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NÚCLEO INTERFÁSICO: ORGANIZAÇÃO, MATERIAL GENÉTICO E FUNÇÃO

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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO 
UNIDADE ACADÊMICA DE GARANHUNS 
ALUNA: MARIA CÂNDIDA FERREIRA DA SILVA 
RESUMO: NÚCLEO INTERFÁSICO: ORGANIZAÇÃO, MATERIAL GENÉTICO E 
FUNÇÃO 
 
 O núcleo é a organela onde está guardado o material genético da célula. Ele possui uma 
membrana dupla chamada carioteca, que separa os cromossomos do resto do citoplasma. O 
número de cromossomos varia de espécie para espécie: em seres humanos, existem 23 pares 
de cromossomos numa célula somática; em moscas, existem apenas 4 pares; em patos, por 
exemplo existem 40 pares. Isto só acontece em eucariotos. Em procariotos, que não têm 
membranas intracelulares, o cromossomo (único) fica solto no citoplasma. É no núcleo que 
ocorre o período entre duas mitoses, denominado interfase. Nele, os cromossomos ocorrem 
como filamentos distendidos e espalhados por toda área nuclear, não sendo individualmente 
visualizados ao microscópio de luz. 
 A interfase é um período de intensa síntese de todos os constituintes celulares. Quando a 
célula recebe o sinal para divisão, sintetiza os componentes necessários para esse processo e 
dobra seu volume para possibilitar que duas novas células aproximadamente iguais no 
tamanho e composição sejam originadas por mitose. Quase todos os constituintes celulares 
são produzidos continuamente na interfase, ocorrendo intensa transcrição (síntese de RNA), 
tradução (síntese de proteínas), multiplicação de organelas (como mitocôndrias, cloroplastos, 
complexo de Golgi, retículo endoplasmático, peroxissomos etc.), aumento da membrana 
plasmática e do citoesqueleto. Alguns constituintes, porém, são produzidos apenas em 
determinado período, como o DNA, que é sintetizado somente em uma subfase da interfase 
denominada S (do inglês, Synthesis). Da mesma maneira, as proteínas histônicas são também 
intensamente sintetizadas no citoplasma nessa subfase. As novas histonas entram no núcleo 
pelo complexo de poro do envoltório nuclear e se associam com o DNA, formando o 
núcleossomos (é o nome dado, nos seres eucariontes, à unidade fundamental da cromatina. 
Consiste numa unidade de DNA, dividida em duas espirais, que se enrolam em torno de um 
disco proteico, constituído por quatro pares de proteínas chamadas histonas). O período que 
antecede S é denominado de G1 e o que sucede S e procede a mitose é chamado de G2 (G de 
Gap = intervalo) 
 A subfase G1 é a que tem o tempo de duração mais variável. Em muitas células eucarióticas, 
G1 dura de três a quatro horas, mas pode prolongar-se por dias, meses ou anos, de acordo 
com as condições fisiológicas. No caso em que a célula permanece em interfase por anos sem 
se dividir, a subfase G1 é denominada G0. Geralmente células em G0 são muito 
diferenciadas, não se dividem mais e estão voltadas para suas funções, como secreção (célula 
caliciforme, por exemplo), condução de impulso nervoso (neurônios), defesa do organismo 
contra patógenos (macrófagos), entre outras. Algumas ainda, como a maioria dos linfócitos 
do sangue humano e hepatócitos em G0, podem voltar a se dividir se houver um estímulo, 
como a presença de um antígeno no primeiro ou uma perda de tecido hepático no segundo. 
Existe um "ponto de restrição" presente no final da fase G1. Neste ponto, há uma série de 
salvaguardas para garantir que o DNA está intacto e que a célula está funcionando 
normalmente. Funcionalmente, as salvaguardas existentes são conhecidas como proteocinases 
cíclicas dependentes (CDK). As proteínas G1 CDK podem ativar uma variedade de fatores de 
transcrição dos genes. Estes incluem genes, que são responsáveis pela síntese das proteínas e 
de DNA S fase proteínas CDK. A ativação das moléculas responsáveis pelo mecanismo de 
divisão ocorre por cinases dependentes de ciclina (CDK, do inglês Cyclin-Dependent 
Kinases).Como o nome sugere, as CDKs requerem a ligação de ciclinas - cujos níveis podem 
variar durante diferentes fases, em contraste com os níveis de CDKs,que permanecem 
constantes - para serem funcionais, sem a presença destas, não há atividade.Existem quatro 
classes essencias de ciclinas (cada tipo formando um complexo equivalente ao se ligar à CDK 
correspondente): 
1. Ciclinas-G1, também chamadas de ciclinas D em mamíferos, se ligam às CDKs 4 e 6 
e são responsáveis pelo controle de ciclinas-G1/S. 
2. Ciclinas-G1/S surgem no final da fase G1 e são rapidamente degradadas na fase S, são 
responsáveis pela passagem do ponto de regulação em G1.Nos vertebrados, 
corresponde à ciclina E conjugada com CDK2. 
3. Ciclinas-S contribuem para a duplicação cromossômica (através da ativação da DNA 
polimerase) permanecendo transcritas até o final de G1 até a anáfase. 
4. Ciclinas-G2M ou -M estimulam a entrada na mitose. 
Moduladores de CDKs 
A ligação com ciclinas,todavia, não garante a ativação completa das CDKs e tampouco é o 
único mecanismo de controle do ciclo.Para que ocorra ativação completa da CDK, é 
necessário que uma CAK (CDK-activating kinase) fosforile um aminoácido em seu sítio 
ativo. Uma fosforilação dupla adicional regulada pela proteína cinase Wee1, porém, inibe a 
atividade da CDK, sendo preciso a desfosforilação por uma fosfatase conhecida como Cdc25 
para a reativação. 
Esses inibidores só são fosfatados, e consequentemente separados do complexo ciclina-CDK, 
quando todos os pontos de regulação da célula aprovam a continuidade do ciclo celular. 
Nesse caso, a cinase ativa fosfatará algum inibidor do continuamento do ciclo e, assim, dará 
continuidade ao ciclo celular. 
 Portanto, é em algm momento de G1 que a célula recebe o estímulo para dividir. Esses 
sinais externos (por exemplo, nutrientes, no caso de leveduras; hormônios e fatores de 
crescimento em muitos organismos) desencadeiam reações em cascata que controlarão todas 
as etapas seguintes, levando à síntese, na intérfase, de todos os componentes necessários a 
aos eventos da divisão celular. Em G1- S da interfase, ocorre um outro evento muito 
importante para o processo de divisão celular, que é a duplicação do centrossomo (é o local 
onde partem os microtúbulos do citoesqueleto, é o centro organizador próximo do núcleo. Ele 
consiste de duas estruturas cilíndricas compactas que são conhecidas como centríolos e o 
material que o circunda, nas células animais. Tem importante função no processo de divisão 
celular, regulando a nucleação e organização espacial dos microtúbulos. A primeira vez que 
esta estrutura foi descrita foi em 1888, por Theodor Boveri.). A duplicação dessa estrutura 
durante a interfase vai garantir a formação de dois polos de fuso e que cada célula filha 
receba um centrossomo. Na interfase, notam-se microtúbulos longos, denominados “do áster” 
(do grego, aster = estrela), irradiando dos centrossomos em todas as direções. 
 Em alguns organismos, a organização do fuso independe do centrossomos. Em fungos, na 
maioria das plantas e nos ovócitos humanos, os centros organizadores de microtúbulos não 
contêm centríolos. Nos fungos, os microtúbulos são nucleados a partir de uma estrutura 
denominada corpúsculo polar do fuso (ou corpo do polo do fuso acromático é uma organela 
e o MTOC que se encontra nos levedo e outros fungos, é funcionalmente equivalente ao 
centrossoma de outros eucariotas. Diferente do centrosomo, o corpo polar do fuso não 
contém centríolos. O corpo polar do fuso organiza o citoesqueleto feito de microtúbulos da 
célula e é especialmente importante na formação do fuso acromático durante a divisão celular 
nestes fungos. Assim como os centrossomos o corpo polar do fuso tem sido implicado como 
terem parte em vários processos celulares incluindo a meiose, a fertilização, a mitose, a 
morfogênese da célula e doenças como o câncer.), que se encontra embebido no envoltório 
nuclear. Nos ovócitos humanos, um centro organizador acentriolar é responsável pela 
nucleação dos microtúbulos. Apesar da ausência de centríolos, o fuso de divisão celular se 
forma normalmente,uma vez que todas essas células contêm y-tubulina, que é necessária 
para a nucleação dos microtúbulos. 
 A duplicação do DNA na subfase S é um evento muito importante do ciclo celular, pois 
garante que as células filhas possam receber uma cópia exata de cada molécula de DNA da 
célula parental. As células humanas diploídes, por exemplo, tem 2n = 46 cromossomos; 
portanto, uma célula em G1 é constituída por 46 moléculas de DNA (uma molécula para cada 
um dos 23 pares de homólogos). Durante a fase S, cada molécula de DNA dá origem a outra 
idêntica a ela, de tal forma que em G2, a célula humana contém 92 moléculas de DNA, sendo 
que cada um dos 46 cromossomos contém duas moléculas de DNA (denominadas 
cromátides-irmãs) que se mantém associadas por complexos proteicos denominados coesinas 
(traduzido do inglês-Cohesin é um complexo proteico que regula a separação de cromátides 
irmãs durante a divisão celular, seja mitose ou meiose. Os coesinos mantêm as cromátides 
irmãs juntas após a replicação do DNA até a anáfase, quando a remoção da coesina leva à 
separação das cromátides irmãs). Essas células continuam diplóides, tendo 2n = 46 
cromossomos, embora com o dobro do conteúdo de DNA (4C). 
 Fase G2, ou pós-sintética, é o intervalo entre a duplicação do DNA, Fase 2, e o início da 
divisão celular, mitose. Síntese de RNA e proteínas, a célula está apta para sofrer a divisão. 
Neste período dá-se a sintese de moléculas necessárias à divisão celular (como os centríolos). 
As fases G e S possuem estas denominações em decorrência de abreviações do inglês - G 
para gap (intervalo) e S para synthesis (síntese).Nessa fase(G2)resumidamente acontece o 
intervalo entre a duplicação do DNA,e também da divisão celular da Mitose G2 -> Gap 2 
(Duplicação de centríolos e produção de glicólise para formar o fuso mitótico ou fuso 
https://www.infoescola.com/citologia/microtubulos/
https://www.infoescola.com/citologia/citoesqueleto/
https://www.infoescola.com/citologia/nucleo-celular/
https://www.infoescola.com/citologia/centriolo/
https://www.infoescola.com/citologia/divisao-celular/
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https://pt.wikipedia.org/wiki/Organela
https://pt.wikipedia.org/wiki/Centro_organizador_dos_microt%C3%BAbulos
https://pt.wikipedia.org/wiki/Levedo
https://pt.wikipedia.org/wiki/Fungo
https://pt.wikipedia.org/wiki/Centrossoma
https://pt.wikipedia.org/wiki/Centr%C3%ADolo
https://pt.wikipedia.org/wiki/Citoesqueleto
https://pt.wikipedia.org/wiki/Microt%C3%BAbulo
https://pt.wikipedia.org/wiki/Fuso_acrom%C3%A1tico
https://pt.wikipedia.org/wiki/Divis%C3%A3o_celular
https://pt.wikipedia.org/wiki/Centrossomo
https://pt.wikipedia.org/wiki/Meiose
https://pt.wikipedia.org/wiki/Mitose
https://pt.wikipedia.org/wiki/DNA
https://pt.wikipedia.org/wiki/Mitose
cariocinético, a célula completa o crescimento e está preparada para a mitose).São reparados 
possíveis erros que possam ter ocorrido durante a duplicação do DNA na fase(S). 
 A subfase G2 é o período em que a célula verifica, por exemplo, se todo DNA duplicou 
corretamente e se houve aumento adequado do volume, antes de iniciar a divisão celular 
propriamente dita. Portanto, as subfases S e G2 ocorrem somente em células que irão se 
dividir e, na maioria, têm duração relativamente constante, de sete a oito horas para S e de 
duas a cinco horas para G2. 
 A duplicação de DNA na interfase pode ocorrer também em células que contêm 
cromossomos politênicos e em células poliplóides. 
 
 
 
 
 
	A subfase G1 é a que tem o tempo de duração mais variável. Em muitas células eucarióticas, G1 dura de três a quatro horas, mas pode prolongar-se por dias, meses ou anos, de acordo com as condições fisiológicas. No caso em que a célula permanece em i...
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