas com fator de potência 0,55. Como início de um projeto de melhoria na instalação, revolve-se trocar metade das lâmpadas por outras de mesma potência, mas com fator de potência 0,92. Se as lâmpadas são de 40 W, qual é, aproximadamente, o novo fator de potência da instalação após a mudança? A alternativa "A " está correta. Os valores de potência ativa e reativa da instalação atual são: Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Temos, então, que encontrar os valores de potência ativa e reativa que as novas lâmpadas vão proporcionar à instalação. Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Após a troca das lâmpadas, há metade da potência antiga mais a potência das novas lâmpadas. Pat = 1000 . 40 = 40 kW Fp.atual = → 0, 55 = Pat √P 2at + P 2re.atual 40 √402 + P 2 re.atual Pre.atual = 60, 74 kVAr Pat.ln = 1000 . 20 = 20 kW Fp.ln = → 0, 92 = Pat.ln √P 2 at.ln + P 2 re.ln 20 √202 + P 2 re.ln Pre.ln = 8, 52 kVAr Pat.nova = 1000 . 40 = 40 kW Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal O novo fator de potência será Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal 4. Considere uma instalação com os seguintes equipamentos elétricos ligados 24 horas por dia, todos os dias da semana: 1) 01 motor trifásico com potência de 5,14 W, fator de potência 0,80; 2) 01 motor trifásico com potência de 3,79 W, fator de potência 0,82; 3) 200 lâmpadas fluorescentes de 20 W, fator de potência 0,5. Calcule a potência necessária para corrigir o fator de potência desse grupo de modo que ele atinja o valor de 0,95. A alternativa "D " está correta. Devemos verificar os valores de potência elétrica ativa e reativa de cada caso. 1) A potência elétrica reativa será: Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal 2) A potência elétrica reativa será: Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal 3) A potência elétrica ativa total das lâmpadas é de 2 kW. A potência elétrica reativa será: Pre.nova = + Pre.ln = + 8, 52 → Pre.nova = 38, 89 kVAr Pre.atual 2 60, 74 2 Fp.novo = = Pat.nova √P 2at.nova + P 2 re.nova 40 √402 + 38, 892 Fp.novo = 0, 72 Fp1 = → 0, 8 = Pat1 √P 2 at1 + P 2 re1 5, 14 √5, 142 + P 2 re1 Pre1 = 3, 86 kVAr Fp2 = → P 2re2 = ( ) 2 − 3, 792 → Pre2 = 2, 65 kVAr Pat2 √P 2at2 + P 2re2 3, 79 0, 82 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal A potência ativa e a reativa do sistema elétrico total é: Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal O fator de potência da instalação como um todo é: Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Da tabela dos fatores multiplicativos, , então a potência de compensação é de: Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal 5. Considere uma instalação com os seguintes equipamentos elétricos e seus regimes de operação: 1) 01 motor trifásico com potência de 5,14 kW, fator de potência 0,80, funcionamento das 7h às 20h em dias úteis; 2) 01 motor trifásico com potência de 3,79 kW, fator de potência 0,82 funcionamento das 8h às 18h em dias úteis; 3) 200 lâmpadas fluorescentes de 20 W, fator de potência 0,5, funcionamento de 100 % das 7h às 20h em dias úteis e 10% no restante do tempo. Calcule a potência necessária para corrigir o fator de potência desse grupo de modo que a instalação não tenha gastos com excesso de energia reativa. Considere que o mês tem 22 dias úteis e 30 dias no total, e que a verificação do fator de potência, realizada pela concessionária, é mensal. A alternativa "A " está correta. Tendo em vista que a verificação do fator de potência é mensal, primeiro deve-se calcular as potências ativas e reativas para cada dia. Em dias úteis, temos: Fp3 = → P 2 re3 = ( ) 2 − 22 → Pre3 = 3, 46 kVAr Pat3 √P 2at3 + P 2re3 2, 0 0, 5 Pat = Pat1 + Pat2 + Pat3→ Pat = 10, 93 kW Pre = Pre1 + Pre2 + Pre3→ Pre = 9, 97 kVAr Fp = → Fp = → Fp = 0, 74 Pat √P 2at + P 2re 10, 93 √10, 932 + 9, 972 F = 0, 580 P = Pat.F → P = 10, 93 . 0, 580 → P = 6, 34 kVAr Carga Potência ativa (kW) Potência reativa (kVAr) Fator de potência Potência aparente (kVA) Tempo de uso diário (h)Carga Potência ativa (kW) Potência reativa (kVAr) Fator de potência Potência aparente (kVA) Tempo de uso diário (h) Motor 1 5,14 3,86 0,80 6,43 13 Motor 2 3,79 2,65 0,82 4,62 10 Iluminação 4,00 6,93 0,50 8,00 13 10% Iluminação 0,40 0,69 0,50 0,80 11 Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal Carga Consumo ativo (kWh) Consumo reativo (kVArh) Motor 1 66,82 50,18 Motor 2 37,90 26,50 Iluminação 52,00 90,09 10% Iluminação 4,40 7,59 TOTAL 161,12 174,36 Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal Em dias não úteis: Carga Consumo ativo (kWh) Consumo reativo (kVArh) 10% da iluminação 9,60 16,56 Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal Carga Potência ativa (kW) Potência reativa (kVAr) Fator de potência Potência aparente (kVA) Tempo de uso diário (h) 10% da iluminação 0,40 0,69 0,50 0,80 24 Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal Em um mês, o total de consumo ativo e reativo é: Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Cat = Cat.uteis. diasúteis + Cat.nuteis. diasnãoúteis Cat = 161, 12. 22 + 9, 60. 8→Cat = 3621, 44kWh Cre = Cre.uteis. diasúteis + Cre.nuteis. diasnãoúteis Cre = 174, 36. 22 + 16, 56. 8→Cre = 3968, 40kVArh O fator de potência medido da instalação é: Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal A potência ativa da instalação toda é: Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Da tabela dos fatores multiplicativos, , então a potência de compensação é de: Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal 6. Considere uma instalação com os seguintes equipamentos elétricos e seus regimes de operação: 1) 01 motor trifásico com potência de 5,14 kW, fator de potência 0,80, funcionamento das 7h às 20h em dias úteis; 2) 01 motor trifásico com potência de 3,79 kW, fator de
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