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Pelviologia e Pelviometria É o estudo da pelve – parte mais importante na hora do parto. -Via fetal: composta por via fetal óssea e via fetal mole. A via fetal é o canal pelo qual o feto passa durante o parto. A via fetal óssea é formada por: íleo, ísquio, púbis, osso sacral, vértebras coccígeas, articulações e ligamentos. Articulações: sacrolombar, sacro-ilíaca, sacrococcígea e sínfise púbica (une púbis ao ísquio). A via fetal mole é composta pelos cornos uterinos, corpo do útero, cérvix, vagina, vestíbulo da vagina e vulva. -Via fetal óssea: é importante que tenha abertura fisiológica que permita o animal parir, e as articulações e ligamentos se afrouxem no momento do parto.Pelvimetria Medidas das dimensões da pelve que podem ser mensuradas de forma direta ou indireta. Em pequenos animais se faz com RX e em grandes se faz com palpação (retal ou vaginal) ou com pelvímetro pela via retal. Direta: É interna – usando o pelvímetro Indireta: É usado RX ou medida externa --> largura: diâmetro bi ilíaco e altura: diâmetro sacro-pubiano. Mediante rx: Medidas possíveis, são 5, porém depende do tipo de pelve do animal (espécie). 1- sacro-pubiano 2- bi ilíaco superior 3- bi ilíaco inferior (crista ielopectínea) 4- sacro-ilíaco direito 5- sacro-ilíaco esquerdo Externa olhando: medidas tomadas no exterior do corpo da fêmea. 1- bi ilíaca externa 2- bi isquiático externo 3- ílio-isquiático. Tipos de pelves 1-Dolicopélvico O diâmetro sacro-púbico é maior que o bi ilíaco. Pelve ovalada, estreita de largura e alta. Ex: ruminantes e suínos. 2- Mesatipélvico O diâmetro sacro-púbico é igual ao bi ilíaco. Altura e largura são iguais. Ex: éguas e jumentas --> mais fácil de parir. Pelve em cães 3-Dolicopélvico ex: galgos 4- Mesatipélvico ex: dálmatas 5-Platipélvico Diâmetro sacro-púbico é menor que o bi ilíaco, a pelve é mais larga do que alta – ex: pequinês. Cães: única espécie que tem pelves diferentes de acordo com espécies. Fertilização e clivagem · Fertilização Ampola- encontro dos espermatozoides fertilização A prostaglandina que faz a contração uterina para os espermatozoides subirem. Até chegar à maioria da população espermática demora entre 4 – 6 horas Maturação espermática: 2 fases – 1: no epidídimo e 2: capacitação espermática no trato genital feminino (útero e tubas uterinas) --> demora de 6-8 horas essa capacitação para ocorrer a fertilização. Exceção da cadela: min 35 –36Passos da fertilização 1- primeiro contato do espermatozoide com a zona pelúcida e a reconhece (receptores ZP) - espermatozoide e ovulo da mesma espécie. Receptores zp1, zp2 e zp3 (são glicoproteínas) A zp1 só faz a ligação entre as cadeias de zp3 e zp2 e a zp2 e zp3 ficam intercaladas. É a zp3 que vai reconhecer se o espermatozoide é da mesma espécie, é a mais externa (1º receptor que o espermatozoide vai entrar em contato), vai se ligar, reconhecer, reação acrossomal e penetra na zona pelúcida. -Reação acrossomal: ocorre digestão da cabeça do espermatozoide Depois se liga à zp2 (é mais interna). 2- reação e penetração do espermatozoide na zona pelúcida. 3- ligação e fusão do espermatozoide na membrana vitelínica do óvulo (já atravessou a zona pelúcida). Depois se liga diretamente a membrana vitelínica - ligação apical (primeiro se liga a cabeça). - ligação lateral (o espermatozoide vira de lado para se ligar na região equatorial com a membrana do ovócito). Ocorre o cone de fertilização - é como se o espermatozoide fosse fagocitado e levado até o interior do citoplasma. Ocorre uma degeneração da parte intermediária e cauda do espermatozoide. Depois que 1 espermatozoide atravessou a membrana, ocorre o bloqueio a polispermia (endurecimento da membrana vitelínica). 4- processo de singamia Singamia é o encontro dos materiais genéticos e fusão deles. Dura em média 12 horas. 5- ativação do metabolismo do ovócito. Há aumento do Ca e ph intracelular do ovócito replicação do DNA zigoto.Clivagem Clivagem são as primeiras divisões por mitose (2 células, 4 células, 8 células, 16 células e 32 células) e ocorre dentro da tuba uterina. Depois da fase de 32 células, vira mórula, então, não faz mais parte da clivagem, porque a partir daí ocorre divisões por meio de meiose. *oócito zigoto 2 cel. blastômero 4 cel. blastômero 8 cel. blastômero 16 cel. blastômero 32 cel. blastômero mórula blastocisto. A partir do 4 –5 º dia o embrião desce para o útero. Fisiologia da gestação Embrião no útero, já está na fase de mórula com 32 células. Depois, começa a fase de mórula compactada onde as células começam a se juntar e depois se transforma no blastocisto. No blastocisto as células vão migrar para a periferia e começa a produção de líquido, chamado blastocele. As células de trofoblasto dará origem posteriormente em placenta o trofoblasto fica em contato com a zona pelúcida. No 8º - 9º dia o embrião - blastocisto eclode, se alonga para que haja reconhecimento materno. Nas éguas a eclosão não ocorre. Para que haja rompimento do blastocisto, a zona pelúcida sofre uma lise mediante a enzima tripsina vinda do trofoblasto. Mórula Tem a zona pelúcida bem grossa, as células ainda estão no centro do embrião e se enxerga o espaço Peri-vitelínico. Blastocisto inicial As células migram para a periferia e não enxerga o espaço Peri vitelínico, tem menos de 50% de blastocele e mais 50% de células. Blastocisto Tem mais de 50% de blastocele e menos 50% células Blastocisto expandido Não tem quase nada de células e tem mais blastocele. Blastocisto eclodido O blastocisto precisa eclodir para aderir na parede uterina. Ocorre lise da zona pelúcida (que antes impedia a adesão do embrião na parede uterina) por proteases (tripsina) localizadas na membrana das células do trofoblasto. Colagenases, estromalisinas e ativadores de plasminogênio digerem o tecido uterino para a implantação. OBS: não ocorre na égua. Éguas Só desce para o útero embriões viáveis (porque a junção útero tubárica é bem estreita e para o embrião descer, ele tem que produzir hormônio – PGE2 não causa contração muscular e sim relaxamento da musculatura, relaxando assim, a junção útero tubárica). Presença de cápsula mais grossa da zona pelúcida, por isso o embrião não eclode. Para o reconhecimento materno, o embrião fica migrando no útero. Migra até 15º dia para que haja esse reconhecimento. Cadelas Os oócito atinge o ponto de maturação na tuba uterina, depois de uns dias (2 –5 dias) de ovulação. Ovulação de oócito primário e não secundário. A descida para o útero acontece depois de 10 dias de cobertura. Tem que fazer a inseminação quando ela ovular, não quando estiver no cio. Reconhecimento materno Ocorre de forma hormonal e imunológica -Hormonal: Um bom corpo lúteo e altas [ ] de progesterona. Precisa ter o reconhecimento materno para que não haja regressão do C.L (impedir a ação da prostaglandina). -Ruminantes: produção de interferon tau (IFN t) -Égua: alongamento do embrião que não eclode e fica migrando no útero. -Imunológica: Os 2 genes (pai e mãe) são compatíveis e podem ser incompatíveis. Se há incompatibilidade não há reconhecimento materno e a fêmea não emprenha. Implantação É o início da placentação – interação embrião – endométrio Placentação Número menor de camadas – favorece a troca de substâncias entre mãe e feto. Quanto maior o número de camadas, a placenta tem que se comunicar (aderir) mais ao útero, ou seja, maior a área de contato entre placenta e útero. Tipos de placentas Epiteliocorial: 6 camadas – égua, jumenta e porca: placenta difusa Sindesmocorial: 4 camadas – ruminantes: placenta cotiledonária : tem carúnculas (útero) e cotilédone (placenta): são pontos de aderência = placentoma Na vaca as carúnculas são convexas e nos pequenos ruminantes são concavas. Endotéliocorial: tem poucas camadas, porém tem mais que a hemocorial - cadela e gata: placenta zoonária Hemocorial: É a que tem contato mais íntimo, tem poucas camadas - primata e roedor: placenta discoidal Os nomes/tipos de placentas se dá deacordo com a distribuição das vilosidades (que causam a troca de substâncias entre placenta e útero). Formação das membranas fetais Formação de epiblasto e hipoblasto que dá origem ao âmnio e saco vitelínico nessa ordem. Nutrição inicial do embrião se dá pelo saco vitelínico, conforme forma a placenta, ele vai regredindo, aí a placenta vai assumindo a nutrição. Depois, o saco vitelínico vai dar origem as células germinativas primordiais (ovogônias e espermatogônias). Já o âmnio, recobre o embrião e tem dentro líquido amniótico. Deglute as excretas do feto e transfere para a cavidade alantoide. No parto, a 1º membrana que se rompe é o córion, 2º a cavidade alantoide e por último o âmnio. Endocrinologia da gestação É de particularidades de cada espécie. Duração da gestação Asininos 360 dias Equinos 336 dias Bov zebuíno 285 dias Bov taurino 280 dias Caprino e ovino 150 dias Suínos 114 dias Cães e gatos 60 dias Hormônios Estrógenos: proliferação do epitélio, crescimento dos ductos das glândulas endometriais preparando o útero para ação da progesterona Progesterona: Ramificação das glândulas endometriais, indução para secreção do leite uterino, manutenção da fixação da placenta, ação imunossupressora, leva a utilização mais eficiente dos nutrientes e efeitos psíquicos. A progesterona é produzida pelo C.L no início da gestação e depois pela placenta, porém, depende da espécie, há espécies que são CL dependente. A placenta também produz hormônios que vão estimular a função ovariana, manter a gestação, influenciar o crescimento fetal, estimular a função da gl mamária e auxiliar o parto.Égua e jumenta Formação de cálice endometrial (entre a placenta e o endométrio) produz Gonadotrofina coriônica equina (ECG) que tem ação luteinizante (ação parecida com o LH) luteiniza os folículos formando novos C.L C.L acessórios produz progesterona ajudando na manutenção da gestação. Com mais ou menos 40 dias de gestação começa a formação dos cálices, então, até os 35- 40 dias, a produção total de progesterona nesse tempo é pelo corpo lúteo gravídico. O C.l acessório produz progesterona até 120 dias, depois quem assume a produção de progesterona é a placenta. Os cálices endometriais desaparecem aos 130 dias. O ecg também estimula o início da ativação/hipertrofia das gônadas fetais, aí começa a produção de esteroides pela unidade feto-placentária (isso se dá por volta de 100-110 dias) definir o sexo por meio de US. O estrógeno se mantém alto durante toda a gestação. Para o embrião descer para o útero ele precisa produzir PGE2 para dilatar a junção útero-tubárica. Ecg: É produzida pelos cálices fetais e luteinização c.l acessórios. 1º detecção do nível de ecg é por volta de 35-40 dias; O pico é por volta de 55-65 dias (aumento rápido) Produz progesterona até 120 dias Começa abaixar a [] por volta de 120-150 dias (as vezes nem detecta mais) A [] de ecg varia muito entre as éguas e é afetada pelo genótipo fetal O c.l acessórios, suplementa o c.l gravídico. Vaca O C.L só regride 2 dias antes do parto (produção contínua de progesterona em toda a gestação), porém a placenta também produz progesterona até o final da gestação. O estrógeno cai abruptamente após o parto (12 horas mais ou menos). A prolactina tem nível basal durante toda a gestação, 20 horas antes do parto ela sobe e 30 horas pós-parto ela sofre um declínio abrupto.Ovelha As [] de progesterona aumenta muito em gestação múltiplas. No final da prenhez a placenta produz 5x mais progesterona que o C.L. O estrógeno fica baixo durante toda a gestação, aumenta no momento do parto e depois cai. A prolactina vai de 20-80 ng/ml a 400-700 ng/ml no dia do parto. *****Por gráficos de todas as espécies Cabra O estrógeno é muito mais alto que as ovelhas, são consideradas c.l dependente (a placenta não produz progesterona). Porca É c.l dependente, a placenta não produz tanta progesterona como nas outras espécies. O número de embriões não altera a [] de progesterona. A porca deve ter no mínimo 4 embriões para que haja reconhecimento materno O estrógeno se mantém baixo durante toda a gestação e aumenta no momento do parto e depois cai. Cadela Fase luteínica prolongada, a [] de progesterona é semelhante durante a prenhez ou não não serve como parâmetro (medir []) para saber se a fêmea está gestante. A placenta produz pouca progesterona, então é considerada c.l dependente. A prolactina sobe ainda com a progesterona alta. Gata Não se sabe exatamente o papel do c.l e placenta. A progesterona começa a cair a partir de 30 dias de gestação e declínio abrupto 2 dias antes do parto. Diagnóstico de gestação Embrião Entre a fertilização e o início da ossificação (aumento da taxa de crescimento e diferenciação).Feto Após o início da mineralização dos ossos (aumento de peso). O crescimento é contínuo, mas o principal aumento de peso ocorre no final da gestação. Avaliação da idade gestacional a menos que se tenha informações precisas sobre a data da ovulação e cobertura, o principal critério utilizado na determinação da idade dos embriões e fetos é baseado no tamanho e características gerais do desenvolvimento do útero e do feto. Cadela O não retorno ao cio, não significa que está grávida pseudogestação não serve como parâmetro para diagnóstico! - Palpação abdominal: depende de vários fatores (temperamento do animal, porte (animais pequenos é melhor), período de gestação, número de fetos no útero, condição corporal da mãe). Um diagnóstico precoce de gestação é a palpação abdominal (18-20 dias em cadelas pequenas e com pouca gordura e 23-30 dias para a maioria dos animais). Porém, tem que passar US para confirmar. · Sucesso da palpação abdominal entre 18-23 dias 50% entre 23-35 dias 85% É muito importante saber a data de cobertura. -RX: deve ser feito após 45 dias de gestação (pela mineralização dos ossos, o rx pode afetar o crescimento fetal). A projeção VD é melhor para contar nº de filhotes. -US: É uma forma de diagnóstico mais precoce 20-30 dias de gestação dependendo do estado geral e número de fetos. 28 dias: 30 dias: já é feto, porque começa a mineralização. 35 dias: mineralização de mandíbula e cabeça 40-42 dias: imagem cardíaca 47 dias: mineralização total. Através do US, mediante fórmulas, podemos predizer a idade gestacional.Sinais de maturação fetal Em carnívoros Os fetos maduros possuem revestimento piloso denso e curto, com exceção do ventre. Os ouvidos e olhos. Os fetos maduros possuem revestimento piloso denso e curto, com exceção do ventre. Os ouvidos e olhos permanecem fechados durante os primeiros 8-10 dias após o nascimento. Nos fetos maduros os dentes não são visíveis, porém são facilmente perceptíveis em suas posições. No feto carnívoro, a calcificação dos ossos começa antes da 5º semana de gestação, mas a sua visualização radiográfica só é possível após a 6º semana. Égua Em estro o útero vai estar relaxado e na ovulação/gestação o útero está tenso. Então, na palpação retal se sentir o útero tenso pode ser um indício que ela está prenha. - Palpação retal: Para dar um diagnóstico preciso é necessário esperar 19-21 dias de gestação. Não é um método 100%. -US: Pode diagnosticar (vesícula embrionária) com 9-15 dias de gestação é um método precoce. A partir do 12º dia não se tem mais dúvida. 20-35 dias: começa enxergar o embrião e fixação da vesícula – com 28-30 dias: começa a sentir batimentos cardíacos. 35-45 dias: começa a formação do cordão umbilical 100 dias: feto já grande. Avaliação da idade fetal: Através de medidas – medida entre a base do crânio até a raiz da cauda (crow-rump), desde a extremidade da fossa nasal até a extremidade da cauda e extensão do rádio e tíbia. Também tem a medida do diâmetro da orbita ocular a partir de 159 dias de gestação (acima de 5 meses em égua e 7 meses na vaca).Sinais de maturação fetal Em equinos Imaturo - menos de 320 dias de gestação: O feto tem pelos curtos e regiões desprovidas de pelos ou pelos escassos, principalmente na região do umbigo e face internadas coxas. A cor da pelagem não está totalmente definida e os dentes de leite não fazem saliência da gengiva. Maduro - 320-355 dias de gestação: Os pelos são longos e abundantes, há coloração própria da pelagem. As pontas dos 12 molares de leite são visíveis. O peso é de 30 a 60 kg e o comprimento entre a articulação occipital e a 1º vértebra coccígea varia entre 75-145 cm.Vaca Sinais de maturação fetal -Palpação retal: Se dá por volta de 35-45 dias (sente uma pequena assimetria dos cornos uterinos). Antes dos 30 dias não dá para sentir nada. A partir dos 45 dias de gestação assimetria de corno maior e faz o teste do beliscamento pega o corno maior (assimétrico) na curvatura maior, segura e vai soltando devagar sente o feto. Após os 60 dias faz o teste do beliscamento, percebe a presença do feto na mão (prova do balotamento) e NÃO TEM o frêmito da artéria uterina (só percebe depois de 4 meses). Após 90 dias sente presença de placentomas. - US: É um método precoce com 25 dias de gestação podemos dar o diagnóstico em novilhas e 35 dias em vacas. Sinais de maturação do feto em vacas: 1- Imaturo: menos de 270 dias de gestação: Pelos curtos, pinças e primeiros dentes médios não se encontram na linha de dentição, peso e comprimento do corpo inferiores. 2- Maduro: 270-295 dias: Os pelos são abundantes e de coloração própria. As pinças e primeiros médios sempre estão presentes e não se acham recobertos pela gengiva. O peso pode variar entre 20-60 kg. O comprimento da coluna varia entre 65-90 cm. Pequenos ruminantes Pode acontecer o retorno ao cio ou não, como são espécies poliéstricas. O não retorno ao cio não é uma forma de diagnóstico de gestação. Após 100 dias de gestação consegue-se sentir alguma coisa através da palpação abdominal. A partir dos 40 dias de gestação com o doppler para presença de batimento cardíaco ou vasos placentários (não se usa mais). Hoje em dia usa o US trans retal (sem braço, usa haste com a probe) ou trans abdominal de 3,5 mhz convexa, faz com 40-50 dias de gestação. Peso e tamanho dos fetos maduros variam segundo a raça e o nº de fetos, respectivamente, entre 1,5 kg – 3,5 kg e 40 a 50 cm. Os pelos são abundantes inclusive no umbigo e ventre. A coloração da pelagem geralmente é marcante. Os incisivos de leite, especialmente as pinças e os primeiros médios, acham-se em fase de perfuração. Pelos raros e não aparecimento dos incisivos de leite indicam imaturidade.Sinais de maturação fetal Porca Pode acontecer o retorno ao cio ou não. O não retorno ao cio depois de 18-22 dias da cobertura não é uma forma de diagnóstico de gestação, é somente um indício. Palpação retal geralmente não se usa, e sim US trans abdominal de 5 mhz com mais ou menos 25 dias de gestação. O útero da porca fica bem para baixo/ventral. O peso dos leitões maduros varia de 1-2 kg. Cerdas curtas e finas estão presentes. Nas raças pigmentadas aparece a coloração tanto dos pelos como da pele. Nas raças brancas, observam-se listas pardacentas ao longo do dorso. Na dentição observam-se que os incisivos e os caninos se apresentam de pontas finas e visíveis. Sexagem fetal Determinação do sexo através da ultrassonografia (2 técnicas). 1- Identificação e posicionamento do tubérculo genital – acurácia maior em bovinos (100%), também pode ser utilizada em equinos, porém a acurácia é de 70%, aí utiliza o método 2. O tubérculo genital dará origem ao pênis ou clitóris. Com 55-65 dias de gestação fica bem no centro e dá para identificar. 2- Identificação da morfologia da gônada e genitália externa– acurácia de 100% na égua. 100-110 dias de gestação o feto sofre hipertrofia das gônadas e genitália externa. Observa-se ovário (medular e cortical), glândula mamária, testículo (mediastino) e prepúcio . Patologias da gestação Alterações dos envoltórios fetaisHidropsia das membranas fetais Aumento de volume do líquido fetal (cavidade alantoide e cavidade amniótica). Mais comum em vacas em gestação gemelar, feto malformado e FIV. Hidroalantóide: ocorre em 85-90% dos casos. Isso pode se dar por problemas vasculares da placenta (FIV) ou problemas hepato-renais do feto. Hidroâmnion: ocorre em 5% dos casos. Isso se dá por feto congenitamente defeituoso Hidroamnion- hidroalantoide: 7% dos casos Sintomas: classificação conforme a quantidade de líquido presente. Quanto mais a quantidade, mais grave é. Casos leves: Tem aumento até 80 litros – o animal tem atonia uterina e consequentemente distocia na hora do parto. Casos médios: aumento de até 150 litros – o animal fica com o abdômen em forma de tonel, e a compressão e deslocamento dos órgãos abdominais gerando timpanismo. Casos graves: aumento de mais 200 litros – o animal tem ascite, decúbito, desidratação, choque e morte. Complicações Antes do parto – prolapso de vagina, paraplegia, hérnia abdominal, ruptura de útero, aborto e colapso (choque) Durante o parto – atonia uterina e parto distócico. Após o parto – colapso (choque), retenção de placenta e agalactia. Diagnostico diferencial: ascite, hidrometra e prenhez múltipla patológica Prognóstico: reservado e ruim para o feto Tratamento: indução do parto ou abortamento, e antes de tudo drenar o líquido lentamente. Em pequenos animais fazer cesariana. Indução de parto ou abroto glicocorticoides – Dexametasona 20-40 mg ou Flumetazona 10-20mg Gestação múltipla patológica Quando o número de fetos ultrapassa aquele considerado normal para a espécie ou raça. Normal: égua e vaca (1 potro/bezerro), ovelha (1 ou 2 cordeiros), cabra (1-3 cabritos), porca (10-12 leitões), cães raças grande (8-12 filhotes), cães raças pequenas (2-6 filhotes) e gata (2-5 filhotes). Sintomas: Alterações funcionais devido a compressão dos órgãos e distúrbios metabólicos (aumento volume uterino) taquipneia e respiração superficial por compressão do diafragma, perturbações digestivas por compressão e deslocamento das vísceras, perturbações cardiocirculatórias, principalmente edemas e transudações cavitarias por compressão de vasos sanguíneos. Enfraquecimento da gestante, associado a distúrbios metabólicos que podem determinar em decúbito permanente. Alterações mecânicas do parto por insuficiência das contrações, atonia uterina e retenção de placenta. Evolução para ruminantes, porca e cadela o abortamento é raro (o animal geralmente pari) e a exigência de retirada dos filhotes é frequente (ajuda na hora no parto). Diagnóstico grandes animais: US e palpação retal. Pequenos animais: palpação abdominal, US com 25 dias e RX com 45 dias. Diagnóstico diferencial: hidropsia dos envoltórios fetais Tratamento – 1: sem perturbações no estado geral aguardar o momento do parto (assistido) 2: com perturbações no estado geral em ruminantes fazemos a indução do parto ou abortamento, em pequenos animais faz a cesariana. Se o animal estiver debilitado o prognóstico é ruim. Retirar os animais da reprodução hereditariedade. Gêmeos em equinos: 60% nasce somente 1 potro vivo, geralmente nasce pequeno, fraco e debilitado. 31% perdem os 2 e 9% nascem os 2. O problema em equinos com gestação gemelar é pior quando cada vesícula se fixa em cada corno uterino (30% de incidência) porque o corno uterino consegue nutrir os 2 embriões abortam com 5-10 meses de gestação. Já em 70% dos equinos as 2 vesículas se fixam no mesmo corno uterino. Desses 70% 85% abortam mais cedo (40 dias) porque 1 corno uterino não consegue nutrir 2 vesículas, ou seja, uma vesícula se perde e só uma se desenvolve, aí já não tem tanto problema e não tem interferência do MV (somente vai passando US e aguarda). O procedimento correto se as vesículas estiverem uma em cada corno faz a eliminação de uma. Correção manual: O ideal é fazer a eliminação da vesícula entre 12-15 dias, porque ela ainda não está fixada no útero. Máximo de tempo é de 25 dias de gestação. Utilizar por precaução drogas anti-prostaglandínicas – Flunexin meglumine ou firocoxib e progesterona durante 1 semana. Se for bilateral, após 35 dias têm que abortaras 2 vesículas com PGF2alfa. Como? Equipamento de punção folicular via transvaginal. Riscos de uma gestação gemelar: aborto, endometrite e consequentemente laminite. Gestação ectópica É uma gestação extrauterina, podendo ser primárias ou secundárias. Evolução 1- Para que isso ocorra, é necessário que haja uma ruptura uterina, o útero tem contração (miométrio) e retração do útero e o fato sai para a cavidade abdominal. Ocorre comprometimento da saúde da gestante, porém o perigo de hemorragia intenso é pequeno. 2- O cordão umbilical sofre uma ruptura e o feto morre, na cavidade abdominal atua como corpo estranho sofrendo reabsorção (em início de prenhez) ou encapsulamento (prenhez avançada). 3- Se a gestação prosseguir na cavidade peritoneal, ocorre a morte do feto e consequentemente mumificação. 4- Nas gestações extra uterinas são frequentes aderências do feto ao intestino ou a parede abdominal. Diagnóstico: Por palpação retal, palpação abdominal encontra-se útero pequeno e vazio. Partes fetais poderão ser palpadas na cavidade abdominal. Nos pequenos animais o diagnóstico pode ser efetuado por laparotomia exploratória. Também pode ser feito por RX. Tratamento: cirúrgico ou descarte do animal. Placentite em éguas Etiologia: pode ser por via hematógena, contaminação por um foco local como endometrite e infecção ascendente (causa mais comum). Consequentemente leva a abortos. Facilitadores: pneumovagina e angulação da vulva (45º). O foco infeccioso está próximo a estrela cervical, porque é bem próximo/encostada na cérvix (porta de entrada). Principais agentes: S. zooepidemicus, E. coli, P. aeruginosa, S. aureus, K, aerogenes e enterobacter agglomerans. 10% é fúngica Mucor spp e Aspergillus spp. Sintomas: espessamento da placenta com bastante edema do corioalantóide (região espessa da placenta que se fixa ao útero), presença de exsudato espesso de coloração amarronzada, pode ocorrer contaminação do feto e consequentemente aborto ou parto prematuro. As placentas contaminadas ficam de coloração amarronzada ou esbranquiçada e com exsudato. Avaliação da placenta: Faz pós-parto ou pós-aborto Importante fazer essa avaliação, porque as vezes o potrinho nasce, e a mãe tem placentite, horas depois o potro pode morrer por septicemia. Tem que lavar a placenta e abrir em forma de F fazer avaliação dos 2 lados (interno e externo), ver peso, coloração etc. Avaliação de placenta antes que ocorra o aborto: Por meio de US na área da estrela cervical placenta normal 8-12 mm, se a placenta estiver espessada indica placentite. Pode haver descolamento de placenta. A placentite vem normalmente com 5 meses de gestação (fazer mensalmente o pré-natal) Sinais clínicos: desenvolvimento do úbere e lactação prematura, abertura da cérvix e corrimento vaginal, eventual aborto ou parto prematuro (principal causa de morte de neonatos nas primeiras 24 horas de vida sepse). Como ocorre aborto/parto prematuro: aumento da PGF2alfa aumenta atividade do miométrio, aumento de cortisol (maturação acelerada do eixo-hipotalâmico-hipofisário fetal) levando a diminuição da glicose sanguínea do feto sofrimento fetal aborto/parto prematuro. Tratamento: inibição do crescimento bacteriano ou fúngico (ATB de amplo espectro) – Sulfa + trimetropin/fluconazol, bloquear a expressão e liberação de citocinas pro-inflamatórias e prostaglandinas – flunexin meglumine ou firocoxibe e manter a quiescência uterina – progesterona exógena. Molas É o processo patológico placentário que resulta na morte embrionária no início da gestação (30-45 dias de gestação). O embrião morre e é reabsorvido, porém, os anexos fetais continuam se desenvolvendo. Só consegue diagnosticar com US (só vê vesícula sem o embrião). Observados em equinos, bovinos, caninos e suínos. Tipos 1- Mola cística: anexos formam bolsa com conteúdo líquido (equinos, bovinos, ovinos e carnívoros). 2- Mola hidatiforme: vilosidades coriônicas sofrem degeneração cística, recobrindo-se de cistos (bovinos e caninos). 3- Mola vilosa: Crescimento exuberante das vilosidades do corion (hiperplasia). 4- Mola hemorrágica: morte traumática do embrião, hemorragia intensa e coágulo. 5- Mola carnosa: evolução da hemorrágica com coágulo de aspecto cárneo. Diagnóstico: útero aumentado de tamanho com flutuação e sem feto, corrimento hemorrágico em prenhez prolongada. Tratamento: aborto PGF2alfa + glicocorticoides. Alterações inerentes ao fetoMortalidade embrionária É a morte do embrião que é dissolvido e reabsorvido, as vezes pode passar desapercebido, por isso é necessário tem um controle de reprodução. A morte embrionária precoce que ocorre até o final da fase de implantação (adesão placentária) é variável: Bovinos 8 -16 dias Equinos 30 -35 dias Ovinos 9 – 16 dias Suínos 8 -16 dias Cadelas 10 – 16 dias Gera perdas econômicas porque há aumento do intervalo entre partos. Deve-se eliminar os genótipos indesejáveis Etiologia: Fatores exógenos, endógenos e embrionários. - Exógenos: estresse alimentar (desnutrição) ou climático (calor), alimentar (muita proteína ou deficiência de vitamina A, Cu, Zn, Fe e I), fatores infecciosos (Campilobacteriose). - Endógenos: endócrinos (desequilíbrio de estrógeno e progesterona, além do reconhecimento materno), genéticos, imunológico (cio do potro em éguas diminui a defesa uterina) e tóxicos. - Embrionários: Alterações morfológicas e imunológicas do embrião. Evolução: Na morte embrionária precoce o animal volta ao ciclo estral (o CL persistente até a absorção completa) Diagnóstico: dados zootécnicos do rebanho e diagnóstico da gestação. - Mortalidade fetal: 43 – 45 dias em equinos e ruminantes. 25 – 26 dias em cadelas e gatas Pode gerar abortos, mumificação ou maceração. Aborto É a interrupção da gestação com expulsão do feto não viável de forma espontânea ou induzida. Etiologia da forma espontânea: Infecciosa e não infecciosa - Infecciosa: Brucela abortus, leptospiras, toxoplasma, salmonela, listéria, campilobacter e IBR - Não infecciosa: esporádica, traumatismo, distúrbios hormonais, distúrbios alimentares, predisposição hereditária, exercícios (submetidos ao estresse), exame retais e exames vaginais inadequados. Também pode ser causado por glicocorticoides como a dexametasona. Prolongamento da gestação: Supermaturação fetal, hipoplasia de hipófise e suprarrenal. Mumificação fetal Ocorre a desidratação dos tecidos moles. É a morte do feto, ausência de aborto, absorção dos fluidos placentários, desidratação da placenta e do feto, involução uterina que obedece contornos fetais. Tipos - Hemática: ocorre nas vacas pela característica placentária. O feto é recoberto de sangue metabolizado de aspecto viscoso e escuro. - Papirácea: Feto e placenta com características de papiro devido à desidratação Incidência: todas as fêmeas no terço médio a final da gestação. Etiologia: É um processo asséptico comprometimento do fluxo de sangue na placenta e cordão umbilical, deficiência na placentação, traumatismo, gestação gemelar em fêmeas uníparas, falha no abortamento e hereditariedade (consanguinidade em porcas). Sinais clínicos: Não são evidentes. Há desconforto abdominal, prolongamento da gestação sem sinais de parto, CL persistente, e em fêmeas multíparas ocorre distocias devido aderência (as vezes por ter mais fetos o mumificado pode nascer também junto com os viáveis). Diagnóstico: palpação retal ou vaginal (observa o útero em forma de feto), presença do CL, nascimentos de fetos mumificados e normais em multíparas e prolongamento da gestação. Prognóstico: favorável para a vida da mãe e desfavorável para a reprodução e pode evoluir para a maceração fetal. Tratamento: abortamento terapêutico (uso de PGF2alfa e estradiol), enucleação do CL, remoção cuidado do feto fazendo lubrificação, cesariana, OSH ou descarte da linha reprodutiva. Maceração fetal Ocorrem alterações degenerativas do feto (se liquefaz) É um processo séptico de destruição do feto com liquefação dos tecidos moles fetais, levando a uma esqueletização. Incidência: Fêmeasdomésticas na segunda metade da gestação (mais próxima ao parto) Etiologia: Morte fetal com perda do CL, falha no abortamento, inércia uterina, abertura da cérvix e contaminação, em éguas com prenhez simples ocorre torção uterina ou uso de contraceptivos em cadelas e gatas. Sinais clínicos: Desconforto abdominal com esforço expulsivo, corrimento vaginal fétido com presença de ossos ou tecidos, hiporexia e perda de peso, sepse, peritonite por ruptura uterina, dispneia, hipertermia, diminuição da produção de carne, leite, lã etc. Diagnóstico: palpação retal percebe-se crepitação óssea, ausência de frêmito da A. uterina e ausência do CL), exame vaginal (corrimento fétido), RX e US. Prognóstico: Ruim – pode levar a morte da mãe. Tratamento: OSH para fêmeas domésticas, lavagem uterina em grandes, ATB e fluidoterapia e descarte em casos graves. NÃO se usa mais prostaglandina pelo risco de ruptura uterina. Feto enfisematoso Alteração enfisematosa no feto morto e retido no útero (putrefação). O ar fica retido no interstício do tecido conjuntivo causando enfisema. Etiologia: Séptico morte fetal durante o parto ou finalzinho da gestação parto laborioso que não chega a termo penetração de bactérias anaeróbias pela cérvix putrefação produção de gás nos tecidos fetais ou auxílio inadequado ao parto. Sinais clínicos: corrimento de odor fétido, cérvix parcialmente aberta, aumento de volume do feto do útero e abdômen, queda de pelos e cascos na vagina e comprometimento geral. Diagnóstico: sinais clínicos, palpação retal e vaginal (crepitação), RX e US (feto com aumento de volume e com ar). Prognóstico: ruim e desfavorável pelo comprometimento do útero Tratamento: fetotomia em grandes animais, OSH, lavagem uterina e ATB. Alterações inerentes à mãePseudogestação clínica É uma condição clínica de alteração fisiológica e psicológica na fêmea não prenhe. Incidência: Fêmeas não gestantes durante o diestro/metaestro (35-60 dias pós estro). Ocorre em cadelas e gatas. Porém pode ocorrer em éguas (relacionado a morte embrionária precoce) e em cabras (relacionado a hidrometra). Etiologia: Morte embrionária precoce e persistência de CL (54-60 dias em cadelas). Sintomas: apetite caprichoso ou aumentado, aumento de volume abdominal, lambedura do abdômen, formação de ninho, inquietação e galactopoiese (aumento de prolactina) e o útero fica com hiperplasia endometrial. Diagnóstico: Sinais clínicos de gestação e comprovação da não gestação. Tratamento: Pincelar produtos repulsivos nas mamas (iodo polvidine para evitar que lambe) ou colar elisabetano. O ato de lamber, estimula a produção de leite. Modificar a dieta (redução de proteína e energia), sedativos e antitérmicos, antigalactogênicos (metergolina), OSH ou gestação. Não utilizar hormônios androgênicos e estrogênicos corre risco de hemorragia e nem PGF2alfa!!! Corrimento vaginal durante a prenhez Relacionado a contaminação do útero (processos infecciosos). Sintomas: Hemorragias de diferentes origens no aparelho geniturinário. Etiologia: Cópula ou IA nas fêmeas em estro ou durante a gestação que possa ter levado algum contaminantes, TVT em cadelas, hemorragia placentária (trauma, brucelose ou torção uterina), hiperestrogenismo (disfunção endócrina que causa deslocamento placentário e aborto), mola hemática nas multíparas com mais de 1 feto. Diagnóstico diferencial: Lesões na vulva, vagina e cérvix em não gestantes. Torção uterina É a rotação do órgão sobre seu eixo. Pode levar a uma ruptura uterina Incidência: Vacas leiteiras próximas ao parto. Cadelas e gatas também podem ter. Etiologia: Sustentação uterina, assimetria dos cornos, diminuição dos líquidos fetais e estímulos mecânicos do feto, flacidez do músculo abdominal, falta de tônus uterino, contrações uterinas pré-parto, hipermotilidade fetal, deslocamento do rúmen causando compressão, terreno inclinado e deitar e levantar as vacas. O útero é sustentado pelo ligamento largo (dorsolateralmente) e curvatura maior livre no assoalho abdominal, mas apoiado no rúmen. Sintomas -Leves (rotação de 45-90º) animal apresenta cólicas com regressão espontânea - Médias (rotação de 90-180º) - Graves (rotação acima de 180º) animal apresenta dificuldade de locomoção, distúrbios digestivos (timpanismo), dispneia, taquipneia e hipertermia, repuxamento da rima vulvar. No caso das cadelas podem ter corrimento sanguinolento. Evolução: <90º tem reversão espontânea. Nos outros casos pode desvitalizar o órgão (congestão venosa) morte e retenção do feto, ruptura uterina e morte da mãe. Diagnóstico: Palpação retal e vaginal (avaliar grau de torção, tensão e posição dos ligamentos). Diagnóstico diferencial: Reticulopericardite traumática, intussuscepção, vólvulo e pielonefrite. Prognóstico: Reservado, depende do grau de torção Tratamento: Laparotomia recolocação manual ou mediante cesariana em cadelas. Rolamento Tem que saber qual lado o útero está rotacionado. Correção manual via retal em posição quadrupedal. Se a rotação for em sentido horário sente o ligamento do lado esquerdo mais repuxado. Se a rotação for em sentido anti-horário sente o ligamento do lado direito mais repuxado. Ruptura uterina Incidência: Esporádica em todas as espécies, é mais raro de acontecer, mais fácil quando tem maceração (pelos ossos). Etiologia: Torção, hidropsia, esforço exagerado, gestação gemelar ou múltipla em fêmeas uníparas, traumatismos, aderências cirúrgicas, manobras obstétricas ou fetotomias. Sintomas: Semelhante à torção uterina, feto na cavidade compressão de alças intestinais, aderências graves e peritonite. Hemorragia interna (descarga vaginal), choque e morte. Diagnóstico: sintomas, anamnese, palpação retal e vaginal (vísceras) Prognóstico: Reservado Tratamento: Cirúrgico para sutura do útero se quiser manter a gestação ou para OH. Ruptura do tendão pré-púbico É a inserção do tendão do músculo reto abdominal no púbis. Incidência: éguas e vacas Fatores predisponentes: Final da gestação, hidropsia, gestação gemelar ou múltipla, gigantismo fetal, sobrecarga, trauma ou degeneração no tendão em idosos. Sintomas: afundamento do flanco (abdômen tocando o solo), glândula mamária edemaciada e desviada caudalmente, dificuldade de andar, perda de controle dos membros pélvicos, taquipneia, taquicardia, hemorragia e choque. Diagnóstico: sintomas Prognóstico: reservado a ruim Tratamento: Não há tratamento eficiente. Fazer OH é difícil, pode fazer cesariana como medida profiláctica e descarte. Inversão e prolapso vaginal/cervicovaginal Os órgãos ficam em posição anatômica anômala pela rima vulvar e ocorre a saída da membrana mucosa. Pode ser recorrente, temporário ou definitivo (parcial ou total). Mais comum em fêmeas gestantes e mais difícil em gatas. 2 tipos 1-Inversão vaginal: exteriorização da parte dorsal ou lateral da vagina sob a rima vulvar. Ex: vacas em decúbito ou cadelas com hiperplasias. 2-Prolapso cervicovaginal: Completo, expondo a cérvix (tampão mucoso). Ex: vaca, ovelha, fêmeas domésticas e égua é raro. Etiologia: Predisposição hereditária, flacidez do diafragma pélvico (aumento da pressão intra-abdominal, micção e decúbito), final de gestação (uso de estrógenos), separação forçada na cópula. Sinais clínicos: Exposição parcial ou total da vagina/útero, tenesmo, inquietação, retenção urinária, prolapso retal e lesões de mucosas (inflamatórias, ulcerativas e necróticas). Diagnóstico: visual Diagnóstico diferencial: ruptura vaginal e prolapso de bexiga, TVT, lipomas e cistos de glândula de Bartholin. Tratamento 1- Redução do órgão e manter em sua posição. 2-Cesariana 3- Castração em cadelas 4-Sutura ou método de Bühner sutura da rima vulvar para pressionar até o momento do nascimento do feto depois tem que retirar. Em situações graves pode fazer traqueostomia Um método alternativo seria colocar líquido dentro do útero para fazer peso e voltar ao normal (normalmente faz em fêmeas não prenhez). Parto normal Definição O parto é um processo fisiológicopor meio do qual o feto e seus envoltórios fetais são expulsos do útero. Para isso, a fêmea precisa: dilatação da via de expulsão fetal, desencadeamento das contrações uterinas e desencadeamento das contrações abdominais. O feto domina o início do parto, não a mãe! Para que o parto ocorra o feto deve ter: 1-Maturação do hipotálamo desenvolvimento de sinapses do núcleo paraventricular (função neuroendócrina).Ovelhas e cabras 2-Hipotálamo fetal responde a hormônios placentários (E2, P4 e PGE e fatores de liberação de corticotrofinas). 3-Aumento da [ ] plasmática de cortisol fetal. 4-Fatores estressantes fetais (hipóxia, mudanças de pressão sanguínea, menor disponibilidade de glicose). 5-Aumento da secreção de cortisol fetal pela adrenal do feto (o corticoide induz o parto). 6-Esse aumento de cortisol devido ao estresse ativa uma enzima (17alfa hidroxilase) que converte a progesterona em estrógeno. O estrógeno então tem ação direta no miométrio, aumentando a quantidade de receptores de ocitocina produzindo o relaxamento da cérvix por meio da alteração das fibras de colágeno estimulando a produção e liberação de prostaglandinas. Principais prostaglandinas formadas no útero PGF2alfa: Lise do C.L, diminuição da progesterona, aumentando a contratilidade, junções entre células para passagem de pulsos elétricos resultando em contrações coordenadas. PGE: Durante o parto auxilia no mecanismo de relaxamento da cérvix e canal do parto via fetal mole. PGI2 – Prostaciclina: Potente vasodilatador, relacionado a manutenção da perfusão vascular da placenta. Relaxina: Hormônio produzido pelo CL atua na sínfise púbica, ligamentos pélvicos e cérvix relaxando via fetal óssea. Atua no miométrio diminuindo a frequência e amplitude das contrações uterinas (para que não tenha contração muito forte) e atua na glândula mamária auxiliando na descida do leite. O aumento do cortisol fetal se inicia 25 dias antes do parto com seu pico 3 dias antes do nascimento. Quando intervir num parto? Somente quando é necessário Quando não rompe a “bolsa”, quando a mãe não consegue fazer a expulsão. Nunca tracionar a placenta! 1º rompimento: córion e líquido alantoide – enquanto não romper não precisa intervir. 2º rompimento: saco amniótico e líquido amniótico.Vacas O aumento do cortisol fetal se inicia 25 dias antes do parto com seu pico 3 dias antes do nascimento. Expansão do canal do parto 1-2 dias antes.Porcas Similar aos pequenos ruminantes, entretanto o E2 aparentemente não é o responsável pelo aumento da liberação de PGF2alfa como nas outras espécies. Éguas Aumento de cortisol 8 dias antes do parto, queda de P4 30 dias antes do parto, queda de E2 já 2-3 meses antes do parto, no entanto, queda de P4 tão grande que sobrepõe o E2 nos 2-3 dias antes do parto. Portanto E2 predominando, importante no desenvolvimento do parto sem desencadear o parto. A ocitocina vai ser o hormônio desencadeador do parto – aumento na fase de expulsão do feto. A ocitocina vai promover a dilatação da cérvix, contração uterina e aumento na produção de PGF2 alfa. Quanto intervir? O parto geralmente é bem rápido (15 min), com máximo de 30 min. Se não acontecer nada (apontamento das bolsas) tem que intervir. Se demorar mais que 1 hora para intervir no parto o potro morre por hipóxia cerebral. Não é viável fazer cesariana. 90% das éguas se deitam para parir e ficam 15-20 minutos depois de parir para passar imunoglobulinas para o potro via cordão umbilical – Não pode cortar o cordão assim que o potro nascer; tem que deixar o cordão o máximo que puder. O potro deve eliminar o mecônio horas depois do nascimento – a não liberação do mecônio pode levar à cólica. É de praxe fazer enema logo depois do nascimento.Cadelas Não é bem definido, acredita-se que é similar as outras espécies. O trabalho de parto varia de 4-24 horas. Aumento do cortisol nas últimas 8-24 horas. P4 declina gradativamente nos últimos 30 dias e queda abrupta 12-40 horas antes do parto. E2 cai 2 dias antes do parto. Gatas P4 declina no último terço da gestação e E2 aumenta logo antes do parto. Via Fetal É o conduto formado por parte do aparelho genital e regiões circunvizinhas pelo qual o produto transita durante o parto. É dividida em via fetal óssea e via fetal mole. Via fetal óssea: É composta pelos ossos do ílio, ísquio, púbis, sacro e 1º vertebra coccígea (ossos da pelve) -Equinos: Pelve curta, abertura circular e parede ventral plana parto rápido. -Bovinos: abertura pélvica comprida lateralmente e ovalada, assoalho côncavo e elevado caudamente parto demorado. -Pequenos ruminantes, suínos e carnívoros: Pelve tendendo a circular parto não dificultado. Próximo ao momento do parto a sínfise púbica sofre desmineralização com dissolução de tecido conjuntivo que permite a separação no momento do parto. Cuidado em fêmeas velhas porque podem ter dificuldade na desmineralização e abertura da sínfise púbica. Via fetal mole: Cérvix, vagina, vestíbulo, vulva e ligamentos sacro-isquiáticos. 3 obstáculos para o feto: cérvix, anel himenal e vulva.Fases do parto Se dividem em 3 1- Fase prodrômica ou de preparação do parto; 2- Fase de dilatação da via fetal ou insinuação; 3- Fase de expulsão do produto. Fase prodrômica: Modificações morfofuncionais que permitem avaliar o momento do parto. Os sinais variam de espécie para espécie A mãe se isola, faz o ninho, tem inapetência, fica ansiosa e agitada. Temos que oferecer água e um ambiente tranquilo. Há início das contrações uterinas. Alterações estruturais da cérvix: colagenase + ácido hialurônico liquefaz o tampão mucoso e dilatação cervical. -Vacas: Sinais de parto evidentes 3 semanas antes do parto. 1-2 semanas antes ocorre o afrouxamento das articulações e ligamento da pelve e relaxamento da musculatura da garupa, períneo, sacro-isquiáticos e sacro-ilíaco. Ossos pélvicos mais evidentes e cérvix dilata. Ocorre edema de vulva e vagina + hiperemia de mucosa vaginal. 1 dia antes de parir ocorre corrimento vaginal (dissolução do tampão) e modificações da gl. Mamária (aumento de volume do úbere + secreção que muda de aquosa para viscosa) -Éguas: Sinais menos evidentes, relaxamento dos ligamentos sacro-isquiáticos. A glândula mamária desenvolve de 3-6 semanas antes do parto. O colostro aparece 2-3 dias antes do parto, ele extravasa e resseca. Nessa fase a [] de cálcio aumenta (periparto) se o feto for maduro ele aumenta >40 mg/dl e se for imaturo está <12mg/dl. Ocorre também a inversão das [] de Na e K antes do parto o Na está alto e o K está baixo; no parto o Na abaixa e o K sobe. -Cadela: P4 cai e Tº também cai 1ºC nas últimas 12-24 horas. Por quê? Ocorre falha momentânea nos mecanismos que regulam a tº corporal em resposta aos estímulos hormonais. 2-3 dias antes do parto há aumento da prolactina ansiedade do animal, esconder, faz ninhos e anorexia. De 2 semanas até horas antes do parto há descida do leite. Se fizer US aos 55 dias já observa estômago dilatado dos fetos e a FC varia de 180-230 batimentos/minuto. -Gatas: A fase prodrômica começa a ocorrer 12 horas antes do parto (não vê ela tendo modificações de comportamento antes). A diminuição da temperatura não é tão evidente como na cadela (cai a tº, porém é bem pouco). A presença de leite não é um sinal preciso. Começa com nervosismo, apatia, anoréxico, começa a se esconder, para de comer, taquipneia e miados. Ocorre descargas de fluido claro através da vulva. -Porcas: Ocorre aumento de temperatura em 1ºC 12-15 horas antes do parto. Por quê? Causa desconhecida. Esse aumento de temperatura é mantido por toda a lactação. Fase de dilatação da via fetal: Início concomitante com as contrações uterinas até o rompimento dos envoltórios fetais. A duração é variável nas espécies (6-16 horas em bovinos e 2 horas em equinos). Ocorre dilatação da cérvix, relaxamento o das fibras da musculatura lisa da cérvix, útero e vagina onde o útero é impulsionado no sentido crânio ventral. Então, ocorre dilatação + contração uterina insinuação das bolsas fetais e dilatação completa da viafetal mole. Fase de expulsão do produto: A partir da fase de expulsão temos que contar o tempo para saber se precisa intervir ou não. Inicia-se com o rompimento das bolsas fetais e completa-se com o nascimento do feto/fetos. O feto estimula receptores nervosos localizados na porção dorsal da vagina estímulo dos centros motores da medula espinhal leva ao reflexo da contração da musculatura abdominal.
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