Buscar

Questionario_AS_Lingua portuguesa - Poética

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Questionario - Lingua portuguesa - Poética
Unidade 1
Pergunta 1
Quanto ao Trovadorismo, é correto dizer que o termo significa um tipo de atividade
poética:
I – Exclusivamente portuguesa.
II – Realizada em Portugal que traz influências exclusivamente francesas.
III – Que apresenta influências francesas, ibéricas e também árabes.
IV – Exclusivamente voltada para o culto à mulher.
Está correto o que se diz em:
d - III apenas
PERGUNTA 2
1. As cantigas de amor, de amigo e de escárnio e maldizer podem ser divididas em:
b - Líricas e Satiricas
Pergunta 3
Quanto à origem do Trovadorismo português,pode-se dizer que:
b. Existem algumas teses que vão desde as influências clássicas até as que admitem a
influência da poesia árabe como raiz.
Pergunta 4
Associe os conceitos à explicação:
a. IA, IIB, IIIC
Unidade 2
PERGUNTA 1
1. Leia o soneto a seguir para responder à questão:
Enquanto quis Fortuna que tivesse
Esperança de algum contentamento,
O gosto de um suave pensamento
Me fez que seus versos escrevesse.
Porém, temendo Amor que aviso desse
Minha escritura a algum juízo isento,
Escureceu-me o engenho com tormento,
Para que seus enganos não dissesse.
Ó vós que Amor obriga a ser sujeitos
A diversas vontades! Quando lerdes
Num breve livro casos tão diversos,
Verdades puras são, e não defeitos...
E sabei que, segundo o amor tiverdes,
Tereis o entendimento de meus versos!
Fortuna: Destino, sorte.
Juízo isento: a alguém inocente.
Engenho: arte, capacidade de escrever, razão.
Podemos dizer que o poema põe em evidência:
a.
Apenas o amor a as armadilhas que este cria para o sujeito.
b.
Somente a inocência daqueles que amam cegamente.
c.
Principalmente a ausência de amor, que faz com que não se compreenda o que o
poeta diz.
d.
A arte literária que estabelece um vínculo entre o escritor e o leitor por meio das
experiências de ambos.
e.
A ambiguidade da mulher que, representada pelo Amor, é vista como um ser que engana.
PERGUNTA 2
Leia os tercetos do soneto "Enquanto quis Fortuna que tivesse..."
Ó vós que Amor obriga a ser sujeitos
A diversas vontades! Quando lerdes
Num breve livro casos tão diversos,
Verdades puras são, e não defeitos...
E sabei que, segundo o amor tiverdes,
Tereis o entendimento de meus versos!
Nestas duas estrofes, o poeta diz que:
D. Aqueles que estão sujeitos ao Amor, quando lerem o que o poeta escreve, devem
acreditar que são verdades e que o entendimento que terão dos versos está ligado
diretamente ao amor que também eles, os leitores, experimentaram.
PERGUNTA 3
1. Leia o soneto a seguir para responder à questão:
Enquanto quis Fortuna que tivesse
Esperança de algum contentamento,
O gosto de um suave pensamento
Me fez que seus versos escrevesse.
Porém, temendo Amor que aviso desse
Minha escritura a algum juízo isento,
Escureceu-me o engenho com tormento,
Para que seus enganos não dissesse.
Ó vós que Amor obriga a ser sujeitos
A diversas vontades! Quando lerdes
Num breve livro casos tão diversos,
Verdades puras são, e não defeitos...
E sabei que, segundo o amor tiverdes,
Tereis o entendimento de meus versos!
Fortuna: Destino, sorte.
Juízo isento: a alguém inocente.
Engenho: arte, capacidade de escrever, razão
Podemos dizer que o principal recurso utilizado pelo poeta neste soneto é o hipérbato, a
inversão da ordem dos elementos da oração. Podemos dizer que este recurso associado à
temática revela que o uso do hipérbato serve para:
c. imitar, por meio da obscuridade sintática dessa figura de linguagem, o escurecimento do
engenho que o tormento do Amor impôs ao sujeito.
PERGUNTA 4
1. Leia o soneto a seguir para responder à questão:
Enquanto quis Fortuna que tivesse
Esperança de algum contentamento,
O gosto de um suave pensamento
Me fez que seus versos escrevesse.
Porém, temendo Amor que aviso desse
Minha escritura a algum juízo isento,
Escureceu-me o engenho com tormento,
Para que seus enganos não dissesse.
Ó vós que Amor obriga a ser sujeitos
A diversas vontades! Quando lerdes
Num breve livro casos tão diversos,
Verdades puras são, e não defeitos...
E sabei que, segundo o amor tiverdes,
Tereis o entendimento de meus versos!
Fortuna: Destino, sorte.
Juízo isento: a alguém inocente.
Engenho: arte, capacidade de escrever, razão.
O soneto trata de um tema recorrente na obra de Camões, que é uma tônica do
Renascimento. Esse tema é:
e. A valorização da experiência, já que o sujeito transmite aos leitores suas verdades que
serão compreendidas por quem também já experimentou o amor.
Unidade 3
Pergunta 1
Leia o soneto, a seguir, da escritora portuguesa do período árcade Marquesa de
Alorna (1750-1839).
Esperanças de um vão contentamento,
por meu mal tantos anos conservadas,
é tempo de perder-vos, já que ousadas
abusastes de um longo sofrimento.
Fugi; cá ficará meu pensamento
meditando nas horas malogradas,
e das tristes, presentes e passadas,
farei para as futuras argumento.
Já não me iludirá um doce engano,
que trocarei ligeiras fantasias
em pesadas razões do desengano.
E tu, sacra Virtude, que anuncias,
a quem te logra, o gosto soberano,
vem dominar o resto dos meus dias.
Vocabulário:
Malogradas - frustradas.
Argumento - Raciocínio que se pretende baseado em fatos e em relações lógicas a
partir deles.
Sacra – sagrada.
Logar – alcançar, conseguir.
Leias as assertivas, a seguir, sobre o soneto:
I – Expressa todo ao sentimento de repúdio à religiosidade.
II – Valoriza o sentimento acima de tudo.
III- Apresenta uma visão equilibrada, espécie de aurea mediocritas.
Sobre o soneto, é correto o que se afirma em:
e. III
PERGUNTA 2
1. Leia o soneto, a seguir, da escritora portuguesa do período árcade Marquesa de Alorna
(1750-1839).
Esperanças de um vão contentamento,
por meu mal tantos anos conservadas,
é tempo de perder-vos, já que ousadas
abusastes de um longo sofrimento.
Fugi; cá ficará meu pensamento
meditando nas horas malogradas,
e das tristes, presentes e passadas,
farei para as futuras argumento.
Já não me iludirá um doce engano,
que trocarei ligeiras fantasias
em pesadas razões do desengano.
E tu, sacra Virtude, que anuncias,
a quem te logra, o gosto soberano,
vem dominar o resto dos meus dias.
Vocabulário:
Malogradas - frustradas.
Argumento - Raciocínio que se pretende baseado em fatos e em relações lógicas a
partir deles.
Sacra – sagrada.
Logar – alcançar, conseguir.
Um dos aspectos do sujeito do Arcadismo decorrentes do racionalismo do século
XVIII que o poema ilustra é:
a. A capacidade do ser humano de aprender com a experiência
PERGUNTA 3
1. Leia o soneto, a seguir, do poeta barroco português Francisco Rodrigues Lobo
(1580-1622):
Mil anos há que busco a minha estrela
E os Fados dizem que ma têm guardada;
Levantei-me de noite e madrugada,
Por mais que madruguei, não pude vê-la.
Já não espero haver alcance dela
Senão depois da vida rematada,
Que deve estar nos céus tão remontada
Que só lá poderei gozá-la e tê-la.
Pensamentos, desejos, esperança,
Não vos canseis em vão, não movais guerra,
Façamos entre os mais uma mudança:
Para me procurar vida segura
Deixemos tudo aquilo que há na terra,
Vamos para onde temos a ventura.
A paráfrase do texto seria: Faz mil anos que busco a minha sorte e os destinos dizem
que a têm guardada para entregar-me. Contudo, levantei-me de noite e madrugada,
mas não pude vê-la, por mais que tenha madrugado. Não espero mais alcançá-la a não
ser depois de ter terminado a vida, porque essa estrela deve estar nos céus num lugar
tão alto que só lá, depois de morto, poderei gozá-la e tê-la. Meus pensamentos,
desejos e esperança não quero que vocês se cansem em vão, não quero que movam
guerras e proponho que façamos uma mudança, ou seja, de uma forma diferente:
vamos deixar tudo aquilo que há na terra e procurar vida segura onde temos a ventura,
a felicidade.
São características do período Barroco que aparecem no poema:
I – A racionalidade: o poeta não sofre por não ser feliz na terra, pois sabe que mais dia
menos dia encontrará a felicidade. Podemos dizer que este pensamento temafinidade
com a aurea mediocritas.
II – O apego à vida que se mostra mais intenso no firme propósito do sujeito poético
de não desistir de procurar a felicidade.
III – A apresentação de polos contrários: a vida e a morte, o ato de buscar e não
encontrar a felicidade, a falta de felicidade e a procura dela.
Está correto o que se afirma em:
e. III, apenas
PERGUNTA 4
1. Leia o soneto, a seguir, do poeta barroco português Francisco Rodrigues Lobo (1580-1622):
Mil anos há que busco a minha estrela
E os Fados dizem que ma têm guardada;
Levantei-me de noite e madrugada,
Por mais que madruguei, não pude vê-la.
Já não espero haver alcance dela
Senão depois da vida rematada,
Que deve estar nos céus tão remontada
Que só lá poderei gozá-la e tê-la.
Pensamentos, desejos, esperança,
Não vos canseis em vão, não movais guerra,
Façamos entre os mais uma mudança:
Para me procurar vida segura
Deixemos tudo aquilo que há na terra,
Vamos para onde temos a ventura.
A paráfrase do texto seria: Faz mil anos que busco a minha sorte e os destinos dizem que a
têm guardada para entregar-me. Contudo, levantei-me de noite e madrugada, mas não pude
vê-la, por mais que tenha madrugado. Não espero mais alcançá-la a não ser depois de ter
terminado a vida, porque essa estrela deve estar nos céus num lugar tão alto que só lá,
depois de morto, poderei gozá-la e tê-la. Meus pensamentos, desejos e esperança, não
quero que vocês se cansem em vão, não quero que movam guerras e proponho que
façamos uma mudança, ou seja, de uma forma diferente: vamos deixar tudo aquilo que há na
terra e procurar vida segura onde temos a ventura, a felicidade.
Podemos dizer que uma marca do período Barroco no soneto é:
c. Certa concepção religiosa de base medieval que aponta a vida após a
morte como uma possibilidade de encontrar a felicidade, metaforizada
por meio da estrela.
Unidade 4
Pergunta 1
Leia o poema "Manias", de Cesário Verde, dado a seguir:
O mundo é velha cena ensanguentada,
Coberta de remendos, picaresca;
A vida é chula farsa assobiada,
Ou selvagem tragédia romanesca.
Eu sei um bom rapaz, -- hoje uma ossada, --
Que amava certa dama pedantesca,
Perversíssima, esquálida e chagada,
Mas cheia de jactância quixotesca.
Aos domingos a deia já rugosa,
Concedia-lhe o braço, com preguiça,
E o dengue, em atitude receosa,
Na sujeição canina mais submissa,
Levava na tremente mão nervosa,
O livro com que a amante ia ouvir missa!
Vocabulário:
Picaresco - Que provoca riso ou zombaria; ridículo.
Chulo: Grosseiro; sem educação, delicadeza, refinamento; rude, vulgar.
Farsa: Peça teatral, geralmente de elenco reduzido, de ação trivial ou burlesca, na qual
se empregam gracejos, situações cômicas e ridículas.
Eu sei: eu conheço.
Pedantesco: pedante, afetado, que ostenta conhecimentos que não tem.
Esquálida; muito magra.
Chagada: que apresenta chagas, feridas.
Jactância: Atributo ou atitude de quem se julga superior e faz alarde de suas
qualidades e proezas.
Quixotesco: relativo a D. Quixote, personagem de Miguel de Cervantes. , personagem
idealista, ingênuo, romântico e um tanto alienado. No caso da mulher, seria ousada,
irrealista, utópica.
Deia: deusa.
Rugosa: cheia de rugas
Dengue: insinuante, sedutor, que mostra fragilidade para ser paparicado.
Na Lírica Trovadoresca, havia a figura da mulher que não tinha compaixão do homem,
a bela dama sem obrigações. O poeta recupera essa imagem satirizando-a. Podemos
encontrar uma pista de que ele vai contar uma história já contada ou recuperar um
dado já conhecido no poema, quando o sujeito afirma que:
a. A mulher ia à missa, o que caracteriza uma sátira à religião.
b. O rapaz tornou-se uma ossada, o que revela como o amor foi fatal.
c. O rapaz tinha receio da mulher, o que mostra o poder da dama.
d. A mulher era cheia de pedantismo, o que revela a impassibilidade dela.
e. O mundo é uma velha cena, ensanguentada e cheia de remendos
PERGUNTA 2
1. Leia o texto de Almeida Garrett dado a seguir:
Seus Olhos
Seus olhos – se eu sei pintar
O que os meus olhos cegou –
Não tinham luz de brilhar,
Era chama de queimar;
E o fogo que a ateou
Vivaz, eterno, divino,
Como facho do Destino.
Divino, eterno! – e suave
Ao mesmo tempo: mas grave
E de tão fatal poder,
Que, um só momento que a vi,
Queimar toda alma senti...
Nem ficou mais de meu ser,
Senão a cinza em que ardi.
Sabemos que o Romantismo busca inspiração nas formas medievais, em parte por
causa da reação que empreende contra o classicismo. Podemos ver a influência da
lírica trovadoresca no texto por meio dos seguintes elementos:
I – A fatalidade do amor: ainda que metaforicamente o sujeito morre de amor pela
mulher.
II – A imagem dos olhos da mulher em que se centram e de onde emanam os
sentimentos do sujeito poético.
III – A superioridade da amada em relação ao sujeito que é arrebatado pela atração que
sente por ela.
IV – O tema da perda da razão em decorrência do sentimento amoroso, uma vez que o
poeta diz que a mulher cegou seus olhos.
Está correto o que se diz em:
a. I e II, apenas,
b. II e III, apenas.
c. III e IV, apenas.
d. I, II e III, apenas,
e. I, II, III e IV.
PERGUNTA 3
1. Leia o poema "Manias", de Cesário Verde, dado a seguir:
O mundo é velha cena ensanguentada,
Coberta de remendos, picaresca;
A vida é chula farsa assobiada,
Ou selvagem tragédia romanesca.
Eu sei um bom rapaz, -- hoje uma ossada, --
Que amava certa dama pedantesca,
Perversíssima, esquálida e chagada,
Mas cheia de jactância quixotesca.
Aos domingos a deia já rugosa,
Concedia-lhe o braço, com preguiça,
E o dengue, em atitude receosa,
Na sujeição canina mais submissa,
Levava na tremente mão nervosa,
O livro com que a amante ia ouvir missa!
Vocabulário:
Picaresco - Que provoca riso ou zombaria; ridículo.
Chulo: Grosseiro; sem educação, delicadeza, refinamento; rude, vulgar.
Farsa: Peça teatral, geralmente de elenco reduzido, de ação trivial ou burlesca, na qual
se empregam gracejos, situações cômicas e ridículas.
Eu sei: eu conheço.
Pedantesco: pedante, afetado, que ostenta conhecimentos que não tem.
Esquálida; muito magra.
Chagada: que apresenta chagas, feridas.
Jactância: Atributo ou atitude de quem se julga superior e faz alarde de suas
qualidades e proezas.
Quixotesco: relativo a D. Quixote, personagem de Miguel de Cervantes, idealista,
ingênuo, romântico e um tanto alienado. No caso da mulher, seria ousada, irrealista,
utópica.
Deia: deusa.
Rugosa: cheia de rugas.
Dengue: insinuante, sedutor, que mostra fragilidade para ser paparicado.
Apesar de não ser um realista de escola, pode-se dizer que Cesário Verde praticou a
poesia realista. Isso é perceptível, no texto, pelos seguintes aspectos:
I – A impessoalidade, efeito de sentido que o sujeito obtém ao construir um poema
narrativo em que conta a história de um certo rapaz apaixonado pela mulher pedante.
II – O retrato de uma história de amor não idealizada, contada com traços de ironia.
III – A sátira, que é uma descoberta do Realismo da segunda metade do século XIX.
Está correto o que se diz em:
a. I e II, apenas,
b. II e III, apenas.
c. III, apenas.
d. II, apenas,
e. I, II e III.
PERGUNTA 4
1. Leia o poema "Manias", de Cesário Verde, dado a seguir:
O mundo é velha cena ensanguentada,
Coberta de remendos, picaresca;
A vida é chula farsa assobiada,
Ou selvagem tragédia romanesca.
Eu sei um bom rapaz, -- hoje uma ossada, --
Que amava certa dama pedantesca,
Perversíssima, esquálida e chagada,
Mas cheia de jactância quixotesca.
Aos domingos a deia já rugosa,
Concedia-lhe o braço, com preguiça,
E o dengue, em atitude receosa,
Na sujeição canina mais submissa,
Levava na tremente mão nervosa,
O livro com que a amante ia ouvir missa!
Vocabulário:
Picaresco - Que provoca riso ou zombaria; ridículo.
Chulo: Grosseiro; sem educação, delicadeza, refinamento; rude, vulgar.
Farsa: Peça teatral, geralmente de elenco reduzido, de ação trivial ou burlesca, na qual
se empregam gracejos, situações cômicas e ridículas.
Eu sei: eu conheço.
Pedantesco: pedante, afetado, que ostenta conhecimentosque não tem.
Esquálida; muito magra.
Chagada: que apresenta chagas, feridas.
Jactância: Atributo ou atitude de quem se julga superior e faz alarde de suas
qualidades e proezas.
Quixotesco: relativo a D. Quixote, personagem de Miguel de Cervantes. , personagem
idealista, ingênuo, romântico e um tanto alienado. No caso da mulher, seria ousada,
irrealista, utópica.
Deia: deusa.
Rugosa: cheia de rugas
Dengue: insinuante, sedutor, que mostra fragilidade para ser paparicado.
Um dos aspectos que marcam o Realismo é certa preocupação formal, procedimento
que fora deixado de lado pelos românticos, preocupados que estavam com a
originalidade. No texto "Manias", de Cesário Verde, essa preocupação aparece na:
a. musicalidade das rimas.
b. preocupação em citar nomes de gêneros teatrais.
c. utilização de termos de difícil compreensão.
d. forma utilizada, o soneto.
e. Linguagem rigorosamente formal que emprega no texto.
Unidade 5
PERGUNTA 1
1. Pessoa diz em carta a Adolfo Casais Monteiro: “ [‘Opiário’] Foi dos poemas que tenho escrito,
o que me deu mais que fazer, pelo duplo poder de despersonalização que tive que desenvolver”. Ele
diz isso porque esse poema:
a. Marca as duas fases para Ricardo Reis, a fase em que era monarquista e viajou
para o Oriente e a fase em que é Republicano e exilado no Brasil.
b. Representa um desdobramento das duas personalidades do próprio Pessoa
que se considera histérico conforme afirmou na carta.
c. É um texto de Álvaro de Campos, antes de ele ter conhecido o mestre Caeiro,
texto que pertenceria a uma primeira fase do heterônimo.
d. Apresenta todo o tédio vivido por Alberto Caeiro em sua vida de guardador de
rebanhos no campo.
e. Sintetiza todas as características dos principais heterônimos pessoanos, o que
faz dele uma obra fundamental para se conhecer a obra do poeta português em
seus múltiplos aspectos.
PERGUNTA 2
Leia o fragmento do poema "Correspondências", de Charles Baudelaire, dado a seguir:
Há aromas frescos como a carne dos infantes,
Doces como o oboé, verdes como a campina,
E outros, já dissolutos, ricos e triunfantes,
Com a fluidez daquilo que jamais termina,
Como o almíscar, o incenso e as resinas do Oriente,
Que a glória exaltam dos sentidos e da mente.
A principal figura de linguagem que sustenta o fragmento dado e que revela a necessidade
de se compreender o mundo por meio de processos não cientificistas é:
a. Metáfora.
b. Aliteração.
c. Antítese.
d. Sinestesia.
e. Paradoxo.
PERGUNTA 3
Leia o texto de Fernando Pessoa dado a seguir:
AUTOPSICOGRAFIA
O poeta é um fingidor
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
E os que leem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.
E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.
Sobre o texto "Autopsicografia", lido como um poema metalinguístico, é correto dizer que:
a. Apresenta o processo de criação poética como uma mentira, um fingimento com
vistas a iludir os cidadãos comuns, os que leem, e distanciá-los da verdade
mantendo-os na ignorância, na dor que eles não têm.
b. Consiste no reconhecimento de que não se pode chegar a uma verdade,
haja vista que tanto quem escreve quanto quem lê têm suas próprias dores
que não podem ser materializadas no texto tais como foram sentidas.
c. Apresenta o processo de criação literária como aquele que mais se aproxima da
verdade, pois o poeta é um fingidor que finge o que sente deveras, ou seja, de
verdade.
d. Descaracteriza a arte como coisa séria ao metaforizar o poema por meio de um
comboio de corda, ou seja, um brinquedo de criança que gira nas calhas de roda,
nos trilhos.
e. Apresenta a razão, as calhas de roda, em que gira o comboio de corda, como o
elemento mais importante do processo de criação poética.
PERGUNTA 4
Associe de forma correta o conteúdo da coluna A (fragmentos de poemas) com o nome do
heterônimo pessoano da coluna B a quem foi atribuída a autoria do texto por Fernando
Pessoa. Considere, para fazer a atividade, as características que Pessoa deu a cada
heterônimo.Importante: os autores dos fragmentos podem se repetir.
A associação correta está na alternativa:
resposta correta é a letra A 1 - B; 2 - A; 3 – C; 4 – B; 5 – C; 6 – A.
Ver quadro/imagem com continuação da pergunta na página abaixo.

Continue navegando