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Dor torácica: · Epidemiologia: - a doença cardiovascular foi responsável por 16 milhões de mortes em 2010, o que representou 35,8% de todas as mortes em países com elevado rendimento e mãos da metade correspondeu a doença coronariana - dor torácica é uma das causas mais frequentes de procura a unidade de emergência nos EUA – aproximadamente 8milhoes/ano - somente 15-25% configuram síndrome coronariana aguda importância do diagnostico e da exclusão de tal patologia · Tópicos – anamnese: - tempo de início da dor/térmico – t dor - tipo de dor – queimação, pressão, esmagamento, pulsátil, facada, constrictiva - localização da dor/irradiação - episódios recorrentes da dor e intensidade (graduação de 0-10) - fatores desencadeantes - fatores de alívio - fatores de piora - decúbito piora a dor? - sintomas associados Deve-se pensar se é uma patologia potencialmente fatal (síndromes coronarianas aguda – infarto com ou sem supra, embolia pulmonar – TEP maciço – , dissecção aguda de aorta, pneumotórax, ruptura de esôfago) ou se não requer intervenção imediata. 1. Doença Coronariana: - se divide em crônica (angina estável) ou aguda (angina instável ou IAM). A dor anginosa se caracteriza por uma queimação, retroesternal. Angina Estável Pressão, peso, queimação, retroesternal, duração 2-10 minutos, desencadeada por estresse, esforço físico, pode irradiar para MSE, mandíbula, melhora com repouso e/ou nitrato Angina Instável Semelhante à angina estável, mas geralmente mais intensa e prolongada; ou dor que está se tornando mais frequente com menor esforço/estresse ou no repouso IAM Duração > 30 minutos, sintomas associados (dispneia, fraqueza e sudorese, síncope) Angina Estável – Crônica: dor angina típica (definitiva): 1. dor/desconforto subesternal com duração e qualidade característica 2. dor provocada pelo estresse físico ou emocional 3. dor aliviada por repouso ou nitroglicerina angina atípica (provável): 2 dos 3 critérios dor torácica não anginosa: 1 ou nenhum dos 3 critérios Quando suspeitar de uma angina estável? - anamnese (tipo, localização, duração, irradiação, sintomas associados, fatores precipitantes, fatores de alivio) - idade (a maioria dos quadros de angina estável acontecem por consequência de placas de ateroma) - síndrome coronariana aguda prévia - doença arterial isquêmica - fatores de risco – história familiar (HPP) se infarto ou AVC precocemente Angina Instável – Aguda: angina de repouso: 1. em repouso 2. prolongada (>15/20 minutos) 3. ocorrido dentro de 1 semana de avaliação angina de início recente: 1. angina aos pequenos esforços 2. início há menos de 2 meses da apresentação inicial angina em crescendo: 1. angina prévia que apresenta aumento na frequência, duração ou redução no limiar Quando suspeitar de uma angina instável? - anamnese (tipo, localização, duração, irradiação, sintomas associados, fatores precipitantes, fatores de alivio, intensidade) - previsibilidade - idade - agravamento de angina prévia - angina recente, <2 meses frequentes ou de grande intensidade - fatores de risco Em uma doença coronariana – aguda ou crônica – deve ser investigada: - HPP: HAS, DM, DLP, DRC, angina - HFam: HAS, DM, DLP, morte súbita, IAM ou AVC pai, mãe ou irmão - HS: tabagismo, sedentarismo, uso de drogas ilícitas Jovem, sem fator de risco, dor atípica, ECG normal Idoso com fator de risco, dor típica e ECG com alteracoes isquêmicas Necessidade de investigação compleentar para excluir o diagnóstico de SCA 2. Dissecção Aguda de Aorta: - resulta da ruptura ou fenda da camada íntima, com subsequente delaminação da camada média, permitindo a formação de duas luzes - falsa luz se distende longitudinalmente, comprometendo a emergia dos vasos do arco ou vasos viscerais - caracteriza-se por uma dor súbita, intensa, migratória, dilacerante, pode irradiar para dorso - atípico: síncope, dispneia, dor crônica, síndrome coronariana aguda, paraplegia, AVC, morte súbita - comumente associada à fatores de risco: hipertensão e doença tecido conjuntivo (enfraquecimento da parede das artérias). Deve-se ter cuidado com gravidez, história familiar, valva aórtica bicúspide, idosos, uso de cocaína, aneurismas de aorta - no exame físico, o paciente parece estar em choque, mas a PA está quase sempre elevada. Os pulsos podem apresentar-se assimétricos e a PA medida em ambos os braços pode apresentar diferença significativa (> 30mmHg da PA sistólica). Pode-se ouvir sopro de regurgitação aórtica, bem como podem ser encontrados sinais de tamponamento cardíaco e de derrame pleural. - achados de complicações da dissecção: déficits neurológicos variáveis, isquemia de extremidade. 3. Embolia Pulmonar: - início súbito de dor associada a dispneia, pode ser pleurítica (dor em facada, lancinante, geralmente na inspiração), fraca a moderada intensidade - acompanhada de taquipneia, dispneia e taquicardia - fatores de risco: neoplasia, imobilização, cirurgias recentes, ACO, gravidez, trombofilias - exame físico: normal, hipotensão, taquicardia, choque e taquidispneia 4. Pneumotórax, Pneumonia, Doença Péptica e Musculoesquelética: - pneumotórax: dor pleurítica súbita, unilateral, localizada nos ombros ou dorso associado com dispneia importante. No exame físico, tem-se ausculta abolida em hemitórax acometido, podendo evoluir para choque - pneumonia: dor pleurítica localizada, geralmente pós-síndrome gripal, tosse, produção de escarro, dispneia. Apresenta exame físico variável, desde somente crepitações pulmonares até choque séptico - doença péptica: queimação retroesternal, desconforto epigástrico, após liberação alimentar ou alimentos ácidos, piora no decúbito, melhora com antiácidos. Pode estar presente pirose, regurgitação e disfagia - musculoesquelético: transitória, bem localizada, pós-esforço físico. Piora com a compressão torácica ou movimento. Deve-se questionar trauma. Dor de leve a intensa, duração variável (dias) Observação: costocrondrite x síndrome de Tietze (articulação postocondral com edema local). 5. Pericardite: - pericárdio – membrana que reveste e protege o coração. Restringe o coração à sua posição no mediastino, embora permita suficiente liberdade de movimentação para contrações vigorosas e rápidas. - tipo, início, duração, fatores de alívio/piora, pródromos - dor em pontada que piora durante a inspiração, de moderada a forte intensidade, piorando em decúbito dorsal e melhora ao sentar – prece maometana. Irradiada para pescoço e MMSS – irradiação para músculo trapézio - pródromos de febre, IVAS ou infecção intestinal, associado também uremia (IRA) ou doenças reumatológicas - exame físico com atrito pericárdio (intermitente – som rude, irregular, melhor audível na borda esternal esquerda, taquicardia e febre). 6. Taquiarritmias: - quadro clínico variável - paciente com queixas de palpitação, “batedeira” no coração ou batimento fúrcula esternal, sensação peso retroesternal, em alguns casos de taquicardia acentuada (FC > 150bpm – podem levar a problemas anginosos por sobrecarga de VE) 7. Outras causas: - estenose aórtica: “3D” – dispneia, desmaio e dor torácica (angina). Exame físico com sopro sistólico em foco aórtico, rude que irradia para fúrcula e carótidas - miocardiopatia hipertrófica: principal causa de morte súbita em adultos jovens e atletas Conclusão: dor torácica é uma queixa comum em ambulatório/emergência uma boa anamnese e exame físico ajuda na propedêutica e com isso diminui gastos do serviço de saúde e evita erros.
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