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As afecções do sistema respiratório têm variada etiologia, podendo ser de origem infecciosa, parasitária, alérgica ou multifatorial. Fundamental o diagnóstico correto para combate ao agente agressor. Indica-se o uso de medicamentos que aliviarão o desconforto respiratório, melhorando a troca gasosa e, consequentemente, promovendo o bem estar. Expectorantes Sistema mucociliar - responsável pela movimentação de fluidos (muco) produzidos pelas células caliciformes e pelas glândulas brônquicas. Diariamente, é produzida uma determinada quantidade de muco que, em condições normais, contém aproximadamente 95% de água, sendo os 5% restantes compostos de carboidratos, lipídios, material inorgânico, imunoglobulinas, enzimas e outras proteínas. Este muco é empurrado para a glote por meio dos movimentos extremamente rápidos e sincrônicos dos cílios. Em condições patológicas, há secreção excessiva de muco – fica mais viscoso - mudança na proporção de água e outros elementos - catarro ou esputo. A redução na viscosidade das secreções é de extremo interesse para o paciente - só assim haverá eliminação eficiente, e é com esta finalidade que se utilizam os expectorantes. Empregados com o objetivo de aumentar a quantidade de catarro e diminuir a viscosidade das secreções, promovendo, consequentemente, a remoção destas da árvore respiratória. Classificados em três categorias: Expectorantes reflexos Atuam por meio de estimulação de terminações nervosas vagais, na faringe, no esôfago e até mesmo na mucosa gástrica, levando ao aumento da produção de muco pelas células, em particular da mucosa respiratória. Ingestão de substâncias nauseantes promove o aumento das secreções salivar, nasal, lacrimal e, por contiguidade, da traqueobrônquica; esta propriedade é a base para a utilização de alguns medicamentos, como o iodeto de potássio, a guaifenesina e a ipecacuanha. Iodeto de potássio Expectorante salino, que tem a capacidade de aumentar as secreções em até 150%. Principal efeito indesejável: náuseas e vômito, já que o iodeto de potássio produz irritação gástrica. Após a administração oral há uma latência para o aparecimento do efeito de proximadamente 15 a 30 min, dependendo da espécie animal e da repleção gástrica. A duração do efeito é de no máximo 6 h. Uso continuado por 3 semanas ou mais poderá causar hipotireoidismo com consequente depressão da função da glândula tireoide. Aumenta as glândulas parótidas e submaxilares. Evitar o uso durante a prenhez - atravessa a barreira placentária, podendo produzir disfunção da tireoide fetal. Nomes comerciais: Broncofisin ® , Broncofedrin ® , Iodetox ® , Killtosse ® ) e sua associação (Alivic ® , Iodepol ® Lasa ®) Guaifenesina - guaiacolato de glicerila Derivados da degradação da lignina, polímero não hidrocarboneto, presente na madeira. Além de ser um potente relaxante muscular de ação central, é também empregado como expectorante. Absorvida pelo trato gastrintestinal – atua como irritante. Começa a atuar logo após sua absorção, com duração de efeito de aproximadamente 4 a 6 h. O uso de guaifenesina em pacientes com distúrbios de coagulação ou com úlceras no trato gastrintestinal não é indicado - produz diminuição da adesividade plaquetária. Substância derivado do creosato - não é indicado o seu uso em gatos. Nomes comerciais: Asmatoss ® , Bromax ® , Broncofenil ® , Glicotosse ® , Frenotosse ® , Glyteol ® , guaifenesina – genéricos, Xarope Vick ® , Xarope Vick Mel ® e suas associações (Aeroflux ® , Broncocilin ® , † Bronquitoss ® , Bricanyl Composto ® , ‡ Deflux Expectorante § ) Expectorantes mucolíticos Assim denominados porque produzem diminuição da viscosidade das secreções pulmonares, facilitando, consequentemente, a sua eliminação. Uso relativamente recente em Medicina Veterinária, sendo os seus principais representantes a bromexina e a N- acetilcisteína. Bromexina Derivado sintético da molécula vasicina, um alcaloide presente na planta Adhatoda vasica. Aumenta a função lisossômica e as enzimas lisossômicas hidrolisando as fibras de mucopolissacarídeos do catarro, reduzindo a sua viscosidade. Aumenta imunoglobulinas no muco Efeito broncodilatador. O produto comercial pode também ser encontrado em associação com antimicrobianos, tais como oxitetraciclina, amoxicilina e cefaloridina. Nomes comerciais: Bromesol ®vet , Fluibron ®vet , Beneflux ® , Bequidex ® , Bisolphar ® , Bisolvon ® , Bispect ® , Bissuran ® , Bontoss ® , Broncotoss ® , Bronxina ® , Clarus ® , cloridrato de bromexina – genéricos N-acetilcisteína Tem ação mucolítica, em virtude do grupamento tiólico livre, que interage com as pontes dissulfídricas das mucoproteínas, bem como com aquelas do DNA, integrantes do catarro. Essas ligações promovem alterações na composição do muco, tornando-o menos viscoso. Sua ação mucolítica mais intensa ocorre em pH de 7 e 9. Quando administrada por inalação, o início do efeito ocorre dentro de 1 min; quando instilada, seu efeito é imediato. O uso deste medicamento em Medicina Veterinária se faz tanto por via oral como, principalmente, por inalação e aerossol, utilizando-se a concentração de Nacetilcisteína a 20%. Normalmente associada à isoprenalina (agonista betaadrenérgico utilizado com a finalidade de evitar o broncospasmo, efeito que normalmente é produzido pela Nacetilcisteína). Pode ser encontrada também sob as formas de pó e de xarope, para administração oral, sendo possível a adequação de sua dose para as diferentes espécies animais. Como a Nacetilcisteína é biotransformada em compostos que contêm enxofre, deve-se utilizar com precaução este medicamento em animais hepatopatas. Este mucocinético promove a inativação de antibióticos do grupo das penicilinas, as tetraciclinas e o peróxido de hidrogênio; portanto, estes medicamentos, quando usados sob a forma de aerossol, não devem ser utilizados junto com a Nacetilcisteína. Nomes comerciais: Bromuc ® , Cetilplex ® , Cisteil ® , Flucistein ® , Fluicis ® , Fluimucil ® , Mucocetil ® , Mucolator ® , Nac ® , Pneumucil ® e acetilcisteína – genéricos Expectorantes inalantes Emprego limitado em Medicina Veterinária. Administração por inalação requer o uso de aparelhos para a produção de vapores. Necessidade do uso de máscaras e/ou um local apropriado para o confinamento do animal, o que produz, muitas vezes, inquietação. Os animais se ressentem, no início da administração, do forte odor do expectorante vaporizado. Entre os expectorantes mais utilizados estão a benzoína (resina aromática) e o óleo de eucalipto. Nebulização de solução fisiológica de NaCl a 0,9% tem também sido empregada com a finalidade de fluidificar o catarro, promovendo, consequentemente, a diminuição da viscosidade - usar um nebulizador que libere partículas de até no máximo 5 μm de diâmetro, para que estas penetrem nos bronquíolos menores. Dióxido de carbono a 5% - outro expectorante utilizado por inalação. Este gás é empregado principalmente quando houver necessidade de remover secreções na parte inferior do sistema respiratório - causa hiperemia da mucosa dos bronquíolos, produzindo secreções menos viscosas, facilitando assim a sua eliminação; além disso, produz movimentos respiratórios mais profundos e ativos, auxiliando a excreção do catarro.
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