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Contexto histórico da sociologia e antropologia

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26/02/2021 Disciplina Portal
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Fundamentos das ciências
sociais
Aula 5 - Contexto histórico da formação da
sociologia e da antropologia
INTRODUÇÃO
A formação do pensamento sociológico e antropológico deu-se a partir da segunda metade do século XIX, em decorrência
de uma série de transformações econômicas, sociais e políticas por que passou a Europa nesse período.
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Apresentar e analisar as primeiras formulações dessas ciências, bem como demonstrar a in�uência dessas concepções
na sociedade brasileira é o que se pretende nesta aula.
OBJETIVOS
Reconhecer as in�uências da Revolução Francesa e da Revolução Industrial na formação da sociedade
capitalista/industrial do século XIX.
Relacionar o Neocolonialismo ao surgimento das primeiras correntes sócio-antropológicas.
Distinguir as principais características do Darwinismo Social, do Evolucionismo Social e do Positivismo.
Identi�car algumas in�uências do Positivismo no Brasil.
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REVOLUÇÃO INDUSTRIAL E NEOCOLONIALISMO
O Iluminismo (glossário) foi um movimento intelectual que surgiu durante o século XVII na Europa, e pregava maior
liberdade econômica e política. Foi apoiado pela burguesia, pois os pensadores e os burgueses tinham interesses comuns.
Consistia em críticas ao Antigo Regime:
Vários aspectos do Iluminismo preparam o surgimento das Ciências Sociais no século XIX. Este foi o fundamento
�losó�co da criação do Estado burguês, tal como foi promovido pela Revolução Francesa e pela Revolução Industrial.
Essas revoluções formaram a base do Estado moderno. O desenvolvimento do pensamento cientí�co propiciou a
Revolução Industrial. Esta foi a transição para novos processos de manufaturas no �nal do século XVIII, primeiramente na
Inglaterra.
No século XIX, a indústria cresceu e o capital �nanceiro se fortaleceu. O que desencadeou crises de superprodução, pois a
produção não era acompanhada pelo consumo. A solução seria crescer para fora do continente europeu, o que foi
denominado neocolonialismo ou imperialismo do século XIX.
No mapa, veremos como neocolonialismo se expandiu pelo mundo.
Fonte: Number1411 / Shutterstock, Piotr Piatrouski / Shutterstock e Billion Photos / Shutterstock
Fonte: Saibarakova Ilona / Shutterstock
O Cienti�cismo
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DARWINISMO SOCIAL
Se o pensamento racional e cientí�co parecia válido para explicar a natureza, intervir sobre ela e transformá-la, este
poderia explicar também a sociedade vista como um elemento da natureza. O Darwinismo Social explica a sociedade
como se ela fosse um objeto de estudo da natureza. O determinismo biológico (glossário) e o determinismo geográ�co
(glossário) foram explicações comumente utilizadas sobre a capacidade de cada individuo e cada sociedade.
Segundo o Darwinismo Social, as sociedades se modi�cam e se desenvolvem como os seres vivos. As transformações
nas sociedades representam a passagem de um estágio inferior para outro superior, onde o organismo social se mostra
mais evoluído, adaptado e complexo. Se na natureza a competição gera a sobrevivência do mais forte, também na
sociedade favorece a sobrevivência de sociedade e indivíduos mais fortes e evoluídos.
As expressões: "luta pela existência" e "sobrevivência do mais apto", tomadas de Darwin, apoiaram o individualismo liberal
e justi�caram o lugar ocupado pelos bem-sucedidos nos negócios. Por outro lado, as sociedades foram divididas em raças
superiores e inferiores, cabendo aos mais fortes dominar os mais fracos e, consequentemente, aos mais desenvolvidos
levar o desenvolvimento aos não desenvolvidos. A civilização deveria ser levada a todos os homens.
DARWINISMO SOCIAL NO BRASIL
, CONDE DE GOBINEAU
O conde de Gobineau tornou-se embaixador da França no Brasil entre 1869 e 1870. Para ele, a mestiçagem criava um povo
degenerado, porque não conservaria, nas suas veias, o mesmo sangue original. E as sucessivas misturas teriam enfraquecido o seu
valor. A apreciação das qualidades físicas ou morais dos brasileiros, para Gobineau, não poupava observações pejorativas. "A
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miscigenação havia resultado no Brasil em compleições raquíticas, que se nem sempre repugnantes, são sempre desagradáveis aos
olhos".
A única relação que ele estabeleceu no Brasil foi com o D. Pedro II. A visão pessimista de Gobineau, em relação ao país, partia do
pressuposto da inviabilidade de uma nação composta por raças mistas. As nações miscigenadas como o Brasil seriam instáveis,
desequilibradas e decaídas. A degeneração, segundo ele, era inevitável e conduziria ao �m da existência do Brasil.
, NINA RODRIGUES
No �nal do século XIX, muitos intelectuais e pensadores, tais como Nina Rodrigues e Sílvio Romero, acabaram por adotar a tese da
existência de uma raça superior. Defendiam o branqueamento da população como uma forma de superar a mistura de "cores" que
caracteriza o povo brasileiro. A aplicação prática dessa concepção traduziu-se no incentivo à imigração maciça de trabalhadores
europeus: italianos, alemães, espanhóis, poloneses, ucranianos, que, ao longo do tempo, branqueariam a sociedade do país.
O EVOLUCIONISMO SOCIAL
Os evolucionistas formaram a primeira escola antropológica, tendo como paradigma principal a sistematização do
conhecimento acumulado sobre os "povos primitivos" e o predomínio do trabalho de gabinete.
A análise desses antropólogos era feita a partir dos relatos de viajantes e colonizadores que lhes chegavam às mãos.
Defendiam a ideia de que a história da Humanidade se dava através de um processo evolutivo que ia da selvageria à
civilização, passando pela barbárie. Utilizavam o chamado método comparativo, em que tomavam como parâmetro a
sociedade europeia do século XIX para descrever e classi�car formas culturais de outros povos, em uma postura que,
como vimos na aula 3, se mostrava extremamente etnocêntrica, tratando os povos não europeus como primitivos,
exóticos e incivilizados.
Colonos Europeus com Aborígenes na Austrália - Século XIX - Por Henry Guttman
O POSITIVISMO
, AUGUSTO COMTE
O positivismo foi uma diretriz �losó�ca criada por Augusto Comte na segunda metade do século XIX. O tema central de sua obra é a
Lei dos Três Estados, em que ele divide a evolução histórica e cultural da humanidade em três fases, de acordo com seu
desenvolvimento; a classi�cação e a hierarquização das ciências, da mais simples até a mais complexa, que pra ele a ordem é
necessária ao progresso; e a reforma da sociedade, com mudanças intelectuais, morais e políticas destinadas, principalmente, a
restabelecer a ordem na sociedade capitalista industrial.
A hostilidade dirigida ao pensamento tradicional foi especialmente forte em Comte, que negava a possibilidade do conhecimento
metafísico, que ele considerava ser estagnante e uma forma de pesquisa desnecessária. Ele exigia uma "sociocracia" dirigida por
cientistas para a uni�cação, conformidade e progresso de toda a humanidade. Logo, o positivismo rede�niu o propósito da �loso�a,
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limitando-aà análise e de�nição da linguagem cientí�ca.
Comte devotou-se à sociologia, uma palavra que ele elaborou para descrever a ciência da sociedade. Ele acreditava que
sua principal contribuição era a teoria de que a humanidade passou por três estágios de desenvolvimento intelectual:
Na sua classi�cação das ciências os critérios eram a generalidade de cada ciência e a crescente complexidade das
mesmas. A origem da menos complexa a mais complexa estabelecida pelo autor foi: Matemática, Astronomia, Física,
Química, Biologia. Ao criar a Sociologia, Comte criava a ciência mais Positiva.
Os traços mais marcantes do positivismo são, certamente, a excessiva valorização das ciências e dos métodos cientí�cos, a
exaltação do homem e suas capacidades e o otimismo em relação ao desenvolvimento e progresso da humanidade.
Para reformar a sociedade, Comte propôs:
Fonte: https://thecharnelhouse.org/2013/10/11/contra-comte/
Atenção
, Esta corrente �losó�ca foi muito in�uente no pensamento brasileiro. O movimento republicano, o lema da bandeira brasileira "ordem
e progresso", a primeira constituição republicana de 1891, as leis trabalhistas, o governo militar e o ensino brasileiro.
Leia a citação a seguir:
Causar incômodos é intrínseco à verdade (O Globo, 2/5/2008)
O coordenador do curso de medicina da Universidade Federal da Bahia (UFBA) atribuiu aos alunos a responsabilidade pela
nota baixa que o curso atingiu no Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) de 2007. O curso integra a lista
de 17 instituições do país que serão supervisionadas pelo Ministério da Educação (MEC).
Na opinião do coordenador, o professor Antonio Natalino Manta Dantas, o resultado ruim é por causa do “baixo QI
[coe�ciente de inteligência] dos alunos”.
Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo desta quarta-feira (30), Dantas, que é baiano, disse também que: 
- “O baiano toca berimbau porque só tem uma corda. Se tivesse mais [cordas], não conseguiria”. 
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Procurado pelo G1, o coordenador rea�rmou as declarações sobre o desempenho dos estudantes. 
- “O QI dos alunos de medicina é baixo sim. Como vou dizer que eles têm QI alto se eles foram mal em uma prova que o
resto do Brasil foi bem? Que eu saiba, não houve boicote à prova do Enade. Então eles [os alunos] mesmos se
submeteram à vergonha nacional”, diz o professor Dantas. 
Questionado sobre quais medidas pretende tomar a partir de agora, o coordenador do curso foi enfático: 
- “O que a gente pode fazer para melhorar a capacidade cognitiva das pessoas? Não tenho como mudar a genética. A
prova do Enade não foi ruim. Ruins são os nossos alunos”, diz o coordenador, que acrescenta que os estudantes do curso
de direito da UFBA tiraram nota 5 (nota máxima) no Enade de 2006. “Realmente eu não entendo por que os alunos de
medicina não conseguem esse desempenho”, diz.
Agora, responda: O coordenador do curso de medicina da UFBA estaria se inspirando nas concepções do Darwinismo
social para explicar as diferenças cognitivas entre os estudantes? Justi�que.
Resposta Correta
Glossário
ILUMINISMO
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"Defendia a liberdade econômica, ou seja, a economia sem a intervenção do Estado; o avanço da ciência e da razão e o predomínio da
burguesia e seus ideias. No século XVIII, esta nova corrente de pensamento começou a tomar conta da Europa, defendendo novas
formas de conceber o mundo, a sociedade e as instituições.
Tratou de aspectos �losó�cos, políticos, sociais, econômicos e culturais. Este defendia o uso da razão como o melhor caminho para
alcançar a liberdade, a autonomia e a emancipação."
DETERMINISMO BIOLÓGICO
São as teorias que atribuem capacidades especí�cas inatas a "raças" ou a outros grupos humanos. Contudo, os antropólogos hoje
em dia estão totalmente convencidos de que as diferenças genéticas não são determinantes das diferenças culturais.
DETERMINISMO GEOGRÁFICO
O determinismo geográ�co considera que as diferenças do ambiente físico como o clima, a altitude, a umidade do ar, entre outras
variáveis do meio ambiente condicionam a cultura local e as diferenças culturais.

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