Buscar

Dia Nacional da Consciência Negra

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

Leia o texto e responda as questões à seguir:
Dia Nacional da Consciência Negra
	O dia 20 de novembro faz menção à consciência negra, a fim de ressaltar as dificuldades que os negros passam há séculos. A escolha da data foi em homenagem a Zumbi, o último líder do Quilombo dos Palmares, em consequência de sua morte. Zumbi foi morto por ser traído por Antônio Soares, um de seus capitães. A localização do quilombo ficava onde é hoje o estado de Alagoas, na Serra da Barriga. O Quilombo dos Palmares foi levantado para abrigar escravos fugitivos, pois muitos não suportavam viver tendo que aguentar maus tratos e castigos de seus feitores, como permanecerem amarrados aos troncos, sob sol ou chuva, sem água e sofrendo com açoites e chicotadas. O local abrigou uma população de mais de vinte mil habitantes.
	Ao longo da história, os negros não foram tratados com respeito, passando por grandes sofrimentos. Pelo contrário, foram escravizados para prestar serviços pesados aos homens brancos, tendo que viver em condições desumanas, amontoados dentro de senzalas. Muitas vezes suas mulheres e filhas serviam de escravas sexuais para os patrões e seus filhos, feitores e capitães do mato, que depois as abandonavam. As casas dos escravos eram de chão batido, não tinham móveis nem utensílios para cozinhar. As esposas dos barões é quem lhes concedia alguns objetos, para diminuir as dificuldades de suas vidas. Nem mesmo estando doentes eram tratados de forma diferente, com respeito e dignidade.
	Algumas leis foram criadas para defender os direitos dos negros, pois muitas pessoas não concordavam com a escravização. A Lei do Ventre Livre foi a primeira delas, criada em 1871, concedendo liberdade aos filhos dos escravos nascidos após a lei. No ano de 1885, criaram a Lei dos Sexagenários, dando liberdade aos escravos com mais de sessenta anos de idade. Porém, com a Lei Áurea, assinada pela Princesa Isabel em 13 de maio de 1888, foi que os escravos conquistaram definitivamente sua liberdade.
	Logo após a abolição da escravatura, uma das questões mais importantes, e que foi definidora para garantir a manutenção do liberto como um indivíduo marginal e subalterno na pirâmide social, foi a questão da terra. Não foi realizada reforma agrária e, assim, a grande maioria dos 700 mil libertos, a partir de 1888, não teve acesso à terra, sendo esses forçados a sujeitarem-se aos salários baixos oferecidos pelos grandes proprietários.
	A falta de acesso à educação por parte dos libertos era uma preocupação para esses e foi uma questão fundamental para manter esse grupo marginalizado. Sem acesso ao estudo, esse grupo permaneceu sem oportunidades para melhorar sua vida.
	Estas considerações são extremamente importantes para entender as diferenças socioeconômicas entre a população brasileira nos dias atuais, fazendo com que o dia 20 de novembro não seja um dia de comemoração, mas sim, de reflexão sobre a sociedade que um dia fomos e da sociedade que queremos construir.
FONTE: (Adaptado de www.mundoeducacao.bol.uol.com.br e https://brasilescola.uol.com.br/)
a) Embora a libertação dos escravos tenha sido um avanço para o Brasil no diz respeito aos direitos humanos, isso marcou profundamente a estrutura social e econômica para a população negra na época. Pontue os pontos positivos e negativos da abolição da escravidão no Brasil:
________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
b) Nos dia de hoje, que problemas existem ainda em relação a esse fato histórico?
________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
c) O racismo é um dos reflexos deste passado triste do Brasil e que infelizmente demonstra o quanto temos que evoluir enquanto sociedade. Você já presenciou alguma situação de racismo em seu dia a dia? Conte um pouco sobre sua experiência fazendo ao final de seu texto uma reflexão de como poderíamos mudar este cenário.
________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
d) Encontre as palavras grifadas no caça palavras:
Dicas de filmes:
O Xadrez das Cores
Sinopse: Cida, uma mulher negra de quarenta anos, vai trabalhar para Maria, uma velha de oitenta anos, viúva e sem filhos, que é extremamente racista. A relação entre as duas mulheres começa tumultuada, com Maria tripudiando em cima de Cida por ela ser negra. Cida atura a tudo em silêncio, por precisar do dinheiro, até que decide se vingar através de um jogo de xadrez.
Duração: 22 min
 Vista minha pele
Vídeo que apresenta uma sociedade na qual uma menina branca sofre preconceito no colégio onde estuda, por ser filha de uma funcionária e não ter o padrão de beleza adequado. Os países ricos estão na África e os países pobres no Europa. Um concurso de miss realizado na escola serve para reflexão para o preconceito e o racismo na escola e na sociedade em geral. Indicado para a 2ª série do Ensino Médio.   Pode também ser utilizado na Educação Escolar Quilombola.
Duração: 27 min
Café com Leite
Apresenta uma reflexão sobre o Mito da Democracia Racial no Brasil através de depoimentos e comentários de professores, artistas, antropólogos e estudantes. O documentário apresenta ainda trechos de filmes adaptados da obra de Jorge Amado, como "Jubiabá" e "Tenda dos Milagres", de Nelson Pereira dos Santos, e "Assalto ao Trem Pagador", de Roberto Farias, e também imagens da luta do negro no Brasil através do arquivo de Abdias do Nascimento.
Duração: 32 min
 A Negação do Brasil
O documentário é uma viagem na história da telenovela no Brasil e particularmente uma análise do papel nelas atribuído aos atores negros, que sempre representam personagens mais estereotipados e negativos. Baseado em suas memórias e em fortes evidências de pesquisas, o diretor aponta as influências das telenovelas nos processos de identidade étnica dos afro-brasileiros e faz um manifesto pela incorporação positiva do negro nas imagens televisivas do país.
Duração: 1:30 min
Besouro
Bahia, década de 20. No interior os negros continuavam sendo tratados como escravos, apesar da abolição da escravatura ter ocorrido décadas antes. Entre eles está Manoel (Aílton Carmo), que quando criança foi apresentado à capoeira pelo Mestre Alípio (Macalé). O tutor tentou ensiná-lo não apenas os golpes da capoeira, mas também as virtudes da concentração e da justiça. A escolha pelo nome Besouro foi devido à identificação que Manuel teve com o inseto, que segundo suas características não deveria voar. Ao crescer Besouro recebe a função de defender seu povo, combatendo a opressão e o preconceito existentes.
Duração: 1:34 min
 Quanto Vale Ou É Por Quilo?
Adaptação livre do diretor Sérgio Bianchi para o conto “Pai contra Mãe”, de Machado de Assis, Quanto Vale ou É Por Quilo? desenha um painel de duas épocas aparentemente distintas, mas, no fundo, semelhantes na manutenção de uma perversa dinâmica socioeconômica, embalada pela corrupção impune, pela violência e pelas enormes diferenças sociais. No século XVIII, época da escravidão explícita, os capitães do mato caçavam negros para vendê-los aos senhores de terra com um único objetivo: o lucro. Nos dias atuais, o chamado Terceiro Setor explora a miséria, preenchendo a ausência do
Estado em atividades assistenciais, que na verdade também são fontes de muito lucro. Com humor afinado e um elenco poucas vezes reunido pelo cinema nacional, Quanto Vale ou É Por Quilo? mostra que o tempo passa e nada muda. O Brasil é um país em permanente crise de valores.
Duração: 1:49 min
MINI PROJETO REFLEXÃO SOBRE A CONSCIÊNCIA NEGRA
“Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, por sua origem ou ainda por sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender, e se podem aprender a odiar, elas podem ser ensinadas a amar.”
Nelson Mandela
• Por novembro ser um mês em que é comemorado o dia da Consciência Negra iremos desenvolver um trabalho diferente, por meio de um mini projeto, voltado para a reflexão e
atitudes positivas sobre essa temática tão importante na nossa sociedade.
• O mini projeto será organizado em quatro etapas: 1. Por que ter um dia para refletir sobre a consciência negra?; 2. Movimento vidas negras importam e movimento antirracista; 3. Representatividades; e 4. Produção do material audiovisual contemplando uma das temáticas discutidas neste Caderno de Atividades.
• Para que este mini projeto de frutos produtivos na nossa sociedade, será necessário que
você de fato realize as leituras sugeridas, bem como assista as sugestões de vídeos.
Conto com a sua participação!!!
Etapa 1 – Por que ter um dia para refletir sobre a consciência negra?
No dia 20 de novembro, é celebrado no Brasil o Dia Nacional da Consciência Negra. Essa
data foi instituída oficialmente pela lei nº 12.529, de 10 de novembro de 2011, e remete ao dia em que foi morto o líder do Quilombo dos Palmares, Zumbi, no ano de 1695. O Quilombo de Palmares situava-se na Serra da Barriga, na antiga Capitania de Pernambuco – hoje, integra o município de Unidão dos Palmares, no estado de Alagoas –, e foi formado por volta do ano de 1597 por escravos fugitivos das lavouras de cana-de-açúcar da referida capitania. A destruição desse quilombo foi efetuada por um grupo de bandeirantes liderados por Domingos Jorge Velho. Esse mesmo grupo foi responsável pela morte de Zumbi.
O Dia Nacional da Consciência Negra é, portanto, fruto de uma reivindicação de um símbolo histórico (Zumbi). Essa reivindicação começou na década de 1970, quando o Movimento Negro Unificado contra a Discriminação Racial, em congresso realizado em 1978, elegeu a figura de Zumbi como símbolo da luta e resistência dos escravos negros no Brasil durante o período de mais de 300 anos em que aqui vigorou o sistema escravocrata.
A exposição da figura de Zumbi começou sobretudo após a publicação dos primeiros livros a respeito da história do Quilombo dos Palmares, como O Quilombo dos Palmares (Rio de Janeiro: Ed. Civilização Brasileira, 3ed. 1966), de Edison Carneiro, e Palmares, a guerra dos escravos (Porto Alegre: Ed. Movimento, 1973), de Décio Freitas. Esses livros abriram importantes perspectivas de estudos sobre a presença africana no Brasil na época colonial e a situação dos negros africanos tanto como escravos como quilombolas. Essas pesquisas também acabaram servindo de apoio para o uso político-ideológico de Palmares e Zumbi como ícones da resistência à escravidão.
Esse uso refletiu-se, inclusive, nas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das
Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana, elaboradas um ano após a Lei nº. 10.639, de 09 de janeiro de 2003, que altera a Lei de Diretrizes e Bases da Educação, nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, e institui, em seu parágrafo 1º: “O conteúdo programático a que se refere o caput deste artigo incluirá o estudo da história da África e dos Africanos, a luta dos negros no Brasil, a cultura negra brasileira e o negro na formação da sociedade nacional, resgatando a contribuição do povo negro nas áreas social, econômica e política pertinentes à História do Brasil.” Nas referidas Diretrizes, é sugerido no tópico “Ações educativas de combate ao racismo e a discriminações”, o ensino da biografia de personagens como Zumbi e de outros negros que fizeram história no Brasil.
Entretanto, novas pesquisas realizadas dos anos 1990 para cá acabaram por demonstrar que o Quilombo dos Palmares não era exatamente um reduto de escravos fugidos que lutavam contra o regime escravocrata e a favor da libertação dos negros cativos da Capitania de Pernambuco. Ao contrário, Palmares foi um reduto poderoso de negros africanos que não apenas negociavam, quando conseguiam, trocas econômicas com os senhores de engenho, como também possuíam em seus domínios escravos negros, isto é, havia escravos no Quilombo dos Palmares. Isso se explica pelo fato de que muitos dos africanos trazidos para o Brasil pertenciam a reinos escravocratas na África. Esses reinos escravizavam membros de tribos e reinos rivais e vendiam-nos aos portugueses. Essa prática, em dada medida, foi seguida aqui no Brasil, nos quilombos, como ressalta o historiador José Murilo de Carvalho, em sua obra Cidadania no Brasil:
No Brasil, não havia como fugir da escravidão. Se é verdade que os escravos se distribuíam de maneira desigual pelo país, é também verdade que havia escravos no país inteiro, em todas as províncias, no campo e nas cidades. Havia escravos que fugiam e organizavam quilombos. Alguns quilombos tiveram longa duração, como o de Palmares, no nordeste do país.
Mas a maioria dos quilombos durava pouco porque era logo atacada por forças do governo ou de particulares. Os quilombos que sobreviviam mais tempo acabavam mantendo relações com a sociedade que os cercava, e esta sociedade era escravista. No próprio quilombo dos Palmares havia escravos.
Nesse sentido, a despeito da importância que tem a luta contra o preconceito racial e do estudo e compreensão do passado escravocrata que tivemos em nosso país, é preciso se ater aos fatos e tomar cuidado com as falsificações históricas que tendem a construir mitos em vez de contribuir para o esclarecimento de nossa história. O Dia 20 de novembro, dia de um acontecimento histórico real, a morte de Zumbi, nesse sentido, serve-nos como uma data para refletir sobre esses usos do passado.
Fonte: https://www.historiadomundo.com.br/idade-contemporanea/20-novembro-dia-consciencia-negra.htm
1. Tendo em vista o atual cenário político e social (nacional e internacional) de movimentos negros em prol de seus/nossos direitos e todos os conhecimentos históricos e geográficos acumulados por você ao longo da sua trajetória enquanto indivíduo e estudante, você considera importante ter estabelecido em calendário um dia para se refletir sobre a temática da Consciência Negra? Explique seu ponto de vista.
Etapa 2 – O que tá acontecendo no mundo: movimento Black Lives Matter
George Floyd, de 46 anos, foi contido pelo policial Derek Chauvin, em Minneapolis Estados Unidos, de maneira agressiva, no dia 25 de maio de 2020. O policial pressionou seu joelho contra o pescoço de Floyd por longos minutos, ainda que testemunhas filmassem o ocorrido e ainda a George tenha repetido várias vezes que não conseguia respirar. George Floyd foi declarado morto algum tempo mais tarde.
Este episódio de clara violência ostensiva, que faz parte de um racismo estrutural, trouxe à tona manifestações a favor de vidas negras e retomou um movimento que teve início em 2014:
Black Lives Matter.
As manifestações americanas persistem, o movimento também tem sido discutido em redes sociais e se relaciona com o racismo estrutural no Brasil. Entender o Black Lives Matter é entender o que é o racismo estrutural e a motivação de policiais agirem de maneira tão violenta quanto o assunto são vidas negras.
Sabendo da relevância e importância desse assunto, vamos abordar como e por que surgiu o movimento Black Lives Matter no Estados Unidos e como ele se relaciona às manifestações brasileiras que reivindicam o fim do racismo. Vamos lá?
O que é o movimento Black Lives Matter?
Black Lives Matter significa, em português, vidas negras importam. Esse é um movimento
que surgiu com o objetivo de denunciar e mostrar a
maneira agressiva que policiais americanos tratam vidas e corpos negros, reivindicando por justiça, para que esses policiais sejam acusados e respondam aos crimes que cometeram.
Nos Estados Unidos, assim como no Brasil, o preconceito racial existe e, infelizmente, persiste forte, sendo reproduzido não apenas por frases e atitudes racistas, como por políticas que tratam vidas negras como meros números.
Todo esse racismo estrutural é reproduzido pela polícia americana que é por várias vezes acusada de ostensividade e agressividade absurda quando se trata de negros e negras.
A seguir vamos te contar um pouquinho melhor sobre como surgiu o movimento black lives matter no Estados Unidos. Acompanhe!
Como surgiu o movimento Black Lives Matter?
Foi depois de um outro ato de extrema violência e que também levou um cidadão americano negro à morte que surgiu o movimento Black Lives Matter.
Em 2014, a vítima de extrema violência policial foi Eric Garner. Garner foi contido por um policial branco com um mata leão. Exatamente como George Floyd, Eric gritava que não conseguia respirar, e toda ação foi filmada por testemunhas.
Ainda assim, o policial, Daniel Pantaleo, não afrouxou o golpe, causando uma crise de asma que levou Eric à morte.
O Black Lives Matter surge então neste contexto. O objetivo era expor a desmedida violência quando pessoas negras são abordadas pela polícia dos Estados Unidos. Hoje, 6 anos depois, o movimento volta às ruas para reivindicar a importância de mais uma vida negra.
Em pleno contexto pandêmico e com o perigo de mais uma onde de contágio do coronavírus, várias pessoas têm ido às ruas nos últimos dias manifestar em nome do Black Lives Matter. A frase: I can’t breath (eu não consigo respirar) que foi proferida por Eric e George tem sido usada como grito de protesto por manifestantes que têm ido às ruas.
De acordo com os dados da Folha de São Paulo, os atos de manifestantes ocorreram em,
pelo menos, 75 cidades, com registro de 4 mortes e cerca de 4.000 prisões.
Houve toque de recolher em vários lugares e a guarda nacional foi convocada para conter
manifestações violentas.
As manifestações começaram pacíficas, mas alguns incidentes aconteceram, como queimadas de símbolos e locais públicos, o que levou o presidente Donald Trump a acusar os manifestantes de bandidos e também a atribuir culpa ao grupo Antifa (abreviação para Antifascistas, movimento de esquerda que luta contra o racismo, sexismo, xenofobia e homofobia, entre outras causas) e aos anarquistas.
Não se deve relativizar a violência. Mas será mesmo que a depredação de símbolos públicos, se compara à violência contra milhares de vidas negras causadas por policiais?
Essa é uma reflexão que deve ser feita, levando em consideração o contexto das manifestações e ainda que o conceito de protesto pacífico se diverge de protesto passivo.
Pois bem, ainda que o movimento Black Lives Matter tenha surgido apenas em 2014, o racismo de policiais contra negros possui raízes muito mais profundas. A seguir vamos te contar um pouquinho melhor sobre isso.
Qual a história entre as atitudes da polícia e o racismo estrutural?
De acordo com Thiago Amparo, advogado, professor de políticas de diversidade da FGV e colunista da Folha de São de Paulo, a violência contra negros e negras nos Estados Unidos não de conduta, mas sim uma forma de manutenção e controle de populações negras. Ele ainda ressalta que há similaridade entre o que acontece no EUA e no Brasil. É claro que há bastante diferença entre as polícias dos Estados Unidos e do Brasil, mas o fundamento, a gênesis central, é bastante similar.
Em ambos os países a polícia atuava na patrulha e captura de escravos que fugiam. Portanto, os policiais da época eram ensinados a conter de maneira ostensiva e agressiva
escravos negros.
A história de uma polícia estruturada, pública e que vem para manter a ordem social e proteger todos de maneira igual é bastante moderna.
Hoje em dia, o que ainda acontece, resquício da escravidão nos dois países, é uma desvalorização das vidas negras. A ideia de que peles e corpos negros podem e devem sofrer mais violência ainda persiste arraigada em instituições, como a polícia.
Portanto, a necropolítica, que é o ato de matar pessoas ou deixar que negros e negras morram sem consideração por suas vidas, é uma prática constante entre polícias brasileiras e americanas.
Como as manifestações nos Estados Unidos impactaram a realidade brasileira? Enquanto nos Estados Unidos o Black Lives Matter tem enchido as ruas de manifestantes, no Brasil esse movimento também impactou e levou manifestantes às ruas. Veja um pouquinho
deste contexto de manifestações no país.
Pessoas foram às ruas para reivindicar por justiça em relação a João Pedro, adolescente
de 14 anos, que foi baleado e morto dentro de sua própria casa por um policial no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo, no dia 18 de maio.
Ainda unindo-se às manifestações contra o racismo, no dia 31 de maio, torcidas organizadas saíram às ruas para protestar com pautas antifascistas. Participaram dos protestos torcidas como a ala antifa da Gaviões da Fiel, em São Paulo, e a Resistência Alvinegra, em Belo Horizonte.
Os protestos das torcidas organizadas foram chamadas democráticas e atuaram como
linha de frente contra manifestações favoráveis ao governo Bolsonaro. Em contrapartida,
partidários bolsonaristas, que também protestaram, exibiram símbolos e bandeiras neonazistas em algumas ocasiões.
Percebe-se que assim como a população americana, os brasileiros têm reagido ao racismo estrutural que acomete o país. Veja a seguir alguns mitos sobre as diferenças e semelhanças entre racismo estrutural entre o Brasil e os Estados Unidos.
Quais os mitos que rondam o racismo estrutural brasileiro e norte-americano?
Há muitas similaridades e também diferentes entre o racismo estrutural que acomete o Brasil e os Estados Unidos.
Porém, ainda hoje há alguns mitos que rodeiam Brasil e Estados Unidos, tratando o racismo no nosso país como algo mais brando, em decorrência da nossa miscigenação. Vamos desmistificar esses mitos?
Mito 1: No Brasil o racismo foi mais brando, há democracia racial em decorrência da miscigenação. De acordo com historiadores, o racismo no Brasil não foi nada mais brando. Inclusive, a expectativa de vida de escravos norte-americanos era maior que a de escravos brasileiros.
Mito 2: Nos Estados Unidos houve segregação de raças, no Brasil não. Este é um outro mito. O Brasil, de acordo com historiadores, abriu suas portas e dava condições a imigrantes brancos, como os italianos, enquanto dificultava a entrada de imigrantes negros. Isso mostra que houve sim uma tentativa de embranquecimento da raça brasileira.
Mito 3: Manifestantes brasileiros são passivos, enquanto manifestantes americanos são mais mais ativos. Isso também é um mito. Durante toda a história a população brasileira se postou e reinvidicou por direitos, desde a década de 30 até os dias atuais de maneira muitíssimo ativa.
Todos esses mitos nos mostram que, claro, há diferenças entre o racismo estrutural que acomete Brasil e Estados Unidos. Mas que também há muitas similaridades e que o racismo no Brasil pode ser mais velado, mas em nada perde para o norte-americano em termos de força e violência.
O que precisamos é não fazer do Black Lives Matter um movimento efêmero e passageiro, devemos, todo dia, dar ouvido aos chamados de vozes negras que lutam por seus direitos, pelo direito de terem a cor da pele preta e por terem os mesmos direitos que qualquer branco.
Fonte: https://blog.imaginie.com.br/black-lives-matter/
1. Considerando a leitura do artigo sobre o movimento “Vidas Negras Importam” e os seus
conhecimentos, quais atitudes e ações podem ser executadas para se combater o racismo estrutural no nosso país?
Etapa 3 – Representatividade
No dia da Consciência Negra é necessário ressaltar a importância da representatividade de personalidades que contribuíram para inúmeras áreas, em um país que tem 56,10% de
população negra, de acordo com a Pesquisa Nacional por
Amostra de Domicílios (Pnad)
Contínua do IBGE.
Ocupar lugares, ser visto, ser representado em proporcionalidade é extremamente necessário em uma onda de manchetes diárias de casos de racismo. Por isso, conheça e esteja ciente de quem chegou antes e fez esse mundo um pouco melhor, sem preconceito.
Angela Davis
Aos 75 anos, a ativista norte-americana lutou pelos direitos civis na década de 60, quando o Estado Unidos vivia em uma segregação racial.
Recentemente, ela estava no Brasil a convite da editora Boitempo para o lançamento do livro “Uma Autobiografia”, publicado originalmente em 1974 e que neste ano foi traduzido para o português. Davis também participou do evento “Democracia em Colapso? ”
Milton Santos
Baiano, nascido em 1926 e filho de dois professores primários. Santos se tornou um, dois mais importantes geógrafos brasileiros. Na década de 90, foi o único pesquisador brasileiro a ganhar Prêmio Vautrin Lud, considerado o Prêmio Nobel da Geografia.
Apelidado de “Cidadão do mundo”, Milton Santos recebeu vinte títulos de Doutor Honoris Causa de universidades da América Latina e da Europa, publicou mais de 40 livros e mais de 300 artigos científicos. Morreu em 24 de junho de 2001.
Carolina Maria de Jesus
Nascida em 1914 em Sacramento, Minas Gerais, Carolina veio para São Paulo, onde trabalhou como doméstica e catadora de papel.
Na escrita, a catadora relatava diariamente como era ser moradora da favela na década de 30.
O jornalista Audálio Dantas ao fazer uma reportagem nesta favela, a encontrou e leu seus 35 diários, produzindo mais tarde, o livro: Quarto de Despejo: Diário de uma Favelada. A obra vendeu mais de 100 mil exemplares em 40 países e foi traduzida em 13 línguas.
Nelson Mandela
Líder ativista se tornou o primeiro presidente negro da África do Sul. Formou-se em Direito, e lutou pelos direitos civis em um país que vivia sob a segregação. Em 1964 foi condenado à prisão perpétua.
Na década de 80, intensificou-se a condenação internacional ao apartheid que culminou com um plebiscito que terminou com a aprovação do fim do regime. No dia 11 de fevereiro de 1990, depois de 26 anos, o presidente da África do Sul Frederik de Klerk, liberta Mandela.
Fonte: https://ligasolidaria.org.br/representatividade-conheca-personalidades-negras-que-mudaram-o-mundo/
1. Na sua opinião, qual a importância na representatividade racial nos espaços sociais e de poder para a construção de social de uma criança ou um adolescente?
2. Você se sente representado enquanto na sociedade e nos espaços de poder atualmente? Explique seu ponto de vista.
3. Liste algumas personalidades negras influentes na nossa sociedade.
Etapa 4 – Produção de material audiovisual
Pessoal, chegou a hora de “colocar a mão na massa” e produzir o seu material audiovisual. Mas como, professora??? Presta atenção que vou explicar! Primeiro, quando digo “material audiovisual” significa que você irá criar um vídeo de no máximo 1 minuto (60 segundos) com a sua opinião sobre um dos temas abordados aqui no Caderno de Atividades (Dia da consciência negra, movimento Vidas Negras Importam e/ou representatividade).
Seja criativo, use aplicativos diferentes como o Tik Tok, IMovie, Mavis entre outros para gravar o seu vídeo, ou use a velha câmera do seu celular mesmo (assim como eu uso o meu para gravar as aulas) o importante é utilizar o que você tem a disposição. Se tiver vergonha de aparecer no vídeo, use cartazes, imagens, desenhos ou grave apenas o áudio.
Você pode utilizar uma das perguntas feitas neste Caderno de Atividades como tema motivador do seu vídeo/áudio ou ainda abordar outros temas relacionados ao Dia da Consciência Negra.
CONSCIÊNCIA NEGRA – NELSON MANDELA
As frases a seguir são de Nelson Mandela
1- Depois de se subir uma grande montanha, descobrimos apenas que há muitas mais por conquistar.
2- Se se sonha com uma África do Sul linda, também há caminhos que conduzem a esse objetivo, estradas essas que se podem chamar Bondade e Perdão.
3- A maior glória de viver não consiste em jamais cair, mas em reerguermo-nos sempre que o fizermos.
4- Sonho com a concretização da unidade da África, onde os seus líderes combinem esforços para resolver os problemas do continente.
5- A prioridade é sermos honestos conosco. Nunca poderemos ter um impacto na sociedade se não nos mudarmos primeiro. [...]
6- Ninguém nasce para odiar outra pessoa devido à sua cor da pele, ao seu passado ou religião. As pessoas aprendem a odiar e, se o podem fazer, também podem ser ensinadas a amar, porque o amor é mais natural no coração humano do que oposto.
MATEUS, Antônio. Mandela: a construção de um homem. Alfragide: Oficina do livro, 2012. p. 2536-255, 258. Atividades retiradas em: Boulos Júnior, Alfredo. História Sociedade & cidadania: 8º ano: ensino fundamental: anos finais. 4º. Ed.. São Paulo: FTD, 2018.
ATIVIDADES
a) Você concorda com a frase número 2? Justifique.
b) Qual é o conteúdo da mensagem número 3? Você concorda com ela? Justifique.
c) O que se pode concluir sobre o pensamento de Mandela e que está explícito na frase número 5?
d) (Questão adaptada). Reflita e escreva um pequeno texto destacando sua opinião sobre a mensagem numero 6. Leve em consideração as questões raciais que ocorrem atualmente no Brasil.
CONSCIÊNCIA NEGRA - RACISMO NO ESPORTE
Neymar Jr. foi o mais recente jogador de futebol a denunciar o racismo dentro das quatro linhas do campo de jogo. O agressor, o zagueiro espanhol, Álvaro González, teria desferido vários insultos racistas contra do jogador brasileiro em jogo do campeonato francês. Infelizmente não se trata de um caso isolado. De forma recorrente, no futebol e em outros esportes, atletas são ofendidos por outros esportistas, dirigentes e pela torcida.
Nacional e internacionalmente o racismo no esporte tem crescido cada vez mais. No Brasil, quase um terço dos episódios em 2019 foram registrados no Rio Grande do Sul. De acordo com o Observatório da Discriminação Racial no Futebol que organiza, desde 2014, relatórios anuais, recolhendo dados sobre casos de preconceito, seja racial, homofóbico ou de xenofobia constatou que em quase todos os anos houve crescimento em relação ao ano anterior. Em 2017 foram registrados 43 casos no futebol brasileiro, média mantida em 2018, com 44, mas que saltou para 59 em 2019.
Um ponto relevante para a questão do crescimento de casos de racismo no futebol brasileiro, que seria responsável por impulsionar tantos episódios, tem relação com o momento político do país – e do mundo. O crescimento do autoritarismo, em oposição à democracia e a luta contra as desigualdades tem se refletido em campo.
“... o futebol reflete a sociedade”, é o que disse em entrevista Marcelo Carvalho, diretor do
Observatório da Discriminação Racial no Futebol. Para ele, “o momento político no Brasil e no resto do mundo é um fator que conspira para o afloramento do racismo” e outro fator seria que “o racismo ficou mais visível também porque os jogadores estão chegando a um nível mais elevado de conscientização e começaram a denunciar os casos, indo para as redes sociais ou avisando os árbitros quando veem as manifestações racistas partindo das arquibancadas”.
Fonte: Caio Magri. Racismo no Esporte. Coluna Site Uol. 27/09/2020. Disponível em:
<https://www.uol.com.br/ecoa/colunas/caio-magri/2020/09/27/racismo-no-esporte.htm>
Para saber mais assista ao vídeo disponível:
- Canal Jornal da Record
- Vídeo: Neymar acusa jogador adversário de racismo durante jogo do Campeonato Francês
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=127gj58vMok
Com base nas informações apresentadas, responda:
1) Você já presenciou ou sofreu atos racistas durante a prática esportiva? Em caso positivo, conte brevemente como aconteceu.
2) De acordo com o Observatório da Discriminação Racial no Futebol, quantos casos de racismo foram registrados no futebol brasileiro no ano de 2019?
a) 43 casos. b) 44 casos. c) 50 casos. d) 59 casos.
3) Para você, como o racismo no futebol e em outros esportes pode acabar?
4) Na escola você já presenciou ou sofreu
alguma ação racista? Em caso positivo, conte brevemente como aconteceu.

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Continue navegando