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A Contracultura Psicodélica dos Anos 60

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MAKE LOVE, NOT WAR 
Traduzido para “faça amor, não faça guerra”, era um dos diversos gritos de 
guerra dos protestos dos anos 60. Estados Unidos, França, Cuba e outros países se 
manifestavam contra a guerra do Vietnã. O movimento hippie, também chamado de 
Flower Power, foi de extrema importância para a sociedade, marcando uma era de 
revoluções sociais e artísticas. 
 
1 SURGIMENTO DO PSICODELISMO 
O fim da Segunda Guerra Mundial em 1945 trouxe um boom econômico nos 
EUA e também um enorme aumento na taxa de natalidade, conhecido como o "baby 
boom". Entre 1945 e 1957, quase 76 milhões de bebês nasceram na América. Em 
meados dos anos 60, a maioria dessas crianças eram jovens adultos. (STRAUB E 
GRUNER, 2009, p. 22) 
Esses chamados “baby boomers" questionavam o materialismo americano e as 
normas culturais e políticas conservadoras. Durante a década de 60, criaram um novo 
movimento, um que buscava construir uma sociedade igualitária e livre de 
discriminação. O movimento feminista e o movimento negro são um resultado direto 
dessa evolução. (MEGGS (2009, P. 565) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: HTTPS://GOLDENYEARS66TO69.BLOGSPOT.COM/ 
FIGURA 1 - AMOR, NÃO ÓDIO FIGURA 2 – META O PÉ DO VIETNÃ 
FONTE: HTTPS://COURSES.LUMENLEARNING.COM/BOUNDLESS-
USHISTORY/CHAPTER/COUNTERCULTURE/ 
 
 
As questões abordadas são consideradas polêmicas até hoje, sendo alguns 
exemplos: materialismo, direitos civis, liberdade sexual, ambientalismo e uso de 
drogas. Muitos jovens buscavam experiências espirituais por meio do misticismo 
oriental e drogas psicodélicas, que foram elementos chave para o nascimento da arte 
psicodélica. 
 
2 O DESIGN NOS ANOS 60 
2.1 O Estilo Internacional 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O design modernista dos anos 60 era fortemente influenciado pelo ultra-
racionalismo de Ulm, que, segundo Cauduro (2000, p. 130), cultivava a ordem, clareza 
e harmonia, em oposição à emoção, anarquia e a desestabilização do status quo. Tal 
estilo teve grande impacto no mundo do design, pois “buscava uma forma absoluta e 
universal de expressão gráfica por meio da apresentação objetiva e impessoal, 
comunicando-se com o público sem a interferência dos sentimentos subjetivos do 
designer ou suas técnicas propagandistas de persuasão” (MEGGS, 2009, p.475) 
Foi a partir da metade dos anos 60 que tal estética modernista começou a ser 
contestada, partindo de noções que rompiam com a percepção utilitária de que o 
design existia apenas para passar mensagens claras e concisas. 
FONTE: HTTPS://ENVATO.COM/BLOG/MID-
CENTURY-MODERN-GRAPHIC-DESIGNERS/ 
FONTE: HTTPS://ENVATO.COM/BLOG/MID-
CENTURY-MODERN-GRAPHIC-DESIGNERS/ 
 
FONTE: HTTPS://ENVATO.COM/BLOG/MID-
CENTURY-MODERN-GRAPHIC-DESIGNERS/ 
 
 
FIGURA 3 – NEGÓCIOS E SOCIEDADE FIGURA 4 – O ÚLTIMO MOICANO 
FIGURA 5 – PERSONALIDADE E 
PSICOTERAPIA 
 
 
2.2 A arte psicodélica 
Com a popularização dos concertos de rock psicodélico, surgiu a necessidade 
de divulgação de tais shows e das próprias bandas, e foi aí que surgiram os pôsteres. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Coloridos e imaginativos, tais pôsteres tentavam representar em forma de arte 
a experiência de estar nas festas psicodélicas, que "nos anos 1960 eram experiências 
perceptuais intensas de música barulhenta e espetáculos de luz que dissolviam o 
ambiente em campos pulsantes de cores e raios estroboscópicos" (MEGGS, 2009, 
p.566) 
 Para transmitir tais sensações, os artistas costumavam fazer o uso tipografia 
curvilínea e muitas vezes ilegível, cores saturadas e contrastantes, combinadas com 
ilusões de ótica como fractais caleidoscópicos, elementos derretendo ou repetindo e 
imagens distorcidas, fazendo parecer que esses pôsteres realmente são frutos de 
uma alucinação. Colagens também eram comuns nesses pôsteres, tipicamente 
apresentando animais e mulheres peladas. 
FONTE: 
HTTPS://WWW.THEGUARDIAN.COM/ARTAN
DDESIGN/GALLERY/2016/OCT/06/PSYCHE
DELIC-POSTERS-1960S-CULTURAL-
TRAFFIC-FELIX-DENNIS 
FIGURA 6 – THE CHAMBERS BROS POR 
VICTOR MOSCOSO 
FIGURA 7 – EXPLODING HENDRIX POR MARTIN 
SHARP 
FONTE: 
HTTPS://WWW.THEGUARDIAN.COM/ARTANDDESI
GN/GALLERY/2016/OCT/06/PSYCHEDELIC-
POSTERS-1960S-CULTURAL-TRAFFIC-FELIX-
DENNIS 
 
FONTE: 
HTTPS://WWW.THEGUARDIAN.COM/ARTANDDESIGN/
GALLERY/2016/OCT/06/PSYCHEDELIC-POSTERS-
1960S-CULTURAL-TRAFFIC-FELIX-DENNIS 
 
FIGURA 8 – THE MILLER BLUES BAND POR 
VICTOR MOSCOSO 
 
 
Esses elementos faziam da arte psicodélica uma exclusividade. Ela não era 
facilmente interpretável, e quem não se dava o trabalho de explorá-la, era repelido 
pela mesma. Os pôsteres eram rebeldes, fazendo deles um meio de comunicação 
perfeito para os jovens, pois mantinha distante quem não fizesse parte da 
contracultura psicodélica. Eles carregavam uma mensagem clara que dizia: “Se você 
não consegue ler, não é pra você” (TAMBINI, 2004, p. 228). 
 No Brasil, também tivemos um movimento artístico similar ao psicodelismo, que 
surgiu em meio a um contexto de autoritarismo, opressão e censura, do qual Hélio 
Oiticica nomeou de Tropicália. No entanto, apesar da similaridade com o 
psicodelismo, o tropicalismo tinha como um de seus principais propósitos, 
reinterpretar o Brasil, ou seja: “deglutir” a informação vinda do exterior e nela inserir 
características brasileiras, assim criando um produto novo, um produto nosso 
(RODRIGUES, 2006). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Na figura 9, podemos observar características do psicodelismo, como a 
influência da Pop Art nas cores vibrantes e saturadas, a tipologia curvada, ilustrações 
com características de Art Nouveau, como nos cachos do cabelo da mulher 
representada, mas tudo isso inserido num contexto brasileiro, que traz um tom de 
ironia à visão do Brasil como espaço paradisíaco e sensual. 
 
FIGURA 9 – CAPA DE LP “ALEGRIA ALEGRIA” POR 
ROGÉRIO DUARTE 
FONTE: 
HTTPS://NUVEMCRITICA.COM/2019/01/31/TROPICALIA-E-
AS-CAPAS-DE-DISCOS-DOS-ANOS-1960/ 
(FONTE: BOTTINO, 2009) 
FIGURA 10 - DISRAELI DREAM DE MARTIN SHARP 
 
 
3 A INFLUÊNCIA DO PSICODELISMO NO DESIGN GRÁFICO 
 O sucesso dos pôsteres de rock foi inegável e logo o mercado publicitário 
aproveitou tal sucesso, incorporando o estilo psicodélico em seus próprios comerciais, 
afim de falar com a audiência jovem. Cada vez mais, os pôsteres começaram a ganhar 
relevância além da cena de rock, e após uma exposição Rick Griffin, Victor Moscoso, 
Kelley e Mouse, eles deixarem de ser subproduto do rock e se tornaram arte por 
direito. 
Os anos 60 foi um dos grandes períodos da arte de poster e seu impacto na 
publicidade e design gráfico são sentidos 50 anos depois, contribuindo para romper 
com a rigidez funcionalista imposta pelo estilo internacional, abrindo novas portas de 
criatividade no mundo do design. Seja pela maior liberdade no uso de tipografia, de 
cores e elementos gráficos, o psicodelismo foi revolucionário para o design. Hoje, 
temos um design pluralista, aberto ideias novas e diferentes, permitindo aos artistas 
explorar plenamente o seu potencial, sem barreiras ou normas a seguir. 
“Então, a partir da década de 70, a comunicação visual praticada nos 
EUA passou a ser encarada pelos designers cada vez menos como uma 
prática tecnicista de “transmissão de sentido”, para ser cada vez mais 
concebida como um jogo, como uma prática retórica, probabilística e 
estimulante de formulação de mensagens hipoteticamente. Com isso os 
projetos de design passaram a ser menos calculistas e mais instintivos, 
muitas vezes irônicos, quase sempre provocantes e muito criativos. Essa 
tendência foi gradualmente se espalhando pelo mundo ocidental, 
principalmente por permitir uma maior flexibilidade de estilo, um melhor 
aproveitamento da cultura visual local e uma maior contribuição da 
improvisação do designer, características estas que eram reprimidas pelo 
estilo modernista até então dominante.” (CAUDURO, 2000, p. 132). 
 
Referências bibliográficas 
BOTTINO, Clarissa. Objeto visual– anos 60: Design e Psicodelismo. PUC - Rio: 
Departamento de Artes & Design, 2006. 
CAUDURO, Flávio V. Design gráfico & pós-modernidade. Revista Famecos: mídia, 
cultura e tecnologia. n.º 13, p. 127-139, dez 2000. 
MEGGS, Philip B. História do Design Gráfico. São Paulo: Cosac Naify, 2009. 
TAMBINI, Michael. O design do século. São Paulo: Ática, 2004 
 
 
FAVARETTO, Celso F. Tropicália: alegoria, alegria. São Paulo: Kairós, 1979. 
MELO, Chico Homem de. O design gráfico brasileiro: anos 60. São Paulo: Cosac 
Naify, 2006. 
STRAUB, Ericson, GRUNER, Clóvis. Woodstock: O sonho que virou estilo. 
abcDesign, n.º 30, p. 22-27, dez 2009.

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