Buscar

Aula_3_-_Processo_Legislativo_Regimental (1)

Prévia do material em texto

Processo Legislativo 
Regimental
Aula 3
Ritos Legislativos
no Senado
Professor
Luciano Henrique da Silva Oliveira
Consultor Legislativo do Senado Federal
Ajuste / Descrição
Cláudio Cunha de Oliveira
Júnia Cláudia Gondim Melo 
Desenho Editorial (PDF)
Vinicius Soares Motinha
Videoaulas
Equipe Programa Saber Jurídico
Produção
Tv Justiça 
Senado Federal
Complexo Arquitetônico do Senado 
Federal, Via N2. Bloco de apoio nº 12.
CEP | 70165-900
Instituto Legislativo Brasileiro
Plataforma de Ensino a Distância Saberes 
TV Justiça
Saber Direito
Distribuição:
saberes.senado.leg.br
Saber Direito
Processo Legislativo Regimental
3
Aula 3 – Processo Legislativo Federal
Ritos Regimentais do Senado Federal 
No Saber Direito desta semana, vamos aprender sobre Pro-
cesso Legislativo, Ritos Legislativos na Câmara e no Senado, 
medidas provisórias e muito mais. As aulas são com o pro-
fessor Luciano Oliveira.
Olá meu nome é Luciano Oliveira. Eu sou consultor legislativo 
do Senado Federal. E essa é nossa terceira aula do Curso 
Saber Direito de Processo Legislativo Regimental. 
Na primeira aula, nós falamos das regras constitucionais do 
processo legislativo. Na segunda aula, falamos das regras 
regimentais do processo legislativo na Câmara dos Depu-
tados. E agora neste encontro, nós vamos falar das regras 
regimentais, dos ritos legislativos como eles ocorrem no Se-
nado Federal. 
Vamos começar falando do rito ordinário no Senado Federal. 
Lembrando: como vimos na outra aula, que o rito ordinário é 
aquele em que o projeto de lei passa pelas comissões, numa 
fase de comissões e depois é submetido à deliberação do 
plenário.
Depois falaremos do rito é abreviado, que era chamado de 
conclusivo na Câmara e aqui no Senado é chamado de ter-
minativo, em que o projeto passa apenas pela fase de comis-
sões, salvo se ao final, houver recurso de um décimo da casa.
Falaremos também do rito sumário, que aquele ritual aplica-
do aos projetos de lei de autoria do presidente da república 
para os quais ele solicita urgência constitucional.
E finalmente o rito especial da PEC da proposta de emenda 
à constituição como ocorre no Senado.
Saber Direito
Processo Legislativo Regimental
4
Rito Ordinário
No Senado, o rito ordinário ocorre de maneira semelhante 
à da Câmara dos Deputados, mas há algumas diferenças 
que nós vamos pontuar. Então quando o projeto chega ao 
Senado, seja oriundo da Câmara, Senado, na condição de 
casa revisora, seja oriundo do próprio Senado - um projeto 
de autoria do Senador ou de Comissão do Senado - caso em 
que o Senado atua como casa iniciadora, em qualquer caso, 
o projeto recém apresentado é despachado às comissões 
pelo presidente do Senado Federal.
Uma primeira diferença em relação ao rito da Câmara é que 
não há uma divisão entre comissões de mérito e comissões 
de admissibilidade no Senado. Todas as comissões são con-
sideradas de mérito. Então uma matéria só vai a uma comis-
são, se ela tem competência regimental para opinar sobre o 
mérito da matéria.
E qual é a comissão então neste caso que verificará a cons-
titucionalidade do projeto e a adequação orçamentária e 
financeira do projeto?
No Senado, pelo regimento, nós temos essas competências 
resPECtivamente, à CCJ e à Comissão de Assuntos Econômi-
cos. A CCJ que analisa a constitucionalidade e a Comissão de 
Assuntos Econômicos que analisa adequação orçamentária 
e financeira. No entanto, não há uma obrigatoriedade, como 
na há Câmara, de que essas comissões analisem o projeto. 
É possível que o presidente despache o projeto apenas a 
algumas comissões de mérito: as que têm competência para 
o mérito. E aí neste caso, por um costume legislativo na Câ-
mara alta - o Senado Federal, todas as comissões são compe-
tentes para analisar não só o mérito como a admissibilidade, 
seja orçamentária e financeira, seja de constitucionalidade 
e juridicidade. Por um costume na prática, a última comis-
Saber Direito
Processo Legislativo Regimental
5
são que analisa o projeto acaba analisando os aspectos de 
admissibilidade juntamente com a análise de mérito que a 
ela lhe compete.
Vamos supor então que o projeto trata de exploração econô-
mica de florestas. Ele pode ser despachado então à Comissão 
de Assuntos Econômicos e à Comissão de Meio Ambiente 
que opinará tanto sobre o mérito como sobre a admissibi-
lidade. Normalmente, a última acaba opinando sobre os 
aspectos de admissibilidade, mas não há impedimento para 
que as demais também apreciem.
Chegando à comissão, o projeto então é distribuído pelo pre-
sidente da comissão a um relator. E esse relator enquanto 
está elaborando o seu voto, o seu relatório. O relatório do re-
lator. A peça do relator normalmente é chamada de relatório 
no Senado e na Câmara era chamada de parecer do relator, 
mas é a mesma coisa. Apenas o nome é que muda. Enquanto 
ele está elaborando, podem ser oferecidas emendas pelos 
membros da comissão enquanto a matéria está tramitando 
naquela comissão.
Esta é uma outra diferença em relação ao rito ordinário na 
Câmara. Na Câmara, no rito ordinário, apenas na fase de 
plenário é que os deputados poderiam oferecer emendas 
ao projeto. No Senado, enquanto a matéria está tramitando 
pelas comissões, os membros da comissão podem oferecer 
emendas ao projeto. Os demais senadores não poderão nes-
te momento. Apenas os membros da comissão. 
E os membros, é bom lembrar, que eles podem ser titulares 
ou suplentes. Uma comissão, isso tanto na Câmara como no 
Senado, uma comissão é composta por membros titulares e 
igual número de membros suplentes. Tanto titulares como 
suplentes são membros da comissão que podem oferecer 
emendas ao projeto. Uma vez produzido o relatório do re-
Saber Direito
Processo Legislativo Regimental
6
lator, ele então entregue essa peça à comissão. A matéria 
fica pronta para entrar na pauta deliberativa da comissão. 
Quando ela entra, o relator então lê seu relatório, dá um 
conhecimento formal à comissão de qual é o seu voto sobre 
se aquele projeto deve ser aprovado, se deve ser rejeitado 
ou aprovado com emendas. Então o projeto entra na fase 
de discussão em que todos discutem, se o projeto deve ser 
aprovado ou rejeitado. Até o final da discussão podem ser 
oferecidas pelos membros do colegiado emendas ao projeto. 
Encerrada a fase de discussão, o projeto passa então à fase 
de votação. 
Na comissão, a votação ela em regra ocorre pelo processo 
simbólico que, da mesma maneira que nós vimos na Câma-
ra dos Deputados, é aquele em que o presidente dos tra-
balhos ele pergunta. Ele, na verdade, solicita aqueles que 
concordam com a matéria permaneçam como estão. Quem 
ficar parado, não levantar o braço está concordando. Quem 
levantar o braço é porque está discordando da matéria. O 
processo simbólico, o presidente então olha, avalia visual-
mente, se ouve mais concordância e discordância e proclama 
o resultado.
É bom lembrar que a comissão no rito ordinário, ela é opina-
tiva. Ela não está votando o projeto em si. Está votando um 
parecer opinativo sobre o projeto. Está instruindo a matéria 
para que então depois quando ela for ao plenário, o plenário 
saiba qual foi a opinião da comissão sobre aquele projeto: 
se ele deve ser aprovado ou deve ser rejeitado. Então neste 
momento, as comissões no rito ordinário, elas são opina-
tivas. Elas emitem esse parecer que é uma peça opinativa 
sobre o projeto.
Quais são os projetos de lei que tramitam no rito ordinário 
no Senado Federal?
Saber Direito
Processo Legislativo Regimental
7
Basicamente são os projetos de autoria externa, aqueles 
que são outros poderes. Vieram dos tribunais do judiciário. 
Vieram do presidente da república, do Procurador Geral da 
República ou do Tribunal de Contas da União.
Por que? Porque esses projetos eles iniciaram pela Câmara. 
Vimos na outra aula que os projetos de autoria externa ao 
poder legislativo, iniciam-se pela Câmara dos Deputados e lá 
eles passam pelo plenário. Então quando chegam ao Senado, 
esses projetos tambémtem que tramitar no rito ordinário. 
Também tem que passar pelas comissões e ir ao plenário 
do Senado.
Além disso também tramitam no rito ordinário, os projetos 
de lei complementar porque eles exigem, segunda a regra 
constitucional do artigo 69 da carta, aprovação pela maio-
ria absoluta do Senado, ou seja, de 41 senadores. E nenhu-
ma comissão sozinha tem esse número de senadores para 
aprovar o projeto. Então o projeto de lei complementar têm 
obrigatoriamente que ir ao plenário.
 Além disso em regra, os projetos de decreto legislativo e os 
projetos de resolução do Senado também são matérias que 
tramitam no rito ordinário, ou seja, tem que obrigatoriamen-
te ir ao plenário, após a fase de comissões. 
Além disso, os projetos de autoria de comissão também pas-
sam obrigatoriamente pela fase do plenário.
Então os projetos que vão passar pelo rito abreviado que, 
nós vamos ver a seguir, que lá na Câmara era chamado de 
conclusivo e aqui é chamado de terminativo no Senado, são 
somente os projetos de lei de autoria de senador. Esses se-
guem o rito abreviado. Algumas exceções que nós vamos 
ver depois quando falamos do rito é terminativo no Senado.
Muito bem. Então na comissão, o projeto após receber um 
parecer, seja pela aprovação, seja pela rejeição, seja pela 
Saber Direito
Processo Legislativo Regimental
8
aprovação com emendas, ele vai para a próxima comissão. 
Lembrando que no Senado todas as comissões são qualifi-
cadas como comissões de mérito, embora possam opinar 
também sobre a admissibilidade. Na próxima comissão, 
novamente o projeto é distribuído pelo presidente da co-
missão a um relator. O relator produzirá um parecer. Lido 
esse parecer depois na reunião da comissão, ele entrará em 
fase de discussão. Durante a discussão e até o final dessa 
discussão, apenas os membros da comissão podem oferecer 
emendas ao projeto. Encerrada a fase de discussão, quando 
não houver mais ninguém querendo discutir a matéria, en-
tão o presidente coloca em votação. O processo de votação, 
como nós vimos, é simbólico, mas existe um procedimento 
chamado de verificação de votação.
O que é isso que também existe lá na Câmara?
Sempre que um projeto é votado pela modalidade simbólica 
de votação, aquele parlamentar que discorda da avaliação 
visual do presidente, sobre se o projeto foi aprovado ou re-
jeitado, pode requerer uma verificação de votação em que 
se deferida, faz com que haja uma nova votação, chamada 
agora de nominal em que todos os parlamentares têm que 
votar no painel eletrônico: sim ou não. E aí depois abre o 
painel e aí a contagem efetiva de quantos votaram sim en-
quanto votaram não. 
Isso é possível sempre que uma votação simbólica tem o 
requerimento de que seu resultado seja verificado.
É possível ainda durante a discussão de um projeto que algum 
parlamentar peça vista do projeto. Uma coisa que também 
pode acontecer na Câmara, durante e após a leitura do rela-
tório, durante a discussão, um parlamentar pode pedir vista 
para que analise melhor aquele projeto antes de decidir qual 
o seu voto pela aprovação ou rejeição. Quando há um pedido 
de vista, normalmente a matéria sai de pauta e retorna na se-
mana seguinte na próxima reunião deliberativa da comissão.
Saber Direito
Processo Legislativo Regimental
9
Muito bem. Então o projeto vai passando de comissão em 
comissão. Em cada comissão, apenas os membros podem 
oferecer emendas. E ao final quando ele recebe o parecer da 
última comissão, ele é encaminhado ao plenário do Senado 
Federal. O projeto encaminhado à mesa para que ele passe, 
vamos dizer assim, à fase de plenário, de deliberação.
No Senado, é possível oferecer emendas de plenário assim 
como lá na Câmara dos Deputados. Só que há uma pequena 
diferença: na Câmara, nós vimos que as emendas de ple-
nário no rito ordinário são oferecidas durante a discussão 
em plenário. E aqui no Senado Federal, é diferente. Antes 
mesmo de que o projeto entre na ordem do dia- ordem do 
dia que a pauta deliberativa do plenário -a abertura de um 
prazo de cinco dias úteis para que qualquer senador ofereça 
emendas de plenário.
Vejam só a diferença: as emendas de plenário no Senado Fe-
deral são oferecidas antes mesmo de que a matéria comece 
a tramitar no plenário. Entrem na ordem do dia do plenário. 
Se houver emendas, nesses cinco dias de prazo regimental, se 
houver emendas que são as emendas de plenário, essas emen-
das que são oferecidas perante à mesa, a matéria deve retornar 
às comissões para que as comissões deem um parecer sobre 
as emendas de plenário. Neste caso para maior eficiência, agi-
lidade do processo legislativo, o regimento prevê que as comis-
sões emitirão parecer simultaneamente sobre as emendas de 
plenário. Ou seja, elas analisam ao mesmo tempo e conforme 
cada uma vai editando seu parecer, ela vai enviando essa peça 
à mesa e quando todos os pareceres das comissões chegarem 
à mesa, a matéria fica então pronta para entrar em ordem do 
dia, devidamente instruída para orientação dos senadores com 
pareceres sobre o projeto e com pareceres sobre as emendas 
de plenário. Parecer sobre o projeto também deve analisar as 
emendas que foram apresentadas perante comissão ao longo 
da primeira parte do processo legislativo do projeto.
Saber Direito
Processo Legislativo Regimental
10
E então isso é uma diferença em relação à análise das comis-
sões sobre o projeto em que elas analisam sequencialmente 
uma depois da outra. No caso das emendas de plenário, 
quando há esse oferecimento, as comissões por uma ques-
tão de habilidade analisam simultaneamente a matéria.
E o que acontece, se nesse prazo regimental de cinco dias 
úteis, nenhum senador oferece emendas de plenário perante 
a mesa?
Neste caso, a matéria fica desde logo pronta para ser incluída 
em ordem do dia e não precisa retornar à fase de comissão 
porque não há nenhuma emenda de plenário para que as 
comissões deem seu parecer.
Ficando pronta para a ordem do dia, a matéria oportuna-
mente é incluída então pelo seu presidente na pauta delibe-
rativa do plenário onde vai ser analisada novamente agora 
por todos os parlamentares da casa. Porque enquanto ela 
está na fase de comissões, ela só está sendo analisada pe-
los membros daquela comissão. No plenário novamente, 
a matéria vai passar por um turno de deliberação, que é 
composto de discussão e votação.
É um turno único para o projeto de lei. A matéria discutida, 
não havendo mais quem queira discutir, a matéria pode ser 
então votada pelo plenário.
É importante levar que o plenário é soberano nas suas deci-
sões. Ele não precisa obrigatoriamente concordar com o pa-
recer das comissões. As comissões podem ter opinado pela 
aprovação do projeto. Já o plenário pode opinar por rejeitar, 
ou vice-versa. A comissão pode ter opinado pela aprovação 
do projeto com algumas emendas. O plenário pode resolver, 
de repente, aprovar o projeto na íntegra, rejeitando aquelas 
Saber Direito
Processo Legislativo Regimental
11
emendas. Então é o plenário é que vai dar a última palavra. 
O plenário seria a instância decisória, no rito ordinário e as 
comissões as instâncias opinativas. 
Se a matéria é rejeitada pelo plenário é arquivada. Se ela é 
aprovada, com ou sem emendas, o projeto seguirá para a 
Câmara dos Deputados ou para a sanção do presidente da 
república. 
Digamos, que o Senado é a casa iniciadora. Neste caso, o 
texto que ele aprova, vai para a revisão da Câmara dos De-
putados. E a Câmara analisará novamente o projeto de lei, 
segundo o rito que nós vimos na aula passada.
Agora se a Câmara que foi a casa iniciadora, o Senado agora 
está na fase de revisão. E o Senado pode aprovar o projeto 
na íntegra, como veio da Câmara. Ou aprovar o projeto com 
emendas, emendas da casa revisora. Se o Senado aprova na 
íntegra, o projeto que veio da Câmara agora pode ir à sanção 
do presidente da república, que deliberará por sanção ou 
veto. Se o Senado aprova com emendas, ela tem que retor-
nar a matéria à casa iniciadora para que a Câmaraanalise 
apenas as emendas do Senado, da casa revisora. Em qual-
quer caso, após isso a Câmara aprovando ou rejeitando as 
emendas do Senado, enviará depois do projeto à sanção.
Saber Direito
Processo Legislativo Regimental
12
Quiz 
Vamos então agora ver uma questão do nosso para a fixação 
dos conhecimentos ministrados até agora?
É matéria que tramita pelo rito ordinário no Senado:
A. Projeto de lei ordinária de autoria do deputado que não 
foi ao plenário da Câmara.
B. Projeto de lei complementar de autoria do Senador.
C. Projeto de lei ordinária de autoria de Senador.
D. Projeto de resolução de suspensão de lei declarada in 
constitucional
Resposta: letra “B”. Projeto de lei complementar de autoria 
do Senador.
Vejamos. O rito ordinário, como nós vimos, é aquele que vai 
ao plenário. O projeto de lei ordinária de autoria de deputado 
que não foi ao plenário da Câmara, pelas regras regimentais, 
não necessariamente precisa tramitar pelo rito ordinário. 
O que diz o regimento do Senado?
Ele diz o seguinte: os projetos, que vêm da Câmara em regra, 
também passarão pelo plenário do Senado, mas no entanto, 
há uma brecha: se lá na Câmara esse projeto tramitou no rito 
conclusivo, ou seja, não foi ao plenário da Câmara, quando 
ele chega aqui no Senado, ele também pode tramitar no rito 
terminativo aqui no Senado. Ou seja, no rito abreviado.
Vamos lembrar que não podemos é confundir as termino-
logias: rito conclusivo, rito terminativo. São dois nomes di-
ferentes para a mesma coisa: o rito abreviado, aquele rito 
em que a matéria não passa obrigatoriamente pelo plenário, 
salvo se houver recurso de um décimo da resPECtiva casa. 
Saber Direito
Processo Legislativo Regimental
13
Então o rito abreviado na Câmara dos Deputados é chama-
do rito conclusivo e no Senado Federal é chamado de rito 
terminativo.
Não confundir também o rito terminativo no Senado com 
o parecer terminativo nas comissões de admissibilidade na 
Câmara que podem encerrar o processo legislativo lá, certo?
Muito bem. E a letra C por que está errada? 
O projeto de lei ordinária de autoria de Senador. Porque o 
projeto de lei ordinária de autoria de senador, ele não passa 
pelo Senado e pelo plenário do Senado. Ele tramita apenas 
pelas comissões, a não ser que haja recurso.
O que essa letra D? Projeto de resolução de suspensão de 
lei declarada inconstitucional. 
A gente pode lembrar do jeito constitucional que o Supremo 
Tribunal Federal tem a possibilidade de declarar a incons-
titucionalidade das leis. Seja de maneira geral, no controle 
abstrato, seja de maneira apenas aplicável às partes de um 
processo, no controle concreto. Nesse controle concreto, 
existe uma previsão constitucional de que o Senado possa 
estender os efeitos da inconstitucionalidade para toda a so-
ciedade. E não apenas inter pax. Então quando isso acontece 
é uma resolução do Senado que estende a incondicionalida-
de para toda a sociedade. E isso é feito por um projeto de 
resolução no Senado. Esse projeto de resolução não vai ao 
plenário ele tramita pelo rito abreviado, pelo rito terminativo. 
Por isso que a letra D não é a nossa resposta.
De maneira que a letra B, todo o projeto de lei complementar 
vai ao plenário. Todo projeto de lei complementar tramita 
pelo rito ordinário, ou rito comum porque exige a maioria 
absoluta para a sua aprovação, ok?
Saber Direito
Processo Legislativo Regimental
14
Vamos falar agora do rito abreviado no Senado, que é o rito 
terminativo. Na Câmara que é conclusivo. Então o rito abre-
viado é aquele por meio do qual o projeto é apreciado ape-
nas pelas comissões e não necessariamente vai ao plenário. 
Neste caso, como ocorre no Senado esse rito?
O regimento diz que quando um projeto de lei é pelo rito 
terminativo, vamos usar o grande exemplo, que é o projeto 
de lei de autoria ordinária de autoria do senador, ele deve 
então ser despachado às comissões. Agora antes de começar 
o seu trâmite, o seu caminho pelas comissões, é aberto um 
prazo regimental de emendas para que qualquer senador 
possa apresentar emendas ao projeto que tramita em rito 
terminativo. Qualquer Senador, seja ou não membro das 
comissões pelas quais o projeto tramitará. 
E porque há esse prazo inicial de emendas por qualquer 
Senador no rito terminativo? 
Há um prazo que não há no rito ordinário. Porque como, 
em princípio, não haverá a fase de plenário, não haverá en-
tão a oportunidade para que qualquer senador apresente 
suas emendas de plenário perante a mesa após a fase de 
comissões. Então há uma espécie de transferência do prazo 
de plenário, do prazo de emendas geral, para o início do 
processo no rito terminativo.
No rito terminativo então qualquer senador pode apresentar 
emendas no prazo regimental inicial de cinco dias úteis. E 
essas emendas deverão depois ser obrigatoriamente ana-
lisadas por todas as comissões. Encerrado esse prazo, o 
processo começa então o seu andamento normal, sendo o 
projeto de lei remetido à primeira comissão do despacho do 
presidente. E lá seguirá as mesmas regras: o presidente da 
comissão designará um relator que emitirá um voto sobre 
o projeto. O seu relatório com a análise do projeto e a sua 
opinião sobre o projeto deve ser aprovado ou rejeitado e a 
Saber Direito
Processo Legislativo Regimental
15
comissão então dará o seu parecer opinativo sobre a ma-
téria. Após isso o projeto passará para a próxima comissão 
que também repetirá esse processo.
Ao final no rito terminativo do Senado haverá uma última 
comissão obviamente que analisará o projeto. E aí é que 
surge uma grande diferença em relação ao rito abreviado 
na Câmara. No Senado, a última comissão tem o poder de 
deliberar definitivamente sobre o projeto em substituição ao 
plenário. Ela funciona, a chamada comissão terminativa no 
Senado, que a última a analisar, como uma instância decisó-
ria em substituição ao plenário. A instância decisória no rito 
ordinário é o plenário. A instância decisória no rio terminati-
vo no Senado é a última comissão chamada de comissão ter-
minativa. E ela, da mesma maneira que as demais comissões, 
dará um parecer, após a apresentação do relatório do relator 
e a votação pela comissão, dará um parecer sobre aquela 
matéria. Só que há uma diferença: como ela é considerada 
uma instância decisória, a comissão terminativa no Senado 
vota o próprio projeto. Ela vai deliberar se o projeto deve ser 
aprovado ou não. Ao passo que as comissões anteriores, que 
eram opinativas, votavam apenas um parecer, uma opinião 
sobre o projeto. 
Então vejam há uma pequena diferença, mas muito impor-
tante entre o rito abreviado na Câmara e o rito abreviado no 
Senado. Na Câmara, quando todas as comissões de mérito 
concordavam com o projeto, se ele deve ser aprovado ou 
rejeitado, ele poderia ser considerado definitivamente deli-
berado pela casa, sem ir ao plenário. No entanto na Câmara, 
quando os pareceres de mérito eram divergentes, isso gera-
va uma discordância que era sanada pelo plenário, ou seja, 
lá o rito deixava de ser abreviado, deixava de ser conclusivo 
e fazia com que o projeto fosse obrigatoriamente à palavra 
final do plenário.
Saber Direito
Processo Legislativo Regimental
16
No Senado Federal, é diferente. Caso as comissões discor-
dem das suas opiniões, uma comissão opte pela rejeição e 
outra pela aprovação, fica valendo a posição da última co-
missão que é a comissão terminativa. Então não há hipótese 
de pareceres divergentes de mérito remeterem o projeto em 
caráter terminativo ao plenário. Fica valendo a decisão da 
última comissão: a comissão terminativa.
E o que acontece, se os parlamentares discordam dessa 
posição da comissão terminativa no Senado?
É possível porque tanto a constituição como regimento do 
Senado prevê que, se um décimo da casa, que no caso daria 
8,1 senadores, mas para arredondar, para que seja cumprido 
o requisito, nove senadores apresentam um recurso para 
que a matéria vá ao plenário. Neste caso, o projeto perde 
o caráter terminativo e passaa tramitar pelo rito ordinário. 
Então apresentado o recurso de um décimo da casa contra 
o parecer, contra a opinião, na verdade, da comissão termi-
nativa sobre o projeto, ela terá que ir pro plenário da casa 
porque o rito se converterá de rito abreviado, rito termina-
tivo em rito comum, ordinário. 
Esse recurso de um décimo da casa não precisa ser vota-
do pelo Senado. É considerado um direito das minorias. No 
caso um décimo da casa, uma pequena parte do Senado. E 
ele uma vez apresentado, é considerado automaticamente 
aprovado e a matéria vai ao plenário. É uma diferença em 
relação à Câmara. Lá no rito conclusivo, quando um décimo 
da Câmara - 52 deputados - apresentam um recurso contra o 
parecer das comissões, esse recurso ainda precisa ser votado 
pelo plenário para que o rito se transforme de abreviado, em 
rito ordinário em do plenário da Câmara.
E se houver apresentação de recurso pelos senadores, então 
a matéria vai ao plenário. E aí como se converteu num rito 
Saber Direito
Processo Legislativo Regimental
17
ordinário, há inicialmente a abertura daquele prazo de cinco 
dias úteis para emendas de plenário por qualquer senador. 
Caso em que então qualquer parlamentar do Senado pode 
apresentar suas emendas. E aí se houver a apresentação de 
emendas, a matéria, retorna à análise das comissões. E neste 
caso para que as comissões analisem simultaneamente as 
emendas de plenário, soltando o parecer de plenário.
Após isso, a matéria então vai para a órgão máximo da casa 
- o plenário - onde os senadores podem discutir e votar no-
vamente o projeto. Normalmente ocorre esse recurso contra 
a decisão da comissão terminativa quando os parlamentares 
não concordaram. De repente, a comissão está rejeitando o 
projeto e esses parlamentares que recorrem querem aprovar 
o projeto em plenário. Então tentar reverter essa decisão. 
Por isso, o recurso.
Se não ocorre a esse recurso de um décimo dos senadores, 
fica valendo a posição da comissão terminativa. Então a de-
cisão da comissão terminativa fica sendo a decisão da casa 
sobre a matéria.
Se o Senado é a casa iniciadora, a matéria vai a revisão da 
Câmara dos Deputados. Se o Senado é a instância revisora, 
porque o projeto começou na Câmara, então ele aprovando 
o texto na íntegra, que veio da Câmara, a matéria pode ir à 
sanção. Ele aprovando com emendas, a matéria volta à casa 
iniciadora para a chamada fase da revisão da revisão para 
que a casa iniciadora aprecie apenas as emendas do Senado.
Vamos lembrar que o rito terminativo no Senado é para os 
projetos de lei ordinária. O projeto de lei complementar tem 
que ir ao plenário. Quanto aos projetos de decreto legislati-
vo e de resolução em regra eles vão ao plenário do Senado. 
Tramitam no rito ordinário. Uma exceção que nós vimos na 
questão do QUIS é o projeto de resolução que estende os 
Saber Direito
Processo Legislativo Regimental
18
efeitos de inconstitucionalidade. Suspende uma lei que foi 
considerada num controle concreto pelo STF como incons-
titucional. É um exemplo de resolução, que tramita no rito 
legislativo. 
Um exemplo de projeto de decreto legislativo, que tramita 
no rito terminativo, são os que apreciam os atos de conces-
são e permite e permissão de serviços de radiodifusão de 
rádio e tv. No Senado e na Câmara, esse projeto de decreto 
legislativo tramita pelo rito abreviado, certo?
Vamos ver agora então uma segunda questão do nosso QUIZ 
para fixar os conhecimentos.
[...] Música 
Quiz 
No rito terminativo no Senado, em caso de pareceres diver-
gentes das comissões sobre um projeto de lei 
A. O projeto é considerado rejeitado.
B. O projeto fica sujeito a deliberação do plenário.
C. O projeto enviado ao exame de nova comissão para pa-
recer definitivo.
D. O projeto segue o destino dado pelo parecer da última 
comissão, salvo recurso ao plenário.
Resposta : letra “B”.
Vamos relembrar,
Quando no rito terminativo no Senado, nós vimos que em 
caso de pareceres divergentes, quanto ao mérito, a última 
comissão, chamada terminativa é a que decide sobre a maté-
Saber Direito
Processo Legislativo Regimental
19
ria. Então o projeto segue o destino dado pelo parecer desta 
última comissão, que é a comissão terminativa. 
Mas lembrando também que é possível que um décimo da 
casa apresente um recurso para que a matéria vá ao plená-
rio. Caso em que a comissão terminativa, que era uma ins-
tância decisória, passa a ser uma instância também opinativa 
como as comissões anteriores e a matéria fica o plenário.
Por que as outras opções estão erradas?
O projeto não é considerado rejeitado. Segue a opinião da 
última comissão e ele também não fica desde logo sujeito 
pela liberação do plenário, só se houver recurso. E também 
não há previsão de envio de examiná-lo à comissão para 
parecer definitivo. Em relação ao exame de uma comissão 
de um projeto, uma nova comissão para outro parecer, aqui 
há uma particularidade. 
Veja. Normalmente o despacho inicial do presidente deter-
mina quais são as comissões pelas quais o projeto passará. 
Mas existe previsão regimental no Senado e, na Câmara tam-
bém tem, de qualquer parlamentar da casa possa fazer um 
requerimento para que além das condições constantes do 
despacho, outra comissão também opine sobre o parecer. 
Isso pode acontecer quando o requerente o senador, por 
exemplo, entende que aquela matéria trata de um assunto 
que deve ser objeto de análise de outra comissão. Por exem-
plo, a matéria trata de uma política pública de educação e 
que vai beneficiar determinadas minorias. E o projeto está 
apenas para a Comissão de Educação e Cultura, ele pode 
também sofrer um requerimento para que vá também à Co-
missão de Direitos Humanos, por exemplo, certo?
Muito bem. Vamos falar agora do rito sumário no Senado 
Federal. O rito sumário relembrando é aquele aplicável aos 
projetos de lei de autoria do presidente da república e não 
Saber Direito
Processo Legislativo Regimental
20
necessariamente de autoria exclusiva dele, para os quais o 
chefe do Executivo solicita urgência constitucional.
Como é feita essa má essa apreciação no Senado Federal?
Uma vez despachados os projetos às comissões, é aberto um 
prazo inicial de emendas para que todos os parlamentares 
possam apresentar emendas ao projeto em urgência consti-
tucional. Como esse projeto tem um prazo, o Senado Federal 
tem 45 dias para apreciar esse projeto, e se não apreciar as 
demais matérias do plenário ficam trancadas, salvo medidas 
provisórias, então para dar maior agilidade à fase de emen-
das de plenário é transferida para o início do processo no rito 
sumário. De modo que qualquer parlamentar possa apresen-
tar suas emendas e depois disso a matéria vai às comissões. 
Então com isso quando o projeto em urgência constitucional 
vai para a fase de comissões, as emendas de todos os senado-
res já foram apresentadas e as comissões podem desde logo 
apreciar essas emendas de maneira mais célere.
Outra coisa que também agiliza o rito sumário no Senado 
Federal é uma solução que também adotada na Câmara para 
esse rito: que a análise simultânea de todas as comissões 
sobre o projeto. Todas as comissões analisam simultane-
amente o projeto, emitindo os seus pareceres, e conforme 
elas vão votando os pareceres, eles são enviados à mesa 
para posterior inclusão em ordem do dia do plenário. Então 
dessa maneira há uma agilidade porque não há uma análise 
sequencial, uma comissão de cada vez. E sim todas as comis-
sões simultaneamente analisando o projeto.
Enquanto o projeto está nas comissões, além daquelas 
emendas do prazo regimental inicial em que qualquer Se-
nador pode oferecer sugestões de alterações ao texto, nas 
comissões durante a discussão nas comissões os membros 
daquela comissão podem apresentar novas emendas. E 
neste caso apenas os membros da comissão apresentam 
Saber Direito
Processo Legislativo Regimental
21
emendas. Em qualquer caso, o relator da matéria em cada 
comissão tem que dar um parecer pela aprovação ou rejei-ção tanto do projeto como das emendas que foram apresen-
tadas no prazo inicial como dessas novas emendas, que são 
apresentadas, as emendas comuns ali durante a discussão 
na comissão. Feito esse processo em que todas as comissões 
é analisam o projeto urgência constitucional, após a emissão 
de todos os pareceres, a matéria fica pronta para entrar em 
ordem do dia. Pronta, ou seja, para deliberação do plenário.
Note que no rito sumário, após a fase de comissões, não há 
uma abertura de um prazo de cinco dias úteis para emen-
das de plenário, antes de a matéria entrar na ordem do dia. 
Por que? Porque esse prazo foi transferido para o início do 
procedimento. O início do procedimento teve aquele prazo 
de emendas por qualquer senador, de maneira que não ha-
verá agora essa necessidade de reabertura do prazo de cinco 
dias. Então após a fase de comissões, a matéria fica pronta 
para entrar em ordem do dia, o que dá maior agilidade. Se 
o prazo fosse aberto apenas após as comissões e houvesse 
emendas de plenário, a matéria teria que retornar à fase de 
comissões para receber um novo parecer para só então ficar 
pronta para a ordem do dia.
Em plenário não são então admitidas emendas durante a 
discussão plenária. Essa é uma característica do Senado no 
rito ordinário também aqui no rito sumário. As emendas de 
plenário no rito ordinário são imediatamente antes da ordem 
do dia do plenário. E depois a fase de comissões no rito ter-
minativo. E no rito sumário há um prazo inicial de emendas 
como nós vimos. Então durante a discussão em plenário, 
não há apresentação de emendas pelos senadores. Apenas 
a discussão e a votação da matéria. E o projeto sendo rejei-
tado, ele é arquivado. Mas se for aprovado, ele pode ser ou 
remetido à sanção, se a matéria for aprovada exatamente 
como veio da Câmara porque vale lembrar.
Saber Direito
Processo Legislativo Regimental
22
Nos projetos em urgência constitucional no rito sumário, o 
Senado sempre a casa revisora porque o projeto é de au-
toria do presidente da república. E os projetos de autoria 
do presidente da república sempre começam pela Câmara. 
Então se o Senado aprovar na íntegra o que veio da Câmara, 
a matéria pode ir à sanção. 
E se o Senado emenda ao projeto, ou seja, promove algumas 
alterações em relação ao texto, que veio da Câmara, neste 
caso, o texto tem que retornar para a Câmara. E como ele 
está em rito sumário de urgência constitucional, a Câmara 
terá apenas 10 dias para apreciar as emendas da casa reviso-
ra, as emendas do Senado. Lá em qualquer caso, aprovadas 
ou rejeitadas as emendas, é o texto enviado à sanção do 
presidente da república.
Essa sistemática da análise dos projetos de lei no rito bica-
meral: casa iniciadora, casa revisora, e se houver emendas da 
casa revisora, o projeto volta à casa iniciadora, pode ser com-
parado com uma metáfora como se o aluno tivesse fazen-
do um trabalho de conclusão de curso. Ele faz ali um texto. 
Pede para o colega fazer algumas observações. O colega faz 
observações ao revisor e depois volta para ele, o elaborador 
do texto. Ora, o aluno que elabora o texto pode concordar 
ou não com as observações do colega. Se ele concorda, ele 
incorpora tudo e manda para o seu orientador. Se ele não 
concorda, ele retira aquelas emendas e mantem o texto 
como inicialmente produzido. E nesse caso também manda 
para o orientador. Então é a mesma coisa no processo legis-
lativo. A casa iniciadora faz um texto. A casa revisora revisa 
esse texto. Se aprovado, na íntegra, manda ao Executivo para 
sanção. Se tiver algumas emendas, retorna à casa iniciadora. 
A casa iniciadora pode concordar com as emendas e mandar 
à sanção, pode rejeitar as emendas e mandar o texto como 
ela aprovou inicialmente, sem as sugestões do Senado.
Saber Direito
Processo Legislativo Regimental
23
É por isso que nós falamos que no processo legislativo do 
projeto de lei, há uma primazia da casa iniciadora. No caso 
do rito sumário do projeto de urgência constitucional, isso 
acontece com a Câmara porque o Senado funciona como 
casa revisora. É bom lembrar que no rito sumário, em caso 
de demora maior do que 45 dias para o Senado apreciar o 
projeto, todas as demais matérias do plenário da casa ficarão 
trancados até que o projeto seja votado pelo Senado. A úni-
ca exceção é a medida provisória porque ela tem um prazo 
constitucional de 60 mais 60 de 120 dias para ser votado se 
não ela perde a eficácia.
Vamos falar agora do rito especial aplicado à PEC, proposta 
de emenda constitucional no Senado Federal. Assim como 
na Câmara havia um procedimento especial para a análise 
da PEC, aqui no Senado também há um rito especial, um 
procedimento legislativo especial para o processo legislativo 
da proposta de emenda à constituição. No Senado Federal, 
apenas a Comissão de Constituição e Justiça, a CCJ, é que 
analisa a PEC. 
Essa comissão então analisa a PEC tanto do ponto de vista do 
mérito como do ponto de vista da admissibilidade, da cons-
titucionalidade, da juridicidade, da regimentalidade também 
da redação e técnica legislativa. Analisa ainda a adequação 
orçamentária e financeira. Como é a única comissão que 
aprecia a matéria, então ela analisa todos os aspectos. Essa 
é uma diferença do rito especial da PEC na Câmara e no 
Senado.
Na Câmara, duas comissões apreciam a PEC. A admissibilida-
de é feita pela CCJ. E o mérito é analisado por uma comissão 
especial temporária especialmente criada para esse fim. Já 
no Senado apenas a CCJ, que é uma comissão permanente 
da casa, é que analisa a PEC em todos os seus aspectos.
Saber Direito
Processo Legislativo Regimental
24
Quando uma PEC é distribuída à CCJ, isso acontece é após a 
obviamente a sua apresentação. Lembrando que quem pode 
apresentar a PEC ao Senado, um terço dos Senadores. O 
presidente da república também pode apresentar uma PEC 
ao Senado normalmente. Por costume, ele envia uma PEC, 
de autoria do presidente da república, ele envia à Câmara. 
Uma analogia com o projeto de lei que, por determinação 
constitucional, quando é do presidente da república deve 
começar na Câmara. Para a PEC há mais um costume. O 
presidente pode, se quiser, apresentar até ao Senado e às 
assembleias legislativas, mas dá a maioria absoluta das as-
sembleias legislativas do brasil pode apresentar uma PEC ao 
Senado também.
Quando a PEC chega ao Senado, ela então é distribuída ao 
presidente da CCJ. Lá o presidente da CCJ distribui a matéria 
ao relator, de maneira semelhante aos projetos de lei. E o re-
lator então analisará a matéria e dará um parecer pela apro-
vação ou rejeição da matéria. Se for pela aprovação, pode 
apresentar algumas emendas. Inclusive pode apresentar um 
substitutivo, que é uma emenda que substitui globalmente 
o projeto.
Além disso, os membros da CCJ podem apresentar emendas 
à PEC. Qualquer membro individualmente pode apresentar 
uma emenda a uma proposta de emenda à constituição. Na 
CCJ tanto membros titulares como suplentes da CCJ, mas 
apenas os membros da CCJ. 
Aqui é uma diferença em relação à apresentação de emendas 
na Comissão Especial da PEC na Câmara em relação à apre-
sentação de emendas aqui na CCJ do Senado. Na Câmara dos 
Deputados, as emendas a uma PEC podem ser apresentadas 
por quaisquer deputados na comissão especial. Mas há um 
requisito que elas sejam assinadas, que elas sejam de autoria 
de um terço da casa, de 171 deputados. Aqui no Senado ape-
Saber Direito
Processo Legislativo Regimental
25
nas os membros da CCJ que poderão apresentar emendas. 
E eles podem apresentar individualmente. 
Mas aí surgirá uma dúvida: a iniciativa da PEC exige um ter-
ço dos senadores. Se um senador apresentar uma emenda 
individualmente, isso estaria de acordo com a constituição? 
No caso está porque o regimento dá uma solução para resol-
ver esta questão. É que se a comissão acatar essa emenda 
apresentada individualmente por um seu membro, ela preci-
sa, o parecer que a aprova estará assinado por 27 senadores, 
que correspondea um terço da casa. Com isso, a emenda 
passa a ser considerada de autoria desses 27 senadores e 
fica suprido o requisito constitucional de que os textos de 
PEC sejam apresentados por pelo menos um texto da casa.
Note que se a emenda não for acatada pelo parecer, então 
não faz diferença ter sido apresentada por apenas um sena-
dor porque ela acabou não sendo acatada. Uma vez apresen-
tado aprovado o parecer da CCJ sobre a PEC, ela fica pronta 
para ir então ao plenário da casa. E aí não há abertura de 
um prazo de cinco dias inicial de emendas perante o plenário 
como ocorre no rito ordinário do projeto de lei. 
No rito ordinário do projeto de lei no Senado, nós vimos que 
o prazo de emendas de plenário é anterior à própria sessão 
plenária. E após esse prazo é que então a matéria fica pronta 
para a ordem do dia, quando então, não é possível apresen-
tar ao projeto de lei emendas de plenário durante a sessão. 
Para a PEC, a sistemática é um pouco diferente. 
No caso da PEC, não há abertura de um prazo inicial de 
emendas perante o plenário. As emendas de plenário dos 
senadores, se houver, serão apresentadas durante a discus-
são plenária. Uma pequena diferença. Nisso há uma peque-
na semelhança com o rito ordinário na Câmara, em que as 
emendas de plenário são também apresentadas durante 
Saber Direito
Processo Legislativo Regimental
26
a discussão no plenário. Aqui no caso, a PEC tem as suas 
emendas de plenário apresentadas pelos senadores durante 
a discussão em plenário.
Note há ainda uma diferença em relação ao rito da PEC na 
Câmara. No rito da PEC na Câmara, não há emendas de ple-
nário pelos deputados. Já no Senado, os senadores podem 
apresentar emendas de plenário a PEC. Mas uma observa-
ção: as emendas de plenário apresentadas por senador a 
uma proposta de emenda à constituição devem ser obrigato-
riamente assinadas por um terço da casa, ou seja, 27 Senado-
res. Então enquanto uma PEC na Comissão de Constituição 
e Justiçado Senado pode ser apresentada por apenas um 
senador, mas se o parecer da CCJ acatar deve ter a assinatura 
dos 27 senadores, na emenda de plenário no Senado desde 
logo ela deve ser apresentada por um terço dos senadores, 
por 27 senadores.
Vamos lembrar que o rito constitucional da PEC exige que 
a matéria passe por dois turnos em plenário em cada casa. 
Então no Senado Federal não vai ser diferente. A matéria 
passará por um primeiro turno de votação de discussão e 
votação. E depois por um segundo turno de discussão e vo-
tação. Os senadores podem apresentar emendas de plenário 
nos dois turnos. 
Em cada caso sempre com um terço dos senadores, anali-
sando é assinando cada emenda. Se há emendas de plenário 
durante a discussão do primeiro turno, a matéria, a PEC tem 
que voltar à CCJ para que a CCJ emita parecer sobre essas 
emendas de plenário. E para após isso a matéria retornar 
para a votação do órgão máximo da casa já com as emendas 
de plenário devidamente instruídos com o parecer da CCJ. No 
entanto, se não há, apresentação de emendas de plenário 
durante o primeiro turno a matéria após encerrada a fase de 
discussão, pode ser imediatamente deliberada pelo plenário. 
Saber Direito
Processo Legislativo Regimental
27
O regimento do Senado disse que a fase de discussão dura 
cinco sessões. Após as cinco sessões da matéria pode entrar 
na ordem do dia para votação. 
Uma vez aprovada em primeiro turno a PEC, há um intervalo 
regimental chamado de interstício, antes de a matéria entrar 
novamente em votação no plenário em segundo turno. Na 
verdade, ela ainda a primeira discussão e depois em vota-
ção. Aí durante este segundo, podem novamente ser apre-
sentadas emendas de plenário pelos senadores assinadas 
cada uma delas por um terço da casa. No entanto, há uma 
limitação: apenas emendas de redação.
O que são emendas de redação?
São emendas que apenas aperfeiçoam a redação do texto. 
Corrigem alguma impropriedade, algum erro gramatical, mas 
não influenciam, não alteram um mérito, conteúdo, o sen-
tido do projeto. Havendo dessas emendas de plenário, no 
segundo turno, volta para a CCJ para dar um parecer sobre 
as emendas de plenário e depois vai para votação em segun-
do turno. Se não houver emendas de plenário no segundo 
turno, a matéria, após encerrado o prazo de discussão, pode 
ser desde logo votada em segundo turno no plenário. 
Depois que a matéria é votada em dois turnos, ela pode 
então seguir o seu destino.
Vejam: se em qualquer turno, a casa rejeita a PEC, ela é ar-
quivada porque está rejeitada. Para que ela seja considerada 
aprovada pela casa, ela precisa ser aprovada nos dois turnos. 
Em cada turno por três quintos dos senadores, 60% dos se-
nadores que, no Senado, são 49 senadores. 
Se a PEC é aprovada pelo Senado, caso ela tenha começado 
na Câmara, se o Senado aprovou na íntegra o texto, ela pode 
ser promulgada pelas duas mesas da Câmara e do Senado 
Saber Direito
Processo Legislativo Regimental
28
Federal. Não há remessa de PEC à fase de sanção ou veto. 
É bom lembrar que a fase de sanção ou veto, a deliberação 
executiva só ocorre para os projetos de lei, certo? Então ela 
pode ser promulgada. No entanto, se o Senado aprovou um 
texto diferente do que a Câmara tinha aprovado, a matéria 
tem que retornar à Câmara para que a Câmara concorde in-
tegralmente com o texto. No entanto, se a matéria começou 
no Senado, ela desde logo tem que ir à Câmara também para 
que a Câmara vote a matéria. 
O fato é: quando a PEC é aprovada na íntegra pelas duas 
casas na íntegra, ou seja, as duas casas concordaram com o 
mesmo texto, a matéria vai à promulgação.
Como ocorre a promulgação de uma PEC?
Segundo a constituição, ela é promulgada pelas duas mesas 
conjuntamente: mesa da Câmara e mesa do Senado Federal. 
Isso ocorre em uma sessão conjunta solene do Congresso 
Nacional, especialmente convocada para que ocorra a pro-
mulgação pelas duas mesas, das duas casas. E depois a ma-
téria vai à publicação e pode entrar em vigor. Então esse é o 
nosso rito especial da PEC.
[...] Música 
Saber Direito
Processo Legislativo Regimental
29
Quiz
As comissões do Senado analisa um projeto de lei em rito 
sumário:
A. Simultaneamente, enviando seus respectivos pareceres à 
mesa para deliberação do plenário.
B. Sequencialmente, valendo o parecer da última comissão 
em caso de pareceres divergentes.
C. Sequencialmente, enviando seus respectivos pareceres à 
Mesa para deliberação do plenário.
D. Simultaneamente, valendo o parecer da primeira comis-
são em caso de pareceres divergentes.
Resposta: letra “A”.
Vamos ver porquê. Nós vimos que no rito sumário, que é 
o rito de urgência constitucional, para maior agilidade do 
processo, as comissões analisam simultaneamente o projeto 
de lei. E conforme cada uma produz o seu parecer, eles são 
enviados à deliberação do plenário. São enviados à Mesa do 
Senado Federal para que o plenário delibere sobre o projeto.
Então as opções que dizem que as comissões apreciam o 
projeto de urgência constitucional sequencialmente estão 
erradas, certo? E por que? 
Porque a letra B também está errado? Porque em caso de 
parecer divergente, isso não obsta à análise do plenário. Não 
fica valendo o parecer nem da primeira nem a última comis-
são. A matéria vai ao plenário e o plenário decide qual é a 
posição que a casa dará sobre a matéria. 
Aliás uma observação interessante. Quando o plenário anali-
sa uma matéria, caso haja pareceres divergentes das comis-
Saber Direito
Processo Legislativo Regimental
30
sões, ele tem que optar, se vai aprovar ou rejeitar o projeto. 
Vamos supor que um projeto recebeu parecer pela rejeição 
de uma comissão e pela aprovação da outra comissão. O 
plenário pode, de repente, querer votar o projeto nos termos 
da comissão que o opinou pela sua aprovação. Caso em que 
esse parecer adotado. Pode também opinar pela rejeição 
do projeto nos termos do parecer da primeira comissão. Ou 
pode até adotar solução totalmente diversa, modificando 
o texto com novas emendasapresentadas, de repente, no 
substitutivo.
Uma coisa muito importante no Senado em relação à análise 
dos projetos de lei é a questão de aprovação de um substi-
tutivo. Em regra, o projeto de lei apressado/ apreciado em 
turno único no plenário, inclusive no caso de projeto de lei 
complementar, que nós vimos que na Câmara, quando a 
casa iniciadora é a Câmara, o projeto de lei complementar 
é apreciado em dois turnos no Senado. O projeto de lei é 
sempre apreciado em turno único. 
Mas há uma regra interessante que ocorre no caso de o 
plenário optar pela aprovação de um substitutivo no turno 
único. Caso a posição do plenário, num projeto de lei, seja 
pela aprovação de um substitutivo integral ao projeto original 
- lembrando o substitutivo é uma emenda que substitui todo 
o projeto – há a previsão de um turno suplementar para que 
os deputados os senadores votem novamente esse projeto 
de lei e confirmem que a casa quer realmente apresentar o 
substitutivo. É possível inclusive a apresentação de emendas 
ao substitutivo para que, se for o caso, algumas alterações 
sugeridas.
Quando há esse turno suplementar do substitutivo no Sena-
do, caso nenhum senador apresente emendas ao substituti-
vo, ele é considerado definitivamente aprovado sem votação. 
É um caso de turno que tem apenas discussão, mas não tem 
Saber Direito
Processo Legislativo Regimental
31
votação. No caso da Câmara, não há essa previsão de um 
turno suplementar em caso de adoção de substitutivo. Mas 
no Senado Federal há sim
Quanto a essa questão de aprovação de substitutivo, é im-
portante observação no caso do rito terminativo no Senado, 
o rito abreviado. No caso do rito abreviado, lembre-se que 
a última comissão, a comissão terminativa ela virá instância 
decisória em substituição ao plenário. Então também neste 
caso, vale a regra do turno suplementar. Caso haja aprova-
ção de um substitutivo pela comissão terminativa, se isso 
acontecer, é aberto um turno suplementar na comissão ter-
minativa. E neste caso qualquer senador, mesmo que não 
membro da comissão terminativa, pode apresentar emendas 
ao substitutivo. E após isso, o relator dessa comissão ter-
minativa, nessa última comissão, emitirá um novo parecer 
e haverá uma nova votação do projeto pela comissão. Da 
mesma maneira que no plenário, se na comissão terminativa 
não houver emendas ao substitutivo no turno suplementar, 
ele é dado como definitivamente aprovado sem votação.
Resumo
Então nós vimos o quê nesta aula?
Nós vimos os principais ritos regimentais que são adotados 
no Senado Federal: o rito ordinário para os projetos de lei, 
que vão ao plenário após a fase de comissão; o rito abreviado, 
que é o rito terminativo para os projetos de lei, principalmente 
de autoria do senador, que não vão ao plenário, após a fase 
de comissão, salvo se houver recurso de um décimo da casa. 
Lembrando que no rito terminativo no Senado a última co-
missão é considerada a instância decisória em substituição 
ao plenário, a chamada de comissão terminativa. Sendo as 
outras apenas comissões opinativas.
Saber Direito
Processo Legislativo Regimental
32
Então no rito terminativo no Senado, a última comissão, a 
posição da última comissão prevalece em caso de divergên-
cia com as comissões anteriores, certo?
Vimos também o rito sumário, aplicado os projetos de ur-
gência constitucional, que são sempre projetos de lei de au-
toria do presidente da república, que vem da Câmara e tem 
o Senado como casa revisora. O Senado têm 45 dias para 
votar a matéria e não se aplica aos projetos de código. É 
bom lembrar.
E também o rito especial da PEC, que é aquele rito que no 
Senado, a matéria passa apenas pela CCJ e depois vai a dois 
turnos de deliberação em plenário, em dois turnos. Cada um 
deles com aprovação de três quintos da casa.
Em relação à urgência constitucional, assim como foi falado 
na aula da Câmara, é bom não confundir urgência constitu-
cional, solicitada pelo presidente da república, com a urgên-
cia regimental, solicitada pelos senadores para quaisquer 
matérias. A urgência regimental permite que uma matéria 
saia da fase de comissão e vá direto para o plenário para 
votação. Então os senadores é que solicitam, requerem in-
ternamente essa urgência regimental.
Já na urgência constitucional, é o presidente que solicita para 
os projetos de lei de sua autoria. A urgência constitucional, 
como o nome já diz, é prevista na constituição. A urgência 
regimental, como o nome também já diz, é prevista nos regi-
mentos internos das casas. E quando a matéria, em urgência 
regimental vai ao plenário, no Senado, ocorre uma particula-
ridade em relação à apresentação de emendas de plenário.
Nós vimos que no Senado, as emendas de plenário, de um rito 
ordinário, por exemplo, ocorre antes mesmo da matéria entrar 
Saber Direito
Processo Legislativo Regimental
33
na ordem do dia, ou seja, as emendas de plenário são apresen-
tadas antes da sessão plenária. E na sessão plenária, não haverá 
apresentação mais dessas emendas. Mas quando o projeto está 
em rito de urgência, urgência regimental é possível apresentar 
emendas de plenário durante a discussão o plenário. 
Então o regime de urgência regimental no Senado é utilizado 
não só para retirar uma matéria das comissões e remetê-la 
diretamente ao plenário, mas também para uma matéria 
que, às vezes, já está na fase de plenário, mas para as quais 
o senador quer apresentar emendas durante a discussão ple-
nária porque o prazo de cinco dias úteis do prazo regimental 
já passou, já foi inspirado. Então esse é um outro exemplo. 
A questão da urgência regimental no Senado 
Então essa foi a nossa aula 3 do programa Saber Direito 
com o Curso de Processo Legislativo Regimental.
Nesta aula nós vimos quais são e como se desenvolvem os 
ritos regimentais no Senado Federal.
Na próxima aula, nós vamos falar do rito regimental especial 
das medidas provisórias. Um tema muito importante e que é 
muito recorrente no Senado Federal e também na Câmara 
dos Deputados.
Até lá.
Saber Direito
Processo Legislativo Regimental
34
CONTATOS
Sugestões de temas para Saber Jurídico 
E-mail : saberdireito@stf.jus.br.
Whatsapp: (61) 99260-6116
Youtube: https://www.youtube.com/channel/UC0qlZ-
5jxxueKNzUERcrllNw
Acesse:
http://tvjustica.jus.br/

Continue navegando