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Principais doenças que acometem os idosos | Larissa Gomes de Oliveira. 1 Envelhecimento PRINCIPAIS DOENÇAS QUE ACOMETEM OS IDOSOS DISLIPIDEMIAS As dislipidemias são consideradas um problema de saúde em nível mundial, tendo em conta sua relação com o desenvolvimento de doença arterial coronária com predomínio de acidente vascular cerebral e cardiovasculares, sendo estas causas importantes de morte e incapacidade. Este transtorno metabólico ocorre quando os níveis circulantes de lipídios (que pode ser o colesterol, triglicerídeos ou os dois juntos) estão aumentados na circulação sanguínea. EPIDEMIOLOGIA Segundo dados do Estudo de Framingham, as dislipidemias, mais especificamente a hipercolesterolemia nos idosos é mais prevalente em mulheres do que em homens e mais frequente na faixa etária dos 65 a 74 anos. Em idades superiores a 75 anos a frequência de hipercolesterolemia declina gradativamente. ETIOLOGIA O elevado consumo de lipídios, ácidos graxos saturados, baixa quantidade de fibra alimentar e gorduras insaturadas são características do comportamento alimentar dos idosos que contribuem para o aumento dos diferentes tipos de dislipidemias nessa parcela populacional. Além disso, a presença de comportamento sedentário, elevado percentual de gordura corporal, maior relação cintura estatura e maior circunferência da cintura. O consumo de bebidas alcoólicas e uma maior relação cintura quadril, mantiveram-se independentemente associados a diminuição dos níveis da lipoproteína de alta densidade. O valor de triglicerídeos aumentado foi independentemente associado à maior relação cintura quadril, maior índice de massa corporal e ao hábito de fumar. Nos idosos são mais frequentes as dislipidemias secundárias a hipotireoidismo, diabetes mellitus, intolerância à glicose, síndrome nefrótica, obesidade, alcoolismo ou uso de medicamentos, como diuréticos tiazídicos, colesterol LDL e colesterol total. A obesidade, HAS, e DM II são fatores de risco para a dislipidemia, assim como é mais prevalente em mulheres pós- menopaúsicas. SINAIS E SINTOMAS A dislipidemia nem sempre tem sinais clínicos, mas na literatura se relata que pode ocorrer presença de colesterol abaixo da pele (xantomas) nas pálpebras, xantomas eruptivos e Principais doenças que acometem os idosos | Larissa Gomes de Oliveira. 2 tuberosos, tendíneos, estrias de cor alaranjada localizadas na palma das mãos, alterações retinianas. Também se descreve que a pancreatite pode ser uma complicação das dislipidemias DIABETES MELLITUS O termo DM se refere a um espectro de síndromes de distúrbio metabólico de carboidratos que são caracterizadas por hiperglicemia. As duas principais apresentações em importância clínica e em prevalência são de origem genética e são os DM do tipo 1 (DM1) e do tipo 2 (DM2). O DM1 é caracterizado pela destruição autoimune celular das células beta das ilhotas pancreáticas, determinando deficiência de insulina. E o DM2 é definido como um grupo de distúrbios metabólicos caracterizado por hiperglicemia resultante da deficiência na secreção ou ação da insulina ou ambos. Essa é a forma mais comum de diabetes, de alta prevalência nos idosos, apresentando graus variáveis de deficiência e resistência à ação da insulina. A resistência pode preceder o aparecimento da deficiência insulínica que se acentua com a evolução da doença. Os pacientes afetados apresentam tipicamente hiperglicemia sem tendência habitual à cetoacidose que, entretanto, algumas vezes ocorre devido à presença de infecções ou de outras comorbidades que contribuem para o aumento de resistência insulínica, exacerbando a produção de hormônios antirregulatórios. EPIDEMIOLOGIA A prevalência e a incidência do diabetes melito (DM) vêm crescendo de maneira acentuada nos últimos 20 anos como consequência do aumento da população idosa, da urbanização e industrialização, do aumento da obesidade e da inatividade física e do aumento de sobrevida dos diabéticos. Os cálculos de prevalência para as pessoas de 60 anos e mais oscilam entre 15 e 20%, com taxas maiores relacionadas com as pessoas de mais de 75 anos. Recentes estatísticas revelam que aproximadamente 1 em cada 4 indivíduos com idade superior a 60 anos é portador de DM2. Por sua vez, mais da metade de todas as pessoas com diabetes têm mais de 60 anos; sendo assim, a doença está associada ao aumento de prevalência de problemas micro e macrovasculares no idoso, o que representa um grande desafio para a saúde pública, pois envolve a capacidade de equipe multiprofissional para atender a todas as necessidades de um tratamento ideal. ETIOLOGIA O envelhecimento está associado ao desenvolvimento de resistência insulínica, uma condição que predispõe os idosos a intolerância à glicose, hipertensão arterial (HA), dislipidemia e síndrome metabólica que aceleram o aparecimento da doença cardiovascular (DCV). No processo fisiológico do envelhecimento ocorrem modificações na composição do corpo que predispõem a essa condição, principalmente devido à grande perda de massa magra, responsável pela distribuição da glicose mediada pela insulina, e aumento de gordura visceral, ligada ao aumento da resistência insulínica. Os fatores genéticos parecem ser os determinantes mais importantes do DM2. Mas apesar de poder ser de origem genética, na maioria das vezes é decorrente de causas adquiridas como, por exemplo, adiposidade abdominal, obesidade e sedentarismo. Os idosos apresentam Principais doenças que acometem os idosos | Larissa Gomes de Oliveira. 3 tendência ao acúmulo de gordura abdominal e à obesidade, além de reduzirem sua atividade física, tendo em muitos casos também história de maus hábitos alimentares por muitos anos. SINAIS E SINTOMAS O DM exerce efeitos deletérios sobre a circulação, levando, ao longo do tempo, ao aparecimento de complicações microvasculares, como retinopatia, nefropatia e neuropatia, e macro vasculares, como DAC, doença cerebrovascular e doença arterial periférica. Ocasiona também infecções fúngicas em pele e unhas com frequência, Poliúria (urina toda hora), e com a desidratação sente bastante sede (Polidipsia), Polifagia (Aumenta do apetite). As feridas também são sintomas, em especial em membros inferiores, que levam tempo a cicatrizar. DOENÇA DIVERTICULAR A presença de divertículos nos cólons constitui uma das afecções benignas mais freqüentes da atualidade e é conhecida como doença diverticular. Nesta doença há a formação de bolsas (hérnias) na mucosa do intestino grosso entre as fibras musculares da parede intestinal e são constituídos apenas de mucosa e serosa. EPIDEMIOLOGIA A incidência é semelhante em homens e mulheres e aumenta com a idade. Com o passar dos anos a musculatura dos cólons vai perdendo a elasticidade e podem formar divertículos. A doença é rara abaixo dos trinta anos de idade e atinge 30% da população na quinta década da vida e entre os 80 e 90 anos a incidência chega a ser acima de 70%. Portanto, é uma das doenças mais comuns na civilização ocidental. ETIOLOGIA Até o momento a medicina não sabe por que ocorre a diverticulose, mas existem algumas explicações, como o envelhecimento, aumento da pressão dentro do intestino que causa alterações da motilidade e da pressão intraluminal do cólon, bem como alterações anatômicas da parede do cólon relacionadas com o avançar da idade, principalmente. SINAIS E SINTOMAS Na maioria dos casos é uma condição assintomática, mas pode apresentar-se também com sintomas inespecíficos, como dor abdominal e alterações nos hábitos intestinais, e em cerca de 5% dos casos podem desenvolver-se complicações, temíveis, como a hemorragia intestinal, fístulas (bexiga, etc), abscessos, perfurações, peritonite, etc. O quadro é sempre mais grave nos jovense idosos, sendo necessária a intervenção cirúrgica. A perda de sangue vivo pelo ânus é mais frequente nas hemorroidas, pólipos, tumores e malformações, confundindo com o sangramento do divertículo indolor. A prisão de ventre também pode ocorrer na diverticulite, porém, as diarreias são mais frequentes. Principais doenças que acometem os idosos | Larissa Gomes de Oliveira. 4 OBSTIPAÇÃO CRÔNICA A obstipação é uma queixa comum em muitos doentes e consiste numa disfunção intestinal caracterizada pela presença de defecações incompletas, pelo aumento do grau de dificuldade de defecar e do espaçamento entre elas. Pode apresentar-se através de episódios agudos, intermitentes ou crónicos, nestes últimos estamos perante doentes com sintomas de obstipação presentes durante mais de 6 meses. EPIDEMIOLOGIA Comparando-se gêneros, mulheres idosas sofrem de constipação intestinal entre 2 a 3 vezes mais que homens idosos. Estima-se que atinja cerca de 12-19% da população geral, tornando- se mais prevalente à medida que a idade aumenta, afetando 30-40% dos que têm mais de 65 anos. No entanto, segundo vários estudos, a sua prevalência nesta faixa etária não se encontra relacionada com o envelhecimento, existem outros fatores e patologias frequentes nos idosos que tornam a obstipação crónica mais prevalente neste grupo etário. ETIOLOGIA A obstipação crônica classifica-se em obstipação primária ou obstipação secundária. A obstipação primária pode ser dividida em 3 grupos: obstipação com trânsito normal, obstipação com trânsito lento e disfunções defecatórias. A obstipação secundária pode ser causada por medicação, características de outras doenças, fatores influenciados pelo estilo de vida ou doenças psicogênicas. A obstipação crônica reflete-se significativamente na qualidade de vida dos idosos, levando também a restrições cotidianas e absentismo de atividades sociais. O impacto negativo na qualidade de vida é semelhante ao observado em pacientes com doenças como a diabetes, doenças coronárias, depressão ou DRGE. Vários estudos demostraram que a presença de obstipação crónica no idoso se encontra, muitas vezes, associada a outras doenças muito prevalentes nesta faixa etária como a diabetes, hipotiroidismo, doença diverticular, síndrome do colon irritável e hemorroidas, sendo, por isso, essencial a identificação das co-morbilidades apresentadas pelo doente no planeamento do tratamento da obstipação crónica SINAIS E SINTOMAS Queixas como menor número de evacuações e consistência fecal alterada eventualmente encontram-se ausentes ou o idoso as considera como próprias da idade e não as relata. Contrapondo-se à ausência dessas queixas, observa-se regularmente referências a outros sintomas, como desconforto à evacuação, necessidade de manobras digitais intrarretais ou intravaginais para auxiliar a eliminação das fezes, acompanhados de sensação de evacuação incompleta. HIPERPLASIA PROSTÁTICA BENIGNA A hiperplasia prostática benigna (HPB) é um dos processos mórbidos mais comuns que afetam o homem idoso. Consiste no aumento benigno da próstata, estimulado, principalmente, pela testosterona, causando um fechamento obstrutivo progressivo da uretra. Devido à íntima Principais doenças que acometem os idosos | Larissa Gomes de Oliveira. 5 relação anatômica entre próstata, uretra e colo vesical, qualquer aumento da próstata, permanente ou não, trará graus variáveis de obstrução ao fluxo urinário. A doença costuma interferir nas atividades diárias e no padrão do sono dos pacientes e, quando não tratada, pode levar à retenção urinária, hidronefrose e insuficiência renal. EPIDEMIOLOGIA A HPB é uma das doenças com maior prevalência na população mundial, com estimativa de que seja a segunda doença mais comum nos homens acima de 60 anos de idade. Na literatura médica há relatos de estimativas de que, em homens com 80 anos de idade ou mais, 90% deles apresentam evidências histológicas dessa condição, 81% têm sinais ou sintomas relacionados com a HPB e 10% desenvolvem retenção urinária aguda. ETIOLOGIA A idade e os hormônios androgênios atuantes são os maiores fatores de risco para o desenvolvimento da HPB. A doença não é diagnosticada em homens até 20 anos de idade ou em homens castrados antes da puberdade. Vários estudos epidemiológicos têm mostrado não haver relação estatisticamente significativa entre maior prevalência de HPB e outras variáveis como raça, fumo, obesidade, estados de hiperestrogenismo relativo, como na cirrose hepática, vasectomia e atividade sexual. O papel da hereditariedade parece ser relevante segundo alguns autores, que demonstraram risco 3 vezes maior da ocorrência de HPB entre gêmeos homozigóticos, quando um dos dois é portador dessa patologia, o que não se verificou entre gêmeos heterozigotos. SINAIS E SINTOMAS Na dependência da intensidade desse fenômeno, sua duração, bem como reações de adaptação encontradas nos músculos detrusores da bexiga, o paciente poderá manter-se desde assintomático até apresentar situações de desconforto e gravidade variados. Os sintomas são divididos em três grupos: Sintomas de Armazenamento: aumento da frequência urinária (polaciúria), noctúria, urgência/incontinência urinária e enurese noturna; Sintomas de Esvaziamento: jato fraco, bífido ou intermitente, hesitação, esforço miccional e gotejamento terminal; Sintomas Pós-miccionais: tenesmo vesical (sensação de esvaziamento incompleto) e gotejamento pós-miccional. DEMÊNCIA Demência é uma perturbação psicológica que afeta milhões de idosos, caracterizada por declínio cognitivo ou modificações comportamentais (neuropsiquiátricas) em relação a um nível prévio de desempenho que causa perda da independência para as atividades de vida diária. A doença de Alzheimer e a demência vascular são as principais formas de demência no idoso. A identificação do declínio cognitivo visa intervir precocemente em causas secundárias e reversíveis, bem como planejar o cuidado dos pacientes com demência. EPIDEMIOLOGIA Principais doenças que acometem os idosos | Larissa Gomes de Oliveira. 6 A prevalência aumenta com a idade (dobra a cada 5 -10 anos após os 60 anos). 1 a 2% aos 65 anos, 10 a 15% aos 80 anos e até cerca de 40% aos 90 anos. Varia com nível de escolaridade e com nível socioeconômico. A doença de Alzheimer (DA) é a síndrome demencial mais comum (60 – 80%), muitas vezes associada à doença vascular (DV). No Brasil: estudo (Nitrini et al, 2009) em Catanduva (SP) prevalência de 7,1% de síndromes demenciais na população idosa, sendo a maioria DA (55%). ETIOLOGIA O principal fator de risco para demência é o envelhecimento, porém alguns fatores de risco modificáveis devem ser considerados, como baixa escolaridade, hipertensão, diabetes, dislipidemia e tabagismo. Além disso, aspectos de estilo de vida estão inversamente associados à demência, como participar de atividades de interação social e de estímulo intelectual. As demências são classificadas em evolutivas – declínio progressivo por doenças neurodegenerativas, vascular ou infecciosa crônica; estáticas – demência vascular com fator de risco controlado, sequela de lesão cerebral aguda por trauma ou infecção; ou potencialmente reversíveis – como causada por deficiência de vitamina B12 ou hipotireoidismo. As formas mais comuns de demência no idoso como já citado são a doença de Alzheimer, vascular, acrescentando a mista (Alzheimer sobreposta à causa vascular), Lewy e demência associada à doença de Parkinson. SINAIS E SINTOMAS A demência é a progressiva deterioração da função cognitiva, ou seja, a capacidade de pensar e raciocinar. Os idosos que sofrem de demência podem perder as suas capacidades a ritmos distintos, por isso, é importanteconhecer quais os principais sintomas a ter em conta. Perda de memória: fazer as mesmas perguntas mais do que uma vez; colocar objetos num local (por vezes nos sítios mais estranhos) e depois não saber onde estão; não se conseguir lembrar daquilo que fez de manhã ou o que almoçou; não conseguir reter informação nova que lhe é transmitida; esquecer-se dos nomes de familiares e amigos, são apenas algumas das consequências da perda de memória. Alterações de humor: Um idoso com demência pode passar de alegre e risonho a triste e chorão em poucos minutos. Alterações de personalidade: o idoso pode mudar repentinamente em termos de personalidade, passando a mostrar medo, ansiedade, incerteza, desconfiança ou paranoia com tudo aquilo que está a acontecer à sua volta. Estas alterações de personalidade no idoso com demência podem ainda levar a comportamentos agressivos e à violência. Sentido de desorientação: pode não saber em que dia da semana ou mês está; pode perder-se facilmente, mesmo em locais ou rotas familiares; pode não reconhecer pessoas que sempre conheceu. Principais doenças que acometem os idosos | Larissa Gomes de Oliveira. 7 Dificuldades na comunicação: um idoso com demência pode sentir grandes dificuldades em expressar-se verbalmente (trocando o vocabulário, por exemplo), em ler e até escrever. Negligência pessoal: a demência pode levar um idoso a negligenciar a sua higiene, alimentação, segurança e até a sua casa e a forma como vive. Nestes casos, poderá ser necessário cuidar do idoso. Alteração dos padrões de sono: um idoso com sinais de demência pode apresentar alterações nos padrões de sono habituais, ou seja, tende a dormitar várias vezes ao longo do dia e sofrer de insónias à noite. Falta de discernimento/raciocínio: se um idoso estiver a sofrer de demência, pode mostrar-se incapaz de fazer certos raciocínios, nomeadamente a nível financeiro. Por outro lado, a falta de discernimento pode passar por algo tão simples como sair sem um guarda-chuva quando está a chover torrencialmente. Isolamento: um idoso com sinais de demência pode perder o interesse no mundo exterior, tornar-se muito passivo e passar a isolar-se cada vez mais INCONTINÊNCIA URINÁRIA A incontinência urinária (IU) é uma alteração fisiológica não inerente ao processo de envelhecimento, no entanto, tende a manifestar-se mais frequentemente com o avançar da idade, sendo considerada uma das grandes síndromes geriátricas A doença por si só já causa prejuízos à qualidade de vida, mas ela torna-se ainda mais perigosa por causar isolamento social, depressão e baixa autoestima. EPIDEMIOLOGIA A prevalência da incontinência urinária no idoso varia de 8 a 34%. ETIOLOGIA Qualquer perda involuntária de urina e tem origem multifatorial. A literatura especializada mostra que os fatores associados à sua ocorrência são: sexo feminino e idade avançada, etnia não caucasiana e ausência ou baixa escolaridade. Estudos mostram a IU associada a doenças, como: infecção do trato urinário, hipertensão arterial, diabetes mellitus, história de doenças cardíacas, obesidade, acidente vascular cerebral, problemas respiratórios, depressão, deficit cognitivo, artrite, artrose/reumatismo, hiperplasia prostática, histórico de quedas, limitação funcional, de mobilidade ou dependência, comorbidade e fragilidade. Além dessas condições citadas, a IU pode estar associada a hábitos de vida, como sedentarismo. Ainda, pode-se destacar associação com polifarmácia, cirurgia ginecológica, histerectomia e menopausa em mulheres, autoavaliação negativa do estado de saúde e pouca qualidade de vida. Além do mais, músculos da bexiga se tornam mais fracos; A capacidade da bexiga diminui, aumentando a frequência de idas ao banheiro; Dificuldades para andar e se movimentar com agilidade; Problemas de visão; Enfraquecimento dos músculos pélvicos, no caso das mulheres; Aumento da próstata. Principais doenças que acometem os idosos | Larissa Gomes de Oliveira. 8 E qual a origem dela? Ela pode ser de diversos tipos: De esforço (Quando a urina escapa durante atividades que pressionam a bexiga, por exemplo: tossir, espirrar), De urgência(Também chamada de bexiga hiperativa, provoca um desejo súbito e intenso de urinar, a ponto de não dar tempo de chegar ao banheiro.), Por Transbordamento (Quando você não consegue esvaziar a bexiga e, por isso, a urina transborda em pequenas quantidades), Funcional (Comum entre idosos que têm controle normal da bexiga, mas alguma outra limitação física ou mental os impede de chegar a tempo ao banheiro. Por exemplo, se uma pessoa sofre com artrite severa, talvez não seja capaz de desabotoar as calças com rapidez suficiente) SINAIS E SINTOMAS Se for a incontinência de esforço o sintoma inicial é a perda de urina quando a pessoa tosse, ri, faz exercício, movimenta-se; na incontinência urinaria de urgência: mais grave do que a de esforço, caracteriza-se pela vontade súbita de urinar que ocorre em meio as atividades diárias e a pessoa perde urina antes de chegar ao banheiro; incontinência mista: associa os dois tipos de incontinência acima citados e o sintoma mais importante é a impossibilidade de controlar a perda de urina pela uretra; enurese noturna: é a incontinência que ocorre durante o sono. O exemplo mais típico é o da criança que faz xixi na cama. HAS ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS: Aproximadamente 50 milhões de mortes/ano ocorrem no mundo, sendo 30% desses óbitos, ou seja, 15 milhões, causados por doenças cardiovasculares; 4 milhões ocorrem em países desenvolvidos, 2 milhões, nos países de economia em transição ou subdesenvolvidos, e a maioria, cerca de 9 milhões, em países em desenvolvimento, entre os quais se situa o Brasil. Estima-se que a hipertensão arterial atinja aproximadamente 22% da população brasileira acima de vinte anos, sendo responsável por 80% dos casos de acidente cérebro vascular, 60% dos casos de infarto agudo do miocárdio e 40% das aposentadorias precoces, além de significar um custo de 475 milhões de reais gastos com 1,1 milhão de internações por ano. A identificação de vários fatores de risco para hipertensão arterial, tais como: a hereditariedade, a idade, o gênero, o grupo étnico, o nível de escolaridade, o status socioeconômico, a obesidade, Principais doenças que acometem os idosos | Larissa Gomes de Oliveira. 9 o etilismo, o tabagismo e o uso de anticoncepcionais orais 3,4,5,6 muito colaboraram para os avanços na epidemiologia cardiovascular e, consequentemente, nas medidas preventivas e terapêuticas dos altos índices pressóricos, que abarcam os tratamentos farmacológicos e não- farmacológicos. Vários estudos epidemiológicos demonstraram claramente que a hipertensão arterial está relacionada, direta ou indiretamente, à ocorrência de muitas doenças, destacando-se especialmente o acidente vascular encefálico (AVE), a doença coronariana, a insuficiência cardíaca congestiva e a insuficiência renal crônica. As VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial (2010) consideram o limite de normalidade para PAS valores abaixo de 130 mmHg e para PAD valores abaixo de 85 mmHg. A partir desses valores, seguem-se o normal limítrofe, a hipertensão leve, a moderada e a grave e a hipertensão sistólica isolada A maioria dos estudos epidemiológicos e consensos ou diretrizes para o tratamento da hipertensão arterial em idosos considera a pressão arterial sistólica de 140 mmHg e/ou a pressão diastólica 90 mmHg como valores limites para a definição de hipertensão arterial, que são os mesmos valores considerados para indivíduos com idade igual ou maior que 18 anos. O conhecimento do perfil sócio demográfico dos pacientes hipertensos, do uso que fazem dos serviçosde saúde e das estratégias terapêuticas que conhecem e utilizam, são importantes para direcionar intervenções mais eficazes de controle da doença. SINAIS CLÍNICOS Do ponto de vista clínico, a hipertensão arterial no idoso é avaliada como a do adulto jovem, das seguintes formas: (1) hipertensão sistodiastólica; (2) hipertensão sistólica isolada; (3) hipertensão diastólica isolada; (4) pressão de pulso. A consulta de um paciente idoso apresenta características bem distintas da do paciente adulto jovem. A investigação clínica esbarra na multiplicidade de doenças, algumas com sintomas semelhantes, que, com frequência, mascaram o quadro clínico. Além disso, é necessária rigorosa avaliação das condições cognitivas do paciente idoso, que, em um primeiro contato, pode dar falsa impressão de normalidade, gerando omissões ou informações erradas. O exame clínico deve seguir a rotina de abordagem ao paciente geriátrico descrita no Capítulo 16. A história e o exame físico devem seguir a mesma técnica de um bom exame médico. Os sintomas relacionados com a área cardiovascular merecem uma atenção especial pela possibilidade do exagero ou da omissão, motivados ambos pelo medo de doença. ETIOLOGIA O mecanismo básico que explica o progressivo aumento da pressão sistólica observado com a idade é a perda da distensibilidade e da elasticidade dos vasos de grande capacitância, resultando em aumento da velocidade da onda de pulso. Nessas circunstâncias, a pressão diastólica tende a ficar normal ou até baixa devido à redução da complacência dos vasos de grande capacitância. Principais doenças que acometem os idosos | Larissa Gomes de Oliveira. 10 Os indivíduos idosos com aumento das pressões sistólica e diastólica cursam com menor débito cardíaco, volume intravascular, fluxo renal, atividade de renina plasmática e capacidade de vasodilatação mediados por receptores beta-adrenérgicos, e maiores resistência vascular periférica e massa ventricular esquerda, quando comparados aos jovens com a mesma alteração de pressão arterial. Basicamente, a pressão arterial é o resultado do produto do débito cardíaco e da resistência vascular periférica. Enquanto no jovem o débito cardíaco encontra-se elevado com pouca alteração na resistência vascular periférica, no idoso observa-se exatamente o contrário: aumento nítido da resistência periférica com redução do débito cardíaco. O aumento da resistência periférica no idoso é consequência direta da aterosclerose, que leva a um processo a que podemos chamar envelhecimento do vaso. A aterosclerose é um processo patológico multifatorial, caracterizado inicialmente por disfunção endotelial, seguida por alterações morfológicas do endotélio e da íntima. Essas alterações ocorrem como resposta fibroproliferativa da parede arterial causada por agressão à superfície endotelial NEOPLASIA PROSTÁTICA EPIDEMIOLOGIA Conforme a pesquisa realizada pelo Instituto Nacional do Câncer (INCA) estimou-se 61.200 novos casos de câncer de próstata para o Brasil em 2016. Esses valores correspondem a um risco estimado de 61,82 casos novos a cada 100 mil homens. Sem considerar os tumores de pele não melanoma, o câncer de próstata é o mais incidente entre os homens em todas as Regiões do país, com 95,63/100 mil na Sul, 67,59/100 mil no Centro-Oeste, 62,36/ 100 mil no Sudeste, 51,84/100 mil no Nordeste e 29,50/100 mil no Norte. Atualmente o câncer de próstata é o segundo tipo de câncer mais comum em todo o mundo para o sexo masculino, e o quinto mais comum globalmente, com uma estimativa de 900 mil novos casos diagnosticados em 2008, afetando cerca de 14% dos homens do mundo. SINAIS CLÍNICOS Alterações na urina (dificuldade para urinar, diminuição da urina ou incontinência urinária) e impotência sexual são os sinais mais comuns do câncer de próstata, devendo o idoso procurar um urologista imediatamente. Entretanto, outros sinais iniciais da neoplasia também podem ser observados, tais como: -Dor nos testículos; -Dor ao ejacular; -Presença de sangue na urina ou no sêmen. -Formigamento ou dormência nas pernas ou pés. Principais doenças que acometem os idosos | Larissa Gomes de Oliveira. 11 Quando o câncer de próstata atinge o estágio mais avançado, ele se espalha para outros órgãos (metástase). Nesse estágio, outros sintomas também podem ser observados, como dores nas costas, nas articulações, nas pernas, dores ou dificuldades para evacuar, perda de peso, febre e cansaço. ETIOLOGIA A etiologia do câncer de próstata não é totalmente conhecida, entre os principais fatores de risco para o desenvolvimento da doença podemos citar a presença de testosterona e a idade, e essas práticas de rastreamento para o câncer de próstata especialmente em idosos brasileiros ainda são pouco conhecidas. O exame de toque retal, conforme encontramos na literatura, é uma das formas de rastreamento para o câncer de próstata, é um procedimento de baixo custo que permite avaliar o tamanho, formato e consistência da próstata, porém muitas vezes é visto de forma preconceituosa por ser interpretado como uma afronta à masculinidade o que pode influenciar na adesão do exame enquanto estratégia de prevenção. DISFUNÇÃO SEXUAL EPIDEMIOLOGIA A epidemiologia identificou elementos para a criação de um modelo etiológico para a compreensão da função e da disfunção sexual, dividindo-os nas seguintes categorias: Fatores predisponentes: constitucionais (doenças congênitas, deformidades anatômicas) e experiências prévias (vínculos problemáticos, pais negligentes ou críticos, educação restritiva, abuso físico ou sexual e violência). Caracterizam-se pela repressão à autonomia e à participação ativa e segura nos relacionamentos. Alguns indivíduos são mais resilientes a situações adversas, enquanto outros são mais susceptíveis a essas experiências estressantes. SINAIS CLÍNICOS O envelhecimento está naturalmente associado a um declínio de toda a resposta sexual. A disfunção sexual masculina pode ser dividida em três tipos: • Disfunção erétil: Também chamada de impotência, é quando o paciente não é capaz de manter uma ereção na maioria das vezes que tem relação sexual. Os principais fatores de risco para o desenvolvimento desse problema são obesidade, tabagismo, sedentarismo e presença de outras doenças crônicas como o diabetes mellitus. Por outro lado, quem pratica exercício físico tem menos chances de desenvolver esse tipo de disfunção sexual. • Diminuição do libido: é definido como ter pouco ou nenhum interesse na prática sexual. Normalmente acompanha os outros distúrbios sexuais, ou seja, homens que tenham disfunção erétil podem experimentar a perda do libido como uma consequência secundária dessa disfunção erétil. Os principais fatores de risco para o desenvolvimento dessa disfunção incluem Principais doenças que acometem os idosos | Larissa Gomes de Oliveira. 12 alguns medicamentos (antidepressivos, antiandrogênicos), alcoolismo, depressão, fadiga e problemas no relacionamento. • Ejaculação anormal: é um grupo de diversos distúrbios quem incluem a ejaculação precoce, atrasada e a incapacidade de ejacular. A ejaculação precoce é definida como ejacular logo após o início da atividade sexual. Na incapacidade de ejacular o paciente pode apresentar ereção e conseguir mantê-la, porém não consegue ejacular. •Disfunção sexual feminina: refere-se à alteração do interesse pela atividade sexual, à dificuldade em vivenciar a excitação subjetiva e/ou genital e em desencadear o desejo durante o envolvimento sexual, à disfunção do orgasmo e da dor à relação sexual, bem como à impossibilidade de relaxamento vaginal (para permitir a penetração). Embora seja causa de sofrimento, nem sempre é abordadadiretamente, pela complexidade do tema. Aparece muitas vezes como queixa de depressão, ansiedade, baixa autoestima, insatisfação ou dificuldade para envolvimento em relacionamentos íntimos. Também os profissionais de saúde muitas vezes referem desconforto em iniciar avaliação e eventual tratamento dessa condição. ETIOLOGIA A avaliação da disfunção sexual inclui fatores predisponentes, precipitantes, mantenedores e contextuais. Para disfunções de longa duração ou presentes desde o início da vida sexual, a história do desenvolvimento e dos relacionamentos anteriores são relevantes, enquanto para dificuldades no relacionamento atual, fatores contextuais tendem a ser mais importantes. As mudanças fisiológicas que são esperadas no processo do envelhecimento podem influenciar na resposta sexual dos idosos, seja no sexo masculino ou feminino. As transformações na fisiologia sexual masculina embora não ocorram de forma uniforme entre todos os homens caracterizam-se quanto aos aspectos: ereção mais flácida, sendo necessário mais tempo para alcançar o orgasmo; ereções involuntárias noturnas diminuem; ejaculação retardada e redução do líquido pré-ejaculatório. Na fisiologia feminina, as alterações se iniciam na fase da menopausa, com a diminuição dos hormônios pelos ovários; a pele tende a ficar mais fina e seca; a lubrificação vaginal diminui, podendo ocorrer a dispaurenia; o orgasmo fica em menor duração devido às contrações vaginais estarem mais fracas e em menor número. A autoerotização pode ser uma prática quando não há existência de um parceiro sexual. O sexo vaginal deixa de ser a principal fonte de prazer e o erotismo apresenta-se mais difuso, passando a se manifestar por outras formas de estimulação e outras zonas erógenas. NEOPLASIAS EPIDEMIOLOGIA Principais doenças que acometem os idosos | Larissa Gomes de Oliveira. 13 A idade acima de 60 anos é fator de risco para o câncer. Idosos possuem 11 vezes mais chances de desenvolver neoplasias que os adultos mais jovens. Estudos projetam que 60% dos novos casos de tumores e 70% da mortalidade por essa doença serão de pessoas com mais de 65 anos daqui a alguns anos. Com o envelhecimento, nossas reservas fisiológicas diminuem. Reserva fisiológica é a capacidade física e metabólica que está em repouso em condições basais de funcionamento celular e que é ativada como resposta para a restauração da homeostase sob condições de estresse fisiológico. Homeostase é a condição de relativa estabilidade da qual o organismo necessita para realizar suas funções adequadamente para o equilíbrio do corpo. Ou seja, explica-se a maior incidência de câncer em idosos por nosso corpo perder progressivamente capacidade de restauração do equilíbrio durante o envelhecimento. Os tipos de câncer mais comuns em idosos são: -Tumor de pele não melanoma; -Neoplasia de próstata (em homens) – em torno de 1% dos casos é diagnosticado em homens com até 50 anos. Entre os fatores de risco, além da idade, estão peso corporal acima do recomendado e dieta rica em carne vermelha; -Câncer de mama (em mulheres) – existem 20 subtipos de neoplasias mamárias. A maior parte dos casos acontece com mulheres à partir de 50 anos. Entre os fatores de risco além da idade, estão fatores endócrinos (hormonais), vida reprodutiva, e estilo de vida (sedentarismo, aumento de peso corporal, etc). Representa mais de 25% dos casos de câncer em mulheres (desconsiderando câncer de pele); -Tumor de cólon e reto (intestino); -Neoplasia de pulmão; -Câncer de estômago; SINAIS CLÍNICOS Os principais sintomas que podem direcionar a suspeita de câncer na terceira idade são: o emagrecimento inexplicado, falta de apetite, alteração do hábito intestinal (diarreia ou constipação), perda de sangue pelas fezes, cansaço excessivo, palidez ou pele amarelada. Quando há um câncer em evolução no organismo, quanto mais rápido for diagnosticado, maior será a probabilidade de um tratamento eficaz. ETIOLOGIA O câncer é uma doença de causa desconhecida, porém, há fatores que podem colaborar para o seu desenvolvimento. No caso dos idosos, os tumores são majoritariamente originados por maus hábitos e estilos de vida inadequados ao longo dos anos. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), quem tem mais de 65 anos é 11 vezes mais propenso a desenvolver uma doença cancerígena do que pessoas com idade inferior. Após ter vivido por décadas no sedentarismo, Principais doenças que acometem os idosos | Larissa Gomes de Oliveira. 14 alimentação não saudável (principalmente rica em carne vermelha) e práticas como fumo e bebidas alcoólicas, aumentam as chances do surgimento do câncer. DOENÇAS ORIFICIAIS EPIDEMIOLOGIA Aproximadamente 10 a 25% da população adulta é afetada pela doença hemorroidária; os sintomas aparecem com maior frequência entre os 45 e 65 anos. A região perianal pode ser sede de numerosas patologias, sendo a mais comum a doença hemorroidária. Segundo Cruz et al (2006-a), podem coexistir junto à doença hemorroidária outras patologias, recebendo a denominação de doenças anais concomitantes (DAC). Estas podem ser classificadas segundo o próprio exame proctológico-inspeção, toque retal e anuscopia. SINAIS CLÍNICOS Os principais sintomas apresentados pelos pacientes portadores de doença hemorroidária sintomática tem o sangramento como o sintoma mais comum e, na grande maioria das vezes, não é volumoso e sim, intermitente e de pequena monta (embora não seja muito frequente, o paciente pode, algumas vezes, apresentar anemia importante). O aumento crônico do esforço evacuatório aumenta a possibilidade de surgimento do prolapso hemorroidário que é, em última análise, a consequência do relaxamento do tecido conjuntivo localizado entre a mucosa e a camada muscular do reto. O sangramento da hemorroida é quase sempre indolor e geralmente está associado a um movimento intestinal, embora possa ser espontâneo. O sangue é tipicamente vermelho vivo e reveste as fezes no final da defecação ou pode pingar no vaso sanitário. Ocasionalmente, o sangramento pode ser abundante e pode ser exacerbado pelo esforço. Em casos raros, a perda crônica de sangue pode causar anemia por deficiência de ferro com sintomas associados de fraqueza, dor de cabeça, irritabilidade e graus variáveis de fadiga e intolerância ao exercício. ETIOLOGIA Hemorroidas surgem de um plexo de vasos arteriovenosos dilatados em conjunto com o tecido conjuntivo que o cerca. Hemorroidas internas surgem do plexo venoso superior. Suas três localizações primárias (lateral esquerda, anterior direita e posterior direita) correspondem aos ramos finais das veias hemorroidárias médias e superiores. O epitélio colunar sobrejacente é visceralmente inervado; portanto, essas hemorroidas não são sensíveis a dor, toque ou temperatura. Hemorroidas externas surgem do plexo venoso inferior. Eles são cobertos pelo epitélio escamoso modificado, que contém numerosos receptores somáticos de dor, tornando as hemorroidas externas extremamente dolorosas na trombose. Hemorroidas internas e externas se comunicam e drenam para as veias pudendas internas e, finalmente, para a veia cava inferior. Principais doenças que acometem os idosos | Larissa Gomes de Oliveira. 15 O desenvolvimento de hemorroidas sintomáticas tem sido associado ao avanço da idade, diarreia, gravidez, tumores pélvicos, repouso prolongado, esforço, constipação crônica e pacientes em uso de anticoagulação e terapia antiplaquetária, embora não esteja claro se a associação é causal. DPOC EPIDEMIOLOGIA A DPOC representa um problema crescente de saúde pública, cuja prevalência varia conforme a definição utilizada e pelos hábitos relacionados ao consumo dotabaco. O principal fator de risco é o tabagismo, tornando-a uma enfermidade prevenivel e tratável, com tempo de latência de 20 a 30 anos. SINAIS CLÍNICOS A DPOC deve ser suspeitada nos pacientes que se queixam de sintomas respiratórios crônicos, que limitam as atividades diárias, particularmente a dispneia. Os achados clínicos que levam à suspeição de DPOC são idade avançada, hábito do tabagismo atual ou passado, início insidioso de dispneia com progressão lenta, sibilância, tosse crônica, produção de expectoração. A tosse com expectoração mucoide pode preceder a dispneia na DPOC em vários anos, sendo geralmente matinal nas fases iniciais da doença A bronquite crônica é definida pela presença de tosse produtiva persistente, por 3 meses em 2 anos consecutivos, em que outras causas de tosse crônica, como, por exemplo, bronquiectasias, foram excluídas. É caracterizada por inflamação crônica (presença de linfócitos T CD8+, neutrófilos e macrófagos-monócitos CD68+ nas vias respiratórias), hiperplasia das glândulas produtoras de muco localizadas entre a membrana basal e a placa cartilaginosa das vias respiratórias centrais e aumento do número de células caliciformes presentes no epitélio das vias respiratórias. ETIOLOGIA No passado, a terminologia “bronquite crônica” e “enfisema” era aplicada. Embora esta divisão didática seja utilizada, ambos os aspectos clínicos e patológicos são encontrados nos pacientes com DPOC. As alterações patológicas da DPOC predominam nas vias respiratórias, porém alterações também são vistas no parênquima e na vasculatura pulmonares. Enfisema é caracterizado pela destruição das paredes dos alvéolos, levando ao aumento anormal dos espaços aéreos distais ao bronquíolo terminal (bronquíolo respiratório, ductos e sacos alveolares e alvéolos) e perda da elasticidade pulmonar. Existem 3 subtipos de enfisema, o centrolobular, o panacinar e parasseptal. O enfisema centrolobular acomete o bronquíolo respiratório distal ao bronquíolo terminal, a porção central do ácino. Geralmente é mais proeminente nos lobos superiores. No enfisema pan-acinar, há alargamento e destruição de todas as porções do ácino, sendo o subtipo característico da deficiência de α-1-antitripsina, mas observado também na DPOC por exposição ao tabaco. Principais doenças que acometem os idosos | Larissa Gomes de Oliveira. 16 REFERÊNCIAS FREITAS, Elizabete Viana de; PY, Ligia. Tratado de geriatria e gerontologia. 4 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017.
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