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Quem ousou conquistar e saiu pra lutar, chega mais longe! *011.490-137194/19* LEIA ATENTAMENTE AS SEGUINTES INSTRUÇÕES: 1. Este CADERNO DE QUESTÕES contém 90 questões numeradas de 1 a 90, dispostas da seguinte maneira: a) as questões de número 1 a 45 são relativas à área de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias; b) as questões de número 46 a 90 são relativas à área de Ciências Humanas e suas Tecnologias. ATENÇÃO: as questões de 1 a 5 são relativas à língua estrangeira. Você deverá responder apenas às questões relativas à língua estrangeira (inglês ou espanhol) escolhida no ato de sua inscrição. 2. Para cada uma das questões objetivas, são apresentadas 5 opções. Apenas uma responde corretamente à questão. 3. O tempo disponível para estas provas é de quatro e trinta minutos. PROVA DE LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS E CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS *011.490-137194/19* 1º Dia – Página 2 LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS Questões de 1 a 45 Questões de 1 a 5 (opção Inglês) QUESTÃO 1-------------------------------------------------------- CHICO Slang term for Mexican male. Currently morphed into “Chicano” (Agglutination of Chico + Americano). The term itself is probably derived from “Chicomoztoc” meaning “seven caves” in the Nahuatl (Aztec) language. It is believed that the Mexicans (Aztecs) originated near (or at) Chicomoztoc (seven caves.) Disponível em: <https://www.urbandictionary.com>. Acesso em: 12 dez. 2018. A língua, como objeto de comunicação, evolui e agrega novos termos e valores com o passar dos anos. O texto anterior, extraído do dicionário informal Urban Dictionary, define o termo chico como um/uma A insulto ou palavra de repúdio usada para definir um homem de origem mexicana. B palavra usada informalmente para se referir a um indivíduo masculino do México. C vocábulo histórico, que retoma a inquestionável origem da palavra, oriunda do idioma Asteca. D verbete usado de forma pejorativa para se referir a uma pessoa de origem latina. E vocábulo que deriva da aglutinação de palavras de diferentes línguas. QUESTÃO 2-------------------------------------------------------- With over 2.2 billion active gamers in the world, 47% of which, or 1 billion people, spend money. For the millennial demographic, gaming is becoming more than just a casual hobby – it’s becoming a career. Why? Partly due to the large expansion of gaming genres, allowing for developers to appeal to different audiences. With the emergence and trend of VR, AR, A.I., and smart technology, an exciting future lies ahead for video games. There are hundreds of thousands of games, created by hundreds, if not thousands of developers. If you asked me the name of the developer of every game I own in my home, I’d be frozen in my tracks. Why? Because, there’s been no rhyme or reason to really pay much attention to it. Most consumers stick to either the most popular game of their chosen console or ones the they are most comfortable playing. But, what’s to be said about those games that go unsold and unplayed? Developers spend their careers trying to make a name for themselves in the industry, wanting to be recognized for their work. But, if the average gamer can’t identify them by name or work, this becomes a disservice and hindrance to both the intellectual property and the industry as a whole. Disponível em: <https://www.forbes.com>. Acesso em: 02 jan. 2018. A indústria dos videogames tem sido, há alguns anos, um setor fundamental para a sustentação da economia por meio da compra e venda de produtos eletrônicos. O texto anterior aborda uma das problemáticas desse setor, envolvendo A os muitos jogos eletrônicos que são descartados por jogadores insatisfeitos. B a falta de reconhecimento do trabalho dos desenvolvedores de jogos. C as severas taxas cobradas pelas empresas para a manutenção dos jogos. D a grande variedade de consoles e tecnologias ligadas aos videogames. E o sucateamento dos videogames como método de entretenimento. *011.490-137194/19* 1º Dia – Página 3 QUESTÃO 3-------------------------------------------------------- COWABUNGA Sure, the 1960s surfing slang might have regained popularity in the late ‘80s and early ‘90s due to the Teenage Mutant Ninja Turtles cartoon series, but it originated way before then. Chief Thunderthud, a character on the 1950s children’s show Howdy Doody would use it as faux Native American language. After that, it somehow made its way into surfer slang, hence becoming a catchphrase of Michelangelo, the hard-partying, surfing ninja turtle. Disponível em: <http://mentalfloss.com>. Acesso em: 09 dez. 2018. Uma língua evolui constantemente, coletando palavras e expressões das mais diversas fontes. O texto anterior faz referência à influência das séries de TV para a A formação intelectual dos espectadores. B construção lexical da língua inglesa. C extinção das gírias na comunicação. D consolidação de expressões antiquadas. E reutilização de palavras estrangeiras. QUESTÃO 4-------------------------------------------------------- Prohibition in the United States was a nationwide constitutional ban on the production, importation, transportation, and sale of alcoholic beverages from 1920 to 1933. During the nineteenth century, alcoholism, family violence, and saloon-based political corruption prompted prohibitionists to end the alcoholic beverage trade to cure the ill society and weaken the political opposition. One result was that many communities in the late-nineteenth and early-twentieth centuries introduced alcohol prohibition, with the subsequent enforcement in law becoming a hotly debated issue. Prohibition supporters, called “drys”, presented it as a victory for public morals and health. Promoted by the “dry” crusaders, the movement was led by pietistic Protestants and social Progressives in the Prohibition, Democratic, and Republican parties. Opposition from the beer industry mobilized “wet” supporters from the Catholic and German Lutheran communities. They had funding to fight back, but by 1917- 18 the German community had been marginalized by the nation’s war against Germany, and the brewing industry was shut down in state after state by the legislatures and finally nationwide under the Eighteenth Amendment to the United States Constitution in 1920. Criminal gangs were able to gain control of the beer and liquor supply for many cities. By the late-1920s a new opposition mobilized nationwide. Wets attacked prohibition as causing crime, lowering local revenues, and imposing “rural” Protestant religious values on “urban” United States. Prohibition ended with the ratification of the Twenty-first Amendment, which repealed the Eighteenth Amendment on December 5, 1933. Disponivel em: <https://en.wikipedia.org>. Acesso em: 10 mar. 2019. O século XX foi marcado por grandes eventos e revoluções que moldaram o mundo como o conhecemos hoje. A Lei Seca norte-americana dos anos 1920 foi um importante capítulo da história do país, uma vez que A foi apontada pela oposição como catalizadora da criminalidade urbana. B mobilizou a comunidade católica norte-americana a cessar a produção de álcool. C enfrentou intensa rejeição da população por conta da guerra na Alemanha. D gerou o reabastecimento de álcool em várias cidades dos Estados Unidos. E influenciou o conflito armado entre os drys e os wets. *011.490-137194/19* 1º Dia – Página 4 QUESTÃO 5-------------------------------------------------------- WHERE ARE THE GOOD JOBS? For many people in the developing world, vulnerable and informal jobs remain the only work available. In most cases, those jobs entail low pay, limited job security, poor working conditions and little or no social protection. “Bringing more workers out of informality remains crucial in order to improve working conditions and generate tax revenues that governments need to strengthen social welfare systems. In this regard, furtherreductions in working poverty will be tightly linked to declining rates of informality,” the report, produced by the ILO’s Research Department says. Disponível em: http://www.ilo.org/global/about-the-ilo/newsroom/news/WCMS_234030/lang-- en/index.htm. Acesso em: 11 mar. 2014 (fragmento). No segundo parágrafo do texto, o autor cita um trecho do relatório produzido pelo Departamento de Pesquisa da ILO (International Labour Organization). A expressão “social welfare systems” está relacionada A à seguridade social B a organizações não governamentais. C às agências de emprego. D a sindicatos dos trabalhadores. E aos bancos públicos. LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS Questões de 1 a 45 Questões de 1 a 5 (opção Espanhol) QUESTÃO 1-------------------------------------------------------- Cuando usted trabaja en una computadora por cierto período de tiempo, es común experimentar fatiga ocular, visión borrosa, ojos enrojecidos y otros síntomas del síndrome de visión en computadora (CVS, por sus siglas en inglés). Ello sucede porque las exigencias visuales del trabajo en la computadora son diferentes de las relacionadas con otras actividades. Si usted tiene menos de 40 años, la fatiga ocular o la visión borrosa durante el trabajo en la computadora puede deberse a una incapacidad de sus ojos para permanecer enfocados con precisión en la pantalla, o porque tienen dificultad para cambiar el foco del teclado a la pantalla por períodos prolongados. Estos problemas para enfocar (acomodamiento) frecuentemente se relacionan con el CVS. Si tiene más de 40 años, el problema puede deberse a estar en los inicios de la presbicia, que es la pérdida normal de la capacidad de enfocar de cerca que está relacionada con la edad. Esto, también, puede causar síntomas del CVS. ¿Qué puede hacer? Como primera medida, hágase un examen ocular integral para descartar problemas de visión y actualizar su receta para las gafas. Los estudios demuestran que incluso pequeñas imprecisiones en sus gafas con receta pueden contribuir a los problemas de visión. Si sus gafas están actualizadas (o usted no necesita gafas con receta para la mayoría de las tareas) y continúa experimentando incomodidades oculares durante el trabajo en la computadora, piense en adquirir gafas personalizadas para la computadora. Estas gafas con un propósito especial se recetan específicamente para reducir la fatiga ocular y brindarle la visión más cómoda posible en su computadora Disponível em: <https://www.allaboutvision.com>. A família de problemas de visão e de olhos que nasce do excesso de uso de computador é descrita como Síndrome da Visão de Computador (ou CVS). Olhar para uma tela de computador é diferente de ler páginas impressas e muitas vezes faz com que os seus olhos trabalhem mais. O texto faz referência A O texto apresenta um vocabulário básico e deixa bem claro, em sua estrutura, que o autor apresenta o risco de desenvolvimento de problemas na visão devido ao uso excessivo de computadores. B à busca por óculos perfeitos para um possível trabalho em excesso com computadores. C aos problemas de visão ocasionados pelo uso em excesso de computadores. D às doenças relacionadas ao trabalho excessivo com computadores E ao uso de óculos apropriados para o trabalho com computadores. *011.490-137194/19* 1º Dia – Página 5 QUESTÃO 2-------------------------------------------------------- El gobierno de Venezuela ordenó el cierre de escuelas y empresas este lunes por los cortes de electricidad, que ya dura cinco días. La oposición asegura que al menos 17 personas fallecieron a causa del apagón. Algunos residentes en la capital, Caracas, hablaron con la BBC sobre su creciente desesperación. Cada hora sin electricidad causa más estragos y caos en Venezuela, un país que ya está al límite. “Los colectivos”, pandillas de motociclistas con respaldo oficial, recorren las oscuras calles imponiendo orden a punta de pistola mientras se suceden episodios esporádicos de saqueos en medio de la desesperación. • En fotos: cómo vive Caracas uno de los peores apagones de Venezuela en los últimos años. • Venezuela suspende clases y trabajo por un apagón que dejó a medio país sin energía y que el gobierno denuncia como una “guerra eléctrica”. Por su propia naturaleza, es difícil obtener una imagen clara de la situación del apagón en los últimos cuatro días. Muchas partes del país aún están aisladas y es difícil conocer los detalles de su situación. Incluso cuando la electricidad vuelve, suele ser irregular y dura unas pocas horas antes de irse otra vez. Disponível em: <https://www.bbc.com>. As agências do setor elétrico da Venezuela, do governo de Nicolás Maduro, falam em “sabotagem criminosa e brutal contra o sistema de geração elétrica” na usina de Guri, no estado de Bolívar, a mais importante do país e uma das principais da América Latina. O texto apresenta A a descrição dos problemas ocasionados pelo terrível apagão na Venezuela. B as causas do maior apagão da história da Venezuela. C as consequências de todas as sabotagens feitas ao governo de Nicolás Maduro durante seu novo mandato. D a real situação da Venezuela, que passa por um caos no período de apagões em seu território. E a situação econômica da Venezuela, que, durante o governo de Maduro, sofre com terríveis sabotagens. QUESTÃO 3-------------------------------------------------------- Se conoció una noticia que aumenta el interés por la ceremonia de los premios Oscar 2019, que se desarrollarán el próximo domingo 24 de febrero en el Dolby Theatre de Los Ángeles: Queen tocará su clásico “Bohemian Rhapsody” en la gala. La Academia de Hollywood anunció que la banda, liderada por el guitarrista Brian May y el baterista Roger Taylor, se presentará en la entrega de premios más importantes del cine. Los músicos estarán acompañados por el cantante Adam Lambert, conocido por participar en el ‘reality’ American Idol, quien ocupará el lugar de Freddie Mercury en la próxima gira del grupo inglés. Por supuesto que la presentación de Queen está relacionada con el gran éxito de la película Bohemian Rhapsody, que competirá en la categoría Mejor Filme. Además, su protagonista Rami Malek (que realizó una gran labor en su interpretación de Freddie) buscará quedarse con el Oscar a Mejor Actor. Para lograrlo, deberá imponerse a Bradley Cooper, Christian Bale, Willem Dafoe y Viggo Mortensen. Disponível em: <https://www.clarin.com>. Após a leitura do fragmento em castelhano, encontramos A a relação dos candidatos ao Oscar 2019, juntamente com os vencedores. B a confirmação da presença da banda britânica Queen na noite do Oscar 2019. C a participação da banda Queen no filme indicado ao Oscar 2019. D o relato dos atores que participaram do filme Bohemian Rhapsody. E o desejo do ator Rami Malek em participar de uma sequência do filme Bohemian Rhapsody. *011.490-137194/19* 1º Dia – Página 6 QUESTÃO 4-------------------------------------------------------- EL CAFÉ REDUCE EL RIESGO DE ACCIDENTES CEREBROVASCULARES Según un estudio japonés realizado en 83.269 adultos con edades entre los 45 y los 74 años, se descubrió que aquellos que tomaban café a diario tenían un 20% menos de riesgo de apoplejía en comparación con aquellos que no bebían café a menudo. De allí se desprende que el café reduciría el riesgo de accidentes cerebrovasculares. Disponível em: <http://kafexpresso.com>. O café é uma bebida produzida a partir dos grãos torrados do fruto do cafeeiro. É servido tradicionalmente quente, mas também pode ser consumido gelado. O café é um estimulante, por possuir cafeína – geralmente 80 a 140 mg para cada 207 mL, dependendo do método de preparação. No texto, encontramos a palavra apoplejía, que por sua vez pode ser interpretada, segundo o contexto, como A hemorragia B trauma C liberação. D inchaço. E veneno. QUESTÃO 5-------------------------------------------------------- Las guerras mienten.Ninguna guerra tiene la honestidade de confessar yo mato para robar. Las guerras siempre invocan nobles motivos: matan em nombre de la paz, em nombre de la civilización, em nombre del progresso, em nombre de la democracia. Y por las dudas, si tanta mentira no alcanzara, ahí están los médios de comunicación dispuestos a inventar enemigos imaginários para justificar la conversión del mundo em um gran manicômio y um inmenso matadero. GALEANO, E. Las guerras mienten. Disponível em: http://www.rodelu,net. Acesso em: 22 jul. 2015. O trabalho do uruguaio Eduardo Galeano é reconhecido em diversos países do mundo por seu teor político explícito. No texto, o autor A retrata de forma clara seu descontentamento com a ditadura e os conflitos que marcaram a história recente do Uruguai. B critica a passividade da população em qualquer lugar do planeta em relação às guerras e conflitos que ceifam tantas vidas. C alerta para a intenção dos poderes políticos de promover ainda mais guerras como se o mundo fosse um grande manicômio. D denuncia os verdadeiros objetivos das guerras, geralmente escondidos sob a imagem ilusória de nobres ideais. E condena os meios de comunicação por não veicularem informações das guerras, deixando de informar a população. QUESTÃO 6-------------------------------------------------------- BABÁ ALAPALÁ Aganju, Xangô Alapalá, Alapalá, Alapalá Xangô, Aganju O filho perguntou pro pai: “Onde é que tá o meu avô O meu avô, onde é que tá?” [...] Tataravô, bisavô, avô Pai Xangô, Aganju Viva egum, babá Alapalá! Aganju, Xangô Alapalá, Alapalá, Alapalá Xangô, Aganju [...] Gilberto Gil Disponível em: <https://www.letras.mus.br/gilberto-gil/556761/>. Acesso em: 17 mar. 2019. O fragmento da canção de Gilberto Gil, “Babá Alapalá”, do álbum Refavela, reflete a conexão do autor com a cultura iorubá, demonstrando a importância da herança linguística africana na construção do(a) A fortuna cultural e material do povo brasileiro. B diversidade religiosa presente na cultura brasileira. C amplitude do léxico do português falado no Brasil. D riqueza constitutiva do nosso legado linguístico. E soberania da língua africana em relação às autóctones. QUESTÃO 7-------------------------------------------------------- Na charge, o posicionamento crítico do autor recai sobre novas formas de comunicação na sociedade contemporânea, uma vez que A relações familiares de afeto de outrora cederam espaço à indiferença. B avós são vítimas de avanços da Internet nas grandes cidades brasileiras. C netos valorizam jogos eletrônicos que exploram novos hábitos familiares. D idosos sofrem os malefícios da tecnologia decorrentes de relações familiares. E familiares desistem da comunicação em detrimento de novas tecnologias. *011.490-137194/19* 1º Dia – Página 7 QUESTÃO 8-------------------------------------------------------- Molha eu! Seca eu! Deixa que eu seja o céu E receba O que seja seu Anoiteça e amanheça eu... […] Disponível em: <https://www.letras.mus.br/marisa-monte/47270/>. Acesso em: 12 mar. 2019. O gênero letra de canção pode trazer estruturas que ferem a norma-padrão da Língua. Nesse sentido, o trecho da canção acima comete esse desvio ao empregar A tempos verbais no imperativo. B pronomes retos como complementos. C pronomes de forma proclítica. D verbos em sentido denotativo. E verbos impessoais usados conotativamente. QUESTÃO 9-------------------------------------------------------- Uma descoberta feita por astrônomos amadores que passam horas estudando Marte deixou cientistas com a pulga atrás da orelha. Descoberta pela primeira vez em 2012, uma espécie de névoa apareceu orbitando ao redor do planeta apenas uma outra vez e depois desapareceu. Ao analisar imagens da misteriosa neblina, os cientistas da Agência Espacial Europeia (ESA) descobriram que ela é a maior já vista e se estende por mais de 1.000 quilômetros. Em artigo publicado na revista “Nature”, eles dizem que a pluma poderia ser uma grande nuvem ou uma aurora excepcionalmente brilhante. Mas deixam claro que ambas as hipóteses são difíceis de serem comprovadas. MORELLE, Rebecca. Névoa misteriosa em marte intriga cientistas. Disponível em: <http:// g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2015/02/nevoa-misteriosa-em-marte-intriga-cientistas. html>. Acesso em: 17 fev. 2015. As palavras “névoa”, “misteriosa neblina” e “pluma” caracterizam, na progressão do texto, A o mesmo referente, nomes para o planeta Marte. B o mesmo referente, a descoberta dos astrônomos. C referentes diferentes, a grande nuvem formada ou uma aurora excepcionalmente brilhante. D referentes diferentes, elementos achados em Marte. E referentes diferentes, hipóteses dos astrônomos. QUESTÃO 10 ------------------------------------------------------ CASA DOS CONTOS & em cada conto te cont o & em cada enquanto me enca nto & em cada arco te a barco & em cada porta m e perco & em cada lanço t e alcanço & em cada escad a me escapo & em cada pe dra te prendo & em cada g rade me escravo & em ca da sótão te sonho & em cada esconso me affonso & em cada cláudio te canto & e m cada fosso me enforco & ÁVILA, A. Discurso da difamação do poeta. São Paulo: Summus, 1978. O contexto histórico e literário do período barroco-árcade fundamenta o poema “Casa dos Contos”, de 1975. A restauração ou resgate de elementos daquele contexto por uma poética contemporânea revela que A a disposição visual do poema reflete sua dimensão plástica, que prevalece sobre a observação da realidade social. B a reflexão do eu lírico privilegia a memória e resgata, em fragmentos, fatos e personalidades da Inconfidência Mineira. C a palavra “esconso” (escondido) demonstra o desencanto do poeta com a utopia e sua opção por uma linguagem erudita. D o eu lírico pretende revitalizar os contrastes barrocos, gerando uma continuidade de procedimentos estéticos e literários. E o eu lírico recria, em seu momento histórico, em uma linguagem de ruptura, o ambiente de opressão vivido pelos inconfidentes. *011.490-137194/19* 1º Dia – Página 8 QUESTÃO 11 ------------------------------------------------------ RENÚNCIA Chora de manso e no íntimo... Procura Curtir sem queixa o mal que te crucia: O mundo é sem piedade e até riria Da tua inconsolável amargura. Só a dor enobrece e é grande e é pura. Aprende a amá-la que a amarás um dia. Então ela será tua alegria, E será, ela só, tua ventura... A vida é vã como a sombra que passa... Sofre sereno e de alma sobranceira, Sem um grito sequer, tua desgraça. Encerra em ti tua tristeza inteira. E pede humildemente a Deus que a faça Tua doce e constante companheira... BANDEIRA, Manuel. “A cinza das horas”. In: Estrela da vida inteira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1993, p. 75. Nos excertos “o mal que te crucia”, “que a amarás um dia” e “pede humildemente a Deus que a faça”, os pronomes em negrito estão, adequadamente, em posição proclítica, haja vista a força atrativa exercida pelo vocábulo “que”, presente nos referidos trechos. De acordo com a norma- padrão, qual das sentenças abaixo também se compõe de maneira adequada quanto à colocação do pronome átono? A Nada mantinha-se como antes. B Se permita sempre amar os outros. C Trataria-se de uma nova vitória do time. D Quando falará-se em ética na política? E Aqui também se fazem boas ações. QUESTÃO 12 ------------------------------------------------------ Os dois poemas abaixo foram retirados do livro Pau- Brasil, do escritor modernista Oswald de Andrade. A DESCOBERTA Seguimos nosso caminho por este mar de longo Até as oitavas de Páscoa Topamos aves E houvemos vista de terra AS MENINAS DA GARE Eram três ou quatro moças bem moças e bem gentis Com cabelos mui pretos pelas espáduas E suas vergonhas tão altas e tão saradinhas Que de nós muito bem olharmos Não tínhamos nenhuma vergonha Utilizando-se do recorte e da colagem, Oswald de Andrade se apropria de fragmentos da Carta de Pero Vaz de Caminha para criar sua poesia.Tal atitude revela A conformação aos modelos clássicos de literatura. B gesto de rebeldia sem fundamento diante da tradição literária. C atitude de contradição expressa por um barroquismo tardio e ingênuo. D desejo de escrever à maneira dos cronistas do descobrimento. E atitude anárquica em relação à tradição da literatura, principalmente a da crônica de viagens do século XVI. *011.490-137194/19* 1º Dia – Página 9 QUESTÃO 13 ------------------------------------------------------ Disponível em: <http://www.reporterceara.com.br/index.php/2017/03/04/indicios-de-vida- indigena-na-zona-rural-de-boa-viagem-sao-revelados-por-escrituras-rupestres/lagoa-santa- pinturas-1> Acesso em: 17 mar. 2019. Eduardo Kobra - Mural ‘Etnias Disponível em: <https://br.blastingnews.com/cultura/2016/08/o-grafite-do-brasileiro-eduardo- kobra-entra-para-o-guinnes-como-o-maior-do-mundo-001078349.html>. Acesso em: 17 fev. 2019. As imagens ilustram momentos distintos da produção artística da humanidade, revelando-nos as diferentes intenções manifestadas pelos grupos sociais e permitindo que identifiquemos os diferentes suportes e materiais empregados na construção das respectivas obras. Entretanto, ao compararmos as produções, percebemos que a arte tem como papel fundamental A servir como elemento de entretenimento, tornando- se uma forma de lazer para os grupos sociais representados. B representar o momento histórico do homem, relacionando-o com o espaço social no qual está inserido. C construir um painel verossímil, validando as práticas artísticas como um momento de idealização do mundo. D destacar a evolução do pensamento humano, ratificando a superioridade da arte contemporânea em relação à primitiva. E ornamentar o espaço social por meio de inscrições gráficas, observando-se a cronologia do pensamento humano. QUESTÃO 14 ------------------------------------------------------ O preço do barril de petróleo caiu mais de 50% nos últimos meses, passando de US$ 140 para cerca de US$ 50. O que se pergunta todos os dias é: como é possível que isso tenha ocorrido? Essa, no entretanto, é a pergunta errada. A pergunta certa a fazer é: por que o preço do petróleo atingiu o valor absurdo de US$ 140 o barril, quando é notório que ele é produzido por muito menos? (...) A explicação usual para a queda dos preços é a de que os Estados Unidos reduziram suas importações de petróleo por causa do sucesso da produção interna de óleo e gás de xisto. Assim, com petróleo abundante no mundo, os preços caíram. Os países da Opep, liderados pela Arábia Saudita, poderiam ter reduzido a sua produção, o que faria o preço subir, mas decidiram não fazê-lo. Além de grandes reservas de petróleo, esses países têm também enormes reservas monetárias que lhes permitiriam suportar um preço mais baixo até quebrarem os seus concorrentes nos Estados Unidos. (...) Há, todavia, interpretações diferentes da crise, como a de que não seria apenas uma guerra comercial, que pode ser passageira, mas algo mais sério. GOLDEMBERG, José. O fim da ‘era’ do petróleo?. Disponível em: <http://opiniao.estadao. com.br/noticias/geral,o-fim-da-era-do-petroleo-imp-,1635091>. Acesso em: 17 fev. 2015. O efeito de sentido que a palavra “todavia” produz em relação à pergunta feita no primeiro parágrafo é de A adição, oferecendo mais uma resposta ao problema do preço do petróleo. B concessão, indicando um fato inesperado ocorrido no preço do petróleo. C conclusão, indicando uma resposta final para a crise no preço do petróleo. D consequência, mostrando os motivos da queda do preço do petróleo. E oposição, oferecendo outra resposta ao problema do preço do petróleo. *011.490-137194/19* 1º Dia – Página 10 QUESTÃO 15 ------------------------------------------------------ PABLO, Picasso. A mulher que chora. 1937. Retrato. Tinta óleo, tela. 50 cm × 60,8 cm. A pintura pertence à arte cubista. É um retrato dramático, com rosto e corpo deformados. Em cores vivas (vermelho, amarelo, azul e verde), Dora Maar morde um lenço, o que pode ser entendido como angústia e desespero. Alguns dizem tratar-se de uma denúncia das mortes na guerra de Guernica. Essas informações, assim como o estilo representativo da obra, revelam uma das funções da arte, a qual se ocupa em A criticar ações humanas indesejadas em uma sociedade. B embelezar espaços públicos com imagens bidimensionais. C decorar espaços privados com imagens sobrepostas. D entreter observadores a partir de recursos grotescos. E denunciar a guerra e a morte para autoridades da ONU. QUESTÃO 16 ------------------------------------------------------ Nunca antes na história da Sétima Arte Snake Plissken foi o Papai Noel. E o mero fato de Wyatt Earp ser o bom velhinho em Crônicas de Natal, mais novo filme natalino (ainda que lançado no Thanksgiving) do Netflix, já é suficiente para que ele mereça ser conferido. Não é nenhuma maravilha, bem longe disso, na verdade, mas são 104 minutos descompromissados com alguns bons momentos e uma bela ponta bem lá no finalzinho. Disponível em:<https://www.planocritico.com/>. Acesso em: 29 fev. 2019. Por meio de recursos linguísticos, os textos mobilizam estratégias para introduzir e retomar ideias, promovendo a progressão do tema. No fragmento transcrito, um novo aspecto do tema é introduzido pela expressão A “Nunca antes”. B “o mero fato”. C “Não é nenhuma maravilha”. D “bem longe disso”. E “lá no finalzinho”. QUESTÃO 17 ------------------------------------------------------ Texto I MÉDICO DEBOCHA DE PACIENTE NA INTERNET E É DEMITIDO Pacientes e internautas ficaram indignados com a postura do funcionário. Reprodução/Internet Um médico plantonista do hospital público Santa Rosa de Lima, administrado pela Santa Casa de Serra Negra, em São Paulo, foi afastado do trabalho após ter uma foto divulgada em seu Facebook em que debocha de um paciente que não falou corretamente as palavras “pneumonia” e “Raio-X” em uma consulta. O médico em questão publicou em sua rede social a imagem de um receituário em que se lê: “Não existe peleumonia e nem raôxis”. A postagem foi comentada pelas funcionárias do hospital, que também foram demitidas. O Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp) informou que vai instaurar uma sindicância para avaliar a postura do profissional. O caso ganhou repercussão depois que a denúncia foi publicada na coluna “Comentando”, e outros pacientes e internautas ficaram indignados com a postura do clínico geral. A diretoria do Hospital Santa Rosa de Lima publicou uma nota em que repudia o comportamento dos ex-funcionários. Disponível em: <http://noticias.band.uol.com.br/cidades/noticia/100000816630/medico- debocha-de-paciente-na-internet-e-e-demitido-de-hospital.html>. Acesso em: 7 nov. 2016. Adaptado. Texto II E por que reparas tu no argueiro que está no olho do teu irmão, e não vês a trave que está no teu olho? Ou como dirás a teu irmão: Deixa-me tirar o argueiro do teu olho, estando uma trave no teu? Hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho, e então cuidarás em tirar o argueiro do olho do teu irmão. Mateus 7:3-5 É aplicável a advertência bíblica à conduta do médico por este, ao comentar uma falha alheia, ter cometido ele mesmo um erro linguístico, o qual pode ser classificado de A redundância. B regência. C concordância. D coesão. E coerência. *011.490-137194/19* 1º Dia – Página 11 QUESTÃO 18 ------------------------------------------------------ Texto I Em se tratando da progressão temática de diferentes gêneros e tipos, um dos tópicos que merece atenção é a pontuação, entendida não apenas com a função de marcar contornos entonacionais e deslocamentos sintáticos, mas, sim, em uma visão textual discursa. Nessa perspectiva, os sinais de pontuação são vistos como marcas do ritmo da escrita. KOCH, I.V.; ELIAS, V. M. Ler e escrever. Editora contexto, 2012, pp.39 e 40. Texto II Revista Veja, 9 abr, 2008. Utilizando o primeiro texto comofonte teórica para interpretação do segundo texto, apresenta respaldo gramatical e coerência semântica a análise feita em A “Não, espere” e “Não espere”, embora o uso de vírgula altere o ritmo da fala, não há modificação do sentido da fala com a alteração da pontuação. B “Isso só, ele resolve” e “Isso, só ele resolve”, a alteração da posição da vírgula qualifica, na segunda frase, o sujeito “ele” como indivíduo de capacidades básicas. C “Aceito, obrigado” e “Aceito obrigado”, a ausência da vírgula contribui para transformar a expressão em um agradecimento. D “Esse, juiz, é corrupto” e “Esse juiz é corrupto”, a ausência da vírgula permite que o termo “juiz” deixe de assumir a função gramatical de vocativo para se tornar o sujeito da oração. E “Não quero ler” e “Não, quero ler”, o isolamento do advérbio de negação pela vírgula muda o posicionamento do sujeito, tornando sua vontade contrária à leitura. QUESTÃO 19 ------------------------------------------------------ Folha de S. Paulo, 26/09/2014. No texto multimodal, ao realizar-se consórcio da linguagem verbal e não verbal, pode-se perceber que o humor do texto foi concebido a partir do emprego do(a) A polissemia por homonímia na palavra “plantadas”, reforçada pela intertextualidade com a literatura na imagem do delinquente. B ambiguidade lexical do termo “plantadas”, configurando um valor denotativo e outro figurativo, aspecto confirmado pela imagem dos policiais. C plurissignificação das palavras “plantadas” e “pés”, aspecto reforçado pelo gestual da autoridade representativa da lei. D polifonia semântica do termo “pés”, compreendido ora como “planta” ora como “prova” corrompida, aspecto reforçado pela imagem do delinquente. E amplitude significativa do termo “provas”, destacando uma relação de sentido verbo-visual com a imagem dos “pés de maconha” *011.490-137194/19* 1º Dia – Página 12 QUESTÃO 20 ------------------------------------------------------ MÃOS E ASAS Todo livro tem duas capas – Como se sabe bem – E os pássaros têm duas asas Que os levam além As duas capas de um livro, Entretanto, porém, Não fazem o livro voar Fazem voar os que leem São como duas mãos mágicas Que em muitas ou poucas páginas – E isso não importa nada – Podem guardar de tudo Acreditem no que eu digo As capas de um livro São asas emprestadas São mãos de juntar o mundo Marília Lovatel, revista Maracajá, fevereiro de 2019. No poema “Mãos e Asas”, de Marília Lovatel, imagens se entrelaçam na composição de uma linguagem poética. Dentre os recursos expressivos explorados pela autora, destaca-se o(a) A antítese, a qual explora, no binômio “Mãos e asas”, imagens etéreas e fluidas. B comparação, que se percebe no uso do verso “Todo livro tem duas capas”. C pleonasmo, o qual constitui falha poética, como ocorre em “Entretanto, porém,”. D metáfora, reforçando a função poética, como ocorre em “Fazem voar os que leem”. E hipérbole, que reforça o sentido denotativo, presente em “São mãos de juntar o mundo”. QUESTÃO 21 ------------------------------------------------------ ANNUNCIOS FUGIU de Manoel Gomes das Neves Pereira um escravo pardo claro de nome Luiz, mestre pedreiro; foi escravo do padre João Luiz da Fraga Loureiro. Estatura regular, rosto comprido, cabellos pretos e crespos, olhos pardos claro. Quem o apprehender e levar a seu senhor na rua nova d’Alfandega na cidade da Victoria será bem gratificado. Disponível em: <https://www.gazetaonline.com.br/>. Acesso em: 28 fev. 2019. No anúncio acima, o autor se utiliza de recursos expressivos da língua para atingir seu objetivo. Isso pode ser percebido pelo uso de A verbos denominando ação a ser executada. B adjetivos caracterizando a pessoa procurada. C substantivos demonstrando o sentimento de perda. D pronomes demonstrativos esclarecendo o local de entrega. E advérbios esclarecendo o momento da fuga do escravo. *011.490-137194/19* 1º Dia – Página 13 QUESTÃO 22 ------------------------------------------------------ Texto A CANÇÃO DO EXÍLIO Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá; As aves, que aqui gorjeiam, Não gorjeiam como lá. Nosso céu tem mais estrelas, Nossas várzeas tem mais flores, Nossos bosques tem mais vida, Nossa vida mais amores. [...] Minha terra tem primores, Que tais não encontro eu cá; Em cismar – sozinho, à noite – Mais prazer eu encontro lá; Minha terra tem palmeiras Onde canta o Sabiá. Não permita Deus que eu morra, Sem que eu volte para lá; Sem que desfrute os primores Que não encontro por cá; Sem qu’inda aviste as palmeiras Onde canta o Sabiá. DIAS, G. Poesia e prosa completas. Rio de Janeiro: Aguilar, 1998. Texto B CANTO DE REGRESSO À PÁTRIA Minha terra tem palmares Onde gorjeia o mar Os passarinhos daqui Não cantam como os de lá Minha terra tem mais rosas E quase tem mais amores Minha terra tem mais ouro Minha terra tem mais terra Ouro terra amor e rosas Eu quero tudo de lá Não permita Deus que eu morra Sem que volte para lá Não permita Deus que eu morra Sem que volte pra São Paulo Sem que eu veja a rua 15 E o progresso de São Paulo ANDRADE, O. Cadernos de poesia do aluno Oswald. São Paulo: Círculo do Livro. s/d. Os textos A e B, escritos em contextos históricos e culturais diversos, enfocam o mesmo motivo poético: a paisagem brasileira entrevista a distância. Analisando- os, conclui-se que A o ufanismo, atitude de quem se orgulha excessivamente do país em que nasceu, é o tom de que se revestem os dois textos. B a exaltação da natureza é a principal característica do texto B, que valoriza a paisagem tropical realçada no texto A. C o texto B aborda o tema da nação, como o texto A, mas sem perder a visão crítica da realidade brasileira. D o texto B, em oposição ao texto A, revela distanciamento geográfico do poeta em relação à pátria. E ambos os textos apresentam ironicamente a paisagem brasileira. QUESTÃO 23 ------------------------------------------------------ O caboclo mal-encarado que encontrei um dia em casa do Mendonça também se acabou em desgraça. Uma limpeza. Essa gente quase nunca morre direito. Uns são levados pela cobra, outros pela cachaça, outros matam-se. Na pedreira perdi um. A alavanca soltou-se da pedra, bateu-lhe no peito, e foi a conta. Deixou viúva e órfãos miúdos. Sumiram-se: um dos meninos caiu no fogo, as lombrigas comeram o segundo, o último teve angina e a mulher enforcou-se. Para diminuir a mortalidade e aumentar a produção, proibi a aguardente. Concluiu-se a construção da casa nova. Julgo que não preciso descrevê-la. As partes principais apareceram ou aparecerão; o resto é dispensável e apenas pode interessar aos arquitetos, homens que provavelmente não lerão isto. Ficou tudo confortável e bonito. Naturalmente deixei de dormir em rede. Comprei móveis e diversos objetos que entrei a utilizar com receio, outros que ainda hoje não utilizo, porque não sei para que servem. S. Bernardo, 1996. “Na pedreira perdi um. A alavanca soltou-se da pedra, bateu-lhe no peito, e foi a conta. Deixou viúva e órfãos miúdos. Sumiram-se: um dos meninos caiu no fogo, as lombrigas comeram o segundo, o último teve angina e a mulher enforcou-se.” (2º parágrafo) Os pronomes sublinhados reforçam a ideia de progressão textual, haja vista sua funcionalidade como recurso coesivo. Para tanto, tais pronomes em destaque se referem aos termos A “alavanca”, “um”, “viúva e órfãos”. B “caboclo”, “dia”, “casa”. C “pedra”, “desgraça”, “outros”. D “gente”, “cobra”, “meninos”. E “produção”, “aguardente”, “uns”. *011.490-137194/19* 1º Dia – Página 14 QUESTÃO 24 ------------------------------------------------------ UM HOMEM CÉLEBRE — Ah! o senhor é que é o Pestana? - perguntou Sinhazinha Mota, fazendo um largo gesto admirativo. E logo depois, corrigindo a familiaridade: — Desculpe meu modo, mas... é mesmo o senhor? Vexado, aborrecido, Pestana respondeu que sim, que era ele. Vinha do piano, enxugando a testa com o lenço, e ia a chegar à janela, quando a moçao fez parar. Não era baile; apenas um sarau íntimo, pouca gente, vinte pessoas ao todo, que tinham ido jantar com a viúva Camargo, Rua do Areal, naquele dia dos anos dela, cinco de novembro de 1875... Boa e patusca viúva! Amava o riso e a folga, apesar dos sessenta anos em que entrava, e foi a última vez que folgou e riu, pois faleceu nos primeiros dias de 1876. Boa e patusca viúva! Com que alma e diligência arranjou ali umas danças, logo depois do jantar, pedindo ao Pestana que tocasse uma quadrilha! Nem foi preciso acabar o pedido; Pestana curvou-se gentilmente, e correu ao piano. Finda a quadrilha, mal teriam descansado uns dez minutos, a viúva correu novamente ao Pestana para um obséquio mui particular. — Diga, minha senhora. — É que nos toque agora aquela sua polca Não Bula Comigo, Nhonhô. Pestana fez uma careta, mas dissimulou depressa, inclinou-se calado, sem gentileza, e foi para o piano, sem entusiasmo. Ouvidos os primeiros compassos, derramou-se pela sala uma alegria nova, os cavalheiros correram às damas, e os pares entraram a saracotear a polca da moda. Da moda; tinha sido publicada vinte dias antes, e já não havia recanto da cidade em que não fosse conhecida. Ia chegando à consagração do assobio e da cantarola noturna. ASSIS. M. Disponível em: http://machado.mec.gov.br/images/stories/pdf/contos/macn005.pdf. Acesso em: 17 fev. 2015. Pestana, o pianista tímido e reservado, aparece como personagem importante do sarau de aniversário descrito pelo narrador do conto. No trecho, a aniversariante recorre a Pestana para fazer um pedido, que é aceito, porém a contragosto do pianista. Esse sentimento de desgosto do pianista em relação ao pedido da viúva fica expresso no trecho: A “Diga, minha senhora.” B “Pestana fez uma careta, mas dissimulou depressa, inclinou-se calado, sem gentileza, e foi para o piano, sem entusiasmo.” C “Vexado, aborrecido, Pestana respondeu que sim, que era ele. Vinha do piano, enxugando a testa com o lenço, e ia a chegar à janela, quando a moça o fez parar.” D “Ia chegando à consagração do assobio e da cantarola noturna.” E “ — É que nos toque agora aquela sua polca Não Bula Comigo, Nhonhô.” QUESTÃO 25 ------------------------------------------------------ “Esta foi a origem do pecado original, e esta é a causa original das doenças do Brasil – tomar o alheio, cobiças, interesses, ganhos e conveniências particulares, por onde a justiça se não guarda e o Estado se perde. Perde-se o Brasil, Senhor (digamo-lo em uma palavra), porque alguns ministros de Sua Majestade não vêm cá buscar o nosso bem, vêm cá buscar nossos bens. Assim como dissemos que se perdeu o Mundo, porque Adão fez só a metade do que Deus lhe mandou, em sentido averso – guardar sim, trabalhar não, assim podemos dizer, que se perde também o Brasil, porque alguns dos seus ministros não fazem mais que a metade do que El-rei lhes manda.” “Sermão da Visitação de Nossa Senhora” do Pe. Antônio Vieira. In. VIEIRA, A. Sermões. Tomo XI. Porto: Lello & Irmão, 1951. Adaptado. Fragmento. A partir da leitura do texto, é possível pensar a respeito do estilo utilizado pelo autor, o qual desenvolveu o tema do sermão por meio de A recursos conceptistas, típicos do Barroco, para distrair, enganar, falsear suas ideias políticas, geralmente conservadoras, apesar de liberais no plano teológico. B analogias, criando um jogo simbólico entre a dimensão espiritual e os problemas mundanos; este mesmo autor, mesmo tratando das questões da fé e da religião, não deixou de lado os problemas relacionados ao seu tempo e ao lugar de ação. C linguagem de forte inclinação eclesiástica para privilegiar a dimensão teológica do mundo, em detrimento das questões políticas do Brasil colonial. D estilo ora rebuscado, ora simplista, entrando em choque com as ideias cultistas e conceptistas de seu tempo, o que lhe valeu o codinome pejorativo de “Boca do Inferno”. E estilo claro e preciso, típico da época em que viveu, procurando problematizar as questões do país através das analogias, visando a um entendimento mais imediato por parte do público receptor. *011.490-137194/19* 1º Dia – Página 15 QUESTÃO 26 ------------------------------------------------------ TWITTER ABRE SUA GAIOLA Quinhentos milhões de mensagens são transmitidas diariamente em todo o mundo através do Twitter. Com tantos detalhes sobre vidas pessoais, esse site de mídia social representa um tesouro de dados para cientistas que procuram encontrar padrões de comportamento humanos, detectar fatores de risco para condições de saúde e rastrear a propagação de doenças infecciosas. Ao analisar dicas emocionais encontradas nos tuítes de gestantes, por exemplo, pesquisadores da Microsoft desenvolveram um algoritmo que prevê quais mulheres correm risco de sofrer depressão pós-parto. E o Serviço Geológico dos Estados Unidos utiliza o Twitter para rastrear a localização de terremotos à medida que as pessoas se referem a tremores. Até agora, a maioria dos cientistas envolvidos tem trabalhado com um número limitado de tuítes. Embora a maioria dessas mensagens seja pública, quando cientistas querem pesquisar livremente o lote disponível, eles fazem isso através da interface de programação de aplicativos do Twitter, que atualmente só examina detalhadamente 1% do arquivo. Mas isso está para mudar: em fevereiro passado, a empresa anunciou que oferecerá gratuitamente todos os seus tuítes, desde 2006, para pesquisadores. Agora que tudo está liberado para acesso, a utilização do Twitter como uma ferramenta de pesquisa provavelmente disparará. Com mais pontos de dados para explorar, cientistas podem fazer perguntas mais complexas e específicas. O anúncio é empolgante, mas também levanta questões delicadas. O Twitter terá direitos legais sobre descobertas científicas? Sua utilização como ferramenta de pesquisa é ética, dado que os usuários não têm a intenção de contribuir para pesquisas? Scientific American Brasil, julho de 2014. Adaptado. Considerando-se o suporte textual e os dados apresentados, conclui-se que o objetivo do texto é A criticar a ação do Twitter, que disponibilizou dados dos usuários para pesquisa, produzindo uma invasão de privacidade. B informar os leitores a respeito da utilização dos tuítes como material de pesquisa, ampliando a importância dessa ferramenta. C questionar a validade das pesquisas realizadas com os dados dos usuários do Twitter, sugerindo a fragilidade dos resultados. D enfatizar que a disponibilidade de muitos dados das contas inviabilizará as pesquisas, o que se confirma pelos questionamentos na conclusão. E atacar os que exigem rigor ético com as pesquisas realizadas com dados do Twitter, o que torna essa ferramenta um campo impreciso para a pesquisa. QUESTÃO 27 ------------------------------------------------------ A UM POETA Longe do estéril turbilhão da rua, Beneditino, escreve! No aconchego Do claustro, na paciência e no sossego, Trabalha, e teima, e lima, e sofre, e sua! Mas que na forma se disfarce o emprego Do esforço; e a trama viva se construa De tal modo, que a imagem fique nua Rica mas sóbria, como um templo grego Não se mostre na fábrica o suplício Do mestre. E natural, o efeito agrade Sem lembrar os andaimes do edifício: Porque a Beleza, gêmea da Verdade Arte pura, inimiga do artifício, É a força e a graça na simplicidade. Olavo Bilac No soneto “A um poeta”, de Olavo Bilac, é possível perceber a presença das funções poética e metalinguística da linguagem. Elas podem ser identificadas, respectivamente, por apresentar A linguagem denotativa e preocupação em convencer o leitor. B preocupação em manter contato e linguagem conotativa. C informações impessoais e subjetividade do eu lírico. D linguagem conotativa e vocábulos com valores literais. E preocupação estética e linguagem que explora a si mesma. *011.490-137194/19* 1º Dia – Página 16 QUESTÃO 28 ------------------------------------------------------Viver é melhor que sonhar, cantou, certa vez, e já faz muitos anos, Belchior, um compositor do qual não podemos afirmar que pertença ao rebanho dos que perseguem apenas o sucesso a qualquer custo. Não acredito nisso. Eu, que sonhei nos anos 60, mantive o sonho aceso nos 70, e insisto em sonhar agora, nos 80, prefiro dizer que sonhar é preciso, e viver sem sonhar é impossível. O sonho pode ter acabado para quem perdeu a esperança que jamais teve. Não acabou para quem, apesar do ceticismo e da amargura de uma sociedade confusa, insegura e hostil, insiste em acreditar no futuro, ainda que ele esteja cada vez mais envolto em sombras. Ninguém vive sem um sonho. Ninguém é feliz sem um sonho. Um sonho qualquer, grande ou pequeno, mas um sonho é aquilo que nos empurra para diante, aquilo que nos impele a criar, a sair do marasmo e da rotina, aquilo que nos obriga a ter ambições e planos. Disponível em: <http://geracaoeditorial.com.br/colunistas/colunista.php?id=153>. Acesso em: 29 fev. 2019. Há elementos de coesão textual que retomam informações no texto e outros que as antecipam. Nos trechos a seguir, o elemento de coesão destacado que antecipa uma informação do texto é: A “...um compositor do qual não podemos afirmar que pertença...” B “...Não acredito nisso....” C “...para quem perdeu a esperança que jamais teve” D “...ainda que ele esteja cada vez mais envolto em sombras...” E “...nos empurra para diante, aquilo que nos impele a criar...” QUESTÃO 29 ------------------------------------------------------ QUANDO ELA FALA Quando ela fala, parece Que a voz da brisa se cala; Talvez um anjo emudece Quando ela fala. Meu coração dolorido As suas mágoas exala, E volta ao gozo perdido Quando ela fala. Pudesse eu eternamente, Ao lado dela, escutá-la, Ouvir sua alma inocente Quando ela fala. Minha alma, já semimorta, Conseguira ao céu alçá-la Porque o céu abre uma porta Quando ela fala. ASSIS, M. Disponível em: http://www.circulosdeleitura.org.br/site/2012/07/26/quando-ela-fala- machado-de-assis/. Acesso em: 27 jun. 2014 O escritor Machado de Assis é autor do livro que é considerado o marco inicial do Realismo no Brasil, Memórias póstumas de Brás Cubas (1881), e vivenciou um período em que concorreram diversos movimentos literários, como o Romantismo, o Simbolismo e o Parnasianismo. Contudo, o autor é mais conhecido por sua produção em prosa que a poética, da qual o texto apresentado é exemplo. Em relação à literatura, pode-se dizer que esse poema trata de uma questão A onipresente nos diversos movimentos literários, a representação da morte, que aparece personificada como uma mulher nele. B exclusiva da estética realista, a de representação do papel e função da mulher na sociedade, porque se isenta do lirismo. C atemporal e universal da literatura, o tratamento lírico do amor, que é expresso de diferentes modos ao longo do tempo. D recorrente ao longo de sua história, a representação visual do belo, que apresenta características próprias em cada movimento. E exclusiva da estética romântica, o tratamento lírico do sofrimento amoroso, que é expresso por meio de uma linguagem subjetiva. *011.490-137194/19* 1º Dia – Página 17 QUESTÃO 30 ------------------------------------------------------ ENCONTRANDO BOLAÑO O chileno Roberto Bolaño escreveu muito desde os seus 17 anos e só foi publicado pela primeira vez aos 43 anos – e faleceu aos 50. Nada mais natural, portanto, que aos poucos estejam sendo reveladas obras que, por algum motivo, não chegaram ao conhecimento do público antes. O espírito da ficção científica é um desses casos. Falecido em 2003, o autor terminou esse livro em 1984 – embora tenha declarado para amigos nos anos seguintes como a obra o torturava e como ele sentia faltar algo para ajustá-la, concluí-la de fato –, antes daqueles que o consagrariam, como Os detetives selvagens e 2666, por exemplo. Justamente por isso, o leitor perceberá elementos e obsessões de Bolaño que marcaram os títulos posteriores. A história, ambientada na Cidade do México dos anos 1970, apresenta Jan Schrella e Remo Morán, que dividem moradia. Enquanto o primeiro é um jovem recluso, imerso nos livros de ficção científica e dedicado a escrever cartas delirantes aos autores do gênero, o segundo é um poeta que almeja se inserir no mercado literário – e por isso mesmo um dos primeiros alter egos de Bolaño. Revista da Cultura, ed. 110, março/17, p. 18. Diferentes pronomes podem ser empregados com a finalidade de acompanhar, retomar ou substituir substantivos em um texto. Na apresentação sintética da vida e obra de Roberto Bolaño, os pronomes estão presentes de diferentes maneiras, sendo coerente, por meio do que se prescreve na gramática normativa, A a possibilidade de substituir, no último período, “o primeiro” e “o segundo” por “aquele” e “este”, respectivamente. B a necessidade de, por obediência à norma-padrão, substituir o pronome oblíquo em “concluí-la” e “ajustá- la” por “lhe”. C que em “o autor terminou esse livro”, o pronome deveria ser substituído por “este”, devido à relação estabelecida com o nome da obra. D a primeira ocorrência da palavra “que” é um pronome relativo e pode ser substituída por “o qual” ao retomar o escritor referido no texto. E que em “como ele sentia faltar algo para ajustá- la”, o pronome pessoal reto pode ser substituído adequadamente pelo demonstrativo “este”. QUESTÃO 31 ------------------------------------------------------ CIDADEZINHA QUALQUER Casas entre bananeiras mulheres entre laranjeiras pomar amor cantar. Um homem vai devagar. Um cachorro vai devagar. Um burro vai devagar. Devagar… as janelas olham. Eta vida besta, meu Deus. Carlos Drummond de Andrade Disponível em: <http://www.poesiaspoemaseversos.com.br/ cidadezinha-qualquer-drummond/>. Acesso em: 17 fev. 2019. PIADA Dois mineiros pitando um cigarrim apoiados numa cerca, vendo o tempo passar. Um fala: — Óia lá, cumpadi, num é um elefante voano? — É... diz o outro. Quatro horas depois, um fala de novo: — Ih, alá! Num é ôtro? O outro: — É... o ninho deve tá perto. Disponível em: <http://repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/270379/1/Conde_ Gustavo_M.pdf>. Acesso em: 17 mar. 2019. O poema de Drummond e a piada mineira, embora pertencentes a gêneros composicionais distintos, exploram uma temática comum ao considerarmos a origem mineira do poeta modernista. Assim, a imagem destacada no poema de Drummond foi viabilizada, de forma humorística, ao constatarmos que na piada há uma A crítica aos costumes e valores do modo de ser mineiro. B violação das leis naturais ao criar uma atmosfera insólita e sobrenatural. C reformulação da impassibilidade mineira diante da vida e do tempo. D aceitação radical de um mundo impossível na construção da realidade. E recorrência ao imaginário popular da literatura brasileira. *011.490-137194/19* 1º Dia – Página 18 QUESTÃO 32 ------------------------------------------------------ Salomé com a Cabeça de São João Batista. Caravaggio. National Gallery, Londres. Caravaggio foi um dos mais notados pintores italianos atuante em Roma, Nápoles, Malta e Sicília, entre 1593 e 1610. É o nome mais importante do Barroco àquela época. Exceto por suas primeiras pinturas, Caravaggio pintou fundamentalmente temas religiosos, como se pode perceber na imagem da obra acima. Com função religiosa e estética, Salomé com a cabeça de São João Batista insere-se no estado figurativo da arte porque A apresenta uma representação natural, uma forma de arte verossímil. B recorre ao campo das ideias, o que requer reflexão ativa do observador. C permite a interação com o público, um novo conceito de arte moderna. D induz ao movimento da imagem, fruto dos reflexos de luzes naturais. E demonstra inverossimilhança na cena bíblica, o que pode ser abstrato. QUESTÃO 33 ------------------------------------------------------ Disponível em: <http://www.folhacarioca.com.br>. Acesso em: 28 fev.2019. A placa acima é bastante encontrada em elevadores como forma de alerta para o uso deste, porém, em sua estrutura, há um desvio da norma-padrão que consiste no(a) A quebra do paralelismo dos tempos verbais. B emprego do artigo definido antes de demonstrativo. C utilização de pronome demonstrativo no lugar de um pessoal. D emprego de verbo em forma nominal do infinitivo. E utilização equivocada de pronome em sentido reflexivo. QUESTÃO 34 ------------------------------------------------------ Folgados, distraídos, superficiais e insubordinados são outros adjetivos menos simpáticos para classificar os nascidos entre 1978 e 1990. Concebidos na era digital, democrática e da ruptura da família tradicional, essa garotada está acostumada a pedir e ter o que quer. “Minha prioridade é ter liberdade nas minhas escolhas, fazer o que gosto e buscar o melhor para mim”, diz a estudante Priscila de Paula, de 23 anos. “Fico muito insatisfeita se vejo que fui parar em um lugar onde faço coisas sem sentido, que não me acrescentam nada”. A novidade é que esse “umbiguismo” não é, necessariamente, negativo. LOILA, R. “Geração Y”. Revista Galileu – Comportamento. Disponível em: http://revistagalileu. globo.com/Revista/Galileu/0,,EDG87165-7943-219,00-GERACAO+Y.html. Acesso em: 14 fev. 2014 (fragmento). O trecho da reportagem aponta alguns aspectos da chamada “geração Y”. O emprego do advérbio “necessariamente”, em relação ao trecho, tem como intuito A ironizar a fala da entrevistada, mostrando-a como uma ilustração dos adjetivos utilizados no início do trecho para qualificar os indivíduos nascidos entre 1978 e 1990. B demonstrar a imparcialidade do autor da reportagem, já que pretende dar voz à opinião da jovem entrevistada, sem confrontá-la com outros pontos de vista. C relativizar o significado usual negativo do termo “umbiguismo”, pois os indivíduos da geração Y cresceram num mundo de mudanças e de ressignificação de valores. D expressar a dúvida do autor da reportagem com relação aos indivíduos da geração Y, uma vez que não sabe como classificá-los. E relativizar o fato de o “umbiguismo” da geração Y ser novidade, pois esses indivíduos já são considerados “folgados, distraídos, superficiais e insubordinados” há muito tempo. *011.490-137194/19* 1º Dia – Página 19 QUESTÃO 35 ------------------------------------------------------ SONETO Já da morte o palor me cobre o rosto, Nos lábios meus o alento desfalece, Surda agonia o coração fenece, E devora meu ser mortal desgosto! Do leito embalde no macio encosto Tento o sono reter!… já esmorece O corpo exausto que o repouso esquece… Eis o estado em que a mágoa me tem posto! O adeus, o teu adeus, minha saudade, Fazem que insano do viver me prive E tenha os olhos meus na escuridade. Dá-me a esperança com que o ser mantive! Volve ao amante os olhos por piedade, Olhos por quem viveu quem já não vive! AZEVEDO, A. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2000. O núcleo temático do soneto citado é típico da segunda geração romântica, porém configura um lirismo que o projeta para além desse momento específico. O fundamento desse lirismo é A o conflito alimentado pela verificação da imutabilidade da morte. B a tristeza que impossibilita reação diante da perda. C o descontrole das emoções provocado pela comiseração. D a vontade de autocídio como alívio para a desilusão amorosa. E o gosto pela escuridão como solução para o desespero. QUESTÃO 36 ------------------------------------------------------ CARTAS DE LEITORES Já conhecemos nossos governantes e políticos, suas índoles, seus defeitos, suas capacidades limitadas para soluções e amplas para confusões. Só não conhecíamos ainda nossos manifestantes, se é que assim se pode dizer. Nada justifica a agressão física, seja qual for a manifestação, seja quem for o agredido ou o agressor. Nada justificará, jamais, a agressão sofrida pelo governador Mário Covas, por mais digna que fosse a manifestação. O que causa espanto é que se tratava de uma manifestação de professores. É esse o papel de um educador? ÁVILA, Marcelo Maciel. O Globo, 03 jun. 2000. O país está chocado com as agressões que os representantes do povo estão sofrendo. As autoridades e a imprensa nacional têm-se manifestado severamente contra esses atos. Primeiro foi uma paulada no governador de São Paulo, depois um ovo no ministro da Saúde e, em 1º de junho, outro ataque ao governador Mário Covas. O vice-presidente da República disse que o governador merece respeito. Concordo. Mas os demais cidadãos brasileiros não merecem? O ministro da Justiça cobrou punição judicial para os agressores, afirmando que a última manifestação transpusera os limites do tolerável. E a situação de extrema violência que nós, cariocas, estamos vivendo? Quando o ministro vai achar que foram transpostos os limites do tolerável? SILVA, Arthur Costa da. O Globo, 03 jun. 2000. Em geral, esse tipo de carta no jornal busca convencer os leitores de um dado ponto de vista. Por causa dessa intenção, é possível verificar que ambas as cartas transcritas se caracterizam por A finalizar com perguntas retóricas para expressar sua argumentação. B iniciar com considerações gerais para contestar opiniões muito difundidas. C utilizar orações de estruturação negativa para defender a posição e outros. D empregar estruturas de repetição para reforçar ideias centrais da argumentação. E exaltar formas coloquiais e se aproximar do nível dos leitores desse gênero textual. *011.490-137194/19* 1º Dia – Página 20 QUESTÃO 37 ------------------------------------------------------ “Em um engenho, sois imitadores de Cristo Crucificado: porque padeceis de um modo muito semelhante que o mesmo Senhor padeceu na sua cruz, e em toda a sua paixão. A sua cruz foi composta de dois madeiros, e vossa em um engenho é de três (...) Cristo despido, e vós despidos; Cristo sem comer, e vós famintos; Cristo em tudo maltratado, e vós maltratados em tudo (...) Eles mandam, e vós servis; eles dormem, e vós velais; eles descansam, e vós trabalhais, eles gozam o fruto de vossos trabalhos, e o que vós colheis deles é um trabalho sobre o outro. Não há trabalhos mais doces que os das vossas oficinas; mas toda essa doçura para quem é? Sois como as abelhas, de quem disse o poeta: “Sic vos non vobis mellificatis apes” (Assim vós, mas não para vós, fabricais o mel, abelhas).” VIEIRA, A. Sermões. Tomo XI. Porto: Lello & Irmão, 1951. Adaptado. O fragmento retirado de um dos Sermões do Padre Antônio Vieira, mais representativo nome da prosa do Barroco luso-brasileiro, dirigido aos escravos de seu tempo, faz uso de um símile para se dirigir aos seus ouvintes, que pode ser lido em: A “sois imitadores de Cristo Crucificado”. B “sua cruz foi composta por dois madeiros”. C Sois como as abelhas”. D “Eles mandam, e vós servis”. E “Mas toda essa doçura para quem é?”. QUESTÃO 38 ------------------------------------------------------ Obra Penetrável da Gal, de Hélio Oiticica Disponível em: https://diariodonordeste.verdesmares.com.br/editorias/2.804/a- suprassensacao-de-helio-oiticica-1.1507254. Acesso em: 18 mar. 2019. A instalação emerge no contexto da Arte Conceitual, empregando, no seu processo de realização, diferentes suportes e propondo uma gama variada de possibilidades. Composta por filamentos de plástico azul, a obra Penetrável de Gal, de Hélio Oiticica, ilustra esse tipo de arte experimental, cuja proposta de interação com o público se dá por meio da A ressignificação do objeto, explorando os limites do olhar na compreensão do produto artístico. B reinterpretação da arte, destacando a renovação das formas tradicionais na concepção do objeto artístico. C renovação das formas artísticas, revelando o emprego das novas linguagens visuais na concepção da obra de arte. D compreensão crítica da obra, ratificando sua aspiração democrática no que concerne ao seu alcance social. E experiência sensorial, exigindodo público uma ação interventiva, o que a caracteriza como arte participativa. *011.490-137194/19* 1º Dia – Página 21 QUESTÃO 39 ------------------------------------------------------ Houve um momento grande, parado, sem nada dentro. Dilatou os olhos, esperou. Nada veio. Branco. Mas de repente num estremecimento deram corda no dia e tudo começou a funcionar, a máquina trotando, o cigarro do pai fumegando, o silêncio, as folhinhas, os frangos pelados, a claridade, as coisas revivendo cheias de pressa como uma chaleira a ferver. LISPECTOR, C. Perto do Coração Selvagem. Rio de Janeiro: Rocco, 1998. Entre todos os aspectos significativos do texto acima, aquele que desde o início conduz a sensação de tempo do leitor, contribuindo para a construção do ritmo de leitura e da progressão temática, é A a pontuação. B o gerundismo. C a personificação. D a metáfora. E o emprego de conectivos. QUESTÃO 40 ------------------------------------------------------ FORTALEZA TEM POPULAÇÃO MAIOR QUE 97 PAÍSES Maior que a Namíbia, Fortaleza tem sozinha a população somada dos 52 menores países do mundo. Já todo o Ceará, dos 69 menos populosos Somando hoje mais de 2,6 milhões de habitantes, o município de Fortaleza supera em mais de cem mil pessoas a população da Namíbia, 142º país mais populoso do mundo. Na comparação geral, a capital cearense possui mais habitantes que 97 nações do globo, enquanto o estado do Ceará supera população dos 143 países reconhecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU). As informações têm base em relatórios da Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos da América (CIA), quase todos com estimativas oficiais de julho do ano passado. Já o dado brasileiro, de 2.643.247 habitantes para a Capital e 9.075.649 para o Estado, é do último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Disponível em: <https://www.opovo.com.br/noticias/2019/03/12/fortaleza-tem-populacao- maior-que-97-paises.html>. Acesso em: 16 de mar de 2019. Todo ato comunicativo depende de um gênero textual. Todo gênero apresenta formato, aspecto linguístico característico e função social específica. No caso de uma notícia, como a exemplificada acima, a função social é A apresentar informações populacionais aos leitores de um jornal. B informar leitores acerca de assuntos diversos que estão em pauta. C ensinar as pessoas a identificar dados populacionais de uma cidade. D demonstrar as diferenças populacionais entre cidades, estados e países. E defender informações precisas acerca de populações mundiais. QUESTÃO 41 ------------------------------------------------------ Agora me digam: como é que, com tio-avô modinheiro parente de Castro Alves, com quem notivagava na Bahia; pai curtidor de um sarau musical, tocando violão ele próprio e depositário de canções que nunca mais ouvi cantadas, como “O leve batel”, linda, lancinante, lúdica e que mais palavras haja em “l’s” líquidos e palatais, com versos atribuídos a Bilac; avó materna e mãe pianistas, dedilhando aquelas valsas antigas que doem como uma crise de angina no peito; dois tios seresteiros, como Henriquinho e tio Carlinhos, irmão de minha mãe, de dois metros de altura e um digitalismo espantosos, uma espécie de Canhoto (que também o era) da Gávea; como é que, com toda essa progênie, poderia eu deixar de ser também um compositor popular… Vinicius de Moraes. Samba falado: crônicas musicais. Rio de Janeiro: Beco do Azougue, 2008. Adaptado. A crônica é um gênero textual cotidiano muito próximo da marca de oralidade. Essa modalidade de texto expressa o olhar atento do cronista sobre as pequenas coisas. Das características abaixo, frequentemente encontradas em crônicas, só não encontramos A emprego de neologismos. B interação com o leitor. C sintaxe com marcas de oralidade. D frases sem verbo. E uso de termos da linguagem informal. *011.490-137194/19* 1º Dia – Página 22 QUESTÃO 42 ------------------------------------------------------ CANÇÃO DO TAMOIO I Não chores, meu filho; Não chores, que a vida É luta renhida: Viver é lutar. A vida é combate, Que os fracos abate, Que os fortes, os bravos Só pode exaltar. [...] V E pois que és meu filho, Meus brios reveste; Tamoio nasceste, Valente serás. Sê duro guerreiro, Robusto, fragueiro, Brasão dos tamoios Na guerra e na paz. VI Teu grito de guerra Retumbe aos ouvidos D’imigos transidos Por vil comoção; E tremam d’ouvi-lo Pior que o sibilo Das setas ligeiras, Pior que o trovão. [...] X As armas ensaia, Penetra na vida: Pesada ou querida, Viver é lutar. Se o duro combate Os fracos abate, Aos fortes, aos bravos, Só pode exaltar. Gonçalves Dias Gonçalves Dias. Canção do Tamoio. Disponível em: <www.dominiopublico.gov.br>. Acesso em: 19 mar. 2019. A partir do texto, pode-se compreender que, na poesia indianista, a configuração estética do indígena reflete valores e costumes da sociedade brasileira do século XIX, pois, no poema, A o índio é inserido em um ambiente predominantemente bucólico, sem conexão efetiva com a natureza local. B os elementos da cultura indígena são substituídos pelos costumes burgueses adotados pela sociedade brasileira da época. C a cultura indígena é mesclada a valores universais para provocar a identificação do brasileiro com um passado heroico ideal. D o indígena é representado de forma realista, sendo sua morte trágica relacionada ao advento do processo colonialista. E a atitude guerreira dos indígenas do passado é contraposta ao moderno ideal de civilidade da vida burguesa. QUESTÃO 43 ------------------------------------------------------ Disponível em: <https://www.google.com/search?>. Acesso em: 12 mar. 2019. Na peça publicitária, recursos verbais e não verbais contribuem para a construção de sentido e para a mensagem que se quer transmitir ao leitor. O uso da frase “Quem compra drogas financia a violência” e o da mão ensanguentada indicando “pare” constituem estratégias de argumentação, as quais visam a A persuadir os financiadores do tráfico a não vender drogas aos dependentes químicos, pois o uso indiscriminado de drogas tem permitido a morte de pessoas inocentes nas grandes cidades brasileiras. B comover a sociedade brasileira para que não aceite a venda de drogas em grandes cidades, já que as consequências desse comércio têm levado pessoas comuns à morte nas periferias das grandes cidades do país. C convencer os compradores de droga de que eles contribuem para o avanço da violência, uma vez que pessoas importantes têm morrido em decorrência do avanço do tráfico de drogas e de armas no território brasileiro. D promover mudança de comportamento de compradores e, possivelmente, de usuários de drogas para que a violência, fruto dessa relação, possa, em um futuro próximo, ser extinta de nossa sociedade. E contribuir com as políticas públicas de combate ao tráfico de drogas no Estado brasileiro, o que permitirá que pessoas inocentes não mais sejam vítimas do tráfico de armas e de drogas em nossa sociedade. *011.490-137194/19* 1º Dia – Página 23 QUESTÃO 44 ------------------------------------------------------ VOCÊ TOMOU UM RAIO-X SEM SABER – E A CULPA É DE FUKUSHIMA Cientistas do governo norueguês calcularam a dispersão de partículas radioativas liberadas durante a catástrofe na usina de Fukushima, cujos reatores explodiram após o tsunami que atingiu o Japão em 2011. Segundo eles, cada habitante do planeta Terra recebeu 0,02 milisieverts de radiação – o equivalente a um exame de raio-X. Disponível em: http://super.abril.com.br. Acesso em: 19 maio 2017. O título de um texto serve para introduzir o assunto que será discutido nele. No título da matéria, o autor introduz o tema por meio de uma A hipérbole, que exagera na quantidade de radiação que uma pessoa recebe ao fazer um exame de raio-X. B comparação, que explicita a semelhança nos valores radioativos entre um raio-X e os resquícios da catástrofe de Fukishima.C especulação, que investiga a semelhança na quantidade de radiação de um raio-X com a que foi liberada na usina de Fukushima. D expressão técnica, que restringe a compreensão do vocabulário àqueles que têm conhecimento sobre exames de raio-X e radioatividade. E metáfora, que compara a quantidade de radiação liberada na catástrofe de 2011 para cada habitante do planeta à que se recebe em um exame de raio-X. QUESTÃO 45 ------------------------------------------------------ Eu, Marília, não fui nenhum vaqueiro, fui honrado pastor da tua aldeia; vestia finas lãs e tinha sempre a minha choça do preciso cheia. Tiraram-me o casal e o manso gado, nem tenho a que me encoste um só cajado. Para ter que dar, é que eu queria de mor rebanho ainda ser o dono; prezava o teu semblante, os teus cabelos ainda muito mais que um grande trono. Agora que te oferte já não vejo, além de um puro amor, de um são desejo. Se o rio levantado me causava, levando a sementeira, prejuízo, eu alegre ficava, apenas via na tua breve boca um ar de riso. Tudo agora perdi; nem tenho o gosto de ver-te ao menos compassivo o rosto Tomás Antônio Gonzaga. Marília de Dirceu. In: A. Candido e A. Castello, Presença da literatura brasileira. Das origens ao Romantismo. São Paulo: Difel, 1976, p. 165-6. Acesso em: 19 mar. 2019 As três estrofes que compõem o poema são construídas a partir de uma mesma estrutura: seis versos, dos quais os quatro primeiros apresentam uma situação que é completamente invertida nos dois versos finais de cada estrofe. O elemento literário que demarca os dois momentos contrapostos da vida do eu lírico é A o espaço, que é urbano e refinado nos primeiros versos e se converte em rústico nos versos finais. B a configuração da personagem Marília, que era inicialmente alegre e compassiva, mas, ao final, se torna triste e impiedosa. C a constituição do eu lírico, que, nos versos iniciais, se denomina pobre, mas honrado, e passa a se revelar rico, porém infeliz, nos dísticos finais. D a mudança do foco narrativo da primeira para a terceira pessoa, o que transforma em distanciamento a aproximação inicial do leitor com o texto. E o tempo, que distingue a condição favorável do passado da situação desfavorável do presente. *011.490-137194/19* 1º Dia – Página 24 CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS Questões de 46 a 90 QUESTÃO 46 ------------------------------------------------------ “Quando os portugueses começaram a povoar a terra havia muitos destes índios pela costa junto das Capitanias. Porque os índios se levantaram contra os portugueses, os governadores e capitães os destruíram pouco a pouco, e mataram muitos deles. Outros fugiram para o sertão, e assim ficou a costa despovoada de gentio ao longo das Capitanias. Junto delas ficaram alguns índios em aldeias que são de paz e amigos dos portugueses.” Pero de Magalhães Gandavo. Tratado da Terra do Brasil. Disponível em: <em http://www.cce.ufsc.br/~nupill/literatura/ganda1.html>. Acesso em: 20 ago. 2012. A resistência abordada no texto, por Pero de Gandavo, enfatiza que A as aldeias de paz eram aquelas em que a catequese jesuítica permitia o sincretismo religioso como forma de solucionar os conflitos entre indígenas e portugueses. B a violência contra os indígenas foi exercida com o intuito de desocupar o litoral e facilitar a circulação do ouro entre as minas e os portos. C a fuga dos indígenas para o interior era uma reação às perseguições feitas pelos portugueses e ocasionou o esvaziamento da costa. D a luta dos indígenas foi de forma semelhante às descritas por Pero Vaz de Caminha, em 1500. E o enfrentamento militar foi uma opção encontrada pelos nativos para consolidar o processo de colonização lusa. QUESTÃO 47 ------------------------------------------------------ A Conferência afro-asiática examinou ansiosamente a questão de paz mundial e de cooperação. Tomou nota com profunda inquietação do estado de tensão internacional e do perigo de guerra atômica [...] Em verdade, todas as Nações deveriam ter o direito de escolher livremente seus próprios sistemas político e econômico e seu próprio modo de vida, conforme os princípios e objetivos das Nações Unidas. MATTOSO, Kátia. Textos e documentos para o estudo da história contemporânea. São Paulo: Hucitec/Edusp, 1977, p. 200-202. Em 1955 foi realizada, na Indonésia, a Conferência de Bandung. Considerando o contexto do Pós-Segunda Guerra Mundial, a Conferência de Bandung expressava A uma manifestação pelo reconhecimento internacional da hegemonia asiática sobre a economia do pós-guerra. B uma ruptura com os padrões socioculturais preconizados pela Tríplice Aliança e pela Tríplice Entende. C a resistência política contra os confrontos armados entre os Países Aliados e os Países do Eixo. D a resistência política contra os confrontos armados entre os Países Aliados e os Países do Eixo. E a tentativa de alguns países de se manterem neutros diante da bipolaridade estabelecida pela Guerra Fria. QUESTÃO 48 ------------------------------------------------------ Como não haveria de ser evidente mesmo para um cego, como se diz? Enquanto não houvermos feito esta contestação, nem essa demonstração, não poderemos, de forma alguma, falar nem de discursos falsos, nem de opiniões falsas, nem de imagens, de cópias, de imitações ou de simulacros, e muito menos de qualquer das artes que deles se ocupam, sem cair, inevitavelmente, em contradições ridículas. PLATÃO, O Sofista. Coleção Os Pensadores. Abril Cultural, 1972. O trecho acima, do diálogo O Sofista, refere-se à discussão central do diálogo que pretende afirmar qual é a arte do sofista. Esta discussão se pretende à distinção e definição dos conceitos de A moral e ética. B sensível e inteligível. C ser e não-ser. D doxa e episteme. E uno e múltiplo. QUESTÃO 49 ------------------------------------------------------ Crescem as bateduras nas têmperas; multiplica- se a agitação com as espátulas; deixa-se esfriar como morto nas formas; leva-se para a casa de purgar, sem terem contra ele um mínimo indício de crime, e nele chora, furado e ferido, a sua tão malograda doçura. [...] E assim pregado e sepultado, torna por muitas vezes a ser vendido e revendido, preso, confiscado e arrastado. E se livra das prisões do porto, não livra das tormentas do mar nem do degredo, com imposições e tributos, tão seguro de ser comprado e vendido entre cristãos. ANTONIL, A. Cultura e opulência do Brasil. Belo Horizonte: Itatiaia, 1997. O texto faz referência à produção e exportação do açúcar brasileiro, mas também pode ser lido como uma alegoria referente ao processo de A catequização dos indígenas brasileiros. B escravização dos negros africanos. C imigração de trabalhadores estrangeiros. D produção de subsistência dos ruralistas. E trabalho doméstico das mulheres. *011.490-137194/19* 1º Dia – Página 25 QUESTÃO 50 ------------------------------------------------------ Um mapa pode possuir níveis distintos de abrangência, de modo que podemos mapear o mundo, continentes ou partes deles, países, regiões, Estados ou mesmo ruas. Todas as vezes que visualizamos um mapa, independentemente do seu tema (mapa político, físico, histórico, econômico), podemos saber a distância real que há entre dois pontos ou o tamanho de uma área. Isso é possível por meio da verificação da escala disposta nos mapas. https://atlasescolar.ibge.gov.br/conceitos-gerais/cartografia/escala. Para representar a superfície terrestre de maneira reduzida em um mapa, calcula-se essa superfície através de uma escala cartográfica. Esta proporção pode ser representada através de uma escala numérica. Suponha um mapa em uma escala 1:500.000. A exata correlação entre a distância no mapa e a superfície real está presente em: A 10 cm no mapa = 5 km na superfície real. B 1 cm no mapa = 50 km na superfície real. C 2 cm no mapa = 1 km na superfície real. D 5 cm no mapa = 25 km na superfície real. E 3 cm no mapa = 30 km
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