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PROVA DE LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS E REDAÇÃO PROVA DE CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS ESTA PROVA SOMENTE PODERÁ SER APLICADA A PARTIR DO DIA 20/03/2021, ÀS 13H00*. 1 Este CADERNO DE QUESTÕES contém 90 questões numeradas de 01 a 90 e a Proposta de Redação, dispostas da seguinte maneira: a. as questões de número 01 a 45 são relativas à área de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias; b. Proposta de Redação; c. as questões de número 46 a 90 são relativas à área de Ciências Humanas e suas Tecnologias. 2 Confira se o seu CADERNO DE QUESTÕES contém a quantidade de questões e se essas questões estão na ordem mencionada na instrução anterior. Caso o caderno esteja incompleto, tenha qualquer defeito ou apresente divergência, comunique ao aplicador da sala para que ele tome as providências cabíveis. 3 Escreva e assine seu nome nos espaços próprios do CARTÃO-RESPOSTA com caneta esferográfica de tinta preta. 4 Não dobre, não amasse nem rasure o CARTÃO-RESPOSTA, pois ele não poderá ser substituído. 5 Para cada uma das questões objetivas, são apresentadas 5 opções identificadas com as letras , , , e . Apenas uma responde corretamente à questão. 6 Marque no CARTÃO-RESPOSTA a opção de língua estrangeira. 7 Use o código presente nesta capa para preencher o campo correspondente no CARTÃO-RESPOSTA. 8 Com seu RA (Registro Acadêmico), preencha o campo correspondente ao código do aluno. Se o seu RA não apresentar 7 dígitos, preencha os primeiros espaços e deixe os demais em branco. 9 No CARTÃO-RESPOSTA, preencha todo o espaço destinado à opção escolhida para a resposta. A marcação em mais de uma opção anula a questão, mesmo que uma das respostas esteja correta. 10 O tempo disponível para estas provas é de cinco horas e trinta minutos. 11 Reserve os 30 minutos finais para marcar seu CARTÃO-RESPOSTA. Os rascunhos e as marcações assinaladas no CADERNO DE QUESTÕES não serão considerados na avaliação. 12 Somente serão corrigidas as redações transcritas na FOLHA DE REDAÇÃO. 13 Quando terminar as provas, acene para chamar o aplicador e entregue este CADERNO DE QUESTÕES e o CARTÃO-RESPOSTA / FOLHA DE REDAÇÃO. 14 Você poderá deixar o local de prova somente após decorridas duas horas do início da aplicação e poderá levar seu CADERNO DE QUESTÕES ao deixar em definitivo a sala de provas nos últimos 30 minutos que antecedem o término das provas. 15 Você será excluído do Exame, a qualquer tempo, no caso de: a. prestar, em qualquer documento, declaração falsa ou inexata; b. agir com incorreção ou descortesia para com qualquer participante ou pessoa envolvida no processo de aplicação das provas; c. perturbar, de qualquer modo, a ordem no local de aplicação das provas, incorrendo em comportamento indevido durante a realização do Exame; d. se comunicar, durante as provas, com outro participante verbalmente, por escrito ou por qualquer outra forma; e. portar qualquer tipo de equipamento eletrônico e de comunicação durante a realização do Exame; f. utilizar ou tentar utilizar meio fraudulento, em benefício próprio ou de terceiros, em qualquer etapa do Exame; g. utilizar livros, notas ou impressos durante a realização do Exame; h. se ausentar da sala de provas levando consigo o CADERNO DE QUESTÕES antes do prazo estabelecido e / ou o CARTÃO-RESPOSTA a qualquer tempo. LEIA ATENTAMENTE AS INSTRUÇÕES SEGUINTES *de acordo com o horário de Brasília Simulado Ensino Médio – 2ª série – Prova I EXAME NACIONAL DO ENSINO MÉDIO – VOLUME 1 2021 LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS Questões de 01 a 45 Questões de 01 a 05 (opção inglês) QUESTÃO 01 ‘Big Brother’ Eyes Encourage Honesty, Study Shows A team from Newcastle University found people put nearly three times as much money into an ‘honesty box’ when they were being watched by a pair of eyes on a poster, compared with a poster that featured an image of flowers. An honesty box is a system of payment which relies on people’s honesty to pay a specified price for goods or services – there is no cashier to check whether they are doing so. The researchers say the eye pictures were probably influential because the brain naturally reacts to images of faces and eyes. They also say the findings show how people behave differently when they believe they are being watched because they are worried what others will think of them. Lead author of the study, Dr. Melissa Bateson said: “Our findings suggest that people are less likely to be selfish if they feel they are being watched, which has huge implications for real life. For example, this could be applied to warnings about speed cameras. A sign bearing an image of a camera would have to be actively processed by our brains, as it is an artificial stimulus. Our research and previous studies suggest drivers would react much more quickly and positively to natural stimuli such as eyes and faces.” Disponível em: <https://www.sciencedaily.com/>. Acesso em: 07 jun. 2019. [Fragmento adaptado] O estudo mencionado no texto revelou uma nova aplicação para placas com imagens de olhos. Sugere-se que elas sejam usadas para A. indicar que o local é monitorado por câmeras dispostas em pontos inusitados. B. substituir o monitoramento tradicional feito por câmeras no comércio. C. induzir as pessoas a comprarem mais produtos no sistema honesty box. D. melhorar o comportamento e as atitudes dos motoristas no trânsito. E. reduzir o número de pessoas que saem dos estabelecimentos sem pagar. QUESTÃO 02 I’m perfectly happy to be impressed by New York, but like any other first-time visitor […] I can’t help but arrive with a record of previous convictions gained from a million TV cop shows, Batman comics, magazines, novels, films, plays and songs. As soon as I arrive, I set out to find the Empire State Building. Suddenly there it is in front of me, disappearing miles up into the sky. It is some sight. I buy a ticket and head for the 86th floor in a lift that goes so fast the passengers have no time to get embarrassed with each other’s company. From the top I can see the Chrysler building, the General Electric building and thousands of other buildings I don’t know the names of yet, and far below the streets jammed with little winking toy yellow cabs pointlessly swinging out from one slow lane to the next. Over there is the Hudson, the East river, Central Park to the north, the Statue of Liberty, copper green against the bay, welcoming huddled masses on tiny tour boats. I remember someone in my guidebook saying that New York seems like chaos, but to me from the air, it’s a work of art. CAPEL, A.; SHARP, W. Objective proficiency. Cambridge University Press, 2002. p. 16. O texto anterior registra as impressões de uma pessoa que visita a cidade de Nova Iorque pela primeira vez. O autor mostra-se A. surpreso com o fato de Nova Iorque não ser tão perigosa como mostram os programas de TV. B. incomodado com a enorme quantidade de táxis amarelos que congestionam as ruas. C. deslumbrado com a beleza da cidade quando vista do topo do Empire State Building. D. perplexo com a imponência da Estátua da Liberdade diante dos arranha-céus da cidade. E. desnorteado com o caos causado pelo grande fluxo de turistas nos pontos turísticos da cidade. QUESTÃO 03 How long can humans conceivably live? In most developed countries, life expectancy has grown steadily to an average of 75 years. But scientists are exploring ways to extend lifespan to lengths that seem inconceivable now – perhaps 120 years and beyond. Ideally, future centenarians who avail themselves to life-prolonging advances won’t suffer the familiar frailties of old age. The goal is for them to retain their youthful vitality, rather than add extra years of decline. Several studies show lifespans can be stretched far beyond normal limits. In one example, Cynthia Kenyon, a professor at the University of California in San Francisco, has doubled the lifespansof simple roundworms from two weeks to a month by altering the function of a single gene, known as daf-2. Even near death, these mutated worms look better than normal worms half their age. Their bodies are smooth and plump, and they wriggle along like much younger worms. Disponível em: <https://www.worldhealth.net>. Acesso em: 27 dez. 2018. [Fragmento] De acordo com o texto, os cientistas que procuram ampliar a expectativa de vida dos seres humanos têm como objetivo principal A. manter nos idosos a vitalidade que eles tinham quando mais jovens. B. eliminar, na juventude, doenças debilitantes que afligem os idosos. C. dobrar a expectativa de vida nos países em desenvolvimento. D. provar que a longevidade pode ser estendida até determinado ponto. E. alterar geneticamente o gene daf-2, responsável pelo envelhecimento. EM 2ª SÉRIE – VOL. 1 – 2021 LCT – PROVA I – PÁGINA 3BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO QUESTÃO 04 HOW TO SP T FAKE NEWS CONSIDER THE SOURCE CHECK THE AUTHOR READ BEYOND Click away from the story to investigate the site, its mission and its contact info. Do a quick search on the author. Are they credible? Are they real? ASK THE EXPERTS Ask a librarian, or consult a fact-checking site. CHECK YOUR BIASES Consider if your own beliefs could affect your judgement. IS IT A JOKE? If it is too outlandish, it might be satire. Research the site and author to be sure. CHECK THE DATE Reposting old news stories doesn’t mean they’re relevant to current events. SUPPORTING SOURCES? Click on those links. Determine if the info given actually supports the story. Headlines can be outrageous in an effort to get clicks. What’s the whole story? Disponível em: <https://www.ifla.org/>. Acesso em: 12 ago. 2018. O termo fake news tem sido usado com frequência para chamar atenção para o crescente compartilhamento de informações falsas na mídia. Entre as recomendações do infográfico anterior sobre como identificar fake news, os leitores devem A. descartar material que não tenha sido escrito por autores renomados. B. desconfiar das manchetes que receberam um grande número de cliques. C. confiar em seu posicionamento ideológico como um dos critérios de seleção. D. verificar com especialistas a veracidade das datas indicadas nas matérias. E. questionar se o texto publicado na mídia é uma sátira ou uma piada. QUESTÃO 05 Cuba’s communist ice-cream cathedral Analies Gómez Coyula is deep into her third bowl of helado (ice cream). Her boyfriend, Daniel, is equally engrossed as he spoons up his 13th scoop of vanilla. Aunt Ana Lidia seems content, with two ensaladas – five scoops apiece – already devoured. We’re at Parque Coppelia, the world’s largest ice cream parlour and an iconic institution in Cuba. This state-run “people’s park” serves an average of 30,000 customers a day. Cubans can be some of the most talkative people in the world. But all talk ends once they’re seated with ice cream. Slurping helado is a heads-down, communal homage. Conversation at the shared tables barely rises above a murmur, as if Coppelia truly were a cathedral. When it opened on 4 June 1966, Coppelia served “only” 26 flavours – from almond and banana to vanilla and walnut – as homage to the launch of the Revolution on 26 July 1953. Then came the Special Period – the time of terrible scarcity caused by the collapse of the Soviet Bloc. Cuba lost its main supplies of butter and powdered milk. Unable to produce enough milk itself, the Cuban government had to choose between butter and ice cream. A hot climate. A feverish addiction to sugar. It was a no-brainer. Rations were reduced. But Coppelia kept on serving one peso (three pence) scoops, albeit reduced to only one or two flavours – an appetising indulgence that neither economic hardship nor the US’ stiffened embargo could stop. BAKER, C. P. Disponível em: <http://www.bbc.com>. Acesso em: 13 mar. 2019. [Fragmento] O texto traz um relato sobre o histórico Parque Coppelia com a intenção de A. criticar o governo cubano por deixar faltar alimentos básicos e manter itens supérfluos. B. exemplificar a dificuldade que os cubanos enfrentam para comprar alimentos. C. contar a história de um local que foi um dos cenários da Revolução Cubana. D. mostrar a decadência de uma das principais atrações turísticas de Cuba. E. revelar o fato curioso de os cubanos terem uma antiga paixão por sorvete. LCT – PROVA I – PÁGINA 4 EM 2ª SÉRIE – VOL. 1 – 2021 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS Questões de 01 a 45 Questões de 01 a 05 (opção espanhol) QUESTÃO 01 ¿Qué es el acoso escolar cibernético? El acoso escolar cibernético se trata del uso de la tecnología para acosar, amenazar, intimidar o perseguir a los niños o jóvenes, generalmente es más común que se produzca con estos últimos pues son quienes más están en contacto con los medios electrónicos. En ocasiones este ciber-acoso puede ser directo, mediante el envío de mensajes crueles a través de los celulares o a través de comentarios maliciosos enviados por correo electrónico. Existen también otras formas de acoso, como suplantar a alguien a través de Internet o colgar información o videos que hagan daño o avergüencen a los adolescentes, por lo general. En países como los Estados Unidos se han realizado encuestas a través de organizaciones de lucha contra el crimen que han revelado que uno de cada tres adolescentes y una de cada 6 preadolescentes han sido víctimas del ciber- acoso y claro, se teme que mientras mayor acceso tengan a las computadoras, el Internet y los celulares, la incidencia de esta clase de acoso aumentará. CEVALLOS, Italo. Disponible en: <http://nuevotiempo.org/ mundoactual/2010/08/02/%C2%BFque-es-el-acoso-escolar- cibernetico/> Acceso en: 13 ene. 2012 (Adaptación). Observando-se a pergunta proposta pelo autor no título do texto, pode-se constatar que a reportagem foi escrita com a intenção de A. informar o leitor a respeito do surgimento de uma nova modalidade de assédio escolar. B. aconselhar os pais, para que proíbam que seus filhos utilizem tecnologias na escola. C. determinar medidas punitivas para os jovens que praticam o assédio escolar cibernético. D. alertar sobre os perigos da má utilização da tecnologia nas escolas. E. promover medidas de segurança que protejam as crianças e os jovens das ameaças de seus colegas. QUESTÃO 02 Esta piedra maravillosa se conoce con el nombre de piedra de Rosetta, porque se encontró bajo la escarpa del fuerte moderno de Rosetta. Los ingleses, apoderándose de ella, se la llevaron a Inglaterra, donde los hombres de más sabiduría la estudiaron durante varios años, hasta que por fin el arabista francés Silvestre de Sacy y el físico inglés Tomás Young, sabios de gran cultura, averiguaron que las otras dos lenguas empleadas en la inscripción eran el lenguaje dibujado o jeroglífico y el idioma corriente o vulgar del antiguo país del Nilo. Ahora bien, el griego no ofrece dificultad alguna, y por tanto, cuando se hubo averiguado el sentido de la inscripción, se les ocurrió a los expertos que los jeroglíficos debían significar lo mismo; y así era, efectivamente. Con esto pudo el gran egiptólogo francés Juan F. Champollion interpretar la escritura jeroglífica; quedó así descifrada la clave de la escritura egipcia y desapareció el misterio que hasta entonces había rodeado a esas inscripciones. Después de leer esta inscripción se descifraron con facilidad todas las que figuran en las piedras y en las columnas egipcias. Disponível em: <http://www.escolar.com/>. Acesso em: 10 dez. 2014. O texto informa a descoberta da Pedra de Rosetta e afirma que esse achado A. atrasou o estudo dos pesquisadores que levaram a pedra de Rosetta para a Inglaterra. B. confirmou as hipóteses anteriores de que os egípcios possuíam uma linguagem em signos. C. demonstrou diferentes inscrições feitas em uma mesma língua antiga não decifrada.D. dificultou o trabalho dos estudiosos que decifraram apenas as inscrições em grego. E. possibilitou a leitura dos códigos hieroglíficos egípcios com base em técnicas comparativas. QUESTÃO 03 Para demostrar que has llegado sudado del gimnasio, para enseñar el café que te tomas en una mañana de trabajo o para fardar de tus vacaciones. Cualquier excusa es buena para hacerse un selfie y publicarlo ante todos tus seguidores. Este comportamiento cada vez más habitual y obsesivo está empezando a considerarse un “trastorno mental serio” según un estudio de la Asociación Americana de Psiquiatría. El estudio ha llegado de la mano de la India por dos científicos, Mark Griffiths y Janarthanan Balakrishnan. Por lo visto, India ha resultado ser el país con más muertes por los lugares peligrosos en los que la gente ha decidido hacerse selfies. Como ya se ha demostrado, se relaciona el hecho de hacerse estas fotografías con la falta de autoestima del usuario, lo cual puede derivar en comportamientos adictivos. “Ahora que la existencia de la condición parece haber sido confirmada, se espera que se puedan llevar a cabo más investigaciones para tratar de entender cómo y por qué la gente desarrolla este comportamiento potencialmente obsesivo, y qué se puede hacer para ayudar a las personas que estén más afectadas”, ha concluido Balakrishnan. Disponível em: <https://as.com/epik/2018/02/13/ portada/1518527297_057630.html?omnil=resrelrecom>. Acesso em: 23 fev. 2018. Algumas pessoas podem desenvolver uma dependência psicológica que as leva a tirar selfies de modo obsessivo. A reportagem aponta como fator desencadeante desse comportamento: A. A morte de várias pessoas que tiravam fotos em lugares arriscados. B. O desejo de mostrar aos seguidores momentos da vida cotidiana. C. A vontade de exibir fotos de viagens de férias nas redes sociais. D. O diagnóstico médico de um sério transtorno mental e psicológico. E. A falta de autoestima que afeta parte dos usuários dessa tecnologia. EM 2ª SÉRIE – VOL. 1 – 2021 LCT – PROVA I – PÁGINA 5BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO QUESTÃO 04 TABARÉ. Diógenes y el linyera. Disponível em: <https://www.clarin.com/humor/tabare/>. Acesso em: 21 jan. 2019. O pensamento do cachorro no último quadrinho da tira denota A. crítica ao procedimento antiético de seu dono. B. cinismo ao elogiar uma atitude traiçoeira do homem. C. admiração pelas ideias inteligentes que o homem sempre tem. D. reconhecimento pela estratégia de esperar ter fome para ter uma ideia. E. valorização do altruísmo do homem por preocupar-se com a fome de ambos. QUESTÃO 05 Chile busca producir energía del nopal En la región de Atacama, en Chile, terreno árido y poca agua son constantes. Una planta que habitualmente necesita de estos dos ingredientes podría resolver un problema de la región. Se trata de la tuna o nopal, con la cual un equipo de científicos chilenos planea producir energía eléctrica. ¿Alternativa sustentable? Según el doctor Vega, en Chile hay una nueva y creciente demanda de combustibles renovables para la generación de energía eléctrica. Esto se debe a una nueva legislación aprobada en 2010, según la cual para el año 2024, las centrales termoeléctricas deberán producir el 10% de la electricidad a base de energías renovables no convencionales, una normativa que permitirá reducir las emisiones de gases de efecto invernadero. La bioenergía se genera a través de cualquier masa biológica obtenida a partir de materia vegetal o animal, lo que se denomina biomasa. Se trata de un combustible renovable y no contaminante, como lo son la energía solar, eólica, hidroeléctrica o geotérmica. El uso de biomasa para producir energía ha sido cuestionado ya que algunos alimentos tradicionales como el trigo, algodón, soya o maíz, o árboles como los eucaliptos y álamos, pueden ser utilizados para bioenergía. Sin embargo, es más frecuente el uso de residuos de actividades agrícolas, forestales y residuos domiciliarios e industriales para producir bioenergía. En Europa, por ejemplo, donde la biomasa constituye la mayor fuente de energía renovable, se siembran los llamados cultivos de segunda generación para producir biomasa. El doctor Alexis Vega insiste en que el nopal podría ser un ejemplo muy efectivo. HEREDERO, L. Disponível em: <http://www.bbc.com>. Acesso em: 05 set. 2017. [Fragmento] Na atualidade, há uma crescente demanda por energias renováveis, limpas e seguras. De acordo com o texto e considerando a alternativa encontrada pelos cientistas chilenos, a bioenergia é uma opção A. inquestionável, pois utiliza resíduos para a sua produção. B. sustentável e efetiva para a produção de energia limpa. C. necessária para cumprir as metas contra o aquecimento global. D. aceitável, pois não há meios de produzir energia totalmente renovável. E. paliativa, que precisa ser aprimorada até se tornar totalmente sustentável. LCT – PROVA I – PÁGINA 6 EM 2ª SÉRIE – VOL. 1 – 2021 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO QUESTÃO 06 O folhetim se originou da França, no início do século XIX, num momento em que se iniciava uma cultura de mercado e que se reorganizavam as relações no campo da cultura. Como espaço localizado no rodapé do jornal, na sua faixa inferior, configurou como seção de “variedades”, em que se publicavam contos, críticas literárias e teatrais, poesia, moda, conselhos, romances em capítulos seriados, estes, às vezes, denominados simplesmente por folhetim ou romance- -folhetim. Nele, a crônica e o romance-folhetim conquistaram o público dos jornais, e o século XIX tornou-se o século do romance, o qual, na Inglaterra, desde os setecentos, entrava em ascensão até configurar em forma literária predominante e de grande popularidade. O romance, como gênero marcado pelo realismo formal, que incorporava uma visão circunstancial da vida, constituindo-se num relato da experiência humana, desprezava os antigos valores literários e sua ornamentação. Preocupava-se em fornecer ao leitor os detalhes da história, a individualidade dos personagens, as particularidades das épocas e os locais das ações, numa linguagem que transmitia o conhecimento das coisas e transcrevia o real e o atraia. BORGES, V. R. O “romance brasileiro” de José de Alencar nas páginas da imprensa fluminense de seu tempo. Uberlândia: EDUFU, 2013. p. 2. No contexto apresentado, a divulgação das produções literárias em jornais objetivava, socialmente, A. democratizar o acesso à literatura. B. impedir a leitura dos textos eruditos. C. eliminar a forma livresca importada da Europa. D. impulsionar o acelerado crescimento da imprensa. E. criar uma modalidade de literatura pouco atrativa aos leitores. QUESTÃO 07 A fascinante astronomia Olhar para o céu e admirar a sua beleza está ao alcance de qualquer um de nós (desde que estejamos em um lugar de céu limpo e pouco iluminado). Um céu estrelado sempre foi inspirador não somente para os cientistas, mas também para os poetas e artistas. Com um pequeno telescópio, é possível ir além e ver coisas maravilhosas que estão fora do alcance do olho nu, como as crateras na Lua, as luas de Júpiter e os anéis de Saturno. Com o advento da Internet, tornou-se extremamente fácil conseguir imagens feitas pelos grandes telescópios de planetas, nebulosas, galáxias, quasares, entre outros. Com um clique, podemos encontrar milhares de belas imagens. Uma imagem como a da galáxia de Andrômeda é bela e intrigante. Ela fica mais fascinante quando descobrimos que uma galáxia é composta por bilhões de estrelas unidas gravitacionalmente. OLIVEIRA, A. Ciência Hoje. Rio de Janeiro: Instituto Ciência Hoje, 2015. [Fragmento] O artigo de opinião tem por objetivo demonstrar o ponto de vista do autor sobre um determinado tema. Nesse fragmento, a parcialidade do autor fica evidente por meio do(a) A. uso de adjetivos subjetivos. B. emprego de vocabulário técnico. C. referênciaa elementos científicos. D. relato da sua experiência com a tecnologia. E. paralelo traçado entre a astronomia e a arte. QUESTÃO 08 A obsessão do Estado em controlar todos os comportamentos dos cidadãos tem como resultado um enfraquecimento da responsabilidade moral e cívica dos mesmos. A lei deveria ser o último recurso – depois da educação, da ética, da negociação e do compromisso entre os indivíduos. É agora o primeiro recurso. Assino por baixo. Entendo que a sociedade moderna não se pode resumir aos Dez Mandamentos que Moisés trouxe do Sinai. E muitos comportamentos que os nossos antepassados consideravam “normais” – violência doméstica, por exemplo – são hoje punidos como crimes públicos (e ainda bem). Mas como garantir que outros comportamentos normais (agora sem aspas) não serão apanhados pela rede da sobrecriminalização? Imagino potenciais crimes que os filhos dos nossos filhos terão receio de cometer: Crime de ódio privado: qualquer cidadão que expresse preconceitos raciais, sexuais, culturais ou religiosos em privado poderá conhecer denúncia se alguma testemunha entender fazê-lo. Com a evolução tecnológica, os apartamentos serão obrigatoriamente equipados com sensores antiódio, bastante semelhantes aos sensores antifumo, diretamente conectados com a delegacia do bairro. Crime de envelhecimento público: com os avanços da Medicina, será intolerável que um cidadão recuse tratamentos / cirurgias para ocultar / reverter o seu processo de envelhecimento, exibindo em público as marcas da decadência física e / ou neurológica. A imposição da velhice à sociedade será equiparada a um ato obsceno. COUTINHO, J. P. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br>. Acesso em: 09 dez. 2017. [Fragmento adaptado] O planejamento argumentativo requer a estruturação de um projeto de texto que tenha como intenção a persuasão do interlocutor. No texto, de forma irônica, esse projeto argumentativo tem por objetivo central criticar o(a) A. caráter absurdo das leis que serão criadas no país num futuro próximo. B. existência de leis que controlam o cidadão a despeito de sua vontade. C. criminalização preocupante que os comportamentos civis têm sofrido. D. excesso de leis desnecessárias que têm sido criadas nos dias atuais. E. endurecimento da responsabilidade moral e cívica dos cidadãos. EM 2ª SÉRIE – VOL. 1 – 2021 LCT – PROVA I – PÁGINA 7BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO QUESTÃO 09 Disponível em: <https://www.facebook.com/ArtesDepressao/photos/a.1 96281473834625.41807.196260080503431/590786087717493/?type= 1&theater>. Acesso em: 15 nov. 2014. Com a popularização das redes sociais, diversificam-se as postagens feitas no ambiente digital. O post anterior, extraído da página do Facebook “Artes depressão”, efetua uma montagem sobre a tela São Miguel Arcanjo, do renascentista italiano Rafael Sanzio, com o auxílio de uma letra de funk carioca atual. O humor produzido por essa postagem deve-se, de forma global, à A. expressão facial e corporal das personagens retratadas na tela. B. incoerência da junção entre a letra de funk e a peça artística. C. irreverência na mescla de elementos clássicos e contemporâneos. D. oposição entre a seriedade do quadro e o tom inapropriado da música. E. presença de termos e expressões giriáticas na parte não verbal. QUESTÃO 10 Escola com estudo Vittorio Alfieri (1749-1803) é o maior autor de tragédias da literatura italiana. Para vencer seu espírito impulsivo e inquieto, ele inventou um remédio contra o transtorno de deficit de atenção e hiperatividade, TDAH: ele pedia para ser amarrado na cadeira onde sentava para escrever. O remédio funcionava pela determinação de Alfieri. Sem isso, mesmo amarrado, ele brincaria com sua caneta e sonharia com aventuras e amores, sem escrever nada. Muitos pensam que as crianças de hoje sofrem mais de TDAH porque são expostas a mais estímulos do que no passado. Concordo, mas elas são também privadas de uma boa parte de suas obrigações: portanto, só lhes resta se divertir, o que é eminentemente provocador de ansiedade. Como me divertirei? O que me divertirá? E se – Deus não permita – eu me entediasse? CALLIGARIS, C. Disponível em: <https://www.folha.uol.com.br>. Acesso em: 17 mar. 2019. [Fragmento] A fim de desenvolver sua visão crítica sobre a maior recorrência de TDAH entre as crianças de hoje, Contardo Calligaris inicia seu texto com uma alusão histórica de caráter biográfico, que serve para A. enaltecer a genialidade dos indivíduos portadores desse transtorno. B. estabelecer uma oposição moral entre Vittorio e as crianças de hoje. C. sugerir que o tratamento contra o TDAH exige esforço do indivíduo. D. trazer um tom crítico e ácido à abordagem de um tema sério. E. defender que, ao contrário dos antigos, as crianças de hoje não sonham. QUESTÃO 11 Foi no domingo de Páscoa que se soube em Leiria, que o pároco da Sé, José Miguéis, tinha morrido de madrugada com uma apoplexia. O pároco era um homem sanguíneo e nutrido, que passava entre o clero diocesano pelo comilão dos comilões. O Carlos da Botica – que o detestava – costumava dizer, sempre que o via sair depois da sesta, com a face afogueada de sangue, muito enfartado: – Lá vai a jiboia esmoer. Um dia estoura! Com efeito estourou, depois de uma ceia de peixe – à hora em que defronte, na casa do doutor Godinho que fazia anos, se polcava com alarido. Ninguém o lamentou, e foi pouca gente ao seu enterro. Em geral não era estimado. Era um aldeão; tinha os modos e os pulsos de um cavador, a voz rouca, cabelos nos ouvidos, palavras muito rudes. Nunca fora querido das devotas; arrotava no confessionário, e não compreendia certas sensibilidades requintadas da devoção: perdera por isso, logo ao princípio, quase todas as confessadas, que tinham passado para o polido padre Gusmão, tão cheio de lábia! E quando as beatas, que lhe eram fiéis, lhe iam falar de escrúpulos de visões, José Miguéis escandalizava-as, rosnando: – Ora histórias, santinha! Peça juízo a Deus! Mais miolo na bola! QUEIRÓS, E. O crime do padre Amaro. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2012. [Fragmento] Uma das características do Naturalismo é o enfoque da natureza animal do ser humano, guiado por instintos naturais e por vícios de todas as ordens. No fragmento da obra de Eça de Queirós, essa característica está evidenciada na A. descrição do comportamento do padre José Miguéis, que é qualificado como rude e guloso. B. referência à falta de estima de que sofria o padre José, fator responsável por seu comportamento. C. alusão à rivalidade entre os padres José e Gusmão, que se comportam de maneira animalesca. D. menção às beatas, que rotineiramente frequentavam a Igreja e iam se confessar com o padre José. E. presença de uma linguagem formal e padronizada, que é desprovida de marcas visíveis de coloquialidade. LCT – PROVA I – PÁGINA 8 EM 2ª SÉRIE – VOL. 1 – 2021 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO QUESTÃO 12 Ensinamento Minha mãe achava estudo a coisa mais fina do mundo. Não é. A coisa mais fina do mundo é o sentimento. Aquele dia de noite, o pai fazendo serão, ela falou comigo: “Coitado, até essa hora no serviço pesado.” Arrumou pão e café, deixou tacho no fogo com água quente. Não me falou em amor. Essa palavra de luxo. PRADO, A. Disponível em: <http://www.jornaldepoesia.jor.br/ ad.html#ensi>. Acesso em: 30 jan. 2015. Os hiperônimos são palavras que pertencem ao mesmo campo semântico de outras, embora com o sentido mais abrangente que estas. No poema, há a presença de hiperônimo atuando como elemento coesivo nos versos: A. “a coisa mais fina do mundo.” / “Essa palavra de luxo.”. B. “A coisa mais fina do mundo é o sentimento.” / “Não me falou em amor.”. C. “Aquele dia de noite, o pai fazendo serão,” / “‘Coitado, até essa hora no serviço pesado.’”. D. “Arrumou pão e café, deixou tacho no fogo com água quente.” / “Não me falouem amor.”. E. “Não me falou em amor.” / “Essa palavra de luxo.”. QUESTÃO 13 O consumismo é considerado uma doença psicológica que afeta principalmente as mulheres, pois, na maior parte das famílias, é a elas que cabe o dever de fazer as compras e manter a casa com os produtos necessários. A definição correta de consumismo é: “o ato de consumir produtos ou serviços, muitas vezes, sem consciência”. Portanto, esse tipo de distúrbio está relacionado ao consumo de uma quantidade exagerada de produtos ou consumo de produtos desnecessários. São comuns, no dia a dia, casos de pessoas afetadas pelas ideias consumistas, o que torna evidente que o consumismo é uma doença grave, pois lesa uma parte considerável da população, gerando-lhe problemas financeiros. Disponível em: <http://consumo1pi.blogspot.com.br/>. Acesso em: 09 mar. 2015 (Adaptação). O gênero artigo de opinião, para efeito de convencimento, utiliza, recorrentemente, pontos de vista sobre os fatos apresentados. No trecho em questão, caracteriza-se como um ponto de vista a ideia de que o consumismo é um(a) A. ato de se adquirir produtos ou serviços desnecessários. B. distúrbio presente no cotidiano das pessoas. C. doença grave que afeta parte considerável da população. D. fator relacionado ao dever das mulheres de efetuar as compras. E. motivador de diversos problemas sociais e financeiros. QUESTÃO 14 Um foguete, uma varinha mágica, um trem ou qualquer tipo de animal estão entre as muitas formas que um simples graveto pode tomar pela criatividade e imaginação (principalmente) das crianças. O exercício é importante para o desenvolvimento e para a construção autoral dos pequenos, e ter esta consciência ajuda os adultos a garantir que haja momentos livres de brinquedos prontos. “É preciso não planejar tantas atividades e não deixar tantas opções de brinquedos com uma função específica disponível”, afirma Tatiana Weberman, responsável pelo SlowKids, movimento que propõe a desaceleração para a infância. “Deixar menos opções, muitas vezes, é abrir uma porta para a criatividade e uma vastidão de possibilidades.” RODRIGUES, C. Disponível em: <http://www.cartaeducacao.com.br>. Acesso em: 21 out. 2017. [Fragmento] De acordo com a argumentação desenvolvida no texto, o ponto de vista defendido diz respeito ao A. planejamento de atividades monitoradas e objetivas que desenvolvem a criatividade. B. sistema educativo que propõe às crianças brincarem com brinquedos específicos. C. método que atende à demanda dinâmica e acelerada das crianças em brincadeiras. D. movimento que solicita aos pais suprimirem brinquedos como modo de educar as crianças. E. exercício que incentiva crianças a brincarem sem brinquedos com usos predeterminados. QUESTÃO 15 Aos sete anos entrou para a escola. Que horror! O mestre, um tal Antônio Pires, homem grosseiro, bruto, de cabelo duro e olhos de touro, batia nas crianças por gosto, por um hábito do ofício. Na aula só falava a berrar, como se dirigisse uma boiada. Tinha as mãos grossas, a voz áspera, a catadura selvagem. Todos os pequenos da aula tinham birra do Pires. Nele enxergavam o carrasco, o tirano, o inimigo e não o mestre; Os pais ignorantes, viciados pelos costumes bárbaros do Brasil, atrofiados pelo hábito de lidar com escravos, entendiam que aquele animal era o único professor capaz de “endireitar os filhos”. AZEVEDO, A. Casa de pensão. Disponível em: <http://www. dominiopublico.gov.br/>. Acesso em: 21 ago. 2019. [Fragmento] O fragmento de Aluísio Azevedo, uma produção do Naturalismo, reflete a época em que foi produzido ao trazer à tona o(a) A. conjunto de valores sociais vigentes na educação nacional. B. atenção dada aos problemas educacionais do Brasil. C. construção de uma identidade nacional brasileira. D. violência paterna no ambiente familiar nacional. E. desvalorização da família tradicional brasileira. EM 2ª SÉRIE – VOL. 1 – 2021 LCT – PROVA I – PÁGINA 9BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO QUESTÃO 16 O menino das meias vermelhas Todos os dias, ele ia para o colégio com meias vermelhas. Era um garoto triste, procurava estudar muito, mas na hora do recreio ficava afastado dos colegas, como se estivesse procurando alguma coisa. Os outros guris zombavam dele, implicavam com as meias vermelhas que ele usava. Um dia, perguntaram porque o menino das meias vermelhas só usava meias vermelhas. Ele contou com simplicidade: “No ano passado, quando fiz aniversário, minha mãe me levou ao circo. Botou em mim essas meias vermelhas. Eu reclamei, comecei a chorar, disse que todo mundo ia zombar de mim por causa das meias vermelhas. Mas ela disse que se me perdesse, bastaria olhar para o chão e quando visse um menino de meias vermelhas saberia que o filho era dela”. Os garotos retrucaram: “Você não está num circo! Porque não tira essas meias vermelhas e joga fora?” Mas o menino das meias vermelhas explicou: “É que a minha mãe abandonou a nossa casa e foi embora. Por isso eu continuo usando essas meias vermelhas. Quando ela passar por mim vai me encontrar e me levará com ela”. CONY, C. H. Os anos mais antigos do passado: crônicas. 7. ed. Rio de Janeiro: Record, 2010. Na crônica, o título constitui um importante elemento de significação, pois guarda uma mensagem que só é revelada à medida que a leitura progride. Essa mensagem pode ser sintetizada pelas ideias de A. abandono e reencontro. B. choro e riso. C. ficção e realidade. D. ódio e amor. E. revolta e aceitação. QUESTÃO 17 Quando regressou dessa longa viagem ao sul, estava ainda mais forte, mais viçoso e mais homem. Era uma massa bruta de músculos ao serviço de um magnífico aparelho humano. No tocante à disciplina mudara também um pouco: já ninguém lhe via certos escrúpulos de obediência e seriedade, perdera mesmo aquele ar, aquela compostura de respeito que o fazia estimado pelos oficiais em Villegaignon, e o distinguia da marinhagem insubmissa e desbriada. A maioria dominara-o positivamente; aquele caráter dócil e tolerante, deixara-o ele no alto mar ou nas terras por onde andara. Agora tratava com desdém os superiores, abusando se esses lhe faziam concessões, maldizendo-os na ausência, achando-os maus e injustos. Uma cousa, porém, ele soubera conservar: a força física, impondo-se cada vez mais aos outros marinheiros, que não ousavam agredi-lo nem brincando. Sua fama de homem valente alargara-se de modo tal que mesmo na província falava-se com prudência no “Bom-Crioulo”. – Quem é que não o conhecia, meu Deus? Por sinal tinha sido escravo e até nem era feio o diabo do negro. CAMINHA, A. Bom-crioulo. São Paulo: Difusão Cultural do Livro, 2005. [Fragmento] As mudanças sofridas em curto período pelo protagonista, relatadas no fragmento anterior desse romance naturalista, ressaltam como traços importantes da personagem apresentada A. a força física e a indisciplina. B. o caráter submisso e a ignorância. C. a coragem inabalável e a tolerância. D. a limitação cognitiva e a cordialidade. E. a mentalidade animalesca e a passividade. QUESTÃO 18 Sobrou para as redes sociais. Se até há pouco eram vistas como promessa de liberdade, agora são apontadas como ameaça à democracia. São acusadas tanto de fomentar a crescente polarização como de terem se convertido no celeiro onde surgem e prosperam as “fake news”. Será que é para tanto? Não há dúvida de que vivemos numa época de radicalismos. Meu palpite pessoal é o de que a Internet tem algo a ver com isso. Mas, se formos em busca de evidências, veremos que os processos pelos quais isso ocorre não são tão simples nem diretos como normalmente se presume. Num trabalho cujas conclusões são bem contraintuitivas, Boxell, Gentzkow e Shapiro mostraram que, nos EUA, a polarização cresceu mais justamente nos grupos demográficos que utilizam menos a Internet, como os idosos com mais de 75 anos. Quanto às “fake news”, embaladas tanto pela conexão russacomo pelos tuítes de Trump, elas são, com o perdão do trocadilho, reais. Mas é importante notar que mentiras, boatos e campanhas de desinformação sempre existiram. A Internet apenas os torna mais efetivos. A democracia não passa por turbulências por causa da Internet, mas porque ela é um regime imperfeito, cheio de vulnerabilidades. Só que ela também tem a virtude de adaptar-se com facilidade, sobrevivendo a muitos dos ataques a que é submetida. SCHWARTSMAN, H. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br>. Acesso em: 13 nov. 2017. [Fragmento] No artigo de opinião, as redes sociais são colocadas no centro da discussão sobre sua influência. Nesse sentido, o trecho que sintetiza a defesa central do autor é: A. “Se até há pouco eram vistas como promessa de liberdade, agora são apontadas como ameaça à democracia”. B. “veremos que os processos pelos quais isso ocorre não são tão simples nem diretos como normalmente se presume”. C. “a polarização cresceu mais justamente nos grupos demográficos que utilizam menos a Internet”. D. “Mas é importante notar que mentiras, boatos e campanhas de desinformação sempre existiram”. E. “A democracia não passa por turbulências por causa da Internet, mas porque ela é um regime imperfeito, cheio de vulnerabilidades”. LCT – PROVA I – PÁGINA 10 EM 2ª SÉRIE – VOL. 1 – 2021 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO QUESTÃO 19 QUINO. Toda Mafalda. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2012. 424 p. A crítica e o humor presentes na tirinha anterior são consequência da A. exigência de um termo relacionado à política, tendo em vista a situação comunicativa expressa no texto. B. incompreensão de Manolito quanto ao pedido da professora, comprovada pela resposta dele no terceiro quadrinho. C. visão de política compartilhada por Mafalda e Manolito, que interpretam a palavra como um palavrão. D. divergência entre Mafalda e Manolito referente a política, vista na insatisfação da menina no último quadrinho. E. quebra de expectativa gerada pela palavra citada por Manolito, à qual Mafalda atribui uma acepção negativa. QUESTÃO 20 A sustentabilidade para as empresas não é um custo, é um investimento. Empresas que investem em sustentabilidade possuem uma melhor visibilidade e aceitação pelos clientes, sendo um diferencial competitivo. Existem diversas maneiras de as empresas investirem em sustentabilidade, seja na logística reversa, utilização de energias renováveis (solar, eólica, etc.), contratação de terceiros que praticam a sustentabilidade, etc. Se todas as empresas aderirem a todas as práticas possíveis de sustentabilidade, além de reduzirem os seus custos, demonstrarão preocupação com os clientes e a sociedade, gerando uma boa visibilidade e preferência pelos consumidores. MONTEIRO, P. Disponível em: <http://www.administradores.com.br>. Acesso em: 10 dez. 2017. [Fragmento adaptado] A tese defendida pelo autor se baseia principalmente na abordagem da sustentabilidade como uma estratégia de A. aumentar o alcance da atuação empresarial na geração de benefícios para a sociedade. B. estender o prazo de disponibilidade dos recursos naturais para utilização das empresas. C. investir nos recursos da natureza para atender comercialmente às próximas gerações. D. ampliar o prestígio e a evidência das empresas frente aos clientes e consumidores. E. reduzir o impacto da indústria por meio da implantação de medidas de preservação. QUESTÃO 21 Esse “papo” de educação e estímulo à leitura desde a infância não vai resolver todos os nossos males, claro, mas a mudança passa por eles. Meu desejo é que os nossos distintos representantes despertem e comecem desde já a construir um país educador e uma sociedade justa com raízes fincadas na razão às próximas gerações. Otimismo demais? Sim, necessitamos de um pouco de otimismo nesses tempos em que os debates públicos andam tão tresloucados. MELO, G. Disponível em: <http://observatoriodaimprensa.com.br>. Acesso em: 19 set. 2018. Morfemas são pequenas unidades linguísticas dotadas de sentido utilizadas no processo de formação de palavras. O prefixo empregado na última palavra do texto é um morfema que apresenta sentido semelhante ao de A. “bendito”. B. “subjugado”. C. “analfabeto”. D. “intravenoso”. E. “ultrapassado”. EM 2ª SÉRIE – VOL. 1 – 2021 LCT – PROVA I – PÁGINA 11BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO QUESTÃO 22 O velho não deu atenção ao honesto suspiro da digna esposa; ficou por alguns segundos remexendo o queixo escalavrado pelos anos e salpicado de raros fios de barba retorcida e branca. Os olhinhos castanhos piscavam-lhe vivamente, testemunhando o fervet opus de raciocínios que trabalhavam naquele crânio de setenta anos. Depois, a fim de reatar a conversação, voltou-se para a velha: – Não acha?... Demais, a gratidão nos obriga... Por nosso filho ter sido empregado do duque, não se pode dizer que este tenha o dever de nos dar casa e alimento até o fim da vida... Os favores escravizam um pouco a gente... E de que se trata? Não há nenhum sacrifício... É só vencer um escrúpulo... Isto para nós... A idiota da nora não tem energia para se opor, nem entenderá o riscado. Quanto à menina... O que vai sofrer?... As doces torturas que nós sabemos e depois levar a vida tranquila de quem tem certeza de ser amparada em qualquer dia de necessidade... Suponho que as grandes chuvas, que tanto nos têm incomodado, cessaram de uma vez... Ela vai morar com o Pavia algum tempo, diverte-se, sai a passeio com a gente dele, vai ao teatro, coisa que ela nunca provou... Um belo dia, quando estiver sonhando alegrias nos cômodos agasalhos que lhe reserva o Manuel de Pavia, será visitada por uma sombra... Conversarão durante várias entrevistas, etc., etc. Há de ser bonito... Garanto que a Conceição não chorará. POMPEIA, R. As joias da coroa. 2. ed. São Paulo: Scipione, 2005. [Fragmento] As obras do período realista desprezam a romantização típica do período anterior. Nesse contexto, a caracterização da prosa realista desse fragmento da obra de Raul Pompeia ocorre por A. revelar a subordinação de sentimentos a interesses pessoais. B. fazer referência a um futuro incerto na vida de Conceição. C. aludir a personagens-tipo sem uma caracterização particularizada. D. descrever idealizadamente as personagens que compõem a cena. E. evidenciar a maldade dos seres humanos em uma alusão à religiosidade. QUESTÃO 23 Quando aos quatorze anos, após um dia de quebramento e cansaço, se mostrara o fenômeno pela primeira vez ela ficara louca de terror, acreditara-se ferida de morte, e, com a impudícia da inocência, correra em gritos para o pai, contara-lhe tudo. Lopes Matoso procurara sossegá-la – que não era nada; que isso se dava com todas as mulheres; que evitasse molhadelas, Sol, sereno, que dentro de três dias, ou de cinco ao mais tardar, havia de estar boa, que se não assustasse da repetição todos os meses. Com o tempo, os livros de Fisiologia acabaram de a edificar; em Püss aprendera que a menstruação é uma muda epitelial do útero, conjunta por simpatia com a ovulação, e que o terrível e caluniado corrimento é apenas uma consequência natural dessa muda. RIBEIRO, J. A carne. São Paulo: Martin Claret, 2002. O trecho do romance de Júlio Ribeiro, escritor associado ao Naturalismo, apresenta, como traço desse movimento, a A. idealização juvenil da passagem para a vida adulta. B. melancolia causada pela transição para a juventude. C. animalidade das relações humanas no âmbito familiar. D. busca pela razão científica condutora dos fenômenos da vida. E. separação entre seres humanos e animais pelo uso da razão. QUESTÃO 24 Na escola da minha filha, toda quarta é dia da fantasia. Vou levá-la até a sala e quase sou atropelado por um Homem-Aranha em fuga, perseguido por uma Frozen e uma bailarina. Deixo minha filha (Pequena Sereia) na classe e, atravessando aquele carnaval, me volta a eterna constatação dequem convive com crianças: como adulto é chato. Na mesma noite, porém, vou ao shopping Frei Caneca assistir a um filme, entro na fila e, ainda contaminado pela visão daquele pátio, percebo que eu estava redondamente enganado: os adultos também estão fantasiados, muito mais fantasiados – e não só às quartas-feiras. Primeiro, vejo o magrelo de boina, óculos de aro fininho e suspensórios. Veio vestido de cinéfilo, é claro. Não de qualquer cinéfilo, mas de amante do cinema francês (boina) dos anos 60 (aro fininho) puxando um pouco para o neorrealismo italiano (suspensórios). Atrás do cinéfilo, um lutador de jiu-jítsu com orelha de couve-flor, bermuda, chinelo Rider, camiseta com um urso e os dizeres “Team Guigo” está vestido não para entrar no cinema, mas no octógono do UFC. Imagino que, passada a catraca, vá pedir uma pipoca com açaí e uma Sprite com proteinado de soja. Perto de tamanho apuro cenográfico, a saia de sereia da minha filha e a máscara de Peppa da amiga parecem coisa de criança. PRATA, A. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br>. Acesso em: 19 dez. 2016. [Fragmento adaptado] Com grande frequência, as tipologias textuais mesclam-se ao compor os gêneros textuais. Na crônica anterior, identificam-se, na ordem em que são estruturados, os tipos A. argumentativo, narrativo e expositivo. B. descritivo, expositivo e narrativo. C. descritivo, narrativo e argumentativo. D. narrativo, descritivo e argumentativo. E. narrativo, expositivo e descritivo. LCT – PROVA I – PÁGINA 12 EM 2ª SÉRIE – VOL. 1 – 2021 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO QUESTÃO 25 Reza a metáfora que, se você joga o sapo na água fervendo, ele pula fora, mas se você joga na água fria e vai esquentando a água aos poucos, ele não percebe e morre cozido. Pura lenda urbana (na verdade, rural – dificilmente você encontrará sapos pra ferver na cidade). Recentemente, biólogos fizeram o teste e descobriram que o sapo, ao perceber que está virando caldo, pula fora da panela, estragando ao mesmo tempo a sopa e a metáfora. Malditos biólogos. Que obsessão em estragar metáforas. A parábola servia muito bem para explicar um fenômeno tão comum quanto difícil de entender: por que as pessoas demoram tanto a pular fora de casamentos falidos, empregos deprimentes e governos autoritários. O ser humano demora pra perceber que a água está fervendo – e inventou a metáfora do sapo, coitado, logo ele que é tão melhor que a gente na sensibilidade à fervura. Seria mais justo se os sapos usassem, entre eles, a metáfora do humano. A água está esquentando, pessoal. E tem sapo achando que é jacuzzi. DUVIVIER, G. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br>. Acesso em: 13 nov. 2017. [Fragmento] No fragmento anterior, a partir da análise das tipologias textuais que o compõem, identifica-se como objetivo comunicativo central do autor A. defender um ponto de vista crítico sobre a lenta percepção das sociedades. B. descrever o contexto social atual que ilustra a parábola acerca dos sapos. C. expor a recente pesquisa científica que derrubou a metáfora dos sapos. D. relatar uma já superada crença popular acerca do comportamento dos sapos. E. sugerir que os brasileiros devem ser mais perspicazes ao tomarem decisões. QUESTÃO 26 Tentarei recrear meu espírito e recriar teu vício. Desatarei o laço da saudade que de lasso adoeceu. BANTIM, E. Disponível em: <http://www.gostodeler.com.br>. Acesso em: 26 out. 2017. Sobre as relações entre forma e significado nos vocábulos, considerando o texto anterior, identifica-se que A. “recrear” e “recriar” são diferentes em sentido e iguais em pronúncia. B. “recrear” e “recriar” são iguais na pronúncia e diferentes na grafia. C. “recrear” e “recriar” são diferentes em grafia e iguais em sentido. D. “laço” e “lasso” são iguais na pronúncia e diferentes na grafia. E. “laço” e “lasso” são iguais em sentido e em pronúncia. QUESTÃO 27 A imprensa foi pródiga em elogios ao anúncio das bodas entre o príncipe Harry e a atriz americana Meghan Markle. Como a futura duquesa de Sussex, além de estrangeira e plebeia, é filha de negra e divorciada, a interpretação prevalecente é a de que a conservadora monarquia inglesa está se modernizando e se adaptando aos novos tempos. A monarquia é, a meu ver, um dos mais chocantes paradoxos da modernidade. Como é que, em pleno século XXI, no qual a igualdade se tornou um dos principais objetivos perseguidos tanto no campo econômico como no político, algumas das mais avançadas sociedades do planeta, como Reino Unido, Holanda, Suécia, Noruega, ainda mantêm uma instituição que tem como ponto de partida a distinção jurídica entre nobres e plebeus? Não só a mantêm como ainda pagam para sustentá-la. E é até mais grave do que parece. Se, no plano da economia, ainda dá para argumentar que é preciso permitir alguma desigualdade – quem produz mais ou tem melhores ideias ganha mais – para assegurar o dinamismo do mercado e estimular o crescimento, nada parecido ocorre na política. Não vejo aqui nenhum raciocínio para justificar que um grupo de pessoas, apenas por ter nascido numa família, goze de um estatuto jurídico diferente daquele conferido ao restante dos cidadãos. Num mundo um pouco mais racional, a discussão não seria em torno de a monarquia estar ou não se modernizando, mas sim sobre a extinção desse fóssil institucional. Acredito, porém, que nosso essencialismo inato, somado a alguns milênios de propaganda pró-monárquica, em que príncipes e princesas são sempre retratados como heróis, nos fizeram perder a cabeça. SCHWARTSMAN, H. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br>. Acesso em: 09 dez. 2017. [Fragmento] O artigo alude à repercussão midiática de um casamento na família real britânica para, então, defender um ponto de vista mais amplo. O trecho do texto que explicita a tese endossada pelo autor é: A. “a interpretação prevalecente é a de que a conservadora monarquia inglesa está se modernizando e se adaptando aos novos tempos.” B. “algumas das mais avançadas sociedades do planeta [...] ainda mantêm uma instituição que tem como ponto de partida a distinção jurídica entre nobres e plebeus?” C. “Se, no plano da economia, ainda dá para argumentar que é preciso permitir alguma desigualdade [...], nada parecido ocorre na política.” D. “Não vejo aqui nenhum raciocínio para justificar que um grupo de pessoas [...] goze de um estatuto jurídico diferente daquele conferido ao restante dos cidadãos.” E. “Acredito, porém, que nosso essencialismo inato somado a alguns milênios de propaganda pró- -monárquica [...] nos fizeram perder a cabeça.” EM 2ª SÉRIE – VOL. 1 – 2021 LCT – PROVA I – PÁGINA 13BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO QUESTÃO 28 No fim dos anos oitenta, quando a comunicação por texto se limitava aos caracteres, havia o emoticon, representações geralmente do rosto humano, feitas apenas através de sinais de texto, como pontuação, letras e números. Isto aqui, por exemplo, seria um vampiro :-[ . A partir do avanço técnico dos aparelhos, os emoticons foram aos poucos sendo substituídos pelos emojis, pequenas imagens originadas nos desenhos com caracteres. Um rosto assustado assim :*O tomou ares mais artísticos a partir de O grito, de Edvard Munch, assim: . [...] Mas por mais familiar ou específica, por mais matizada que seja a linguagem escrita, falta a ela ainda algo da presença física, especialmente em conversas íntimas. Os emojis, memes e gifs animados cumprem justamente esse papel. Estranho misto entre a pop arte e a pontuação, eles reinserem na comunicação as microvariações de sentido que a voz, o gesto e as expressões faciais produzem quando se está presente. O emoji é um atenuador que garante a possibilidade da presença diluída e multiplicada da contemporaneidade. ISABEL, T. A. Disponível em: <https://www.revistaforum.com.br>. Acesso em: 07 jun. 2018 (Adaptação). De acordo com o texto,o emprego de emojis possibilita o(a) A. substituição da pontuação no texto. B. informatização da linguagem escrita. C. inserção da arte na comunicação cotidiana. D. expressão simbólica de impressões subjetivas. E. aumento da intimidade na troca de mensagens. QUESTÃO 29 O perigo mora na rede social Quanto da vida acontece ou deixa de acontecer por algo que registramos nas redes sociais? Quanto da vida e da morte pode ser determinado pela nossa atuação no Facebook ou no Instagram? Eu desconfio que muito mais do que possamos imaginar. As mentirinhas sedutoras que contamos, as fotos que postamos, as atitudes que endossamos, ou ainda os links que compartilhamos, podem ser determinantes na hora de conseguir um trabalho e vencer a concorrência. Já não é mais novidade que os setores de recursos humanos das grandes, médias, e pequenas empresas recorrem à rede para saber como é o perfil social do candidato, e a maneira como ele se apresenta ajuda a decidir quem vai levar a vaga de trabalho. Recentemente, a Receita Federal admitiu manter um número considerável de perfis anônimos no Facebook apenas para bisbilhotar contribuintes selecionados aleatoriamente para saber se as fotos que foram postadas, exibindo viagens, casas, carros e bens de consumo, condizem com a declaração de renda que foi apresentada. Se não condiz a devassa está decretada e o contribuinte vai para a malha fina. Diante desse quadro, rever os nossos comportamentos é uma providência sábia. Podemos não ter nada a esconder e ainda assim podemos escolher o que devemos mostrar, o que nos é conveniente revelar. BERNADELLI, A. M. R. Disponível em: <http://www.contioutra.com>. Acesso em: 04 set. 2017. [Fragmento] Nos parágrafos introdutórios do texto, a autora expõe a tese de seu texto, que consiste na A. importância social e profissional da imagem construída pelo indivíduo nas redes sociais. B. valorização da honestidade na atuação das pessoas no Facebook ou no Instagram. C. conveniência de se auxiliar as empresas e órgãos públicos com o registro de informações. D. construção orientada de um perfil social que seja atraente para possíveis empregadores. E. manutenção da privacidade do indivíduo por meio da pouca divulgação de informações. QUESTÃO 30 Teoria do medalhão Venhamos ao principal. Uma vez entrado na carreira, deves pôr todo o cuidado nas ideias que houveres de nutrir para uso alheio e próprio. O melhor será não as ter absolutamente; coisa que entenderás bem, imaginando, por exemplo, um ator defraudado do uso de um braço. Ele pode, por um milagre de artifício, dissimular o defeito aos olhos da plateia; mas era muito melhor dispor dos dois. O mesmo se dá com as ideias; pode-se, com violência, abafá-las, escondê-las até à morte; mas nem essa habilidade é comum, nem tão constante esforço conviria ao exercício da vida. O passeio nas ruas, mormente nas de recreio e parada, é utilíssimo, com a condição de não andares desacompanhado, porque a solidão é oficina de ideias, e o espírito deixado a si mesmo, embora no meio da multidão, pode adquirir uma tal ou qual atividade. ASSIS, M. In: Papéis Avulsos. São Paulo: Penguin Companhia, 2011. No conto, a crítica às instituições sociais e aos valores burgueses constrói-se por meio da ironia presente nos conselhos do pai para seu filho, o que se verifica pelo(a) A. desaprovação da solidão enquanto propiciadora de estados mentais negativos. B. dissimulação dos problemas pessoais para melhor desempenhar o ofício artístico. C. anulação de ideias fruto da reflexão pessoal com o objetivo de agradar a sociedade. D. estímulo à convivência em sociedade para desenvolver habilidades de comunicação. E. ocultamento de opiniões polêmicas para não o prejudicar na carreira e na vida social. LCT – PROVA I – PÁGINA 14 EM 2ª SÉRIE – VOL. 1 – 2021 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO QUESTÃO 31 A grande novidade introduzida pelos meios digitais prende-se com o aparecimento de bibliotecas híbridas nas quais os seus usuários podem desfrutar das vantagens de acessar a bibliotecas digitais, bem como podem requerer os serviços presenciais de um bibliotecário na orientação da sua pesquisa. Esse fato traduz-se na necessidade das bibliotecas em “incorporar o livro eletrônico como mais um elemento do serviço bibliotecário” (Garcia, Díaz & Arévalo, 2011). Podemos, pois, inferir que esse tipo de biblioteca vem dar resposta a variados tipos de públicos de bibliotecas, correspondendo às suas necessidades diversificadas, uma vez que “o que está em causa não é morte do livro ou o fim das bibliotecas, mas sim o reposicionamento da leitura enquanto prática cultural no contexto da emergência da ‘sociedade da informação’”, (Ventura, 2002). CRISTÓVÃO, A. F. M. Disponível em: <https://repositorio.iscte-iul.pt>. Acesso em: 05 jun. 2018 (Adaptação). A biblioteca híbrida combina as vantagens da era digital com o conceito tradicional de biblioteca. Identificam-se, nesse novo modelo, características necessárias para sua adequação à sociedade da informação, como A. a priorização do indivíduo autônomo como público ideal. B. a orientação mediada pelos funcionários das bibliotecas. C. a valorização do livro como fonte de conhecimento irrefutável. D. a substituição do acervo físico pelo digital sob uma óptica ecológica. E. o acesso às diversas possibilidades de leitura abertas pelo hipertexto. QUESTÃO 32 Disponível em: <http://deposito-de-tirinhas.tumblr.com/page/2>. Acesso em: 28 dez. 2012. A produção de sentido nas tirinhas comumente se dá a partir da relação entre a linguagem verbal e a não verbal. Nessa charge, a função da linguagem não verbal é de A. manter a atenção do leitor voltada para apenas um dos sentidos possíveis de “negativo” nos dois primeiros quadrinhos. B. contribuir para que o leitor seja capaz de compreender os dois sentidos possíveis de negativo desde o primeiro quadrinho. C. revelar a ironia presente na frase “quem me disse isso foi minha gerente de banco!”, que aparece no terceiro quadrinho. D. demarcar a oposição existente entre os dois sentidos possíveis do termo “negativo” em todos os três quadrinhos. E. criar uma relação de empatia e de solidariedade entre os leitores e o personagem retratado na charge. QUESTÃO 33 Era um dia abafadiço e aborrecido. A pobre cidade de São Luís do Maranhão parecia entorpecida pelo calor. Quase que se não podia sair à rua: as pedras escaldavam; as vidraças e os lampiões faiscavam ao sol como enormes diamantes, as paredes tinham reverberações de prata polida; as folhas das árvores nem se mexiam; as carroças d’água passavam ruidosamente a todo o instante, abalando os prédios; e os aguadeiros, em mangas de camisa e pernas arregaçadas, invadiam sem cerimônia as casas para encher as banheiras e os potes. Em certos pontos não se encontrava viva alma na rua; tudo estava concentrado, adormecido; só os pretos faziam as compras para o jantar ou andavam no ganho. AZEVEDO, A. O mulato. São Paulo: Saraiva, 2010. [Fragmento] A obra O mulato apresenta um olhar característico da prosa realista iniciada no fim do século XIX. Esse olhar é representado no fragmento pela A. idealização do espaço romantizado pelo narrador em sua narrativa. B. alusão aos “pretos” como uma crítica ao racismo vigente no período. C. descrição detalhada do cenário tal como ele se encontra na realidade. D. presença de injunção para orientar o leitor sobre a apresentação do local. E. referência à morbidez dos grandes centros urbanos devido a uma crise política. EM 2ª SÉRIE – VOL. 1 – 2021 LCT – PROVA I – PÁGINA 15BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO QUESTÃO 34 Um dia de chuva, entrou um ladrão do pavilhão Sete enrolado num cobertor, feito um beduíno do deserto, apenas os olhos de fora. Tinha os lábios rachados de febre, a conjuntiva amarelo-avermelhada e uma dor tão forte nos músculos que gritou quando lhe apertei a panturrilha. Era leptospirose, doença transmitidapela urina do rato, comum naquela época do ano em que chovia toda tarde, o Tietê transbordava para a Marginal e o trânsito na região do Carandiru virava um inferno. Com tantos ratos e tantos esgotos entupidos, não era de estranhar a ocorrência de um ou outro caso. Aquela manhã, entretanto, estava atípica: em duas horas de atendimento, era o quarto doente com os mesmos sintomas. Muita coincidência. VARELLA, D. Estação Carandiru. São Paulo: Companhia das Letras, 1999. p. 95. [Fragmento] O texto de Drauzio Varella narra, com detalhes, alguns de seus atendimentos em um dos maiores presídios brasileiros, o Carandiru, já extinto. Essa obra, embora contemporânea, relaciona-se com o Naturalismo em virtude do(a) A. linguagem técnica relacionando-se à medicina, por citar a leptospirose e seus sintomas. B. clareza linguística compondo-se de vocabulário simples, quando explica quais as origens da doença. C. tempo cronológico encerrando-se com conclusão, ao se estruturar em análise de sintomas e diagnóstico. D. composição detalhada contendo pormenores psicológicos, quando descreve a reação de espanto do médico. E. estilo realista apresentando traços de crueza, ao evidenciar as realidades violentas e precárias nos presídios. QUESTÃO 35 ROSA, R.; JAF, I. O Cortiço. Clássicos Brasileiros em HQ. São Paulo: Ática, 2010. [Fragmento] As imagens são quadrinhos da adaptação de O Cortiço. Apesar de adaptada, a narrativa ainda apresenta o princípio naturalista que afirma que o ser humano A. apresenta caráter mutável pela educação escolar. B. tem liberdade de escolher em qual meio vai viver. C. manifesta uma personalidade adulta diferente da infantil. D. possui características específicas em cada fase de sua vida. E. é resultado da influência do meio e das forças de sua origem. LCT – PROVA I – PÁGINA 16 EM 2ª SÉRIE – VOL. 1 – 2021 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO QUESTÃO 36 A ecovila também é chamada de ecoaldeia e ecocomunidade, o modelo de vida que preserva áreas já degradadas ou que podem estar se degradando, que encontram soluções viáveis para a erradicação da pobreza. Essas comunidades, urbanas ou rurais, são locais onde as pessoas vivem em harmonia com a natureza e com o seu estilo de vida sustentável. Mas, para que dê certo, é necessário seguir algumas práticas, como utilização de energia solar, produção de produtos orgânicos, economia solidária, preservação da natureza, entre muitos outros. A prática surgiu em 1998, e se consagra como uma das 100 melhores práticas para o desenvolvimento sustentável. SOUSA, L. F. Revista Meio Ambiente. Disponível em: <http://www.pensamentoverde.com.br>. Acesso em: 25 nov. 2018. O texto permite inferir, por meio de suas características predominantes, que ele se enquadra na tipologia A. expositiva, pois conceitua e explica o modelo de vida na ecovila. B. argumentativa, pois defende a aplicabilidade do projeto sustentável. C. descritiva, pois descreve o ambiente de desenvolvimento das ecovilas. D. narrativa, pois expõe o cotidiano da comunidade que adota a prática. E. prescritiva, pois sugere atividades voltadas para a sustentabilidade. QUESTÃO 37 Saímos à varanda, dali à chácara, e foi então que notei uma circunstância. Eugênia coxeava um pouco, tão pouco, que eu cheguei a perguntar-lhe se machucara o pé. A mãe calou-se; a filha respondeu sem titubear: – Não, senhor, sou coxa de nascença. O pior é que era coxa. Uns olhos tão lúcidos, uma boca tão fresca, uma compostura tão senhoril; e coxa! Esse contraste faria suspeitar que a natureza é às vezes um imenso escárnio. Por que bonita, se coxa? Por que coxa, se bonita? Tal era a pergunta que eu vinha fazendo a mim mesmo ao voltar para casa, de noite, sem atinar com a solução do enigma. O melhor que há, quando se não resolve um enigma, é sacudi-lo pela janela fora; foi o que eu fiz; lancei mão de uma toalha e enxotei essa outra borboleta preta, que me adejava no cérebro. Fiquei aliviado e fui dormir. Mas o sonho, que é uma fresta do espírito, deixou novamente entrar o bichinho, e aí fiquei eu a noite toda a cavar o mistério, sem explicá-lo. ASSIS, M. Memórias Póstumas de Brás Cubas. São Paulo: Penguin e Companhia das Letras, 2014. [Fragmento] Um aspecto da prosa realista que se opõe ao Romantismo, evidenciado nesse fragmento de Memórias Póstumas de Brás Cubas, é a A. narração em primeira pessoa. B. ausência de idealização feminina. C. alusão a acontecimentos oníricos. D. descrição detalhada das personagens. E. apresentação exclusiva de cenários urbanos. QUESTÃO 38 Falava uma vez sobre educação. Discutiu a questão do internato. Divergia do parecer vulgar, que o condena. É uma organização imperfeita, aprendizagem de corrupção, ocasião de contato com indivíduos de toda origem? O mestre é a tirania, a injustiça, o terror? O merecimento não tem cotação, cobrejam as linhas sinuosas da indignidade, aprova-se a espionagem, a adulação, a humilhação, campeia a intriga, a maledicência, a calúnia, oprimem os prediletos do favoritismo, oprimem os maiores, os mais fortes, abundam as seduções perversas, triunfam as audácias dos nulos? A reclusão exacerba as tendências ingênitas? Tanto melhor: é a escola da sociedade. POMPEIA, R. O Ateneu. 16. ed. São Paulo: Ática, 1996. (Coleção Bom Livro). O trecho de Raul Pompeia permite localizar a obra em análise no Realismo brasileiro, pois A. reforça o negativismo do internato pelo exagero do discurso. B. torna natural a hierarquização existente entre os grupos do internato. C. distorce as relações de poder com uma apresentação idealizada. D. representa a entidade escolar por meio da experiência individual. E. descreve criticamente as relações pessoais dentro do internato. EM 2ª SÉRIE – VOL. 1 – 2021 LCT – PROVA I – PÁGINA 17BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO QUESTÃO 39 CÍCERO. Disponível em: <http://www.cicero.art.br>. Acesso em: 04 set. 2017. Os recursos verbais e não verbais atuam em conjunto na produção de sentido da charge, principalmente na polissemia do verbo “baixar”, construindo uma crítica ao(s) A. poder das novas mídias, que fazem as pessoas desejarem o que não podem ter. B. produtos da cesta básica, que se mostram insuficientes para alimentar a família. C. recursos tecnológicos, que obrigam as pessoas a buscarem a instantaneidade. D. modelo tradicional de família, que é caracterizado pela formalidade à mesa. E. valor elevado dos alimentos, que os torna inalcançáveis para a população. QUESTÃO 40 [Luísa] ficara sentada à mesa a ler o Diário de Notícias, no seu roupão de manhã de fazenda preta, bordado a sutache, com largos botões de madrepérola; o cabelo louro um pouco desmanchado, com um tom seco do calor do travesseiro, enrolava-se, torcido no alto da cabeça pequenina, de perfil bonito; a sua pele tinha a brancura tenra e láctea das louras; com o cotovelo encostado à mesa acariciava a orelha, e, no movimento lento e suave dos seus dedos, dois anéis de rubis miudinhos davam cintilações escarlates. Tinham acabado de almoçar. A sala esteirada, alegrava, com o seu teto de madeira pintado a branco, o seu papel claro de ramagens verdes. Era em julho, um domingo, fazia um grande calor; as duas janelas estavam cerradas, mas sentia-se fora o sol faiscar nas vidraças, escaldar a pedra da varanda; havia o silêncio recolhido e sonolento de manhã de missa; uma vaga quebreira amolentava, trazia desejos de sestas ou de sombras fofas debaixo de arvoredos, no campo, ao pé da água; nas duas gaiolas, entre as bambinelas de cretone azulado, os canários dormiam; um zumbido monótono de moscas arrastava-se por cima da mesa, pousava no fundo das chávenas sobre o açúcar mal derretido, enchia toda a sala de um rumor dormente. QUEIRÓS, E. O primo Basílio. Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br>. Acesso em: 01 abr. 2019. [Fragmento] O Realismo, que sucedeu ao Romantismo, difere-se deste por características estéticas e temáticas. Nesse sentido, observa-seno fragmento da obra de Eça de Queirós, como característica realista, a A. crítica aos preceitos de idealização da figura feminina, mostrando-a como frágil e delicada. B. descrição objetiva da personagem feminina e do ambiente, resultando menor idealização. C. banalização das ações diárias, opondo-se à idealização anteriormente feita pelos escritores. D. alusão a eventos cotidianos, banalizando os romances arrebatadores dos sujeitos românticos. E. descrição psicológica, contrapondo-se ao ambiente desenhado segundo o olhar da personagem. LCT – PROVA I – PÁGINA 18 EM 2ª SÉRIE – VOL. 1 – 2021 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO QUESTÃO 41 Não se lembrava de ter amado nunca ou de haver sequer arriscado uma dessas aventuras tão comuns na mocidade, em que entram mulheres fáceis, não: pelo contrário, sempre fora indiferente a certas coisas. E agora, como é que não tinha forças para resistir aos impulsos do sangue? Como é que se compreendia o amor, o desejo da posse animal entre duas pessoas do mesmo sexo, entre dois homens? Tudo isto fazia-lhe confusão no espírito, baralhando ideias, repugnando os sentidos, revivendo escrúpulos. É certo que ele não seria o primeiro a dar exemplo, caso o pequeno se resolvesse a consentir... Mas – instinto ou falta de hábito – alguma coisa de si revoltava-se contra semelhante imoralidade que outros de categoria superior praticavam quase todas as noites ali mesmo sobre convés... Não vivera tão bem sem isso? Então, que diabo! CAMINHA, A. Bom-crioulo. 8. ed. São Paulo: Ática, 2012. [Fragmento] Na passagem anterior, observa-se o conflito interno vivido pela personagem Amaro ao ter seus desejos despertados por outro homem, o jovem Aleixo. Esse conflito reflete, no contexto naturalista, uma A. aceitação dos sentimentos vistos como próprios do ser humano. B. idealização das afeições amorosas nutridas pelo protagonista. C. individualização do sujeito ao evidenciar sentimentos dessa natureza. D. particularização do indivíduo por características que lhe são próprias. E. caracterização do homem a partir de seus instintos e desejos naturais. QUESTÃO 42 Desde os anos 1990, o mundo tem assistido a uma revolução dos meios de comunicação por meio do advento e popularização do computador e, especialmente, da Internet, a rede mundial de computadores. Tal transformação afeta a todos em toda parte, em maior ou menor grau. Todo esse processo não deixa incólume o mundo da linguagem e, assim, parâmetros novos têm surgido também no mundo textual. Na verdade, esses parâmetros talvez não possam ser simplesmente considerados novos, uma vez que dialogam com formas textuais já preexistentes. Um bom exemplo disso é o e-mail, “correio eletrônico”, que é uma adaptação da velha carta ao mundo cibernético. Do mesmo modo, os recados ou mensagens de comunidades de relacionamentos são adaptações, em diferentes níveis de formalidade e mesmo de sigilo do recado, agora não mais no papel, mas em novo suporte. NASCIMENTO, A. U. S. Disponível em: <http://educacao.globo.com>. Acesso em: 21 set. 2017. [Fragmento adaptado] De acordo com o texto, os novos parâmetros que têm surgido no mundo textual digital não podem ser considerados completamente novos porque, muitas vezes, são A. adaptações dos gêneros para a Internet, mas com um nível de formalidade menor. B. modificações no estilo dos textos, para possibilitar a despreocupação com a linguagem. C. transformações da nomenclatura dos gêneros, embora mantenham as suas características. D. interlocuções com gêneros textuais precedentes, embora estejam em outro suporte. E. processos de popularização dos textos, para validar a informalidade em todos os âmbitos. QUESTÃO 43 Fora ali, contemplando aquele delicioso sítio, que, logo à chegada padre Antônio de Moraes vira a Clarinha, a neta de João Pimenta, de pé sobre o tronco de palmeira que servia de ponte ao bem tratado porto. Era uma mameluca, de quinze a dezesseis anos de idade, uma fisionomia petulante e decididamente desagradável, tão desagradável que padre Antônio sentiu uma necessidade imperiosa de não se demorar nesta recordação, desejando já terminar com o passado e chegar ao presente, naquele quarto, naquela cama, para indagar de si, da sua situação e do seu futuro. [...] E daí em diante, nos dias seguintes, sempre aquele vulto de mulher, indo e vindo pelo quarto, cuidadosa, falando meigamente, e com uma solicitude incômoda. [...] Aquela mameluca incomodava-o, irritava-lhe os nervos doentes, com o seu pisar firme de moça do campo, a voz doce e arrastada, os olhos lânguidos de crioula derretida. Não lhe parecia formosa, tanto quanto podia julgar olhando-a por baixo das pálpebras, porque jamais fitara de frente a uma mulher qualquer, ou pelo menos, a sua beleza, se beleza tinha, não o atraía, achava-a petulante demais, provocadora, quase impudente, com o seu arzinho ingênuo, visivelmente enganador, como devem ter todas as mulheres que o demônio excita a tentar os servos de Deus. SOUZA, I. O missionário. 3. ed. São Paulo: Ática, 1992 (Adaptação). No romance naturalista O missionário, Inglês de Souza narra a história do Padre Antônio de Moraes, que vê sua vocação ser colocada à prova pela sedutora Clarinha. No fragmento, a tese determinista é confirmada pelo(a) A. análise cientificista do padre acerca do ambiente. B. prevalecimento do instinto animal sobre o juízo. C. sensualização descabida de sujeitos rurais. D. conflito religioso do temeroso sacerdote. E. beleza paradoxal e natural de Clarinha. EM 2ª SÉRIE – VOL. 1 – 2021 LCT – PROVA I – PÁGINA 19BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO QUESTÃO 44 COURBET, G. O homem desesperado. 1843-1845. Óleo sobre tela. 45 55 cm. A obra de Gustave Courbet, um autorretrato, é representativa do Realismo. Entre as marcas imagéticas que evidenciam a filiação a esse movimento artístico, está em destaque a A. referência ao contexto natural da época. B. exaltação do artista como homem nobre. C. expressão exagerada do desespero do autor. D. representação detalhada das características do pintor. E. cumplicidade entre a personagem e a paisagem de fundo. QUESTÃO 45 A luta contra o aquecimento global é hoje liderada por garotas de vários países do mundo. Estudantes secundaristas, a maioria. Mulheres muito jovens, carregando um novo espírito do tempo no mundo sem tempo, em que só há 12 anos para tentar impedir que o planeta aqueça mais do que 1,5 graus Celsius e o futuro logo ali seja uma vida muito ruim para todos, impossível para os mais pobres e os mais frágeis. Jovens mulheres com muito pânico porque os pais e avós ferraram o planeta em que vão viver e se comportam como gente mimada e egoísta que faz apenas o que quer sem se preocupar com as consequências nem mesmo para seus próprios filhos e netos. Uma parcela da espécie humana chegou a um nível de individualismo que nem mesmo protege a prole naquilo que é fundamental – e o presente se torna absoluto. De repente, os mais jovens perceberam que a sobrevivência está comprovadamente ameaçada. BRUM, E. As crianças tomam conta do mundo. Disponível em: <https://elpais.com>. Acesso em: 20 mar. 2019. [Fragmento] O trecho aborda o aquecimento global e o contexto sócio-histórico desse problema. Como tese central, a autora se foca no(a) A. relação entre juventude e política, instituída pelo apoio dos governantes mundiais. B. proporcionalidade entre os mais pobres e frágeis em relação às mulheres militantes. C. papel das mulheres jovens nas manifestações, como ativistas por um mundo melhor. D. noção de preservação globalizada, proposta pelos pais e avós das mulheres mais novas. E. influência mercadológica sobre o estilo de vida individualista de, sobretudo, mulheres jovens. LCT – PROVA I – PÁGINA 20 EM 2ª SÉRIE – VOL. 1 – 2021 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO TEXTO I Cerca de 80 mil toneladas de resíduos sólidos urbanos são descartadas de forma inadequada
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