Buscar

Livro-Texto - Unidade II Saneamento e analise ambiental

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 55 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 55 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 55 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

78
Re
vi
sã
o:
 G
io
va
nn
a 
Ol
iv
ei
ra
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: N
om
e 
do
 d
ia
gr
am
ad
or
 Is
m
ae
l X
av
ie
r -
 d
at
a 
22
/0
3/
20
18
Unidade II
Unidade II
5 QUALIDADE DO AR E DA ÁGUA
5.1 Qualidade do ar
Abordaremos a partir de agora a poluição do ar, da água e do solo. O que entendemos por poluição? 
Sujar? A mudança do meio ambiente pela introdução de alguma substância ou energia, por intermédio 
de uma fonte fixa ou móvel alterando a composição do ecossistema é chamada de poluição. Estudaremos 
adiante as consequências negativas desse evento. 
A boa qualidade do ar é fundamental para nossa saúde, bem como para a dos demais seres vivos, 
plantas e animais. Vamos estudar quais são os tipos de poluentes, os efeitos da poluição atmosférica 
nas cidades e no planeta.
5.1.1 Poluentes primários e secundários do ar
Quando falamos em poluição do ar, podemos lembrar da fumaça preta e malcheirosa que sai dos 
escapamentos dos caminhões, das fumaças coloridas que saem das chaminés das indústrias ou das 
queimadas das florestas, prejudicando o ambiente e principalmente a saúde humana. Mas há também 
aquela que é invisível, sem cheiro e é proveniente de muitas fontes poluidoras.
Torna-se muito importante para o biomédico entender os tipos de poluição, suas causas e 
consequências porque fatores tais como a exposição a certas substâncias, a duração dessa exposição 
e a quantidade de poluentes no ambiente de alguém podem prejudicar a saúde das pessoas e dos 
animais devido a problemas respiratórios e cardíacos, principalmente em crianças, idosos, grávidas 
e pessoas imunodeprimidas (cujo sistema imunológico está fragilizado), ou que tenham alguma 
sensibilidade a essas substâncias.
A Constituição Brasileira de 1988 estabelece o direito da população de viver em um ambiente 
ecologicamente equilibrado (BRASIL, 1988). Caracteriza como crime toda ação lesiva ao meio ambiente, 
determina a exigência de que todas as unidades da federação (estados) tenham reserva biológica ou 
parque nacional e que todas as indústrias potencialmente poluidoras apresentem estudos sobre os 
danos que podem causar ao meio ambiente. É necessário que sejam elaboradas leis que regulamentem 
os dispositivos constitucionais.
Assim é que foram criadas, entre outras:
• Resolução Conama nº 18/1986: estabelece o Programa de Controle do Ar por Veículos 
Automotores – Proconve (CONAMA, 1986a);
79
Re
vi
sã
o:
 G
io
va
nn
a 
Ol
iv
ei
ra
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: I
sm
ae
l X
av
ie
r -
 d
at
a 
22
/0
3/
20
19
SANEAMENTO E ANÁLISE AMBIENTAL
• Resolução Conama nº 5/1989: institui o Programa Nacional de Controle da Qualidade do Ar – 
Pronar (CONAMA, 1989);
• Resolução Conama nº 8/1990: estabelece o limite máximo de emissão de poluentes do ar 
(padrões de emissão) em fontes fixas de poluição (CONAMA, 1990b);
• Portaria Normativa nº 348/1990 e Conama nº 3/1990: dispõem sobre os padrões nacionais da 
qualidade do ar (CONAMA, 1990a).
Os resíduos encontrados no ar podem ser de natureza particulada (sólidos como poeira ou fuligem) 
ou gasosos. O poluente do ar é primário quando ele, por si só, causa algum tipo de problema, como no 
caso dos gases emitidos pelos automóveis: monóxido de carbono – CO, dióxido de carbono – CO2, metano 
– CH4, fuligem, óxidos de nitrogênio – NOx (a letra x significa que podem ser vários números, como 1, 2, 3), 
óxidos de enxofre – SO2, sulfeto de hidrogênio – H2S, amônia – NH3, compostos halogenados (HCl, HF), 
metais pesados (Cádmio – Cd, Chumbo – Pb, Arsênico – As), aldeídos e outros. 
Poluentes secundários são aqueles que sofrem reações químicas na atmosfera e formam um segundo 
composto poluente. Como exemplos temos o peróxido de hidrogênio – H2O2, o ácido sulfúrico – H2SO4, o 
óxido de enxofre – SO3, o nitrogênio – NO3, o ácido nítrico – HNO3, o ozônio – O3 etc.
Figura 59 – Diversas fontes de poluição do ar com material particulado 
e gasoso, caso não tenham algum método de controle de poluição
Figura 60 – Vulcão em erupção lançando cinzas tóxicas na atmosfera
80
Re
vi
sã
o:
 G
io
va
nn
a 
Ol
iv
ei
ra
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: N
om
e 
do
 d
ia
gr
am
ad
or
 Is
m
ae
l X
av
ie
r -
 d
at
a 
22
/0
3/
20
18
Unidade II
Vamos estudar alguns poluentes secundários (gases e particulados) que podem gerar problemas 
ambientais e de saúde:
1) Óxidos de enxofre (SOx) podem ser emitidos por fontes naturais como vulcões, lançados pelas 
chaminés provenientes de atividades industriais, da queima de óleos, de usinas químicas e do 
escapamento de veículos automotores que liberam SO2, pois são encontrados em combustíveis 
que contêm enxofre (óleo diesel, óleo combustível industrial, gasolina e carvão). Quando reagem 
com o oxigênio do ar – O2 ou do ozônio – O3, formado principalmente por descargas elétricas 
(como os relâmpagos), se transformam em SO3.
Também pode ocorrer o enxofre reduzido total – ERT, outros compostos que contêm enxofre, 
como: sulfeto de hidrogênio, metil-mercaptana, dimetil-sulfeto, dimetil-dissulfeto, emitidos 
por refinarias de petróleo, fábricas de celulose, plantas de tratamento de esgoto e produção 
de rayon-viscose ou por fontes naturais, ou seja, reações anaeróbicas microbiológicas de 
decomposição de proteínas com enxofre, nas quais a decomposição bacteriológica resulta em 
compostos com odor desagradável, semelhante ao de ovo podre. Você talvez se lembre de já ter 
sentido um cheiro assim antes.
2) Óxidos de nitrogênio (NOx: NO2 e NO3), dependendo da composição do combustível utilizado, 
pode ocorrer a liberação desses óxidos. O NO, sob a ação de luz solar, se transforma em NO2, que 
irá reagir com a umidade do ar formando o ácido nítrico (HNO3).
3) Monóxido de carbono (CO): incolor e inodoro, provém da combustão incompleta do carvão e de 
substâncias que contenham carbono. É um gás inflamável e muito tóxico, pois tem alta afinidade 
com a hemoglobina, composto da hemácia ou glóbulo vermelho.
4) Dióxido de carbono (CO2): provém das combustões em geral; em baixas concentrações, não é 
tóxico, mas em altas quantidades pode causar náuseas, tontura e até mesmo levar à morte.
5) Materiais particulados (MP): compostos que podem estar no estado sólido (poeiras, fumaça) ou 
líquido, perfazendo as partículas em suspensão no ar. Os MP podem ser classificados em partículas 
totais em suspensão (PTS, cujo diâmetro aerodinâmico é menor que 50 µm = micrômetro), partículas 
inaláveis (MP10 - menor que 10 µm), partículas inaláveis finas (MP 2,5 – menor que 2,5 µm) e 
fumaça ou fuligem (FMC). Quanto menor o tamanho da partícula, mais perigosa ela é, pois reduz a 
visibilidade na atmosfera, além de penetrar nos alvéolos pulmonares. As principais fontes de emissão 
são automóveis, indústrias, queimadas, poeira do solo, entre outros. 
6) Hidrocarbonetos (HC): resultantes da queima incompleta de combustíveis e de outros 
produtos orgânicos, podem ser cancerígenos e mutagênicos. Dentre eles podemos citar os 
compostos orgânicos voláteis (COV) que evaporam na temperatura ambiente, como o metano, 
o benzeno, o xileno, o propano e o butano.
7) Ozônio (O3) é um exemplo de oxidante fotoquímico, porque é formado na presença da luz solar e 
tem característica oxidante (“rouba” elétrons dos outros elementos). A radiação solar pode “quebrar” 
81
Re
vi
sã
o:
 G
io
va
nn
a 
Ol
iv
ei
ra
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: I
sm
ae
l X
av
ie
r -
 d
at
a 
22
/0
3/
20
19
SANEAMENTO E ANÁLISE AMBIENTAL
(fotólise) a molécula de O2 (oxigênio) e do NO2, propiciando a formação de O3. Na estratosfera (entre 
11 e 50 km de altitude), a camada de ozônio protege o planeta Terra, agindo como filtro dos raios 
ultravioletas emitidos pelo Sol. A baixa altitude pode causar prejuízos à saúde humana e à vegetação, 
por isso esse gás é chamado de “mau ozônio”.
 Observação
As faixas de atmosfera começam a partir das mais próximas à superfície 
terrestre – troposfera (até 10 km), estratosfera, mesosfera, termosfera e 
exosfera, sendo essa última a mais afastadado planeta Terra.
8) Outros poluentes tóxicos: dioxinas (subprodutos indesejáveis da síntese de herbicidas, desinfetantes 
e outros), amianto, tolueno e metais como cádmio, mercúrio, cromo e compostos de chumbo. Esses 
compostos são extremamente tóxicos e podem ter efeitos a curto prazo, tais como a irritação 
dos olhos e náuseas, ou a médio e longo prazo – também chamados de efeitos crônicos – como 
dificuldade em respirar, problemas no sistema nervoso, defeitos congênitos em bebês, câncer etc.
 Observação
A baixa quantidade de água no ar (umidade do ar) também pode 
ocasionar problemas de saúde, tais como ressecamento da mucosa e da 
pele, rinite, sangramento do nariz entre outros problemas respiratórios. 
Isso é muito comum nos períodos de inverno, quando o ar fica muito 
seco. No intervalo que vai de 60% a 40% de umidade do ar, temos a 
faixa de conforto, de 30% a 20%, adentramos no estado de atenção, 
índice em que deve ser usado soro fisiológico nas narinas e olhos. Entre 
20% e 12%, temos o estado de alerta, de 12% a 0%, temos o estado de 
emergência. Nesses dois últimos, devem ser evitados lugares nos quais 
haja aglomerações.
5.1.2 Impactos da poluição do ar: efeito estufa e buraco na camada de ozônio, inversão 
térmica, smog fotoquímico e chuva ácida 
Efeito estufa
A radiação solar chega à Terra, onde as ondas curtas aquecem o chão e as ondas longas 
(infravermelho) sobem e aquecem a atmosfera, saindo para o espaço. Caso tenha uma barreira 
formada por gases (do efeito estufa), como CO2, essa radiação (traduzida em calor) não conseguirá 
sair e voltará aquecendo novamente a superfície terrestre. Portanto, o gás carbônico (CO2) permite a 
passagem da luz do sol, mas retém o calor, não deixando que ele se disperse para o espaço. 
82
Re
vi
sã
o:
 G
io
va
nn
a 
Ol
iv
ei
ra
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: N
om
e 
do
 d
ia
gr
am
ad
or
 Is
m
ae
l X
av
ie
r -
 d
at
a 
22
/0
3/
20
18
Unidade II
Sol
Radiação solar recebida
Atmosfera
Calor que escapa
para o espaço
Calor refletido 
para a Terra
Radiação solar 
emitida sob a 
forma de calor
Figura 61 – Esquema representando o efeito estufa. O planeta Terra é aquecido por 
duas vezes: pelo sol e pelo calor refletido nesse “escudo” que é a camada de poluição
 Lembrete
A cobertura vegetal tem função muito importante nesse sentido. Além 
de ajudar a manter umidade do ar, o processo de fotossíntese promovido 
pelas plantas e principalmente pelo plâncton marinho absorve o CO2 e 
repõe o O2 na atmosfera!
Buraco na camada de ozônio
A energia emitida pelo sol ou radiação eletromagnética solar apresenta três tipos de raios ultravioletas 
– UV: A, B e C. A camada de ozônio tem grande importância, pois filtra as radiações ultravioletas UV-B 
e UV-A, que são nocivas aos seres vivos por penetrarem nas camadas mais internas da pele, podendo 
alterar as células da epiderme e derme, provocando câncer.
Alta 
atmosfera
Baixa
atmosfera
50 
km
15 
km
Cam
ada
 de 
ozô
nio
Ra
ios
 ul
tra
vio
let
as
Globo terrestre
Figura 62 – Camada de ozônio, caso inexistente, deixa os raios UV passarem para a litosfera
83
Re
vi
sã
o:
 G
io
va
nn
a 
Ol
iv
ei
ra
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: I
sm
ae
l X
av
ie
r -
 d
at
a 
22
/0
3/
20
19
SANEAMENTO E ANÁLISE AMBIENTAL
Figura 63 – Pessoa usando um aerossol (spray) 
Os CFCs são usados como propelentes de aerossóis (desodorantes) e como líquidos de refrigeração nas 
geladeiras e condicionadores de ar. Atualmente, os CFCs estão sendo substituídos por outros materiais 
menos poluentes.
Um dos principais “vilões” da camada de ozônio presente na estratosfera é o CFC (clorofluorocarbono), 
antigamente chamado de freon, um gás usado em aparelhos de ar condicionado, refrigeradores e 
também como propelente em aerossóis em quase todos os sprays. Compostos por CF2Cl ou CFCl3, tem 
capacidade de alcançar grandes altitudes sem modificar sua constituição. Ao receber a radiação solar, 
ocorre uma quebra e liberação do radical Cl, que reage com o O3, gerando o radical ClO, diminuindo a 
quantidade de O3 e deixando no lugar o O2. Entre outros gases estão os hidroclorofluorcarbonos (HCFCs), 
halons, brometo de metila e tetracloreto de carbono (CTC).
Com a falta de proteção, ou seja, sem a concentração adequada de ozônio na atmosfera, são 
formados os popularmente chamados “buracos da camada de ozônio”, possibilitando a passagem direta 
de radiações ultravioletas, que poderão causar danos à saúde humana como doenças do aparelho 
respiratório, câncer, asfixia, irritação dos olhos, gargantas e mucosas. 
A saúde ambiental também poderá ser afetada. As plantas poderão adoecer e assim a taxa de fotossíntese 
será reduzida, liberando menos oxigênio para a atmosfera, diminuindo a produção de folhas e frutos. 
Os animais poderão apresentar problemas respiratórios por inalar poluentes atmosféricos, doenças de pele 
pela exposição ao sol e problemas digestórios pela ingestão de vegetais e outros animais contaminados. 
As alterações climáticas também podem ser catastróficas, levando o planeta a ter alterações na 
precipitação, aumento da temperatura, derretimento das geleiras, aumento do nível dos mares etc. 
 Saiba mais
É possível ver as camadas de ozônio e de radiação UV sobre o Brasil, nas 
imagens divulgadas pelo Inpe. Acesse: 
<http://satelite.cptec.inpe.br/uv/>.
84
Re
vi
sã
o:
 G
io
va
nn
a 
Ol
iv
ei
ra
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: N
om
e 
do
 d
ia
gr
am
ad
or
 Is
m
ae
l X
av
ie
r -
 d
at
a 
22
/0
3/
20
18
Unidade II
A restauração da camada de ozônio ocorre naturalmente, porém de forma lenta e gradual, e o 
acelerado ritmo da sua destruição pela atividade humana muito tem dificultado essa recuperação. 
A primeira reunião internacional para discutir os impactos e mecanismos de proteção ao ozônio 
estratosférico ocorreu na Áustria em 1985. Em 1989, foi elaborado o Protocolo de Montreal (Canadá), 
um tratado internacional que impõe obrigações específicas e progressivas à redução da produção e do 
consumo de substâncias que destroem a camada de ozônio (que não provocam fotólise ou a “quebra” 
do ozônio) até sua total eliminação. Foi assinado por 197 países, entre eles o Brasil. 
 Saiba mais
Veja mais sobre o assunto acessando a página do Ministério do 
Meio Ambiente:
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Convenção de Viena e Protocolo 
de Montreal. Brasília, [s.d.]. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/clima/
protecao-da-camada-de-ozonio/convencao-de-viena-e-protocolo-de-
montreal.html>. Acesso em: 5 fev. 2019.
Inversão térmica
Na atmosfera existe o fenômeno chamado convecção, ou seja, o ar que está na superfície se 
movimenta constantemente em movimento vertical, pois a temperatura do ar diminui 1 oC a cada 
100 metros acima do solo. O sol aquece o solo e o ar em contato com a superfície terrestre. Como 
esse ar quente é leve, ele sobe (corrente ascendente) para camadas mais altas, levando poluentes, 
enquanto que o ar frio desce, formando um fluxo (convecção). 
Alguns aspectos topográficos, como altura da emissão dos poluentes e topografia do terreno, 
não favorecem a dispersão dos poluentes. É o caso do Vale do Rio Cubatão, onde se localiza o polo 
petroquímico de Cubatão (SP), e o Vale do Anhangabaú, no centro da cidade de São Paulo, onde há 
grande concentração de veículos. 
Em determinadas épocas do ano, quando as noites são muito frias, pela manhã, o sol não consegue 
aquecer o solo e o ar. Dessa forma, o ar frio, que é pesado, fica perto da superfície e o ar mais acima fica 
mais quente, não ocorrendo movimentação (do ar e dos poluentes). Outras condições meteorológicas, 
como falta de chuvas e ausência de ventos e de umidade também prejudicam a dispersão de poluentes.
Nessas situações, é comum ocorrerem complicações respiratórias devido ao ressecamento das 
mucosas, provocando sangramento pelo nariz, ressecamento da pele e irritação dos olhos.
Smog fotoquímico
A palavra smog é a junção de duas palavras em inglês: fumaça (smoke) e neblina (fog), muito usadapelos londrinos, na Inglaterra, com relação ao fenômeno natural associado à inversão térmica. Para 
nossa disciplina, o que mais interessa é conhecer o smog fotoquímico, que libera gases prejudiciais à 
qualidade do ar e afeta negativamente a saúde da população. Geralmente ocorre no verão, quando há 
85
Re
vi
sã
o:
 G
io
va
nn
a 
Ol
iv
ei
ra
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: I
sm
ae
l X
av
ie
r -
 d
at
a 
22
/0
3/
20
19
SANEAMENTO E ANÁLISE AMBIENTAL
maior incidência de luz solar. As reações fotoquímicas dão origem ao ozônio troposférico (mal ozônio) 
e ao ácido nítrico (HNO3), entre outros gases, a partir de compostos orgânicos voláteis (COV) e do NOx.
A) B) 
Figura 64 – A) Visão de uma metrópole sem smog ou névoa; B) a mesma cidade em um dia com smog
Chuva ácida
A chuva ácida ocorre por um processo natural existente há muitos anos (relacionado com o ciclo do 
carbono e do nitrogênio), porém têm se agravado com a grande quantidade de substâncias poluentes 
lançada na atmosfera pelas indústrias e pelos veículos (queima de combustíveis fósseis). Essas substâncias 
se combinam com a umidade do ar e se precipitam com pH mais ácido do que da chuva normal. Isso 
ocorre com o gás carbônico, que reage com a água, resultando no ácido carbônico, e quando óxidos 
de enxofre e de nitrogênio reagem com água gerando ácido sulfúrico (H2SO4) e ácido nítrico (HNO3). A 
neblina e a neve também podem ser ácidas. 
Ácido sulfúrico (H2SO4)
Ácido nítrico (HNO3)
Vapor de água e nuvens
Queda de partículas
(precipitação seca)
Chuva ácida
Neblina ácida
Condensação
da água
Desaparecimento da
vida aquática
Toxicidade
pelo alumínioOrvalho
ácido
Danos na vegetação
Lixiviação ácida
Precipitação seca
Água do 
degelo ácida
Neve ácida
Emissão de dióxido 
de enxofre e óxido 
de azoto
Figura 65 – Esquema ilustrando a formação de chuva ácida
86
Re
vi
sã
o:
 G
io
va
nn
a 
Ol
iv
ei
ra
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: N
om
e 
do
 d
ia
gr
am
ad
or
 Is
m
ae
l X
av
ie
r -
 d
at
a 
22
/0
3/
20
18
Unidade II
Como consequência, na natureza, isso afeta o equilíbrio dos ecossistemas aquáticos e das florestas. 
Nas áreas urbanas, tem causado a corrosão de estátuas e fachadas de edifícios (feitos de mármore, 
pedras, metais e cimento), principalmente de monumentos históricos e também estruturas metálicas. 
 Saiba mais
Leia mais a respeito acessando a página do Instituto de Biologia da USP em:
LANGANKE, R. Conservação. Instituto de Biologia da Universidade de São 
Paulo, [s.d.]. Disponível em: <http://ecologia.ib.usp.br/lepac/conservacao/
ensino/des_chuva.htm>. Acesso em: 8 mar. 2019.
Figura 66 – Monumento corroído por chuva ácida
5.1.3 Resíduos gasosos e particulados: métodos de controle de poluição do ar
Vimos que há basicamente duas modalidades de fontes poluidoras do ar, as fixas (abrangem as 
indústrias e fábricas) e as móveis (meios de transporte). Para cada tipo foram criadas legislações 
específicas e programas de controle, tais como:
• Lei Federal nº 1.413/1975 e nº 6.803/1980, que dispõem sobre o controle da poluição do meio 
ambiente provocada por atividades industriais e sobre as diretrizes básicas para o zoneamento 
industrial nas áreas críticas de poluição, respectivamente;
• Resoluções Conama nº 18/1986 e nº 2/1986, que dispõem sobre a criação do Programa de 
Controle de Poluição do Ar por veículos Automotores – Proconve, sobre o Programa Nacional 
de Controle da Poluição do Ar – Pronar.
87
Re
vi
sã
o:
 G
io
va
nn
a 
Ol
iv
ei
ra
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: I
sm
ae
l X
av
ie
r -
 d
at
a 
22
/0
3/
20
19
SANEAMENTO E ANÁLISE AMBIENTAL
• Lei Federal nº 8.723/1993, que trata da redução de emissão de poluentes por veículos automotores. 
Com certeza, devemos pensar em diminuir ou impedir a geração do poluente investindo em 
melhorias do processo industrial, em mudanças de matérias-primas e de equipamentos. Como possíveis 
alternativas para alcançar esse propósito, podemos citar: 
• substituição de matérias-primas e reagentes, como: eliminação da adição do chumbo tetraetila 
à gasolina (o que já foi feito, tendo essa substância sido substituída pelo álcool) e o uso de 
resina sintética ao invés de borracha na fabricação de escovas de pintura; 
• melhoria nos processos industriais ou das operações, como: condensação e reutilização de vapores 
(indústria petrolífera), processos úmidos ao invés de secos, boa manutenção de equipamentos 
produtivos etc. Nos anos 1980 e 1990, era comum ver fumaças coloridas saindo das chaminés 
das indústrias, isso indicava emissão de poluentes. Nos anos 2000, é possível ver, com frequência, 
a fumaça branca resultante da condensação dos vapores, que indica processo limpo;
• construção de chaminés e queimadores de gás: as indústrias devem construir chaminés altas, 
conforme legislação vigente, para que o vento favoreça a dispersão dos poluentes, sendo 
necessário estudar a tendência de deslocamento da fumaça;
• estabelecimentos que produzem, armazenam e/ou processem resíduos sólidos e líquidos devem 
seguir diretrizes legais para não liberar poluentes e odores;
• indústrias devem dispor de equipamentos de controle de poluição do ar, como: filtros (feitos 
de tecidos, papel ou fibras que retêm a emissão de partículas poluentes); precipitadores 
eletrostáticos (as particulas atravessam placas, carregadas eletricamente com tensões de até 
25.000 V e passam por outras placas ou eletrodos com cargas opostas, nas quais são retidas e 
depois caem ou se precipitam); coletores mecânicos – ciclones ou gravitacionais; lavadores de 
gases (gases e partículas, quando estão para sair da chaminé, são pulverizados por solução com 
substâncias químicas, que se agregam e propiciam a decantação);
 Observação
Coletores mecânicos são equipamentos industriais destinados ao 
tratamento de material particulado antes de ser lançado na atmosfera. Podem 
ser ciclones (centrífugos) ou gravitacionais, entre outros tipos. O ciclone possui 
espaço cônico, de separação de partículas sólidas e gotículas líquidas, por ação 
da força centrífuga. O mecanismo do outro coletor atua pela força gravitacional, 
retirando o material particulado mais grosso por sedimentação.
• veículos devem ter catalisadores: por meio do Proconve foram feitas adaptações no sistema de 
carburação, injeção eletrônica e uso de catalisadores nos veículos. Esse catalisador é semelhante a 
uma colmeia de abelhas, composto de carcaça metálica com manta isolante de calor que envolve 
o suporte cerâmico, impregnado com metais preciosos (platina-Pt, paládio-Pd e ródio-Rh). Através 
de reações químicas realizadas em altas temperaturas com esses metais, os gases poluentes NOx, 
88
Re
vi
sã
o:
 G
io
va
nn
a 
Ol
iv
ei
ra
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: N
om
e 
do
 d
ia
gr
am
ad
or
 Is
m
ae
l X
av
ie
r -
 d
at
a 
22
/0
3/
20
18
Unidade II
CO, HC –hidrocarbonetos são convertidos em substâncias inofensivas à saúde, como H2O, CO2 e N2 
e eliminados pelo escapamento;
Figura 67 – Fumaça saindo do escapamento de um carro desregulado, 
poluindo o meio ambiente e incomodando as pessoas
• programas de fiscalização ambiental de fumaça preta: os órgãos ambientais realizam 
fiscalização nas principais avenidas e rodovias, para verificar se caminhões e ônibus movidos a 
óleo diesel estão com motores desregulados. Caso a fumaça emitida pelo escapamento esteja 
com coloração escura, o responsável será multado;
• transporte alternativo: a campanha “deixe seu carro em casa uma vez por semana” (ou 
“operação rodízio”), criada em 1986 pela Cetesb e pela Secretaria de Meio Ambiente do Estado 
de São Paulo visava diminuir a quantidade de carros nas vias urbanas e, consequentemente, 
diminuir a poluição veicular. Foi posteriormente assumida pela Prefeitura de São Paulo. Ela 
motivou as pessoas a adotarem a carona solidária, o transporte público ou a bicicleta. Aliás, 
de maneira positiva, o uso da bicicleta nas vias urbanas vem ganhando cada vez mais adeptos, 
com advento das ciclovias e das ciclofaixas.Figura 68 – Ciclofaixa ao lado de uma avenida
89
Re
vi
sã
o:
 G
io
va
nn
a 
Ol
iv
ei
ra
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: I
sm
ae
l X
av
ie
r -
 d
at
a 
22
/0
3/
20
19
SANEAMENTO E ANÁLISE AMBIENTAL
 Saiba mais
Por exemplo, a Cetesb possui estações medidoras da poluição do ar na 
Região Metropolitana de São Paulo, no interior e litoral do estado, além 
de estações móveis, que são utilizadas em estudos temporários. Essa rede, 
ligada a uma central de computadores pelo sistema de telemetria, registra 
ininterruptamente as concentrações dos poluentes na atmosfera. Esses 
dados são processados com base nas médias estabelecidas por padrões legais 
e são disponibilizados de hora em hora. Veja mais a respeito acessando: 
COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO (CETESB). 
Qualidade do ar. 5 fev. 2019. Disponível em: <https://servicos.cetesb.sp.gov.
br/qa/>. Acesso em: 5 fev. 2019.
5.1.4 Mudanças climáticas
Há muitos anos a poluição ambiental e seus efeitos à saúde pública e ao clima do planeta (períodos 
prolongados de seca e de chuvas, altas temperaturas, derretimento de blocos de gelo nos polos) vêm 
sendo discutido por cientistas, ambientalistas e governantes em reuniões internacionais, resultando em 
documentos e protocolos. 
O Protocolo de Kyoto (Japão), que entrou em vigor em 2005, visa reduzir as emissões de gases 
poluentes responsáveis pelo efeito estufa e o aquecimento global. Foi feito um cronograma no 
qual os países deveriam reduzir em 5,2%, a emissão de gases poluentes (CO2, CH4, óxido nitroso, 
hidrocarbonetos fluorados, hidrocarbonetos perfluorados e hexafluoreto de enxofre), entre os anos 
de 2008 e 2012 (primeira fase do acordo). Estas ações deveriam aumentar o uso de fontes de energias 
limpas (biocombustíveis, energia eólica, biomassa e solar), diminuir a emissão de gases das indústrias, 
além de estimular o uso racional de energia. Infelizmente alguns países, como os EUA, saíram ou nem 
entraram no acordo, inviabilizando a meta. Nisto surgiu o Acordo de Paris em 2015, assinado por 
195 países com o objetivo de minimizar as consequências do aquecimento global, adotado durante a 
Conferência das Partes – COP 21 (CETESB, 2018).
5.2 Qualidade da água 
5.2.1 Poluição das águas, tipos de poluição das águas e indicadores de qualidade das 
águas (índice de qualidade das águas): características físicas e químicas
Quando se pensa em poluição das águas dos rios ou dos mares, geralmente associamos com o 
lançamento ou liberação de qualquer forma da matéria (resíduos, esgoto, produtos químicos) ou energia 
(por exemplo, o calor dos efluentes de uma usina nuclear) com intensidade, quantidade, concentração, 
ou características em desacordo com os padrões de qualidade ambiental estabelecidos por legislação.
90
Re
vi
sã
o:
 G
io
va
nn
a 
Ol
iv
ei
ra
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: N
om
e 
do
 d
ia
gr
am
ad
or
 Is
m
ae
l X
av
ie
r -
 d
at
a 
22
/0
3/
20
18
Unidade II
Como na natureza não encontramos água 100% pura, ou seja, sempre terá algum tipo de impureza 
seja ela física, química ou biológica, deve-se pensar em torná-la potável, ou diminuir a quantidade de 
impurezas para que fique abaixo do que for prejudicial à saúde (veja as figuras a seguir). 
1/4
(terra)
3/4
(água)
Figura 69 – Desenho ilustrando o planeta Terra demonstrando 
que a maior parte do globo é formada por água
Toda água do planeta
(água doce + água salgada)
Somente
água doce
Água
potável
Água doce
de fácil acesso
(rios, lagos e 
represas)
100% 3% 0,26% 0,002%
Figura 70 – Imagem representando a porcentagem de água potável com 
relação a todo o volume de água existente no planeta Terra
A água pode ter diferentes usos: abastecimento doméstico, abastecimento industrial, irrigação, 
preservação da flora e da fauna, recreação e lazer, geração de energia elétrica, navegação e diluição 
de despejos. Pode-se também classificar a água em dois grupos: no primeiro, ela é retirada do meio, 
no segundo não. No primeiro, a água dos rios, lagoas e reservatórios é captada e distribuída para 
abastecimento público, uso industrial, agropecuária etc. No segundo, é utilizada no próprio meio onde 
se encontra, para recreação, lazer, geração de energia e meio de transporte.
91
Re
vi
sã
o:
 G
io
va
nn
a 
Ol
iv
ei
ra
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: I
sm
ae
l X
av
ie
r -
 d
at
a 
22
/0
3/
20
19
SANEAMENTO E ANÁLISE AMBIENTAL
Figura 71 – A água tem importância vital para nossa higiene pessoal, pois o 
 hábito de lavar as mãos evita a transmissão de doenças
Figura 72 –Guarapiranga (SP), que serve tanto para o abastecimento de 
água como também para a prática de esportes aquáticos
Há cinco classificações dos corpos de “água doce”, conforme seu uso (CONAMA, 2005a): 
• Classe 1: pode ser utilizada para fins potáveis sem tratamento.
• Classe 2: pode ser utilizada para fins potáveis, após filtração, mas anteriormente deverá ser 
tratada com os meios convencionais em uma Estação de Tratamento de Água – ETA.
• Classe 3: poderá ser potável após tratamento com desinfecção.
• Classe 4: escoadouro natural de despejos, não pode ser usada para fins potáveis, agrícolas e 
recreacionais. Poderá ser usada na indústria desde que não haja necessidade de potabilidade.
• Classe 5: esgoto a céu aberto.
Com relação a seus usos, a água pode ser empregada no abastecimento doméstico e industrial, na 
irrigação e na geração de energia. 
92
Re
vi
sã
o:
 G
io
va
nn
a 
Ol
iv
ei
ra
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: N
om
e 
do
 d
ia
gr
am
ad
or
 Is
m
ae
l X
av
ie
r -
 d
at
a 
22
/0
3/
20
18
Unidade II
No abastecimento doméstico, o tratamento da água in natura visa servir as residências, geralmente 
é o convencional. No abastecimento industrial, a água pode ser utilizada na fabricação do produto sem 
se integrar a ele nem entrar em contato com as matérias-primas, como em serviços complementares 
(higiene de operários, limpeza dos equipamentos, prevenção de incêndios). Também pode ser integrada, 
como ocorre na fabricação de produtos alimentícios ou bebidas, sendo tratada de modo convencional 
(estação de tratamento de água).
Já na irrigação a água deverá ter aspectos biológicos preservados e ausência de materiais 
tóxicos, principalmente para não contaminar a plantação (com tratamento convencional ou de 
fontes sem contaminação). 
Figura 73 – Sistema de irrigação agrícola, que deve estar livre de contaminantes
A água também pode ser empregada na geração de energia, nas hidroelétricas e termoelétricas (nas 
quais é transformada em vapor). Nelas não há necessidade de controle mais aprimorado.
A poluição das águas é classificada em função do tipo de poluição: física, química, físico-química, 
bioquímica, biológica ou radioativa, normalmente associada à atividade humana, gerada nos processos 
industriais ou provenientes da agricultura. Dentre as impurezas encontradas na água, que podem ser 
naturais ou inseridas pelo ser humano, temos:
• impurezas físicas: relacionadas à cor, sabor, odor e temperatura;
• impurezas químicas: são substâncias dissolvidas na água que irão afetar a salinidade, alcalinidade, 
agressividade, quantidade de ferro, manganês, cloreto, fluoreto e compostos tóxicos; 
• impurezas biológicas: são microrganismos patogênicos, como bactérias, vírus, protozoários e 
vermes, provenientes geralmente de dejetos animais e humanos.
Além da importância fundamental de termos água de boa qualidade para beber, é necessário 
enfatizar seu uso nas nossas casas, pois sua escassez poderá acarretar danos à saúde. Isso porque, na 
prática, a falta de água significa problemas para fazer a higiene pessoal – dificuldade para tomar banho, 
escovar os dentes, dar descarga etc. – e higienização dos alimentos (frutas e verduras não serão lavadas, 
carnes não serão cozidas etc.), problemas para fazer a limpeza do ambiente, a lavagem de roupas etc. 
93
Re
vi
sã
o:
 G
io
va
nn
a 
Ol
iv
ei
ra
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: I
sm
ae
l X
av
ie
r -
 d
at
a 
22
/0
3/
20
19
SANEAMENTO E ANÁLISEAMBIENTAL
Sabendo que a água poderia ser o veículo de várias doenças, há muitos anos são adotadas pelas 
pessoas algumas medidas práticas simples para tornar a água potável, como: fervura (aquecimento da 
água a 100 oC por 10 a 15 minutos), colocação de produtos desinfetantes como cloro e tintura de iodo 
(a 8%) e uso de filtros de barro ou elétricos (filtração). Dependendo do local onde a água é captada, às 
vezes é necessário filtrar após a fervura.
Em 1970, foi criado o índice de qualidade das águas – IQA nos EUA, cinco anos depois foi adotado 
pelo estado de São Paulo e, mais tarde, passou a ser usado em todo o Brasil. 
De acordo com a Agência Nacional das Águas – ANA ([s.d.]a), a qualidade da água para o abastecimento 
público é avaliada considerando, basicamente, os indicadores de contaminação por lançamento de 
esgotos domésticos em nove parâmetros: 
• oxigênio dissolvido (OD);
• coliformes termotolerantes (coliformes fecais);
• pH;
• demanda bioquímica de oxigênio (DBO5);
• temperatura da água;
• nitrogênio total;
• fósforo total;
• turbidez;
• resíduo total. 
Falaremos na sequência sobre cada um desses parâmetros:
Também segundo a ANA ([s.d.]a), o IQA apresenta limitações porque não analisa parâmetros 
importantes para o abastecimento público, como substâncias tóxicas (metais pesados, pesticidas e 
compostos orgânicos), presença de protozoários patogênicos e substâncias que interferem no paladar, 
no cheiro e na aparência (propriedades organolépticas).
 Saiba mais
Saiba mais sobre a qualidade das águas acessando:
AGÊNCIA NACIONAL DAS ÁGUAS (ANA). Indicadores de qualidade – 
índice de qualidade das águas (IQA). Portal da Qualidade das Águas, [s.d.]. 
Disponível em: <http://pnqa.ana.gov.br/indicadores-indice-aguas.aspx>. 
Acesso em: 26 fev. 2019.
94
Re
vi
sã
o:
 G
io
va
nn
a 
Ol
iv
ei
ra
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: N
om
e 
do
 d
ia
gr
am
ad
or
 Is
m
ae
l X
av
ie
r -
 d
at
a 
22
/0
3/
20
18
Unidade II
Cada parâmetro tem um peso e um valor de qualidade. A análise do IQA gera uma somatória para 
cada valor obtido, que varia de 0 a 100. A correspondência entre o valor da somatória e o resultado da 
análise é dada no quadro a seguir:
Quadro 6 – IQA 
Valor da somatória Qualidade da água
80-100 Ótima 
52-79 Boa
37-51 Aceitável
20-36 Imprópria para tratamento padrão
1-19 Imprópria para o abastecimento, embora possa ser usada para fins menos exigentes, como navegação ou geração de energia
 Observação
Qualidade da água para balneabilidade: geralmente a imprensa ou os 
órgãos ambientais estaduais relatam as condições de balneabilidade das 
praias (e de algumas represas). Mas, de qualquer forma, é recomendável não 
tomar banhos de mar perto de córregos e desagues de esgotos (geralmente 
não tratados) e até 24 horas depois de fortes chuvas, que, com grande 
frequência, carregam diversos tipos de sujeira das ruas para o mar. 
Figura 74 – Ilustração de lançamento irregular de 
 esgoto sem tratamento em um corpo de água
É importante ressaltar que os procedimentos de coleta (local escolhido, equipamentos adotados, 
número de amostras, frequência de amostragens etc.) e conservação das amostras, bem como a seleção 
dos métodos analíticos a serem adotados, interferem no IQA. Por isso devem seguir procedimentos 
técnicos adequados (ANA; CETESB, 2011).
95
Re
vi
sã
o:
 G
io
va
nn
a 
Ol
iv
ei
ra
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: I
sm
ae
l X
av
ie
r -
 d
at
a 
22
/0
3/
20
19
SANEAMENTO E ANÁLISE AMBIENTAL
A) B)
Figura 75 – Dois procedimentos de coleta de amostra de água superficial para análise microbiológica. Na primeira, do 
lado esquerdo (A), a amostra foi coletada do corpo d’água com balde de aço inox, de cima de um barco, para depois 
ser transferida para o frasco plástico. Na segunda, do lado direito (B), o coletor está diretamente em contato 
com o corpo d’água. Observe que em ambas as fotos, o coletor está usando luvas.
 Saiba mais
Para facilitar o trabalho dos profissionais dessa área, a Cetesb e a ANA 
elaboraram o Guia Nacional de Coleta, que pode ser acessado gratuitamente:
AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS (ANA); COMPANHIA AMBIENTAL DO 
ESTADO DE SÃO PAULO (CETESB). Guia nacional de coleta e preservação 
de amostras: água, sedimento, comunidades aquáticas e efluentes líquidos. 
Brasília, 2011. Disponível em: <http://arquivos.ana.gov.br/institucional/sge/
CEDOC/Catalogo/2012/GuiaNacionalDeColeta.pdf>. Acesso em: 5 fev. 2019.
O próximo passo após ter acesso ao IQA será o estudo para aplicação de métodos de controle da 
poluição em questão.
5.2.2 Indicadores de qualidade das águas: características físicas e químicas
A água dos rios, dependendo do seu trajeto, recebe várias substâncias (de origem natural ou 
introduzida pela atividade humana), que podem ser chamadas de impurezas e que lhe darão determinadas 
características. Os indicadores da qualidade das águas abrangem características físicas, químicas e 
biológicas (microbiológicas), as quais devem estar dentro de parâmetros ou valores pré-estabelecidos 
pela legislação vigente, caso contrário a água não será adequada para certos usos. 
Na legislação nacional, destacamos três resoluções do Conama e uma do Conselho Nacional de 
Recursos Hídricos (CNRH) sobre o tema:
96
Re
vi
sã
o:
 G
io
va
nn
a 
Ol
iv
ei
ra
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: N
om
e 
do
 d
ia
gr
am
ad
or
 Is
m
ae
l X
av
ie
r -
 d
at
a 
22
/0
3/
20
18
Unidade II
• Resolução Conama nº 357/2005, que dispõe sobre a classificação dos corpos de água e 
diretrizes para o seu enquadramento, assim como estabelece as condições e padrões de 
lançamento de efluentes;
• Resolução Conama nº 396/2008, que estabelece o enquadramento das águas subterrâneas;
• Resolução Conama n° 397/2008, que altera o art. 34 da Resolução Conama 357/2005;
• Resolução CNRH nº 91/2008, que estabelece os procedimentos gerais para o enquadramento 
dos corpos d’água superficiais e subterrâneos.
 Observação
É importante conhecer os riscos potenciais dos poluentes aos humanos 
e aos outros seres vivos (flora e fauna). A ecotoxicologia aquática estuda, 
entre outros temas, os efeitos dos poluentes sobre as comunidades aquáticas, 
como a potencialidade de bioacumulação de uma ou várias substâncias em 
um determinado ambiente e seus efeitos adversos nos organismos. Análises 
toxicológicas são muito úteis em trabalhos de saneamento ambiental 
(ZARGATTO; BERTOLETTI, 2014).
As características físicas das águas são:
• Sólidos totais: é esse o nome dado à matéria que permanece após evaporação à temperatura 
de 103-105 0C. Algumas substâncias contidas na água, preferencialmente a fração orgânica, 
geram gás, e a fração inorgânica gera a chamada cinza. Esse resíduo da evaporação pode ser 
classificado mediante o tamanho do disperso (ou partículas que estão em menor quantidade 
dentro de um dispersante, que, no caso, é a água), podendo ser disperso (de 0 nm até 1 nm, 
sendo nm = unidade de comprimento, que equivale à bilionésima parte de um metro, ou 
10-9 m), resíduo em solução (entre 1 nm e 100 nm), partículas coloidais e, acima de 100 nm, 
partículas em suspensão.
• Cor: corantes orgânicos e inorgânicos, provenientes basicamente de atividades industriais, 
bem como os derramamentos de petróleo e derivados, alteram a cor da água. A proliferação 
excessiva de algas microscópicas também pode mudar a coloração da água para verde, marrom 
ou vermelho.
• Temperatura: a alta temperatura, seja pelo lançamento de despejos industriais aquecidos ou pelos 
dias quentes do verão, favorece a proliferação de bactérias, fazendo com que o corpo de água (mar, 
rio ou lago) tenha condições sanitárias agravadas. Dias quentes, lançamento de efluentes industriais 
aquecidos ou até mesmo o lançamento de água de combate a incêndio no corpo d’água, podem 
causar uma elevação da temperatura. A consequência disso é que como o gás oxigênio é menos 
solúvel em água quente, as bactérias aeróbicas e anaeróbicas tendem a se proliferar, levando à 
decomposição da matéria orgânica,o que pode causar mortandade de peixes.
97
Re
vi
sã
o:
 G
io
va
nn
a 
Ol
iv
ei
ra
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: I
sm
ae
l X
av
ie
r -
 d
at
a 
22
/0
3/
20
19
SANEAMENTO E ANÁLISE AMBIENTAL
• Odor: está relacionado com gases emitidos por matéria orgânica em decomposição (lixo 
doméstico, animais mortos), por alguns produtos químicos, como fenol e mercaptanas, e tipos 
de óleo, como gasolina e diesel.
• Turbidez: associa-se com a quantidade de material coloidal, isto é, partículas muito pequenas 
que deixam a água turva. Isso pode ocorrer após períodos de chuva, devido à atividade de 
mineração, ou pelo despejo de alguns tipos de poluentes. Águas muito turvas são prejudiciais 
para a vida aquática.
Entre as características químicas da água, temos:
1. Oxigênio dissolvido (OD): necessário aos organismos aeróbios aquáticos (algas, peixes, crustáceos 
etc.). Caso o teor de oxigênio dissolvido alcance valores muito baixos, ou zero, a maioria desses 
organismos não sobreviverá. Normalmente é medido por um aparelho eletrônico em campo. 
Águas poluídas por efluentes domésticos ou pelo despejo de poluentes com alto teor de matéria 
orgânica, sem tratamento adequado, diminuem a quantidade de oxigênio. Temperatura e altitude 
também influenciam. Águas de lagos de regiões muito frias têm maior OD, de regiões mais quentes, 
menor; em lugares mais altos, o OD tem menor solubilidade.
 Saiba mais
O valor mínimo de oxigênio dissolvido (OD) para a preservação da 
vida aquática é de 5,0 mg/L, segundo a Resolução Conama nº 357/2005 
(CONAMA, 2005a), no entanto, as carpas adultas conseguem tolerar 
concentrações de 3,0 mg/L e sobreviver por até seis meses em águas frias 
sem oxigênio. Você pode ver mais a respeito consultando: 
COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO (CETESB). 
Mortandade de peixes: oxigênio dissolvido. 2019. Disponível em: <https://
cetesb.sp.gov.br/mortandade-peixes/alteracoes-fisicas-e-quimicas/
oxigenio-dissolvido/>. Acesso em: 5 fev. 2019.
2. Demanda bioquímica de oxigênio (DBO5): esse parâmetro deverá ser analisado após cinco dias 
(por isto há o número 5 escrito junto à sigla). Geralmente é feito pelo método de Winckler: a 
amostra de água é colocada em frasco especial para esse fim (escuro ou âmbar, para evitar que 
ocorra fotossíntese, aumentando o oxigênio dentro do recipiente), ajusta-se o pH (entre 6,5 e 8,5) 
e coloca-se (inocula-se) quantidade fixa de microrganismos, levando o conjunto à estufa 
durante cinco dias, a 20 °C. O OD (oxigênio dissolvido) deve ser medido no início e no final 
do processo.
A DBO5 reflete a proliferação dos microrganismos que se alimentam das substâncias orgânicas 
presentes na amostra. A redução do OD na água reflete, basicamente, que a quantidade por 
98
Re
vi
sã
o:
 G
io
va
nn
a 
Ol
iv
ei
ra
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: N
om
e 
do
 d
ia
gr
am
ad
or
 Is
m
ae
l X
av
ie
r -
 d
at
a 
22
/0
3/
20
18
Unidade II
microrganismos aeróbios está aumentando, ou seja, estão consumindo mais matéria orgânica 
presente em um líquido (água ou esgoto). Por exemplo: DBO alta significa pouco OD e presença 
de grande quantidade de bactérias, ou seja, águas poluídas.
3. Demanda química de oxigênio (DQO): geralmente é maior que a DBO e necessita usar um reagente 
químico para sua obtenção. A DQO é usada para medir a quantidade de oxigênio necessária para 
oxidar toda a matéria orgânica dos corpos d’água. Esse parâmetro pode ser obtido colocando-se 
dicromato de potássio em uma amostra de água e medindo quanto de OD reagiu ou foi consumido 
nesse meio ácido. Isso demonstra o oxigênio existente em todas as substâncias químicas e, quando 
o valor aumenta, significa que há presença de despejos de origem industrial. 
4. Potencial hidrogeniônico (pH): representa a acidez da água. Esse parâmetro varia entre 0 e 14, e 
indica se está ácida (pH inferior a 7), neutra (pH igual a 7) ou alcalina (maior que 7). A vida aquática 
depende do pH entre 6 e 9. Se o pH de um corpo d’água estiver baixo, após o recebimento de um 
efluente industrial (resíduo líquido que sai da indústria), poderá ter característica corrosiva; se 
esse pH for elevado, poderá favorecer incrustações de certos organismos dentro das tubulações. 
A B
Figura 76 - Duas imagens demonstrando o equipamento que mede a acidez das soluções (pHmetro). A primeira, 
 do lado esquerdo (A), mostra que quando analisado o leite de magnésia, aparece na tela o valor de pH 10,5, que é 
básico ou alcalino. Em (B), vemos que quando analisado o vinagre, aparece no visor o valor de 
pH 2,8, que é ácido (soluções que têm pH abaixo do valor 7 são ácidas e acima de 7 são alcalinas)
5. Metais pesados: analisa-se a presença na água de cromo, mercúrio, chumbo, cádmio, bário, 
arsênico, dentre outros metais que são tóxicos aos animais e aos seres humanos. A seguir 
examinamos alguns dos principais metais que podem estar na água:
• Arsênio: provém da atividade de mineração ou da lavagem superficial do solo que contenha 
pesticidas. Quando a água apresenta uma quantidade muito pequena, chamamos de “traço”. Quando 
são encontrados “traços” na água, o arsênio é tido como inofensivo. Quando combinado com o 
oxigênio, se transforma em arsênico, um potente veneno que pode causar câncer e morte.
• Bário: provém de efluentes de mineração. Pode ser encontrado como sulfato de bário, cuja 
solubilidade é baixa, se houver “traços” na água, o ser humano não será afetado, o mesmo com 
carbonato de bário. Se a concentração for maior, poderá causar bloqueio do sistema nervoso, 
com vasoconstrição, aumentando a pressão sanguínea e até levando à morte.
99
Re
vi
sã
o:
 G
io
va
nn
a 
Ol
iv
ei
ra
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: I
sm
ae
l X
av
ie
r -
 d
at
a 
22
/0
3/
20
19
SANEAMENTO E ANÁLISE AMBIENTAL
• Cádmio: provém da galvanoplastia e é usado em pilhas e baterias. Tem efeito irritante 
gastrointestinal e pode ser letal.
• Cianeto: vem da galvanoplastia e de banhos para clarificação de metais. É muito usado na 
refinação de ouro e prata, na fabricação de borracha, na indústria de plástico, em fibras acrílicas 
e em alto-forno. Provoca a parada da respiração celular, matando a pessoa por asfixia.
• Chumbo: usado em lapidação de pedras preciosas, reparação de radiadores de carro, reciclagem 
de baterias automotivas, redução de minérios ricos em ouro para sua obtenção e purificação, 
prática de tiro ao alvo, corte com maçarico, entre outros. Apresenta efeito cumulativo. A doença 
saturnismo (excesso de chumbo no corpo) pode levar o indivíduo à morte.
• Mercúrio: usado para combinar com outros metais, podendo ser empregado na purificação o 
ouro, para obturação de dentes cariados, em termômetros caseiros etc. É também encontrado em 
fungicidas (à base de mercúrio), e na fabricação de cloro. Tem efeito bioacumulativo na cadeia 
alimentar. Em casos de intoxicação podem surgir lesões nos intestinos, fígado e boca, falência 
renal e no sistema nervoso.
• Cromo: usado na produção de cromatos, aço inox e soldagem, revestimento de cromo, soldas de 
ferro-cromo e produção de pigmentos com cromo e nos curtumes. Causa irritação ocular, na pele e nas 
vias respiratórias. A longo prazo, pode provocar ação mutagênica, inclusive levando ao câncer.
Figura 77 – Área da Floresta Amazônica explorada por garimpeiros, em território indígena, 
para extração de ouro e outros minerais. Essa atividade provoca, entre outros danos ambientais 
e sociais, o conflito com as aldeias, a destruição da floresta, o assoreamento dos rios, a contaminação 
por mercúrio (usado para obtenção do ouro), prejudicando, enfim, toda a teia alimentar
6. Cálcio e magnésio: a presença de sais desses metais caracteriza a dureza da água. A presença 
deles pode causar sabor desagradável e efeitos laxativos, além de reduzir a formação da espuma 
do sabão e provocar incrustações nas tubulações e caldeiras. A classificação da dureza das águas é 
descrita como: água mole quando o valor de CaC03 é menor que 50 mg/L, dureza moderada entre 
50 e 150 mg/Lde CaC03, água dura entre 150 e 300 mg/L de CaC03 e água muito dura quando 
maior que 300 mg/L.
100
Re
vi
sã
o:
 G
io
va
nn
a 
Ol
iv
ei
ra
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: N
om
e 
do
 d
ia
gr
am
ad
or
 Is
m
ae
l X
av
ie
r -
 d
at
a 
22
/0
3/
20
18
Unidade II
7. Nitrogênio e fósforo: são encontrados em esgotos domésticos e industriais, fertilizantes, 
excrementos de animais e detergentes. O nitrogênio pode estar presente na água sob várias formas 
(N2 ou molecular, NH3 ou amônia, NO2
- ou nitrito, NO3
- ou nitrato), e o fósforo na forma de fosfatos 
(PO4
-). Funcionam como fertilizantes para as algas presentes no corpo de água, aumentado sua 
proliferação em um processo chamado de eutrofização, podendo causar mortandade de peixes.
8. Gás sulfídrico ou sulfeto de hidrogênio (H2S): gás formado na decomposição de matéria orgânica 
com enxofre, gás incolor, de cheiro desagradável. Pode ser encontrado nas jazidas de petróleo e 
gás natural, na extração de sal (cloreto de sódio), nas águas subterrâneas, em esgotos sanitários, 
em efluentes industriais. Quando exposto a esse gás, o ser humano pode ter irritação nos olhos e 
danos aos sistemas nervoso e respiratório, que podem levar à morte em questão de minutos, de 
acordo com a concentração da substância no indivíduo.
9. Gás metano (CH4): principal produto da decomposição anaeróbica da matéria orgânica em lixo 
e em esgotos. É chamado de gás dos pântanos e é o principal constituinte do biogás. É inodoro, 
incolor e altamente inflamável. Pode vir de fontes naturais (vulcões, gás natural de camadas 
abaixo de geleiras/glaciares e depósitos de petróleo) e de fontes alternativas de biogás, gerado 
pela fermentação de esterco, esgoto, lixo urbano, dentre outros. 
 Observação
Para medir alguns dos parâmetros comentados são usados kits e 
equipamentos eletrônicos muito sofisticados que podem ser levados a campo.
5.2.3 Características microbiológicas
A Portaria nº 2.914/2011 do Ministério da Saúde, conhecida como Portaria de Potabilidade, estabelece que 
a água para consumo humano não pode ter presença de coliformes totais e Escherichia coli (BRASIL, 2011).
Condições higiênicas e sanitárias fora dos padrões de qualidade das águas irão se refletir em 
problemas de saúde pública, pois o aparecimento de microrganismos patogênicos tem causado várias 
doenças que podem tanto afetar uma única pessoa como várias famílias. De acordo com a Organização 
Mundial de Saúde – OMS e o Fundo Internacional de Emergência para a Infância das Nações Unidas – 
Unicef (2017), “todos os anos 361 mil crianças, com menos de cinco anos, morrem devido à diarreia”.
Quanto mais pessoas doentes por falta de saneamento básico, maior a demanda em prontos socorros 
e hospitais, gastos com medicação e, dependendo de quantos dias a pessoa ficar sem trabalhar, maiores 
as dificuldades para pagar as contas no final do mês. 
Segundo a OMS, para cada dólar investido em tratamento de água e saneamento, haveria economia 
de US$ 4,3 em custos de saúde no mundo. No Brasil, doenças ligadas à falta de saneamento geram custo 
de R$ 100 mil ao Sistema Único de Saúde – SUS (GONÇALVES, 2018).
Dentre os aspectos microbiológicos, destacamos a ocorrência de algumas doenças transmitidas pela 
água e por alimentos contaminados pela falta de saneamento básico, bem como pelos maus hábitos 
101
Re
vi
sã
o:
 G
io
va
nn
a 
Ol
iv
ei
ra
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: I
sm
ae
l X
av
ie
r -
 d
at
a 
22
/0
3/
20
19
SANEAMENTO E ANÁLISE AMBIENTAL
de higiene da grande maioria das pessoas. De maneira geral, podem ocorrer diarreia, dores de cabeça, 
vômitos, febre alta e, em certos casos, graves infecções e até mesmo morte.
 Observação
Cabe aqui um breve comentário sobre a questão dos surtos e epidemias 
de doenças de veiculação hídrica. Quando uma dessas doenças atinge 
um grande número de pessoas de alguns bairros de maneira rápida ou 
repentina, isso é chamado de surto; e quando alcança proporções maiores, 
como várias cidades e estados e até outros, têm-se as epidemias. 
De acordo com a Cetesb (2018), nos casos de surtos e epidemias, 
as análises de microrganismos patogênicos são imprescindíveis para 
comprovar a associação da doença com a água contaminada, que pode ser 
de poços, açudes, represas, rios, lagos e lagoas, da rede de distribuição de 
água encanada, das praias etc.
Assim, amostras de água devem ser coletadas o mais rapidamente possível, sempre tendo em conta 
os critérios comentados anteriormente, e levadas para análises em laboratórios credenciados pelo Inmetro 
para identificação do agente causador. Igualmente importante é correlacionar isso com os relatos dos 
sintomas clínicos das pessoas afetadas, com o resultado dos exames laboratoriais de fezes, urina e sangue.
5.2.4 Floração de algas
A presença das algas e cianobactérias nos reservatórios, entre outros corpos d’água, é importante 
para a produção do oxigênio dissolvido na água, porém, caso ocorra eutrofização, esses organismos se 
proliferarão rapidamente, formando manchas de cores esverdeadas, amarronzadas, azul-esverdeadas 
ou avermelhadas, dependendo da espécie. Isso poderá interferir nos processos de tratamento da água, 
deixando gosto e odor desagradáveis. Essa proliferação, também chamada de floração, pode durar de 
alguns dias até muitas semanas, podendo ocorrer tanto no mar como em águas continentais.
Figura 78 – Floração de cianobactérias do gênero Microcystis no reservatório de Barra Bonita (SP), 
deixando a água com coloração esverdeada, como se alguém tivesse jogado tinta verde
102
Re
vi
sã
o:
 G
io
va
nn
a 
Ol
iv
ei
ra
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: N
om
e 
do
 d
ia
gr
am
ad
or
 Is
m
ae
l X
av
ie
r -
 d
at
a 
22
/0
3/
20
18
Unidade II
Esse desequilíbrio pode estar relacionado, basicamente, com o uso intensivo de fertilizantes na 
agricultura, a descarga de esgoto doméstico e industrial sem tratamento adequado, a destruição da 
mata ciliar, das florestas e manguezais. É favorecido no verão (dias mais quentes, ensolarados e com 
presença de chuvas).
De acordo com a Carvalho et al. (2013), as florações de cianobactérias produzem toxinas e isso pode 
trazer sérios riscos à saúde das pessoas, se o corpo d’água for usado para abastecimento urbano. Também 
podem criar um “biofilme” na superfície da água, alterando a transparência do meio, acarretando falta 
de oxigênio, o que pode prejudicar os peixes, levando-os à morte. Isso já aconteceu na represa Billings, 
na região metropolitana de São Paulo.
 Observação
Em caso de floração de algas e mortandade de peixes, recomenda-se 
evitar nadar ou praticar esportes em contato direto com a água. Avise o órgão 
ambiental do estado em que estiver (se for São Paulo, será a Cetesb). Quando for 
possível coletar e preservar amostras adequadamente, pode ser que consigam 
identificar os organismos presentes e saber se há perigo ou não. 
No ambiente marinho, a floração de algumas espécies de cianobactérias e de algas microscópicas, 
principalmente de dinoflagelados e diatomáceas, produz toxinas que podem causar desde uma simples 
alergia e irritação na pele e nos olhos, até casos mais graves, como doenças respiratórias e gástricas e 
danos ao sistema neurológico. Também podem causar mortandade de peixes. Por isso, nesses casos, 
além de evitar o banho de mar, entre outras atividades de lazer e esporte aquático, não devem ser 
consumidos peixes e frutos do mar (CETESB, 2019e).
 Saiba mais
Para ter acesso a mais informações sobre mortandade de peixes, causas e 
consequências para os ecossistemas aquáticos e para a saúde das pessoas, acesse: 
COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO (CETESB). 
Mortandade de peixes: introdução. 2019. Disponível em: <https://cetesb.
sp.gov.br/mortandade-peixes/>. Acesso em: 5 fev. 2019.
5.2.5 Estudo das etapas de uma ETA e de uma ETE
Métodos físicos, químicos e biológicos de tratamento
Quando se fala em tratamento biológico das águas, há referência à “ajuda” dos microrganismos 
que farão a decomposiçãode matéria orgânica para obter alimentos para eles próprios. O tratamento 
103
Re
vi
sã
o:
 G
io
va
nn
a 
Ol
iv
ei
ra
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: I
sm
ae
l X
av
ie
r -
 d
at
a 
22
/0
3/
20
19
SANEAMENTO E ANÁLISE AMBIENTAL
físico-químico é usado para retirar poluentes não removidos pelas bactérias e protozoários, chamados de 
processos biológicos convencionais. É usado para remover material coloidal, cor, turbidez, odor, ácidos, 
álcalis, metais pesados e óleos provenientes de fontes naturais ou de despejos industriais.
Etapas da estação de tratamento de água – ETA
Em uma ETA, a água chamada de bruta (sem tratamento) é captada de rios e reservatórios (lagoas e 
lagos ou represas) para ser tratada (purificada) a fim de que se torne própria para o consumo e possa ser 
distribuída por adutoras (rede de abastecimento por meio de aquedutos) para chegar até as casas das 
pessoas que forem beneficiadas por esse serviço. Infelizmente, nem todas as cidades brasileiras possuem 
este tipo de estação de tratamento. 
As etapas de uma estação de tratamento de água (ETA) estão ilustradas na figura a seguir:
Reservatório elevado
Rede de distribuição
Cloro e flúor
Canal de água filtrada
Adutora de
captação Sulfato de
alumínio,
cal e cloro
Represa
Floculação Decantação Filtração
Reservatório de 
água tratada
Adutora
Carvão ativado
Areia
Cascalho
Figura 79 – Esquema de tratamento de água (ETA) para que possa 
se tornar potável e ser levada para abastecimento público
A primeira fase do processo é a captação. Nessa etapa, já é realizado o tratamento físico, por 
exemplo, com o uso de grades para retirar animais mortos, folhas etc. da água que será enviada para 
a estação de tratamento. Da estação de captação será levada para a fase seguinte, em outro local, por 
bombeamento, em um processo chamado de adução ou recalque.
A segunda fase é a coagulação. Nela, adicionam-se substâncias à agua de modo que as partículas 
sólidas que estão em suspensão – na forma coloidal ou em solução – se aglomerem em flocos para que 
sejam removidas mais facilmente. O agente coagulante mais usado é o sal de alumínio (que formará o 
hidróxido de alumínio – Al2OH3), embora possa ser usado também o cloreto férrico – FeCl3, que tem a 
função de carregar as impurezas para o fundo do tanque.
104
Re
vi
sã
o:
 G
io
va
nn
a 
Ol
iv
ei
ra
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: N
om
e 
do
 d
ia
gr
am
ad
or
 Is
m
ae
l X
av
ie
r -
 d
at
a 
22
/0
3/
20
18
Unidade II
Para que esse processo seja otimizado, há necessidade de elevar o pH da água, pela adição 
ou de uma base ou de carbonato de sódio também chamada de barrilha. Depois é adicionado o 
sulfato de alumínio – Al2(SO4)3, que irá se dissolver na água e se precipitar na forma de hidróxido 
de alumínio – Al(OH)3. Para que a coagulação seja mais efetiva, pode-se usar cal virgem (óxido de 
cálcio – CaO), que tem a função de corrigir o pH para uma atuação mais efetiva do coagulante.
A terceira fase é a floculação e nela ocorre a movimentação da água de modo a fazer com que 
os pequenos flocos se aglutinem e fiquem maiores. Podem ser usados auxiliares de floculação como 
polímeros de alto peso molecular:
Figura 80 – Tanques de floculação da ETA Guaraú da Sabesp (SP) 
A quarta fase é a decantação, na qual a movimentação cessa e os flocos que uniram as impurezas 
decantam, por ação da força da gravidade, e se depositam no fundo do tanque, deixando a água límpida: 
Figura 81 – Tanques de decantação em ETA
A quinta fase do processo é a filtração, processo em que são usados filtros construídos por camadas 
de areia (grossa, média e fina), carvão antracito e cascalho de diversos tamanhos por onde a água irá 
passar. Nessas camadas, serão aprisionadas as partículas de impurezas.
105
Re
vi
sã
o:
 G
io
va
nn
a 
Ol
iv
ei
ra
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: I
sm
ae
l X
av
ie
r -
 d
at
a 
22
/0
3/
20
19
SANEAMENTO E ANÁLISE AMBIENTAL
A sexta fase é a desinfecção, que utiliza luz ultravioleta ou a agregação de desinfetantes como cloro, 
ozona ou íons de prata na água filtrada com a finalidade de destruir os microrganismos patogênicos 
transmissores de doenças. O cloro também tem a capacidade de oxidar os compostos orgânicos e 
inorgânicos, assim, muitas vezes, é colocado na entrada da água, no sistema de tratamento (pré-cloração), 
após a decantação (inter-cloração) ou após a filtração (pós-cloração).
 Observação
Em piscinas, o cloro é adicionado para a desinfecção da água, evitando a 
proliferação de microrganismos. A concentração dos ânions hipocloritos da 
água deve estar entre 1 e 3 ppm (ppm = partes por milhão), pois abaixo de 
1 ppm, há o perigo de a água ainda estar contaminada e, acima de 3 ppm, 
pode haver riscos para a saúde. A quantidade máxima recomendada na água 
de piscinas é de 3 ppm. Quando algum banhista fala que a água da piscina 
está “cheirando a cloro”, está enganado, pois o odor não provém do cloro, 
mas da reação entre o ácido hipoclorito e a amônia (do suor ou da urina dos 
banhistas), que se transforma em amônio (NH4+), realçando o odor.
A sétima fase é a correção do pH. Esse processo é realizado com a função de proteção dos 
encanamentos de distribuição para que não haja corrosão ou incrustação dos encanamentos de água 
das casas e dos edifícios. Para esse fim é usada cal hidratada ou carbonato de sódio.
A oitava fase é a fluoretação. A aplicação do flúor na água de abastecimento público é obrigatória 
por lei desde 1975 (em média 0,7 ppm). Isso reduz a cárie dentária no ser humano, pois o flúor se 
combina com a hidroxiapatita dos dentes e se transforma em fluoroapatita, que é mais resistente ao 
ataque ácido das bactérias bucais.
 Observação
Caso ocorra proliferação de algas nos mananciais por causa da 
eutrofização, o gosto e o odor na água de beber podem ser pronunciados. 
Nesse caso, pode ser usado o carvão ativado em pó, que retém os compostos 
orgânicos responsáveis por essas características. O uso do cloro pode liberar 
as toxinas das algas, por desintegrar as membranas delas. O uso de ambos 
é prejudicial, dessa forma, pode-se usar o permanganato de potássio como 
oxidante que não lisa (“quebra”) a membrana celular das algas.
A nona fase é a reservação. A água tratada é armazenada em reservatórios colocados em locais 
elevados (grandes caixas d’água) antes da distribuição. 
A décima fase é a de distribuição, na qual a rede de tubulações (aquedutos) leva a água tratada 
por gravidade e bombeamento até os consumidores nas residências, no comércio e na indústria, entre 
outros estabelecimentos.
106
Re
vi
sã
o:
 G
io
va
nn
a 
Ol
iv
ei
ra
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: N
om
e 
do
 d
ia
gr
am
ad
or
 Is
m
ae
l X
av
ie
r -
 d
at
a 
22
/0
3/
20
18
Unidade II
 Observação
Em 2014, quando houve a escassez de água dos mananciais da região 
metropolitana de São Paulo, devido a um prolongado período sem chuvas, 
o nível dos reservatórios ficou muito abaixo do nível mínimo. Foi usado 
então o chamado “volume morto” da represa do sistema Cantareira, isto é, 
o volume de água que fica abaixo do nível da captação das comportas e 
bombas de sucção. Como estas águas poderiam estar contaminadas com 
poluentes sedimentados, foi realizado um tratamento mais rigoroso, ou 
seja, passando mais vezes por todos estes processos. 
5.2.6 Estudo das etapas de uma ETE e métodos físicos, químicos e biológicos de tratamento 
Com a finalidade de minimizar os impactos negativos nos ecossistemas, principalmente nos aquáticos, 
causados pelo lançamento de efluente bruto (não tratado), há necessidade de empregar métodos que 
possam tornar menos poluentes os efluentes líquidos das indústrias e o esgoto doméstico. 
O processo que a própria natureza realiza para tratar os esgotos domésticos despejados nos rios 
é chamado de autodepuração. Porém, se esses efluentes forem lançados em quantidade maior que o 
corpo d’água possa suportar, esse descarte causará muitos danos aos organismos aquáticos.
As partículas que ficam em soluçãopassarão pelo processo de decomposição aeróbica, por 
microrganismos aeróbicos, pois a aeração ou movimentação das águas na superfície é grande. As 
partículas sólidas tendem a se depositar no fundo dos rios e reservatórios (formando o lodo), onde 
ocorrerá a decomposição anaeróbica por microrganismos anaeróbicos, pois há baixa quantidade 
de oxigênio disponível. Esses processos (aeróbico e anaeróbico) neutralizam as cargas poluidoras, 
restabelecendo a vida aquática. 
Analisando e seguindo esse raciocínio, foram construídas as estações de tratamento de esgotos nas 
quais os resíduos líquidos podem ser tratados da mesma forma que na natureza, sofrendo decomposição 
aeróbica (substâncias que estão em solução) e anaeróbica (lodo que irá aos biodigestores).
São etapas básicas da ETE:
• Coleta: é a etapa na qual ocorrem a captação e o transporte do esgoto, passando por um 
coletor secundário, sendo dirigido ao coletor ou ducto principal.
• Interceptor: tubulação que reúne os esgotos trazidos pelo ducto principal.
• Tratamento: retirada dos resíduos do esgoto para que a água tratada possa ser lançada no mar, 
nos rios e em reservatórios.
107
Re
vi
sã
o:
 G
io
va
nn
a 
Ol
iv
ei
ra
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: I
sm
ae
l X
av
ie
r -
 d
at
a 
22
/0
3/
20
19
SANEAMENTO E ANÁLISE AMBIENTAL
• Emissário: é a tubulação que leva os efluentes do tratamento até o corpo de água. Pode ser 
subterrâneo e submarino.
Para que o esgoto seja tratado são utilizados métodos físicos, químicos, físico-químicos e biológicos. 
Métodos físicos
Usados para remoção de sólidos flutuantes (dimensões grandes), sólidos em suspensão, areias, óleos 
e gorduras. Nem todos os métodos são usados em uma mesma ETE. Pode-se optar por alguns e deixar 
outros. A seguir enumeramos alguns deles:
• Grade: retém sólidos grosseiros em suspensão. Tem a função de proteção de bombas e 
válvulas. Para a retirada desses sólidos presos na grade, poderá ser realizada limpeza manual 
ou mecanizada. As aberturas das barras podem ser de 1 cm a 10 cm.
Figura 82 – Gradeamento de entrada do efluente da ETE
Figura 83 – Resíduos removidos pelo gradeamento da entrada 
de efluente da ETE que serão tratados como resíduos sólidos
108
Re
vi
sã
o:
 G
io
va
nn
a 
Ol
iv
ei
ra
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: N
om
e 
do
 d
ia
gr
am
ad
or
 Is
m
ae
l X
av
ie
r -
 d
at
a 
22
/0
3/
20
18
Unidade II
• Peneira: retém partículas mais finas. Para evitar seu entupimento, deve ser rotativa.
• Caixa de areia: é um canal de velocidade controlada (lenta) de escoamento que retém detritos 
pesados inertes, chamados de areias. Protege bombas e tubulações.
• Tanque retentor de óleo: retém óleos e gorduras livres, que formam espuma na superfície, 
prejudicando o tratamento posterior – motivo pelo qual devem ser retirados. Nesses tanques, 
como a velocidade é muito baixa, os corpos mais pesados se decantam. O tempo de decantação 
é de 3 a 5 minutos.
• Flotação: é o processo em que ocorre a flutuação de substâncias mais densas que a água, após 
ser insuflado o ar comprimido. É muito usado para recuperação de fibras de papel.
• Ultracentrifugação: são usadas membranas semipermeáveis que separam moléculas de 
tamanhos diferentes. Pode ser usada na separação óleo-água no processo de “desengraxamento” 
por lavagem, lixamento e corte de metais.
• Tanques de decantação: são grandes “piscinas” que servem para a separação de sólidos 
sedimentáveis. O primeiro grande tanque de decantação se chama decantador primário.
Métodos biológicos
Podem ser divididos em aeróbico e anaeróbico, conforme o microrganismo e o meio, com ou sem a 
presença de oxigênio. No método aeróbico, ocorrerá oxidação completa dos compostos orgânicos e no 
anaeróbico, fermentação, que pode ter como produtos: álcool, ácido acético e gás metano.
Lembrando do processo da autodepuração, explicado anteriormente, teremos na solução 
principalmente água e compostos orgânicos que sofrerão decomposição aeróbica. Para isso, deverá 
ser fornecido oxigênio com turbulência, ou via fotossíntese, por injeção ou por aumento de superfície 
do tanque.
São exemplos de métodos biológicos aeróbicos: lodo ativado, filtro biológico e lagoas de estabilização. 
O lodo ativado funciona da seguinte forma: em tanques com agitação mecânica (tanques de 
aeração) ou dotados de tubos que injetam oxigênio (ar comprimido), os microrganismos (bactérias 
e protozoários) se proliferam, pois há disponibilidade de oxigênio e de alimento (matéria orgânica 
presente no esgoto) e ocorre a formação do lodo constituído em parte dos próprios microrganismos 
(tudo isso ocorre no tanque de aeração). Como haverá grande proliferação, o efluente tratado 
contendo o lodo será encaminhado para o decantador secundário, de formato circular, e com uma 
ponte raspadora que direcionará o lodo sedimentado no fundo do decantador para um ducto de 
descarga; então, por bombeamento (sendo necessário um adensamento do lodo), o efluente será 
enviado ao filtro prensa.
109
Re
vi
sã
o:
 G
io
va
nn
a 
Ol
iv
ei
ra
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: I
sm
ae
l X
av
ie
r -
 d
at
a 
22
/0
3/
20
19
SANEAMENTO E ANÁLISE AMBIENTAL
Figura 84 – Tanque de aeração em uma ETE 
Figura 85 – Decantador secundário de uma ETE
Os filtros biológicos são grandes tanques que contêm cascalho (pedras), chamados de leito filtrante, 
sobre o qual o esgoto é alimentado lentamente. O ar circula por entre os espaços vazios do cascalho e 
ocorre a a decomposição de matéria orgânica dissolvida no esgoto por bactérias aeróbicas.
Já as lagoas de estabilização são grandes bacias similares a decantadores que possuem microrganismos 
aeróbicos e algas fotossintetizantes, sendo por essa razão também chamadas de lagoas de fotossíntese. 
Nesses decantadores, que devem ser rasos para aproveitar a entrada da luz, só poderão ser tratados 
esgotos claros que não impeçam a propagação da luz.
Uma opção aos mencionados tratamentos aeróbicos é o tratamento anaeróbico: nos biodigestores ou 
fermentadores, ocorre o processo de fermentação, produzindo principalmente o gás metano (CH4). O lodo 
digerido pelas bactérias vai para um filtro prensa, e o resíduo sólido irá para um aterro sanitário ou será 
incinerado. Poderá ser usado como adubo caso venha de ETE de efluentes domésticos. 
Outra forma de classificar os níveis de tratamento do esgoto ou de efluentes (ETE) é a separação em 
tratamento primário, secundário e terciário, conforme veremos na sequência.
110
Re
vi
sã
o:
 G
io
va
nn
a 
Ol
iv
ei
ra
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: N
om
e 
do
 d
ia
gr
am
ad
or
 Is
m
ae
l X
av
ie
r -
 d
at
a 
22
/0
3/
20
18
Unidade II
Tratamento primário
Consta de caixas de areia, gradeamento e decantadores primários. Tem o objetivo de proteger os 
equipamentos da estação de tratamento retendo folhas e outros objetos flutuantes. Possui pouca 
redução da carga orgânica (o gradeamento e peneiramento removem cerca de 5 a 20% da DBO). 
A caixa de areia tem velocidade baixa de fluxo de líquido, e muito lodo fica decantado no fundo do 
tanque. Ele é constantemente retirado e enviado para tratamento, geralmente em aterros sanitários 
ou incineradores.
Podem ser adicionadas substâncias chamadas de coagulantes, como hidróxidos insolúveis de ferro 
e alumínio, que arrastam partículas para o fundo. O mesmo resultado pode ser obtido por adição 
de polímeros, que interagem com as partículas em suspensão, formando flocos (floculação), que se 
sedimentam, formando lodo. Ao final dessas etapas, dependendo do processo escolhido, podem ser 
alcançadas remoções de 50% a 60% de sólidos em suspensão, equivalendo, aproximadamente, a 35% 
de DBO. 
O separador de água e óleo – SAO é um tanque retangular por onde passam os efluentes a uma baixa 
velocidade e onde são removidos óleos e graxas, que são menos densos que a água e flutuam, o que 
permite retirá-los com facilidade. Alguns sólidos são decantados no fundo do tanque. 
Após o tratamento primário, o efluente é enviado a outros tanques pormeio de bombas e válvulas. 
O tanque que recebe o efluente após o tratamento primário é chamado de poço de recalque. 
Tratamento secundário
São os tratamentos biológicos dos efluentes (aeróbicos e anaeróbicos). Os tratamentos aeróbios 
mais utilizados são: lodo ativado, filtro biológico, lagoa aerada e lagoas de estabilização.
Nos tanques de aeração ou lagoas aeradas, ocorre a injeção de ar de maneira controlada para que os 
microrganismos se mantenham vivos, dividindo-se e decompondo a matéria orgânica poluente presente 
no efluente. Essa etapa delicada é a mais efetiva em termos de redução de matéria orgânica e, caso 
ocorra o lançamento de quantidades significativas de efluentes contaminados com substâncias tóxicas, 
poderá haver morte dos microrganismos presentes, comprometendo todo o tratamento. 
Algumas indústrias chegam a pedir a outras o lodo ativado (caso o seu não seja mais eficaz). Para que 
o efluente fique livre de grande parte da matéria orgânica, o líquido a ser tratado deve ficar nesse local 
por cerca de três dias. Nas lagoas de estabilização (que também podem ser chamadas de facultativas) 
ocorrerá o processo de autodepuração, como em um rio, com algas provendo o oxigênio e bactérias 
decompondo a matéria orgânica da parte solúvel, onde o efluente a ser tratado entra e depois sai com 
carga orgânica menor.
Após esse período, o líquido passará para o tanque de decantação (decantador secundário), ou lagoa de 
decantação, onde, em aproximadamente um dia, ocorrerá a decantação do lodo (ativado ou ativo). Quando 
111
Re
vi
sã
o:
 G
io
va
nn
a 
Ol
iv
ei
ra
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: I
sm
ae
l X
av
ie
r -
 d
at
a 
22
/0
3/
20
19
SANEAMENTO E ANÁLISE AMBIENTAL
esse lodo for retirado, poderá ser acrescentado um polímero para que fique mais sólido (ou não tão líquido) 
para ser levado a centrífugas. Esse material pastoso poderá ser colocado em filtro prensa, que tem a função de 
“comprimir” o lodo, retirando o líquido e deixando a parte sólida chamada de “torta”. Esta pode ser usada na 
agricultura como fertilizante (pois é rica em nitrogênio, fósforo e potássio – NPK), devendo ser encaminhada, 
por isso, primeiro para o processo chamado de compostagem. É importante relembrar que lodos provenientes 
de indústrias de galvanoplastias ou de outras atividades industriais que podem conter elementos tóxicos 
deverão ser segregados e enviados para aterros.
O tratamento anaeróbico é muito semelhante ao processo que ocorre nas fossas sépticas, que 
são caixas de cimento ou de alvenaria, normalmente enterradas no quintal de uma casa, em alguns 
condomínios, alguns hotéis etc., que recebem e armazenam o esgoto produzido e fazem o tratamento 
preliminar dele.
A decomposição da matéria orgânica por bactérias anaeróbias nesse sistema gera o gás metano e 
compostos inorgânicos como CO2, H2, H2S e outros metabólitos das fermentações. Apresenta baixo custo 
de implantação e operação, além de propiciar a produção de biogás, por isso é vantajoso. Após passar 
por esses procedimentos, o esgoto tratado pode estar em condições de ser lançado nos corpos d’água. 
Tratamento terciário
Pode ou não ser utilizado. Tem a função de aprimorar a qualidade dos efluentes provenientes dos 
tratamentos primário e secundário. Geralmente é usado para acertar a cor do efluente e retirar nutrientes 
em excesso como nitrogênio e fósforo, ou metais tóxicos.
Nas lagoas ou tanques de maturação, as concentrações dos microrganismos são reduzidas por meio 
da adsorção em carvão ativado (ossos, madeira, fibra de coco, carvão mineral), que visa também remover 
os micropoluentes orgânicos e metais pesados. Para que esse carvão seja reutilizado, deve-se reativá-lo 
por aquecimento a 900 °C. 
A remoção de metais como cálcio, magnésio, chumbo, cádmio, pode ser feita com resinas de troca 
iônica e, para remover nitrogênio e fósforo (para evitar eutrofização), usam-se outras bactérias. Há ainda 
o processo de separação por membranas semipermeáveis, que não deixam passar certas substâncias, 
retirando até bactérias, dependendo do tamanho dos poros dessas membranas.
Contaminantes emergentes 
As estações de tratamento de água e esgoto não têm condições de eliminar completamente todas as 
substâncias que são lançadas por nós na urina e nas fezes. Desde os anos 1990, análises de amostras de 
água do mar, de rios, lagoas e lagos têm demonstrado a presença de resíduos de medicamentos (como 
antibióticos e anti-inflamatórios), de anticoncepcionais (hormônios) e pesticidas, entre outros exemplos. 
Médicos estão percebendo que certas bactérias, causadoras de doenças em seres humanos estão ficando 
super-resistentes ao efeito dos antibióticos. Essa poluição crônica é muito prejudicial à vida aquática. 
Cientistas já encontraram alteração no sexo de alguns peixes. O problema é muito grave não só no Brasil, 
mas também em diversos países. A Organização Mundial de Saúde, o Ministério da Saúde, vários órgãos 
governamentais e universidades estão desenvolvendo pesquisas a respeito. 
112
Re
vi
sã
o:
 G
io
va
nn
a 
Ol
iv
ei
ra
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: N
om
e 
do
 d
ia
gr
am
ad
or
 Is
m
ae
l X
av
ie
r -
 d
at
a 
22
/0
3/
20
18
Unidade II
 Saiba mais
Leia mais a respeito desse assunto em: 
BRASIL. Estudo analisa contaminantes emergentes no Brasil. 22 dez. 2017. 
Disponível em: <http://www.brasil.gov.br/noticias/educacao-e-ciencia/2013 
/10/estudo-analisa-contaminantes-emergentes-no-brasil>. Acesso em: 
5 fev. 2019.
INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS 
RENOVÁVEIS (IBAMA). Moção nº 61, de 10 de julho de 2012. Brasília, 2012. 
Disponível em: <http://www.ibama.gov.br/component/legislacao/?view=le
gislacao&legislacao=127709>. Acesso em: 19 dez. 2018.
Poluentes orgânicos persistentes – POPs
São substâncias químicas orgânicas sintéticas usadas na fabricação de agrotóxicos, luminárias, 
termômetros, plásticos, obturação de cáries dentárias e alguns materiais de construção, tais como: 
aldrin, amianto, mercúrio, hexaclorobenzeno, furano e ascarel ou bifenilpoliclorado – PCB.
De acordo com dados da Cetesb (2019f), os POPs são diferenciados de outras substâncias químicas 
por possuírem uma combinação particular de características físicas e químicas: 
• persistência: esses gases tendem a permanecer no ambiente (ar, solo, água) por mais de dez anos 
sem serem degradados naturalmente, devido à resistência à degradação química e biológica e 
aos efeitos de processos microbianos;
• semivolatilidade: evaporam lentamente, podendo ser levados pelo vento e pela chuva a 
lugares distantes de origem, na forma gasosa, até encontrarem temperaturas mais baixas, 
por isso as regiões polares estão entre as regiões do planeta mais afetadas pela contaminação 
dessas substâncias;
• bioacumulação: fenômeno pelo qual uma substância química atinge uma concentração maior 
nos tecidos de um organismo que no ambiente ao redor. Por serem bioacumuladores, são 
incorporados na teia alimentar, prejudicando especialmente os animais carnívoros do topo da 
cadeia. No caso dos mamíferos, inclusive nos humanos, a contaminação pode passar de mãe 
para filho pela placenta e pelo leite materno;
• toxicidade: são agentes tóxicos que podem causar sérios problemas à saúde, tais como 
disfunções nos sistemas imunológico, reprodutivo e neurológico, alguns tipos de câncer e até 
malformações genéticas em bebês. 
113
Re
vi
sã
o:
 G
io
va
nn
a 
Ol
iv
ei
ra
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: I
sm
ae
l X
av
ie
r -
 d
at
a 
22
/0
3/
20
19
SANEAMENTO E ANÁLISE AMBIENTAL
Cientistas têm encontrado concentrações altas de mercúrio em atuns (peixes oceânicos do topo da 
cadeia alimentar), leites de foca e de ursa polar contaminados com agrotóxicos, nas regiões árticas, e 
leite de mães de vários países igualmente contaminados. Trata-se de uma contaminação invisível e de 
consequências graves para as futuras gerações.
Visando estudar melhor seus efeitos, banir e restringir a fabricação e o uso dos POPs, bem como 
desenvolver

Continue navegando