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Microbiologia - Micobactérias e fungos

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Caderno de microbiologia II
Aula 29.01 - Micobactérias
Micobactérias
As micobactérias são bacilos (bastonetes) aeróbios acidorresistentes, e são, praticamente, as únicas bactérias acidorresistentes.
O termo acidorresistente refere – se à capacidade de um organismo reter o corante carbolfucsina, apesar do tratamento subsequente com uma mistura etanol-ácido clorídrico.
O elevado teor de ácidos micólicos (aproximadamente 60%) de sua parede celular torna- as acidorresistentes.
Notícias apresentadas em aula 
· Casos de infecção hospitalar registrados em mulheres que implantaram prótese de silicone (Mycobacterium abscessus). 
Características importantes sobre o gênero
· BAAR (Bacilo Álcool – ácido Resistentes) = Dificulta a digestão intracelular pelos macrófagos e a ação de anti- sépticos. 
Além disso, a parede celular hidrofóbica (presença de ácidos micólicos) dificulta o tratamento;
· Grande parte das micobactérias (tuberculosas) apresenta crescimento LENTO. Entretanto, algumas micobactérias NÃO tuberculosas de crescimento RÁPIDO são uma grande preocupação da infecção hospitalar, já que são oportunistas quando inoculadas diretamente no organismo por feridas traumáticas ou por materiais cirúrgicos contaminados. 
Podemos dividir as micobactérias em dois grandes grupos:
· Tuberculosas
Mycobacterium tuberculosis
Mycobacterium bovis
Mycobacterium africanum
Mycobacterium canetti
Mycobacterium pinnipedii
Mycobacterium caprae
· Não tuberculosas
Tuberculose-Mycobacterium tuberculosis
O Mycobacterium tuberculosis é um organismo aeróbio obrigatório; isso explica sua preferência em causar doença em tecidos altamente oxigenados, como o lobo superior do pulmão e os rins.
A micobactéria possui capacidade de sobreviver mesmo dentro de um macrófago. Trata-se de uma bactéria sem toxinas, adesinas e poucos fatoresde virulência, mas que consegue infectar mesmo os imunocompetentes. Isso se dá graças ao mecanismo de escape da digestão intracelular dos macrófagos que ela tem.
A estratégia tomada pelo organismo é o isolamento físico, de forma que migram várias células inflamatórias para cercar os macrófagos infectados. Assim, forma-se um granuloma, guardando no tecido. Se o sistema imune tender a uma resposta capaz de conter a micobactéria, temos que o granuloma irá conseguir destruir a bactéria. Ou seja, o indivíduo pode ser infectado e não apresentar sintomas, já que a doença foi contida.
Outras pessoas podem não conseguir conter a micobactéria, no entanto. Nelas, temos destruição tecidual, de forma que o a micobactéria se espalha enquanto faz isso, fazendo com que os sintomas se apresentem e a doença ativa seja desenvolvida.
A tosse sanguinolenta se dá pelo rompimento dos alvéolos, que possui grande irrigação capilar ao seu redor.
Portanto, a necrose da região é uma defesa do organismo, para tentar conter a micobactéria.
E devido à proximidade com os capilares sanguíneos, é fácil para que o quadro evolua para uma bacteremia, levando a um quadro de tuberculose extrapulmonar.
Um retorno rápido na clínica ao paciente é o teste do escarro, que fará uma coloração de Ziel Niehlsen, fazendo uma baciloscopia, procurando o bacilo. Em poucas horas já é possível achar, ou não, o causador da tuberculose.
Diagnóstico
Atualmente, há uma máquina que testa o escarro do paciente em pouco tempo, à procura de bactérias resistentes a rifampicina. Assim, temos uma terapêutica mais rápida e mais eficaz.
O teste do PPD ou da Tuberculina também é outra maneira diagnóstica, feita pela reação de hipersensibilidade. Nele é injetado o epítopo com receptores da bactéria. Se após uns dias um caroço for formado, pode ser que o indivíduo esteja ou não infectado com tuberculose.
O teste cutâneo é, portanto, avaliado medindo-se o nódulo (5 mm ou mais é positivo). 
Observa-se que deve ser encontrado intumescimento (espessamento), e não apenas eritema (vermelhidão).
· O resultado positivo comprova a reação inflamatória (macrófagos e linfócitos).
A RESPOSTA É CELULAR, E NÃO HUMORAL
· Hipersensibilidade tardia
É aquela que ocorre em dias após o antígeno ter desencadeado a resposta. Ela não se deve a imunoglobulinas, mas a células do sistema imune. 
Ele pode ter a bactéria, estar formando um granuloma, dessa forma estando na forma latente da doença, de forma que ele não está apresentando sintomas e continua transmitindo ao ambiente e às pessoas próximas. O indivíduo pode estar também ativamente doente, ou pode já ter tido a doença e hoje está curado.
A AIDS também está relacionada à tuberculose, de forma que as pessoas que estavam em infecção latente tiveram piora rápida quando o indivíduo estava com AIDS.
As bactérias desse gênero que crescem bem a 37ºC são geralmente as capazes de infecções profundas, como a tuberculose ou uma bacteremia.
Um paciente com suspeita de lepra teria que ter um exame com a amostra abaixo de 37ºC, mas não há como pedir isolamento de Mycobacterium leprae, pois não existe meio de cultura para tal. É obrigatório então o uso de animais como método diagnóstico.
Possível história da infecção no caso apresentado 
Micobactérias não formam endósporos e nem apresentam muitos fatores de virulência, então o que explica a contaminação?
Se as próteses utilizadas nas cirurgias tivessem sido lavadas com água corrente, onde habitam micobactérias, facilitaria a contaminação. 
OU
Se os materiais utilizados já viessem contaminados desde os produtores. 
· Além disso, a gravidade da doença se deu porque, após a infecção, quando fagocitado, o microrganismo “escapa” da digestão intracelular e se multiplica dentro do macrófago, até o rompimento deste e a consequente liberação de mais microrganismos, aumentando cada vez mais a infecção.
Lepra/Hanseníase/Doença de Hansen
A infecção é adquirida por contato prolongado com pacientes acometidos por hanseníase lepromatosa, que expelem grande número de M. leprae nas secreções nasais e a partir das lesões cutâneas.
O microrganismo replica-se intracelularmente, em geral no interior de histiócitos cutâneos, endoteliais e células de Schwann. O dano nervoso na hanseníase é o resultado de dois processos – dano causado pelo contato direto com a bactéria ou dano causado pela resposta imune celular nos nervos.
A característica principal da lepra é a lesão na pele. A doença também é granulomatosa.
A hanseníase pode apresentar as seguintes formas:
· Forma clínica virchowiana (lepromatosa – grave)
Imunidade celular baixa = Índice baciloscópico alto = Imunidade humoral alta.
· Forma clínica borderline (intermediário)
Meio termo e a maioria dos casos. Semelhante a outras doenças.
· Forma clínica tuberculóide (forma leve)
Imunidade celular alta = índice baciloscópico baixo = Imunidade humoral baixa. 
· Teste de lepromina ou teste de Mitsuda
· Imunidade celular (IC) é inversamente proporcional ao índice baciloscópico (IB). 
As células (macrófagos e linfócitos) estão “ganhando”, por isso a doença é mais leve.
Diagnóstico
Na hanseníase lepromatosa, a presença dos bacilos pode ser facilmente demonstrada realizando-se uma coloração acidorresistente das lesões de pele ou dos raspados nasais. Macrófagos repletos de lipídeos, denominados
“células esponjosas”, que contêm muitos bacilos acidorresistentes, são observados na pele. 
Na forma tuberculoide, são observados poucos microrganismos e o aparecimento de granulomas típicos é suficiente para o diagnóstico.
Aula 05.02 - Casos clínicos 
Caso 1 
Paciente adulto, 28 anos, viajou para o continente asiático há uns dois meses.
Relatou aparecimento de lesão, que foi aumentando ao longo dos dias e, mesmo após a utilização de pomadas antibióticas, não houve melhora. 
No que pensar e o que fazer?
· Solicitar leucograma
Infecção viral = alteração no número de linfócitos.
Infecção bacteriana = alteração no número de leucócitos. 
· O paciente viajou para o continente asiático, então é importante a epidemiologia ser considerada, pois o caso pode ser exógeno. 
· As infecções por bactérias comuns geralmente são agudas, então é importante a informação do tempo. 
Demorou dois meses para issoacontecer = Suspeite de micobactéria. 
A utilização de pomadas antibiotóicas pode indicar resistência da bactéria caso não funcione. Para esse caso, talvez possa não ser uma bactéria. (Leishmaniose cutânea também faz lesões cutâneas, por exemplo).
· Solicitar Biópsia
O material para biópsia foi coletado da borda da lesão e do linfonodo próximo que estava infartado, utilizando punch.
A lâmina apresentará, talvez, macrófagos infectados. 
Lâmina (em aumento de 1000X):
É Necessário destacar – Aumento de 1000x = SÓ PODE SER BACTÉRIA 
RESULTADO: É possível ver o núcleo do macrófago, e o citoplasma repleto de bacilos. 
Ainda temos uma infecção latente, pois a bactéria está se multiplicando dentro dele.
Ressalta-se que a coloração é Ziehl Nielsen!
Diagnóstico – Micobactéria de crescimento rápido. 
Caso 2
Senhora, 62 anos, cria dois gatos, sendo um deles recentemente trazido para casa. 
O novo animal apresentava uma pequena lesão no plano nasal e, a paciente, na tentativa de tratar o animal, foi mordida enquanto passava um gel no animal. Algumas semanas posteriores ao acidente, essas lesões gomosas começaram a aparecer.
Diagnóstico – Esporotricose. 
Típica infecção cutânea causada por fungo (Complexo Sporothrix spp) e muito relacionada com gatos, especialmente os em situação de rua. 
· Esse fungo ascende pelo sistema linfático, o que resulta nessas lesões características. 
Lâmina para confirmação (aumento de 400 X)
É Necessário destacar – Aumento de 400X, bem menor do que no caso das bactérias.
Visualiza-se na lâmina, portanto, macrófagos cheios de leveduras (fungos unicelulares).
Introdução a micologia 
Micologia – Derivação do grego “mykes” – fungo e “logos” – estudo.
Fungo – Origem do latim, em grego “Sphongous” – tipo esponja. 
· Grupo robusto, com vários representantes em todos os nichos da terra. 
· O maior organismo da terra é um fungo Armillaria ostoyae.
Aula 12.02
Fungos
· Visíveis – Pluricelulares
· Não visíveis – Unicelulares.
Fungo filamentoso ou pluricelular
Ex: Penicillium roqueforti
· Micélio vegetativo (conjunto de hifas);
· Micélio reprodutivo (corpo de frutificação).
Fungo leveduriforme ou unicelular 
Ex: Candida albicans ou fungo causador do “sapinho”.
· É uma espécie de fungo que causa, oportunamente, alguns tipos de infecção oral e vaginal nos seres humanos. 
· Fungos em geral atuam de forma oportunista 
As infecções causadas por fungos emergiram como uma das principais causas de morte em pacientes com algum tipo de imunodeficiência. Além disso, um longo período de utilização de antimicrobianos também pode facilitar a colonização fúngica, principalmente pela microbiota normal destruída = Ausência de competição bacteriana
· A diferença nos tamanhos das células é importante, pois ao fazermos uma lâmina, vemos fungos muito bem devido ao tamanho maior deles. A terapia muda imediatamente, e de maneira relativamente fácil.
EX: Um fungo pode ser visto em uma objetiva de 40x, já uma bactéria pode ser vista em uma objetiva de 100x.
Ao se estudar fungos, entramos no grupo dos eucariotos. São genealogicamente mais parecidos com a célula animal do que a célula vegetal, diferentemente de como era pensado anteriormente.
A aplicabilidade de fungos é vasta, já que sua digestão é extracelular, então as suas enzimas são produzidas e lançadas no ambiente. Assim, é fácil coletar a enzima e purificar para uso médico ou até industrial.
A lesão micótica, por exemplo, é descamativa, pois o fungo lança suas enzimas no tecido. 
Você sabia? O cogumelo é o aparelho reprodutor do fungo.
A micologia médica abrange outros seres vivos que não são fungos, mas
causam quadros parecidos com micose. Ex: Actinomicetos aeróbios e anaeróbios (Monera), algas (Protozoa) e protista aquático.
O fungo jamais terá clorofila, não é um agente fotossintetizante.
Por que um fungo não é classificado como Bactéria?
· Organização celular – Diferentemente das bactérias, os fungos apresentam núcleo organizado.
· Parede celular – Diferentemente das bactérias, que apresentam parede celular de peptídeoglicano, os fungos apresentam parede celular constituída de quitina e polissacarídeos.
· Tamanho – Os fungos são bem maiores que as bactérias, essa diferença é fundamental para um reconhecimento histológico. 
Por que não estariam classificados junto com plantas?
· Aclorofilados – Diferentemente dos vegetais, os fungos não são organismos fotossintetizantes. Pelo contrário, são totalmente heterotróficos.
· Parede celular – Diferentemente dos vegetais, que apresentam parede celular de celulose, a parede celular dos fungos é composta por quitina e polissacarídeos. 
· Armazenamento de glicose – Os vegetais armazenam amido. 
*** Essas são algumas comparações que aproximam os fungos dos animais.***
Quais características um fungo compartilha com a célula animal?
· Eucariotos.
· Heterotróficos.
· Parede celular de quitina – Semelhante ao exoesqueleto de quitina dos insetos.
· Armazena glicogênio. 
Por isso que existem menos antimicrobianos antifúngicos do que antibacterianos, uma vez que ambas são muito parecidas existindo menos sítios alvos para afetar apenas o fungo (toxicidade seletiva). Além do mais, não é recomendado tomar antifúngico com pequenos intervalos de tempo uma vez que são tóxicos para as células humanas (hepatotóxicos).
Todos os fungos são heterotróficos/quimiorganotrófico porque são aclorofilados. Tendo sua fonte de carbono e energia por compostos orgânicos
· Curiosidade – Protetocose = Doença causada por alga (Reino protista), que possui parede celular de celulose.
Mas o que são fungos?
Fungos são um grupo monofilético de organismos que mostram um ancestral e uma história evolutiva comum, e consequentemente muitas características comuns. São esses os "fungos verdadeiros", sendo eles os Eumycotas.
OBS: Todos os filos terminam com mycota.
Ex: Ascomycota, Basiodiomycota, Zygomycota, Glomeromycota e Chytridiomycota.
Desses 5 filos, 3 são de importância médica: 
· Zygomycota;
· Basiodiomycota 
· Ascomycota.
São eles fungos patogênicos e oportunistas de maior relevância médica.
· Além dos Eumycota (fungos verdadeiros), existem os organismos “like- fungi”
Os fungos possuem dimorfismo sexual (fase sexuada e fase assexuada) com aparências diferentes em cada fase.
Para colocarmos o fungo em determinado filo, é necessário que se conheça os mecanismos durante ambas as fases sexuada e assexuada dele.
O filo Deuteromycota é um grupo artificial, no qual colocam-se os fungos
que a fase sexuada não é conhecida. São, portanto, fungos mitospóricos
(só fazem mitose) ou anamorfos (somente possuem fase assexuada) ou
imperfeitos (que não conseguem ser classificados nos outros filos devido ao
desconhecimento da fase sexuada). Ao passo que se descobrem essas fases sexuadas, o fungo é reclassificado para o filo adequado. Contudo, esse filo tem tendência de ser extinto porque a biologia molecular permite que se faça o sequenciamento genético e o fungo seja encaixado no filo com o qual tenha mais semelhança
Elementos teleomórficos do fungo
· Estruturas formadas durante a fase sexuada do fungo.
Elementos anamórficos do fungo
· Estruturas formadas durante a fase assexuada do fungo. 
Obs: É possível que o fungo tenha nomes diferentes dependendo de qual fase ele se encontra.
Mas e os fungos falsos? Os like- fungi?
Os like- fungi são organismos que mostram muitas características comuns dos fungos, mas NÃO POSSUEM um ancestral e história evolutiva comum.
· Também podem ser patogênicos.
· Muitos deles não possuem parede de quitina, atrapalhando a terapêutica.
Casos apresentados em aula – Pneumonia fúngica
· Foi realizada uma lavagem brônquica, que resultou nas imagens a seguir. 
Placa 1 – Apresenta mais de uma espécie de fungo do tipo filamentoso. Provavelmente ocorreu contaminação depois da coleta ou contaminação pela própria microbiota;
Placa 2 – Apresenta apenas uma espécie de fungo leveduriforme. É mais provável que seja o causador da pneumonia fúngica.
Características gerais do reino
· Todos os fungos são organismos HETEROTRÓFICOS (saprófitas, parasitasou mutualistas);
· Apresentam células eucariontes.
· Maioria dos fungos é do tipo filamentoso. O que apresenta mais vantagens – Morfologia adaptativa para aumentar a área superficial.
Hifas Septadas – Fungos que apresentam septos dividindo as células
Hifas cenocíticas ou asseptadas – Fungos que não apresentam septos dividindo as células.
O corpo ou talo vegetativo é chamado de micélio, cuja função é absorver nutrientes para gerar energia empregada no crescimento e reprodução. O micélio é composto por numerosas hifas. Temos dois tipos de micélio:
· Micélio vegetativo – Desenvolve-se no interior do substrato (debaixo da terra), atuando como elemento de sustentação e de absorção de nutrientes. 
· Micélio aéreo: micélio diferenciado, projeta -se na superfície, crescendo acima do meio de cultivo. 
Obs: O micélio aéreo pode se diferenciar em algum ponto em micélio reprodutivo, onde são formados os esporos, também chamados de propágulos, que são de origem sexuada ou assexuada. O micélio reprodutivo é fundamental para determinar o filo do fungo. 
Por que isso pode ser importante?
Pacientes infectados com fungos de hifas cenocíticas, o material interior extravasa se houver rompimento, e o exercício do exame não irá ser feito, pois o fungo morrerá. 
Já nas hifas septadas, o corte pode ser feito, pois as células são pequenas, então pelo menos sabe-se que seu conteúdo de uma das células permanece intacto para examinação.
Estruturas de resistência, de propagação ou de fixação
O micélio vegetativo filamentoso pode também formam estruturas especializadas:
· Clamidósporo ou Clamidoconídios
Estrutura de resistência em que células da hifa se diferenciam em uma estrutura arredondada de parede espessa, com reserva de glicogênio e normalmente com coloração. Essas características resistem aos fatores abióticos estressantes (como falta água, nutrientes e temperaturas não favoráveis) e pode permanecer no ambiente por um longo período. Portanto, sendo um esporo de resistência produzido assexuadamente. Ocorre apenas em hifas septadas.
· Artroconídio
Conídios formados pela modificação da célula da hifa, fazendo a fragmentação da célula em elementos retangulares, e, posteriormente, liberados pela fragmentação ou lise das células disjuntoras.
Neles temos deposição de quitina entre as células, que torna a hifa friável, ou seja, fácil de quebrar. Isso ajuda na dispersão, permitindo que novos fungos sejam germinados.
Ex: Coccidioides immitis = É um fungo extremamente virulento, sendo uma infecção disseminada, se manifestando de dentro para fora.
Aula 19.02 – Continuação de micologia
Estrutura da célula fúngica (eucariótica)
Podem possuir um só núcleo – leveduras;
Ou mais de um (multinucleados) – fungos filamentosos.
· Um fungo se origina de uma única célula ou de um fragmento de hifa.
Parede celular
· Formada por quitina 
Parede celular rígida formada de açúcares, o que ajuda a manter a pressão osmótica.. Isso é importante no tratamento, tal que os medicamentos de nova geração antifúngicos são as ecnocandinas, que inibem a síntese de outros açúcares que compõem a parede celular do fungo, afetando a estrutura da parede. Assim como as bactérias e os beta-lactâmicos, perde-se o equilíbrio osmótico e o fungo morre por lise.
– Outros componentes da parede celular
· Celulose;
· Beta 1-3 glicano.
Membrana plasmática
Presença de Ergosterol. Diferentemente da humana, que tem o colesterol. Logo, é um sítio que não afetaria a célula humana, já que a membrana fosfolipídica é comum aos dois. Sem o ergosterol, a membrana do fungo fica extremamente fluida e o fungo morre.
· A anfotericina B se liga ao ergosterol, formando um canal hidrofílico, um poro, na membrana, fazendo com que ela morra por lise também. Esse medicamento é utilizado dentro de hospitais para tratamento de infecções fúngicas graves.
Cápsula polissacarídea
Ex: Criptococcus neoformans
· É transmitido pelos pombos. Trata-se de uma levedura que tem tropismo pelo SNC, ou seja, "gosta" de causar meningite fúngica. O Criptococcus também causa lesões cutâneas. 
· Se a meningite fúngica for adquirida no hospital, é a Candida albicans.
· Se o paciente chegou com a meningite já, pensar em Criptococcus neoformans. Para certificar-se do diagnóstico, fazemos uma punção liquórica, corando-se com nanquim/tinta da China. Isso é importante porque cora o fungo, deixando a cápsula evidente.
· A cápsula é importante para dificultar a fagocitose. 
Sistema reprodutivo dos Fungos
· Fragmentação do Talo
Os fungos podem se reproduzir de forma assexuada pelas hifas, crescendo exatamente o mesmo indivíduo que aquele que liberou a hifa. Ou seja, o pedaço da hifa vegetativa dará origem ao novo indivíduo.
· Esporo
Elemento uni ou pluricelular, de origem assexuada (quando são formados por reprodução assexuada) ou sexuada (quando são formados pela união de células com caráter sexuais), são formadas nas hifas reprodutivas, altamente especializado, capaz de resistir às condições adversas e de germinar em meio favorável, garantindo assim a propagação dos fungos.
Os esporos sexuados e assexuados podem ser formados no interior ou fora de estruturas do micélio reprodutivo, sendo chamados respectivamente de
endósporos ou ectosporos.
· Os ectosporos de origem assexuada são denominados de conídios e são formados na extremidade de hifas especiais, os conidióforos, não são alojados em nenhuma estrutura, desse modo são produzidos e lançados imediatamente ao meio.
· Os ectosporos sexuados são formadas na extremidade de uma hifa denominada de basídio e são denominados de basidiósporos.
 
· Os endósporos assexuados de fungos filamentosos que possuem hifas cenocíticas originam-se em estruturas denominadas de esporângios e são denominadas de esporangiosporos. Quando temos a ruptura do esporângio, os esporos são liberados. 
 
· Os endósporos sexuados são denominados de ascóporos e são formados no interior de células especiais, os ascos. 
Nos cogumelos, os esporos ficam nas lâminas inferiores ao "chapéu", sendo lançados para o ambiente.
· Dificilmente o fungo fará reprodução sexuada no paciente.
A função do esporo não é de resistência como o endósporo bacteriano, é de reprodução sempre.
Fase assexuada – Anamórfica – Diferenciação da hifa vegetativa. Ex: conídeo, esporangiósporos. 
Fase sexuada – Teleomórfica – Fusão de corpos com caráter sexual. Ex: ascósporos e basidiósporos. 
Divisão morfológica dos Eumycotas
Do ponto de vista morfológico, os Eumycotas podem pertencer a 3 grandes grupos.
· Mofos ou fungos filamentosos – Indivíduo pluricelular (peludos,
pulverulento ou aveludado), aparece único (1 indivíduo) e é quem aparece em comidas e roupas. Formam colônias visíveis a olho nú com grande variedade de pigmentos
· Levedura – Colônia de unicelulares, aparece em colônia, microscópico de aspecto cremoso, pastoso.
· Cogumelos – Englobam somente os Basiodiomycota.. Não são todos os fungos que formam cogumelos. São filamentosos e o cogumelo é o aparelho reprodutor. Possuem aspecto fofo. 
Colônia de Bactérias X Colônia de Leveduras
· Aspecto
Bactérias – Cremoso; Viscoso; Brilhante 
Fungos – Pastoso; Granuloso; Fosco. 
Fungos leveduriformes ou não filamentosos
Existem fungos que não são filamentosos e sim unicelulares.
Exemplos: Candida albicans, Saccharomyces cerevisiae
Esse tipo de fungo cresce em colônias, sendo observados em lâminas.
Sapinho/Candidíase Oral
Infecção por Candida albicans, mais comum em crianças, devido ao sistema imune ainda em formação e também porque a boca delas costuma a ser mais ácida devido ao leite e também devido à má higienização. Sendo assim, como os fungos preferem um PH mais ácido para a sua reprodução, esses fatores são favoráveis para sua colonização.
Para um paciente adulto que apresente um grau de candidíase oral maior, é importante investigar o sistema imunológico, necessitando de teste de HIV. Pode ocorrer em menores proporções por disbiose devido ao uso de antibióticos ou corticóides, ou em pacientes transplantados. Resumindo, tomar cuidado com imunodeprimidos, já que é um fungooportunista.
· As colônias são pastososas ou cremosas. Podem ter forma arredondada ou ovalada, além de poder se reproduzir por brotamento.
Reprodução por brotamento
Pequenas protuberâncias laterais surgem da célula mãe, que crescem e separam da mesma originado um novo indivíduo. 
Enquanto o broto surge, o núcleo da célula-mãe divide-se e um migra para dentro do broto. A diferença dessa maneira reprodutora da fissão binária é a preservação da célula mãe e também porque não gera duas células idênticas. 
· Obs: Levedura Mickey Mouse – Paracoccidioidomicose. 
 
Pseudo – hifa
Algumas leveduras crescem os brotos, no entanto, eles não se desprendem. Isso caracteriza uma pseudo-hifa, pois vê- se uma célula ligada à outra e também porque a sua forma arredondada é modificada, ficando alongada e lembrando um fungo filamentoso. 
O conjunto de pseudohifas é um pseudomicélio. 
· Essa estrutura é um fator de virulência, pois consegue se fixar ao tecido e dificulta a fagocitose. A forma maior altera seus antígenos de superfície, conseguindo aderir ao tecido.
A pseudo-hifa pode se manifestar nos casos de candidíase oral, na qual os fungos formam a pseudo-hifa para sua fixação no tecido.
Fungos dimórficos = Duas formas
Não confundir com dimorfismo sexual (quando ele possui estruturas assexuadas e sexuadas).
Nesse caso, ele varia conforme seu ambiente, podendo ser tanto leveduriforme quanto filamentoso.
Ex: Paracoccidioides brasiliensis
É um fungo patogênico, atinge tanto imunocompetentes quanto os deprimidos.
· Em temperaturas de 23ºC, ele está em forma de micélio. Aos 37ºC, encontra- se em forma de levedura. 
Isso relaciona- se com o ambiente porque essa temperatura mais elevada é mais adequada para adquirir um hospedeiro, e nele a forma mais vantajosa para disseminação é a levedura. Ademais, dentro do hospedeiro o fungo perde a necessidade das várias estruturas de manutenção que ele tinha, já que no hospedeiro lhe são oferecidos nutrientes, água, etc. Há energia sendo poupada quando ele não terá essas estruturas de micélio.
· Obs: Todos os fungos patogênicos terão a forma de levedura no paciente, exceto a Candida que quando causa a doença está na forma de micélio e quando está na forma comensal é uma levedura
Classificação dos fungos
Fungos Falsos ou Organismos Like- Fungi
Fungos verdadeiros são todos os que são originados a partir do mesmo ancestral, possuindo características comuns. Fungos falsos, entretanto, não compartilham o mesmo ancestral.
· A característica comum a ambos é que emitem esporos. Não mais!
Recentemente, tudo mudou, tal que dentro do grupo dos organismos like- fungi, temos dois filos importantes: Oomycotas e os Hyphochytriodiomycota.
Esses indivíduos são unicelulares, com parede celular com celulose. A maioria deles são organismos aquáticos.
A importância da ausência da quitina e dos beta-glucanos é o tratamento, uma vez que não se trata organismos like- fungi com antifúngico. Isso ocorre, pois eles não terão os sítios alvo das ecnocandinas, medicamentos cujo alvo é a parede celular de quitina do fungo.
Pitiose
Pythium insidiosum (oomycota)
Comum no Pantanal, região alagada, já que são organismos hidrofílicos.
Infecção ocorre por traumatismos na pele, ou por submersão do membro na água por muito tempo (alteração da permeabilidade), causando a Pitiose.
Uma ingestão dessa água ou de plantas contaminadas podem levar ao desenvolvimento da doença gastrointestinal.
Em uma lesão causada por Pythium, temos a formação de kunkers, pontos enegrecidos que conterão exsudato. São massas irregulares que se destacam nas lesões, possuindo coloração branco amarelada e constituindo ótimo material para o isolamento em ágar
Rinosporidiose
Rhinosporidium seeberi (antigo hyphochytriodiomycota) 
Pertencia ao filo Hyphochytriodiomycota, mas agora é considerado protozoário devido aos testes feitos em biologia molecular. 
· A micologia médica abrange bactérias, parasitas e algas que causam casos parecidos com micoses, embora não sejam fungos.
Causa a rinosporidiose, formando um pólipo pedunculado em mucosas, como nos olhos, na faringe, etc.
O modo presumido de infecção é por epitélio de mucosas nasais e oculares traumatizados. Existe também transmissão aérea, em áreas empoeiradas e com frequentes tempestades de areia, que já foram relatadas.
Caracteriza-se por uma massa poliplóide pediculada, que pode ser lobulada a partir do mesmo pedículo. 
É de superfície irregular, avermelhada (morango), bastante friável e salpicada de pontos brancos que são os cistos maduros.
 
Fungos verdadeiros
· Quitridiomicetos
· Zigomicetos
· Mucorales
· Entomophtorales
· Ascomicetos
· Basidiomicetos
Quais são as características diferenciais entre os fungos?
· Tipo de esporo
· Flagelado (zoósporo) – Quitridiomycota
· Não Flagelado – Zygomycota, Ascomycota e Basidiomycota
· Tipo de hifa
· Cenocítica – Zigomicota
· Septada – Ascomycota e Basidiomycota. 
· Estruturas de fase sexuada – Cogumelo/Basidiocarpos = Formados apenas por basidiomicotas, sendo essa a forma de diferenciação dos ascomicotas.
A maioria dos Deuteromycotas são asco ou basidiomicotas, pois a diferenciação entre eles é a fase sexuada, que é desconhecida para os organismos que estão nessa categoria.
¹Zigósporos: duas hifas se encontram e criam uma estrutura externa, os zigósporos, que quando germinado sofrerá meiose.
Zigomycotas
São fungos com micélio cenocítico. Os representantes desse filo podem ter reprodução sexuada pela formação de esporos denominados zigósporos, dentro de estruturas denominadas de zigosporângios ou assexuada com a formação de esporangiosporos no interior de esporângios. 
Os fungos de interesse médico são grupos principalmente nas ordens Mucolares e Entomophthorales.
As zigomicoses causadas pela ordem Mucorales são infecções fúngicas de caráter oportunista e raro. Alguns gêneros a serem conhecidos são:
· Mucorales sp (Mucormicose)
Possui afinidade pelo endotélio, causando um quadro agressivo e com mortalidade alta em pacientes imunodeprimidos e diabéticos do tipo mellitus
(devido à cetoacidose). 
Destroem o tecido em alta velocidade. Suas formas clínicas são rinocerebrais, pulmonares e gastrointestinais, podendo haver comprometimento cutâneo e subcutâneo secundário à doença sistêmica ou primário sobre lesões pré-existentes (tal como queimados e imunodeprimidos). Não são fungos de tratamento fácil, pois não respondem bem aos antifúngicos tradicionais.
 - Rhizopus oryzae. 
· Rhizopus spp – fungo do pão de forma
· Rhizomucor spp
· Absidia spp
Já as Entomoftoromicoses são zigomicoses causadas pela ordem Entomophtorales subcutâneas e mucocutâneas raras, ocorrendo em indivíduos imunocompetentes, geralmente a implantação é por trauma ou inalação. 
Conidiobolomicose
· Um exemplo é o Conidiobolus coronatus, que causa a Conidiobolomicose, comum nas regiões Norte e Nordeste. 
 Acomete principalmente homens de 15-45 anos, pois são os mais expostos ao ambiente de infecção. 
É em geral bilateral e assintomática, causando face edemaciada e dura à palpação. A disseminação hematogênica é rara. O tratamento é de difícil reversão, pois causa muitas sequelas no organismo, necessitando de intervenção cirúrgica para remover as lesões e deformidades causadas.
Basidiobolomicose
· Temos também a Basidiobolomicose, que é causada pelo Basidiobolus spp, que afeta principalmente crianças de até um ano, com frequência maior no sexo masculino. Temos acometimento unilateral de membro superior e inferior.
Ascomycotas
É o maior filo do Reino Fungi, com cerca de 32.000 espécies. Algumas são de importância na produção de alimentos e antibióticos, com Saccharomyces e Penicillium. Representam também as leveduras.
Suas hifas são septadas, possuindo formação de esporos assexuados externos denominados de conídeos, formadas pelo conidiósporo. Já seus esporos sexuados, denominados ascósporos, são formados dentro de sacos, denominados ascos, que são sustentados pelos ascocarpos.
· Cleistotécio – Ascocarpo globoso, não ostiolado, contendo em seu interior ascos com ascósporos, dispersos aoacaso
· Peritécio – Ascocarpo ostiolado em formato de pêra, possuindo um ostíolo, canal por onde os esporos saem.
· Apotécio – Ascocarpo aberto em forma de taça.
As três principais classes de Ascomycota são:
· Euascomycetes – Maioria dos fungos filamentosos, produtores de esporocarpos. 
· Saccharomycetes – Verdadeiras leveduras.
· Archiascomycetes – Inclui espécies de leveduras Like- Filamentosas, que talvez produzam esporocarpos.
· Pneumocystis carini ou Pneumocystis jiroveci
Predominantemente unicelulares, sem verdadeira parede celular. Algumas espécies apresentam quitina. São extremamente oportunistas, se manifestando em pacientes com HIV, causando pneumonia.
Basidiomycotas 
É o famoso cogumelo, tal que o basidiocarpo sustenta a estrutura que dá origem aos esporos externos. Abaixo do "chapéu" temos várias lâminas, que
terão os basidiósporos na extremidade. 
É o segundo maior filo, correspondendo a 23.000 espécies.
Comestíveis – Agaricus bisporus (Champignon)... Cerca de 600 espécies comestíveis.
· Não comer os coloridos, porque eles são venenosos!! 
Podem existir também cogumelos que produzirão substâncias alucinógenas. Ademais, são produtores secundários de antibióticos e os principais decompositores de lignina e celulose.
· Possui hifas septadas e septos perfurados com doliporo. Eles distinguem- se dos outros fungos pela produção de basidiósporos, esporos sexuados externos que se formam na ponta de uma estrutura denominada de basídio.
· Seus esporos assexuados externos são os conídios formados pelos condíosforos.
Basidiomicetos Famosos na Clínica
Se esses fungos são leveduras, como eles formam cogumelo?
· Criptococcus neoformans e C. Gatti – Levedura capsulada (que possui cápsula mucopolissacarídica) e é causadora de meningite.
Pode apresentar dimorfismo sexual (não confundir com fungos dimórficos). 
· Em sua fase assexuada (anamórfica) é uma levedura capsulada, sendo o
Criptococcus neoformans. Eles irão variar conforme às fases sexuada e assexuada e como eles se reproduzem – Nessa fase, se reproduz por brotamento. 
· Na fase sexuada, era chamado de Filobasidiella neoformans.
Nessa fase, esse fungo forma o basídio, que possuirá em sua extremidade os basidiósporos. Não forma o cogumelo em si, mas diferencia-se em uma hifa formando o basídio.
· Rhodotorula spp – É também um fungo capsulado.
· Malassezia spp
· Trichosporum spp
Todos eles parecem leveduras.
Aula 26.02 – Enfermidades causadas por fungos
Quais doenças os fungos podem causar?
Embora os fungos causem doenças, eles não possuem um conjunto de fatores de virulência bem definidos
· Micose – Qualquer infecção fúngica. Micoses podem ser superficiais ou profundas. Nas mais invasivas é difícil chegar no diagnóstico de micose por achar que é infecção bacteriana ou neoplasias. Elas são crônicas (de longa duração) uma vez que os fungos crescem devagar.
· Doenças toxigênicas – Resultado da ingestão (principalmente) de alimentos contaminados com o fungo produtor da micotoxina, da própria toxina ou de fungos macroscópicos venenosos. 
Lembrando que toxigenicidade é diferente de toxemia
· Toxigenicidade – Capacidade dos microrganismos em produzir toxinas.
· Toxemia – Presença de toxinas no sangue
Os sintomas de infecções fúngicas podem ser causados por cápsulas, toxinas e respostas alérgicas, umas vez que possuem poucos fatores de virulência. 
Micotoxicoses
É a doença causada pela toxemia – Ingestão acidental.
Micotoxinas/ Aflotoxinas
Substâncias carcinogênicas (se acumulam no fígado causando hepatocarcinoma) mais ativas que se conhecem. É um metabólito secundário, tóxico, produzido por fungo filamentoso, cuja ingestão, contato ou inalação podem provocar doenças de gravidade variável ou óbito.
Presentes, por exemplo, nos prédios "doentes", que possuíam fungos que eram inalados pelas pessoas, causando um efeito alucinógeno. = É a origem dos prédios assombrados, fazendo com que as pessoas escutassem passos, outras pessoas perto, etc.
Amendoins e castanhas são alimentos em que os fungos crescem rapidamente e produzem as micotoxinas. Como o amendoim é comido em pouca quantidade, não causa problemas com a ingestão imediatamente, mas essas toxinas são acumuláveis no organismo. 
São fungos transmitidos pelo ar, então não há como controlar. Se o fungo é observado crescendo, ele é retirado, mas a maioria dos fungos não é visível.
A aflatoxina pode causar efeitos teratogênicos e causar futuras mutações, então devem ser ingeridas controladamente. 
Torrar o amendoim não dá em nada = porque ela é termoestável.
Principais tipos de toxicidade:
· Aguda – Deterioração das funções hepáticas e renal – fatal
· Crônica – Indução de neoplasias no fígado.
· Mutagênica – Replicação do DNA
· Teratogênica – Causa danos ao embrião durante a gravidez
Exemplos das toxinas
· Fogo de Santo Antão – Claviceps purpurea, esporão do centeio. Quando estava nos pães da Idade Média, causava os sintomas de alucinação gangrena e aborto. A cura popular era comer pão branco dado pela Igreja católica.
Extraem-se vários alcalóides (ergotamina – vasoconstritor) para a utilização na medicina (derivados do Claviceps purpurea)
· Cura de dores de cabeça e enxaqueca.
· Dietilamida de ácido lisérgico (LSD).
· Vasodilatação periférica e contração da musculatura lisa (ergotrat, medicamento receitado para mulheres pós-parto). 
Micetismo
Intoxicação pela ingestão voluntária de cogumelos. 
O quadro é variável, com distúrbios gastrointestinais, disfunção hepática, perturbações neuropsíquicas, distúrbios eletrolíticos ou óbito.
As toxinas são termoestáveis (pode ser feito chá) e não hemolíticas.
· 90% dos casos fatais de intoxicação por cogumelos são causados por toxinas faloidianas, que são ciclopeptídeos tóxicos.
Amanita phalloides ou chapéu da morte – “Faça seu strogonoff e o coma com Jesus”.
Amanita verna = Pode comer, não tem problema. 
Doenças Alérgicas
Causadas pela interação de um indivíduo sensibilizado com antígenos fúngicos, estejam eles no ar ou em localização endógena no hospedeiro.
Ex: Aspergulose broncopulmonar alérgica (ABPA)
É um raro subtipo de asma, acometendo menos de 1% dos pacientes com
asma atópica e cerca de 10% dos pacientes com fibrose cística.
O fungo germina nos alvéolos onde permanece – Não invadem os tecidos.
Sua hipersensibilidade é mediada pela IgE contra os esporos fúngicos. Se não tratada por evoluir para bronquiectasias e fibrose.
Micoses
De acordo com os tecidos e órgãos atingidos, as micoses são classificadas em:
· Superficial – Em cima da camada de queratina. 
· Cutânea – Porções mais basais da epiderme.
· Subcutânea – Atinge a derme.
· Sistêmica ou Profunda – O fungo se espalha por diferentes órgãos ou está em um órgão.
· Oportunista – É o fungo que geralmente não causaria problema
Mas a classificação médica da Sociedade Internacional de Micologia Humana e Animal (ISHAM) é:
· Micoses superficiais
Micoses superficiais propriamente ditas (equivale às superficiais)
Micoses superficiais cutâneas (equivale às cutâneas)
· Micoses profundas
Micoses profundas subcutâneas (equivale às subcutâneas)
Micoses profundas sistêmicas
· Causadas por fungos patogênicos ou por fungos oportunistas.
As regiões em que há maior presença de micoses superficiais são:
· Pés.
· Unhas.
· Cabeça
São geralmente locais escuros, porque ele não necessita de luz, e úmidos. Ou seja, o que o fungo gosta e necessita? 
· Ambientes úmidos.
· pH ácido.
· Temperatura quente.
· Nutrientes.
· Ambiente que favoreça seu estabelecimento e adesão
· Ausência de “vizinhança chata”.
Micoses superficiais propriamente ditas
São definidas como o crescimento fúngico nos tecidos epiteliais, sem invasão do tecido vivo e sem provocar resposta inflamatória no hospedeiro.
As preocupações são geralmente cosméticas, pois geralmente não causam desconforto ao hospedeiro.
O exemplo dela é a tinea negra, pitiriase versicolor e micoses nodulares do
pelo como piedra negra e piedra branca. 
São facilmente diagnosticadas e tratadas com pomadas, shampoos ou sabonetes (exceto em casos de pacientes com imunodepressão).
Por isso são infecçõesfúngicas da camada córnea ou da cutícula do pelo, com resposta imune celular mínima ou ausente. Alguns dos agentes das micoses superficiais ou saprofitárias têm como habitat natural o homem.
· Fungos hialinos – Não possuem melanina (a doença é branca). São fungos da microbiota.
· Fungos demáceos – Possuem melanina, que protege o fungo. Exige tempo maior de tratamento (a doença é preta). São fungos adquiridos no ambiente.
Não atravessam a camada de queratina, pois o fungo não é queratinofílico, ou seja, não possui a queratinase, que quebra a camada de queratina, a fim de poder atingir camadas mais profundas e até a corrente sanguínea
Ptiríasis Versicolor
Também conhecida como micose de praia, pano branco, tinea versicolor, impingem de praia.
O fungo causador, Malassezia furfur (Filo Basidiomycota), faz parte da microbiota, principalmente nas partes oleosas do corpo, pois é um fungo lipofílico. 
Encontra-se normalmente no couro cabeludo, sendo o causador da caspa. Os shampoos de tratamento diminuem a oleosidade do couro cabeludo.
No litoral, a pele fica mais oleosa e a temperatura do ambiente aumenta. O contágio não é na praia ou no ambiente, ele faz parte da própria microbiota e se torna mais expressivo e mais evidente quando a pele está queimada uma vez que o fungo impede e produção de melanina
É um fungo mitospórico, só conhecemos a fase assexuada dele.
É um diagnóstico diferencial do vitiligo, pois possui uma mancha hipocrômica irregular em sua manifestação mais comum. 
Pode aparecer na forma hipercrômica também, em que a pele se encontra mais escura na área da lesão.
Se há dúvida se é fungo ou não, é feito o sinal de Zireli, que testa a descamação da lesão. 
É possível fazer isso com raspagem da lesão ou imprint com fita durex. A coloração desse fungo é simples, com azul de algodão ou metileno. 
O tratamento pode ser tópico. Se a Malassezia tiver a oportunidade, ela pode causar casos graves.
Como saber se a Malassezia está como microbiota ou causando doença?
Ele também é um fungo dimórfico, de forma que na forma comensal (na pele do paciente) é uma levedura, na forma saprófita. 
Quando ele está causando doença, ele começa a se filamentar e apresentar micélios (O achado clínico importante é o “Espaguete com almôndegas” – as hifas e as Malassezias fazendo brotamento).
· Meio Dixon
Utilizado para crescimento de Malassezia. É um tipo dependente de óleo, por isso exige um meio de crescimento especial que terá a adição dos óleos (azeite). Neles vemos células leveduriformes com aspecto de garrafa de boliche, em brotamentos únicos.
· Malasseziose
Doença sistêmica causada pela Malassezia sp.
Causa fungemia e septicemia em crianças de baixo peso (que entram em uma dieta lipídica para engordar) ou em adultos imunossuprimidos.
Pode ser adquirida por catéteres de alimentação parenteral lipídica, por exemplo.
Encontraremos a Malassezia furfur no sangue
Aula 05.03 
Tinea Negra
O nome vulgar da doença é pano preto, sendo bastante confundida com queimadura de limão.
É uma infecção assintomática, superficial e benigna caracterizada por lesões maculares, pouco descamativas. 
Trata-se de um fungo demáceo, escurecido pela melanina, que causa uma lesão escurecida. Causada pela Hortaea werneckii (Filo Ascomycota).
É assintomática, sendo um fungo geofílico (presente no solo), amplamente distribuído na natureza. Acomete principalmente mulheres que manuseiam terra. 
Também se trata de um fungo dimórfico, que é leveduriforme com aspecto cremoso nas culturas jovens (primeira semana) e apresenta hifas alongadas, predominando o micélio e conídios em culturas velhas (após a segunda semana), sendo a cultura feita em ágar.
 
· Sabouraud dextrose 
São lesões maculares bem demarcadas, com cor marrom ou enegrecidas nas plantas das mãos e dos pés. Com uma raspagem vê-se as hifas do paciente, no exame micológico direto.
Piedras	
Acomete pelos e cabelos. Esses fungos vão formar nódulos irregulares, aderentes ao pelo e geralmente são visíveis ao olho nu. Temos dois tipos principais:
· Negra
O fungo é demáceo, então provavelmente foi pego do ambiente.
· Piedraia hortae cresce ao redor do fio de cabelo que será coletado. 
O fungo não quebra o fio, nem entra nele, só cresce ao redor, pois não é queratinofílico.
O que é visto ao olho nu é um ascocarpo, que dentro terá ascos e ascósporos. É um dos poucos fungos que faz a fase sexuada no paciente, pois geralmente eles estão em fase assexuada. 
Quando colocado em meio de cultura, observa-se a fase assexuada, com crescimento lento e artroconídios de coloração castanha.
A transmissão pode ser por escovas de cabelo. 
· Branca
O fungo é hialino, então provavelmente é da microbiota.
· Trichosporum beigelii. 
Trata-se de uma infecção fúngica crônica e assintomática da cutícula do pelo. É um fungo leveduriforme dimórfico. 
Terão artroconídios (hifas com divisões que se quebram mais fácil para se dispersarem com maior facilidade).
É um fungo comum no períneo e no reto, podendo afetar os pelos da região axilar também. É uma doença assintomática e comum em adultos jovens. 
Para esse tipo de infecção, depilação é eficaz. O problema é no cabelo, que será necessário o uso de shampoos especiais para tirar o fungo de lá. 
Recomendar ao paciente melhorar as condições de higiene.
O diagnóstico diferencial pode ser Tricobacteriose, causada pelo Corynebacterium tenuis, que irá fazer necessário que o shampoo ou
creme tenham antimicrobianos com ação em bactérias. 
Ademais, pode ser uma lendia, causando pediculose. Pode se assemelhar bastante com erisipela, contudo as bordas da erisipela são mais avermelhadas
· Tricosporonose (complicação) – Infecção fúngica ocasionalmente fatal, de alta morbidade e mortalidade em imunocomprometidos, neutropênicos, em quimioterapia e portadores de doenças hematológicas e AIDS. 
É uma oportunidade que o fungo encontra para causar uma condição sistêmica. 
· No sangue fica em forma leveduriforme (mesmo sendo patogênico). 
Qual é a diferença entre Mycosel e Sabouraud?
No Mycosel temos o cicloheximida, um anti- fúngico, que elimina o fator contaminante de fungos do ambiente. Fungos do tipo demáceo são sensíveis à cicloheximida, então não crescerão no ágar Mycosel, fazendo um resultado falso negativo, por isso Tinea Negra e Piedra Negra não podem ser diagnosticadas em meio Mycosel.
Resumo 
Micoses Superficiais Cutâneas - Dermatofitoses
As dermatofitoses são lesões cutâneas provocadas por um grande grupo de fungos, com acentuadas diferenças, sendo as mais importantes na pratica clinica
São chamados de dermatófitos e todos são queratinofílicos. Então, eles possuem a queratinase uma enzima que quebra a queratina, se instalando nas porções mais basais da epiderme. 
Em razão dessa predileção pela queratina, as lesões no homem são em locais que apresentam a queratina como a pele e seus anexos, pelos e unhas
A Candida também pode causar um quadro semelhante, mas não é dermatófita.
Apresenta uma lesão clássica, a mácula. – Possui borda elevada com centro plano, de forma circular, alopécica e de crescimento centrífugo.
Podem causar uma infecção bacteriana secundária, mas a base é a infecção fúngica.
Tinea – Dermatofitoses denominadas de acordo com o sítio afetado
· Capitis
· Barbae
· Corporis 
· Pedis 
· Mannum 
· Unguium
· Cruris. 
As 45 espécies de dermatófitos se agrupam em três gêneros mais famosos:
· Trichophyton
· Epidermophyton
· Microsporum
As espécies de dermatófitos variam de acordo com seu habitat natural. Elas podem ser – Geofílicas (isolados no solo); antropofílicas (exclusivos de humanos) ou zoofílicas (vivem em animais domésticos, silvestres e aves).
· Microsporum gypseum – Muito comum. É um dermatófito geofílico.
· Microsporum canis – Espécie zoofílica = Gatos são o reservatório, mas o cachorro que apresenta o sintoma.
· Microsporum audouinii – Espécie antropofílica. 
· Os antropofílicos tendem a causar lesões crônicas, menos inflamatórias, pois são mais adaptados ao hospedeiro humano. Já os geofílicos e zoofílicos causam lesões inflamatórias, podendo responder bemao tratamento. Podem também ter cura espontânea, no caso de baixa adaptação ao hospedeiro.
OBS – Exemplo da caneta BIC, em que cerca- se a micose com a tinta da caneta e a micose seria curada. Contudo, a micose não é curada pela caneta e sim pelo sistema imunológico que combateu o fungo, podendo ser geofílicos ou zoofílicos
A transmissão é por contato direto ou indireto, transmitido por gatos principalmente, ou no solo e em pessoas infectadas.
· Lesão em Quérion – Forma de resposta imunológica aos fungos, formando nódulos e placas eritematosas podendo causar alopécia. São causados por fungos não adaptados ao hospedeiro, causando uma resposta imunológica intensa.
· No pelo, o parasitismo pode ser:
· Ectothrix – Cresce ao redor do pelo, não conseguindo perfurá- lo.
Geralmente é Microsporum.
· Endothrix – Crescimento dentro do pelo, consegue perfurá- lo
Retomando
Tineas são dermatofitoses, as micoses superficiais cutâneas, que serão classificadas conforme o local afligido.
Diagnóstico Diferencial da Tinea Inguinocrural
· Eritrasma, causado pela bactéria Corynebacterium minutíssima
As características clínicas são muito semelhantes, mas lembrar-se de que são agentes diferentes causando doenças diferentes.
Aula 12.03 – Dermatomicoses por fungos septados não dermatófitos
O quadro de micose superficial cutânea também pode ser causado por fungos não dermatófitos. Então, teremos:
· Fungos hialinos – Causam hialo-hifomicoses – A micose é causada por um fungo branco, sem melanina.
· Fungos demáceos – Causam feo-hifomicoses superficiais – A micose é causada por fungos escuros.
Ambos são geofílicos, sendo encontrados no solo e em plantas, amplamente distribuídos. 
Geralmente haverá lesão na pele e na unha, devido a contato direto com o solo e plantas. Afetam tanto indivíduos imunocomprometidos quanto indivíduos saudáveis
Não são fungos queratinofílicos – Alimentam-se da matriz extracelular ou da queratina desnaturada por trauma ou doença – São invasores secundários. Portanto, eles vão se nutrir da queratina por rompimento do tecido, e não por uso da queratinase.
Ex – Scytalidium hyalinum será patogênico. 
Outro fungo que pode causar micoses superficiais cutâneas é o Trichosporon beigelii, que deve ser ressaltado.
A Candida sp pode também causar inúmeras micoses devido a sua presença na microbiota.
Fungos demáceos também podem causar as dermatomicoses e onicomicoses.
Exemplos são S. dimidiatum e Hendersonula toruloidea.
As células fúngicas são protegidas pela melanina, que será uma barreira na difusão dos medicamentos, exigindo que o tratamento seja mais longo.
· Onicomicoses 
As onicomicoses são infecções fúngicas nas unhas causadas por levedura, dermatófitos, ou fungos filamentosos não- dermatófitos e constituem uma das principais causas de enfermidades unguentos a nível mundial. 
As onicomicoses podem ser transmitidas de forma direta, por contato ou indiretamente, por vestuários, calçado e etc..
De acordo com a via de entrada do fungo, as unhas podem apresentar diferentes formas clínicas, geralmente classificadas de acordo com a localização, extensão do comprometimento e a coloração, podendo ser classificadas em onimicose subungueal distal e lateral, onicomicose subungueal proximal, onicomicose superficial branca e onicodistrofia total ou parcial.
 	
A forma de coleta é normalmente a retirada de uma parte da unha “viva” e enviada para o processo de exame micológico através de clarificação com KOH ou para cultura em meios de Sabouraud e Mycosel.
· Micoses mucocutâneas
Candidíases mucocutâneas são infecções da pele, unhas ou mucosas por leveduras oportunistas do gênero Candida ocorrendo em pacientes que apresentam algum fator predisponente
Espécies mais comuns são:
· Candida albicans
É comum, mas não é o único tipo que aflige os pacientes. Os ginecologistas devem ter o cuidado de avaliar qual é a levedura, e não presumir imediatamente que é uma Candida albicans, pois outras formas de Candida podem ser resistentes a fluconazol, o medicamento antifúngico passado nos casos de candidíase.
· Candida guilliermondi
· Candida tropicalis
A cândida faz parte da microbiota humana normal, sob forma de leveduras. Em condições favoráveis essas leveduras aumentam em número, produzem filamento e penetram no tecido. A candidíase na mucosa oral é mais comum em recém-nascidos e raros em adultos, tendo sido considerada como indicador de AIDS.
· O diagnóstico pode ser exame micológico com KOH, ou gram com a presença de células leveduriformes, hifas e pseudo-hifas.
Coleta para Examinação
A unha é opaca, apresenta deformidade e terá um aspecto descamativo, que será visto quando o agente causador for um dermatófito. 
No caso da Candida, uma levedura, haverá presença de exsudato e paroníquia (inflamação da base da unha), sem descamar tanto quanto a micose anterior.
· Quando levantamos a unha, é visto uma massa de resto de queratina e de unha, que não deve ser mandada para exame, pois o fungo que estiver lá já estará morto. Não mandar um pedaço da unha também, porque o fungo não crescerá em cultura. 
Se possível, pedir ao paciente que venha de sapato fechado, para evitar a contaminação de agentes da rua, ou do próprio hospital.	
É um exame desagradável, pois busca- se retirar uma parte da unha ainda normal, pois será onde o fungo ainda está vivo. 
Geralmente, quando é dermatófito, a lesão vai da porção distal (borda) para a proximal da unha. Será utilizado um bisturi (cego, que raspará o local de coleta, até sangrar) ou uma lâmina de microscópio. 
Por ser um fungo cutâneo, ele estará na base da epiderme, então a raspagem terá que ser um pouco mais profunda.
As escamas da pele colhida podem ser colocadas em uma lâmina e serem corados, ou podemos ter a inoculação em meios de cultura, nos ágares Sabouraud ou Mycosel. 
O exame não é rápido, de forma que o fungo demora aproximadamente 20 dias para crescer. As etapas de identificação podem ser por macro e microcultivo.
Caso Clínico
Paciente, JFS, 36 anos apresentou mácula escurecida em dorso. 
Não relata prurido e nem dor. Disse que procurou o médico porque percebeu que a mancha estava "andando" e aumentando. 
Faxineiro, solteiro. Mora em regiões de borda. 
O material foi enviado para exame micológico. Resultados após 15 dias de inoculação.
· A mancha estar "andando" significa que está crescendo. Dá a ideia de que não o incomoda muito, pois não foi de urgência – A lesão teve tempo de crescer.
· Mora em região de borda, que é ter acesso a rios e matas próximo. Tem parte tanto urbana quanto silvestre. O fungo pode estar presente na matéria orgânica.
· O paciente, por ser faxineiro, também pode estar em muito contato com água e com outras formas de matéria orgânica.
· A lesão não terá prurido, pois não apresentou processo inflamatório. Com isso, retira-se do diferencial as bactérias comuns.
· A mácula por ser escurecida caracteriza um fungo demáceo.
· Não houve crescimento em ágar mycosel, pois o fungo demáceo não cresce em meios com cicloheximida. Cresceu, no entanto, no ágar Sabouraud.
· É provavelmente uma Tinea Negra, micose superficial
Micoses Profundas Subcutâneas
Os fungos que as causam são do ambiente, não da microbiota, estando em plantas e até em animais que possam o carrear, sendo parasitas acidentais do homem. A lesão terá um aspecto muito mais inflamatório e localizado, sendo rara.
O paciente geralmente reporta traumatismo com material contaminado, pois o fungo será inoculado.
Ele não terá a capacidade de romper a queratina, então a lesão é a "porta de entrada" do fungo. Muitas vezes serão doenças ocupacionais, ou seja, relaciona-se com a profissão do paciente – Floricultores, agricultores, trabalhadores rurais... etc. 
Haverá contato com material orgânico da flora, pois é o que o fungo precisa para crescer.
Doença de Jorge lobo ou Lacasiose 
Tem como agente etiológico Lacazia loboi um fungo não cultivável (de classificação incerta) que causa lesão em extremidades.
Diagnóstico diferencial de lepra, por exemplo. Não terá exsudato, a coleta pode ser diretamente na lesão por punch.Apresenta leveduras globosas, com parede espessa, formando uma fileira de leveduras na lâmina. 
É uma doença crônica granulomatosa, com período de incubação entre 1 e 2 anos. 
Podem ter aspectos diferentes – Maculares, papulares, nodulares, gomosas, ulcerosas...etc.
Ocorre com maior incidência nas Américas do Sul e Central, desde a Bolívia até o México. Predomina em países da região Amazônica.
· Não invade mucosas.
· Não há transmissão interhumana. 
 
· Fungo está presente no ambiente e é dimórfico sistêmico (ascomiceto).
· Não há meios de cultura para isolamento do fungo.
· Apresenta melanina na sua parede celular (diferença do Paracococcidio brasilienses).
· Diagnóstico realizado por cortes de tecidos ou em exsudatos corados pelo HE
Esporotricose 
O agente da esporotricose é o Sporothrix schenckii, fungo dimórfico, vivendo principalmente no solo. 
Causa infecção granulomatosa crônica.
RJ é o campeão mundial dessa doença, com o Sporothrix brasilienses também.
O gato doméstico pode ser vetor, assim como outros animais como cães. Tatus, ratos.
Mas o que é uma infecção granulomatosa crônica?	
Formação de granuloma, fazendo com que a lesão tenha um aspecto de grãos embaixo da pele. 
É crônica porque demora para se manifestar (7 a 30 dias normalmente,
podendo chegar até 6 meses). 
Um histopatológico por meio do punch encontra-se em grande quantidade
macrófagos, em vez dos neutrófilos. Isto é graças ao quadro crônico, pois em um quadro agudo haveria maior presença de neutrófilos.
O fungo, ademais, é dimórfico, então podemos observar a 25ºC a forma filamentosa e a 37ºC na forma leveduriforme (como nos gatos, que transmitem na forma leveduriforme).
Então, no paciente, procuramos a levedura.
Diagnóstico
Apresentam-se em vários tipos, como pápulas que se pustulizam e ulceram, abcessos, placas achatadas, eritemoescamosas, entre outras.
O fungo se dissemina pelo sistema linfático em trajeto ascendente na esporotricose linfocutânea. 
Compromete a pele, tecido subcutâneo e gânglios linfáticos.
· A esporotricose invasiva será quando houver disseminação hematogênica, mas não reporta lesão. Nessa forma, será por inalação ou ingestão do fungo, principalmente pela inalação de esporos, causando um quadro de fungemia.
Obs: Forma Cutânea Disseminada – observada em pacientes imunocomprometidos, especialmente em HIV positivos. De modo geral, as lesões são assintomáticas, e inicialmente subcutâneas e amolecidas, podendo ulcerar em algumas semanas. É comum o acometimento nasal e ocular do paciente.
Diagnóstico
O diagnóstico pode ser por exame microscópico direto de pus ou corados pelo método de Gram. 
· Apresentará leveduras esféricas, ovóides ou com formato de charuto aos 37ºC, e aos 25ºC apresenta o micélio margarida.
A transmissão entre gato-humano é feita diretamente na forma leveduriforme. É uma das poucas exceções que causam micoses subcutâneas com transmissão direta entre mamíferos pela forma leveduriforme.
Tratamento
Pode ser por iodeto de potássio em doses crescentes, anfotericina B, itraconazol, cetoconazol., depende da forma clínica da doença.
Cromoblastomicose – Cromomicose, dermatite verrucosa ou dermatite verrucosa cromoparasitária. 
São todos fungos geofílicos e demáceos, de forma que todas essas espécies causam o mesmo quadro clínico com o mesmo tipo de parasitismo. 
No Brasil temos principalmente o:
· Fonsecaea pedrosoi
· F compacta
· Phialophora verrucosa
· Cladosporium carrionii
Há desenvolvimento de nódulos verrucosos nos locais de inoculação, sendo os nódulos de desenvolvimento lento. 
As lesões progridem, podendo ou não ulcerar, e passam a ter aspecto de couve- flor. 
· Apresenta pontos enegrecidos na lesão, que são os black dots, pontos excelentes para coleta.
Neles, encontra-se a estrutura comum da doença numa lâmina, células esféricas amarronzadas (possuem melanina) e terão septos que as dividem. Isto será o corpúsculo de Medlar, ou corpos fumagóides/muriformes.
· Também pode ascender pelo sistema linfático.
· Também é uma doença ocupacional, geralmente nos homens, ocorrendo na maioria dos casos com agricultores e lavradores, atividades com que o indivíduo fica exposto com maior frequência a traumas acidentais. 
· Pode ocorrer uma infecção bacteriana secundária. 
A casuística maior tem ocorrido em indivíduos do sexo masculino, sem predominância de raça.
· Feo- Hifomicose Subcutânea
São causadas pelos mesmos fungos da cromoblastomicose, que são fungos demáceos geofílicos – Os gêneros são os mesmos.
A diferença é a apresentação de um nódulo que se forma na pele, que é escurecido, pois é causado por um fungo demáceo. 
Aos arredores do paciente também podemos ter o fungo na pele, mas a lesão é certamente mais localizada do que a cromoblastomicose, sendo então um aspecto clínico diferente da lesão verrucosa (que parece uma couve flor) e sim algo semelhante a um abscesso.
Tudo depende da relação infecção-sistema imune.
Ademais, no caso de feo-hifomicoses não encontramos os corpos muriformes, mas sim as hifas demáceas septadas, que podem ou não apresentar elementos leveduriformes no tecido. 
· Dificilmente o fungo formará o aparelho sexual no paciente, então observam- se as hifas.
A cultura deve ser feita em um meio sem cicloheximidade uma vez que são fungos demáceos.
Eumicetomas
Possui 23 espécies de fungos envolvidos.
Duas espécies são as mais comuns, mas não são as únicas
· Pseudallescheria boydii 
· Madurella grisea 
Um micetoma pode ser causado por diversas coisas, não só fungos. 
Há envolvimento da derme e tecido subcutâneo, causando um quadro vasto de lesões. Já um eumicetoma, é causado por fungo.
Os fungos no tecido formam um emaranhado de hifas e clamidósporos (grãos ou drusas ou bolinhas de fungo), causando uma infecção crônica e fibrosante de longa evolução. 
· Esses fungos possuem um aspecto muito granulomatoso, por isso.
O paciente normalmente não relata dor, mas quando houver longa evolução pode haver comprometimento ósseo, e causar dor.
Os grãos/drusas têm que ser removidos do paciente, idealmente por processo cirúrgico. Quando os grãos são retirados, eles podem ser usados para identificação do fungo.
· Tumefação granulomatosa
· Fístula
· Eliminação de grãos
Doença da Índia e do Oeste da África, elas também podem afetar os ossos.
Qual é a importância da identificação do fungo?
Sabendo que é um fungo, precisamos saber suas características e até sua epidemiologia. Se o fungo está afetando outras pessoas próximas ao paciente.
Esses tipos de micoses caracterizam doenças ocupacionais, então é preciso saber se o fungo estaria causando um possível surto. Ademais, a identificação do fungo é importantíssima para a terapêutica que será aplicada.
· Diagnóstico Diferencial de Actinomicetoma
Os actinomicetomas terão um aspecto muito mais inflamatório e, ademais,
produzem pús (supurativos). 
Ressalta-se que não são causados por fungos, mas sim por bactérias do gênero Actynomices (Nocardia asteroides), que possuem a característica de serem ramificadas, permitindo até confusão com hifas de fungos. 
Lembrar sempre do aumento usado no microscópio, pois para encontrarmos a bactéria usaremos um aumento muito maior do que de fungos.
É muito importante que elas não sejam confundidas, pois tratam- se de terapias completamente diferentes.
Drenando o material purulento, podem ser removidos grãos, que não são
drusas.
Esse grão na lâmina fará com que se vejam as bactérias, que mesmo assim terão aspecto pequeno.
Portanto, vale lembrar – Os actinomicetos são a família de bactérias que formam filamentos longos e ramificados que se assemelham a hifas de fungos.
Micoses Profundas Sistêmicas – Fungos patogênicos
As micoses sistêmicas apresentam uma série de características comuns, têm distribuição geográfica limitada e ocorrem, principalmente, na Américas., são mais frequentes em homens do que em mulheres que vairam de até 30 para 1. 
Não são transmissíveis de homem a homem, e nem de animal para homem
· São micoses profundas, isto é, não ficam restritas a determinado tecido, podendo se espalhar pelo corpo. 
· Podemser causados por fungos patogênicos ou oportunistas (qualquer fungo pode causar uma micose sistêmica, é só dar a oportunidade para ele.). E o que determina se o paciente terá ou não essa micose é o sistema imune. Por isso, os casos tiveram aumento significativo em relevância graças à epidemia do HIV.
Os patogênicos podem causar a doença mesmo no paciente sadio.
Histoplasmose
· Histoplasma capsulatum. (Filo Ascomycota)
A histoplasmose clássica é resultado da inalação do fungo, desenvolvendo- se a primoinfeccção no pulmão.
· Fungo dimórfico. A 25ºC, ele possui filamentos (hifas) e estruturas de coroa radiada, espículas ao redor, chamadas de estalagmósporo. No paciente, observam- se leveduras a 37ºC.
 
· O fungo possui também dimorfismo sexual, pois Histoplasma é fase assexuada, e o Ajellomyces capsulatum é a fase sexuada. O mais conhecido e comum é o Histoplasma.
É muito relacionada a cavernas e pessoas que fazem ecoturismo sem máscara. 
· Em muitas cavernas há grande presença de morcegos, que permitem acúmulo de material orgânico nas cavernas, deixando o local apropriado para o crescimento fúngico. 
Uma vez inalados, os fungos se instalam nos pulmões e podem estar na forma latente ou aguda.
· Na maioria dos pacientes a doença é autoresolutiva.
A doença aguda e sintomática é quando o paciente é exposto a muitos estalagmósporos, mas o desenvolvimento ou não da doença está mais relacionados ao sistema imune do paciente.
· Nos quadros crônicos em adultos, temos que o paciente já tinha uma doença pulmonar obstrutiva de base. Mas a histoplasmose multifocal crônica são as mais comuns das formas clássicas. 
São típicas do sexo masculino e se caracterizam pela presença de lesões tegumentos-pulmonares, por reativação endógena. 
Teremos lesões ulceradas em mucosa, com granulações finas ou não, às vezes recobertas por pseudomembranas ou com aspecto necrótico. A lesão cutânea tem aspecto ulceronecrótico com infecção secundária.
· Já a histoplasmose disseminada aguda- subaguda geralmente é causada pelo Histoplasma duboissii, geralmente manifestada em crianças e adolescentes. 
· Os linfonodos se apresentam edemaceados.
Para diagnóstico, vemos leveduras a 37ºC e temos os macrófagos repletos de leveduras.. É de difícil visualização no exame direto do espécime. 
Podemos fazer o cultivo e o microcultivo também.
Pode ser realizado o teste da histoplasmina (igual à tuberculina), mas não é muito usado, pois podemos ter reação cruzada.
Blastomicose
· Blastomyces dermatitidis. 
É endêmico na América do Norte. 
Possui micélio e conídios que crescem ao longo dele aos 25ºC, chamados de “varal sem roupa”. 
A blastomicose inicia-se geralmente nos pulmões, após inalação dos propágulos, disseminando-se pelos ossos e pela pele. 
· O aparecimento de lesões cutâneas, porém, sugere a introdução do fungo por traumatismos
Os pacientes podem apresentar sintomatologia compatível com tuberculose, gripe, pneumonia.
Paracoccidioidomicoses
· Paracoccidiodes brasiliensis.
É a levedura em “Mickey Mouse” ou “roda de leme”, na qual temos a levedura mãe com brotamentos sob ela aos 37ºC. 
É mais comum no sexo masculino (graças ao estrógeno, visto que esse hormônio, in vitro, inibe a transição de hifa em micélio). 
· A 25ºC temos a hifa septada e os clamidósporos nela. 
· É uma doença infecciosa de evolução aguda, subaguda ou crônica. 
· Possui alta prevalência no Brasil, sendo rara em regiões áridas e semiárida do Nordeste e com alta incidência nas regiões centro-oeste e sudeste.
Manifesta-se com maior frequência em momentos posteriores à primo infecção – Por reativação do foco quiescente, do fungo que já estava lá (reativação endógena) ou reinfecção exógena, que é a evolução para doença por reinfecção em momento de susceptibilidade do hospedeiro.
· Apresenta lesões ulceradas, com microgranulações e pontilhados hemorrágicos.
Pode ser
· Unifocal, ou seja, enfermidade restrita a um único órgão (pulmão) e menos frequente.
· Multifocal, ou seja, com expressão clínica clássica, mais frequente. 
Há associação de lesão mucosa e/ou cutânea e quadro pulmonar específico.
No caso de diagnóstico, um material de secreção pulmonar ou raspado de lesão podem ser mandados para o laboratório. 
Procura- se as estruturas de “roda em leme”. 
A amostra é colocada em meios de cultura e a colônia terá “aspecto de pipoca estourada”. 
Coccidioidomicose
· Coccioides immitis (Ascomycota)
Se você pudesse escolher o fungo para causar uma infecção em você, nunca escolha esse. É extremamente virulento e pode causar meningite. 
· Aos 37ºC possui as estruturas denominadas esférulas, que são sacos de estruturas unicelulares dentro. 
· A 25ºC temos os artroconídios, que são estruturas de resistência que quebram com facilidade, no fungo. 
 
Quando os artroconídeos se quebram, eles são inalados. A partir daí, converte-se de artroconídeos a esférulas no pulmão, e as esférulas são fator diagnóstico de coccidiomicose. 
· A disseminação pode ser linfo-hematogênica também.
· É um fungo que tem tropismo por áreas mais secas, então é encontrado no Nordeste brasileiro.
· É o terceiro fungo que possui mais tropismo pelo sistema nervoso.
· Também está relacionado às doenças ocupacionais em indivíduos que estão em muito contato com o solo.
O diagnóstico diferencial da coccidiomicose pode ser tuberculose, pneumonia ou até a própria histoplasmose.
Diagnóstico
· Considerar a epidemiologia, sintomas clínicos, resposta a coccidiodina
(exame semelhante ao PPD) e detecção de anticorpos.
· Observação de esférulas no material clínico também é importante.
· Cultivo do fungo fecha o diagnóstico. 
Obs: Fungos que possuem tropismo pelo SNC
· Candida albicans – Provavelmente de hospital
· Criptococcus neoformans – Provavelmente de fora
· Coccioides immitis – Muito virulento. 
Criptococose
· Criptococcus gatti – Causa doença no paciente imunocompetente
· Criptococcus neoformans (Filo basidiomycota) – Causa doença no paciente imunodeprimido.
· Obs: Filobasidiella neoformans – Forma sexuada do C. neoformans.
· Possui cápsula polissacarídea. 
· Cada variedade de criptococose está relacionada a diferentes sorotipos. 
· É do filo Basidiomycota, então não é dimórfico.
O fungo patogênico causa a doença no paciente normal e imunodeprimido, mas no imunocompetente teremos a doença localizada. – As lesões estão separadas, mesmo que a doença tenha sido causada pelo C. gatti.. 
· Já pelo C. neoformans causa uma doença sistêmica no imunodeprimido, pois o sistema imunológico não consegue conter esse microrganismo.
Repetindo, tudo depende da relação sistema imune-patógeno.
· O C. neoformans apresenta tropismo pelo SNC, sendo a causa mais comum de meningite fúngica não adquirida em hospitais.
· Possui alta morbidade e mortalidade em pacientes aidéticos e imunossuprimidos.
Os pombos contaminam o solo com as suas fezes. A inalação pode ser do basidiósporo e não da levedura em si.
O diagnóstico de C. neoformans pode ser por exame microscópico direto de pús, líquor e escarro. 
Um pouco do líquor terá nanquim (tinta da China) adicionado a ele e dará destaque para a cápsula (lâmina céu estrelado) e para a levedura. 
A amostra do paciente pode ser semeada no meio de Níger, que permite a produção da enzima fenol-oxidase, que polimeriza compostos semelhantes à melanina. 
Os Criptococcus estarão enegrecidos e as Candidas, a outra causa provável de meningite, continua branca.
A colônia é leveduriforme independentemente da temperatura, já que o fungo não é dimórfico.
· Características Gerais das micoses profundas sistêmicas
· Todos possuem distribuição geográfica limitada e são geralmente das
Américas. 
· A única que é cosmopolita é a criptococose.
São “doenças do viajante”, na qual o paciente se infecta na região em que ela é endêmica.
· Paracoccidiodes brasiliensis – América do Sul e Central
· Blastomyces dermatitidis – América do Norte
· Coccioides immitis e Histoplasma capsulatum – América do Norte e do Sul.
· São fungos dimórficos, exceto o C. neoformans.
· Micoses sistêmicas são mais comuns em homens, pois o estrógenopode ser um fator de proteção, impedindo que o fungo passe para a forma de levedura.
· Não são transmissíveis interhumanos e nem de animais para o homem
· O foco primário de infecção é o pulmão, pois os fungos são inalados.
· As infecções podem ser fatais.
· A reativação da doença pode ocorrer em pacientes que sofram de imunossupressão.
· São fungos diferentes, mas o comportamento no paciente e suas manifestações são parecidas.

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