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Fisioterapia na Saúde do Idoso Manoele Figueiredo 1 “Uma sociedade para todas as idades possui metas para dar aos idosos a oportunidade de continuar contribuindo com a sociedade. Para trabalhar neste sentido é necessário remover tudo que representa exclusão e discriminação contra eles.” Plano de Ação Internacional sobre o Envelhecimento (parágrafo 19), Madrid, 2002 2 Envelhecimento A Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) define como “um processo sequencial, individual, acumulativo, irreversível, universal, não patológico, de deterioração de um organismo maduro, próprio a todos os membros de uma espécie, de maneira que o tempo o torne menos capaz de fazer frente ao estresse do meio-ambiente e, portanto, aumente sua possibilidade de morte”. 3 4 Funcionalidade e Envelhecimento Gênero Idade Classe social Renda Escolaridade Condições de saúde Cognição Ambiente História de vida 5 Funcionalidade e Envelhecimento Mudanças: Biológicas Psicológicas Cognitivas Sociais 6 Funcionalidade e Envelhecimento Predisposição: Incapacidade funcional Multi-morbidade Vulnerabilidade 7 Funcionalidade e Envelhecimento Segundo Perracini, a Capacidade Funcional é a habilidade de executar atividades cotidianas em um padrão considerado como normal de acordo com o comportamentos socialmente construídos. 8 Funcionalidade e Envelhecimento Segundo a CIF (Classificação Internacional de Funcionalidade), a Capacidade Funcional é a capacidade de executar uma tarefa ou ação, visando indicar o provável nível máximo de funcionalidade que a pessoa pode atingir em um dado domínio em determinado momento. 9 Funcionalidade e Envelhecimento 10 Funcionalidade e Envelhecimento A nova classificação de incapacidade da OMS, denominada CIF ( Classificação Internacional da Funcionalidade, Incapacidade e Saúde) É a relação entre condições de saúde, fatores ambientais e pessoais 11 Funcionalidade e Envelhecimento 12 Funcionalidade e Envelhecimento Segundo Perracini et al, a Reabilitação Gerontológica é definida como um conjunto de intervenções diagnósticas e terapêuticas cujo objetivo é manter e/ou restaurar a capacidade funcional dos idosos, otimizando seu potencial individual. Inclui ações por uma equipe multiprofissional apta a realizar intervenções multidimensionais e complexas de forma integrada e orientadas e objetivos claramente definidos. 13 Funcionalidade e Envelhecimento Abordagem do Fisioterapeuta Avaliação e detecção precoce: disfunções e suas repercussões na capacidade de realizar atividades do cotidiano; identificar barreiras e facilitadores; compreender as alterações morfológicas e fisiológicas do envelhecimento normal e patológico 14 Funcionalidade e Envelhecimento Qualidade de Vida Segundo a OMS: “ A percepção do indivíduo de sua posição na vida no contexto da cultura e sistema de valores nos quais ele vive, e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações.” 15 Funcionalidade e Envelhecimento Qualidade de Vida Esse constructo é caracterizado: Subjetividade/Multidimensionalidade Bipolaridade Mutalidade 16 Funcionalidade e Envelhecimento Qualidade de Vida Subjetividade: só é possível de ser avaliada pelo próprio indivíduo; abarca múltiplas dimensões, as principais: a física, a psicológica e a social. Bipolaridade: existência de dimensões positivas (desempenho de papeis sociais, mobilidade e autonomia) e negativas (dor, fadiga e dependência). 17 Funcionalidade e Envelhecimento Qualidade de Vida Mutabilidade: afirma que a qualidade de vida muda com o tempo, pessoa, lugar e contexto cultural; para uma mesma pessoa, muda conforme seu estado de espírito ou de humor. 18 Funcionalidade e Envelhecimento Qualidade de Vida Para, OMS a avaliação da qualidade de vida relaciona à saúde é essencial para a promoção e o cuidado de saúde em uma concepção holística, em que o bem estar do paciente é o principal objetivo. 19 Funcionalidade e Envelhecimento Instrumentos de Qualidade de Vida para População Brasileira Não relacionados à saúde WHOQOL-OLD (OMS) World Health Organization Quality of Life Instrument Relacionados à saúde Medical Outcomes – Short Form Health Survey 36 (SF 36) 20 Funcionalidade e Envelhecimento Instrumentos de Qualidade de Vida para População Brasileira Nottingham Health Profile European Organization for Research and Treatment of Cancer (EORTC) 21 Funcionalidade e Envelhecimento Fragilidade no Idoso – Síndrome de Fragilidade Centro de Envelhecimento e Saúde da Universidade Johns Hopkins defini como: Sacopenia Desregulação neuroendócrina Disfunção imunológica 22 Funcionalidade e Envelhecimento Fragilidade no Idoso – Síndrome de Fragilidade Segundo Roockwood existem determinantes múltiplas como: Lesões Doenças Agudas Alterações cognitivas Hospitalizações Dependência Institucionalizações e Quedas 23 Funcionalidade e Envelhecimento Fragilidade no Idoso – Síndrome de Fragilidade Manifestações Clínicas: Perda de peso (paladar, olfato e dentição) Sarcopenia (perda de massa e força muscular) Fadiga Descondicionamento cardiorrespiratório 24 Funcionalidade e Envelhecimento Fragilidade no Idoso – Síndrome de Fragilidade Manifestações Clínicas podem levar: Inatividade física Dificuldade nas AVDS Redução de ingesta alimentar É um ciclo que pode ser acelerado por doenças, imobilidade, depressão e medicamentos. 25 Funcionalidade e Envelhecimento Fragilidade no Idoso – Síndrome de Fragilidade Avaliação: Preensão manual Sentar/levantar da cadeira Miniexame do estado mental (MEEM) Equilíbrio Índice de massa corpórea (IMC) Força muscular do membro superior 26 Funcionalidade e Envelhecimento Fragilidade no Idoso – Síndrome de Fragilidade Fatores que contribuem Sarcopenia: Genéticos Redução dos hormônios de crescimento e sexuais Aumento na produção de radicais livres 27 Funcionalidade e Envelhecimento Fragilidade no Idoso – Síndrome de Fragilidade Fatores que contribuem Sarcopenia: Desnutrição Alterações cognitivas Aumento de algumas citocinas(interleucina-6) Inatividade física Falta de exercícios físicos 28 Funcionalidade e Envelhecimento Fragilidade no Idoso – Síndrome de Fragilidade Vários estudos apontam que a fragilidade não é pautada somente na força muscular. Exercícios que estimulem a potência, flexibilidade, mobilidade, equilíbrio e o condicionamento aérobico são importantes. 29 Funcionalidade e Envelhecimento Fragilidade no Idoso – Síndrome de Fragilidade Mais estudos foram realizados e instrumentos de avaliação sugeridos: Modified Physical Performance Test (PPT) Escala de Equilíbrio de Berg Caminhada de 15m o mais rápido possível Preensão manual Goniometria 30 Funcionalidade e Envelhecimento Fragilidade no Idoso – Síndrome de Fragilidade Mais estudos foram realizados e instrumentos de avaliação sugeridos: Testes de coordenação motora Teste de sensibilidade por meio dos monofilamentos ( Semmes Weinstein) Teste de caminhada dos 6` SF-36 31 Aprendizado, Comportamento e Envelhecimento O movimento é um padrão auto-organizado espaço-temporalmente, cuja organização das partes determina o todo em busca de um estado atrator, de equilíbrio, sem a necessidade de programas motores predeterminados. 32 Aprendizado, Comportamento e Envelhecimento Ex: Habilidade de pentear o cabelo. Quais os graus de liberdade das articulações do ombro, cotovelo, punho e dedos? Quais músculos são recrutados para esse fim? Quantas unidades motoras de cada um desses músculos são suficientes para que o objetivo seja atingido? Quais os músculos posturais para a manutenção da estabilidade corporal durante a habilidade? 33 Aprendizado, Comportamento e Envelhecimento Coordenação Intersegmentar Os idosos não apresentam distorção na trajetória em baixas frequencias de movimento, eles realizam os movimentos multiarticulares de forma mais lenta e aumentam a co-ativação dos músculos antagonistasdo movimento articular. Tais alterações afetam o sinergismo motor, aumentando a variabilidade ruim do desempenho. 34 Aprendizado, Comportamento e Envelhecimento Prática do Aprendizado È a organização das práticas, ou seja, qual a melhor forma de estruturar as sessões de treino da atividade visando à aquisição eficiente e melhor retenção da habilidade motora. 35 Aprendizado, Comportamento e Envelhecimento Tipos de Prática do Aprendizado 1- Constante: repetição de uma tarefa. 2- Variada: a tarefa com o mesmo programa motor, ocorrendo diferenças nos parâmetros das tarefas. 3- Bloco: tarefas com diferentes programas motores; a próxima só ocorre quando cessou todas as repetições da tarefa anterior. 4-Randômica: tarefas com diferentes programas motores repetidas de modo aleatório; todas têm o mesmo número de repetições. Ti 36 Aprendizado, Comportamento e Envelhecimento Tipos de Prática do Aprendizado Vários estudos mostram que os idosos, apesar da redução da capacidade da memória e lentidão no processamento da informação, adquirem novas habilidades motoras e parecem beneficiar-se da condição de prática randômica. Ti 37 Aprendizado, Comportamento e Envelhecimento Estágios da Aquisição de uma Resposta Motora Segundo Fitts e Posner(1967) os estágios podem ser divididos : Cognitivo Associativo Autônomo. Ti 38 Avaliação Multidimensional do Idoso Avaliação geriátrico-gerontológica abrangente – AGGA Objetivos: Melhorar a precisão diagnóstica médica e funcional; Incrementar o estado funcional e mental; Direcionar as intervenções, restauradoras ou reabilitadoras; Identificar idosos de risco de agravo á saúde: institucionalização, hospitalização, fragilização, declínio da capacidade funcional e morte; 39 Avaliação Multidimensional do Idoso Avaliação geriátrico-gerontológica abrangente – AGGA Objetivos: Recomendar ambientes de intervenção mais efetivos; Identificar áreas de necessidade da reabilitação; Prever desfechos ou resultados de intervenções; Monitorar mudanças clínico-funcionais ao longo do tempo; 40 Avaliação Multidimensional do Idoso Avaliação geriátrico-gerontológica abrangente – AGGA Triagem incial - equipe interprofissional Médico, enfermeira, assistente social; Nutricionista, terapeuta ocupacional, psicólogo, fisioterapeuta, fonodiólogo, farmaceutico e dentista; Neurologista, psiquiatra, oftalmologista, urologista e outros. 41 Avaliação Multidimensional do Idoso AGGA Fatores intervenientes na realização de entrevistas com idosos: 1- Estados de fadiga, motivação, audição e cognição; 2- O paciente deve ser o respondente; 3- O acompanhante deve ser instruído a não responder, a menos que seja solicitado; 42 Avaliação Multidimensional do Idoso AGGA Fatores intervenientes na realização de entrevistas com idosos: 4- O idoso receberá instruções de que ele deverá responder sem ajuda; 5- O familiar tentará ajudar, ou mesmo o próprio idoso buscará certificar-se de que está respondendo corretamente; 43 Avaliação Multidimensional do Idoso AGGA Fatores intervenientes na realização de entrevistas com idosos: 6- Há sempre o desejo de agradar e acertar, desde o início diga que não há resposta certa ou errada; 7- Escolha um local com pouco ruído e poucas demandas competitivas; 8- Procure deixar o idoso à vontade, quando notar fadiga interrompa e verifique a necessidade de continuar em um outro dia; 44 Avaliação Multidimensional do Idoso AGGA Fatores intervenientes na realização de entrevistas com idosos: 9- O idoso deve estar usando lentes corretivas e aparelho de amplificação sonora quando apropriado (os serviços devem orientar os idosos e cuidadosos previamente); 10- Sente-se de frente para o idoso, fale de forma clara e, se precisar, em um tom mais alto, mas não grite ( isto diminui a inteligibilidade da fala). 45 Avaliação Multidimensional do Idoso AGGA Domínio de Saúde Físico-Funcional 1- Atividades básicas de vida diária ou ABVD: tarefas fundamentais para sobrevivência ou de autocuidado ou cuidado pessoal dentro de casa. Ex: Cuidados com higiene e com aparência, comer, vestir-se, continência (urinária e fecal), transferências e mobilidades. 46 Avaliação Multidimensional do Idoso AGGA Domínio de Saúde Físico-Funcional 2- Atividades instrumentais de vida diária ou AIVD: enfocam múltiplas áreas necessárias para uma vida independente na comunidade. Ex: cozinhar, arrumar a casa, fazer compras, mover-se fora de casa, manejar finanças, comunicar-se e usar meios de transporte. 47 Avaliação Multidimensional do Idoso AGGA Brasilian OARS Multidimensional Functional Assessment Questionnaire (BOMFAQ) 08 ABVD – deitar e levantar da cama, comer, pentear cabelo, andar no plano, tomar banho, vestir-se, ir ao banheiro em tempo, cortar as unhas dos pés. 07 AIVD – subir escada (1 lance), medicar-se na hora, andar perto de casa, fazer compras, preparar refeições, sair de condução e fazer limpeza da casa. 48 Avaliação Multidimensional do Idoso AGGA Índice de Katz Avalia as habilidades de manutenção de 06 atividades de vida diárias hierarquicamente, sob aspecto fisiológico, de funções mais complexas para mais simples. Ex: banho, vestir-se, higiene pessoal, transferência, continência e alimentação 49 Avaliação Multidimensional do Idoso AGGA Escala de Barthel Avaliação padronizada que mede o grau de dependência funcional em 10 atividades de vida diária. Ex: alimentação, banho, vestuário, higiene pessoal, dejeções, micções, uso do vaso sanitário, transferência cadeira cama, deambulação e escadas. 50 Avaliação Multidimensional do Idoso AGGA Testes Funcionais Berg Balance Scale Clinical Test Influence of Sensory Interaction on Balance Dynamic Gait Index Short Physical Performance Battery Functional Reach Test Functional Lateral Reach Timed Up and Go Test 51 Avaliação Multidimensional do Idoso AGGA Testes Físicos Unipedal Stance Test tandem e semi-tandem (Sharpened modified Romberg Test) Teste de Romberg Step Test Maximal Step Length Rapid Step Test 52 Avaliação Multidimensional do Idoso AGGA Avaliação Sensorial Perda Visual: promove menor comunicação visual, dependência e restrição de mobilidade, aumentam a probabilidade de traumas em geral e geram dificuldades emocionais. Perda Auditiva: maior impacto na comunicação, pode levar ao isolamento social, depressão e privação das atividades de vida diária. 53 Avaliação Multidimensional do Idoso AGGA Avaliação do Estado e Risco Nutricional Fatores que podem comprometer: Efeito colateral de medicamentos Comprometimento visual Diminuição do paladar Diminuição do olfato Problemas dentários Diminuição da salivaçãoi Depressão 54 Avaliação Multidimensional do Idoso AGGA Avaliação do Estado e Risco Nutricional Fatores que podem comprometer: Isolamento social Alcoolismo Anorexia Incapacidade física Dificuldades financeiras ou sociais Doenças crônicas avançadas 55 Avaliação Multidimensional do Idoso AGGA Domínio da Saúde Mental e Cognitiva Mini-Mental State Exam (MMSE) é um screening composto por 30 questões amplamente utilizado para rastrear casos com suspeita de déficit cognitivo. Escala de Depressão Geriátrica Abreviada (GDS-15) contém 30 perguntas breves, com respostas dicotômicas referentes a mudanças de humor e a sentimentos como desamparo, inutilidade, desinteresse, aborrecimento e felicidade. 56 Avaliação Multidimensional do Idoso AGGA Domínio Social O funcionamento social é um conceito amplo e refere-se fundamentalmente às relações e atividades humanas que têm lugar na sociedade, assim como às habilidades sociais de que dispõe o indivíduo. Domínio Ambiental As características do ambiente têm importante impacto no desempenho funcional do idoso e na mediação do processo de dependência. 57 Respiração e Envelhecimento Mudanças Neuro-Humorais do Controle Respiratório Encontra-se lentificada: a percepção das pressõesparciais de Oxigênio e Gás Carbônico através dos quimiorreceptores; o envio de estímulo aos centros controladores no sistema nervoso central. 58 Respiração e Envelhecimento Mudanças do Pulmão Diminuição das fibras elásticas (elastina); Aumento das fibras do colágeno; Diminuição do diâmetro bronquiolar; Aumento do espaço aéreo distal (alargamento de ductos e sacos alveolares); Diminuição dos Poros de Khon; 59 Respiração e Envelhecimento Mudanças do Pulmão Diminuição dos capilares alveolares e do nº de alvéolos (> acúmulo de ar e dificuldade na troca gasosa); Redução do nº de células mucociliares e de sua atividade no epitélio de revestimento brônquico; Diminuição da limpeza (clearance) mucociliar (das vias respiratórias inferiores; Aumenta a probabilidade de infecções pulmonares. 60 Respiração e Envelhecimento Mudanças na Parede Torácica e Músculos Respiratórios Enrijecimento das costelas ( ocasionado pelo processo de osteoartrose senil ); Enrijecimento das articulações esternocostais ( pela diminuição do nº de condrócitos, degeneração pelo espessamento das fibras colágenas e aumento de depósito de cálcio); A união do manúbrio com o corpo do esterno 61 Respiração e Envelhecimento Mudanças na Parede Torácica e Músculos Respiratórios Diminuição da força muscular diafragmática ( cerca de 25% , encontra-se em desvantagem pela forma do pulmaõ e das alterações mecânicas respiratórias); Diminuição da massa muscular de todos os músculos respiratórios ( substituição de fibras musculares por gordura de maneira geral); Diminuição da complacência da caixa torácica; 62 Respiração e Envelhecimento Mudanças na Parede Torácica e Músculos Respiratórios Após a quinta década os músculos intercostais laterais internos sofrem hipotrofia, com uma diminuição de 20% na sua área (importantes no processo de tosse e espirro) Reduz a eficácia da tosse; Decréscimo da função pulmonar. 63 Respiração e Envelhecimento Mudanças na Função Pulmonar Redução da Capacidade Vital Redução da Capacidade Inspiratória Aumento do Volume Residual Aumento da Capacidade Residual Funcional Diminuição do Volume Corrente Exalado 64 Respiração e Envelhecimento Senescência é o processo natural de envelhecimento ao nível celular ou o conjunto de fenômenos associados a este processo. A senescência é um processo metabólico ativo essencial para o envelhecimento. Senilidade é o processo patológico de envelhecimento. Se refere à fase do envelhecer em que o declínio físico é mais acentuado e é acompanhado da desorganização mental. Caracteriza-se por um declínio acelerado no funcionamento de todos os sistemas do corpo: cardiovascular, respiratório, genital, urinário, endócrino e imunológico, entre outros. 65 Postura e Envelhecimento A postura do idoso reflete a história de vida do indivíduo, suas características físicas, sociais e psicológicas. Variáveis como hábitos de vida, auto-estima, auto-imagem são importantes para analisar como essa pessoa reagiu às adaptações que foram necessárias durante a vida. 66 Postura e Envelhecimento Na Senescência ocorre: Diminuição de massa magra corpórea ( perda de 40 a 50% entre 25 e 80 anos); Diminuição de força muscular (diminuição do tamanho e do nº de fibras musculares, e à perda de unidades motoras); Perda de massa e força muscular – modificações da postura ortoestática e aumenta o risco de quedas e fraturas. 67 Postura e Envelhecimento Na Senescência ocorre: Perda de massa óssea representa riscos maiores para diversas doenças; A Osteopenia afeta principalmente ossos longos e vértebras da coluna, podendo evoluir para Osteoporose (nas mulheres as alterações hormonais provenientes da menopausa ). 68 Postura e Envelhecimento Na Senescência ocorre: O tecido conjuntivo (está nos ligamentos, tendões e cápsulas articulares) apresenta maior rigidez, alteração da elasticidade e aparecimento de sinais de degeneração; Repercussão na estabilidade e na dinâmica articular. 69 Postura e Envelhecimento As mudanças que ocorrem na Postura são multifatoriais: Achatamento vertebral (diminuição de massa óssea vertebral); Diminuição do disco intervertebral (alteração da constituição e propriedades do disco); Alteração da força de tensão dos ligamentos da coluna; 70 Postura e Envelhecimento A postura descrita como típica do Idoso: Cabeça anteriorizada; Aumento da cifose torácica; Diminuição da lordose lombar; Tendência à retroversão pélvica; Acentuação da angulação e do posicionamento dos joelhos. 71 Postura e Envelhecimento 72 Postura e Envelhecimento Avaliação Postural Global: o objetivo é detectar as principais alterações posturais e as cadeias musculares responsáveis. Segmentar: tem como objetivo identificar as alterações da postura e interpretá-las com base na biomecânica muscular, tendo como finalidade propor uma conduta de cinesioterapia que proporcione condições musculoesqueléticas para melhora do alinhamento corporal e do movimento. 73 Postura e Envelhecimento Avaliação Postural Métodos de avaliação: Fio de Prumo e Pedículo Fotografias SAPO (software de análise postural ) calcula, a partir de medidas antropométricas, a projeção do centro de pressão na base de sustentação, ou seja informações sobre Controle Postural (fotografia) Biofotometria 74 Mobilidade no Idoso É a capacidade de movimentação, de forma independente e segura, de um lugar para outro. A combinação de capacidades físicas e mentais para sair de casa incluem: Controle da marcha; Função cognitiva; Sensação de bem-estar; Comunicação; Relacionamentos; Autonomia. 75 Mobilidade no Idoso e Envelhecimento Fatores: Diminuição da força muscular; Diminuição da flexibilidade; Aumento da rigidez dos tecidos conjuntivos periarticulares e intramusculares; Declínio da tolerância de todo o corpo ao exercício; Diminuição da condução nervosa; Diminuição da acuidade visual, auditiva e vestibular. 76 Mobilidade no Idoso e Envelhecimento As tarefas de mobilidade apresentam três exigências: 1- Progressão (movimento na direção desejada); 2- Controle postural e 3- Capacidade de adaptar-se às condições mutáveis da tarefa e do meio ambiente. 77 Mobilidade no Idoso e Envelhecimento Mudanças Posturais Transferências Lee et al obsevaram em seu estudo: Marcha lenta; Diminuição do apoio unipodal; Diminuição da extensão máxima do joelho; Diminuição da dorsi e plantiflexão do tornozelo. 78 Mobilidade no Idoso e Envelhecimento Avaliação da Mobilidade Vários instrumentos são propostos: Timed Up and Go Escala de Equilíbrio de Berg (Balance Scale) LSA (Life Space Assessment) - avalia frequência e necessidade de ajuda. Índice de Katz MIF 79 Mobilidade no Idoso e Envelhecimento Estratégias de Prevenção Fortalecimento muscular Exercícios de flexibilidade Propriocepção Treino de equilíbrio Treino de marcha Atividade Física regular 80 Mobilidade no Idoso e Envelhecimento Estratégias de Prevenção Orientações e Exercícios domiciliares: Orientação de segurança domiciliar; Técnicas de facilitação das atividades funcionais Treinamento de dispositivos de auxílio Remoção de riscos ambientais; 81 Mobilidade no Idoso e Envelhecimento Estratégias de Prevenção Efeitos da atividade física regular adequada: melhora a capacidade cardiorrespiratória; resistência; aumento de densidade óssea; melhora dos componentes neurais. OBS: cada hora adicional de atividade física diminui em 3% a perda de mobilidade entre idosos. 82 MARCHA NO IDOSO Integração de múltiplos sistemas: Sistema sensório-motor; Sistema músculo-esquelético Sistemas de integração; Planejamento motor. 83 MARCHA NO IDOSO Relembrando as senescências: do número de neurônios; nível de produção de neurotransmissores; acuidade visual; acuidade auditiva; vestibular Somatossensorial 84 MARCHA NO IDOSO Declínio Geral: Força muscular; Neurônios motores; Capacidadeaeróbica; Maior gasto energético e consumo de oxigênio Eficiência é inversamente proporcional ao gasto energético 85 BALANCE EM IDOSOS O distúrbio do Balance é considerado um fator de risco determinante para quedas e pode ser expresso pelo paciente idoso como: “falta segurança ou de firmeza para andar” “instabilidade ao virar-se, levantar-se e/ou sentar-se” “medo de cair” “tendências a quase quedas” 86 BALANCE EM IDOSOS A associação com outras queixas como: Tontura e vertigem; Sensação de atordoamento; Zonzeira; Cabeça oca; Flutuação; Afundamento; Sensação de girar ou rodar. 87 BALANCE EM IDOSOS A associação com outras queixas como: Tontura e vertigem; Sensação de atordoamento; Zonzeira; Cabeça oca; Flutuação; Afundamento; Sensação de girar ou rodar. 88 BALANCE EM IDOSOS Essas funções permitem: Mudar a posição básica do corpo; Manter a posição do corpo; Transferir a própria posição; Andar e mover-se. 89 BALANCE EM IDOSOS De acordo com Horak, objetivos principais ao realizar uma avaliação clínica do Balance, são: Identificar se um problema de balance existe ou não, de forma que seja possível prever o risco de queda, a necessidade de tratamento específico ou, ainda, a eficácia de uma intervenção; Determinar a(s) causa(s) da disfunção; Identificar a repercussão sobre as atividades e participação dos idosos (funcionalidade). 90 Fortalecimento Muscular no Tratamento de Idosos O Colégio Americano de Medicina do Esporte (ACSM), a Associação Americana de Reabilitação Cardiovascular e Pulmonar (AACPR) e a Associação Americana do Coração (AHA) incluem o treinamento resistido como um componente integrante de um programa de condicionamento físico. 91 Fortalecimento Muscular no Tratamento de Idosos Exercícios Resistidos Ganhos acima de 30% dentro dos primeiros 2 à 3 meses de treinamento. Reverte-se até duas décadas de perda da força com o avançar da idade. Freqüência de 2 a 3 vezes por semana. 92 Fortalecimento Muscular no Tratamento de Idosos Exercícios Resistidos Quanto maior a intensidade da força melhor o resultado. Proporcionam efeitos diretos no aumento da velocidade de caminhar e na melhora do tempo para levantar e sentar na cadeira. 93 Fortalecimento Muscular no Tratamento de Idosos Exercícios Resistidos Mesmo depois de um longo período de treinamento, de 1 a 2 anos, há ganho de força, essa melhora não alcança um platô, havendo, assim, possibilidade de ganhos maiores. Com a interrupção do treinamento, há um descondicionamento, entre 2 e 4 semanas, redução na capacidade funcional, mesmo assim ao retornar o idoso continua a ter ganho de força. 94 Fortalecimento Muscular no Tratamento de Idosos Exercícios Resistidos A OMS recomenda pois numerosos os benefícios: Aumento da massa muscular Aumento da força muscular Aumento da massa óssea Diminuição das dores músculoesqueléticas Melhora da coordenação 95 Fortalecimento Muscular no Tratamento de Idosos Exercícios Resistidos A OMS recomenda pois numerosos os benefícios: Conscientização corporal Equilíbrio Melhora ou manutenção da flexibilidade e mobilidade Bem-estar psicossocial 96 Fortalecimento Muscular no Tratamento de Idosos Aplicações Terapêuticas dos Exercícios Resistidos Tendinopatias Artroses Discopatias e Hérnia de Disco Hemiparesias e Hemiplegias Neuropatias Periféricas Doença de Parkinson 97 Fortalecimento Muscular no Tratamento de Idosos Aplicações Terapêuticas dos Exercícios Resistidos Osteoporose – não causam impacto e são benéficos para o aumento de massa óssea. Obesidade – preserva e aumenta a massa muscular durante a perda de peso. Asma – raramente produzem crises porque não provocam hiperpnéia. 98 Fortalecimento Muscular no Tratamento de Idosos Aplicações Terapêuticas dos Exercícios Resistidos DPOC – a dispnéia costuma ser um fator limitante para os exercícios contínuos, mas não ocorre nos exercícios resistidos. Insuficiência Cardíaca – diminui os reflexos de hiperpnéia nos esforços da vida diária. Diabetes – estimula a produção de insulina, aumenta à sensibilidade à insulina, eleva a captação de glicose pelos músculos, diminui a gordura corporal. 99 Fortalecimento Muscular no Tratamento de Idosos Prescrição de Exercícios Resistidos CECAFI – Centro de Estudos em Ciências da Atividade Física da Disciplina de Geriatria da Faculdade de Medicina da USP. Séries, Cargas e Repetições 3 a 4 séries por exercício (volume mínimo de 3). 1ª série com 50% da carga da 3ª série – 12 e 15 repet. 2ª série com 50% da carga da 1ª série – 10 e 12 repet. 3ª série com a carga máxima possível para 6 e 10 repet. 100 Fortalecimento Muscular no Tratamento de Idosos Freqüência de Treinamento - 2 a 3 vezes semanais. Intervalos de Séries – de 1 a 2 min é necessário para recuperar a capacidade metabólica dos músculos e permitir a volta da freqüência cardíaca aos níveis basais. Amplitudes – será selecionada como a mais adequada para cada situação, podendo ser ampla ou reduzida se ocorrer desconforto articular. 101
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