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SOCIOLINGUÍSTICA atividade e respostas

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SOCIOLINGUÍSTICA
Exercícios 
1- Caracterize a área de estudos denominada de sociolinguística. 
R: A sociolinguística é uma área que estuda a língua em seu uso real, levando em consideração as relações entre a estrutura linguística e os aspectos sociais e culturais da produção linguística. Tem a língua como uma instituição social, que é variável conforme o meio que falante a utiliza. Parte do principio de que a variação e a mudança são inerentes às línguas e que, por isso, devem sempre ser levadas em conta na analise linguística. Seu objetivo de estudo é a língua propriamente dita, falada em um contexto social, em sua própria situação de uso real. Pois, considera a língua como um instrumento completo, com varias possibilidades de uso.
2- Quais são os três tipos de variação linguística? Cite exemplos no nível fonético fonológico. 
R: Os três tipos de variação são: 
 Variação regional: associada a distâncias espaciais entre cidades, estados, regiões ou países diferentes; a variável geográfica permite opor, por exemplo, Brasil e Portugal. 
 Variação social: associada a diferenças entre grupos socioeconômicos, compreende variáveis como faixa etária, grau de escolaridade, procedência, etc. 
 Variação de registro: tem como variantes o grau de formalidade do contexto interacional ou do meio usado para a comunicação, como a própria fala, o e-mail, o jornal, a carta, etc. No nível fonético-fonológico, podemos dar como exemplo a variação regional das pronuncias de uma palavra como “morena”, com a vogal pré-tônica aberta no Nordeste e fechada na maior parte do Brasil. Nesse nível situa-se grande parte da variação que contém formas estigmatizadas, como o segundo membro dos pares seguintes: flamengo ~ framengo, lagarta ~ largata, bicicleta ~ bicicreta. 
3- Cite algumas variáveis linguísticas e extralinguísticas que podem explicar o uso das variantes do fonema /r/ em português em posição pós-vocálica (final de silaba). 
R: O “r” final, que ocorre em palavras como “cantar”, “for”, “der”, “qualquer”, “melhor”, “mulher”, tem diversas variantes fonéticas no Brasil: a) a pronúncia vibrante alveolar do Sul do Brasil; b) a pronúncia retroflexa (com a ponta da língua voltada para trás) do interior de estados como São Paulo; c) a pronúncia velar do Rio de Janeiro, por exemplo; d) a fricativa glotal e e) zero, ou seja, a ausência de som. As variáveis linguísticas associadas à presença ou à ausência de vibração podem ser (1) a classe sintática da forma em –r: verbo, nome, adjetivo, outros; (2) no caso de verbo, a classe modo-temporal: infinitivo, subjuntivo; (3) ainda no caso de verbo, a vogal temática indicadora de conjugação:- a, -e, -i,-o; (4) a variável extensão, com as variantes: monossílabo, dissílabo, trissílabo e polissílabo. As variantes extralinguísticas envolvem: a) gênero, com as variantes masculino e feminino; b) idade, com as variantes: criança, jovem, adulto, velho ou uma escala de idade.
4- Cite um exemplo em que fique claro que há uma relação intrínseca entre língua e sociedade. 
R: A relação intrínseca entre língua e sociedade parece ser consensual, já que é através dela que a comunicação entre os membros de uma comunidade se efetiva, tornando-se um sistema eficiente de interação social, que realiza inúmeras possibilidades comunicativas. A comunicação é elemento básico para a vida humana em sociedade, e esta se dá, fundamentalmente, pela linguagem. Entendida assim, a linguagem seria um fenômeno de natureza social e como tal não poderia ser estudado fora do âmbito em que se insere. Um exemplo disto é a diferença que ocorre no falar dos falantes do sexo masculino com os falantes do sexo feminino. Nas sociedades em que as funções entre homens e mulheres são distintas, seus dialetos também são bastante diferenciados, como é o caso de línguas de várias partes do mundo. Uma das razões desta diferenciação é a reportada ao tabu: determinadas palavras só podem ser proferidas pelos homens e outras apenas por mulheres. Nas sociedades em que as funções sociais entre homens e mulheres se aproximam, a diferença de linguagem de um e outro é menos nítida, mas existe. Por exemplo, o marido dizer “ Esta é minha mulher”, já a mulher deve evitar a frase “ Este é o meu homem”, que, em determinados contextos, soa vulgar. 
5. Diferencie variação estável de mudança em curso. Que recursos metodológicos o linguista pode utilizar para afirmar se um fenômeno é caso de mudança em curso? 
R: A variação ocorre conforme o favorecimento do ambiente linguístico, uma vez que a mesma consiste em diferenças linguísticas que caracterizam cada grupo social, cada cidade, região, cada canal (oral ou escrito). Já a mudança de curso ocorre devido à interferência de fatores sociais, refletindo as lutas pelo poder, o prestígio entre classes, sexos e gerações. ao analisar o momento atual da língua, é difícil dizer se um determinado fenômeno linguístico é caso de variação estável ou de mudança de curso. Para ajudar a identificar, os sociolinguistas utilizam a metodologia que avalia o tempo real e o tempo aparente. O tempo real é observado através de pesquisa de duas ou mais épocas, sendo ideal o estudo de dois momentos que se distanciam no mínimo 12 anos e no máximo em 50 anos. O linguista pode gravar informantes e revisita-los anos mais tarde para ver como é o comportamento de determinadas variáveis, como concordância nominal, concordância verbal, uso de pronomes, etc. Na técnica de tempo aparente, o linguista grava amostras de informantes de diferentes faixas etárias para observar se uma dada forma ocorre mais na fala de crianças e jovens do que na de adultos e idosos. Caso haja um uso muito elevado de ocorrência da forma nova da fala de jovens, isso pode indicar uma mudança de curso. 
6. Qual o papel de variável gênero (sexo) na metodologia sociovariacionista? 
R: Baseado no gênero (sexo), para Labov, em situação de variação os homens usam com maior frequência formas não padrão e as mulheres tendem a preferir formas mais prestigiadas. A variedade é uma propriedade essencial na língua e um pré-requisito para a mudança linguística, uma vez que a existência de uma variação pode ser indicio sincrônico de um processo de mudança em progresso. Essa heterogeneidade pode ser sistematizada quantitativamente com base no controle de grupos de fatores condicionadores que contribuem, a cada situação de comunicação, para a cada situação de comunicação, para a seleção de uma de outra das formas variantes.
7- Para se estudar a mudança linguística, o pesquisador pode fazer um estudo em tempo real ou em tempo aparente. Qual a diferença entre os dois métodos de pesquisa? 
R: O tempo aparente: é uma espécie de projeção. O pressuposto central do tempo aparente é o de que as diferenças no comportamento linguístico de gerações diferentes de falantes num determinado momento refletiriam diferentes estágios do desenvolvimento histórico da língua. O estudo em tempo real: a sociolinguística, com suas pesquisas baseadas na produção real dos indivíduos dão-nos informações detalhadas acerca da variante produzida pelas pessoas mais escolarizadas, sobre as variantes que deixaram de ser estigmatizadas, e das mudanças já implantadas na fala, mas ainda não são aceitas nas gramáticas normativas. Com isso, a área da educação se enriquece com as informações que podem ser usadas também no ensino da língua culta, que passa a ser baseada em dados reais. 8- Cite alguns grupos de pesquisa que fazem estudos sociovariacionistas no Brasil. R: Em nosso país os pressupostos teórico-metodológicos de sociolinguística, começaram na década de 1970 e a partir desse momento foi se desenvolvendo cada vez mais. Hoje, em várias universidades brasileiras, há grupos que seguem estes mesmos pressupostos, como é o caso do Programa de Estudos sobre o Uso da Língua (Peul); Projeto Censo; Projeto da Norma Urbana Oral Culta do Rio de Janeiro ( Nurc), entre outros. 
9- Compare os contextos fonéticos em que ocorrem os sons [t] (som alveolar) e [ ʃ] (som africado) no Rio de Janeiro. Qual a regra que descrevea variação entre o som alveolar e o africado nessa cidade. 
R: Palataliza o do d e t para as africadas palato-alveolares dʒ e tʃ] quando antes de /i/; Exemplos: dia ˈdʒiɐ]; [ɐˌtʃiɡaˈmẽtʃɪ] A sibilante coda é realizada como uma fricativa palatoalveolar surda [ʃ] quando antecede consoantes surdas ou quanto está na posição pré-pausa, mas é sonorizada pra [ʒ] ao anteceder uma consoante sonora, na mesma palavra ou com sândi, e varia pra [z] quando está com sândi com uma vogal;[1] Exemplos: bons amigos ˌbõzaˈmigʊʃ]; [bõʒˈdʒiɐʃ]; tʃ e t por serem segmentos foneticamente semelhantes sofrem variação, por exemplo, a palavra TIME: tʃimi tʃ e t são sons surdos. 
10- Compare a produção oral com a escrita de um mesmo informante (Valéria, nível superior incompleto). Apresente algumas das diferenças entre as duas modalidades (variação de registro). 
R: Podemos notar na fala da estudante o uso de uma linguagem mais formal, onde evidenciamos gírias como “cara”, “tal”, geralmente um vocabulário mais utilizado por jovens. Ela conta a história de forma coloquial, provavelmente da maneira que ela se comunica no dia a dia, já na escrita observa-se uma forma mais elaborada para se contar a mesma história, uma forma distinta, mais organizada e formal. Podemos concluir que a fala é bem diferente da escrita, onde a fala varia conforme o contexto, os indivíduos envolvidos e a escrita não, ela tem que ser padrão, seguir as regras a ela estabelecidas. Ex: Escrita – gramática normativa, regras Fala – forma coloquial, heterogênea.

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