Gabarito AP1 Educação Infantil2 2010.1

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Educação Infantil 2 
 
AP1 Página 1 
 
GABARITO AP1 
 
Questão 1 (2 pontos) 
No texto “Propostas pedagógicas ou curriculares: subsídios para uma leitura crítica”, Sonia Kramer 
apresenta um conjunto de idéias a respeito dos princípios, dos conteúdos e do processo de elaboração 
deste importante documento. 
- Na visão de Sonia Kramer, o que é uma proposta pedagógica e o que ela deve conter? (1 ponto) 
- Por que uma proposta pedagógica “precisa ser construída com a participação efetiva de todos os sujeitos 
– crianças e adultos, alunos, professores e profissionais não-docentes, famílias e população em geral (...)” ? 
(1 ponto) 
 
- É um planejamento educativo, que indica as intencionalidades institucionais, a partir de dados, juízos de 
valor de uma determinada realidade. “É um caminho que se faz ao caminhar”. Traduz valores, manifesta-se 
como currículo. 
- É importante assegurar a participação de todos os envolvidos na produção do cotidiano da escola porque 
os diferentes sujeitos expressam diferentes concepções de vida, de sociedade e de educação, assegurando 
que a escola seja espaço de expressão da diversidade cultural e local. 
- A elaboração de uma proposta pedagógica não pode ser atribuição de uma pessoa ou de um pequeno 
grupo porque só o coletivo pode assegurar a expressão democrática da diversidade de concepções de 
sociedade, de educação, de educadores e de criança que permeiam a vida social. 
- É este coletivo que fará um diagnóstico da realidade da escola, assim como do contexto em que ela está 
inserida, evidenciando suas dificuldades, mapeando suas características, delineado a sua própria 
identidade. Deve conter a fundamentação teórico-prática da escola, sua filosofia. 
 
Questão 2 (2 pontos) 
Num dos textos estudados por nós, está a seguinte afirmação de Vigostski: 
 “A primeira tarefa de uma investigação científica é revelar essa pré-história da linguagem escrita; mostrar o 
que leva as crianças a escrever; mostrar os pontos importantes pelos quais passa esse desenvolvimento 
pré-histórico e qual a sua relação com o aprendizado escolar.” 
Partindo da citação acima e de sua própria experiência, o que você entende por pré-história da 
linguagem escrita? 
 
- Buscando em Vigotski a fundamentação, a pré-história da língua escrita refere-se ao tempo em que a 
criança ainda não sabe ler, mas, que, através da mímica, da dança, da imitação, de brincadeiras, da 
música, demonstra relação simbólica com a linguagem. Em outras palavras, a pré-história da língua escrita 
é quando a criança ainda não se comunica através dos signos lingüísticos convencionais, mas já se utiliza 
dos simbolismos - o gesto, a brincadeira, o desenho - para se expressar. São estes simbolismos que levam 
à escrita propriamente dita. 
- A criança parte do gesto, passa pelo brinquedo e o sentido que dá a ele, depois pelo desenho que se inicia 
como um prolongamento/registro do gesto até chegar a símbolos intencionalmente grafados e organizados 
com o objetivo de expressar algo. 
 
Questão 3 (2 pontos) 
1) Quando pensamos na relação da criança com a cultura, dois eixos são fundamentais: a cultura de cada 
grupo social e o acervo cultural da humanidade. 
– Como, na escola, os professores podem valorizar as diversas culturas existentes em sua turma de 
crianças? (1 ponto) 
Partindo de um de levantamento deste repertório, que resgate a aquilo que foi produzido por cada grupo 
social: as tradições culturais, os costumes, os valores dos diferentes grupos, suas trajetórias, suas 
experiências, seu saber, seus modos de educação, seu acervo de produções e artefatos culturais. 
As estratégias para isso são variadas: convidar pais e avós para contar a história de sua cultura, promover 
encontros entre os pais da turma, construir juntos memoriais e álbuns, promover festas, feiras e trocas. 
- E como pode contribuir para que as crianças tenham acesso ao acervo cultural da humanidade? (1 
ponto) 
Socialmente, frequentando, além da instituição de Educação Infantil, praças, clubes, festas populares, 
espaços religiosos, tendo acesso a casas de cultura, como cinemas, teatros, bibliotecas, centros culturais, 
brincando com vizinhos, ouvindo músicas variadas. 
 
 
 
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Questão 4 (2 pontos) 
No fragmento abaixo, a professora Maria Luiza Oswald escreve sobre as relações entre os processos 
criativos e a aprendizagem da leitura e da escrita. 
“Para Vigotski (1990) as realizações dos artistas não são decorrentes de relampejos individuais de 
genialidade. Segundo ele, a fantasia, indispensável à criação, forja-se na experiência acumulada do homem 
que, por sua vez, é ampliada pela imaginação (p. 20). E se a experiência acumulada pode ser entendida 
como histórias de vida que se inscrevem na cultura, tem-se que a escola, ao impedir que a vida se 
presentifique, mata na criança a possibilidade de se constituir leitor-escritor-narrador-criador. Esta é a 
contribuição que a teoria crítica da cultura traz para as práticas de leitura e escrita: apontar para a escola a 
necessidade e a importância de que ela permita à infância presentificar-se, narrar-se.” 
 
Leia todo o fragmento com atenção e explique: 
Por que a autora afirma que “ao impedir que a vida se presentifique, a escola mata na criança a 
possibilidade de se constituir leitor-escritor-narrador-criador”? 
 
Presentificar a vida significa permitir que ela aconteça na escola, que o cotidiano faça sentido, assim 
como as propostas feitas às crianças e com as crianças. Significa considerar a criança e seus interesses, 
ouvir seus desejos e manifestações. Respeitar e alimentar os sentidos, respeitar as necessidades do corpo, 
da alma e da mente. 
Na prática, a escola “mata nas crianças a possibilidade de se constituir leitor-escritor-narrador-
criador” quando impedem que conversem livremente, contem usa histórias, brinquem livremente, dialoguem 
com os acontecimentos do bairro, da cidade. Isto é, quando corta a conexão entre vida e conhecimento. 
Só na interlocução diária entre os seres (crianças e adultos) e suas descobertas, será 
possível constituir-se leitor, escritor, narrador e criador da sua própria história. 
 
Questão 5 (2 pontos) 
Por que podemos afirmar que a cultura é constituidora da subjetividade infantil? 
A criança pensa o mundo a partir das suas interações com a sociedade. Essa sociedade oferece 
uma série de oportunidades para que ela se desenvolva, conheça, observe, participe. Dessa forma, a 
criança vai aprendendo a respeito do mundo que a cerca, vai conhecendo seus valores, sua cultura. Os 
valores sociais são, em última instância, fruto de todas as experiências que a criança vai tendo, 
aprendizados e significados culturais que a circulam ao longo de sua vida. Coisas que podem ser oferecidas 
nas creches, pré-escolas e escolas, mas que a criança recebe, também, da família e do seu meio social, 
antes mesmo de entrar para a instituição de Educação Infantil. 
No conceito de cultura estão contidos os significados que o homem produz a partir das relações que 
estabelece na sua vida em sociedade. A linguagem, segundo Vygotsky, é produção e expressão de sujeitos 
humanos que interagem entre si, uma produção e expressão que se realiza a partir da coletividade, da 
cultura. Através da linguagem compartilhamos conhecimentos, valores, regras de conduta, experiências 
adquiridas pela humanidade ao longo da história. Através da linguagem, nos constituímos como seres 
humanos, participantes da cultura na qual estamos inseridos. 
O pensamento e a linguagem nos auxiliam na aquisição dos componentes culturais que 
interiorizamos. Somos constituídos na cultura.