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Metodologia científica - cap 4

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24/02/2021 Metodologia Científica
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METODOLOGIA CIENTÍFICA
CAPÍTULO 4 - QUAIS OS RISCOS DA
PRÁTICA DO PLÁGIO EM PESQUISAS?
Ana Celeste da Cruz David
INICIAR
24/02/2021 Metodologia Científica
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Introdução
Você já pensou sobre as bases da organização da convivência social? No
mundo em que vivemos, imersos na tecnologia digital; em comunidades
virtuais; espaço indefinido; tempo flexível e fluído, em que tudo acontece aqui e
em todo lugar; de globalização e fragmentação, em que as fronteiras são
imprecisas; quais são as bases organizadoras da convivência social?
Pela rede mundial de computadores circulam saberes, valores, emoções,
conhecimentos e toda sorte de conteúdo. Mas o que esses conteúdos dizem?
Para quem dizem? Com que finalidade? O que calam, silenciam e omitem? São
dizeres que aspiram ao bem e à felicidade?
Desde o legado da filosofia clássica greco-romana, o embate acerca da razão
humana, virtude e paixões, tem ocupado lugar de destaque em discussões,
quer no âmbito do conhecimento empírico, quer no âmbito teleológico ou
científico. Essa discussão é, por si só, uma construção social, cultural e histórica,
ou seja, cada sociedade, em seu tempo, institui o que é o bem e a felicidade,
quem tem acesso a esses bens e como pode dispor deles. Essa distribuição é
parte, também, do legado sócio-histórico.
A conduta do homem moderno, a expressão de seus sentimentos, suas
emoções, suas vontades, suas aspirações e ações manifestam o senso moral, a
ideia de justo e injusto, certo e errado, bem como balizam a liberdade de
decisões e juízos de valor sobre nós mesmos e sobre o outro. Contudo, hoje, em
relações presencias, face a face, ou em relações mediadas por tecnologias em
espaços virtuais, será que é necessário perguntar quais são as bases
organizacionais da convivência social?
Neste capítulo, você terá a oportunidade de discutir aspectos éticos na
pesquisa científica, além dos compromissos éticos do pesquisador. Assim,
poderemos refletir sobre o que é ser autor e sobre a conduta do plágio como
obstáculo para a formação do autor. Você verá, também, como se elabora o
planejamento da pesquisa, da projeção dos capítulos à elaboração do
cronograma, até a finalização com o checklist das diferentes etapas do processo
de pesquisa.
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Vamos em frente!
4.1 Aspectos éticos na pesquisa
Essa tarefa de pensar sobre aspectos éticos da pesquisa é complexa, pois a
conotação do termo “ética” é, em si, carregada de sentido e difícil de ser
apreendida. Desde a discussão dos primeiros filósofos gregos até os dias de
hoje, temos que debater sobre os aspectos éticos é necessário.
A palavra “ética” vem do grego “ethos”, ou seja, uma ciência da conduta, o fim
para o qual a conduta do homem deve se orientar, um comportamento
responsável, o justo e o injusto em sentido amplo. Porém, resta-nos saber qual
conduta deve ser a orientadora.
Aliás, você saberia responder quais condutas beneficiam o bem comum?
Acrescenta-se à discussão a questão de que, ao falar em ética, a noção de
moral se apresenta como se não fosse possível discutir sobre a primeira sem
citar a segunda, quase como expressões sinônimas. Contudo, uma distinção se
faz necessária. Sobre a ética, temos que é um “[...] ramo da filosofia que
fundamenta científica e teoricamente a discussão sobre valores, opções
(liberdade), consciência, responsabilidade, o bem e o mal, o bom e o ruim”
(NOSELLA, 2008, p. 256). Já a moral, por sua vez, é a dimensão pragmática da
conduta humana, ou seja, os hábitos, os costumes, o modo ou a maneira de
viver, a moral ou o imoral.
Entre a natureza da ciência, do saber científico questionador das certezas
estabelecidas e da discussão dos valores éticos, o debate entre o bem e o mal
está posto desde Platão, para quem cabia à Filosofia estabelecer os limites, a
medida certa da ciência por meio da ética filosófica do homem livre, pois a
condição de existência do servo era natural e não se constituía um problema
científico, nem ético. Em Aristóteles, ao poder político caberia garantir a
felicidade dos cidadãos (livres), e a esse poder também competia estabelecer o
limite da ciência.
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No período medieval, a ciência foi paralisada em razão das condições do
pensamento dogmático, do limite à liberdade de pensamento e da curiosidade.
Nesse ponto, é importante esclarecermos a diferença entre a concepção de
ciência desde a antiguidade, o período medieval ou, mesmo, a era moderna
(século XVII); e a concepção de ciência moderna a partir do século XVIII. Vale
destacarmos que, em cada uma dessas épocas, “[...] a ideia de natureza é
diferente; em cada uma delas métodos empregados são diferentes; em cada
uma delas o que se deseja conhecer é diferente” (CHAUI, 2010, p. 223).
Em descontínuos e diferentes movimentos, a história da ciência, no modo de
conhecer elaborado, vai sendo transformada a partir de mudanças provocadas
por acontecimentos importantes, como o surgimento das universidades, espaço
de reflexão e produção de conhecimento; a criação das cidades; os diferentes
modos de produção e de organização social; bem como da separação entre
poder da Igreja e do Estado. Assim, nesse processo de rupturas, o
conhecimento científico vai se produzindo.
Desde Rousseau (1750) a questão ética se faz presente:
[...] há alguma relação entre a ciência e a virtude? Há alguma razão de peso para
substituirmos o conhecimento vulgar que temos da natureza e da vida e que
partilhamos com os homens e mulheres da nossa sociedade pelo conhecimento
científico produzido por poucos e inacessível à maioria? (SANTOS, 2004, p. 16). 
Jean Jacques Rouseau (1712-1778) foi um filósofo do século XVIII. Ele defendia
os ideais da justiça e da paz igualmente entre soberanos, ricos e pobres. Para
ele, a origem da desigualdade entre os homens seria agravada com a instituição
da propriedade privada, incluindo o início da formação da sociedade civil e o
trabalho assalariado. Sua ideia era a criação de um contrato social como
mecanismo de mediação das relações entre os homens.
VOCÊ O CONHECE?
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De acordo com Santos (2004), regressamos à questão de origem entre ciência
e ética, tecnologia e virtude, conhecimento prático que usamos para resolver as
nossas vidas e conhecimento científico e tecnológico, sempre e continuamente
produzido por poucos, mas inacessível para muitos.
No século XX, após duas Guerras Mundiais, pensadores como Gramsci, Brecht
e Sartre reafirmaram a necessidade de questionar a ligação “[...] entre virtude e
ciência, entre ética e pesquisa, entre autoridade política e consciência individual.
Não se pode pesquisar sem saber para que se faz isso” (NOSELLA, 2008, p.
264). Devemos à ética, então, as perguntas sobre a conduta do homem (livre):
em que sentido deve-se orientar? Qual é o comportamento responsável diante
dos problemas enfrentados pela humanidade?
Figura 1 - Einstein mencionava que adquirir autoridade com o estudo
natural deu a ele uma responsabilidade sobre o reino social. Fonte: 360b,
Shutterstock, 2018.
Deslize sobre a imagem para Zoom
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Uma consideração formulada por Almeida (2008, p. 356), em sua reflexão
sobre a ética,diz que “[...] o ser ético é também aquele que continuamente se
pergunta sobre a própria moral – o que é um exercício de percepção da
‘provisoreidade’ da moral”. Dessa forma, a ética é um exercício dinâmico que
acompanha a formação do estudante e do pesquisador.
VOCÊ SABIA?
A mentira é uma prática humana que ocupa a discussão
filosófica. O pensamento teológico de Tomás de Aquino
classificava a mentira em viciosa (ato de enganar), oficiosa (para
alcançar algum bem) e jocosa (ato de divertir), sendo atos
considerados pecado. Atualmente, com a circulação de conteúdo
via internet, a expressão fake news, ou notícias falsas, tem
ocupado os noticiários e a vida dos internautas. Assim, cabe uma
reflexão: como pensar na ética em tempos de fake news?
Esses questionamentos quanto à ética se dão de forma a alcançar a conduta do
Homem, mas também são postas para cada um em sua individualidade, em sua
condição humana, como na antiguidade clássica do “conhece-te a ti mesmo”. A
“[...] ética e a sua eterna capacidade de nos fazer perguntar sobre o bem [...]”
(ALMEIDA, 2008, p. 355), assim, na atualidade das comunidades virtuais, redes
sociais e fluxos cada vez mais acelerados, as questões éticas se tornam
complexas e tomam nova forma, ainda que a tecnologia informacional alcance
de maneira desigual as fronteiras.
Dessa forma, em nossa sociedade informacional atual de relações mediadas por
tecnologias digitais, em que hipertextos e artefatos audiovisuais circulam
velozmente, compete perguntar de quem é a autoria? Quem é o plagiador? Qual
é a ética da ciência?
4.1.1 Autoria e plágio
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O conceito de autoria está ligado à responsabilidade de algo. Assumir a autoria
é se responsabilizar pelo dizer, pelo discurso, ainda que ele, em sua
originalidade, carregue outros discursos, de outros autores. De acordo com a
abordagem freireana (2007), a educação da sociedade deve almejar torná-la
composta por seres autônomos, na acepção da possibilidade humana de fazer
suas próprias escolhas, de acordo com sua liberdade moral e intelectual. Nesse
sentido de liberdade, repousa a responsabilidade do autor, bem como de sua
autoria.
A lei de direitos autorais no Brasil define o autor como aquela pessoa ou
aquelas pessoas indicadas ou identificadas nas obras como suas criadoras
intelectuais. A lei prevê, ainda, a criação intelectual coletiva, ou seja, a coautoria
por meio do grau de participação na criação da obra. A autoria, então, é objeto
de normatização em códigos de ética de diferentes profissões envolvendo a
produção de artigo científico, bem como a produção de patentes, marcas e o
desenho industrial. 
VOCÊ SABIA?
O Código Penal trata em sessão específica dos crimes contra a
propriedade intelectual. O crime de violação aos direitos autorais,
no art. 184 do código, diz que violar os direitos de autor e os que
lhe são conexos gera detenção de três meses a um ano, ou
multa. Na literatura jurídica, encontra-se casos de litígio de
plágio de músicas entre autores renomados e clássicos da
literatura, como a obra Romeu e Julieta, do dramaturgo inglês
Willian Shakespeare.
Aprender a autoria e assumir a posição de autor exige o que Freire (2007)
chama de curiosidade epistemológica, ou seja, a capacidade crítica crescente
de aprender e conhecer o que se faz e o motivo para se fazer. Isto é, as
intenções, os condicionantes de um determinado fazer e a ocultação ou o
silenciamento de outros tantos fazeres. Entretanto, essa autoria pretendida é
controversa porque parte do saber diz respeito a pensar e, como ele questiona
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a autoridade e duvida do instituído, ocupa lugar entre forças do saber e do
poder, pois, assim, está em “[...] jogo a cidadania que sabe pensar para poder
melhor intervir” (DEMO, 2008, p. 70).
Nessa discussão, Demo (2008) atribui à autoria dois sentidos igualmente
práticos. O primeiro é o de forjar no autor a atitude reflexiva de quem é capaz
de construir um texto próprio, com base na autoridade do argumento. O
segundo sentido é o da intervenção social e política, visando transformar a
sociedade de maneira crítica e responsável.
O sentido da autoria envolve professores e estudantes da educação básica e
universitária a quem Demo (2008) dirige sua crítica. Ele afirma que um
professor não é autor, pois sua formação docente não incluiu a competência
leitora entre seus objetivos. Demo (2008) também critica o ensino destituído da
pesquisa, da formação do pesquisador crítico, criativo e instigador. Além disso,
menciona a prática docente que se contenta em “dar aula”, como se essa ação
não fosse uma aventura, na qual cada um constrói e reconstrói seu próprio
caminho, cheio de surpresas e desafios. 
O texto “Ética e Cidadania do Conhecimento”, escrito pelo professor Pedro
Demo, alerta sobre o perigo do saber como artimanha colonizadora, discutindo
sobre o conhecimento e a pobreza política e ética. Você pode ler o artigo
completo no link: <https://docs.google.com/document/pub?
id=1fDZzS8W0UZjOo6fFORMI4HRJRAz5MhtqiSpHZfd8X2o
(https://docs.google.com/document/pub?
id=1fDZzS8W0UZjOo6fFORMI4HRJRAz5MhtqiSpHZfd8X2o)>.
Vale questionarmos, aqui, como fica a prática docente frente à formação da
autoria em época de expansão da internet e seus espaços colaborativos de
aprendizagem. Em tempos de hipertextos disponíveis sobre toda sorte de
VOCÊ QUER LER?
https://docs.google.com/document/pub?id=1fDZzS8W0UZjOo6fFORMI4HRJRAz5MhtqiSpHZfd8X2o
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temas, acessíveis ao alcance de um click, como estabelecer os limites éticos da
autoria? Você, leitor, em uma escala de zero a dez, o quanto se considera um
autor?
Uma pesquisa de campo sobre plágio na universidade com estudantes
graduandos do curso de Letras revelou que 36,84% assumem já terem
cometido plágio de texto; 21% plagiaram, mas não assumem; e 41,1% dizem
não ser a favor do plágio (SILVA, 2008). A ocorrência de plágio na graduação e
mesmo na pós-graduação não é prerrogativa dos estudantes do curso de
Letras, sendo uma realidade presente no ensino atual da geração do “copia e
cola”. Os entrevistados justificaram o uso do plágio principalmente pela
facilidade e pela exposição dos materiais, bem como uma aparente sensação de
liberdade, de que o conteúdo circulado pela internet não possui autoria
identificada e pode ser copiado na íntegra ou parcialmente apropriado. Essa
situação é reveladora da emergência do tema para os ensinos básico, superior e
de pós-graduação, além de para as comunidades científica e acadêmica de
modo geral, pois o problema também existe entre esses pares.
O plágio, sendo assim, não se constitui apenas quando a obra é apropriada
indevidamente em sua totalidade, sendo que a apropriação parcial ou
conceitual de uma ideia original, sem o devido crédito autoral, também se
constitui como plágio e deve ser evitada. Essa é uma questão ética a ser
discutida no ambiente escolar e acadêmico, afinal, o acesso a esse universo
informacional está posto, resta saber o que somos capazes de fazer com ele e
como dirigir nossa conduta de forma responsável, seja individual ou
coletivamente.
O vídeo Autoria, pirataria e plágio na era digital apresenta a discussão do
professor Sérgio Abranches no II Simpósio Hipertexto e Tecnologias na
Educação de Recife. Ele trata da cibercultura como realidade, em que práticas e
significações sobre autoria estão sendo modificadas enquanto novas redes
VOCÊ QUER VER?
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societárias e tecnológicasestão sendo tecidas. Você pode ver em:
<https://www.youtube.com/watch?v=Wtp_9hjH3x8
(https://www.youtube.com/watch?v=Wtp_9hjH3x8)>.
Na internet, o material disponível se encontra protegido por sistemas de
licenciamento do tipo convencional “Todos os direitos reservados” e o sistema
“Alguns direitos reservados”. O último permite a livre manipulação, distribuição,
compartilhamento e replicação dos conteúdos como forma difusora de
conhecimentos. Esse sistema possui formas diferenciadas de licença em seis
tipos de gradação, que pode ser desde a renúncia quase total, por parte do
autor, até nível mais restrito; isso significa que o autor original decide a melhor
maneira de disponibilizar seu material. De toda forma, é exigida a identificação
do autor da obra e que obras sucessivas, elaboradas com base nesse sistema,
estejam disponíveis para compartilhamento, manipulação, distribuição e
replicação. 
A discussão sobre autoria e plágio no meio acadêmico, da ciência e da
pesquisa, envolve aspectos éticos e morais em sua dimensão pragmática de
respeito a hábitos e costumes em formação e (de) formação. Ou seja, em tempo
de produção compartilhada, a noção de autoria e plágio tende a construir novos
significados.
4.2 Dilemas
Todos os projetos de pesquisa científica, em qualquer área de conhecimento
que envolva seres humanos, são obrigados a se submeterem a uma análise em
seus aspectos científicos e éticos. A Comissão Nacional de Ética em Pesquisa
(CONEP), ligada ao Conselho Nacional de Saúde, preconiza que devem existir
Comitês de Ética em Pesquisa (CEP) em instituições que desenvolvam
pesquisas com seres humanos. Esses comitês são compostos de forma
multidisciplinar, multiprofissional e independente, reunindo especialistas,
https://www.youtube.com/watch?v=Wtp_9hjH3x8
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cientistas e leigos. Os CEP têm como finalidade avaliar que as pesquisas
realizadas sejam cientificamente fidedignas, metodologicamente corretas,
moralmente aceitáveis e socialmente relevantes (BRASIL, 2007).
A criação internacional de Comitês de Ética em Pesquisa tem origem na
formulação do Código de Nuremberg (1947), em razão das atrocidades
cometidas por médicos e cientistas durante o regime nazista contra o povo
judeu. Esse código foi revisado e complementado pela Declaração de Helsinque
(1964-2000) da Associação Médica Mundial. O Brasil acompanha essa
tendência mundial desde 1996, mediante Resolução do Conselho Nacional de
Saúde n. 196/96, atualizada pela Resolução n. 466/2012 (SCHRAMM, 2004).
O texto “Ética em Pesquisa: os desafios das pesquisas em ciências humanas e
sociais para o atual sistema de revisão ética”, de Érica Silva e Everton Pereira,
aborda a avaliação de projetos de pesquisa envolvendo seres humanos,
mediante experiências dos autores no Comitê de Ética em Pesquisa. Você pode
entender melhor sobre os impactos disso lendo o artigo na íntegra:
<https://goo.gl/TTrjMa (https://goo.gl/TTrjMa)>.
O protocolo de avaliação por membros do CEP requer do pesquisador a
submissão do projeto de pesquisa, acompanhado do documento de
consentimento livre e esclarecido dos indivíduos e populações a serem
pesquisadas, bem como a documentação comprobatória da instituição de
origem do pesquisador de que a pesquisa será efetuada de acordo com as
regras estabelecidas pelo Conselho Nacional de Saúde. Como registra Minayo
(2005, p. 161), “[...] no caso de populações consideradas vulneráveis, como é o
caso dos indígenas e das crianças, os protocolos são mais exigentes e
VOCÊ QUER LER?
https://goo.gl/TTrjMa
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requerem mais tempo para sua efetiva obtenção”. No caso de estudantes dos
cursos de pós-graduação stricto sensu (doutorado e mestrado), o pesquisador,
apoiado por seu orientador, encaminham todo o procedimento. 
O uso da Resolução n. 466/2012 como norma regulamentar para as pesquisas
envolvendo seres humanos vem sendo objeto de discussão por parte dos
pesquisadores da área de ciências humanas e sociais, adeptos da pesquisa de
abordagem qualitativa, considerando a inadequação dos seus princípios
positivistas. Como apresenta Guerreiro (2016, p. 2620), “[...] inúmeras
publicações brasileiras discutem as solicitações inadequadas que os CEP
fazem, em especial em relação às pesquisas qualitativas”.
Podemos destacar, ainda, que controvérsias sobre o abuso de poder por parte
dos CEP; do tipo corporativo por parte dos seus membros — nem sempre
organizados —, considerando o equilíbrio representativo das diferentes áreas
do conhecimento; conflitos de interesses; e existência de preconceitos têm sido
objetos de registros nos meios científico e acadêmico. Nesse sentido, “[...] o
conjunto formado por regulamentações, normas e comitês continua sendo um
importante meio, senão para eliminar todos os abusos, pelo menos para reduzi-
los de acordo com a atenção de seus representantes” (SCHRAMM, 2004, p.
777). Assim, pesquisadores da área de ciências humanas e sociais, membros do
GT-CHS/CONEP, depois de longo processo (2013-2016) participativo e
solidário de análise e avaliação da Resolução n. 466/2012, alcançaram a
publicação da Resolução n. 510/2016 do Conselho Nacional de Saúde, que
trata da pesquisa em ciências humanas e sociais, reivindicação há muito
aguardada por pesquisadores da área.
Os dilemas enfrentados por pesquisadores e acadêmicos podem ser
observados por diferentes prismas, desde aqueles de ordem pragmática,
epistemológica, metodológica ou administrativa até os de gestão ou ordem
financeira. Em todos eles a questão ética e a responsabilidade do pesquisador
são evidentes e norteiam ou devem nortear suas escolhas.
O financiamento de pesquisas avançadas no país é uma questão delicada e
controversa. Agências de fomento à pesquisa e tecnologia — como o Conselho
Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e a Coordenação
de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) — e fundações
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estaduais de amparo à pesquisa têm sido alvos de contingenciamento dos
recursos orçamentários previstos para o desenvolvimento de suas ações,
comprometendo a formação de novos pesquisadores e a continuidade de
pesquisas em andamento.
A recente história da humanidade está repleta de alertas ao pesquisador, como
a pesquisa em busca de novas fontes de energia, que resultou na construção da
bomba de hidrogênio, dizimando as cidades japonesas de Hiroshima e
Nagasaki em agosto de 1945. Temos, também, o caso brasileiro ocorrido na
cidade de Goiânia em 1987, conhecido como Césio 137, fato pouco pesquisado
em sua origem e repercussão, conhecimentos para serem investigados e
difundidos na população para que nunca mais se repitam. Esses alertas fazem o
pesquisador refletir sobre os caminhos e os sentidos da ciência, além da
complexa formação de novos pesquisadores.
Em suas considerações sobre a questão ética da pesquisa, Nosella (2007, p.
267) aponta como principal problema ético a contradição entre uma “[...]
superconcentração de riquezas e o aumento desmedido da pobreza”, resultante
da crescente produção de riquezas concentradas em uma pequena parcela da
população e da estagnação dos modelos de desconcentração das riquezas em
grande parcela da população assalariada ou dependente de planos de
atendimento social, que ficam distante das riquezas produzidas.
Diante dos desafios que se impõem ao pesquisador e da responsabilidade
social e política no desempenho de sua ação na produção do conhecimento
científico, sua difusão à reflexão sobre a ética profissional e a consistente
formação científica se configuram como um compromisso assumido desde as
primeirasetapas do projeto de pesquisa. 
4.3 Planejamento da pesquisa: projeção
dos capítulos e cronograma
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Um planejamento tem como uma das suas principais características a
flexibilidade e o caráter articulador entre as diferentes etapas de uma
determinada ação. O planejamento da pesquisa deverá acompanhar o
pesquisador desde o início do trabalho até a conclusão e divulgação dos
resultados. Todos os aspectos deverão constar do planejamento inicial, e, com
as ocorrências, as correções e adequações ao planejamento deverão ser
ajustadas. Para uma pesquisa que conta com aporte de recursos de agência de
fomento à pesquisa, o planejamento será ainda mais relevante e detalhado.
O planejamento bem formulado esclarece de forma minuciosa algumas
questões, conforme vemos na figura a seguir.
 Figura 2 -
Elementos de composição de planejamento de pesquisa. Fonte: Adaptado
de LAKATOS e MARCONI, 2017.
Deslize sobre a imagem para Zoom
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Antes mesmo de iniciar o plano de trabalho, o pesquisador, logo após a
definição do tema e do problema de pesquisa, deverá proceder ao que Lakatos
e Marconi (2017) chamam de estudos preliminares. Esses estudos têm como
objetivo verificar o estado da arte do tema escolhido, ou seja, são estudos
realizados com o intuito de inventariar e mapear a produção científica em
determinada área de conhecimento. Com esse estudo, o pesquisador verifica as
tendências teóricas mais relevantes de abordagem do tema, o tipo de
metodologia recorrente ao estudo da temática, principais autores interessados
no tema, as críticas e os obstáculos apontados, além das lacunas existentes nos
estudos mapeados. Embora seja um estudo preliminar, o material levantado
será aproveitado na pesquisa como subsídio para análises posteriores ou como
parâmetro ao que está sendo proposto.
Esse mapeamento é denominado por Bonin (2010, p. 07) como a pesquisa da
pesquisa, pois “[...] permite visualizar os problemas já enfrentados na
investigação, os conhecimentos obtidos e daí trabalhar na formulação de
questionamentos que tragam à luz novas dimensões dos fenômenos”. A autora
reafirma que essa opção metodológica potencializa a autoconstrução do
pesquisador, atuando na formação individual e da pesquisa em equipes de
trabalho.
De posse de todo esse mapeamento, o pesquisador elabora o anteprojeto de
pesquisa para ter uma ideia sistematizada dos aspectos teóricos e
metodológicos do trabalho. Programas de pós-graduação comumente
requerem aos candidatos a apresentação do anteprojeto de pesquisa em
processos seletivos. É a intenção de pesquisa organizada sistematicamente,
embora se saiba que, até o produto final ficar pronto em definitivo, muitas
modificações serão efetuadas.
Tomando como exemplo os cursos de pós-graduação, após a aprovação no
processo seletivo, o pesquisador deverá apresentar à comissão do curso ou ao
orientador o projeto de pesquisa definitivo. Contudo, este também sofrerá
ajustes no decorrer do aprofundamento dos estudos. De acordo com Koche
(2016, p. 122), “[...] o planejamento de uma pesquisa depende tanto do
problema a ser investigado, da sua natureza, e situação espaço temporal em
que se encontra, quanto da natureza e nível de conhecimento do investigador”.
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Assim, a estrutura do projeto de pesquisa pode conter variações para atender
exigências particulares do programa de pós-graduação, da agência de fomento
financiadora ou do centro de pesquisa ao qual será apresentado.
Ressalva feita, podemos observar a estrutura do projeto de pesquisa baseado
na formatação proposta por Lakatos e Marconi (2017) com o quadro a seguir.
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Ao relatar a experiência da pesquisa de avaliação do “Projeto Cuidar”, em que
atuou como coordenadora, Minayo (2005, p. 161) destaca como algumas
etapas de preparação da pesquisa contínua de difícil execução, exemplificando
o que é preciso:
- Obter permissões oficiais ou oficiosas para a realização da pesquisa;
- Selecionar e capacitar uma equipe para o trabalho de campo;
- Listar e preparar todos os suprimentos, equipamentos e instrumentos que serão
necessários;
- Organizar os detalhes da estadia, como hospedagem e transporte;
- E, a depender do tipo de estudo, torna-se vital elaborar uma agenda, um roteiro
de atividades, fazendo contatos prévios, marcando visitas, entrevistas e outros
tipos de ação investigativa.
O plano de trabalho da pesquisa deverá prever todas as etapas de sua
execução, desde a de preparação até as etapas finais de produção do relatório e
divulgação dos resultados. Cada etapa tem sua natureza e dificuldades
particulares. Um plano bem articulado e continuamente atualizado, por
exemplo, permite a solução de entraves em tempo hábil e recursos disponíveis.
Quadro 1 - Modelo de estrutura geral do projeto de pesquisa com seus itens
característicos. Fonte: LAKATOS e MARCONI, 2017, p. 216.
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O modelo didático de fluxograma de pesquisa apresentado por Koche (2016) se
divide em quatro etapas dinâmicas. Observe:
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Quadro 2 - Modelo didático de fluxograma de projeto de pesquisa em
Deslize sobre a imagem para Zoom
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O plano de trabalho de pesquisa, além de ser uma exigência metodológica por
parte da instituição de vinculação do pesquisador, instituição de ensino ou
agência de fomento à pesquisa, é o mecanismo didático, epistemológico e
metodológico instituidor da pesquisa científica. Como afirma Koche (2016, p.
133), “[...] sem o projeto o investigador corre o risco de desviar-se do problema
que quer investigar, recolhendo dados desnecessários ou deixando de obter os
necessários”.
O projeto de pesquisa, portanto, orienta o pesquisador na definição do plano de
trabalho, ou seja, esse documento permite ao pesquisador um trabalho
metódico e sistematizado, atenção aos prazos estabelecidos e recursos
disponíveis, evitando desgaste de esforços e resultados.
A distribuição dos capítulos, seções e subseções deve ser orgânica, em uma
correspondência lógica das ideias tratadas. Como ensina Castro (2011, p. 58),
“[...] a criação dos capítulos e o batismo dos títulos não são tarefas separadas”.
É um trabalho que requer atenção aos detalhes da produção, afinal, nem
sempre — ou na maior parte das vezes — o autor cria títulos alternativos e
provisórios, capítulos são ordenados e reordenados, até a versão final ser
considerada satisfatória e receber a aprovação final. Além disso, vale destacar
que o trabalho não deve ser longo em demasia, com inúmeras divisões em
seções e subseções, nem fragmentado a ponto de comprometer a coesão, a
sequência lógica e deixar o leitor perdido na leitura do texto. Cada capítulo deve
explicitar integralmente seu conteúdo, encadeando início, meio e fim, pois, “Em
uma redação bem-feita, há uma fronteira natural, nascida da própria forma de
construir o texto” (CASTRO, 2011, p. 60).
A estratégia principal para chegar a uma redação satisfatória dos títulosde
capítulos e seções é a leitura analítica do texto. Com uma leitura objetiva e
analítica, o autor consegue identificar as ideias-chave do texto e, a partir delas,
chegar ao título ideal, pois eles devem informar e antecipar ao leitor às
principais ideias do conteúdo do texto, convidando-o à leitura. 
quatro etapas dinâmicas e interligadas. Fonte: Adaptado de KOCHE e
CARLOS, 2016, p. 127.
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Um aspecto estratégico e de grande relevância do plano de trabalho é o
cronograma da pesquisa. Nele, devem constar as principais ações previstas
para a realização do trabalho e sua distribuição no prazo de tempo determinado
à pesquisa. Portanto, sua elaboração vai depender do prazo informado pela
instituição de origem do pesquisador. A elaboração do cronograma também
está condicionada à complexidade da pesquisa, equipes envolvidas e
financiamento, ou seja, todos os aspectos merecem atenção para a elaboração
do cronograma de maneira ajustada às necessidades do trabalho.
Considerando um programa de pós-graduação com duração prevista de quatro
anos, e realização de plano de trabalho geral, a organização do cronograma
pode ser dada conforme o quadro a seguir.
Figura 3 - Estabelecer prazos e cumprir as metas definidas no plano de
trabalho de pesquisa deve ajudar a preservar esforços e resultados. Fonte:
nasirkhan, Shutterstock, 2018.
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O modelo apresentado se constitui uma orientação didática. Cada instituição de
ensino, agência de fomento à pesquisa ou órgão demandante do trabalho
poderá estipular diferentes formas de organização do cronograma, com etapas
específicas e definição de prazos sempre de forma ajustada ao prazo final de
entrega do trabalho.
Quadro 3 - Modelo didático sugestivo de cronograma de trabalho de
pesquisa distribuído no período de quatro anos. Fonte: Elaborado pelo autor,
2018.
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Assim como a fase inicial do trabalho de pesquisa é repleta de expectativas, a
fase final também guarda seus desafios e promessas. A etapa de encerramento
do projeto de pesquisa deve ser cuidadosamente planejada e acompanhada de
atenção. Estratégias especialmente planejadas para essa etapa podem ser de
grande ajuda.
4.4 Finalização do projeto: checklist
O checklist se constitui uma técnica ou estratégia utilizada em revisões técnicas
na área de tecnologia da informação, com a intenção de certificar a qualidade e
a confiabilidade dos produtos desenvolvidos. Ele é aplicável na verificação de
documentação de análise, projeto de arquitetura, design, codificação e testes
em geral.
O checklist pode ser entendido como uma lista de critérios ou lista de
verificação, isso vai variar de acordo com a área de aplicação, como na
enfermagem ou na engenharia. Na literatura, é possível encontrar variados
modelos de checklist para uso em áreas diversas, como na medicina, em
procedimentos cirúrgicos, com o objetivo de mensurar indicadores de qualidade
da assistência médica. Nesse caso, o checklist pode ser organizado em etapas. 
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Na educação, a técnica vem sendo utilizada de diferentes maneiras, como na
educação especial para análise e acompanhamento de funcionalidades
corporais, motoras e ambientais dos estudantes. Já na metodologia científica, a
literatura registra sua difusão e aplicação no controle e na verificação de
projetos de pesquisa.
 Figura 4 - Um
checklist pode ser utilizado para atender demandas diversas em diferentes
setores produtivos, de serviços e na educação. Fonte: Kullapol, Shutterstock,
2018.
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Para entendermos melhor sobre o assunto, analisaremos um caso na sequência.
CASO
A professora Dora é orientadora dos Trabalhos de
Conclusão de Curso (TCC) em cursos de graduação. Nesse
semestre, ela possui dez orientandos de diferentes áreas.
Os projetos de pesquisa já estão em andamento, e, com a
proximidade do final do prazo, a dificuldade para
acompanhar todos os alunos só aumenta.
Na reunião de departamento, Dora expôs aos colegas sua
dificuldade em atender uma turma com muitos alunos com
projetos de pesquisa com interesses de áreas tão
diversificadas. Assim, uma de suas colegas, da área de
Tecnologia da Informação, sugeriu que a professora
adotasse o uso de checklist com os alunos para ter maior
controle da produção de cada um em relação ao
andamento do projeto e aos prazos estabelecidos. Com a
adoção da estratégia, Dora poderia orientar os estudantes
e listar o que será necessário para a etapa final de entrega
do projeto de pesquisa de cada um deles, revisando
aspectos não satisfatórios.
Juntas, as professoras organizaram o checklist e Dora
pôde colaborar com os alunos na etapa final de conclusão
e entrega do TCC.
Uma experiência realizada por Pinheiro e Bezerra (2014) relata o
desenvolvimento de metodologia didática para a elaboração de projeto de
pesquisa, tendo como fundamento a autoavaliação e como estratégia para a
aplicação de checklist. A experiência foi realizada entre 2010 e 2013, com 11
turmas dos cursos de graduação de Sistema da Informação, Engenharia de
Software e Rede de Computadores. O trabalho foi proposto com base nos
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critérios utilizados pela banca de avaliadores da instituição.  As pesquisadoras
criaram um checklist de critérios para ser utilizado como recurso didático da
disciplina de Projeto de Pesquisa, visando a orientação para elaboração do
projeto por meio de autoavaliação. Como resultado final, Pinheiro e Bezerra
(2014) apresentam os critérios de referência para avaliação de TCC conforme o
quadro na sequência.
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Quadro 4 - Modelo de aplicação de checklist como estratégia de
autoavaliação na elaboração de projeto de pesquisa. Fonte: PINHEIRO e
BEZERRA, 2014, p. 1608.
Deslize sobre a imagem para Zoom
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Para o pesquisador, contar com o checklist como recurso de verificação das
diferentes etapas do projeto e, com isso, proceder aos ajustes necessários, pode
se tornar uma estratégia de grande relevância. Ademais, vale ressaltar que a
composição do checklist vai depender do objetivo da sua aplicação, a escolha
dos dados e a definição dos critérios a serem validados. Dessa forma, o
pesquisador finaliza o projeto de pesquisa com uma visão geral de todo o
trabalho realizado.
Síntese
Concluímos mais um capítulo, agora relativo aos aspectos da formação do
pesquisador como autor, sua responsabilidade frente às questões éticas e seu
posicionamento em relação a prática de plágio entre os acadêmicos e ao
enfrentamento de problemáticas e controvérsias no campo da pesquisa
científica. Com isso, também finalizamos a disciplina de Metodologia Científica.
Assim, você já sabe que uma pesquisa envolve planejamento sistemático,
controle de ações, recursos materiais— de tempo e financeiros — e gestão de
equipe de pesquisa em grandes projetos.
Neste capítulo, você teve a oportunidade de:
discutir aspectos éticos nos diferentes tipos de pesquisas;
compreender a formação da autoria;
reconhecer os obstáculos da prática do plágio para a formação da autoria;
entender a responsabilidade do pesquisador frente aos dilemas éticos na
pesquisa;
compreender como sistematizar o planejamento da pesquisa;
aprender como elaborar um cronograma;
aplicar o checklist para de acompanhamento e avaliação do projeto pesquisa.
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