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Jardins e Parques como infraestruturas de cidades sustentáveis

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Jardins e Parques como infraestruturas de cidades sustentáveis 
Vitória Araújo Valério
Professora- Marilene Lapa
Faculdade Madre Thais - FMT
Curso de Arquitetura e Urbanismo– Prática de Infraestrutura Urbana
RESUMO
Resumo: Neste trabalho será apresentado um novo olhar sobre o paisagismo, mostrando as funcionalidades em uma retrospectiva histórica dos parques e jardins e suas infraestruturas que vão da arquitetura paisagística como forma de valor estético e ornamental à integração social e método terapêutico coletivo. O artigo terá como um objetivo a identificação da causa/consequência sobre a má utilização dos espaços e a infraestrutura urbana.
Além de trazer um desconforto visual, a inutilização do espaço, faz com que um espaço que poderia ser bem trabalhado onde proporcionaria um encontro social confortável, seja descartado. Quando se trabalha um espaço com o foco no social, é necessário desenvolver um projeto que proporcione conforto térmico, visual e funcional, isso tudo atrelado a boa gestão e conhecimento de técnicas e materiais.
 
Palavras-chaves: Parques, Jardins, Paisagismo, Infraestrutura Urbana.
 , 
INTRODUÇÃO
A primeira modalidade do uso verde, ocorreu com a arte da jardinocultura, implantada no Egito e China. Os jardins do antigo Egito até o século XVIII, origem da jardinagem ocidental, reproduziam sistemas de irrigação com função primária de amenizar o calor excessivo das residências. Na China, a pátria dos jardins naturalistas, apresentam função de cunho religioso inserido nos elementos da natureza. Já no Renascimento o uso do verde urbano tinha a função de dar prazer à vista e ao olfato, buscando refinamentos estéticos, onde tais ornamentos projetam um espaço de amplo valor artístico. 
 	Na era industrial, os jardins ingleses e os parques urbanos contribuíram para melhorar os aspectos físicos e sociais da cidade, por meio da revitalização de espaços abertos. A criação dos espaços verdes destinava-se especialmente à promoção da qualidade de vida urbana com o foco no bem-estar das pessoas (SILVA e EGLER, 2003). Desde os primórdios dessa modalidade já se percebe a compreensão da função de conforto térmico nas residências gerado pelos jardins no Antigo Egito, assim como na era industrial o poder revitalizante dessa ferramenta de infraestrutura no ambiente urbano.
Porém sabe-se que o crescimento desordenado da zona urbana pode gerar a falta desses ambientes necessários, Moro (1976, p. 15) relata: “Que a constante urbanização nos permite assistir, em nossos grandes centros urbanos, a problemas cruciais do desenvolvimento nada harmonioso entre a cidade e a natureza. [...]que ocasiona entre a obra do homem e a natureza crises ambientais cujos reflexos negativos contribuem para degeneração do meio ambiente urbano, proporcionando condições nada ideais para a sobrevivência humana. ”
Em meio as inúmeras vantagens das áreas verdes, Guzzo (1999, p. 1 - 2) menciona três principais funções: ecológica, estética e social. As contribuições ecológicas perduram quando os elementos naturais que compõem esses espaços minimizam tais impactos decorrentes da industrialização. A função estética atua no papel de integração entre os espaços construídos e os destinados à circulação. Já a função social oferta os espaços para o lazer da população.
	Lamas (1993, p. 106) pondera que: [..] as estruturas verdes constituem elementos identificáveis na estrutura urbana; caracterizam a imagem da cidade; têm a individualidade própria; desempenham funções precisas; são elementos de composição e do desenho urbano; servem para organizar, definir e conter espaços.
	
DESENVOLVIMENTO
Na atualidade, os parques e jardins urbanos, são criados com o intuito de assegurar a biodiversidade, apesar disso são poucos os espaços públicos verdes em que o ser humano ainda pode usufruir de serviços ambientais disponibilizados de forma genuína pela natureza. Em fato os espaços públicos verdes são estrategicamente importantes para a qualidade de vida das pessoas no conjunto das sociedades em crescente urbanização (CHIESURA, 2004; KAPLAN, 1983; ULRICH, 1984).
No Brasil começou com a criação da Lei n. 9.985 (SNUC) em 2000, o parque urbano apresenta novo significado e função: preservação da biodiversidade para o bem coletivo. O parque urbano passa a ser o lócus da preservação ambiental, da contemplação e do bem-estar da população.
Por meio da amenização das ilhas de calor, pela filtragem do ar, água, vento e poluição sonora; estabilização do microclima (TRATALOS et al., 2007); formação de um meio ambiente natural que influencia na saúde mental e na redução do stress (CHIESURA, 2004) e ainda, de espaço para a promoção da saúde física e melhoria da qualidade de vida urbana e bem-estar das pessoas (SILVA e EGLER, 2003), essas áreas verdes contribuem com sua infraestrutura urbana verde trazendo sustentabilidade as cidades.
Os arquitetos, Macedo e Sakata (2002) consideram como parque todo espaço de uso público destinado à recreação de massa, qualquer que seja o seu tipo, capaz de incorporar intenções de conservação e cuja estrutura morfológica é autossuficiente. Logo percebe-se que este entra no conceito do termo infra-estrutura, definido em dicionário como: “suporte, geralmente escondido ou invisível, que é base indispensável à edificação, à manutenção ou ao funcionamento de uma estrutura concreta ou abstrata, visível ou percebida racionalmente”. 
Como exemplo de município sustentável em Minas Gerais, Uberaba em outubro de 2005 promulgou Lei 9797, instituindo o programa “VerdeVida”. A legislação visa promover a participação da população e das empresas privadas com a doação de praças públicas e áreas verdes da cidade para a manutenção e revitalização. A cidade possui aproximadamente 182 áreas verdes, com várias rotatórias e avenidas que possuem canteiro central, porém muito pouco tem sido feito após a efetivação da lei, as presentes áreas verdes carecem de manutenção, o que facilita a invasão e o crescimento de mato nesses locais, dentre outros problemas. Logo, percebe-se a inutilização desses espaços que apesar de ações públicas, perdem o valor social e estético da sua infraestrutura ecológica.
Já o caso do Parque Ecológico do Município de Belém Gunnar Vingren (PEGV) que é um fragmento de floresta primária, estado do Pará, foi criado pela Lei Municipal n. 7.539 de 19 de novembro de 1991 com uma área de 35 hectares, sofreu alto impacto por conta de projetos governamentais: o projeto da macrodrenagem da bacia do Una, em 1998, e o projeto de extensão da avenida centenário (Projeto Ação Metrópole), em 2010, o primeiro de projeção municipal e o segundo de integração metropolitana.
Observado nos estudos de Belém (2000); Silva (2008) e Dias (2010) a pressão sobre o PEGV se caracteriza pela ocupação desordenada no seu entorno, insegurança no circuito do parque, crescente especulação imobiliária e processo de degradação ambiental da área protegida. A degradação ambiental do PEGV tiveram início a partir da integração do sistema viário central ao da área de expansão da cidade de Belém, em 1992, quando foram abertas duas vias marginais ao longo de um canal existente denominado São Joaquim. Essa obra provocou a perda de aproximadamente 7 hectares de mata ciliar dentro dos limites do parque, Belém (2000).
Não é incomum a ocorrência de casos como o do Parque Ecológico do Município de Belém Gunnar Vingren, percebe-se a causa/consequência acarretadas pela má gestão das ações públicas, atreladas a perda de um ecossistema rico e essencial.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
	É notável como se faz necessário a implantação de jardins e parques em uma cidade e como eles são indicies para analises da estruturação de sustentabilidade em um local, fazendo parte do conjunto de serviços básicos indispensáveis a uma cidade ou sociedade. Essa infraestrutura apesar de essencial para uma comunidade e da conscientização geral sobre esse fato, a população não preserva e nem cuida das áreas verdes presentes na cidade. 
	A gestão do poder público deve investir pesadamente nessa infraestruturaecológica para amenizar a marginalização dessas áreas, em prol principalmente do futuro das cidades que cada vez mais apresentam condições desfavoráveis ao desenvolvimento sustentável. 
REFERÊNCIAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6022: artigo em publicação periódica científica impressa: apresentação. Rio de Janeiro, 2003.
NBR 6024: numeração progressiva das seções de um documento. Rio de Janeiro, 2003.
TAFNER, Elisabeth Penzlien; SILVA, Everaldo da. Metodologia do Trabalho Acadêmico. 
Indaial: Ed. Grupo UNIASSELVI, 2008.
Ambiência - Revista do Centro de Ciências Agrárias e Ambientais V. 1 No 1 Jan/Jun. 2005
BARCELLOS, V. Q. Os parques como espaços públicos de lazer: o caso de Brasilia, 1999. (Tese Doutorado Faculdade de Arquitetura e Urbanismo) FAU/USP. São Paulo, 1999.
INSTITUTO BRASILEIRO E ESTUDOS AMBIENTAIS E DE SANEAMENTO (IBEAS), IV Congresso Brasileiro de Gestão Ambiental Salvador/BA – 25 a 28/11/2013
Uberaba. Lei n.° 9797/05, de 05 de outubro de 2005. Disponível em http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/362483/lei-9797-05-uberaba-mg. Data: 27 de junho de 2013.
Brasil. Ministério do Meio Ambiente (2000, 19 de julho). Lei n. 9.985, de 18 de Julho de 2000. Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza – SNUC. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil. 
Dias, S. V. (2010). Licenciamento ambiental: as sobreposições das ações entre os três níveis de governo – o caso do Estado do Pará. (Dissertação de mestrado em Gestão dos Recursos Naturais e Desenvolvimento Local na Amazônia). Universidade Federal do Pará, Núcleo de Meio Ambiente, Belém.
Silva, L. E. L. (2008). Gestão de áreas protegidas: análise de fatores ambientais impactados no PEMB. (Monografia de Especialização em Gestão Ambiental). Universidade Federal do Pará, Núcleo de Meio Ambiente, Belém
Belém. (2000). Parque ecológico do município de Belém: plano de manejo. Fase 1. Belém: FUNVERDE. 56 p. Relatório Técnico

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