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O_problema_do_mal_-_Agostinho_de_Hipona

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See discussions, stats, and author profiles for this publication at: https://www.researchgate.net/publication/304149739
O Problema do Mal -Agostinho de Hipona
Working Paper · January 2014
DOI: 10.13140/RG.2.1.4384.2169
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Ana Azevedo
University of Minho
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https://www.researchgate.net/project/A-Avaliacao-de-Desempenho-dos-Docentes?enrichId=rgreq-d594b312aec9b4b45da77fc938057075-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzMwNDE0OTczOTtBUzozNzUwNjQ4NTI3NDYyNDBAMTQ2NjQzMzgzNzI5OA%3D%3D&el=1_x_9&_esc=publicationCoverPdf
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https://www.researchgate.net/profile/Ana-Azevedo-44?enrichId=rgreq-d594b312aec9b4b45da77fc938057075-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzMwNDE0OTczOTtBUzozNzUwNjQ4NTI3NDYyNDBAMTQ2NjQzMzgzNzI5OA%3D%3D&el=1_x_10&_esc=publicationCoverPdf
 
Faculdade de Letras da Universidade do Porto 
2013/2014 
 
 
 
O Problema do Mal 
Agostinho de Hipona 
 
 
 
 
 
 
Licenciatura: Filosofia 
Unidade Curricular: Filosofia Medieval II 
Docentes: Gonçalo Figueiredo e José Meirinhos 
Aluna: Ana Catarina Moreira Azevedo 
 
2 
 
Índice 
 
Índice ................................................................................................................................ 2 
Introdução ......................................................................................................................... 2 
Capítulo I – “Diálogo sobre o livre arbítrio” .................................................................... 3 
Capítulo II – A origem do mal ......................................................................................... 4 
Capítulo III – Dimensões do mal ...................................................................................... 6 
Conclusão ......................................................................................................................... 7 
Bibliografia ....................................................................................................................... 8 
Webgrafia ......................................................................................................................... 8 
 
Introdução 
 
Agostinho de Hipona de nacionalidade norte africana, nasceu no ano 354 a.C. e 
morreu no ano 430 a.C. em Hipona quando os vândalos rodeavam a cidade, o Bispo de 
Hipona foi um homem do seu tempo. 
Agostinho foi um retórico exímio, bispo, escritor, teólogo, filósofo e Doutor da 
Igreja Católica, e uma das figuras mais importantes no desenvolvimento do cristianismo 
no Ocidente, foi influenciado pelo neoplatonismo, mas depois de se tornar cristão criou a 
sua própria abordagem filosófica. 
Neste trabalho pretendo abordar o ponto de vista de Santo Agostinho acerca do 
mal, tendo como base o seu livro “Diálogo sobre o livre arbítrio”. 
 O autor defendia que o mal não existia, e o criador de todas as coisas não tinha 
criado o mal, isto é, pôs imediatamente de lado a hipótese de que Deus é o criador do mal, 
pois isso seria impensável dado que Deus é perfeição, é o Sumo Bom, mas então qual é a 
origem do mal? 
“Se não acreditardes, não compreendereis”1 
 
1 “Bíblia Sagrada”, Isaías 7:9 
3 
 
Capítulo I – “Diálogo sobre o livre arbítrio” 
 
O “Diálogo sobre o livre arbítrio” é uma obra de Agostinho de Hipona que 
demorou cerca de sete anos até estar completamente pronta, durante esses anos, o autor 
meditou sobre a liberdade humana e a sua relação com a origem do mal de maneira a 
conseguir explicar o que pensava ao mundo. 
Agostinho pertenceu aos Maniqueus que defendiam que existia um Deus bom e 
um Deus mau, o Diabo; porém mais tarde Agostinho pensava o contrário, para o autor o 
universo é UNO e bom, não há mal, e, Deus não pode ser o criador do mal, pois é imutável 
e incorruptível.2 
 Esta obra está dividida em 3 partes, o Livro I, o II e o III e em cada uma dessas 
partes são discutidos assuntos diferentes. Esta obra é um diálogo entre Santo Agostinho 
e Evódio, na qual Agostinho apresenta e defende as suas ideias e Evódio as questiona 
argumentando contra. 
 O compatibilista concilia o necessário com o contingente pois pode haver uma 
entidade que sabe o futuro que já pode até estar determinado, Agostinho de Hipona é 
considerado um compatibilista. 
 No Livro I da sua obra, Agostinho examina com Evódio uma série de questões 
que têm como objetivo verificar que o mal não está na inteligência, aprendizagem e na 
autoridade da lei. A obra inicia-se com a pergunta “Diz-me por favor, não é Deus o autor 
do mal?”3 o que centra o diálogo no ser humano, este Livro I acaba com uma investigação 
acerca da vontade humana. 
 No Livro II, Agostinho argumenta a favor da existência de Deus, e que tudo o que 
provém vem de Deus, porém isenta-o da autoria do mal4,referindo que “a origem do mal 
é a tendência ao nada”5, ou seja o nada é o mal, e como Deus não é nada, Deus não é o 
mal. 
 
2 Esta obra é também dirigida aos maniqueus com o objetivo primordial de provar a não existência do mal. 
3 “Diálogo sobre o livre arbítrio”, Livro I, pág. 81, l: 1-2 
4 “Por conseguinte aquele movimento de aversão, que reconhecemos ser o pecado, na medida em que é um 
movimento de defeção e que toda a decadência provém do nada, repara bem naquilo a que ele se refere, e 
não duvides que não pertence a Deus.” Diálogo sobre o livre arbítrio, Livro II, pág. 243, l: 27-30 
5 “Diálogo sobre o livre arbítrio”, Introdução, pág. 40, l: 23-24 
4 
 
 No Livro III, são apresentadas algumas questões devido ao facto da resposta de 
Agostinho para a origem do mal ser tao radical, neste livro discute-se também a a 
harmonização entre a presciência divina e o livre arbítrio do homem, a causa do pecado 
original e quais os seus efeitos sobre a natureza humana. 
 
Capítulo II – A origem do mal 
 
A partir do momento em que Evódio começa o diálogo questionando se Deus é o 
autor do mal, Agostinho distingue imediatamenteo mal metafísico ontológico – o mal 
que se pratica/faz e o mal que se sofre/suporta/aguenta6, defendendo que Deus nada tem 
a ver com o primeiro – o mal que se pratica – mas que é a causa do segundo. A partir do 
ponto de vista metafísico ontológico, não há o mal, o mal é um não ser, devido à falta 
do bem, e claramente que Deus não iria criar o mal, já que é sumamente bom. 
Na sua obra a primeira questão que é discutida é se a existência do mal é válida e 
quem é o autor do mal, será Deus o responsável por nos ter dado o livre arbítrio? Para 
Agostinho não, porque nada do que Deus fez é mau, isto é, se não nos tivesse dado o livre 
arbítrio éramos como uma pedra, não éramos seres racionais e agentes nem sentíamos a 
felicidade das nossas escolhas. O livre arbítrio é de facto a causa da felicidade do homem, 
o conhecimento que Deus tem não limita o homem, apenas garante7 que o homem é livre. 
O livre arbítrio, é a possibilidade de escolha entre alternativas e foi criado para 
escolher o bem supremo, mas os homens nem sempre escolhem o bem. Ninguém prefere 
o mal, mas escolhem antes um bem para si mesmo sem pensar nos efeitos que trará para 
os outros.8 
 
6 “Com efeito, costumamos designar o mal de duas maneiras: quando dizemos que alguém agiu mal, e 
quando alguém sofreu algum mal” Diálogo sobre o livre arbítrio, Livro I, pág. 81, l: 4-6 
7 Argumento do Garante – Deus não interfere nas nossas escolhas, apenas garante que somos dotados de 
livre arbítrio. 
8 Por outro lado, existem também pessoas que de facto não sabem distinguir entre o bem e o mal, são 
inimputáveis, não têm conhecimentos dos seus atos logo não podem ser responsabilizadas por eles, não 
agem racionalmente. 
 
 
5 
 
O homem sendo o único animal racional e dotado de livre arbítrio, e se apenas é 
livre quando escolhe, as próprias escolhas estão dependentes do conhecimento que 
determinado homem tem, pois o apetite resulta do conhecimento e toda a ação é causada 
pelo desejo de um bem. 
Para Agostinho é inconcebível que Deus seja o criador do mal, pois Deus é um 
ser bom 
Tudo o que acontece durante a ação humana depende da nossa própria escolha, 
Deus dá o livre arbítrio aos homens, mas sabe que escolhas faremos mesmo antes de 
sabermos que as iremos fazer, e quais as consequências que tais escolhas trarão. Apesar 
da presciência divina ter um conhecimento prévio da nossa escolha, a responsabilidade é 
de cada um9, pois somos nós que fazemos as nossas próprias escolhas. O livre arbítrio é 
exclusivo dos seres humanos racionais, é um bem que nunca se perde, porque esse poder 
é um bem em si mesmo. O homem só é livre quando escolhe o que deve escolher, quando 
escolhe a retidão da ação. E mesmo aquele que não a escolhe mantém o poder do livre 
arbítrio, mas é punido. 
A liberdade do homem não é determinada por nada, se Deus é justo e bom tem de 
punir o homem, por exemplo quando Adão cai em tentação e comete o pecado de comer 
o fruto proibido, Deus expulsa-o do Jardim do Éden, pois se o homem é livre faz sentido 
que haja punição, é imposto um limite à sua liberdade que prova que ela própria existe. 
Mas de onde vem o pecado? A palavra “pecado” provém do latim e significa 
“aquilo que é errado”. O pecado só pode provir do livre arbítrio, o homem tem múltiplas 
vontades, vive em constante dúvida do que é bom ou menos bom, e por vezes acaba por 
fazer escolhas menos boas que resultam no pecado. 
A vontade, que é o que origina a tomada de decisão das nossas escolhas, é a 
capacidade de querer, o querer algo não é necessariamente fazê-lo, o próprio querer já é 
vontade. Para agostinho a vontade é melhor que a inteligência para os homens, pois é o 
 
9 “Com efeito o mal não se pode fazer sem que haja algum autor. Mas se indagares quem ele é, não podemos 
dizer. Na verdade, não existe um autor determinado, mas cada um é autor das suas más ações. E se duvidas 
disto, presta atenção ao que disse anteriormente: as más ações são castigadas pela justiça de Deus. De facto, 
elas não seriam justamente castigadas, a não ser que fossem praticadas voluntariamente.” Diálogo sobre o 
livre arbítrio, Livro I, pág. 81-83, l: 19-26 
6 
 
bem mais próprio do homem, cada um tem a sua, é inalienável, e basta querê-la para a 
ter. 
A livre escolha da vontade humana é portanto um bem intermédio, pois tanto pode 
tender para o bom como para o péssimo, já a boa vontade está à partida relacionada com 
a sabedoria, a boa vontade é “pela qual desejamos viver reta e honestamente e alcançar a 
sabedoria suprema”10 
Boa vontade Sabedoria 
Para Agostinho, para praticar a boa vontade são necessárias as quatro virtudes 
cardeais: 
 Prudência - Virtude-mãe porque conduz a outras virtudes; 
 Justiça - Vontade de conceder aos outros o que lhes é merecido; 
 Força - Certifica a persistência nas complexidades da busca do bem; 
 Temperança - Acalma a atração dos prazeres. 
 
Capítulo III – Dimensões do mal 
 
 Agostinho concluí que o mal é um não ser, isto é se todo o bem fosse separado 
das coisas, não restaria nada, porque o mal não é uma substância/matéria. Logo não é 
viável que o mal se tenha iniciado em Deus, porque é Deus quem dá ao ser as coisas 
 
 Sendo assim as dimensões do mal são divisíveis em três tipos distintos que são: 
 Mal metafísico - A sua particularidade primordial é a imperfeição. Afirma-se que 
vivem seres, que são mais ou menos perfeitos em relação à perfeição – Deus – porém 
mesmo sendo seres imperfeitos com determinadas carências que são vistas como um 
mal11, conseguimos aceitar as fronteiras que o nosso ser determina. 
 Mal físico - O mal físico é o que nos faz sofrer/suportar, é uma recusa de um bem 
natural, de uma perfeição indispensável a um ser. O mal físico pressupõe uma 
realidade positiva e uma negação da ausência de um bem indispensável ao ser. 
 
10 “Diálogo sobre o livre arbítrio”, Livro I, pág. 121, l: 9-10 
11 Este mal é a privação de um bem possível 
7 
 
 Mal moral - O mal moral é também ele a falta de algo, é também um não ser. É uma 
desorganização da escolha de bens, é quando se dá a ausência da retidão face à livre 
vontade do homem. O mal moral habita na própria vontade do homem, que por ter 
uma livre escolha entre alternativas escolhe uma erradamente. 
Para Agostinho, o mal é consentido por Deus para que se possa tirar um bem 
maior, contudo se a maldade não existisse a santidade seria fácil de alcançar, o bem não 
venceria mas seria incomensurável, iríamos viver numa utopia, mas bastava um pequeno 
desacordo para desencadear uma luta contra o mal. 
 
 
Conclusão 
 
 Após a leitura do “Diálogo sobre o livre arbítrio” e a realização deste trabalho, 
consegui perceber o porquê de Agostinho acreditar que existe uma inteligência divina que 
tudo sabe, é bom acreditar que existe alguma coisa para além de nós, para além da terra, 
é bom acreditar na vida espiritual e ser crente, e quem não é crente não acredita na 
argumentação de Santo Agostinho, que diz inúmeras vezes “Se não acreditardes, não 
compreendereis”12. 
 Agostinho de Hipona, na sua obra defende que o mal não existe, é um não ser, é a 
privação do bem, e que o Bem Supremo superior a tudo, a perfeição é Deus. 
O nosso criador é a perfeição última e o Sumo Bem, porem não é ele o criador do 
mal, Deus dotou-nos de livre arbítrio que é a faculdade de poder escolher entre diferentes 
alternativas, com o objetivo de escolhermos sempre o bem, porém por vezes não optamos 
pelo bom, mas pelo “menos bom”, mas a responsabilidade disso é nossa pois somos nos 
próprios que tomamos as nossas decisões. Apesar da presciência divina saber com 
antecedência qual será a nossa escolha, isso não interfere em nada com a nossa opinião, 
apenas garante queestamos a ser livres a escolher, a isso dá-se o nome de Argumento do 
Garante, que foi um dos argumentos utilizado por Agostinho de Hipona para provar que 
é possível a harmonização da presciência divina com o livre arbítrio dos homens. 
 
12 “Biblia Sagrada”, Isaias, 7:9 
8 
 
 
Bibliografia 
 
 HIPONA, Agostinho de, (2001), Diálogo sobre o livre arbítrio. [Introdução e 
Tradução: Paula Oliveira e Silva]. Lisboa: Imprensa Nacional – Casa da Moeda 
ISBN: 972-27-1102-4 
 KENNY, Anthony. (2010: Nova História da Filosofia Ocidental Volume II). Filosofia 
Medieval. [Tradução: António Infante]. Lisboa: Gradiva Publicações. 
ISBN: 978-989-616-370-9 
 MATTHEWS, G., (2008), Santo Agostinho. Lisboa: Edições 70. 
ISBN: 853-780-022-8 
 COELHO, Cleber Duarte – A nulidade ontológica do mal em Agostinho. Pelotas: 
Seara Filosófica, 2013 
 LUCENA, Elisa – O problema do mal em Agostinho. Pelotas: 2006. [Tése de 
mestrado] 
 
Webgrafia 
 
 Stanford Encyclopedia of Philosophy [em linha]. [Consulta em: 17 de Abril de 2014]. 
Disponível em: < http://plato.stanford.edu/entries/augustine/> 
 
 Crítica na Rede [em linha]. [Consulta em: 1 de Maio de 2014]. Disponível em: 
<http://criticanarede.com/hist_cepticismo.html> 
 
 
 
 
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