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ESCOLA BRASILEIRA DE MEDICINA CHINESA – EBRAMEC 
CURSO DE PÓS GRADUAÇÃO EM ACUPUNTURA 
 
 
 
ANGELLA MACARIO 
 
 
 
 
 
 
AS TEORIAS DE BASE DA MEDICINA CHINESA 
RELACIONADAS COM OS SINTOMAS DO TDAH INFANTIL 
 
 
 
 
 
 
 
 
SÃO PAULO 
2016 
 
 
 
 
 
ESCOLA BRASILEIRA DE MEDICINA CHINESA – EBRAMEC 
CURSO PÓS GRADUAÇÃO EM ACUPUNTURA 
 
 ANGELLA MACARIO 
 
 
 
AS TEORIAS DE BASE DA MEDICINA CHINESA 
RELACIONADAS COM OS SINTOMAS DO TDAH INFANTIL 
 
 
 
 
Projeto de Pesquisa do Trabalho de Conclusão 
de Curso de Acupuntura avançada. 
Apresentado à EBRAMEC –Escola Brasileira 
de Medicina Chinesa, sob orientação do (a) 
Prof. Fábio Fonseca 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SÃO PAULO 
2016 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Macario, Angella. AS TEORIAS DE BASE DA MEDICINA CHINESA 
RELACIONADAS COM OS SINTOMAS DO TDAH INFANTIL. 
São Paulo, 2016. 
 66p. 
 Monografia – Ebramec - Curso de Especialização em Acupuntura. 
1. Psicologia 
2. Acupuntura 
3. Transtorno Déficit de Atenção/Hiperatividade Infantil 
 
 
 
ANGELLA MACARIO 
 
 
 
AS TEORIAS DE BASE DA MEDICINA CHINESA 
RELACIONADAS COM OS SINTOMAS DO TDAH INFANTIL 
 
 
 
 
 BANCA EXAMINADORA 
 ___________________________________ 
 
___________________________________ 
 
___________________________________ 
 
 
 Fábio Fonseca 
ORIENTADOR 
 Reginaldo De Carvalho Silva Filho 
Co-Orientador 
 
Angella Macario 
São Paulo, ___ de _____________de ___ 
 
 
 
 
 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
 
Primeiramente agradeço a Deus por ter me dado forças para seguir em frente com 
meus estudos, à minha mãe por ter me apoiado, nessa trajetória. Agradeço as minhas queridas 
e amadas filhas Marcella e Marianna, pelo carinho, pela paciência, por abrirem mãos tantas 
vezes da minha presença, deixando-me livre para dedicar-me ao trabalho, o que me fez muito 
feliz. Agradeço ao João que me acompanhou e se mostrou presente com total atenção e 
generosidade durante todo trabalho e ao meu professor e orientador Fábio Fonseca que me 
motivou para que esse estudo acontecesse da melhor forma possível. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Resumo 
 
O Transtorno Déficit de Atenção/Hiperatividade Infantil é um distúrbio mental crônico que 
costuma iniciar pela infância e segue um padrão de desenvolvimento durante toda a vida do 
indivíduo. Atualmente, entre os transtornos diagnosticados por fontes de encaminhamentos 
variados em crianças de 0 a 13 anos, 2% a 5% apresentam diagnóstico de Transtorno Déficit 
de Atenção Hiperatividade (TDAH). As pesquisas extensas realizadas na China revelaram que 
a Acupuntura é altamente eficaz, sendo tão utilizada quanto a medicina tradicional e moderna. 
O presente estudo teve como objetivo descrever os sintomas do Transtorno de Déficit de 
Atenção/Hiperatividade Infantil utilizando a bibliografia do campo da Ciência Psicológico-
ocidental e propôs uma relação desses sintomas com os possíveis desequilíbrios atribuídos às 
energias Yi n e Yang e aos chamados Sistemas da Medicina Chinesa – Acupuntura. Para esse 
objetivo conceituou-se o TDAH - sua história, etiologia e diagnóstico - utilizando autores 
contemporâneos ocidentais da psicologia e das neurociências. Os principais sintomas da 
síndrome foram descritos. Além da descrição da história, das bases filosóficas da Medicina 
Chinesa – Acupuntura, das escolas Yin e Yang e dos Cincos Elementos. Pode-se concluir que 
ao relacionar os sintomas (Vento) com a escola Yin e Yang, nota-se que a energia Yang 
aparece aumentado nesses casos em detrimentos das energias Yin. Em relação aos sistemas, 
foi constatado maior envolvimento do Fígado(Gan), Coração(Xin) e Rim(Shen) que podem 
apresentar desequilíbrio nos ciclos de geração e inibição. 
 
Palavras-chave: Psicologia. Acupuntura. Transtorno Déficit de Atenção/Hiperatividade 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Abstract 
 
The Attention Deficit Disorder / Hyperactivity Children is a chronic mental disorder that 
usually starts in childhood and follows a pattern of development during the life of the 
individual. Currently, among the disorders diagnosed by various sources of referrals for 
children 0-13 years, 2% to 5% have a diagnosis of Attention Deficit Hyperactivity Disorder 
(ADHD). The extensive research conducted in China show that acupuncture is highly 
effective, being so used as traditional and modern medicine. The present study aims to 
describe the symptoms of Attention Deficit Disorder / Hyperactivity Children using the 
bibliography of the field of psychological science-Western and propose a relationship 
between these symptoms with possible imbalances attributed to Yin and Yang and the so-
called systems of medicine traditional Chinese - Acupuncture. For this purpose, it was 
determined ADHD - its history, etiology and diagnosis - using contemporary Western authors 
of psychology and neuroscience. The main symptoms of the syndrome were described. 
Besides the description of the history, philosophical foundations of Chinese Medicine - 
Acupuncture, schools Yin and Yang and the five elements. It can be concluded that the 
symptoms relate to the school Yin and Yang, note that the Yang energy was increased in these 
cases to the detriment of Yin energy. In relation to the systems, we found greater involvement 
of the liver, heart and kidney that may present imbalance in the cycles of generation and 
inhibition. 
 
Keywords: Psychology. Acupuncture. Attention Deficit Hyperactivity Disorder. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sumário 
 
1 Introdução .................................................................................................................... 9 
2 Transtorno Déficit de Atenção/Hiperativisade Infantil ........................................... 12 
2.1 Descrição dos Sintomas ............................................................................................ 19 
3 Medicina Chinesa – Acupuntura ................................................................................ 20 
3.1 Escola Yin e Yang ...................................................................................................... 28 
3.1.1 O Diagnóstico Energético na Escola Yin e Yang ................................................... 30 
3.2 Escola dos Cinco Movimentos .................................................................................... 33 
3.2.1 Sistemas ..................................................................................................................... 37 
3.2.2 O Diagnóstico e a Escola dos Cinco Movimentos ................................................. 
3.2.3 As Entidades Viscerais ............................................................................................ 
3.2.4 Diagnose na Medicina Chinesa – Acupuntura ..................................................... 
4 Possíveis Relações entre os Sistomas do TDAH e as Teorias de Base da MC ......... 
4.1 Descrição dos Sintomas TDAH e a Escola Yin Yang .............................................. 
4.2 Descrição dos Sintomas TDAH e a Escola dos Cinco Movimentos ........................ 
5 Conclusão ........................................................................................................................44 
49 
53 
55 
55 
56 
Referências......................................................................................................................... 63 
 
 
58 
 
 
9 
 
1 Introdução 
 
 Nas últimas duas décadas, um dos principais problemas observados no processo 
pedagógico é o conjunto de comportamentos comumente agrupados sob o diagnóstico 
de Transtorno Déficit de Atenção/Hiperatividade Infantil (TDAH). 
A Hiperatividade ou Transtorno Déficit de Atenção/Hiperatividade Infantil 
(TDAH) é um distúrbio comportamental, não uma doença, ou seja, o TDAH Infantil é 
um distúrbio real, embora só tenha chamado a atenção de médicos e profissionais da 
área recentemente (JONES, 2004). 
O Transtorno Déficit de Atenção/Hiperatividade (TDAH) é um dos transtornos 
mentais diagnosticados com maior freqüência em crianças, sendo responsável por 30% 
a 40% dos encaminhamentos para clínicas de orientação infantil, pediátricas, de 
atendimento familiar e de clínica geral (CONNERS, 2009). 
Para os especialistas, as diferentes apresentações do TDAH dificultam sua 
definição. No entanto, existem controvérsias, sobre o fato de o TDAH, ser um único 
transtorno, ou uma gama de transtornos distintos. Essa compreensão mudou 
radicalmente ao longo dos anos, com definições que variam de um transtorno com bases 
neurobiológicas até um transtorno causado por aprendizado social e pelo ambiente. 
Apesar de os índices variarem em razão das diferenças entre os sexos e em 
relação à fonte responsável pelo encaminhamento da criança, estimativas recentes 
apontam para índices entre 2% e 5% para crianças em idade escolar, que apresentam 
sintomas marcantes e bem definidos de TDAH Infantil, e um índice de prevalência entre 
1 milhão e 3 milhões para crianças que possam apresentar o transtorno em algum 
momento da vida (CONNERS, 2009). 
Esses dados demonstram que cada vez mais crianças sofrem de hiperatividade. 
Como crescem os números, aumentam também as dúvidas e aflições quanto à forma 
adequada de tratar esse problema vivenciado, por pais, educadores e profissionais da 
área de saúde. 
Muitos desses pais ou responsáveis buscam ajuda na clínica, quando são 
encaminhados por educadores, após os filhos apresentarem quadros de desatenção, 
agitação, impulsividade e estresse de comportamento inconstante e imprevisível, entre 
outros sintomas não relatados. 
10 
 
O Transtorno Déficit de Atenção é caracterizado por desatenção, distração, 
hiperatividade e impulsividade (BARKLEY, 2005). È o transtorno psiquiátrico mais 
comum na infância, cuja prevalência situa-se em crianças em idade escolar, sendo mais 
freqüente em membros do sexo masculinos (GOLFETO; BARBOSA, 2003). 
Segundo a Medicina Chinesa - Acupuntura, o indivíduo adoece e assim 
apresenta sinais e sintomas de seu desequilíbrio, então na visão oriental não se separa o 
homem em partes como aqui no ocidente, pois ele é um todo. 
Tomando por base esse raciocínio, é preciso entendermos o caminho que iremos 
fazer, para a partir dos sintomas apresentados acima, no Transtorno Déficit de 
Atenção/Hiperatividade Infantil caminharmos para o entendimento sob a ótica Oriental 
sem perder a referência que é a Medicina Chinesa. 
A técnica da Acupuntura é o método milenar e integrante da Medicina Chinesa, 
que tem como objetivo a arte de curar, cujo espírito está vinculado às concepções 
cosmogênicas chinesas na qual se faz a inserção de agulhas metálicas em pontos preciso 
do corpo, segundo leis decorrentes dessas mesmas concepções (TYMOWSKI, 1986). 
 Nesse trabalho seguiremos um percurso contrário, no qual através dos sintomas 
descritos na medicina ocidental, buscaremos a possibilidade de relacioná-los, utilizando 
os preceitos das teorias de base da Medicina Chinesa - Acupuntura que são: a Escola 
Yin e Yang e a Escola dos Cinco Elementos, para atrelarmos esse distúrbio (TDAH) da 
visão ocidental para entendermos no campo da ótica oriental. 
Com base nos dados citados anteriormente, o presente estudo teve como objetivo 
conhecer, por meio de material bibliográfico pesquisado, como é feito o diagnóstico e o 
tratamento da TDAH, na visão Ocidental sob a ótica da Psicologia, e conhecer como 
pode-se tratar o Transtorno Déficit de Atenção/Hiperatividade na visão oriental, a partir 
da medicina chinesa/ Acupuntura. Para esse estudo, foi necessário compreender no 
campo da Psicologia no Ocidente, como isso acontece, e seguiu com a história, histórico 
da nomenclatura e etiologia, diagnóstico e tratamento. Essa pesquisa se deu por meio 
consultas a artigos científicos, livros específicos da área de comportamento, Psicologia 
e Acupuntura. 
 Atualmente, creches, escolas (da rede pública ou privada), pais, psicólogos, 
recorrem cada vez mais, com mais freqüência, e mais precocemente aos psiquiatras e 
serviços de psiquiatria. Não é incomum encontrarmos professores de escola de elite 
paulistana impressionados com a grande quantidade de alunos usuários de “Ritalina” 
11 
 
(medicação usada para tratar o TDAH, segundo classificação e indicação do CID10) 
então a medicalização é cada vez mais freqüente em nossas crianças nos dias de hoje 
Assim a Acupuntura, técnica de Medicina Chinesa (MC), apresentada entre 
outras terapias alternativas, tem sido utilizada, segundo Maggie Jones (2004), pesquisas 
extensas realizadas na China mostraram que a Acupuntura é altamente eficaz, sendo tão 
utilizada quanto a medicina tradicional e moderna. Portanto, o uso da técnica de 
Acupuntura está sendo abordada como opção para tratar a hiperatividade infantil, 
obtendo resultados muito satisfatórios na melhora da qualidade de vida das crianças, e 
assim, fugir da medicalização que está instituída em nosso meio. 
O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é hoje um dos 
temas mais estudados em crianças em idade escolar. Estima-se que ele apresente uma 
das principais fontes de encaminhamento de crianças ao sistema de saúde (BARKLEY, 
2008). 
 Apesar de existir muitas terapêuticas na visão Ocidental/Psicologia, ainda pode-
se oferecer outra terapêutica alternativa às crianças portadoras de Transtorno Déficit de 
Atenção/Hiperatividade, deste modo, é de extrema importância e relevância que se 
procurem tratamentos alternativos à Medicina Ocidental, visando à preservação da 
qualidade de vida do indivíduo. Assim como, utilização da Acupuntura, já que a mesma 
é um dos ramos da Medicina Chinesa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 
 
2 Transtorno Déficit de Atenção/Hiperativisade Infantil 
 
Cada vez mais cedo, crianças têm sido encaminhadas e medicadas como 
hiperativas e ou desatentas (TOLEDO SIMÃO, 2003). 
No contexto escolar, a hiperatividade e/ou déficit de atenção apresenta-se como 
justificativa corrente para o fracasso escolar de um número expressivo de crianças, 
atribuindo-se a elas a responsabilidade por não aprender e isentando de análise o 
contexto escolar e social em que estão inseridas (EIDT, 2004). 
Segundo Louzã Neto (2010), a alta freqüência de diagnóstico de TDAH conduz 
a uma reflexão clínica do processo de avaliação, intervenção, além de práticas 
educativas no acompanhamento de crianças, tanto na família como no sistema de 
educação. As mudanças na família, a sofisticação do sistema de comunicação, o alto 
número de crianças por sala de aula, constituem-se apenas em alguns dos potenciais 
fatores que podem contribuir para o desenvolvimento de comportamentos de riscos, os 
quais podem ser precipitadamente classificados em diagnósticos psiquiátricos (NEVES, 
2008). 
O TDAH é uma condição neurobiológica que apresenta três características 
principais: Desatenção, Hiperatividade e a Impulsividade. 
Características que podem se apresentar de modo isolado ou combinado, e que 
prejudicam a aprendizagem, o convívio social e familiar, gerando dificuldades 
emocionais em seus relacionamentose baixo desempenho escolar (ROHDE, 1999). 
Ninguém passa a ter o TDAH quando adulto. Este transtorno se manifesta desde 
mais terna infância. 
Sua prevalência é estimada de 2% a 5% entre crianças em idade escolar. A 
prevalência de crianças portadoras do TDAH encontradas aqui no Brasil, até o 
momento, é compatível com as citadas nas literaturas internacionais. Sendo que há uma 
preponderância do sexo masculino sobre o feminino com transtorno hiperativo, mas 
nenhuma pesquisa explica o porquê desta proporção que varia de 4:1 a 9:1 (BARKLEY, 
2002). 
Sabe-se que até 2/3 das crianças com TDAH na infância terão sintomas por toda 
vida. Esses dados são tanto mais alarmantes na medida em que a análise a respeito do 
TDAH aponta dificuldades para o diagnóstico e a intervenção, pois falta clareza sobre o 
que é esse quadro clínico e sobre o que o demarca de outros quadros com sintomas 
13 
 
semelhantes. Constata-se ainda a inexistência de estudos consistentes acerca das 
conseqüências futuras do uso de estimulantes em crianças (BARKLEY, 2002). 
Um dos aspectos mais inquietantes do TDAH para os pais é que ele evolui com 
o crescimento da criança. O que funcionou aos 6anos pode não funcionar com a idade 
de 16. 
Até 80% das crianças em idade escolar com diagnóstico de TDAH continuarão a 
ter a doença na adolescência, e entre 30 e 65% continuarão a apresentá-lo na vida 
adulta, dependendo de com o transtorno é definido em cada caso particular 
(BARKLEY, 2002). 
Embora o termo TDAH seja corretamente utilizado em contextos clínicos, 
acadêmicos, familiares e sociais, esta nomenclatura sofreu grandes alterações nas 
últimas décadas, sobre tudo em função de uma melhor compreensão de suas bases 
etiológicas e de tratamento. 
No início do século XX, o interesse pelo TDAH parece ter sido curiosamente 
despertado em decorrência de um surto de encefalite ocorrido na America do norte entre 
os anos de 1917 e 1918. As crianças que sobreviveram a encefalite passaram a 
apresentar grande parte da sintomatologia que hoje faz parte do diagnostico TDAH, 
incluindo inquietação, desatenção e impulsividade. Mesmo não conclusivos e com uma 
terminologia marcadamente medica, diversos trabalhos foram publicados a respeito 
(BARKLEY, 2008). 
No final da década de 1930 e por todo o período da segunda guerra mundial, 
inúmeros casos de traumas cerebrais, acompanhados de sinais de desatenção, 
inquietação e impaciência, pareciam se beneficiar deste tratamento. O transtorno foi 
denominado de Lesão Cerebral Mínima sendo explicado a partir de uma lesão do 
sistema nervoso central (BENCZIK, 2002). 
Os sintomas eram semelhantes aos causados por infecção ou dano cerebral 
(BENCZIK, 2002). O fato de os primeiros tratamentos farmacológicos com 
estimulantes aliviaram o quadro e encorajou diversos estudiosos na proposição de 
alguma relação com alterações no sistema nervoso. 
Em 1968, o Manual Diagnósticos e Estatístico das Doenças Mentais – DSM - II- 
incluiu as “desordens comportamentais da infância e adolescência”, e passou nomear 
esse transtorno de Reação Hipercinética – níveis excessivos de atividade. O DSM –III 
(APA, 1980), na década de 1970, introduziu a denominação Distúrbio do Déficit de 
14 
 
Atenção (DDA) com ou sem Hiperatividade. Era consenso priorizar a desatenção, 
embora a hiperatividade fosse à classe de comportamentos enfatizada. Em 1987, voltou 
a enfatizar a Hiperatividade e alterou a nomenclatura para Distúrbio de Déficit de 
Atenção e Hiperatividade (BENCZIK, 2002). 
Em 1993, a Classificação Internacional de Doenças - CID-10 (OMS, 1993) 
manteve a nomenclatura. Sendo Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade a 
nomenclatura brasileira utilizada (BARKLEY, 2008; BENCZIK, 2002). 
 O diagnóstico deve ser feito por uma equipe multidisciplinar. Não somente para 
se obter o diagnóstico de TDAH, mas para se determinarem, ou eliminarem, fatores 
coexistentes de importância para o tratamento. A criança deve então ser avaliada por um 
psicólogo, um fonoaudiólogo, um psicopedagogo e um neurologista. É de grande 
importância que sejam obtidas informações sobre o potencial da criança, bem como 
sobre suas características psiconeurológicas, sua performance e o repertório já 
adquirido. Informações sobre métodos de ensino pelos quais a criança foi submetida 
também são de grande significação (ARAÚJO, 2002). 
O diagnóstico do TDAH é fundamental clínico (ARAÚJO, 2002; ROHDE, 
2000), usualmente apoiado em critérios operacionais de classificatórios o como DSM-
IV e o CID-10 (OMS, 1993), com o auxílio de exames neurológicos (BARKLEY, 2002; 
ROHDE, 2004). 
O critério do DSM-IV envolve a análise da freqüência, intensidade, amplitude 
(persistência em mais um contexto) e duração (pelo menos seis meses) da tríade 
sintomática desatenção- hiperatividade- impulsividade. A desatenção se manifesta por 
mudanças freqüentes de assunto, falta de atenção no discurso alheio, distração durante 
conversas, desatenção ou não cumprimento de regras em atividades lúdicas, alternância 
constante de tarefas, além de relutância no engajamento de tarefas complexas que 
exijam organização. A hiperatividade caracteriza-se pela fala, movimentação diurna e 
noturna (durante o sono) de forma excessiva, dificuldade de ficar sentado, enquanto a 
impulsividade envolve o agir sem pensar, mudança de atividades, dificuldade de 
organizar trabalhos, dificuldade do sujeito esperar sua vez em atividades lúdicas ou em 
situações de grupo. Estes sintomas devem ser acompanhados de prejuízos significativos 
no desenvolvimento do indivíduo (critério funcional), estar presente em pelo menos 
dois (critério contextual) e ocorrer antes dos sete anos (critério temporal, um marcador 
não excludente). O diagnóstico deve ser refeito a cada semestre, sugerindo aspecto 
15 
 
dinâmico e transitório do transtorno. A relação entre desatenção, hiperatividade e 
impulsividade, no transcorrer dos últimos seis meses, pode resultar em diferentes 
subtipos de diagnóstico de TDAH e a marcação temporal de seis meses parece ser 
importante. 
De acordo com o DSM-IV (APA, 2003) três subtipos do transtorno foram 
definidos para o TDAH, com predomínio de: (1) desatenção, (2) 
hiperatividade/impulsividade e (3) combinado. Assim, é possível um diagnóstico que 
acuse a presença ou não de hiperatividade. Combinado se caracteriza pela presença de 
seis ou mais sintomas de desatenção e seis ou mais sintomas de hiperatividade-
impulsividade. 
A maior incidência em crianças e adolescentes é do tipo Combinado, não 
havendo dados acerca dos adultos (APA, 2003). O TDAH predominantemente 
Desatento é caracterizado por seis ou mais sintomas de desatenção e por menos de seis 
sintomas de hiperatividade-impulsividade. O TDAH predominantemente Hiperativo-
Impulsivo deve preencher seis ou mais sintomas de hiperatividade-impulsividade e 
menos de seis sintomas de desatenção. 
Os subtipos parecem apresentar características clínicas distintas e perfil de 
comorbidade. Faraone, Biederman, Weber e Russell (1998) constataram que o subtipo 
TDAH combinado apresentava maiores prejuízos funcionais do que os demais, sendo 
que o subtipo TDAH Desatento exige maior auxílio extraclasse, no que se refere às 
atividades acadêmicas. 
São prejuízos funcionais, observados no TDAH Desatento déficits de 
aprendizagem mais intensos, mais freqüentes nas mulheres. As crianças apresentam 
maior isolamento social e retraimento, somando às altas taxas de depressão e ansiedade 
(ROHDE, 2000). O TDAH Combinado apresenta maior comprometimento nas relações 
sociais, reagindo de forma mais agressiva em situações aversivas e no contexto 
acadêmico (BARKLEY, 2002). De forma semelhante, o subtipo TDAH Hiperativo/ 
impulsivo apresenta um maior comprometimento nos relacionamentos sociais e índices 
mais elevados de agressividade e de transtorno de conduta (MATTOS, 2001).Os altos índices de comorbidade no diagnóstico do TDAH, em 
aproximadamente 50% dos casos, envolvem riscos tanto para o diagnóstico diferencial 
quanto para o tratamento (BARKLEY, 1998; MATTOS, 2001). 
16 
 
O psicodiagnóstco e seu produto final, que é a descrição diagnóstica, permite 
identificar, entre outros atributos, o tipo de orientação ideológico-científica a respeito da 
causação do comportamento humano que o diagnosticador adota (BARKLEY, 2002). 
O TDAH parece resultar de uma combinação complexa de fatores genéticos, 
biológicos, ambientais e sociais. Ao destacarem fatores genéticos no TDAH, alguns 
estudos indicam marcadores fenotípicos familiares (MATTOS, 2000). 
Segundo o modelo Barkley (1997), a desatenção no TDAH deriva do mau 
funcionamento das funções executivas, caracterizando-se principalmente por uma 
dificuldade em inibir comportamentos e de controlar as interferências. As 
conseqüências da falha neste processo inibitório seriam responsáveis pelas 
sintomatologias de baixa tolerância à espera, alta necessidade de recompensa imediata, 
falta de um comportamento governado por regras, falha na previsão das conseqüências e 
emissão de respostas, porém imprecisas (BARKLEY, 2002). 
Do ponto de vista neuroquímico, parece haver consenso da participação 
predominante da Dopamina e da noradrenalina, sobretudo pelo fato das principais 
drogas utilizadas no tratamento do TDAH atuarem como agonistas indiretos desses 
neurotransmissores, a exemplo dos psicoestimulantes da classe das anfetaminas. O 
reconhecido papel exercido pela noradrenalina na tenção e da dopamina nos centros 
motores reforçam essa idéia. 
A etiologia do Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade é incerta. 
Enquanto alguns pesquisadores afirmam que o transtorno é fundamentalmente genético 
e neurobiológico, outros defendem que ele é essencialmente ambiental (LAMBERT; 
KINSLEY, 2006). Por um lado, pesquisas estimam que a herdabilidade do TDAH é 
superior a 70%, o que sugere uma forte influência genética (RHODE; HALPERN, 
2004). Por outro lado, autores como o psiquiatra Richard Restak (2003) e o psicólogo e 
farmacologista Richard DeGrandpre (2000) asseveram que o TDAH é um problema 
eminentemente ambiental, produto de uma cultura extremamente acelerada e marcada 
por maciça estimulação sensorial. 
O tratamento do TDAH requer uma abordagem múltipla, englobando 
intervenções psicoterápicas e farmacológicas (ANASTOPOULOS, RHOADS; 
FARLEY, 2008) com a participação de múltiplos agentes sociais como pais, outros 
familiares, educadores, profissionais de saúde, além da própria criança. 
17 
 
Três tipos de tratamento do TDAH têm sido empregados: farmacológica e 
comportamental e a combinação das terapias farmacológica e comportamental 
(SWANSON, 2001), sendo este último considerado como a forma mais eficaz 
(JESSEN, 2001). 
Segundo Barkley (2008), a adição de fármacos estimulantes promove uma 
amenização dos sintomas motores, impulsividade e desatenção e uma elevação das 
interações sociais e desempenho acadêmico, as voltas com um estilo de vida hiperativo, 
nós, adultos, temos poucas oportunidades de dar atenção às nossas crianças e jovens: 
filhos, alunos, pacientes. A propósito, o doutor Florêncio Escardo tinha uma frase que é 
muito pertinente: quanto mais escuto as crianças, menos necessidade tenho de medicá-
las (ISAIAS, 2007). 
Os medicamentos de uso prolongado apresentam vantagens no que se refere à 
manutenção dos efeitos terapêuticos ao longo do dia e diminuição dos efeitos colaterais 
(HEGER, et al 2006), além de favorecer a adesão terapêutica e evitar o uso da 
medicação na escola (CORREIA FILHO, PASTURA, 2003; HEGER, et al. 2006; 
ROTTA, 2006). 
A eficácia do uso destes psicoestimulantes no tratamento do TDAH tem sido 
sustentada por dados que indicam melhora no desempenho em teste de tempo de reação 
e de atenção concentrada (KLORMAN, 1991). 
A medicação tem sido utilizada nos períodos escolares, sendo comumente 
suspensa aos finais de semana e férias. A interrupção visa amenizar os efeitos colaterais 
de longo prazo e, em curto prazo, os efeitos secundários. Entre os efeitos de curto prazo 
mais freqüentes, observa-se a redução de apetite, anorexia, insônia, ansiedade, 
irritabilidade, labilidade emocional, cefaléia e dores abdominais. Com menor freqüência 
verificam-se alterações de humor, tiques, pesadelos e isolamento social (BARKLEY, 
MCMURRAY, EDELBROCK; RBBINS, 1990). 
O tratamento psicoterápico tem se mostrado útil ao trabalhar com todo o 
contexto social da criança diagnosticada (pais e professores). Toda e qualquer 
intervenção psicológica é realizada no campo das relações do organismo com o 
ambiente. O terapeuta fornecerá informações sobre o TDAH, promovendo alterações 
ambientais que favoreçam o desenvolvimento da criança. A interação terapeuta-pais 
voltada para as práticas educativas é um dos alvos com os resultados mais positivos, 
auxiliando na alteração de práticas educativas aversivas (BENCZIK, 2002). A educação 
18 
 
sobre o transtorno para as crianças, pais e professores constitui uma parte fundamental 
das terapias comportamental e ou cognitivas. 
A análise do comportamento, além de promover uma intervenção 
psicoeducativa, contribui de forma significativa, para o estudo desta síndrome ao 
demonstrar que manipulações nas variáveis ambientais podem promover alterações nos 
padrões comportamentais de impulsividade, hiperatividade, hiperatividade e desatenção 
(BERNARDO, 2004). A identificação destas variáveis contribui para desfazer rótulos 
prévios que frequentemente acompanham as crianças e que não favorecem um 
engajamento em novas contingências e o desenvolvimento de novos padrões 
comportamentais. Baseado na análise funcional e histórica dos comportamentos 
apresentados pela criança com TDAH, diversas técnicas têm se mostrado úteis. 
A terapia cognitiva apóia-se na compreensão de que o TDAH é função de um 
quadro de deficiência de estratégias cognitivas. Para tal, prioriza-se o seu 
desenvolvimento por meio de intervenções como: auto-instrução, registro de 
pensamentos disfuncionais, solução de problemas, auto-monitoramento, auto-avaliação 
e planejamento e cronogramas. 
Considerando a complexidade das diversas variáveis determinantes do TDAH, o 
atendimento de crianças com este diagnóstico tem sido feito preferencialmente por 
equipes multidisciplinar, sendo importante ressaltar que as concepções de 
desenvolvimento influenciam a avaliação e a intervenção (BIJOU; BAER, 1978). 
Na análise do comportamento, o conjunto de todas as interações do organismo e 
seu ambiente irá compor a história de desenvolvimento, sendo essa ideográfica. 
Contudo, este conjunto de mudanças nas interações organismo-ambiente promove 
relações funcionais que podem ser favoráveis ou de risco, para o organismo e seu 
ambiente. 
Crianças com diagnóstico TDAH apresentam uma história com múltiplas 
interações bidirecionais entre o organismo e ambiente físico e social o qual reforçou 
(produziu) e mantém um padrão comportamental de desatenção, impulsividade e/ou 
hiperatividade. 
Nas trocas interdisciplinares entre a psicologia e a medicina, ressalta-se que o 
diagnóstico psiquiátrico no contexto contemporâneo é caracterizado por um 
“diagnóstico continuado”, a partir de várias sessões de observação e de trocas 
interdisciplinares entre a psiquiatria e a psicologia, no decorrer do processo de 
19 
 
desenvolvimento de crianças (CIASCA, 1994). Há riscos em posições extremas do 
continuum de diagnóstico – do nunca diagnosticar ao sempre diagnosticar. O equilíbrio 
neste continuum dependerá de trocas efetivas entre profissionais de saúde, educação, 
além da família visando a promoção da satisfação do repertório comportamental das 
crianças, para além de uma visão linear de eliminação de comportamentos 
inapropriados. 
 
2.1 Descrição dos Sintomas 
 
 Segundo Conners (2009) ossintomas mais característicos que as crianças 
apresentam são: 
 Comportamento destrutivo com brinquedos e objetos de casa; 
 Excitável; hiperativo; irrequieto; barulhento; agressivo; teimoso; 
 Explosão de raiva, demonstra agressividade; 
 Tendência a acidentes, impulsivo; 
 Curiosidade insaciável; 
 Exigência na atenção dos pais; 
 Dificuldade para completar tarefas de desenvolvimento 
 Sono diminuído ou agitado; Retardo no desenvolvimento motor ou de 
linguagem; 
 Dificuldades familiares e de relacionamento com colegas; 
 Distrai-se facilmente enquanto realiza tarefas; 
 Pouco organizado; 
 Constantemente entediado; 
 Interrompe; não espera a sua vez; 
 
A maioria das crianças não demonstram os sinais e sintomas do Transtorno 
Déficit de Atenção/Hiperatividade em todas as situações escolares ou em outras 
atividades no seu cotidiano. 
Devem aparecer pelo menos 6 (seis) sintomas e por 6 (seis) meses para que seja 
feito o diagnóstico de Transtorno Déficit de Atenção/Hiperatividade (TDAH). 
 
20 
 
3 Medicina Chinesa - Acupuntura 
 
 A Medicina Chinesa existe a mais de cinco mil anos e mesmo tendo surgido há 
tanto tempo, continua evoluindo. Ela visa a prevenção, tratamento e a cura de doenças 
utilizando-se de várias técnicas como fitoterapia, dietoterapia, práticas corporais como 
Tai Chi Chuan e o Qi gong, Acupuntura e moxabustão (Wen,2006). 
 A Medicina Chinesa é fundamentada no conceito Taoista de integridade e 
unidade do todo, sendo “a unidade do organismo humano em si e a unidade maior do 
ser humano com a natureza”, (TYMOWSKI,1986 apud SILVA2007). 
 Campiglia (2004), afirma que o Tao é uma filosofia de vida,é absoluto, porém, 
quando dividido dá origem aos dois principios opostos e complementares, que os 
chineses chamam Yin e Yang, duas forças primordiais da natureza. 
 Segundo autores, a Acupuntura é um dos ramos da Medicina Chinesa, e é também 
um sistema complexo de tratamento médico que visa prevenir e tratar doenças através 
do equilíbrio de energias circulares do corpo pelo princípio de que o homem deve estar 
em harmonia com essas forças primordiais da natureza, o Yin e o Yang. (CAMPIGLIA, 
2004; VECTORE, 2005 e SILVA, 2007 apud SILVA, 2010) 
Acupuntura é um método terapêutico milenar e parte integrante da Medicina 
Chinesa (MC), nasceu ao norte do mar da China no fértil vale do Rio Amarelo e 
estendeu-se progressivamente a todo o Império Chinês, espalhando-se pelo Continente 
Asiático expandindo, principalmente na Coréia e no Japão, no século XVII ampliou-se 
até os confins da Eurásia e da África para finalmente avançar para o mundo ocidental 
(TYMOWSKI, 1986). 
Esse método tem como prática, a inserção e manipulação de agulhas metálicas 
em mais de 360 pontos precisos do corpo humano. É utilizada, na maioria dos hospitais 
chineses e por alguns profissionais da saúde no oriente e ocidente, para aliviar a dor, e 
cura em diversas enfermidades. Atualmente, a prática existe no mundo inteiro e é 
crescente sua procura, em virtude, principalmente, da simplicidade da técnica, da sua 
eficácia, rapidez e busca do equilíbrio bio-psíquico dos pacientes. 
No Brasil, a técnica começou a ser praticada em 1810, pelos imigrantes chineses, 
e, mais tarde, em 1908, pelos japoneses. No início da década de cinqüenta, a 
Acupuntura foi introduzida no país por Frederico Spaeth, que foi um dos fundadores do 
21 
 
Instituto Brasileiro de Acupuntura – IBRA, atualmente denominado Associação 
Brasileira de Acupuntura – ABA. 
 
Blofeld (1979) nos explica que, para a cultura oriental, o Tao, como também é 
conhecido, é a manifestação que originou todas as coisas, uma força que está presente 
em tudo e em todos, a ordem, a totalidade, é o que rege as leis do universo. 
O Taoísmo, segundo Blofeld (1979), descreve um ciclo de produção (Sheng) e 
um de controle (ko), agindo sobre os elementos. Acredita-se que tudo o que pensamos 
ou conhecemos como realidade é um símbolo e um reflexo dos céus, de tal forma que, 
entendendo o relacionamento macrocósmico das coisas, poderemos entender o mesmo 
relacionamento numa escala menor, ou seja, entender primeiro o macro para poder 
compreender o micro, diferentemente do pensamento ocidental. 
No oriente existe a lenda do trigrama conhecido como Pa Kua, que simboliza o 
sistema universal. Acredita-se que tal símbolo foi entregue por um dragão ao velho 
sábio chamado Fo-Hi às margens do Rio Amarelo, na China. Fo-Hi costumava 
caminhar ao redor deste rio refletindo sobre o sentido das coisas, da vida, das pessoas. 
Ele teria sido o primeiro grande mestre, a ele atribuiu-se a elaboração dos conceitos 
chineses acerca do universo. 
Fo-Hi observou o Céu e a Terra e suas particularidades e nessa observação do 
universo levou Fo-Hi, em primeiro lugar, a concluir a existência de uma força: a energia 
(Qi), que rege os movimentos dos astros e os ciclos das manifestações da vida terrestre; 
depois, a formular as bases de dois grandes princípios, que se mantiveram até hoje 
como dogma fundamental do pensamento chinês: o princípio binário e o princípio 
quinário. 
Através de informações obtida em aula, o Pa Kua é um sistema abstrato, no qual 
o crescimento e o decréscimo do Yin e do Yang são transcritos por traços contínuos 
(Yang) e descontínuos (Yin). As linhas de traços correspondem ao Céu na área superior, 
a Terra na área inferior, e no meio correspondem ao Homem. Os chineses acreditam no 
princípio do Yin-Yang, o qual permite um raciocínio duplo sobre todas as categorias de 
fenômenos observadas. Outro sistema de classificação por meio do Yin-Yang é o que 
mais tarde foi chamado de as cinco fases, ou os Cinco Elementos. Os chineses 
classificaram todos os fenômenos observáveis reagrupando as manifestações, os 
22 
 
fenômenos e os movimentos, em conjuntos coerentes. Os nomes dados a esses 
elementos foram: Madeira, Fogo, Terra, Metal e Água. 
Então, pode-se concluir que a Medicina Chinesa rege três grandes princípios: 
 O homem deve ser estudado como indivíduo único e completo; 
 O homem responde ao Céu e a Terra (noções de Yin-Yang) e seu reflexo;. 
 A vida do homem é regida pela regra dos Cinco Elementos. 
A Medicina Chinesa, assim como para a Acupuntura é a busca da integração e o 
equilíbrio entre o homem e as forças primordiais da natureza Yin e Yang, 
através do equilíbrio das energias circulantes Qi Xue promovem uma boa saúde, 
mas os desequilíbrios dessas energias vitais chamadas desarmonias, geram as 
síndromes ou conjunto de fatores patológicos que podem ser de origem interna 
ou externa ao organismo.( CINTRA F., 2010 apud ARREBOLA, 2012). 
Na Medicina Chinesa (MC) entende o homem como um ser único e integro, 
onde a parte psíquica (mente) é Yang e a parte física (corpo) é Yin, portanto essas duas 
partes constituem um mesmo ser, portanto indivisíveis essas duas partes integrantes do 
homem. Essa dualidade possui uma ação mútua constante essencial para que se 
mantenha a vida com saúde e em equilíbrio. A saúde do homem depende basicamente 
da harmonia desses dois elementos (Yang) sutil, psíquico e o (Yin) denso, físico. 
Para a (MC) a doença ocorre por três vias, ou seja, por ação externa (Vento, 
Chuva, Frio, Umidade, ou Calor), por ação interna (alimentação, sexualidade, 
afetividade, emoções) ou ainda por ação nem interna nem externa (armas brancas, 
acidentes). Não se prioriza as nomenclaturas de doenças, mas se dedica a 
individualidade de cada ser, tratando pessoas doentes, não as doenças especificamente. 
Para entendermos como funciona as energias é preciso conhecermos a filosofia Taoísta, 
na qual está pautada a (MC). 
 Os fundamentosda Medicina Chinesa dependem da compreensão da filosofia 
taoísta, do conceito de energia e do estudo das relações entre o homem- o céu – e a 
terra. 
Tao é tudo o que existe e ao mesmo tempo nada. É o princípio da unidade. A 
palavra Tao poderá ser traduzida de diversas de formas. Literalmente, significa: falar, 
dizer ou conduzir. Poderia ser traduzido como “orientação da mente” ou “o caminho 
para a mente espiritual”, segundo Cirilo (2009). 
23 
 
O Taoísmo se utiliza do conhecimento das ciências, cosmologia, tchi kun, 
meditação, poesia, filosofia para que o indivíduo através do auto-conhecimento se torne 
uno com o universo. Foi um modo de vida quase desaparecido no mundo, foi criticado 
como superstição pitoresca e sem valor, tornou-se incerto depois do domínio comunista, 
e hoje raras pessoas mantém-se nesse caminho. Cirilo (2009) nos informa que o 
Taoísmo sofreu influências do conhecimento do “Livro das Mutações” – I Ching. 
 Cirilo (2009) cita alguns elementos do Taoísmo que embasam a teoria da 
acupuntura – alguns destes elementos serão melhores abordados em capítulos futuros. O 
autor cita por exemplo, o Yin e o Yang, que segundo ele, é a conceituação e o estudo da 
dualidade energética. É citado também as Mudanças Cíclicas (transformações), as Cinco 
Atividades ou Elementos, os Três Tesouros que assim são definidos pelo autor as 
substâncias ou energias de imensa importância no taoísmo: Jing (essência), Chi ou Qi 
(energia) e Shen (espírito). Fala ainda sobre outro elemento, o Wu Wei, ou melhor, a não 
ação, explicando o não agir em determinadas circunstâncias, deixando a natureza fazê-
la. A Serenidade é outro elemento importante, pois é o estado mais importante, como já 
vimos, para ser um Taoísta. A medida que o conceito sobre o taoísmo está mais claro, 
podemos avançar e relatar sobre a energia. 
Rocha (2005) diz que a Energia pode ser chamada de (Qi) ou (Chi) e pode ser 
traduzida superficialmente como energia vital. Trata-se da energia que permeia e anima 
todo o ser, em seu aspecto físico, mental e espiritual, é a energia propulsora de todo o 
movimento ou fenômeno do Universo. Compreende-se desta maneira, que é a energia 
responsável pelo nascimento de uma estrela, pela trajetória de um cometa, pelos 
batimentos de nosso coração e por todas as funções de nosso organismo, até o bater das 
asas de uma borboleta. 
Os antigos chineses observaram durante séculos, o movimento contínuo e 
harmonioso da natureza. A alternância dos ciclos, como noite e dia, as quatro estações, 
os estágios da vida: nascimento, maturidade e morte. Todos foram pacientes e 
meticulosamente estudados pelos sábios orientais. Também era seu relacionamento que 
os seres humanos, como parte da natureza, estão sujeitos ao mesmo movimento. Todo 
fenômeno do Universo e tudo o que se move necessita de energia e a energia passou a 
ser chamada de Qi. 
Segundo o autor citado acima, um dos primeiros passos a ser seguido pelo 
Acupunturista é a avaliação do estado do (Qi) energia no organismo do paciente, 
24 
 
mediante inspeção do corpo, que segue com exame da língua e a palpação dos pulsos. E 
a análise dessa energia é feita pela concepção chinesa de que a saúde é o resultado livre 
e abundante de Qi, sempre norteou os orientais na busca dos métodos terapêuticos que 
promovam ou estimulem o fluxo de energia. Acupuntura, fitoterapia, alimentação, 
massagem, artes marciais e exercícios respiratórios, constituem alguns recursos 
terapêuticos desenvolvidos para este fim. 
Para uma melhor compreensão do conceito de Qi, faz-se também importante 
levar-se em consideração que a energia que circula em nossos organismos é proveniente 
basicamente de duas fontes: Qi Pré-Natal ou Energia Ancestral e Qi Pós-Natal ou 
simplesmente Energia Qi. 
Segundo os antigos chineses, a Energia Ancestral é concedida no momento da 
concepção, pois ocorre não só a transferência dos traços energéticos dos pais para o 
futuro bebê. Então, essa energia herdada dos pais é chamada de Energia Ancestral, cuja 
função consiste em assistir o desenvolvimento do feto, durante a gestação, e nos 
primeiros anos de vida da criança. A Energia Ancestral fica armazenada nos Rins, como 
“essência”, que nutre todas as estruturas do organismo: ossos, dentes, medula espinhal e 
cerebral. 
Rocha (2005) explica que tradicionalmente, os chineses sempre valorizaram a 
saúde dos pais que se propõe a gerar uma nova vida, pois esse aspecto será levado em 
conta com grande importância para determinar a saúde criança e a forma que a mesma 
vai lidar com os seus desequilíbrios energéticos durante sua vida .Inclusive os orientais 
chegam a recomendar maneiras de se preparar para o ato sexual com o objetivo de gerar 
um novo ser. E acreditam que é de suma importância que os pais estejam em boas 
condições de saúde, não estejam esgotados após um longo dia de trabalho e, 
principalmente, não se encontrem sob efeito de álcool ou de drogas, pois diz o autor 
supracitado que “estar embriagado pode acarretar sérios danos à energia transferida a 
criança” (ROCHA,2005, p.23). 
Rocha (2005), diz: dada a possibilidade de algo sair errado, seria uma pena se só 
pudéssemos contar com o Qi que herdamos de nossos pais, porém há uma outra fonte: o 
Qi Pós- Natal. 
A energia Qi Pós- Natal, como o próprio nome sugere, é aquela que se adquire 
após o nascimento, pelo alimento que ingerimos e pelo ar que respiramos. Assim, não 
25 
 
há muito o quê fazer pela energia que herdamos de nossos pais, pelo menos é possível 
exercer algum controle sobre a qualidade do Qi. 
Quanto aos alimentos, os chineses sempre dedicaram atenção especial à 
qualidade daquilo que ingerimos, pois o alimento é considerado como a primeira 
medicina. E uma boa dieta bem equilibrada deveria ser o suficiente para manter nossa 
saúde e curar nossos desequilíbrios. 
A tradição chinesa diz que cada sabor encontra-se relacionado a um determinado 
grupo de órgãos, como já vimos anteriormente. O ideal é que, em uma refeição, 
tenhamos um pouco de cada um dos cinco sabores para que todos os órgãos principais 
sejam devidamente tonificados. Por outro lado, faz-se importante esclarecer que tudo o 
que é consumido em excesso torna-se prejudicial, por exemplo: se o Qi (energia) do 
Fígado(Gan) estiver em Excesso (hiperfunção), ingerir alimentos ácidos pode gerar 
mais desarmonia. Os chineses ensinam que nossas linhas mestras devem ser sempre a 
moderação e o bom-senso, quer sejam aplicadas à nossa alimentação ou a qualquer 
outra área de nossa vida. 
Rocha (2005) relata que para os chineses, o alimento é visto como fonte de 
energia e uma alimentação deficiente ou desequilibrada pode gerar problemas de saúde. 
A rigidez, seja ela física ou mental, constitui em si um desequilíbrio, então o uso de uma 
dieta rígida não é bem vista pela Medicina Chinesa. 
O equilíbrio entre o Yin e o Yang é caracterizado por “estado de saúde”. Velhos 
ditados chineses já diziam “O Yin e o Yang estão em harmonia, a saúde está preservada” 
(AUTEROCHE, 1992, p. 109). 
Segundo Auteroche (1992), um desequilíbrio do Yin e do Yang acarretará o 
aparecimento de uma doença, porém este aparecimento está igualmente ligado à 
existência de dois processos: 
 Perda da resistência corporal por diminuição de uma energia vital ou Zheng Qi, 
também chamada de Qi Correto ou Qi reto; 
 A influência de um agente patogênico sobre o organismo. Denominado de Xie 
Qi, ou Energia Perversa ou, ainda, Energia Nociva. 
O autor citado acima, explica que aparecimento e o desenvolvimento da doença 
será o reflexo da luta entre “O Correto” (O Reto) e o “Perverso” (O Nocivo). 
26 
 
A Medicina Chinesa dá muita importância à presença do Correto que determina 
o estado de saúde, pois quando o Correto está no interior, o Perverso não pode atingi-lo. 
Su Wen (Cap.33) apud Auteroche diz: “O Perverso aflui lá onde há Vazio de Correto”. 
Partindo com abase da filosofia de Fo-Hi, as principais causas para o ataque das 
Energias Perversas são os desequilíbrios energéticos entre o Yin e Yang e “falhas” na 
Energia de Defesa. 
As atividades dos Sistemas “Órgãos-Vísceras” e meridianos estão ligadas as 
funções orgânicas, então as enfermidades são os reflexos condicionados do mau 
funcionamento destes Sistemas. Em uma situação de equilíbrio do organismo, as seis 
energias fazem parte de seu funcionamento normal, porém com o desequilíbrio 
energético ela se torna Excessiva, ou seja, Perversa, podendo gerar sintomas e doenças. 
Uma vida levada de maneira desregrada, com sedentarismo, excesso de 
exercícios físicos, muito trabalho, vida emocional conturbada, condições climáticas 
desfavoráveis, dentre outros fatores que provocam desequilíbrio, pode dar origem a 
patologias, pois tudo isso contribui para uma queda nas Energias de Defesa, abrindo 
caminho para a entrada das Energias Perversas. Caso a Energia Perversa seja mais forte 
do que as Defesas, a entrada dela poderá ocorrer mesmo em pessoas saudáveis, isso será 
inevitável. 
A doença tem grandes relações com o clima da estação ou com o meio ambiente, 
desta maneira, na primavera, há muitas vezes, doenças do Vento; no Verão, muitas 
vezes ocorre doença da Canícula (Shu): Calor do Verão; no verão prolongado ou no 
início do outono ou após uma estadia prolongada em um lugar úmido, há muitas vezes 
doenças da Umidade; no meio do outono, ocorrem muitas vezes, doenças da Secura, e 
no Inverno, muitas vezes, doenças do Frio. 
Também pode-se considerar as emoções como causa de Desequilíbrio de nossas 
energias, segundo a Medicina Chinesa. Todos nós experimentamos um considerável 
leque de emoções ao longo de nossas vidas. 
Para Rocha (2005) as emoções são formas de energia, e diz que nas últimas 
décadas, a ciência moderna adquiriu considerável conhecimento sobre fisiologia, 
patologia e psicologia. 
A concepção dos Desequilíbrios Psicossomáticos, onde fatores emocionais 
seriam responsáveis pelo surgimento de certos distúrbios físicos, o qual justifica o 
grande avanço na compreensão do relacionamento Mente-Corpo-Emoção. 
27 
 
 Para Auteroche (1992), o Excesso de uma emoção fere o Órgão, afeta 
essencialmente sua atividade funcional e acarreta um desregramento da “subida e da 
descida do Qi”, provoca desordem entre o Qi e o Sangue(Xue). O desequilíbrio do Yin e 
do Yang é a base do aparecimento e do desenvolvimento das doenças. As causas das 
doenças podem ser classificadas como externas; internas e nem internas, e nem 
externas, conforme pode-ser ser verificado a seguir. 
As causas consideradas externas podem ser devidas: 
- Enfermidades do Yin; 
- Alterações climáticas, extremos de temperatura; 
- Excesso de Calor-Fogo; 
- Excesso de Frio; 
- Excesso de Umidade; 
- Excesso de Sequidão; 
- Excesso de Verão. 
Já as causas consideradas internas, relacionam-se ao desequilíbrio das atividades 
psíquicas, podendo ser resumidas nos sete (7) sentimentos: 
- Alegria (Coração) (Xin); 
- Raiva (Fígado) (Gan); 
- Preocupação e Pensamentos (Baço Pâncreas) (Pi); 
- Tristeza (Pulmão) (Fei) 
- Medo e Pavor (Rim) (Shen). 
Quando acontece o desequilíbrio das emoções e essas são intensas, prolongadas, 
não expressas ou não reconhecidas, tornam-se patológicas e prejudicam o Órgão 
correspondente, pois ferem o mesmo causando a doença. 
Os distúrbios internos não sofrem algum tipo de “invasão”, mas partem 
discretamente dos Órgãos e Vísceras. 
As alterações causadas pelo desequilíbrio dos 7 (sete) sentimentos podem 
produzir disfunções nos meridianos principais, problemas na circulação da energia e, 
consequentemente, originar uma doença. 
 
 
 
28 
 
3.1 Escola Yin e Yang 
 
Tymowski (1986) nos explica que o Princípio Binário defende que tudo é ritmo 
e alternância no universo, sendo esse regido pela energia Qi, que se manifesta sob duas 
formas de energia alternantes e complementares: a Energia Yin e a Energia Yang. 
Na antiga China, as primeiras observações da filosofia Taoísta concluíram que a 
estrutura do ser humano era a mesma do universo. Dessa maneira, todos os fenômenos 
da natureza foram praticados em dois pólos opostos e complementares: o Yin e o Yang 
(WEN, 2006). 
Maciocia (1996), também aponta que o desenvolvimento de todos os fenômenos 
no universo é resultado de uma interação entre Yin e Yang e que cada fenômeno contém 
em si ambos os aspectos Yin e Yang, pode pertencer ao Yin ou ao Yang e cada um vai 
conter a semente do estágio oposto em si. 
Como exemplo disso, o autor cita a água dos lagos e oceanos que esquenta 
durante o dia e se transforma em vapor (Yang). À noite, quando o ar é mais frio, o vapor 
se condensa novamente (Yin). E o ciclo se repete novamente. 
Na mesma obra, Maciocia salienta que existem quatro aspectos relacionados ao 
Yin e ao Yang, sendo eles: Oposição do Yin ao Yang, Interdependência do Yin e Yang, 
Consumo Mútuo do Yin e Yang e Inter-relacionamento do Yin e Yang. 
Segundo a Medicina Chinesa, o homem responde ao Céu (Yang) e a Terra (Yin), 
ou seja, o homem visto como um todo, inserido no meio ambiente, está sensível a tudo 
que ocorre a sua volta, como o clima, as estações do ano, o Sol, a Lua. 
Tudo que Yin é frio, passividade, obscuridade, fragilidade, lentidão, solidez, 
dureza, feminilidade, enquanto tudo que é Yang é calor, atividade, flexibilidade, fluidez, 
expansão, claridade, rapidez, masculinidade. Essas duas forças alternam 
interpenetrando-se, o que permite dizer que nada é totalmente Yin ou totalmente Yang, 
sempre há um pouco de um no outro. 
O conceito do Yin- Yang é um dos mais importantes na Medicina Chinesa. 
Baseia-se na existência do Tao como força divina que dá origem ao Universo e que 
imprime leis e lógica à energia universal, permitindo que ela se organize, criando os 
planetas e as estrelas, os elementos da natureza e, por fim, a vida. 
Segundo Tymowski (1986) todas as explicações; lei do Yin e Yang, lei dos Cinco 
Elementos, apenas é possível e compreensível se supusermos a existência do Qi 
29 
 
(energia). A energia é o centro da análise na teoria Médica Chinesa, a tradição entende 
que todo o universo que todo o universo é constituído dessa energia (Qi) proveniente da 
constante relação de Yin e Yang. 
Mann (1994) diz que a polaridade é uma das percepções da Acupuntura. A via 
existe como resultado da harmonia entre dois extremos tanto no que se refere à 
qualidade como a quantidade. A saúde é resultado da harmonia entre muito e pouco. 
Para os chineses esses dois extremos são conhecidos como Yin e Yang e tudo o que 
existe está associada e esses princípios fundamentais. 
Segundo Wen (2006) todas as estruturas do organismo se encontram 
originalmente em equilíbrio pela ação das energias Yin e Yang. Pelo principio do Yin e 
Yang pode explicar os fenômenos que ocorrem nos Órgãos e Vísceras através dos 
conceitos de Superficial e Profundo de Excesso e Insuficiência, de Calor e Frio e assim 
se as energias Yin e Yang estiverem em equilíbrio o organismo estará saudável, mas se 
essas energias estiverem em Desequilíbrio ai estará à doença. 
Auteroche (1992) explica, na prática, não é possível separar as leis do Yin e do 
Yang as dos Cinco Elementos que estão em relação recíproca. Pois quando se trata de 
Yin e de Yang geralmente chega-se aos Cinco Elementos e quando se refere ao 
elementos não se pode separá-los do Yin e do Yang. 
O Yang atrai o Yin e vice-versa. Essa complementariedade se encontra por toda 
parte, podendo ser observada nos Ciclos do Dia e da Noite, onde se percebe que a meia 
noite, o Yin está no auge e neste momento nasce o Yang, que aumenta até o meio dia, 
quando está em seu máximo e é o momento em que o Yin começa a nascer. Assim, 
enquanto um cresce o outro vai decrescendo, encontra-se em permanente movimento 
(SILVA, 2009). 
Segundo Tymowsky (1986) As energias cósmicas Yin e Yang não sãoestáveis, 
elas intercalam-se, evoluem e transforma-se, a energia que se encontra no alto é a 
energia do Céu; a que se encontra embaixo é a energia da Terra; a união dessas energias 
cria a energias cósmicas: Vento, Fogo/Calor, Umidade, Secura, Frio. Se essas energias 
do Céu e da Terra estão em concordância no tempo e no espaço a evolução ocorrerá 
perfeitamente e haverá produção. Mas quando essas energias estão excessivas tornam-se 
nocivas e são denominadas de energias perversas. 
Para permanecer saudável deve-se seguir o princípio do Yin/Yang e viver em 
harmonia com a natureza. A pessoa que conhece a maneira de manter a boa saúde é 
30 
 
capaz de conservar sua vitalidade e permanecer numa forma física vigorosa até uma 
idade mais avançada, sempre valorizando a prevenção ao invés da cura das doenças e 
buscando uma vida moderada, sem excessos. 
Para harmonizar o Yin e o Yang do corpo, é fundamental conhecer seu ritmo 
fisiológico, esforçar-se para manter boa saúde, alimentando-se bem, exercitando-se e 
cultivando. 
 
3.1.1 O Diagnóstico Para A Medicina Chinesa 
 
 Para Maciocia (1996) o diagnóstico chinês se baseia no princípio fundamental 
de que os Sinais e Sintomas refletem a condição dos sistemas internos, onde “uma parte 
reflete o todo”,desta maneira,considera-se para um diagnóstico completo as condições 
da pele, compleição, ossos, canais, odores, sons, estado mental, preferências, emoções, 
língua, pulso, hábitos e fluídos corpóreos. 
 A Medicina Chinesa, não procura a causa, mas os Padrões das Desarmonias. São 
vários os modos de identificação dos padrões, mas o mais comumente utilizados são os 
Padrões de Desarmonias do Yin e Yang que fazem parte dos Oito Princípios, padrões de 
acordo com Qi (energia vital) Xue (sangue) e Jin Ye (fluidos corpóreos), padrões de 
acordo com os Zang Fu (sistemas internos), Padrões de Desarmonias de acordo com os 
Fatores Patogênicos (Vento, Calor, Umidade, Secura e Frio). 
 Segundo Tymowski (1986) o diagnóstico mais específico do Yin e Yang, do 
interior e do exterior, do Frio e do Calor, do Vazio e da Plenitude, ajudará a encontrar os 
pontos indicados em cada caso, a chave do sistema que permitirá estabelecer uma 
terapêutica válida. 
O “Yin e o Yang” são continuamente considerados em Medicina Chinesa, 
complementares e relativos, então a relatividade dos dois princípios é a noção essencial. 
Sendo assim, o Yin e Yang englobam os outros princípios que são; superfície, o Calor e 
a Plenitude são classificados no Yang, o interior, o Frio e o Vazio no Yin. O seu 
equilíbrio é a boa saúde, e todo o Desequilíbrio, isto é, o predomínio de um termo 
acarretando a Deficiência do outro, caracteriza a doença (TYMOWSKI, 1986). 
As modificações do Yin e do Yang podem ser de origem geral ou afetar somente 
um sistema orgânico ou funcional. 
31 
 
O aspecto do doente é particularmente claro: aquele que apresenta uma tez 
colorida, que é agitado, loquaz, extrovertido, que sente calor e busca um ambiente 
fresco, que tem tendência para a insônia, para as contrações, para os espasmos, é um 
doente Yang; o seu oposto, que é pálido, que se fadiga com facilidade, é arqueado, 
friorento, detesta a companhia e o ruído, fala pouco, é propenso à apatia e à sonolência, 
que “em sua cama se volta para o lado da parede”, é um doente Yin (TYMOWSKI, 
1986). 
As modificações específicas traduzem-se por um Desequilíbrio qualitativo de 
um ou vários órgãos em estado de Excesso ou de Deficiência. Os Sintomas de 
Hiperatividade ou espasticidade do sistema afetado: digestivo, respiratório, nervoso, 
cardiovascular, genital ou urinário, evocam seu estado Yang e, pelo contrário, os 
sintomas de hipofuncionamento ou atonia traduzem seu estado Yin (TYMOWSKI, 
1986). 
A Distinção entre Interior e Exterior informa, não somente sobre a localização 
da doença, mas também sobre seu tratamento e sua evolução; tudo o que é exterior é de 
bom prognóstico; tudo o que evolui para a profundidade agrava-se. 
O Frio e o Calor, ligados também à grande lei fundamental, consistem seja no 
temor do Frio ou do Calor, seja na sensação de Frio ou de Calor no corpo. Rubor, calor, 
são Yang; Palidez, Frio, são Yin. 
O Vazio e a Plenitude são dois princípios fundamentais para o diagnóstico e o 
tratamento. Os doentes que apresentam um Excesso de energia, uma evolução aguda, 
um estado de retenção ou de Estagnação, uma alergia, um estado convulsivo, são 
considerados como estando em Plenitude. Os doentes crônicos com enfraquecimento da 
energia, com corrupção e atrofia, impotência e paralisia são considerados em estado de 
Vazio. 
Estes dois princípios recorrem às noções de energia essencial do homem e de 
energia patológica proveniente do exterior. Com efeito, se a energia patológica está em 
Plenitude, esta só poderá “entrar” se a Energia Essencial do corpo estiver Insuficiente 
(em Vazio). Na fisiopatologia energética chinesa, a doença produz-se por diminuição da 
Energia de Defesa, ou por um aumento considerável e insuportável da energia 
patológica agressora (TYMOWSKI, 1986). 
O diagnóstico relacionado aos Oito Princípios se baseia em Frio e Calor, 
Excesso e Deficiência, Interior e Exterior, Yin e Yang. Na teoria do Yin e do Yang, o 
32 
 
diagnóstico e tratamento das patologias, alterações energéticas de cada parte do corpo 
humano apresenta um caráter Yin ou Yang (MACIOCIA, 1996). 
Na estrutura corpórea, o Yin corresponde à estrutura, parte inferior, interior 
(Órgãos), superficial e frente do corpo (tórax e abdômem), abaixo da cintura, superfície 
ântero-medial dos membros, Órgãos Yin, Sangue (Xue), fluídos corpóreos (Jin-Ye) e Qi 
nutritivo (Ying Qi). O Yang corresponde à função, parte superior, exterior (músculos), 
superficial e costas do corpo, cabeça, acima da cintura, superfície póstero-lateral dos 
membros, Órgãos Yang, função dos órgãos Qi e Qi defensivo (Wei Qi). 
Ainda segundo a estrutura corpórea, no corpo humano, os cinco órgãos Xin 
(Coração), Fei (Pulmão), Shen (Rim), Gan (Fígado) e Pi (Baço) pertencem ao Yin. Já as 
suas respectivas vísceras Xiaoxang (Intestino Delgado), Dachang (Intestino Grosso), 
Pangguang (Bexiga), Dan (Vesícula Biliar) e Wei (Estômago) e útero, são de natureza 
Yang (Wen, 2006). 
Na visão de Wen(2006), o Yin corresponde ao Sol, Dia, Céu, Homem, Verão, 
Calor, Sul, Norte. No corpo humano se apresenta na superfície (externa), região dorsal, 
porção supra e as características das doenças se apresentam como agitada, forte, quente, 
seca, hiperfuncionante, aguda, diafragmática. O Yang corresponde à Lua, Noite, Terra, 
Mulher, Inverno, Frio, Leste, Oeste. No corpo humano se apresenta em região profunda 
(interna), região central, porção infradiafragmática, Cinco Órgãos, sistema sanguíneo e 
as características das doenças se apresentam como calma, fraca, fria, úmida, 
hipofuncionante crônica. 
A identificação dos padrões de acordo com o Qi, Xue e Ye é baseado nas 
mudanças patológicas dessas substâncias e acontecem quando eles Deficientes ou 
Estagnados. A identificação dos Padrões de acordo com os Sistemas Internos são 
baseados nos sintomas e sinais que se originam quando o Qi e o Xue desses Sistemas 
em Desequilíbrio, eles são uma aplicação do método dos Oito Princípios de 
Identificação dos Padrões a uma Desarmonia específica de um Sistema 
Interna.(MACIOCIA, 1996). 
Também para a Taoísta, os fenômenos e os acontecimentos dependem de 
movimentos contínuos e da dominância entre os Cinco Movimentos, que também são a 
base da concepção do universo, para eles, o ser humano é composto por esses Cinco 
Elementos denominados de Madeira, Fogo, Terra, Metal e Água. 
 
33 
 
3.2 Escola dos Cinco Movimentos 
 
 Maciocia (2007). A teoria dos Cinco elementos originou-se aproximadamenteao 
mesmo tempo em que a teoria do Yin-Yang. Pode-se dizer que as teorias do Yin-Yang, 
dos Cinco Elementos e sua aplicação na medicina marcam o início do que podemos 
chamar de medicina “científica” e o início da partida do xamanismo. Os curadores não 
mais procuravam uma causa sobrenatural para as patologias: eles observaram a natureza 
e, com uma combinação dos métodos indutivos e dedutivos, começaram a achar os 
padrões dentro dela e, por extensão, os aplicaram na interpretação das doenças. 
 Neves (1994) relata como se harmonizam as diversas funções da natureza. 
Sendo o ser humano um elemento integrante do todo, a partir do seu conhecimento, 
poderá ajustar-se a esses movimentos para prolongar a vida e conservar a saúde. Pela 
auto-observação o homem é capaz de tomar consciência de si mesmo, e compreender 
sua natureza, a funções de seus Órgãos e Sistemas, mas quando conhece a relação entre 
o micro e o macrocosmo pode tornar-se senhor de grande sabedoria e usar seu 
conhecimento em beneficio próprio e de seus semelhantes. 
 Segundo, Cheng Nong (2.838 a.C.) que foi o fundador da Escola dos Cinco 
Elementos, suas conclusões chegaram por meio de observações feitas sobre a natureza e 
pela percepção de correspondências entre ela e os Cinco Elementos: 
 Cinco Pontos de Referências: Norte, Sul, Leste, Oeste e Centro; 
 Cinco Cores Básicas na Natureza; 
 Cinco Sons Básicos; 
 Cinco Sentidos; 
 Cinco Órgãos; 
 Cinco Vísceras. 
 
 A Tabela abaixo simplifica a relação dos elementos da natureza com os Cinco 
Elementos (Tabela 1). 
 
Tabela 1: Classificação dos Cinco Elementos conforme observação da natureza 
 
34 
 
Cinco 
elemento
s 
Direção Estação 
Fator 
clima 
Cor Gosto 
Madeira Leste Primavera Vento Verde Azedo 
Fogo Sul Verão Calor Vermelho Amargo 
Terra Centro Início e fim 
de verão 
Úmido Amarelo Doce 
Metal Oeste Outono Seco Branco Apimentado 
Água Norte Inverno Frio Preto Salgado 
 
Fonte: Wen, Acupuntura Clássica Chinesa, 1995, p.22. 
 
Cordeiro (2001) nos informa sobre as representações dos Cinco Elementos, 
como segue abaixo; 
Elemento Água: representa os fenômenos naturais e se caracterizam por 
retração, profundidade, frio, declínio, queda e eliminação. É o ponto de partida e de 
chegada da transmutação dos Cinco Elementos. O Órgão e a Víscera que representam o 
elemento Água são, respectivamente, Rim(Shen) e Bexiga(Pangguang). A estação do 
ano é o inverno, a cor é preta e o sabor salgado. 
Elemento Madeira: representa os fenômenos naturais que se caracterizam por 
crescimento, nascimento, movimento, florescimento e síntese. O Órgão e a Víscera que 
representam o elemento Madeira são, respectivamente, Fígado(Gan) e Vesícula 
Biliar(Dan). A estação do ano é a Primavera, a cor é Verde e o sabor ácido/azedo. 
Elemento Fogo: representa os fenômenos naturais que se caracterizam por 
ascensão, desenvolvimento, expansão e atividade. O Órgão e a Víscera que representam 
o elemento Fogo são, respectivamente, Coração(Xin) e Intestino Delgado(Xiaochang) 
 e Triplo Aquecedor(Sanjiao); este tem a função de integrar a energia do ar e dos 
alimentos com a nossa energia ancestral, tornando-as operacionais. A estação do ano é o 
verão, a cor é vermelha e o sabor amargo. 
Elemento Terra: representa os fenômenos naturais que se caracterizam por 
transformações e mudanças. O Órgão e a Víscera que representam o elemento terra são, 
respectivamente, Baço(Pi) e Estômago(Wei). Representa a quinta estação, a cor é 
amarela e o sabor doce. 
35 
 
Elemento Metal; representa os fenômenos naturais que se caracterizam por 
processo de purificação, de seleção, de análise, e de limpeza. O Órgão e a Víscera que 
representam o elemento Metal são respectivamente, Pulmão(Fei) e Intestino 
Grosso(Dachang). A estação do ano é o Outono, a cor é Branca e o sabor é picante. 
Através da boca introduzimos alimentos (Yin) no Estômago(Wei). Depois de 
processados eles são transformados (terra em Sangue(Xue) pelo Baço(Pi)). Depois, o 
Sangue(Xue) é encaminhado para o Pulmão(Fei), onde será oxigenado (Yang). Do 
Pulmão(Fei) o Sangue(Xue) segue para o Rim(Shen), onde é filtrado e aquecido pela 
energia ancestral. Do Rim(Shen) o Sangue(Xue) é encaminhado para o Fígado(Gan), 
onde será armazenado e controlado. O Fígado(Gan) é quem controla a corrente 
sanguínea (SILVA, 2009). 
Finalmente, o Coração(Xin) representa a bomba que impulsiona o sangue 
energizado para todo o organismo. 
Segundo Cordeiro (2001), os Cinco Elementos no Pentagrama relacionam-se 
entre si, no seu dinamismo obedecendo, em condições de normalidade, a dois princípios 
básicos que são os Ciclos de Geração e de Dominância. 
 Ciclo Gerador: também conhecido como Ciclo Sheng (Relação mãe e filho). O 
elemento Água gera o elemento Madeira (nutrição), este gera o elemento Fogo 
(combustão), que por sua vez gera o elemento Terra (resíduos), este gera o 
elemento Metal (minérios) que gera o elemento Água (brota das pedras). 
 Ciclo Dominância (Inibição): também conhecido como Ciclo Ko (relação esposo 
e esposa). Esse ciclo de dominância tem a finalidade de controlar o crescimento 
desenfreado que ocorreria se houvesse somente o princípio de geração. O 
elemento Madeira domina a Terra (penetração), a Terra domina a Água 
(absorção) esta por sua vez domina o Fogo (extinção), que domina o Metal 
(fundição) e este domina a Madeira (corte) 
 Ciclo Contra-Dominância (Contra-Inibição): esse ciclo segue um movimento 
anti-natural, contrário ao Ciclo de Dominância. A Contra-Dominância é uma 
situação que ocorre quando um elemento, ao se tornar Excessivo, volta-se contra 
aquele que normalmente o domina; neste caso, a “esposa” volta-se contra o 
“esposo”. 
A figura abaixo (Figura 1) exemplifica os Cinco Elementos no Pentagrama, com 
seus ciclos (geração, dominância e Contra-Dominância). 
36 
 
 
 
Figura 1: Cinco Movimentos e Ciclo de Geração e Inibição 
Fonte: Wen, Acupuntura Clássica Chinesa, 1985 
 
Yamamura (2006) diz que a concepção dos Cinco Elementos fundamenta-se na 
evolução dos fenômenos naturais e nos vários aspectos mutantes gerando ou dominando 
uns aos outros. Os fenômenos naturais têm características próprias e a partir delas, 
podem gerar outros fenômenos e assim sofrer influência normal ou anormal. Essas 
características próprias podem ser agrupadas em cinco categorias diferentes, que se 
encontra em movimento de geração e inibição entre si. 
Para Wen (2006) a Medicina Chinesa sempre busca o equilíbrio entre as 
energias complementares no organismo, e assim como na natureza o organismo possui 
um ciclo Sheng de geração (nascimento) e um ciclo Ko de inibição (morte) representada 
pelo Pentagrama. A idéia de geração envolve o processo de criar, crescer produzir, 
nutrir, seguindo esse raciocínio a Madeira (mãe) gera o Fogo (filho), o Fogo (mãe) gera 
a Terra (filho), a Terra (mãe) gera o Metal (filho), o metal (mãe) gera a Água (filho), e a 
Água (mãe) gera a Madeira (filho), e assim todos os Cinco Elementos são Mães de seu 
posterior e Filhos de seu antecessor. A esse tipo de relacionamento a tradição denomina 
37 
 
relação Mãe-Filho. Opostamente o ciclo de inibição traz subentendida a idéia de 
combate, cessação e controle e assim a ordem dessa relação ocorre da seguinte forma, 
Madeira consome a Terra, a Terra seca a Água, a Água apaga o Fogo, o Fogo derrete o 
Metal, o Metal corta a Madeira. A esse tipo de relacionamento a tradição denomina 
relação Marido-Esposa. 
Wen (2006) explica que tanto no ciclo de Geração (Sheng) ou no ciclo de 
inibição (Ko) quando um órgão ou víscera funciona de maneira excessiva ou 
insuficiente causam a doença, pois desequilibram o pentagrama (organismo humano), 
nos dois ciclos os órgãos e vísceras funcionam interdependentes e inter-restringentes 
determinando assim modificação e equilíbrio constantes desde que estejam funcionando 
dentro de certaharmonia. A adoção da Teoria dos Cinco Elementos e das correlações 
entre as doenças podem servir como orientação segura no tratamento e controle de 
implicações e proliferação de determinadas doenças para outras partes do corpo. O 
processo de tratamento baseado nos Cinco Elementos é mais breve e a cura mais 
acelerada. 
Cordeiro (2001), explica que segundo a Medicina Chinesa, todos aspectos da 
natureza evoluem porque são gerados e controlados pelos princípios de geração e de 
dominância dos Cinco Elementos. 
Todos nós somos um acúmulo de Qi, sujeitos a lei do Yin e Yang e à ação dos 
Cinco Elementos. 
O que faz o homem resistir às doenças é o seu Qi (e seu equilíbrio geral). Por 
isso, relata o autor supracitado, ambos os ciclos devem estar em quase perfeito 
equilíbrio, ou seja, em certo equilíbrio dentro do organismo, caso contrário surgirá a 
doença e a sucederá a morte. 
 
3.2.1 Sistemas 
 
 Maciocia (2008) relata que a teoria dos órgãos internos (Zang-Fu) são 
considerados o centro da fisiologia e da patologia chinesa; os órgãos Yin (Zang) são o 
centro dos órgãos internos. Na realidade, os órgãos Yin ocupam um lugar central na 
fisiologia e na patologia chinesa. Os órgãos Yin são chamados de Zan em chinês, que 
quer dizer “armazenar”, eles tem esse nome porque armazenam as essências preciosas 
do corpo: Sangue, Fluídos e a própria Essência. 
38 
 
Na patologia, por exemplo, uma deficiência de Yin é mais séria e mais difícil 
de tratar que uma Deficiência de Yang. 
Para relatar as funções dos órgãos internos, é sempre dedicado muito mais 
espaço aos órgãos Yin do que aos órgãos Yang. Os órgãos Yang não são menos 
importantes que os órgãos Yin, mas é porque muitas das funções que atribuímos aos 
órgãos Yang na medicina moderna são atribuídas aos Órgãos Yin na Medicina Chinesa. 
Um bom exemplo disso é o Sistema Digestivo. Muitas desordens intestinais caem sob a 
área patológica do Fígado(Gan) e do Baço(Pi) (MACIOCIA, 2008). 
Quando se fala na teoria chinesa dos órgãos internos é preciso se desvincular 
completamente do conceito ocidental sobre tais órgãos. A Medicina Ocidental entende 
todos os órgãos somente sob o aspecto anatômico-material, ao passo que a Medicina 
Chinesa os analisa como órgãos energéticos complexos, incluindo as entidades 
anatômicas e seus aspectos: mental, emocional e espiritual. Então, a base da Medicina 
Chinesa é o Qi, o qual resume diferentes estados de adequação e dispersão. A agregação 
do Qi em matéria densa forma o órgão interno, ao passo que a dispersão do Qi, em 
estados mais sutis, forma seu aspecto mental, emocional e espiritual (MACIOCIA, 
2008). 
Cada Órgão interno não é simplesmente uma entidade anatômica (embora 
também seja), mais um turbilhão energético que se manifesta em estados diferentes de 
agregação em muitas esferas diferentes de vida. Na verdade, cada órgão está 
correlacionado com uma emoção particular, um tecido, um órgão do sentido, uma 
faculdade mental, uma cor, um clima, um sabor, um odor e mais (MACIOCIA, 2008). 
Os Órgãos Internos estão funcionalmente relacionados às várias substâncias 
vitais, emoções, tecidos e órgãos dos sentidos. 
Há uma estreita inter-relação entre os órgãos Yin e Yang: os dois grupos de 
órgãos são diferentes na função, mas suas diferenças são apenas relativas. A relação 
entre os órgãos Yin e Yang é uma relação estrutural-funcional. Os órgãos Yin 
correspondem à estrutura e armazenam as Substâncias Vitais, ao passo que os Órgãos 
Yang correspondem à função (TYMOWSKI, 1986). 
A seguir encontram-se os sistemas e seus respectivos Órgãos e acoplados, que 
correspondem à estrutura e suas funções. Sendo que, cada Sistema será descrito de 
acordo com suas particularidades individuais. 
 
39 
 
 Sistema Yin/Coração (Xin) 
Elemento Fogo; Órgão (Zang) Coração(Xin); Víscera (Fu) Intestino Delgado 
(Xiao); Estação Verão; Cor vermelho; Sabor amargo; Emoção alegria; Manifestação 
externa tez, cor do rosto; Abertura língua; Atitude extroversão; Produz/Gera Fogo; É 
controlado pela água; Clima calor; Som riso. 
O Coração(Xin) é considerado o mais importante de todos os Sistemas 
Internos, sendo muitas vezes descrito como “soberano”. As principais funções do 
Coração(Xin) são: governar o Sangue(Xue), os vasos sanguíneos e abrigar a Mente 
(Shen), manifestar-se na compleição, relacionar-se à alegria, abrir-se na língua, 
controlar a sudorese (MACIOCIA, 2008). 
O Coração(Xin) governa o Sangue(Xue) de duas maneiras: transforma o Qi dos 
alimentos em Sangue(Xue), e é responsável pela circulação do Sangue(Xue). 
O estado do Coração(Xin) e do sangue pode refletir-se na compleição da face: 
 Pálida e opaca: deficiência de Sangue(Xue) do Coração(Xin); 
 Branca luminosa: deficiência do Yang do Coração(Xin); 
 Púrpura ou escurecida: êxtase do Sangue do Coração(Xin); 
 Vermelho: calor no Coração(Xin); 
Abrigar a “mente” tem o significado de espírito, incluindo-se a consciência e a 
atividade do pensamento. Controlar a mente denomina-se também de “dotar a mente de 
tesouro”. Isso significa que o estado do Coração(Xin) “e do Sangue(Xue)” afetará as 
atividades mentais, incluindo o estado emocional (MACIOCIA, 2008). 
O Sangue(Xue) é a raiz da mente. São cinco funções principais do Coração-
Mente. 
 Atividade mental (incluindo as emoções); 
 Consciência; 
 Memória; 
 Pensamento; 
 Sono. 
O Abrir-se na língua, é considerada a “nova ramificação” do Coração(Xin). 
Portanto o Coração(Xin) controla a cor, a forma e a aparência da língua, relacionado, 
em particular, à ponta da língua e controla o paladar. E em relação à fala ela também é 
afetada e as suas anormalidades podem ser a gagueira ou a afasia (dificuldades na fala); 
o Coração(Xin) também influência a risada. (MACIOCIA, 2008). 
40 
 
O Controlar a Sudorese quer dizer que o sangue e os fluídos corpóreos 
apresentam uma origem comum. O suor é um dos fluídos corpóreos que aparece entre a 
pele e os músculos (MACIOCIA, 2008). 
Uma deficiência do Qi do Coração(Xin) ou do Yang do Coração(Xin) pode 
causar, com freqüência, sudorese espontâneo, ao passo que uma deficiência do Yin do 
coração pode causar, na maioria das vezes sudorese noturna (MACIOCIA, 2008). 
Qualquer sudorese contínua e profusa em um paciente com Deficiência do 
Coração deve ser tratada sem demora, pois a perda do suor implica na perda de fluídos 
corpóreos, que por sua vez pode induzir a uma Deficiência de Sangue (MACIOCIA, 
2008). 
 
 Sistema Yin/Fígado (Gan) 
Elemento Madeira; Órgão (Zang) Fígado(Gan); Víscera (Fu) Vesícula 
Biliar(Dan); Estação Primavera; Sabor Azedo ou Ácido; Emoção Raiva; Manifestação 
externa unhas; Abertura olhos; É controlado pelo Metal; Gera Fogo; Atitude ação, 
conquista, decisão, planejamento; Aspecto mental/emocional Roun (alma, inconsciente); 
Fatores de aborrecimento são frustrações, alimentação gordurosa, raiva contida e 
irritação; Clima Vento; Som grito. 
O Fígado(Gan) é considerado o general e é frequentemente comparado a um 
exército geral, porque é responsável pelo planejamento global das funções do corpo, 
assegurando o fluxo homogêneo e a própria direção do Qi. Ao passo que o 
“planejamento” em âmbito físico é o reflexo do fluxo homogêneo do Qi do Fígado(Gan) 
afetando todos os sistemas, em âmbito mental e espiritual, o Fígado(Gan) dá um sentido 
de direção na vida: tal qualidade depende principalmente da alma etérea (MACIOCIA, 
2008). 
Armazenar o Sangue(Xue) é a função do Fígado(Gan), sendo que é um dos 
Sistemas mais importantes por fazer o armazenamento do Sangue(Xue) e ao fazê-lo, 
regula o volume de Sangue(Xue) no organismo inteiro a qualquer tempo (SILVA, 
2010). 
O Fígado(Gan) também regula o volume do Sangue(Xue) no organismo de 
acordo com a atividade física. Quando o organismo está ativo, o Sangue(Xue) flui para 
os músculos e para os tendões, quando o organismo descansa, o Sangue(Xue) flui de 
41 
 
volta para o Fígado(Gan).

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