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Curso de Arteterapia à Distância

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Grupo iPED – Curso de Arteterapia 
 
 
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iPED é marca registrada pela Empresa Brasileira de Comunicação LTDA. 
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Sumário 
 
Introdução ............................................................................................................ Pág. 7 
O que é Arte? ....................................................................................................... Pág. 8 
A arte através dos tempos ................................................................................... Pág. 9 
A arte como objeto de estudo .............................................................................. Pág. 25 
O que é terapia? .................................................................................................. Pág. 26 
Arteterapia: filosofia e conceito ............................................................................ Pág. 27 
Arteterapia no Brasil ............................................................................................. Pág. 29 
A Gestalt Terapia ................................................................................................. Pág. 30 
O idoso ................................................................................................................. Pág. 32 
A criança .............................................................................................................. Pág. 35 
Adolescência ........................................................................................................ Pág. 40 
A família ............................................................................................................... Pág. 42 
O dependente de drogas...................................................................................... Pág. 45 
O depressivo ........................................................................................................ Pág. 48 
O Terapeuta profissional ...................................................................................... Pág. 52 
O Arteterapeuta .................................................................................................... Pág. 55 
Oficinas de Arteterapia: teatro, artesanato e desenho ......................................... Pág. 56 
Trabalhando em duplas........................................................................................ Pág. 79 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Institucional 
 
O iPED, Instituto Politécnico de Ensino a Distância, é um centro de 
educação on-line que oferece informação, conhecimento e treinamento para 
profissionais, educadores e qualquer um que queira evoluir 
profissionalmente e culturalmente. 
 
Nosso objetivo é torná-lo uma base forte de conhecimento e expandir cada 
vez mais o seu nível intelectual e cultural. 
 
Oferecemos uma quantidade enorme de informação, além de diversos 
cursos on-line, onde você se mantém atualizado em qualquer lugar e a 
qualquer hora. 
 
 
Educação à Distância 
 
Aulas online ou a prática de aprendizagem à distância, através de ambientes 
virtuais e redes de computadores interligadas para fins educacionais e 
culturais, nada mais é do que o meio mais prático e inteligente de 
proliferação de conhecimento. 
 
Através de ambientes virtuais e sistemas inteligentes, é possível adquirir 
conhecimento de forma total ou gradativa. 
 
Esse é nosso conceito de educação, em tempo real, total ou gradativo, 
quando quiser e onde quiser e acima de tudo, da forma que quiser! 
 
Nossa Missão 
O Grupo iPED foi lançado com o intuito de aprimorar e disseminar o conceito 
de ensino a distância. 
 
Com a implantação do ensino a distância, pesquisas recentes registram que 
as pessoas alavancam os resultados dos módulos de treinamento em até 
70%, eliminando as distâncias geográficas e proporcionando a melhoria da 
gestão do conhecimento e dos recursos humanos por competências. 
Pensando nisso o iPED presta esse serviço a todos, para que a exclusão 
digital seja cada vez menor e com o passar do tempo ela desapareça 
completamente. 
Esse é nosso objetivo, essa é nossa missão, e esteja certo que vamos 
conseguir! 
Fabio Neves de Sousa 
Diretor Geral - Grupo iPED 
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Certificação 
 
O conceito de reconhecimento virtual é concedido através de avaliação feita 
pelo sistema inteligente, que do inicio até o fim do curso está avaliando cada 
aluno em suas atitudes individuais e em comparação as atitudes do coletivo. 
Ao termino do conteúdo avaliado o aluno é submetido a uma avaliação final 
que nada mais serve do que comprovar a avaliação do desempenho dele ao 
longo de toda a trajetória do curso. 
 Nosso sistema garante 100% de segurança. 
 Empresas poderão confirmar a autenticidade do certificado, pois 
temos o que existe de melhor em tecnologia disponível no mercado. 
 Confira o grande diferencial de nosso certificado: 
 
 
Certificado Especial 
 
- Tramas em linhas personalizadas 
- Tarja de Segurança 
- Tinta Luminescente 
- Selo de Segurança 
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Detalhes sobre o selo 
 
 
 
Ao término do curso solicite o seu! 
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Introdução 
 
 
 
A arte sempre esteve presente em nossas vidas e é utilizada desde 
o princípio da humanidade cumprindo as mais diferentes funções. 
 
Em um primeiro momento, a arte significava divertimento. Com o 
tempo, passou a representar crenças religiosas e a ser instrumento de cura 
para diversos males. 
 
Na Grécia antiga, por exemplo, os doentes se reuniam nos templos 
de cura e, além de receberem tratamento através de chás e intervenções 
divinas, assistiam às representações musicais, teatrais e outras 
manifestações artísticas como parte de tratamento medicinal. 
 
Este curso está dividido em três unidades, na primeira unidade, você 
vai estudar sobre o que é arte, como seu conceito se transformou através 
dos tempos e como ela se uniu à terapia, surgindo assim, a Arteterapia. 
Nesta unidade ainda, você vai conhecer como surgiu a Arteterapia no Brasil 
e no mundo, sua formação histórica e filosófica e, por fim, conhecerá a 
Gestalt Terapia, um tipo de terapia que usa muito os recursos artísticos 
como forma de tratamento. 
 
Na segunda unidade, você conhecerá o perfil da “clientela” da 
Arteterapia, ou seja, os pacientes que podem usar a Arteterapia como forma 
de tratamento: o idoso, a criança, a família, o dependente de drogas, o 
depressivo maníaco. 
 
Na terceira unidade você conhecerá a atividade de um “Terapeuta 
Profissional”, sua formação necessária e seu perfil profissional. Além disso, 
terá noções básicas dos procedimentos no atendimentonas sessões de 
arteterapia. Nesta unidade, também, você conhecerá dois tipos de atividades 
que utiliza a arte como forma de terapia: o teatro e o artesanato. 
 
 
 
Bom curso! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Unidade 1 – Arte e Terapia 
 
 
Olá, 
 
Nesta unidade, você aprenderá sobre o conceito de arte, 
acompanhará sua trajetória na história da humanidade e perceberá como ela 
é importante para o desenvolvimento da sociedade. 
 
Verá, também, como os estudos científicos relacionaram as 
manifestações artísticas ao comportamento humano, com destaque para 
pessoas excepcionais, mais especificamente em deficientes mentais. 
 
Por fim, iremos tratar da Arteterapia, o surgimento no mundo e no 
Brasil, além de refletirmos sobre a Gestalt Terapia. 
 
 
Bom estudo! 
 
 
 
1.1 – O que é Arte? 
 
A palavra “arte” vem do latim ars, e significa técnica ou habilidade. 
De um modo geral, é entendida como atividade humana ligada a 
manifestações de ordem estética. 
 
A definição do termo “estética” varia de acordo com a cultura de 
cada época, principalmente devido às considerações do que é belo e o que 
não é belo. Portanto, aqui, vamos defini-la apenas como uma “harmonia das 
formas e coloridos”, de acordo com o registro no dicionário Michaelis. 
 
Da mesma forma, o conceito do que é arte também varia de acordo 
com a cultura de cada época. Para os nossos estudos, vamos definir arte 
como a técnica/habilidade de desenvolver um conjunto de ações criativas 
usando a percepção, a emoção e as ideias, tudo ligado à imaginação. O 
objetivo da arte é estimular os vários níveis da mente humana, chamando a 
atenção de um ou mais espectadores. 
 
Em todas as suas manifestações, a arte é uma demonstração de 
saberes, emoções, ideias e fatos transformados em símbolos. Sentir uma 
obra de arte é, muitas vezes, mais importante do que entendê-la. 
 
Se por um lado a arte transmite emoção, por outro, ela pode causar 
estranhamento, porque a atividade artística é individual e variável, marcada 
pela sensibilidade, a personalidade e os interesses de cada ser, podendo 
revelar uma relação com a sociedade e o mundo. 
 
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Para enriquecer nossos estudos, a seguir, vamos fazer um passeio 
por alguns dos principais momentos da história da humanidade e saber 
como a “arte” se modificou através dos tempos. 
 
Costuma-se separar a História da Arte em cinco momentos: 
 
1) Pré-história; 
2) Idade Antiga; 
3) Idade Média; 
4) Idade Moderna; 
5) Idade Contemporânea. 
 
 
 
1.2 – A arte através dos tempos 
 
Como dissemos, vamos separar a história da arte em cinco 
momentos: 
 
 
1) Pré-História 
 
Esse é um período encantador da História da Arte, pois não foi 
registrado por nenhum documento escrito. Tudo o que se sabe dos homens 
desse tempo é resultado de pesquisas da Arqueologia, a ciência 
responsável por estudar as culturas e modos de vida do passado a partir da 
análise de restos materiais. A Pré-História é dividida em três períodos: 
paleolítico, neolítico e idade dos metais 
 
 
Período Paleolítico (Idade da Pedra Lascada) 
 
O artista pintava os seres, os animais, ou seja, a natureza em geral, 
do modo como a via. Considera-se que a arte era realizada por caçadores e 
que fazia parte de uma tarefa de magia: o pintor-caçador acreditava ganhar 
poderes ao matar um animal e representá-lo ferido em um desenho. 
Utilizavam as pinturas rupestres, isto é, feitas em rochedos e paredes de 
cavernas. O homem deste período era nômade, ou seja, sem moradia fixa. 
 
 
Período Neolítico (Idade da Pedra Polida) 
 
Neste período o homem deixa de ser nômade, surgindo com isso a 
agricultura, a cerâmica e arquitetura. Surge também o comércio e o dinheiro, 
que era representado por sementes. A arte assume tons exagerados e as 
imagens não reproduzem mais a natureza tão fielmente. Começa, aqui, as 
representações da vida em grupo. 
 
 
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Idade dos Metais 
 
A descoberta do cobre, do estanho, do bronze e a formação de rotas 
comerciais marcam este período. A arte torna-se decorativa e com formas 
mais definidas. Aqui surge a metalurgia e, consequentemente, o ferro. É o 
período em que nascem as primeiras cidades e a escrita. 
 
Stonehenge 
 
No sul da Inglaterra encontra-se o Santuário de Stonehenge, 
considerado o primeiro grande registro arquitetônico da história. É formado 
por colunas de pedras organizadas em círculo, no centro há um bloco 
parecido com um altar. Acredita-se que a construção do monumento servia 
às práticas de rituais de culto ao sol. Curioso é que as pedras eram 
colocadas umas sobre as outras sem a união de nenhuma massa de 
concreto ou algo parecido. 
 
 
http://zappadalata.blogspot.com/2010/10/stonehenge.html 
 
 
2) Idade Antiga 
 
Da Idade Antiga, destacaremos as três sociedades mais importantes 
desse período, quais sejam: a egípcia, grega e romana. 
 
 
Arte Egípcia 
 
No Egito se desenvolveu uma das principais civilizações da 
Antiguidade, com uma organização social complicada, mas de uma rica 
produção cultural. A religião é característica marcante do povo egípcio, pois 
acreditavam em deuses que poderiam interferir na história humana e 
achavam que a vida após a morte era mais importante do que a que viviam 
no presente. Em homenagem aos mortos, erguiam templos funerários e 
túmulos grandiosos. 
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Arquitetura 
 
As pirâmides do deserto de Gizé são as obras arquitetônicas mais 
famosas e foram construídas por importantes reis do Antigo Império: 
Quéops, Quéfren e Miquerinos. 
 
 
http://cienciaconfirmaigreja.blogspot.com/ 
 
Ao longo do tempo, a ação destruidora do vento e das areias do 
deserto deu às pirâmides um aspecto misterioso. As características gerais 
da arquitetura egípcia são: 
 
 - solidez e durabilidade; 
 - sentimento de eternidade; 
 - aspecto misterioso e impenetrável. 
 
As pirâmides tinham base quadrangular e eram feitas com pedras 
que pesavam cerca de vinte toneladas. Incrivelmente lapidadas, as 
pirâmides mediam dez metros de altura com uma porta que mirava para a 
estrela polar, a intenção era seu brilho bater sobre a múmia. Por dentro, um 
verdadeiro labirinto levava em direção à câmara funerária, local onde estava 
a múmia do faraó e seus pertences. 
 
As esfinges, outra marca da cultura egípcia, são uma espécie de 
estátua, formadas pelo corpo de um leão (que representa força) e por uma 
cabeça humana (que representa sabedoria). Eram colocadas nos corredores 
de entrada do templo para afastar os maus espíritos. A mais famosa é a 
Esfinge de Gizé. 
 
Os Obeliscos são colunas de pedras colocadas em frente aos 
templos para materializar a luz solar, geralmente formadas de granito 
vermelho. 
 
 
 
 
 
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Escultura 
 
Os escultores egípcios representavam os faraós e os deuses em 
posições serenas e sem demonstrar emoção, quase sempre de frente. 
Feitas de pedras, as esculturas pretendiam traduzir uma ilusão de 
imortalidade, por isso exageravam as proporções do corpo humano, dando 
às figuras uma impressão de força e de majestade. 
 
 
Pintura 
 
A decoração colorida era um poderoso elemento das atitudes 
religiosas. Suas características gerais são: 
 
- Ausência de três dimensões;- Colorido a tinta lisa, sem claro-escuro. 
-Frontalidade: o tronco da pessoa era representado sempre de 
frente, enquanto sua cabeça, suas pernas e seus pés eram vistos de perfil. 
 
Quanto maior era a importância na sociedade, maior era a pintura 
que a representava, seguindo esta ordem: o rei, a mulher do rei, o 
sacerdote, os soldados e o povo. 
 
As figuras femininas eram pintadas em ocre, uma argila amarela. As 
masculinas eram pintadas de vermelho. 
 
Os egípcios escreviam usando desenhos, não utilizavam letras como 
se conhece hoje. Desenvolveram três formas de escrita: 
 
- Hieróglifos - considerados a escrita sagrada; 
 
-Hierática- uma escrita mais simples, utilizada pela nobreza e pelos 
sacerdotes; 
 
- Demótica - a escrita popular. Um costume marcante da arte grega é 
que junto ao sarcófago do faraó morto ia também o “Livro dos Mortos”, que 
descrevia rituais funerários. O livro era formado por fibras do tronco de 
papiro, uma espécie de planta. Ao serem batidas e prensadas, as fibras 
transformavam em folhas. O “Livro dos Mortos” era ilustrado com cenas 
vivas e uma escrita que chamava atenção. 
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Página Livro dos Mortos de Hunefer 
 
Arte Grega 
 
Se a arte egípcia é uma arte do espírito, a arte grega é da 
inteligência. Seus reis não eram deuses, mas seres inteligentes e justos que 
se dedicavam ao bem-estar do povo. 
 
O artista grego se empolga com a vida e tenta, por meio da arte, 
demonstrar suas manifestações. Na constante busca da perfeição, ele cria 
uma arte intelectual marcada pelo ritmo e equilíbrio. 
 
Características: 
 
- O racionalismo; ou seja, a razão. 
- O amor pela beleza; 
- O homem como centro do universo, “a medida de todas as coisas”; 
- A democracia. 
 
Arquitetura 
 
O que chama mais atenção nos templos gregos é a medida 
proporcional entre a entrada e os fundos. O templo era construído sobre 
uma base de três degraus. No degrau mais elevado eram erguidas as 
colunas que sustentavam um entablamento horizontal, que é uma espécie 
de laje. As colunas e o entablamento eram construídos segundo os modelos 
da ordem dórica, jônica e coríntia. 
 
- Ordem Dórica - expressava o pensamento. Sendo a mais antiga 
das ordens arquitetônicas gregas, a ordem dórica, por sua simplicidade e 
severidade, empresta uma ideia de solidez e imponência. Representa a 
forma do homem. 
 
- Ordem Jônica - Representava a graça e o feminino. 
 
- Ordem Coríntia - Sugere luxo e vaidade. 
 
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Os principais monumentos da arquitetura grega: 
 
- Templos: o mais importante é o Partenon de Atenas. 
 
-Teatros: construídos em lugares abertos divididos em três partes: 
 
- a skene ou cena, para os atores; 
- a konistra ou orquestra, para o coro; 
- o koilon ou arquibancada, para os espectadores. 
 
Alguns teatros tinham capacidade para cerca de 14.000 
espectadores. 
 
- Ginásios: edifícios destinados à atividade física. 
- Praça – Ágora, onde os gregos se reuniam para discutir os mais 
variados assuntos, entre eles a filosofia. 
 
Pintura 
 
A pintura grega era arte cerâmica. Os vasos gregos são também 
conhecidos não só pelo equilíbrio de sua forma, mas também pela harmonia, 
ou seja, a combinação, entre o desenho, as cores e o espaço utilizado para 
uso de enfeites. Além de servir para rituais religiosos, esses vasos eram 
usados para armazenar água, vinho, azeite e mantimentos. 
 
- Ânfora - vasilha em forma de coração, com o gargalo largo 
enfeitado com duas asas; 
 
 
 
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- Hidra - tinha três asas, uma vertical para segurar enquanto corria a 
água e duas para levantar; 
 
- Cratera - tinha a boca muito larga, com o corpo em forma de um 
sino invertido, servia para misturar água com o vinho. 
 
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As pinturas dos vasos representavam pessoas em suas atividades 
diárias e cenas da mitologia grega. O maior pintor de figuras gregas foi 
Exéquias. 
 
 
Escultura 
 
Em relação às estátuas, os gregos representaram os mais altos 
padrões já atingidos pelo homem. As estátuas adquiriram, além do equilíbrio 
e perfeição das formas, o movimento. As esculturas de formas humanas 
foram insuperáveis. 
 
No Período Clássico procurou-se construir estátuas que 
representassem movimentos humanos, para isto, usava-se o bronze, porque 
era mais resistente do que o mármore, e fixava o movimento sem se 
quebrar. 
 
Surge o nu feminino, pois antes desse período, as figuras de mulher 
eram esculpidas sempre vestidas. 
 
No período Helenístico os seres humanos não eram representados 
apenas de acordo com a idade e a personalidade, mas conforme as 
emoções e o estado de espírito do momento. O grande desafio foi a 
representação não de uma figura apenas, mas de grupos de figuras, dando 
a impressão de movimento, além de extremamente bonitos. 
 
Os principais mestres da escultura clássica grega são: 
 
- Praxíteles - o primeiro artista que esculpiu o nu feminino. 
 
- Policleto - criou padrões de beleza e equilíbrio. As estátuas tinham 
sete vezes e meia o tamanho da cabeça. 
 
- Fídias, talvez o mais famoso de todos, autor de Zeus (Deus grego), 
sua obra-prima é Ateneia. 
 
- Lisipo, introduziu a proporção ideal do corpo humano com a 
medida de oito vezes as cabeças. 
 
- Miron, autor do Discóbolo - homem arremessando o disco. 
 
 
 
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Arte Romana 
 
A arte romana procurava expressar a realidade vivida e um ideal de 
beleza. 
 
Umas das principais características da arquitetura romana era o uso 
do arco e da abóbada, uma espécie de teto arredondado. 
 
 
Arquitetura 
 
As características gerais da arquitetura romana são: 
- senso de realismo; 
- grandeza material: a ideia de força; 
- energia e sentimento; 
- urbanismo, vias de comunicação, anfiteatro, termas. 
 
As construções eram de cinco espécies e cada uma tinha suas 
funções: 
 
1 – Religião: Templos 
 
Os mais conhecidos são o templo de Júpiter, o de Saturno, o da 
Concórdia e o de César. O Panteão, construído em Roma durante o reinado 
do Imperador Adriano, foi planejado para reunir a grande variedade de 
deuses existentes em todo o Império, esse templo romano tinha um 
ambiente isolado onde o povo se reunia para o culto. 
 
 
2 – Comércio e civismo: Basílica. 
 
No inicio era usada para operações comerciais e a atos judiciários. 
Mais tarde, passou a servir a igreja. 
 
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3 – Higiene: Termas. 
 
Tinham ginásio, piscina e jardins. O centro social de Roma. As mais 
famosas são as termas de Caracala, que eram casas de banho e centro de 
reuniões sociais. 
 
 
4 – Divertimentos: 
 
a) Circos. 
 
Exclusivamente montados para divertimento. Foi em Roma que se 
originou o circo. Dos jogos praticados temos: 
 
- corridas de carros; 
- pugilato, o atual boxe; 
- jogos de Tróia, torneio a cavalo; 
 
 
b) Teatros. 
 
Imitação do teatro grego. O principal teatro é o de Marcelus. Tinha 
cenários versáteis, giratórios e retiráveis. 
 
 
c) Anfiteatros. 
 
O povo romano delirava nas lutas dos gladiadores. Essas lutas eram 
um espetáculo que podia ser visto de qualquer lugar da arquibancada. O 
anfiteatro mais famoso é o Coliseu. 
 
 
5 – Monumentosdecorativos: 
 
a) Arco de Triunfo: Monumento feito em homenagem aos 
imperadores e aos generais vitoriosos. O mais famoso deles é o arco de 
Tito, todo em mármore, construído no Fórum Romano para comemorar a 
tomada de Jerusalém. 
 
b) Coluna Triunfal: a mais famosa é a coluna de Trajano. Foi erguida 
por ordem do Senado para comemorar a vitória de Trajano sobre os dácios e 
os partos. 
 
6 – Moradia: 
 
Casa - Era construída ao redor de um pátio chamado Átrio. 
 
 
 
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Pintura 
 
O Mosaico, desenho feito com pequenas pedras, foi muito utilizado 
na decoração dos muros e pisos da arquitetura em geral. Muitas pinturas 
romanas que conhecemos é parte das cidades de Pompéia e Herculano, 
que foram soterradas pela erupção do Vulcão Vesúvio em 79 a.C. 
 
Podemos destacar quatro estilos de mosaicos: 
 
1º estilo: cobrir as paredes de uma sala com uma camada de gesso, 
dando a impressão de placas de mármore. 
 
2º estilo: painéis coloridos que criavam a ilusão de janelas abertas, 
com paisagens como animais, aves e pessoas, formando um grande mural. 
 
3º estilo: representações fiéis da realidade e delicadeza dos 
pequenos detalhes. 
 
4º estilo: um painel de fundo vermelho com uma pintura no centro, 
geralmente imitando obra grega, um cenário teatral. 
 
 
Escultura 
 
Os romanos eram grandes admiradores da arte grega, porém muito 
diferentes deles. Por serem realistas e práticos, suas esculturas são uma 
representação fiel das pessoas e não a de um ideal de beleza humana, 
como fizeram os gregos. Retratavam os imperadores e os homens da 
sociedade. O retrato é o maior êxito da escultura romana. 
 
 
3) Idade Média 
 
 Durante a Idade Média, é possível observar duas categorias de artes. 
São elas: a arte românica e arte gótica, como veremos em detalhes a seguir. 
 
 
Arte Românica 
 
Em 476 da era cristã, com o povo Bárbaro conquistando Roma, tem 
início o período histórico conhecido por Idade Média, ocorrendo uma 
transformação do comportamento humano, principalmente em razão do 
Cristianismo. A arte voltou a valorizar o espírito. Deus passou a ser o centro 
do universo e “a medida de todas as coisas”, conferindo a igreja, poderes 
ilimitados. 
 
 
 
 
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Arquitetura 
 
A arte românica surge no final do século XI e início do século XII na 
Europa. Sua estrutura era parecida com as construções dos antigos 
romanos. As características mais significativas da arquitetura românica são: 
 
- abóbadas (teto arredondado) em substituição aos telhados das 
basílicas; 
- pilares e paredes grossas; 
- aberturas raras e estreitas usadas como janelas; 
- grandes torres. 
- arcos que são formados por 180 graus. 
 
A primeira coisa que chama a atenção nas igrejas românicas é o seu 
tamanho. Elas são grandes e sólidas, por isso, chamadas de “fortalezas de 
Deus”. 
 
A explicação mais aceita para as formas grandes é o fato da arte 
românica não ser fruto do gosto refinado da nobreza nem das ideias 
desenvolvidas nos centros urbanos, é um estilo fundamentalmente Clerical. 
 
A arte desse período passa a ser encarada como uma extensão do 
serviço divino e uma oferta à divindade. A mais famosa é a Catedral de Pisa, 
construída em 1.174. Hoje mais conhecida como A Torre de Pisa que se 
inclinou porque, com o passar do tempo, o terreno cedeu. 
 
Pintura e Escultura 
 
Numa época em que poucas pessoas sabiam ler e escrever, a Igreja 
usava a pintura e a escultura para narrar histórias bíblicas ou ensinar religião 
aos fiéis. Neste período, pintura e escultura, não podem ser estudas 
separadamente. 
 
A pintura românica desenvolveu a técnica do afresco, que é pintar 
sobre a parede úmida. As características principais da pintura românica são 
a deformação e o colorido. 
 
A deformação das obras representava os sentimentos religiosos e a 
interpretação misteriosa que os artistas faziam da realidade. A imagem de 
Cristo era sempre maior do que as demais. O emprego de cores chapadas, 
ou seja, sem a preocupação com tons medianos ou jogos de luz e sombra, 
pois não havia a menor intenção de imitar a natureza. 
 
O Mosaico, a técnica de usar pequenas pedras coloridas, teve 
grande importância na época do românico. 
 
 
 
 
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Arte Gótica 
 
No século XII, entre os anos 1150 e 1500, tem início uma economia 
baseada no comércio. Isso faz com que a vida social mude do campo para a 
cidade, surgindo, assim, a burguesia urbana. 
 
Características gerais: 
 
- Edifícios verticais substituem os horizontais do Românico; 
- Paredes mais leves e finas; 
- Maior quantidade de janelas; 
- Torres enfeitadas por rosas; 
- Arcos feitos por abóbadas de arcos cruzados; 
- Os telhados de algumas torres em forma de pirâmide. 
 
As catedrais góticas mais conhecidas são: 
 
- Catedral de Notre Dame de Paris; 
- Catedral de Notre Dame de Chartres. 
 
 
4) Idade moderna 
 
 Podemos destacar nesse período o renascimento e a arte barroca, 
como veremos a seguir. 
 
 
Renascimento 
 
O termo Renascimento refere-se à civilização europeia que se 
desenvolveu entre 1300 e 1650. Um período de muito progresso e inúmeras 
realizações no campo das artes, da literatura e das ciências. Neste 
momento, valoriza-se o homem e a natureza em oposição ao divino e ao 
sobrenatural. 
 
Características gerais: 
 
 - Racionalidade; 
 - Dignidade do Ser Humano; 
 - Rigidez Científica; 
 - Reutilização das artes greco-romana; 
 
 
Arquitetura 
 
Na arquitetura renascentista, a ocupação do espaço pelo edifício 
baseia-se em relações matemáticas. 
 
Principais características: 
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- Arcos de Volta-Perfeita; 
- Simplicidade na construção; 
- A escultura e a pintura se desligam da arquitetura. 
- Construções; palácios, igrejas, vilas (casa de descanso fora da 
cidade), fortalezas (funções militares). 
 
 
Pintura 
 
Principais características: 
 
- Arte de figura: desenho ou pintura usando a matemática e a 
geometria. 
- Uso do claro-escuro, o contraste reforça a ideia de volume dos 
corpos. 
- O homem é a expressão mais grandiosa de Deus - Inicia-se o uso 
da tela e da tinta à óleo. 
- Surgimento de artistas com um estilo pessoal. 
 
Os principais pintores foram: 
 
- Michelangelo dominou a escultura e o desenho do corpo humano 
maravilhosamente bem, pois abriu e estudou cadáveres por muito tempo. 
 
- Leonardo da Vinci, foi grande pintor e inventor. Dentre as suas 
invenções estão: “Parafuso Aéreo”, primeira versão do helicóptero, o 
“Escafandro”, um modelo de asa-delta. Também estudou cadáveres. 
 
A personagem “Monalisa”, do famoso quadro pintado por Leonardo 
da Vinci, tem um olhar que parece perseguir quem a observa. Ao pintar uma 
pessoa olhando para frente, tem-se a impressão de que o personagem do 
quadro fixa seu olhar sobre todos que a observa. Isso acontece porque os 
quadros são lisos. Esse é o truque que Leonardo Da Vince usou em seu 
quadro que é famoso até hoje. 
 
 
 
 
Monalisa 
 
 
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Escultura 
 
Em meados do século XV, protetores das artes, os papas deixaram 
o palácio de Latrão e passaram a residir no Vaticano. Ali, grandes escultores 
se revelaram, o maior deles é Michelangelo. 
 
Outro grande escultor desseperíodo foi Andrea Del Verrochio. 
Trabalhou em ourivesaria, uma espécie de oficina de joias. Esse fato acabou 
influenciando sua escultura. 
 
 
- Representação do o homem tal como ele é na realidade; 
- Imagem mantendo a sua relação com a realidade; 
- Estudo do corpo e do caráter humano. 
 
 
A arte Barroca 
 
A arte barroca teve inicio na Itália, no século XVII. Logo este modelo 
de arte se espalhou por toda Europa, chegando também ao continente 
americano, trazida pelos colonizadores portugueses e espanhóis. 
 
As obras barrocas desfizeram o equilíbrio entre o sentimento e a 
razão, entre a arte e a ciência. Agora, o que mandava era a emoção e não o 
racionalismo da arte renascentista. 
 
É uma época de conflitos espirituais e religiosos. O estilo barroco é 
tentativa angustiante de unir forças contrárias: 
 
 - bem e mal; 
- Deus e Diabo; 
- céu e terra; 
- pureza e pecado; 
- alegria e tristeza; 
- paganismo e cristianismo; 
- espírito e matéria. 
 
Suas características gerais são: 
 
- O objetivo é impressionar o observador: a fé deveria ser atingida 
por meio da emoção e não apenas pelo raciocínio. 
 
- Usa efeitos decorativos e visuais, por meio das curvas e colunas 
retorcidas; 
 
- Maior relacionamento entre a arquitetura e escultura; 
 
- Maior contraste de luz e sombra; 
 
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-Pintura com maiores efeitos de ilusão. 
 
 
 Pintura 
 
Características da pintura barroca: 
 
- O contraste de claro-escuro: maior a sensação de profundidade. 
 
- Realista, envolvendo todas as camadas sociais. 
 
- Cenas contendo maior intensidade dramática, ou seja, emoção. 
 
Dentre os pintores barrocos italianos, destaca-se: 
 
Caravaggio - o que melhor caracteriza a sua pintura é o modo 
revolucionário como ele usa os efeitos de luz. Obra destacada: Vocação de 
São Mateus. 
 
 
5) Idade contemporânea 
 
Neste período podemos destacar o romantismo. 
 
 
O Romantismo 
 
 O século XIX foi marcado por fortes mudanças sociais, políticas e 
culturais graças aos acontecimentos do final do século XVIII como: 
 
 - A Revolução Industrial, que provocou a divisão do trabalho e o 
início da especialização da mão-de-obra; 
 
- A Revolução Francesa, que lutava por uma sociedade em que os 
direitos individuais fossem respeitados. 
 
Os artistas românticos procuraram se libertar das tradições 
acadêmicas defendendo a livre expressão da personalidade do artista. 
Características gerais: 
 
- a valorização dos sentimentos e da imaginação; 
 
-o nacionalismo; 
 
-a valorização da natureza como inspiração para criação artística; 
 
- os sentimentos do presente tais como: Liberdade, Igualdade e 
Fraternidade. 
 
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Arquitetura e Escultura 
 
A escultura e a arquitetura registram poucas novidades. Observa-se 
a permanência do estilo anterior e, algumas vezes, o estilo gótico da época 
medieval, gerando o neogótico. Obra em destaque: Edifício do Parlamento 
Inglês. 
 
 
Pintura 
 
Características da pintura: 
 
- Aproximação das formas barrocas; 
- Valorização das cores e do claro-escuro; 
-Dramaticidade, ou seja, emoção. 
 
Temas da pintura: 
 
- Fatos reais e atuais da história nacional na vida dos artistas; 
- Natureza revelando as emoções humanas; 
- Mitologia Grega como referência. 
 
 
Principais artistas: 
 
Goya - suas características eram os sonhos e pesadelos, seres 
deformados, tons violentos, além de retratos de personalidades da corte 
espanhola e de pessoas do povo, os horrores da guerra, a ação 
incompreensível de monstros, cenas históricas e as lutas pela liberdade. 
Obra destacada: Os Fuzilamentos de 3 de maio de 1808. 
 
Romantismo significa uma maneira de se comportar, de agir, de 
interpretar a realidade. O comportamento romântico é guiado pelo sonho, 
por uma atitude emotiva diante das coisas. Um comportamento que pode 
ocorrer em qualquer tempo da história. 
 
 
Escultura 
 
A maior característica são as linhas curvas e o uso do dourado. Os 
gestos e os rostos das personagens revelam emoções violentas e atingem 
uma dramaticidade desconhecida no Renascimento. 
 
Até aqui, podemos perceber como a arte se modificou na história da 
humanidade, ganhando cores, formas e significados que representam cada 
época. A arte auxilia o desenvolvimento da sociedade desde a pré-história. 
 
Neste curso, estudar a trajetória das atividades artísticas é muito 
importante, pois ela é rica em informação, fonte de cultura, além de 
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proporcionar o desenvolvimento da sensibilidade. Atributos essenciais para a 
formação de um arterapeuta. 
 
 
 
1.3 – A arte como objeto de estudo 
 
A arte como “meio de expressão do ser humano” sempre despertou 
interesse de estudo e teve diversos momentos na história da humanidade. 
Neste tópico, vamos acompanhar a trajetória desses estudos e saber um 
pouco sobre a evolução das pesquisas que unem arte e psiquiatria. 
 
Em 1876, o francês Paul-Max Simon, o pai da “arte e psiquiatria”, foi 
o primeiro médico psiquiatra a publicar uma série de estudos sobre as 
manifestações artísticas de doentes mentais, uma coleção de desenhos e 
pinturas que ele acreditava representar as perturbações de seus pacientes. 
Max-Simon fez uma classificação de doenças relacionadas a essas 
produções artísticas. 
 
Neste mesmo ano, a arte começou a ser utilizada por criminalistas e 
psiquiatras para apontar possíveis doenças mentais em criminosos. Em 
1888, Cesare Lombroso, advogado criminalista, também fez análises dos 
desenhos de doentes mentais para classificar doenças. 
 
Outros autores europeus, como Morselli em 1894, Julio Dantas em 
1900 e Fursac em 1906, fizeram estudos sobre as produções e trabalhos 
artísticos de doentes psiquiátricos. 
 
No final do século XX, Ferri, aluno de Lombroso, Charcot e Richet 
também estudaram e se interessaram pela arte das pessoas com problemas 
mentais. 
 
Em 1906, Fritz Mohr comparou trabalhos produzidos por doentes 
mentais, pessoas normais e grandes artistas. Mohr percebeu, nestes 
trabalhos, manifestações sobre a história de vida e conflitos pessoais dos 
pacientes. As ideias de Mohr inspiraram vários outros autores, abrindo uma 
possibilidade de os desenhos serem usados como testes para estudar 
aspectos da personalidade. 
 
Por volta de 1918. Hanz Prinzhorn estudou e publicou o primeiro 
trabalho de comparação de desenhos de doentes mentais. Ele acreditava 
que os trabalhos realizados pelos doentes eram manifestação de 
sentimentos escondidos no interior da mente. Concluiu que o poder criador 
estava presente em todos os indivíduos. Em 1922 Prinzhorn escreveu o livro 
“Expressões da Loucura”. 
 
Sigmund Freud, pai da Psicanálise, se dedicava a escrever sobre as 
obras produzidas por diversos artistas. Observou, assim, que a mente se 
manifesta por meio de imagens, sendo uma comunicação simbólica com 
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função catártica, ou seja, um processo de limpeza da alma. Para Freud a 
criação artística é resultado de um processo de sublimação, ou purificação, 
dos desejos sexuais não possíveis de serem realizados na realidade. 
 
 
 
Sigmund Freud, o pai da psicanálise. 
 
Na década de 1920, Carl Gustav Jung começou a usar a linguagem 
artística como parte do tratamento psicoterápico. Para ele a criatividade é 
uma função natural da mente humana, nada tendo a ver com os desejos 
sexuaiscomo havia dito Freud. 
 
Até aqui, podemos perceber que vários psiquiatras contribuíram com 
estudos científicos para confirmar a relação entre as manifestações artísticas 
e os doentes mentais. Mas pouco, ou quase nada, se falava sobre a 
atividade artística como tratamento médico, essa ideia surge com a 
Arteterapia, o que veremos na unidade mais à frente, por enquanto vamos 
dar uma breve pausa e refletir um pouco sobre o que é terapia. 
 
 
 
1.4 – O que é terapia? 
 
O termo “terapia” vem do grego e significa "servir a deus". Também 
conhecida como “terapêutica”, a terapia é o tratamento para uma 
determinada doença por meio da medicina tradicional ou alternativa, e seu 
efeito deve ser benéfico. 
 
A Terapia deve se preocupar com a saúde do seu paciente, nada 
mais lhe interessa, desta forma, o terapeuta deve estar munido de recursos, 
ou seja, devidamente preparado para fazer seu trabalho de maneira eficaz. 
Há vários modos de se conduzir uma terapia, ela pode ser: 
 
- Tradicional: aquela em que o terapeuta primeiro ouve seu cliente e 
depois estabelece metas para alcançar a cura; 
 
- Estratégica: em que paciente e terapeuta conversam e a solução 
dos problemas é encontrada pelos dois. 
 
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Mas, em ambos os casos, o terapeuta precisa ser extremamente 
sensível e estar aberto para receber seu paciente. 
 
Existem diversos tipos de terapia, algumas terapias mais 
conhecidas, são: 
 
 Acupuntura - aplicação de agulhas, em pontos definidos do 
corpo, chamados de "Pontos de Acupuntura" ou "Acupontos", para obter 
efeito terapêutico em diversas condições. 
 
 Cristalterapia (pedra curativa) – pedras de origem inorgânicas 
ou fósseis são colocadas na parte do corpo problemático. Seu efeito não é 
cientificamente provado. 
 
 Shiatsu - é um método terapêutico japonês criado em 1868, a 
partir de massagens com a ponta dos dedos. É indicado para quem tem 
problemas de rim, depressão e baixa autoestima. 
 
 Terapia Ocupacional - seu interesse está relacionado ao 
desenvolvimento, educação, emoções, desejos, habilidades e organização 
de tempo. As atividades vão desde as mais simples, como escovar os 
dentes ou levar alimentos à boca, às mais complexas, como dirigir um 
automóvel ou dirigir uma empresa. 
 
 Tai Chi Chuan - uma arte marcial chinesa marcada pela 
meditação em movimento. Tem sua origem na China, mas atualmente é 
praticada no mundo todo. É admirado no ocidente principalmente por buscar 
a boa saúde por meio da meditação, oferecendo aos que vivem no ritmo 
veloz das grandes cidades uma referência de tranquilidade e equilíbrio. 
 
 
 
1.5 – Arteterapia: filosofia e conceito 
 
Até agora, vimos que canto, dança, desenho, pintura, poesia, teatro 
são, desde sempre, atividades vitais e naturais do ser humano. Vimos 
também como a medicina explica as manifestações artísticas em pessoas 
com problemas mentais. Neste tópico, vamos verificar como arte e terapia se 
juntaram para auxiliar o tratamento médico. 
 
A Antroposofia, também chamada de ciência espiritual, é uma 
filosofia criada pelo austríaco Rudolf Steiner, entre 1889 e 1896. Para o 
filósofo e educador, a ciência espiritual é o caminho para se trilhar em busca 
da verdade, preenchendo, assim, o vazio existente entre a fé e a ciência. 
 
Stainer defende que ao refletir sobre o ato de pensar o individuo 
passa a ter uma visão diferente do cotidiano. Mas para isso é necessário 
aumentar a capacidade da mente humana, desta forma o filósofo afirma que 
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deve haver atividades que auxiliem o exercício do pensamento, procurando 
tornar o indivíduo “mais humano” e um ser “espiritualmente livre”. 
 
A Arteterapia nasce baseada nas ideias de Rudolf Steiner, 
acreditando que o homem é um ser espiritual composto de alma e corpo 
vivo. Surge, então, um processo terapêutico que utiliza a expressão artística 
como instrumento de autoconhecimento, uma maneira alternativa que o 
paciente tem para externar seus sentimentos de forma divertida e 
espontânea. 
 
De acordo com o Family Guide to Alternative Medicine, ou Dicionário 
de Medicina Natural, a Arteterapia recebe qualquer pessoa que tenha 
problemas emocionais, psicológicos ou apenas queira saber mais sobre si 
próprio. Há pessoas que sentem dificuldades de expressar-se por palavras. 
Outras sentem dificuldades em relacionar-se. 
 
Há também os indivíduos que sofrem com o alcoolismo, anorexia, 
bulimia, dependência de drogas, deficiências físicas ou mentais que 
atrapalham e intimidam a capacidade de comunicação. Esses problemas, 
porém, estão tão profundamente escondidos que a pessoa normalmente não 
tem conhecimento deles. Dar uma forma visual a esses problemas, com 
tintas, barro ou qualquer outro meio artístico, pode ser a primeira fase no 
processo de cura, pois ajuda o indivíduo a reconhecer seus problemas e a 
redescobrir sua capacidade criativa. 
 
Não é preciso ser artista para fazer terapia com arte, a Arteterapia 
está ao alcance de todos, nas sessões não se busca o belo, o certo, mas a 
livre expressão das emoções, o afloramento das ideias, a tomada de 
consciência do comportamento inconsciente, procurando a transformação. 
Além disso, os pacientes têm a possibilidade de resgatar as brincadeiras da 
infância, muitas vezes esquecidas e abandonadas à medida que crescem e 
se tornam adultos. 
 
Na busca de auxiliar o processo terapêutico, a Arteterapia atua como 
um catalisador, ou seja, promove um caminho para o indivíduo entrar em 
contato com seus dilemas internos, muitas vezes escondidos dentro de si, 
sentimemos estes bloqueados por diversas razões. 
 
A Arteterapia desenvolve o potencial criativo do paciente, 
procurando aquecer a alma e estimular uma vida saudável e autônoma, ou 
seja, independente e capaz de tomar suas próprias decisões. Promove uma 
reestruturação das emoções e, consequentemente, a transformação do ser. 
 
Muitas vezes, as pessoas não conseguem falar sobre seus conflitos 
pessoais. Então a Arteterapia se apresenta como ferramenta motivadora, 
propondo uma reflexão através dos processos no desenvolvimento dos 
trabalhos artisticos, aumentando a autoestima, diminuindo o stress e 
buscando entender as experiências traumáticas vividas pelo paciente. 
 
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A utilização de instrumentos como pincéis, tintas, papéis, argila, 
cola, figuras, desenhos, recortes tem como finalidade auxiliar a exposição 
dos sentimentos que se encontram perdidos na escuridão da alma. Tanto as 
técnicas quanto a utililização desses materiais não objetivam à 
profissionalização ou à comercialização dos trabalhos realizados, mas sim o 
desenvolvimento da atenção, percepção, memória, raciocínio, juízo, 
imaginação, pensamento e, principalmente, a linguagem. 
 
Por meio de uma obra de arte é possível perceber sentimentos como 
alegria, desespero, angústia e felicidade, de maneira única e pessoal, 
relacionadas ao estado espiritual em que se encontra o autor no momento 
da criação. 
 
Por volta de 1940, a educadora norte-americana, Margareth 
Naumburg, baseada na teoria da psicanálise, organizou em um sistema os 
recursos artísticos no tratamento terapêutico. Para muitos, ela é a primeira a 
trabalhar com Arteterapia. 
 
Em 1950, o psiquiatra francês, Roberto Volmat, organizou em Paris 
o Primeiro Congresso Internacional de Arte Psicopatológica, uma mostra de 
obras artísticas de doentes mentais. Ele utilizava a arte não só como 
diagnóstico, mas também propunha a atividade artística como um método de 
tratamento.Muitos autores classificam como Arteterapia somente as atividades 
terapêuticas que fazem uso das artes plásticas, ou seja, do desenho, 
pintura, fotografia. Desta forma, as demais linguagens como dança, teatro, 
música, poesia são consideradas Terapias Expressivas. 
 
Em nossos estudos, vamos considerar como Arteterapia o conjunto 
de comunicações simbólicas, sejam elas ocorridas através da música, da 
dança, risos, teatro, artes plásticas ou do simples fato de rir. 
 
 
 
1.6 – Arteterapia no Brasil 
 
No Brasil, a Arteterapia teve o seguinte histórico: 
 
Em 1923, ainda como estudante, Osório Cesar desenvolveu no 
Hospital Psiquiátrico do Juqueri, em São Paulo, estudos sobre a arte dos 
doentes mentais. Dois anos depois, criou a Escola Livre de Artes Plásticas 
do Juqueri, e publicou seu primeiro livro “A Arte Primitiva dos Alienados”. 
 
 
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Drª Nise da Silveira, fundadora do Museu de Imagens do Inconsciente. 
 
 
Em 1944, a psiquiatra Nise da Silveira começou a trabalhar no 
Centro Psiquiátrico Pedro II, no Rio de Janeiro. Como já dedicava seus 
estudos entre arte e loucura, a doutora Nise se uniu a Almir Mavignier, no 
ano de 1946, e montou oficinas de criação artística. O objetivo era incentivar 
seus clientes a encontrar a cura por meio da pintura, modelagem e teatro. 
Ela fundou o Museu de Imagens do Inconsciente, em 1952. 
 
Ainda na década de 50, em 1956, com três amigas, fundou a Casa 
das Palmeiras, uma espécie de ponte entre o hospital e a vida em 
sociedade. A intenção era dar apoio a pacientes que saíam de hospitais 
psiquiátricos e, portanto, evitar a reinternação. 
 
A Associação Brasileira de Arteterapia, com sede em São Paulo, foi 
fundada no ano de 2000, tendo como presidente a psicóloga Joya Eliezer. 
Posteriormente, outras teorias psicológicas uniram-se a Arteterapia como, 
por exemplo, a Gestalt Terapia de Friedrich Salomon Perls e Lore Posner 
Perls. 
 
 
 
1.7 – A Gestalt Terapia 
 
Nesta unidade, vamos saber um pouco sobre a Gestalt Terapia, um 
importante tipo de tratamento que usa a arteterapia como ferramenta de 
análise e autoconhecimento. 
 
Gestalt Terapia foi criada pelos judeus alemães Friedrich Salomon 
Perls e Lore Posner Perls. É uma terapia que busca refletir sobre a 
existência e foi planejada na Alemanha na década de 20, mas nascida em 
1951 em Nova York. 
 
Nesta década, surgia nos Estados Unidos um movimento dentro da 
psicologia chamado “terceira força”, entregando ao homem a condição de 
“sujeito” e não de “objeto de estudo”, ou seja, o homem sendo responsável 
pelas suas escolhas. 
 
No Brasil, mais precisamente em São Paulo, a Gestalt Terapia 
chegou na década de 70, sendo hoje desenvolvida por instituições em quase 
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todos os estados do Brasil. Além de constar como disciplina nos currículos 
de graduação e pós-graduação do curso de Psicologia em diversas 
universidades. 
 
Sendo o homem responsável pelas suas próprias escolhas, a 
Gestalt Terapia destaca o autoconhecimento, a satisfação e crescimento 
pessoal. O ser humano passa de “personagem” a “autor” da sua própria 
história, sendo livre a cada momento para trilhar outro caminho. 
 
Mas esse homem não é um ser individual e só pode ser 
compreendido na relação com o outro, dentro de um ambiente, em que tudo 
é contato, mesmo que seja dele com ele mesmo. 
 
O Objetivo da Gestalt Terapia é ampliar a sensibilidade, defendendo 
a teoria de que “eu só posso mudar quando me torno aquilo que sou, e não 
quando tento ser algo que não faz parte de mim”. 
 
A Gestalt Terapia trabalha com experiências imediatas, o aqui e 
agora, que estabelece a porta de entrada para a realidade. A existência só 
se dá no presente, mas este momento presente carrega as lembranças do 
passado, as fantasias e as expectativas para o futuro. Uma terapia que 
busca entender o significado das situações vivenciadas no dia a dia. 
 
O gestalt terapeuta descreve, não interpreta o que está 
acontecendo. Ele procura destacar o que acontece e como acontece, 
ajudando o paciente a compreender a intenção do seu comportamento. Para 
o gestalt terapeuta, cada paciente é único e cada momento é único, portanto 
o trabalho terapêutico é organizado para que a sensibilidade do paciente 
ocorra em um crescente, no seu próprio ritmo. 
 
Nas sessões de terapia, o gestalt terapeuta utiliza diversos 
experimentos, um convite para o paciente se autoconhecer, usando técnicas 
como “cadeira vazia e inversão de papéis”, em que o paciente senta em uma 
cadeira e, de olhos vendados, conversa com uma cadeira vazia colocada na 
sua frente, imaginando ser uma pessoa ou um órgão do seu corpo que o 
incomoda. Depois o paciente troca de cadeira e muda de papel, se pondo no 
lugar da pessoa ou do órgão imaginado. 
 
Na verdade, o gestalt terapeuta trabalha com todas as linguagens, 
buscando o que pode facilitar a expressão do paciente a cada momento. 
 
Praticar a getsalt terapia é muito mais uma questão de postura do 
que uma técnica. Um terapeuta deve, antes de qualquer coisa, ser uma 
pessoa disponível para o outro como ser humano, para então capacitar-se 
na abordagem. 
 
 
 
 
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Unidade 2 – A clientela 
 
 
Olá, 
 
Nesta unidade, você conhecerá o perfil da “clientela” da Arteterapia, 
ou seja, os pacientes que podem usar a Arteterapia como forma de 
tratamento. 
 
Irá, também, estudar a questão do idoso e seu processo de 
envelhecimento, além de conhecer as etapas de desenvolvimento da 
criança, desde o nascimento até as transformações pelas quais passa um 
adolescente no caminho à fase adulta. 
 
Por fim, você saberá como a Arteterapia pode agir dentro da família 
e auxiliar o tratamento de dois tipos de doenças muito atuais: o dependente 
de drogas e a depressão. 
 
 
Bom estudo! 
 
 
 
2.1 – O idoso 
 
Neste tópico vamos refletir sobre a questão do idoso e seu processo 
de envelhecimento. Saber como o envelhecimento é encarado no Brasil e no 
mundo, tentar compreender os sentimentos que acompanham quem está a 
caminho da chamada “Terceira Idade” e, por fim, perceber como a 
Arteterapia pode auxiliar o Idoso a se autoconhecer e entender esta nova 
fase da vida. 
 
Cada vez mais, o idoso vem sendo tema de pesquisa e pauta de 
debate em vários segmentos da sociedade, isso graças à Gerontologia, que 
é a ciência responsável por estudar as experiências da velhice e do 
envelhecimento. 
 
No entanto, a Gerontologia é uma invenção do século XX, 
antigamente não se tinha a ideia de velhice como temos atualmente. No ano 
1000 a.C. , por exemplo, a esperança de vida girava em torno dos 18 anos 
de idade. Nos Estados Unidos, em 1900, a média era 45 anos e, em 1965, 
alcançava aos 70 anos. 
 
De acordo com o IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e 
Estatísticas, a expectativa de vida registrada no ano de 2010, entre 
brasileiros, é de 77 anos, para as mulheres, e 69 anos para os homens. 
 
Não é difícil perceber que o mundo mudou. Hoje, os casais têm 
menos filhos do que antigamente e a mortalidade infantil é bem menor do 
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que nos séculos passados, a consequência disso é um aumento da 
expectativa de vida, ou seja, no mundo moderno vive-se mais tempo, 
fazendo crescer o número de idosos em todo mundo. 
No Brasil, de acordo com o IBGE, em 2009 havia 21 milhões de 
idosos em todo território nacional, assim, novosdesafios aparecem no que 
diz respeito aos cuidados e às responsabilidades que o governo tem sobre a 
sociedade e a família brasileira. Conforme o Estatuto do Idoso, no Brasil, 
considera-se idoso a pessoa de idade cronológica igual ou superior a 60 
anos. 
 
Preocupado com número de idosos que cresce em todo mundo nas 
últimas décadas, a “Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas” 
convocou a “Primeira Assembleia Mundial sobre o Envelhecimento”, 
realizada em Viena (Áustria), no ano de1982. 
 
Participaram do encontro 125 países de todos os continentes, 
demonstrando claramente o interesse internacional sobre a questão. Foram 
discutidos projetos com o objetivo de garantir direitos ao idoso, além de sua 
participação em sociedade. 
 
O envelhecimento não acontece da mesma forma em todos os 
países, pois as condições sociais, culturais, pessoais e genéticas, ou seja, 
natural de cada ser, determinam o processo de envelhecimento em cada 
sociedade. 
 
Considerando as diferenças socioeconômicas entre os países, a 
ONU – Organização das Nações Unidas – estabelece como inicio da velhice 
a idade de 60 anos para os países “em desenvolvimento” e de 65 anos para 
os “desenvolvidos”. 
 
Em relação ao Brasil, se compararmos com países mais 
desenvolvidos, perceberemos diferenças no processo do envelhecimento. A 
Europa levou 100 anos para envelhecer, enquanto no Brasil, a partir de 
1970, esse processo levou apenas 30 anos. Esse acelerado crescimento da 
velhice no Brasil dificultou um melhor preparo da sociedade para 
proporcionar aos idosos uma forma digna de viver. 
 
Devido a fatores psicológicos e sociais, é muito difícil compreender a 
velhice, apresentar seu início e defini-la com uma única explicação. Desta 
forma, a ciência desenvolveu várias teorias como o objetivo de entender e 
explicar o envelhecimento. 
 
Muitos conceitos de velhice foram formulados por estudiosos e 
teóricos, muitas vezes conceitos que não são aceitos por todos de maneira 
geral. Mesmo assim, é preciso entender a velhice sob alguns importantes 
aspectos: 
 
 - O homem é um ser multidimensional: fatores biológicos, 
sociológicos, psicológicos, culturais e espirituais interferem no seu 
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envelhecimento. Seu modo de vida e sua relação com a sociedade são 
extremamente modificados. 
 
- A velhice deve ser pensada e planejada de forma coletiva para 
atender às necessidades que são individuais, ou seja, a sociedade em geral 
deve pensar como auxiliar cada idoso em separado. 
Para alguns idosos, incluídos na categoria “Terceira Idade”, a vida é 
levada sem grandes transtornos, significando integração e serenidade, para 
muitos outros, ela representa angústia e frustração. 
 
Não é difícil perceber em muitos idosos, ou a caminho do 
envelhecimento, um desânimo frente à nova etapa da vida: um silêncio 
perturbador, a vontade de explicar sentimentos, desejos, sonhos e 
insatisfações. 
 
Atualmente, a maior preocupação que se tem com o idoso é 
propiciar melhores condições de vida a ele. Mas, ao encarar a realidade, 
verificamos que são poucas as pessoas que encontram na velhice condições 
de vida digna, seja no campo econômico, saúde ou nas relações sociais. 
 
Tudo indica que apenas uma pequena parcela da população idosa 
de brasileiros vive a velhice de maneira honrada. Para a grande maioria, a 
velhice é uma etapa da vida cercada por impedimentos e constrangimentos 
de todos os tipos. 
 
O desejo de ter voz, e de ser ouvido, significa para o idoso estar 
presente e poder mostrar-se vivo perante a família e a sociedade, além de 
desenvolver uma vida responsável e afinada com seus próprios desejos. 
 
Infelizmente nossa sociedade conduz a velhice de forma cruel, 
fazendo acreditar que ela é o fim, enxergando o velho como uma pessoa 
franzina, cabelos brancos, coluna envergada, olhar baixo, mãos trêmulas, 
pele enrugada. Mas é preciso mudar este pensamento. 
 
A Arteterapia vem auxiliando muitos profissionais da área da saúde 
e da educação nas tarefas de compreender as emoções que cercam o ser 
humano. Emoções e sentimentos que estão presentes em todas as fases da 
vida e que se intensificam na velhice. 
 
Como já dissemos no capítulo anterior, a Arterapia contribui para 
que os clientes desenvolvam, durante a terapia, novas atitudes com novos 
significados para a vida, dedicando-se à construção de uma existência mais 
gratificante. 
 
Vale lembrar que, dentre várias possibilidades, a atividade artística 
pode levar o idoso a se perceber com mais qualidade no “aqui e agora”, ou 
seja, no momento presente. É nesse sentido que a arte tem um valor maior: 
a possibilidade de admirar a vida por meio de uma obra. 
 
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Em um ateliê terapêutico é muito importante que o primeiro encontro 
aconteça de maneira alegre e suave, para que desse encontro surja uma 
relação de respeito e confiança entre o idoso e o Arterapeuta. 
 
Muitos são os motivos que fazem um idoso procurar a Arteterapia. 
Pode ser por simples curiosidade, pela necessidade que o paciente idoso 
sente em encontrar respostas ou para não se sentir só. Depressão, timidez 
ou nervosismo também levam o paciente idoso a procurar um ateliê 
terapêutico. 
 
Quando o paciente declara-se “tímido” ou “sentir-se só”, isso pode 
significar que o processo de envelhecimento provoca uma onda de tristeza, 
amargura e desesperança. 
 
Grupos de “terceira idade” ou programas em universidades aberta 
levam o idoso a repensar a vida, encher seu dia-a-dia de movimento e a 
valorizar sua saúde. Aliás, não é só a saúde física que conta, um idoso de 
bem consigo é aquele que tira o maior proveito de sua situação. O paciente 
idoso precisa aprender a envelhecer com prazer. 
 
O idoso precisa aprender a lidar com a velhice e combater as 
dificuldades que surgem com força e cuidado. É preciso lutar como se luta 
contra uma doença: conservar a saúde, praticar exercícios apropriados, 
comer e beber somente para recompor as energias, sem arruinar a saúde. 
Além disso, mais que cuidar do corpo é preciso cuidar do espírito e da alma 
também. No processo de envelhecimento o idoso deve ser autor da sua 
própria ação. 
 
Como já sabemos, no ateliê terapêutico não se aprende técnicas de 
arte. O participante escolhe e organiza sua própria ação de maneira que 
faça algum sentido para ele. Cabe ao terapeuta encorajar o idoso a fazer e a 
viver intensamente seu processo, de modo a tornar-se responsável por suas 
escolhas, partindo do antigo para instalar o novo. Nesse espaço, cada um é 
livre para experimentar, perceber e sentir. 
 
 
 
2.2 – A criança 
 
Neste tópico iremos conhecer as etapas de transformação da 
criança, desde o nascimento até à adolescência, e saber como o 
desenvolvimento da escrita e da fala acompanham a sua formação 
psicológica. 
 
A infância é o período de vida que vai do nascimento até a 
adolescência. É nessa etapa que a criança desenvolve habilidades motoras 
e emocionais. Habilidades motoras são, por exemplo, ficar em pé, andar, 
desenhar. As habilidades emocionais são padrões de relacionamento e 
afetos que a criança estabelece com seu meio social. 
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 A infância é, portanto, o período das primeiras descobertas e 
conquistas por meio da interação entre indivíduos e ambiente. 
 
O desenvolvimento infantil é um processo complicado, e cada fase 
tem características específicas de comportamento e de possibilidades. Cada 
criança tem seu próprio ritmo de desenvolvimento que as diferenciam umas 
das outras.De início, a criança sente uma total dependência, devido ao seu 
nascimento, mas logo vai incorporando habilidades que lhe permitam 
alcançar a autonomia, esse processo é resultado das necessidades que vão 
surgindo por meio de suas experiências. Portanto, a criança explora o 
ambiente e vai aprendendo mais sobre si mesma e sobre o mundo. 
 
Como já dissemos, uma criança é diferente da outra, mas, mesmo 
assim é possível classificar os períodos de cada fase infantil da seguinte 
forma: 
 
0 - 18 meses 
 
Neste estágio, o bebê é totalmente dependente, ele aprende atos 
básicos de locomoção como sentar, engatinhar, andar. O bebê deve 
alimentar-se somente com leite materno até o sexto mês de vida. Após essa 
idade, a dieta de um bebê pode mudar lentamente com a introdução de 
novos alimentos. Nesta fase da vida, a criança se desenvolve muito rápido, o 
cabelo cresce e surgem os primeiros dentes. 
 
Este período é marcado pelo egocentrismo, ou seja, o bebê não 
compreende que faz parte de uma sociedade, pensa que o mundo é 
somente ele. 
 
18 meses - 3 anos 
 
Este é o período em que a criança cresce menos do que durante os 
primeiros 18 meses de vida. Por outro lado, ele começa a comer sem a 
ajuda de outras pessoas. 
 
O mais marcante desta faixa etária é o desenvolvimento da fala e da 
linguagem. Aos três anos de idade, a criança já pode formar algumas frases 
completas usando palavras já aprendidas, seu vocabulário pode conter 
aproximadamente entre 800 e 1000 palavras. 
 
Lentamente a criança começa a compreender melhor o mundo à sua 
volta. Começa a perceber que existem regras e elas precisam ser 
obedecidas. Nesta fase a criança continua bastante egocêntrica, vendo as 
outras pessoas como objetos. 
 
É um período em que a criança prefere brincar sozinha, evitando 
contato com outras crianças da mesma faixa etária. No final desta fase, uma 
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criança já sabe diferenciar pessoas do sexo masculino e do sexo feminino, e 
começa a ter suas próprias preferências, como roupas e brinquedos, por 
exemplo, além de querer se vestir sem a ajuda de outras pessoas. 
 
3 - 4 anos 
 
Esta é a fase da independência. Neste período a criança começa a 
desenvolver ideias básicas de responsabilidade e de independência, uma 
espécie de preparação para o próximo estágio: os anos iniciais de escola. As 
crianças tornam-se extremamente ativas, explorando o mundo à sua volta, 
aprendendo o que pode e o que não pode fazer. 
 
Assim, o egocentrismo da criança diminui e ela passa a 
compreender que outras pessoas também possuem sentimentos próprios. 
 
O principal modelo para as crianças nesta fase são os pais, 
principalmente porque a criança percebe que são os pais que vão 
determinar se uma ação foi boa ou má, associando à recompensa ou ao 
castigo. 
 
A partir dos três anos de idade, as crianças passam a se identificar 
com outra pessoa por causa de vários motivos: 
 
- amizade - um amigo ou uma pessoa próxima, como outro parente 
ou uma babá. 
 
- semelhanças físicas e psicológicas - passam a perceber diferenças 
entre pessoas do sexo masculino e feminino, tanto nos aspectos físicos 
quanto nos aspectos psicológicos. Começa a reconhecer os padrões 
impostos pela sociedade como, por exemplo: menino brinca com bola, 
menina brinca com boneca. 
 
A grande maioria das crianças abandona as fraldas nesta faixa 
etária. A partir dos três anos de idade, a criança cresce lentamente, no 
entanto meninos e meninas têm o peso e altura parecidos. 
 
5 - 9 anos 
 
A amizade passa a ter valor para a criança a partir dos cinco anos 
de vida. O período entre cinco a nove anos de idade é marcado pelo 
desenvolvimento psicológico da criança, em que ela se desenvolve e 
amadurece socialmente, emocionalmente e mentalmente. 
 
Na maioria das sociedades, nesta fase, a criança já aprendeu regras 
e padrões de comportamento básicos Ela aprende a separar o “certo” do 
“errado”. A vida social da criança passa a ser cada vez mais importante, 
surge então “o melhor amigo (a)”. 
 
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Na maioria dos países, crianças precisam ir à escola a partir do 
sexto ou do sétimo ano de vida. 
 
Atualmente, no Brasil, a lei obriga aos pais a atitude de levar as 
crianças para a escola a partir dos seis anos de idade. Nesta faixa etária, 
regras básicas da sociedade são mais bem compreendidas. 
 
Neste período também, a criança já tem desenvolvida a capacidade 
de resolver problemas, mais uma habilidade que é aperfeiçoada com o 
passar do tempo. 
Até o quinto ou sexto ano de vida, as crianças resolvem problemas 
escolhendo a primeira solução que vem à sua mente. Após o quinto ou o 
sexto ano de vida, a criança passa a procurar outras opções de solução e 
reconhece a correta ou aquela que melhor se aplica à resolução do 
problema. 
 
Por volta dos sete ou oito anos de idade, as crianças passam a 
procurar as razões, os “porquês” que se escondem por traz de problema ou 
de um fato. Assim, as próprias crianças passam a analisar os padrões de 
comportamento ensinados pela família e sociedade. 
 
É também a partir dos seis anos de idade, que as crianças passam a 
se comparar com outras crianças da mesma faixa etária. 
 
É neste período, marcado pelo crescimento da vida social da 
criança, que diminui a importância dos pais e da família como modelos de 
comportamento, assim aumenta a importância dos amigos e dos 
professores. 
 
As comparações que as crianças fazem uma das outras, entre si, 
afetam a autoimagem e a autoestima da criança. O tipo de autoimagem, 
formada durante a infância, pode influenciar seu comportamento na 
adolescência e na vida adulta. 
 
As crianças passam a desenvolver a autoimagem após os três anos 
de idade, à medida que as crianças se identificam com seus pais, parentes, 
e posteriormente, pessoas próximas. Esta autoimagem pode ser positiva ou 
negativa, dependendo das atitudes e das emoções das pessoas com as 
quais a criança se identifica. 
 
Crianças com autoimagens positivas geralmente possuem boas 
impressões de seus pais e uma ativa vida social. Por outro lado, 
autoimagens negativas costumam ser fruto de famílias problemáticas. 
 
Além disso, vários outros fatores podem influenciar a autoimagem de 
uma criança, como abuso infantil, agressão na escola, perda de um parente 
ou amigo, por exemplo. 
 
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Os dentes de leite começam a cair no sexto ano de vida, um por um, 
até a adolescência. O crescimento de peso e altura é pequeno e semelhante 
entre meninos e meninas, que continuam a ter peso e altura semelhantes. 
 
 Quanto à força física, em teoria, meninos e meninas desta faixa 
etária têm força física semelhante, mas meninos, por geralmente serem mais 
incentivados pela sociedade a participar de atividades físico-esportistas, 
tendem a ter um pouco mais de força física do que as meninas. 
 
Pré-adolescência 
 
A partir dos 10 anos de idade, crianças passam a dar mais 
importância aos amigos que possuem gostos semelhantes, é época de 
intensas mudanças físicas e psicológicas. 
 Nesse período da vida, as crianças passam a ter mais 
responsabilidades, ao mesmo tempo em que passam a exigir mais respeito 
de outras pessoas, principalmente, dos adultos. 
 
A criança nesta faixa etária passa a compreender melhor a 
sociedade, ordens sociais e grupos, portanto uma faixa etária de instável 
desenvolvimento psicológico. 
 
Como já dissemos, nesta fase os amigos passam a ser mais 
importantes que os pais, então começam as preocupações em ser aceito por 
um grupoque o pré-adolescente se identifica. 
 
Muitas vezes, o pré-adolescente sente-se rejeitado pela sociedade, 
podendo desenvolver problemas psicológicos tais como depressão ou 
anorexia, por exemplo. 
 
A pré-adolescência é marcada pelo início das intensas 
transformações físicas que transformam a criança em um adulto; é o início 
da puberdade, marcada principalmente pelo aumento do ritmo de 
crescimento corporal e pelo amadurecimento dos órgãos sexuais. 
 
A puberdade para as meninas chega entre 10 e 12 anos de idade, 
em que aparecem os primeiros pêlos no púbis e nas axilas, além da primeira 
menstruação e os seios que começam a crescer. Neste período, as meninas 
passam, em média, a ser mais altas e mais pesadas que os meninos, onde a 
puberdade ainda não começou. A maturidade dos órgãos sexuais inicia-se 
geralmente entre 11 e 14 anos de idade. 
 
Nos meninos a puberdade começa somente entre 11 e 14 anos de 
vida: altura, peso e força muscular transformam-se, além do crescimento de 
pêlos pubianos, nas axilas e o engrossamento do timbre de voz. Os meninos 
passam à frente das meninas, definitivamente, em peso, altura e força 
muscular. A maturidade dos órgãos sexuais acontece, geralmente entre 14º 
e 15 anos de idade. 
 
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Alguns grupos de pessoas não aceitam essa classificação, 
colocando os pré-adolescentes já como adolescentes. 
 
 
 
2.3 – Adolescência 
 
O uso dos termos “infância”, “adolescência” e “juventude” em 
diversos momentos da história, tais como a Antiguidade, a Idade Média ou 
Modernidade, não tem o mesmo significado. 
 
Adolescência é um termo de origem latina, do verbo “adolescere” 
que significa “desenvolver-se”, “crescer”; por outro lado o termo é próximo do 
verbo “addolescere”, que significa adoecer. A proximidade entre os dois 
sentidos anuncia o tamanho da crise de entendimento sobre o que é 
adolescência, desde a modernidade. 
O grande filósofo grego Platão definiu a adolescência como uma 
“embriaguez espiritual”. Já Aristóteles batizou essa fase de “ideia cheia de 
desejos”, sendo capaz de se fazer tudo o que lhe der vontade. Portanto, 
temos a impressão de ser a fase mais crítica de todas e a mais sujeita a 
desvios de comportamento, uma verdadeira embriaguez de emoções. 
 
O grande filosófico francês Jean-Jacques Rousseau dizia que na 
fase da adolescência é que o homem nasce de verdade para vida. Para ele, 
a adolescência é uma espécie de formação do individuo, uma verdadeira 
recriação. 
 
Em seu clássico livro “Psicologia de La Edad Juvenil”, (Psicologia da 
Idade Adulta), Eduardo Spranger considera a adolescência o período de 
transformação da mentalidade infantil em mentalidade adulta, porém numa 
estrutura física ainda não finalizada. 
 
A adolescência é uma fase de crescimento tanto do exterior quanto 
do interior do ser humano. É uma fase de crescimento biológico 
acompanhado de alterações funcionais, crescimento psicológico e social, ou 
seja, é uma fase de crescimento material, social e espiritual, criando 
desajustes em todas as direções. 
 
A formação do homem é resultado do tratamento, da experiência e 
da orientação que a criança tenha recebido nas fases anteriores, que se 
completa de forma lenta ou rápida dependendo de cada individuo. 
 
O inicio da adolescência é diferente em diversos países, de acordo a 
cada cultura e as tradições. A ONU – Organização das Nações Unidades - 
define a fase entre 15 e 24 anos de idade, mas deixa aberta a possibilidade 
de diferentes nações definirem o termo de outra maneira. A OMS - 
Organização Mundial da Saúde – define adolescente como o indivíduo que 
se encontra entre os 10 e 20 anos de idade. 
 
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No Brasil, o ECA - Estatuto da Criança e do Adolescente – 
estabelece ainda outra faixa etária - dos 12 aos 18 anos. 
 
De acordo com a pedagogia de Waldorf, a adolescência está entre 
14 a 21 anos. O pedagogo defende que nesse período o jovem começa a 
desenvolver a sua ação no mundo, a mãe e o professor cedem lugar para a 
turma. O jovem abraça modismos e grifes para se sentir seguro 
externamente. Ele só aceita autoridades que lhe pareçam verdadeiras. É 
quando acontece a “queda do paraíso”, isto é, a separação dos sexos e a 
estreita relação com o corpo, sendo sua aparência grande importância. 
Nasce uma forte crise existencial e a busca por uma profissão, que é 
cercada por um pensamento lógico e cheio de sonhos. 
 
A crise existencial que passa um adolescente pode ser considerada 
mais ou menos intensas, dependendo de uma série de fatores: 
 
- estranhamento com o corpo - as questões estéticas e o padrão de 
beleza impostos pela sociedade, divulgados pelos meios de comunicação, 
podem contribuir para as crises psicológicas do individuo e modo de agir na 
vida. 
- O aumento dos conflitos interiores - o desenvolvimento do espírito 
crítico, em que os valores estabelecidos, tidos como certos, passam a ser 
questionados. 
 
- O crescimento social - havendo a descoberta das possibilidades de 
contato e relações com o mundo externo, o adolescente realiza uma 
libertação dos laços restritos da família e da escola. Desenvolve conflitos de 
ordem moral, política e econômica. Surgem preocupações com as 
desigualdades sociais; as injustiças; a hipocrisia das relações sociais; a 
miséria que reduz a dignidade dos homens. 
 
Todos estes questionamentos fazem o adolescente sentir que 
carrega o mundo nas costas. Uma observação importante a ser feita, é que 
uma das possíveis causas das crises existenciais na adolescência explica-se 
pelo fato de o jovem ter que passar muito tempo preparando-se para 
ingressar na vida adulta. 
 
Podemos considerar que a adolescência desenvolve-se em dois 
planos: 
 
- ruptura do equilíbrio - o desequilíbrio e do desassossego. 
- tentativa de reequilíbrio – a recuperação, a tentativa de fazer as 
pazes consigo mesmo e com o mundo. 
 
É extremamente importante dizer que as fases de cada adolescente 
não são marcadas pela idade, e sim pelas atitudes e comportamentos 
apresentados por ele. Da mesma forma é com as crises, já que uma pessoa 
é diferente da outra, pois se desenvolvem em espaços e tempos diferentes. 
 
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A intensidade das crises pode variar de adolescente para 
adolescente, dependendo do estado de saúde, do amparo ou desamparo 
que venha a ter antes e durante este difícil período da vida. Mas, é fato que, 
havendo uma boa infância é quase certo existirem crises menos acentuadas 
e prolongadas. 
 
É sempre bom lembrar que a vida em um ambiente sadio e 
organizado diminui os conflitos da adolescência, possibilitando uma rápida 
superação de suas dificuldades. Neste sentido, a Arteterapia pode vir a criar 
este lugar sadio, de transformações. O ateliê terapêutico transforma-se em 
um espaço sagrado de criação e de diálogos que entendam e reflitam sobre 
as questões simbólicas da adolescência. 
 
Este traçado biológico, psicológico e social da criança e do 
adolescente se faz importante em nosso curso. O fato é que um bom 
arteterapeuta deve conhecer as estruturas que formam um ser humano, seja 
no plano interno ou externo de cada ser, só assim as atividades artísticas 
dentro de um ateliê terapêutico trarão um resultado satisfatório, tanto para o 
paciente quanto para o terapeuta. 
 
 
 
2.4 - A família 
 
A Arteterapia também atua de forma valiosa dentro das questões 
que envolvem o ambiente familiar. No entanto a reflexão sobre a formação 
da família, e o que ela representa no mundo atual, é importante para 
enriquecer

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