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Imunidade tributária unigran

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4ºAula
Imunidade tributária
Objetivos de aprendizagem
Ao término desta aula, vocês serão capazes de:
conceituar imunidade tributária;
conhecer as espécies de imunidade tributária; 
entender as diferenças entre as imunidades e isenção tributárias.
Prezados(as) alunos(as), bem-vindos(as) a nossa quarta 
aula. Na aula anterior, vocês aprenderam o que são princípios 
e suas finalidades. Nesta aula, a proposta de estudo é sobre a 
imunidade tributária.
Boa aula a todos(as)!
Bons estudos!
89
24Legislação Aplicada (tributária)
1 – Imunidade tributária 
2 – Espécies de imunidade tributária
3 – Diferença entre imunidade e isenção tributárias
1 - Imunidade tributária
A imunidade Tributária é uma hipótese de não incidência 
Seções de estudo
de tributação constitucionalmente assegurada. É importante 
destacar que a Constituição Federal de 1988 impede que a 
lei de tributação inclua certos fatos na hipótese de incidência 
de impostos. Destacando que só há imunidade com relação 
à modalidade de tributo, imposto. É proibida a incidência do 
tributo imposto, contudo, as outras modalidades de tributos, 
como as taxas, contribuições de melhoria e empréstimos 
compulsórios, serão devidas.
2 - Espécies de imunidade tributária
Figura: Espécies de imunidade tributária.
Fonte: Elaborado pela autora.
90
25
Imunidade recíproca: a fundamentação legal da 
imunidade recíproca é encontrada no artigo 150, VI, a, 
da República Federativa do Brasil. Consiste a imunidade 
recíproca na vedação da União, dos Estados, do Distrito 
Federal e dos Municípios cobrarem impostos uns dos outros.
Portanto, os entes tributantes, não poderão instituir 
“impostos” uns dos outros, em razão do Princípio Federativo 
esculpido no artigo 660, § 4º, inciso I, da CF/88. Por isso o 
Imunidade para templos de qualquer culto: a 
fundamentação legal para esta espécie de imunidade é 
encontrada no artigo 150, VI, b, da Constituição da República 
Federativa do Brasil. Esta imunidade visa preservar a liberdade 
religiosa (artigo 5º, inciso VI ao VIII, da CF), bem como a 
qualquer religião (artigo 19, inciso I, da CF).
A pluralidade de religiões corrobora o Estado de Direito, 
que prima pela necessária equidistância entre o Estado e 
as Igrejas, servindo como um dos pilares do liberalismo. A 
laicidade implica que, havendo privilégios, todos os templos 
devem dele usufruir. Nesse contexto, exsurge a presente regra 
imunizatória, que prevê a exoneração de “impostos” sobre 
templos de qualquer culto.
Vale destacar, que tal imunidade abrange as manifestações 
religiosas cuja liturgia adstringe-se a valores consonantes com 
aquilo que se preconiza no texto constitucional. Assim, o 
culto deve prestigiar a FÉ e os valores transcendentais que 
a circundam, sem colocar em risco a dignidade da pessoa 
humana, a isonomia, entre outros pilares de nosso Estado 
de Direito. Portanto, não se protegem seitas com inspirações 
atípicas, que incitem a violência, os sacrifícios humanos ou o 
fanatismo devaneador ou visionário.
Imunidade para partidos políticos, entidades 
sindicais de trabalhadores, institutos de educação e 
entidades de assistência social: a base legal para esta espécie 
de imunidade é encontrada no artigo 1150, VI, da Constituição 
didáticos, cabe dividirmos em tópicos para podermos estudar 
esta imunidade.
1. Imunidade para os partidos políticos: a 
Imunidade para os partidos políticos tem como objetivo 
fomentar a liberdade partidária e assegurar a representação 
popular. Encontra fundamentação legal no artigo 1º, inciso V, 
da Constituição Federal.
2. Imunidade das entidades sindicais de 
trabalhadores: já a imunidade das entidades sindicais 
de trabalhadores, como o próprio nome já diz, alcança 
apenas a categoria dos trabalhadores, não sendo aplicada a 
categoria dos empregadores e visa assegurar a liberdade de 
associação sindical. Sua base legal é encontrada no artigo 8º, 
da Constituição Federal.
3. Imunidade dos institutos de educação: a 
imunidade para os institutos de educação serve para assegurar 
ou pelo menos tentar assegurar a educação para todos. Vale 
observar que tal imunidade abrange os institutos de educação 
não quer dizer que não podem ter lucros, o que não pode 
ocorrer é a divisão dos lucros entre seus criadores, pois se 
exige que o lucro seja revertido em benefício da instituição. 
Os artigos 205, 208 e 214, todos da Constituição Federal, 
são usados como base de fundamentação legal para referida 
imunidade.
4. Imunidade das entidades de assistência 
social: quanto à imunidade de assistência social, que tem 
auxiliar o Estado no atendimento dos direitos sociais, como 
saúde, segurança, maternidade, trabalho, moradia, assistência 
aos desamparados dentre outros direitos sociais. É o caso 
das entidades que compõe o sistema “S”, tais como o SESI, 
SENAI, SENAC, SEBRAE, entre outras. A base legal que 
fundamenta essa imunidade é encontrada nos artigos 203 e 
204, ambos da Constituição Federal.
Imunidades para livros, periódicos, jornais e o papel 
para impressão destes:
Essa é a conhecida imunidade de “imprensa”. A 
fundamentação legal para todas as imunidades descritas 
neste tópico é encontrada no artigo 150, VI, da Constituição 
em tópicos para podermos estudá-la.
1. Imunidade para livros: primeiramente, a imunidade 
temos duas teorias. A primeira teoria, chamada tradicional, 
defende que a imunidade deve ser aplicada conforme 
estabelece a lei, ou seja, somente aos livros impressos. Por 
outro norte, a segunda teoria, chamada de moderna, defende 
que como tudo evolui na história, não deve ser diferente 
com o direito, sob pena das leis virarem obsoletas e caírem 
em desuso, devendo, assim, a imunidade alcançar também os 
livros digitais.
Tal divergência perdurou por tempos na doutrina 
e na jurisprudência, até que, neste ano de 2017, o STF 
– Supremo Tribunal Federal, guardião da Constituição 
entendimento no sentido que os livros digitais / eletrônicos 
são abrangidos sim pela imunidade de “impostos”.
2. Imunidade para os periódicos: com relação aos 
periódicos, que na verdade refere-se às revistas editadas 
com periodicidade, o legislador não distingue o tipo de revista 
e assim, até mesmo aquelas com pouco conteúdo intelectual, 
3. Imunidade para os jornais: os jornais, por sua 
vez, que têm como objetivo a manifestação do pensamento e 
acesso à informação e notícia aos leitores, possuem imunidade 
plena, inclusive das propagandas, como decidido inúmeras 
vezes pelo STF, mesmo que venha a calhar grande fonte de 
renda aos jornais e baratear o custo da veiculação destes.
4. Imunidade para o papel destinado à impressão: 
o papel destinado à impressão dos livros, periódicos (revistas) 
e jornais, possui imunidade plena também. O papel é o único 
insumo alcançado pela imunidade tributária, pois o legislador 
fez menção exclusiva dele, todavia, não há dúvida que o 
alcance da lei “poderia” ter sido mais abrangente, incluindo 
maquinário, tinta e outros bens utilizados na fabricação de 
à literalidade do texto constitucional, isto é, interpretado, 
restritivamente a lei, não fazendo alcançar qualquer outro 
insumo que não seja o próprio papel.
91
26Legislação Aplicada (tributária)
Imunidade para as músicas brasileiras: neste tópico, 
vale fazer a ressalva de que os “teatros” não são alcançados 
e os teatros não sofrem desse mal.
“imposto” sobre as músicas brasileiras é reduzir a pirataria e 
fomentar o mercado interno da música brasileira.
Imunidade do pagamento de “Taxas”: a imunidade 
de “taxas”, também é prevista na Constituição Federal de 
1988, precisamente no artigo 5º, em seus diversos incisos. 
Vejamos cada um deles:
a. Direito de petição: o inciso XXXIV, alínea “a”, do 
artigo 5º da CF, assegura a todos o direito de petição, 
independentemente do pagamento de taxa. O direito 
de petição serve para buscar defesa do cidadão, aos 
Poderes Públicos, de direitos ou contra ilegalidade 
ou abuso de poder.
b. Certidões em repartições públicas: no mesmo 
inciso acima citado,contudo, na alínea “b”, 
encontramos a imunidade de taxa para obtenção 
de certidões em repartições públicas, para defesa de 
direitos e esclarecimento de situações de interesse 
pessoal.
c. Justiça gratuita: no inciso LXXIV, do mesmo 
artigo 5º da CF/88, encontramos a assistência 
judiciária gratuita aos reconhecidamente pobres. 
Tal gratuidade serve para o ajuizamento de ações 
judicias perante o Poder Judiciário, isentando o 
autor da ação do pagamento das custas processuais 
e honorários sucumbenciais.
d. Registro de Nascimento e de Óbito: o inciso 
LXXVI traz a gratuidade das certidões de nascimento 
e de óbito, para os reconhecidamente pobres.
e. Habeas Corpus: o Habeas Corpus é o remédio 
constitucional para garantir a liberdade de locomoção 
da pessoa humana. Segundo o inciso LXXVII, trata-
se de uma ação cujo exercício é totalmente gratuito.
f. Habeas Data: o Habeas Data não visa à liberdade 
de locomoção, mas sim informações pessoais sobre 
a pessoa.
g. Ação popular: no inciso LXXIII, é assegurado a 
qualquer cidadão o direito de propor ação popular 
que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou 
de entidade de que o Estado participe, à moralidade 
administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio 
comprovada a má-fé, isento de custas processuais e 
de ônus da sucumbência.
Imunidade para as contribuições: a Seguridade 
indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes 
dos orçamentos da União, Estados, do Distrito Federal e dos 
Municípios.
Primeiramente, cabe tecermos que a Seguridade Social 
é formada pela Previdência Social e pela Assistência Social. 
sendo que o cidadão tem que realizar as devidas contribuições 
/ recolhimentos para fazer jus ao direito de perceber 
alguns dos benefícios por ela oferecidos, como exemplo, o 
auxílio-doença, auxílio-acidente, aposentadoria por idade, 
aposentadoria por tempo de contribuição e a aposentadoria 
por invalidez, dentro outros.
Por outro norte, a Assistência Social é gratuita aos 
reconhecidamente pobres, nos termos da lei, aos que não 
possuem renda per capita acima de ¼ do salário mínimo, hoje, 
R$ 242,50, ou seja, a pessoa tem que estar verdadeiramente 
vivendo em estado de miserabilidade, haja vista que esse valor 
não compra nem uma cesta básica completa.
Quanto aos benefícios oferecidos pela Assistência Social, 
são bem limitados, a exemplo, o LOAS, que é o benefício 
assistencial da Lei Orgânica da Assistência Social.
3 - Diferença entre imunidade e 
isenção tributárias
Figura: Diferença entre imunidade e isenção tributária.
Fonte: Elaborado pela autora.
A Imunidade está prevista na CF/88, enquanto que 
a Isenção, em Lei infraconstitucional. A Isenção inibe o 
lançamento do tributo, mas ocorre o fato gerador, nascendo o 
vínculo jurídico obrigacional. Enquanto na Imunidade sequer 
existe a relação jurídico tributária.
que vocês ainda irão estudar a constituição da relação jurídico- 
tributária e cada etapa da constituição do crédito tributário, 
inclusive, o lançamento e suas modalidades.
Retomando a aula
Terminando esta aula, é importante retomar a 
conversa inicial e recordar alguns pontos estratégicos 
do estudo.
1 - Espécies de imunidades tributárias
As principais espécies de imunidades tributárias que 
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27
são: imunidade recíproca, imunidade religiosa, imunidade 
de partidos políticos, imunidade das entidades sindicais 
dos trabalhadores, imunidade das entidades de educação e 
assistência social, imunidade de “imprensa”, imunidade da 
música brasileira.
2 - Diferença entre imunidade e isenção
A diferença entre imunidade e isenção, sendo que a 
imunidade está prevista na Constituição Federal, enquanto que 
a isenção está prevista em leis infraconstitucionais. A isenção é 
instituto de conceituação polêmica, pois sua natureza jurídica 
oscila entre os parâmetros de não-incidência e incidência da 
norma. Para alguns doutrinadores, a isenção exclui a própria 
obrigação tributária, impedindo o surgimento do fato gerador 
dessa mesma obrigação. Contudo, para outros, a isenção 
obsta o nascimento da obrigação tributária como um todo, 
sendo “o próprio poder de tributar visto ao inverso”. Para 
o STF – Supremo Tribunal Federal, entretanto, na vertente 
da teoria clássica, a isenção caracteriza-se como a dispensa 
legal do pagamento de determinado tributo devido, pelo que 
ocorre o fato gerador, mas a lei dispensa seu pagamento.
Sugestão de texto
Tributário
OLIVEIRA, Alexandre Machado. Imunidade tributária. Disponível em: 
<http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_
artigos_leitura&artigo_id=7865>. Acesso em mar. 2019.
Introdução
O presente artigo tem como escopo a análise do instituto da 
imunidade tributária, um dos principais institutos da ciência tributária 
e autêntico instrumento de limitação ao poder de tributar.
A abordagem do assunto será iniciada com breves considerações 
acerca da competência tributária e a conceituação de imunidade 
tributária. Após a conceituação, apontaremos os pontos em que 
se difere do instituto da isenção e faremos uma breve análise das 
principais situações de imunidade plasmadas no texto constitucional.
O objetivo do presente artigo não é esgotar o estudo da imunidade, 
mas convidar o leitor a caminhar por um dos institutos mais 
importantes do direito, lançando um convite despretensioso para o 
assuntos e discussões que este instituto nos oferece. 
Competência tributária
Ao tratar da imunidade tributária, primeiramente devemos traçar 
considerações acerca da competência tributária, pois, como iremos 
analisar, a imunidade tributária é um instrumento limitador do poder 
de tributar, excluindo da esfera de competência de determinado 
ente federativo situações previamente disciplinadas no texto 
constitucional. 
Inicialmente cabe apontar a distinção entre competência legislativa 
e competência tributária. A competência legislativa está disposta 
no art. 24 da Constituição Federal onde estabelece a competência 
concorrente da União, dos Estados e do Distrito Federal para legislar 
sobre direito tributário, estabelecendo normas gerais acerca do 
exercício do poder de tributar.
Por sua vez, a atribuição dada aos entes políticos (União, Estados, 
Distrito Federal e Municípios) para instituir tributos chama-se 
competência tributária. A Carta Magna tratou de delimitar a 
competência de cada ente para instituir tributos, estas normas não 
são apenas formalmente constitucionais (previsão na Constituição, 
mas que poderiam ter sido tratadas por leis complementares 
ou ordinárias), mas, acima de tudo, têm caráter materialmente 
constitucional.
Ao falar de competência não estamos a tratar apenas do poder de 
tributar, mas também na limitação a este poder. Outro não poderia 
ser o diploma legislativo a tratar de competência dos entes tributários 
senão a Constituição Federal, pois são normas que 
de aquisição e limitação do poder Estatal.
Esta atribuição de instituir tributos, à qual damos o nome de 
competência tributária, se dá por meio de lei, único mecanismo para 
o seu exercício, razão pela qual apenas os entes estatais dotados 
de poder legislativo (União, Estados, Distrito Federal e Municípios) é 
quem podem exercê-la.
A competência tributária é indelegável, não podem os entes políticos 
delegar a sua competência de instituir tributos para outro ente, assim, 
por exemplo, não pode a União delegar a sua competência de instituir 
o Imposto sobre Grandes Fortunas para o Estado ou o Município. O 
artigo 7° do Código Tributário Nacional dispõe expressamente acerca 
da impossibilidade de delegação da competência tributária.
“Art. 7°. A competência tributária é indelegável, salvo atribuição das 
atos ou decisões administrativas em matéria tributária, conferida por 
uma pessoa jurídica de direito público a outra, nos termos do § 3° do art. 
18 da Constituição.”
A ressalva prevista neste dispositivo não diz respeito precisamente 
à competência tributária, mas sim à capacidade tributária, esta 
sim delegável
a capacidade de determinado enteser sujeito ativo tributário, 
serviços, atos ou decisões administrativas em matéria tributária.
Observe que a capacidade tributária em nada se confunde com a 
competência tributária, pois enquanto a primeira pode ser atribuída 
pela Constituição ou pela lei, é passível de delegação , exercida 
mediante atos administrativos e pode ser revogada a qualquer 
tempo por ato unilateral da pessoa jurídica que a tenha conferido; 
a segunda, só pode ser atribuída pela Constituição, não é passível de 
delegação, é exercida por lei e só pode ser 
Constitucional.
A competência tributária e a capacidade tributária em princípio 
andam juntas, mas a lei pode delegar a capacidade tributária a 
outro ente. Assim, teremos um ente com a competência de instituir 
o tributo, dispor sobre seu aspecto temporal, pessoal, material e 
execução de leis, serviços, atos ou decisões administrativas.
A Emenda Constitucional n° 42/2003, dando nova redação ao artigo 
153, §4°, III da Carta Magna, nos traz um típico exemplo de delegação 
Municípios do Imposto Territorial Rural, o qual é de competência 
tributária da União.
A lei 11.250/2005 ao regular o dispositivo constitucional nuper 
consignou em seu artigo 1°, §1° que deverá ser observada a 
legislação de regência do Imposto de Propriedade Territorial Rural. 
Observe que dado texto normativo só vem a alertar que no que pese 
a delegação administrativa ao Município, este deverá obedecer à lei 
federal de regência do Imposto Territorial Rural, pois a competência 
tributária é indelegável e, neste caso, continua com a União, por força 
93
28Legislação Aplicada (tributária)
do artigo 153, VI da Constituição Federal.
Ainda no tocante à delegação administrativa a pessoa jurídica de 
direito público ao receber a atribuição delegada, a reboque também 
recebe as garantias e os privilégios processuais que competem à 
pessoa jurídica delegante. Assim, por expressa previsão do § 1° do 
art. 7° do CTN, os prazos em dobro para recorrer e em quádruplo 
para contestar são estendidos às estas pessoas jurídicas.
Mesmo tacitamente a competência tributária é indelegável, tal 
não exercício da 
competência tributária não a defere a pessoa jurídica diversa daquela 
a que a Carta Magna tenha disposto. Assim, ainda aproveitando o 
exemplo do Imposto Sobre Grandes Fortunas, o fato de a União não 
ter instituído o imposto previsto em sua competência tributária não 
defere ao Estado ou ao Município o exercício desta competência. 
Contudo, o não exercício desta competência pelo ente político pode 
ocasionar sanções, conforme previsão na Lei de Responsabilidade 
Fiscal.
Desta forma, o texto constitucional delimita a esfera de competência 
de cada ente federativo, a imunidade tributária, como veremos, 
pincela determinadas situações, as retirando de dentro desta esfera 
Conceito de imunidade tributária
O Professor Paulo de Barros Carvalho traz o seguinte conceito de 
imunidade:
 (Curso de direito tributário. 12. ed. 
São Paulo: Saraiva, 1999, p. 178)
Em termos simples quando falamos que uma determinada pessoa 
está imune àquela doença, estamos dizendo que ela está protegida 
contra esta moléstia, não corre o risco de vir a contraí-la. Fazendo 
um paralelo com a imunidade tributária, quando falamos que 
determinada situação está imune, estamos a dizer que está protegida 
contra o poder de tributar do Estado, não corre o risco de ser 
tributada.
Na conceituação deste instituto encontramos muitos doutrinadores 
a imunidade como não-incidência constitucionalmente 
. Explicamos. Não incidência, pois coloca uma 
Constitucionalmente, pois as hipóteses de imunidade estão previstas 
, pois, ao contrário de 
uma circunstância simples de não incidência, quando determinada 
político deixar de exercer a competência atribuída pela Constituição 
Federal (negativa), na imunidade temos uma previsão expressa 
(positiva) de hipótese de não-incidência.
Imunidade x Isenção
Conceituada a imunidade, nos cabe aqui diferenciá-la de outro 
instituto que é o da isenção. Esta diferenciação é constantemente 
cobrada em provas de concurso e exame da ordem.
tem previsão constitucional e é uma hipótese de não-incidência 
hipótese de exclusão do crédito tributário. 
A primeira e principal diferença a ser apontada entre a imunidade e a 
que os papéis e revistas estão imunes ao ICMS, estamos dizendo que 
esta situação está fora da esfera de competência do Estado. 
Por outro lado, se não existisse esta hipótese de imunidade, mas 
estivesse isenta por previsão legal, diríamos que o Estado tem a 
competência para cobrar o ICMS de revistas e papéis, mas resolveu 
não exercê-la, ao prever em lei Estadual que esta hipótese estaria 
isenta. 
Previsão constitucional x previsão infraconstitucional
A imunidade está prevista no texto constitucional, mesmo naquelas 
situações em que a Constituição fala em isenção, está tratando de 
imunidade, pois todas as situações previstas na Constituição são 
imunidades e não isenção. Podemos grifar como exemplo o art. 195, 
§ 7° da Constituição Federal que dispõe: “são isentas de contribuição 
social que atendam às exigências estabelecidas em lei”. 
No caso deste artigo a expressão correta a ser empregada seria 
imunidade, a hipótese tem previsão constitucional. A primeira turma 
Supremo Tribunal Federal assim se manifestou sobre o assunto 
ao decidir em sede de RMS 22.192/DF, Rel. Min. Celso de Mello, 
28.11.1985, que a cláusula inscrita no art. 195 § 7° da Constituição 
Federal traduz-se em típica garantia de imunidade e não de simples 
isenção.
As isenções, por sua vez, se materializam nas leis infraconstitucionais, 
e nada mais são do que a dispensa no pagamento de um tributo. As 
isenções, ao lado da anistia, são consideradas hipóteses de exclusão 
do crédito tributário. 
A diferenciação de tratamento da imunidade, em sede constitucional, 
e a isenção, em lei, têm uma razão de ser. Ocorre que cabe à 
qual apenas a Constituição pode excepcionar esta competência 
(imunidade). A isenção, como está a interferir apenas no exercício, 
este pode e deve ser disciplinado em lei.
competência de determinado ente, enquanto a isenção pressupõe a 
competência de determinado ente para dispor acerca de determinada 
situação, e este ente o faz para excluir o crédito tributário.
Situações de Imunidade
Como já visto a Constituição Federal alberga as hipóteses de 
imunidade tributária presentes em nosso sistema jurídico pátrio. A 
maior concentração de imunidades está no art. 150 da Constituição 
Federal, mas outros dispositivos esparsos também trazem situações 
de imunidade. 
A imunidade recíproca está prevista no art. 150, VI, “a” da Constituição 
Federal ao vedar “à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos 
Municípios instituir impostos sobre o patrimônio, a renda ou serviços, 
uns dos outros”. 
Inicialmente cabe grifar que o texto constitucional ao tratar da 
imunidade recíproca falou em impostos, e não em tributos. Assim, 
apenas os impostos estão abrangidos por esta imunidade, podendo 
a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios cobrarem as 
94
29
demais espécies tributárias uns dos outros, dentre as quais podemos 
grifar como exemplo as taxas.
A presente limitação ao poder de tributar traduz-se em cláusula 
pétrea e protege o pacto federativo, na medida em que evita que um 
ente político esteja sujeito ao poder de tributar de outro. O Supremo 
Tribunal Federal assim já se manifestou em sede de ADIN. n.° 939.
O § 2° do art. 150 estende esta imunidade “às autarquias e às 
fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, no que se refere 
essenciais ou às delas decorrentes”. Assim, além da vedação de 
se cobrar impostos de um ente político em relação a outro, como 
proteção do pacto federativo, o Poder Constituinte também estende 
a mesma vedação em relação às autarquias e fundações públicas.
Cumpre grifar que a imunidade das autarquias e fundações públicas 
(União, Estados, Distrito Federal e Municípios) não há esta restrição, 
sendo que em qualquer circunstância um entenão poderá cobrar 
impostos do outro.
A título de exemplo consideremos que o Estado de Alagoas compre 
um terreno para a construção de um campo de futebol, neste caso 
ainda sim não poderá o Município cobrar IPTU ou ITBI daquela 
área. Por outro lado, se uma autarquia estadual (ex: DETRAN) vier a 
comprar uma área para a construção de um campo de futebol, neste 
caso estará sujeita ao pagamento do IPTU e ITBI.
O parágrafo 3° do art. 150 retira da hipótese de imunidade aquelas 
situações relacionadas à exploração de atividades econômicas, ao 
dispor que a imunidade recíproca, bem como a sua extensão às 
autarquias e fundações públicas “não se aplicam ao patrimônio, à 
renda e aos serviços, relacionados com exploração de atividades 
econômicas regidas pelas normas aplicáveis a empreendimentos 
privados, ou em que haja contraprestação ou pagamento de preços 
ou tarifas pelo usuário...”. 
pois se a imunidade também fosse estendida para estas situações 
os entes político, bem como as autarquias e fundações públicas, 
iriam concorrer de forma desigual com as demais empresas privadas 
exploradoras daquela atividade econômica, podendo oferecer seus 
produtos e serviços em um preço mais baixo, pois não onerados com 
os impostos pagos pelas empresas daquele setor.
Igualmente, também naqueles casos em que haja a contraprestação 
ou pagamento de preços ou tarifas pelo usuário a imunidade não 
alcança. Ocorre que nestes casos quem está arcando com a carga 
tributária não é o ente político, a autarquia ou a fundação, mas sim 
o usuário daquele produto ou serviço, razão pela qual não se há de 
falar em ofensa ao princípio do pacto federativo.
a imunidade recíproca não exonera o promitente comprador da 
obrigação de pagar imposto relativamente ao bem imóvel. Neste 
sentido o Supremo Tribunal Federal já havia editado a súmula 583 
“promitente comprador de imóvel residencial transcrito em nome de 
autarquia é contribuinte do imposto predial territorial urbano.”
se esquivem de pagar impostos devidos com a compra de imóveis 
de entes cobertos sob o manto da imunidade. Ocorre que quando 
o Estado, por exemplo, o imóvel continua sendo do Estado, sendo 
que na ausência de dada disposição legal o particular estaria a 
salvo do pagamento de qualquer imposto até o cumprimento do 
compromisso, se valendo de imunidade que não lhe pertence. 
entes políticos (União, Estados, Distrito Federal e Municípios, bem 
como as autarquias e fundações públicas, o que está a demonstrar, a 
princípio, que a presente imunidade não se estende às sociedades de 
economia mista e empresas públicas. Contudo, o Supremo Tribunal 
Federal decidiu que a presente imunidade também se estende à 
sociedade de economia mista e empresas públicas na qualidade de 
prestadoras de serviços públicos de prestação obrigatória e exclusiva 
do Estado.
O presente entendimento da Corte Superior com relação às empresas 
públicas está consubstanciado no RE 407.099/RS, ao analisar a 
imunidade tributária em relação à Empresa Brasileira de Correios e 
Telégrafos – ECT, relator o Ministro Carlos Velloso, e consignada no 
informativo n° 353:
“INFORMATIVO Nº 353 TÍTULO ECT e Imunidade Tributária Recíproca 
PROCESSO ARTIGO A Empresa Brasileira de Correios e 
Telégrafos - ECT está abrangida pela imunidade tributária recíproca 
entre empresa pública como instrumento de participação do Estado 
inteiro teor do voto do relator na seção de Transcrições deste Informativo. 
 
Com relação às Sociedades de Economia Mista prestadoras de serviço 
público, a imunidade recíproca também foi a esta reconhecida pela 
Corte Suprema em AC 1550, Rel. Min. Gilmar Mendes, consignada em 
informativo de n° 456, trazemos à colação parte do voto do Ministro 
Relator:
“...Conforme atestam os documentos juntados aos autos, a 
Companhia de Águas e Esgotos do Estado de Rondônia – CAERD 
é sociedade de economia mista prestadora do serviço público 
obrigatório de saneamento básico (abastecimento de água e esgotos 
sanitários) e, portanto, de acordo com a jurisprudência deste Tribunal, 
está abrangida pela imunidade tributária prevista no art. 150, inciso 
VI, “a”, da Constituição. Outro não foi o entendimento esposado pelo 
131-140): “Nitidamente, constata-se que de atividade econômica, 
estrito sensu, nada possui a CAERD, porquanto está a cargo de 
cumprir, como acentua sua lei de instituição, as metas das políticas 
de saneamento do Poder Público (...) Inegavelmente se trata de um 
manus público-estatal para cumprimento de mais uma atividade-
obrigação do Estado, qual seja, o saneamento básico. (...) É de observar 
que a apelante, efetivamente, é prestadora de serviço público 
95
30Legislação Aplicada (tributária)
obrigatório, não podendo ser comparada às empresas privadas, 
A discussão do presente assunto passa pelo art. 173, § 1°, II que 
ao permitir ao Estado a exploração direta da atividade econômica, 
condicionando aos imperativos da segurança nacional ou relevante 
interesse coletivo, dispôs que as empresas públicas e sociedades de 
economia mista estarão sujeitas ao regime próprio das empresas 
privadas.
O entendimento da Suprema Corte é o de ressalvar desta regra 
aquelas empresas públicas e sociedades de economia mista que 
prestem serviços públicos que cabem ao Estado obrigatoriamente 
prestar. Assim, o Supremo Tribunal Federal não se ateve a uma 
interpretação literal do § 2° do art. 150 da Constituição Federal, mas 
buscou o fundamento da regra imunizante, estendendo a imunidade 
recíproca para as sociedades de economia mista e empresas públicas 
prestadoras de serviços públicos, pois são prestadoras de serviços 
obrigatórios, não devendo receber o mesmo tratamento das demais 
empresas privadas.
Em resumo, a imunidade recíproca alcança os entes políticos (União, 
Estados, Distrito Federal e Municípios), as autarquias e fundações 
públicas, bem como as sociedades de economia mista e empresas 
públicas, quando prestadoras de serviços públicos de prestação 
obrigatória pelo Estado. 
A imunidade dos templos de qualquer culto está prevista no art. 150 
VI, “b” da Constituição Federal ao vedar à União, Estados, Distrito 
Federal e Municípios instituir impostos sobre templos de qualquer 
culto. A presente imunidade tem como escopo a proteção da 
liberdade religiosa prescrita no art. 5°, inciso VI da Carta Magna.
A presente norma imunizante não faz distinção de religiões, sendo 
que qualquer religião é alcançada pela imunidade, ressalvada aquelas 
que atentem contra os direitos humanos, tais como mutilações, 
prática de racismo, etc. Não poderia ser diferente, o nosso Estado 
é laico, acredita em Deus, o que se comprova com a sua menção 
no preâmbulo da Constituição Federal, mas não temos uma religião 
do § 4° do art. 150, a imunidade para os templos de qualquer culto 
só abrange o patrimônio, a renda e os serviços, relacionados com 
autarquias e fundações públicas se aplicam aos templos de qualquer 
culto.
Contudo, chamamos a atenção do leitor para o entendimento do 
Supremo Tribunal Federal, consubstanciado no RE 325.822-SP, e 
publicado no informativo n° 295:
“INFORMATIVO Nº 295 TÍTULO Imunidade Tributária de Templos 
PROCESSO RE - 325822 ARTIGO A imunidade tributária concedida 
aos templos de qualquer culto prevista no art. 150, VI, b e § 4º, da 
CF, abrange o patrimônio, a renda e os serviços relacionados com 
“Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é 
vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: 
... VI - instituir impostos sobre: ... b) templos de qualquer culto. ... § 
4º As vedações expressas no incisos VI, alíneas b e c, compreendem 
somente o patrimônio, a renda e os serviços, relacionados com as 
esse entendimento, o Tribunal, por maioria, conheceu de recurso 
extraordinário e o proveu para, assentando a imunidade, reformar 
acórdão do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo que, à exceção 
dos templos em que são realizadas as celebrações religiosas e das 
legítima a cobrança de IPTU relativamente a lotes vagos e prédioscomerciais de entidade religiosa. Vencidos os Ministros Ilmar 
Galvão, relator, Ellen Gracie, Carlos Velloso e Sepúlveda Pertence, 
que, numa interpretação sistemática da CF à vista de seu art. 19, 
que veda ao Estado a subvenção a cultos religiosos ou igrejas, 
mantinham o acórdão recorrido que restringia a imunidade tributária 
das instituições religiosas, por conciliar o valor constitucional que 
se busca proteger, que é a liberdade de culto, com o princípio da 
neutralidade confessional do Estado laico. RE 325.822-SP, rel. orig. 
Min. Ilmar Galvão, red. p/ o acórdão Min. Gilmar Mendes, 18.12.2002. 
(RE-325822)” Fonte: (http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/
listarJurisprudencia.asp?s1=(325822.PROC.)&base=baseInformativo).
A Corte Suprema decidiu que a imunidade se estende a lotes vagos 
e prédios comerciais de entidades religiosas, quando alugados e a 
a cobrança de IPTU, por exemplo, de propriedades de entidades 
religiosas alugadas para particular, desde que os recursos sejam 
imunidade do art. 150, VI “b”.
O art. 150 VI, “a” da Constituição Federal veda à União, Estados, Distrito 
Federal e Municípios a instituição de impostos sobre o “patrimônio, 
renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das 
entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação 
da lei.”. A presente vedação em tributar tem seu fundamento na 
necessidade de se preservar os instrumentos asseguradores da 
Democracia (art. 1°, V da CF), na liberdade de associação sindical (art. 
8° da CF) e no fomento de iniciativas de caráter social (art. 6° da CF).
imunidade para três destinatários: 
1. Partidos políticos e suas fundações;
2. Entidades sindicais dos trabalhadores;
No que pertine aos partidos políticos é imprescindível o seu registro 
Superior Eleitoral que o partido político adquire personalidade jurídica 
Quanto às entidades sindicais dos trabalhadores, cumpre grifar que 
não se estendendo às dos empregadores.
A imunidade tributária também é dirigida às instituições de educação 
lucrativos. Este condicionamento se dirige apenas ao item três, pois 
as Entidades Sindicais dos Trabalhadores e os Partidos Políticos e 
lei”. A presente lei que se está a exigir é a complementar, conforme 
96
31
entendimento do Supremo Tribunal Federal, nos termos do art. 146, 
II, pois se está a versar sobre limitação constitucional ao poder de 
tributar.
No presente caso, o texto normativo a tratar dos requisitos para a 
concessão da imunidade é o Código Tributário Nacional, que com o 
fenômeno da recepção recebeu status de lei complementar. O seu 
artigo 14 elenca os seguintes requisitos a serem observados pelas 
instituições de educação e assistência social:
“(...) I – não distribuírem qualquer parcela de seu patrimônio ou de 
suas rendas, a qualquer título;
II – aplicarem integralmente, no País, os seus recursos na manutenção 
dos seus objetivos institucionais;
III – manterem escrituração de suas receitas e despesas em livros 
revestidos de formalidades capazes de assegurar sua exatidão.”
O parágrafo primeiro do artigo em comento dispõe que o não 
cumprimento de um destes requisitos possibilita a autoridade 
competente a suspender a aplicação do benefício. No que pese o 
parágrafo consignar a expressão “pode”, entendo que esta deve ser 
entendida como deve, pois a autoridade neste caso está vinculada 
à lei que dispôs expressamente os requisitos a serem preenchidos 
para a concessão da imunidade, por se tratar de limitação ao poder 
de tributar. 
Por sua vez, a imunidade não é irrestrita, e só abrange o patrimônio, 
termos do § 4° do artigo 150. Contudo, neste ponto o Supremo 
esteja alugado para terceiros, ainda assim permanece imune, desde 
Neste sentido colacionamos a súmula 724 do Supremo Tribunal 
Federal:
aplicado nas atividades principais de tais entidades”.
O presente posicionamento é o mesmo aplicado para a imunidade 
dos templos de qualquer culto, consubstanciado na idéia de que 
ainda que o patrimônio não seja diretamente explorado para 
a exigência constitucional.
A imunidade tributária tem raiz constitucional, pois interfere na 
própria competência do ente tributante. Este instituto tem o poder de 
retirar do âmbito de competência de um ente determinadas situações 
jurídicas, as blindando da possibilidade de serem tributadas.
A imunidade se diferencia da isenção, pois atua no plano da 
competência tributária, tendo previsão constitucional; enquanto que 
a isenção atua no plano do exercício da competência tributária e tem 
sede infraconstitucional, excluindo o crédito tributário.
Por atuar no plano da competência tributária, revelando-se autêntica 
limitação ao poder de tributar, as suas situações têm que vir 
expressamente consignadas no texto constitucional. Neste diapasão, 
observamos que as imunidades tributárias estão espalhadas por 
toda a Constituição Federal, mas a sua maior concentração é no art. 
150, situado topologicamente na seção “das limitações ao poder de 
tributar”.
Para tratar minudentemente de cada uma das situações de 
imunidade tributária seria preciso escrever um livro, dada a riqueza 
de discussões acerca do tema, não só pela doutrina pátria, mas, 
decisões do Supremo Tribunal Federal e do Superior Tribunal de 
Justiça é imprescindível para uma melhor compreensão do instituto, 
seu alcance e sua aplicabilidade prática. 
Assim, o estudo da imunidade tributária não se esgota com a leitura 
isolada de artigos ou livros, estes são apenas pequenas peças de 
um grande quebra-cabeça de um dos mais intrigantes institutos 
do universo jurídico, tendo este artigo uma participação mínima na 
compreensão do todo. 
Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). NBR-6023 – 
Informação e documentação – Referências - Elaboração. Rio de Janeiro, 
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ALEXANDRE, Ricardo. – 3ª ed. – rev., 
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ALEXANDRINO, Marcelo e PAULO, Vicente. Direito Administrativo 
Descomplicado – 17ª ed. – rev., atual. e ampl. - Rio de Janeiro: Forense: 
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Informações sobre o autor
Alexandre Machado de Oliveira
Juiz de Direito Substituto do Estado de Alagoas. Procurador do 
97
32Legislação Aplicada (tributária)
Estado de Roraima 2004-2008. Chefe da Procuradoria Fiscal 2004. 
Membro do Conselho Superior da Procuradoria Geral do Estado de 
Roraima 2004-2006. Professor Contratado da UniversidadeFederal 
de Roraima 2004-2005 (Direito Tributário e Comercial). Professor 
do Alagoas Cursos 2009 (Tributário). Professor do Centro de Ensino 
Superior de Maceió – CESMAC (Administrativo). Juiz Membro da 
Turma Recursal da Segunda Região – Arapiraca. Especialista em 
Direito Processual Civil.
Aula 11 - Direito Tributário - Impostos em Espécie - 
Imunidades - Parte 1. Disponível em <https://www.
youtube.com/watch?v=CLizvr0AQ_0>.
Direito Tributário - Imunidades Tributárias - Profa. Lilían 
Souza. Disponível em <https://www.youtube.com/
watch?v=lV06wCSyspA>.
Vale a pena assistir
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