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As artimanhas da exclusão resumo

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Bader Sawaia 
>>> Doutora em Psicologia Social 
>>> Professora de Psicologia da PUCSP 
 “A linha que separada o bem do mal não passa pelo 
Estado, nem entre classes, tampouco por partidos 
políticos, mas exatamente em cada coração humano, 
e por todos os corações humanos.” 
 
Capitulo 6 
>>> A autora faz uma reflexão do sofrimento ético-
político a partir da visão da dialética da 
exclusão/inclusão. Para isso ela dividiu sua narrativa 
em três etapas: 
 Na primeira parte ela relaciona a afetividade 
com o sofrimento para estudar a exclusão; 
 Na segunda explica a qualificação desse 
sofrimento 
 Na terceira parte ela explica a expressão 
dialética da exclusão/inclusão 
>>> Justificativa do texto: Recuperar conceitos 
discriminados pelas ciências nas analises de questões 
sociais e perguntar por que eles foram excluídos ou 
classificados como patológicos ou a nível de 
desordem. 
>>> Segundo a autora, melhores interrogações 
podem ser capazes de criar novos conceitos, 
encarando o conhecimento já cristalizado, que pode 
acabar por culpabilizar o indivíduo por sua situação 
social, bem como recuperar conceitos outrora 
discriminados. 
 
 
Primeira parte 
>>> Quando não é desconsiderada, é olhada 
negativamente como obscurecedora, fonte de 
desordem, empecilho para a aprendizagem e 
depreciado do ponto de vista moral. 
>>> Olhada positivamente, nega a neutralidade das 
reflexões cientificas sobre desigualdade social, 
permitindo que se mantenha viva à capacidade de 
se indignar diante da pobreza. 
>>> Totalidade e cor emocional que preenche a 
existência do ser humano. 
>>> Conceito desestabilizador da análise psicossocial 
da exclusão 
>>> Se apresenta como: 
 Sentimento: reações moderadas de prazer 
e desprazer que não se refere a objetos 
específicos 
 Emoção: fenômeno afetivo intenso, breve, 
centrado em fenômenos que interrompem o 
fluxo normal da conduta 
>>> Perguntar por sofrimento e por felicidade no 
estudo da exclusão é superar a concepção de que a 
preocupação do pobre é a sobrevivência. 
 >>> Se justifica trabalhar a emoção de quem passa 
fome? 
>>> A exclusão vista como sofrimento de diferentes 
qualidades, dá força ao sujeito sem tirar a 
responsabilidade do Estado 
As artiManhas da Exclusão 
 
 
>>> É no sujeito que se objetivam as várias formas 
de exclusão, a qual é vivida como motivação, 
carência, emoção e necessidade do eu. O indivíduo 
não é responsável por sua situação social e capaz 
de, por si mesmo, superá-la. É o indivíduo que sofre, 
mas esse sofrimento não tem origem dele e sim em 
intersubjetividades (condição da vida social que 
permite a partilha de sentidos, experiências e 
conhecimentos “entre sujeitos) delineadas 
socialmente. 
>>> Estudar exclusão pelas emoções dos que a vivem 
é refletir sobre o “cuidado” que o Estado tem com 
seus cidadãos. Elas são indicadoras do 
(des)compromisso com o sofrimento do homem, 
tanto por parte do aparelho estatal quando da 
sociedade civil e do próprio indivíduo. 
>>> Para Bourdieu, é preciso combater a 
tecnocracia econômica, trazendo à tona o 
conhecimento dos homens, de seu cotidiano e de 
seu sofrimento. 
Segunda Parte 
>>> Heller, Espinosa e Vigotsky concebem a emoção 
positivamente, como constitutiva do pensamento e 
da ação, coletivos ou individuais, bons ou ruins, e 
como processo imanente (inseparável) que se 
constitui e se atualiza com os ingredientes 
fornecidos pelas diferentes manifestações 
históricas. Portanto, a emoção é um fenômeno 
objetivo e subjetivo, que se constitui a matéria-
prima básica à condição humana. 
“Corpo é matéria biológica, emocional e social, tanto 
que sua morte não é só biológica, falência dos 
órgãos, mas social e ética. Morre-se de vergonha, o 
que significa morrer por decreto da comunidade” 
>>> Heller distingue dor de sofrimento. Dor é próprio 
da vida humana, um aspecto inevitável e emana do 
indivíduo. Diz respeito a sua capacidade de sentir ou 
de ser afetado. Sofrimento é a dor mediada pelas 
injustiças sociais. É o sofrimento submetida à fome 
e à opressão, e pode não ser sentido como dor por 
todos. É experimentado como dor apenas por quem 
vive a situação de exclusão, quando todos deveriam 
estar sentindo-o, para que todos se implicassem 
com a causa da humanidade. 
>>> Cada momento histórico prioriza uma ou mais 
emoções como estratégia de controle e coersão 
social. No século passado, predominou a vergonha do 
olhar do outro, que exigia a penitência pública. Hoje, a 
culpa substitui a vergonha, mudando o caráter da 
penitencia, de pública à individual e privada. 
>>> Vigotsky reflete que as emoções e sentimentos 
vem a partir dos significados atribuídos no cotidiano, 
das relações exteriores, orgânicas que formam 
motivos, que são estados de maior valor emocional e 
estáveis, que desencadeiam ações e pensamentos. 
>>> Indicando sofrimento psicossocial, Sawaia diz que 
ele pode levar a morte, citando o “banzo” doença 
que acometia a morte de escravos Ele era gerado 
pela tristeza vinda do sentimento de estar só e 
humilhado, por causa de ações legitimadas pela 
política de exploração daquele momento histórico. 
 >>> Felicidade pública – diferente do prazer e da 
alegria que são imediatas. É uma liberdade de 
movimentar-se no espaço público e de expressar 
seu desejo e afeto. 
>>> Conhecer o sofrimento ético-político é analisar 
as formas sutis de espoliação humana por trás da 
aparência da integração social, e, portanto, 
entender a exclusão e a inclusão como as duas 
faces modernas de velhos e dramáticos problemas 
– a desigualdade social, a injustiça e a exploração. 
Terceira Parte 
>>> Foucault se refere a inclusão social como um 
processo de disciplinarização dos excluídos, portanto 
um processo de controle social, inserindo a exclusão 
na luta pelo poder. 
>>> A concepção Marxista sobre o papel 
fundamental da miséria e da servidão na 
sobrevivência do sistema capitalista, que constitui a 
idéia central da dialética, a idéia de que a sociedade 
inclui o trabalhador alienando-o de seu esforço vital. 
A exclusão se transforma, historicamente, em uma 
ferramenta de exclusão e manutenção da ordem 
social. 
>>> Heller distingue “ser humano particular” e o “ser 
humano genérico”. O primeiro é o homem que se 
preocupa com o mundo pelos interesses próprios, 
alienado de sua espécie. O segundo é o homem que 
se relaciona conscientemente com a genericidade e 
se indigna com o mundo e consigo mesmo, por 
questões universais. 
Conclusões Finais 
>>> Sawaia sugere a substituição de dois termos 
centrais à práxis psicossocial clássica, 
“Conscientização” e “Educação Popular”, pelo 
conceito de “potência de ação”, pois potencializar 
significa atuar, ao mesmo tempo, nas ações, 
significados e emoção, coletivas e individuais. 
“Potencializar” realça o papel positivo das emoções 
na educação e na conscientização, que deixa de ser 
fonte de desordem e passa a ser vista como fator 
constitutivo do pensar e agir racionais. Faz critica à 
racionalidade, mas mantém à idéia de rigor, de 
aprendizagem e de planejamento. 
 
>>> Ao se introduzir a afetividade e a idéia de 
potencia de ação na analise da exclusão e da 
servidão, introduz-se também uma concepção de 
necessidade humana que vai além dos vínculos 
biológicos e as contingências, superando a dicotomia 
(oposição) entre ética e necessidade. O homem da 
necessidade não é contrario ao homem da ética e 
não é preciso superar um patamar mais alto de 
conforto material para pensar e agir eticamente, 
como sugerem algumas teorias, como se fosse 
preciso ter bens para ser ético e ter sutilezas 
emocionais. 
>>> O sofrimento dos moradores de rua revela o 
processo de exclusão afetando o corpo e a alma, 
com muito sofrimento, sendo o maior deles o 
descrédito social, que os atormenta mais que a 
fome. O brado angustiante do “eu quero ser gente”, 
não é apenas o desejo de igualar-se, mas de 
distinguir-se e ser reconhecido. 
>>> Aprendemos que é preciso associar duas 
estratégias de enfrentamentoda exclusão, uma de 
ordem material e jurídica e outra de ordem afetiva 
e intersubjetiva (compreensão e apreciação do 
excluído na luta pela cidadania). A 1ª estratégia é de 
responsabilidade do poder público; a 2ª depende de 
cada um de nós. 
>>> Só há uma comunidade inclusiva quando nos 
unirmos a outros. Os homens só se realizam com os 
outros e não sozinhos, ou seja, os benefícios de uma 
coletividade organizada são relevantes para todos. 
>>> A práxis psicossocial relativa às paixões deve, 
juntamente com a potencialização da ação combater 
a miséria e a banalização do mal do outro, duas das 
determinações sociais mais poderosas da exclusão. 
>>> Introduzir a afetividade na análise e na prática 
de enfrentamento da exclusão é colocar a felicidade 
como critério de definição de cidadania e do cuidado 
que a sociedade e o Estado tem para com o seu 
cidadão, sem cair no excesso de negar as 
determinações estruturais e jurídicas

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