Buscar

NEGOCIAÇAO E JUSTIÇA

Prévia do material em texto

Meios Adequados de Resolução de Conflitos - Unidade 2 - Negociação e Justiça Restaurativa 
 
 
 
 
Meios Adequados 
de Resolução de 
Conflitos 
 
 
 
Unidade Nº2 - Negociação e Justiça 
Restaurativa 
 
 
 
 
 
 
Meios Adequados de Resolução de Conflitos - Unidade 2 - Negociação e Justiça Restaurativa 
 
 
Autoria: Guilherme Pavan Machado 
Revisão Técnica: Ana Carolina Quintela 
 
 
 
 
 
 
Introdução 
 
Nesta Unidade, iremos desenvolver os temas de Negociação, Design de 
Sistemas de Disputas e Justiça Restaurativa, que integram parte importante da 
disciplina de Meios Adequados de Resolução de Conflitos. 
Nossos objetivos serão: conhecer o meio Negociação e as metodologias 
aplicáveis a ela; desenvolver habilidades negociais por meio de treino mediante a 
análise de caso prático; reconhecer os interesses das partes; avaliar possibilidades 
juridicamente viáveis de alcance dos interesses; definir estratégias jurídicas de 
minimização dos riscos envolvidos; verificar a metodologia de Design de Sistemas de 
Disputas; e verificar a metodologia das práticas restaurativas com ênfase na Justiça 
Restaurativa. 
 
1. A Negociação como Meio Adequado de 
Resolução de Conflitos 
 
A Negociação é um meio adequado de resolução de conflitos que pertence à 
estrutura clássica da autocomposição. Relembrando o nosso estudo da Unidade 
anterior, apontamos que existem três estruturas clássicas de resolução de conflitos, 
que são a autotutela, a autocomposição e a heterocomposição. 
A autotutela consiste em forma de resolução de conflitos sem a intervenção 
de terceiros, pela qual se chega a uma solução a partir da sobreposição do mais 
forte, ou seja, não há consenso. 
A Heterocomposição, por sua vez, é a resolução de um conflito por meio da 
intervenção de um terceiro convocados pelas partes em conflito, podendo ser um 
árbitro, no caso da Arbitragem, ou o Juiz, se estivermos falando de processo judicial. 
Meios Adequados de Resolução de Conflitos - Unidade 2 - Negociação e Justiça Restaurativa 
 
 
A Autocomposição é a estrutura clássica de resolução de conflitos, pela qual 
há a faculdade de possuir ou não a intervenção de terceiros, sendo que as partes 
buscam uma solução conjunta e consensual. Exemplos são a Conciliação, a Mediação 
e a Negociação. 
Nesse sentido, como primeiro aspecto diferencial da Negociação que 
podemos apontar é que trata-se de um meio de resolução de conflitos onde as 
partes que estão manejando um conflito chegam a uma solução a partir das próprias 
vontades e interesses, por meio de negociação. 
 
A negociação é um procedimento dinâmico em que as partes procuram 
chegar a um acordo que possa satisfazer a ambas, de modo que é 
necessária a contribuição de cada uma, possivelmente com concessões ou 
o recebimento de elementos, até que seja encaminhada uma composição. 
É salutar reafirmar que, uma vez que não exista a mediação de um terceiro 
na relação, o comprometimento das partes no entrave, com o objetivo de 
se finalizar a contenda, é essencial (GUILHERME, 2016, p. 18). 
 
Assim, podemos definir como conceito inicial da Negociação a noção de que 
se trata de resolução de conflitos a partir da qual as partes que figuram na 
divergência chegam a uma solução a partir da negociação entre os interesses 
particulares e coletivos em jogo, sem a intervenção de terceiros. 
 
2. Técnicas e prática em Negociação 
 
Após a abordagem sobre o conceito de Negociação, iremos falar sobre 
algumas técnicas e sobre a prática em negociação que você, enquanto profissional, 
pode encontrar no seu dia a dia. 
Hidal e Sampaio (2016, p. 337) irão afirmar que na Negociação “[...] as partes 
envolvidas em uma controvérsia tendem a criar um acordo que resolva o conflito 
estabelecido entre elas, de forma diferente de recorrer à força ou à decisão de um 
terceiro”. 
Ainda, os autores Hidal e Sampaio (2016, p. 337-338) destacam duas 
modalidades de Negociação, sendo a Negociação Distributiva e a Negociação 
Integrativa. 
 
A forma mais tradicional de negociação é chamada de negociação 
distributiva. Mais comumente chamada de barganha, esta abordagem 
Meios Adequados de Resolução de Conflitos - Unidade 2 - Negociação e Justiça Restaurativa 
 
 
presume que os recursos a serem negociados são fixos, tal que o ganho de 
um negociador resulta em uma perda para o outro. 
Para resolução de conflitos, no entanto, é necessário adotar outra 
abordagem chamada de negociação integrativa, na qual os negociadores 
procuram resolver uma disputa de maneira que maximize os seus 
interesses respectivos (ao contrário de ter um ganhador e um perdedor, ou 
de dividir a diferença). A maximização de ganhos mútuos é possível na 
medida em que as partes se concentrem em criar valor em vez de dividi-lo 
[...]. 
 
Exemplificando em situações hipotéticas do nosso dia a dia, a negociação 
distributiva poderá ser aquela relacionada à compra de um carro que dá origem a 
um impasse em relação ao valor de pagamento. O objeto que está sendo discutido - 
dinheiro - não pode ser compartilhado entre as partes, de modo que o ganho será 
do vendedor. 
 De outra ponta, a negociação integrativa pode ser demonstrada em uma 
negociação empresarial na qual duas empresas negociam para unir forças para 
realizar um empreendimento vultuoso. Aqui, há o compartilhamento do objeto e a 
soma dos interesses, não podendo visualizar ganhador ou perdedor. 
 Existem outras classificações de Negociação que permitem visualizar, de 
maneira didática, a dinâmica negocial. Uma delas é a classificação em relação à 
pessoa, pela qual se distingue a negociação em Adversarial e Cooperativa. 
 Uma negociação Adversarial, como o nome sugere, está relacionada a um 
tratamento entre as partes mais competitivo, possuindo interesses controversos e, 
na maioria das vezes, colidentes. Nesse tipo, as partes almejam resultados diferentes 
aos conflitos e travam uma luta durante a negociação. 
A negociação Cooperativa, ou Colaborativa, é aquela na qual as pessoas que 
estão negociando assumem uma postura facilitadora em relação à outra, 
empreendendo meios que lhes tragam uma solução que maximize os ganhos de 
ambas. 
O Manual de Negociação e Mediação para membros do Ministério Público 
(CNMP, 2015, p. 27) elucida as distinções acima expostas sobre os tipos de 
negociação, relacionando-os. 
 
O método competitivo se caracteriza quando um dos interlocutores objetiva 
maximizar vitórias sobre o outro. É o chamado ganha-perde, no qual o 
resultado substantivo, objetivo, tem valor preponderante, em detrimento do 
resultado subjetivo representado pela criação de um bom relacionamento 
entre os envolvidos. Já a postura colaborativa tem como preocupação do 
Meios Adequados de Resolução de Conflitos - Unidade 2 - Negociação e Justiça Restaurativa 
 
 
negociador atender aos interesses de ambos, de modo a que seja obtido 
um resultado substantivo (objetivo), mas, na mesma medida, aprimorado o 
relacionamento. É o chamado ganha-ganha, que tem na distinção entre 
posição e interesse a chave para a consecução do consenso (CNMP, 2015, 
p. 27). 
 
Nesse sentido, nos apropriamos de um outro conceito na negociação que é a 
sistemática “ganha-ganha” e “ganha-perde”, que diz respeito à questão da 
possibilidade de compartilhamento do objeto em uma tratativa negocial. 
 Outras características que podemos citar das negociações distributiva e 
integrativa está na postura adotada pelos negociadores. Veja: em uma negociação 
distributiva, percebemos posturas mais rígidas, menos flexíveis, ao passo que em 
uma negociação integrativa e colaborativa, por exemplo, percebemos posturas mais 
maleáveis entre as partes. 
 Outro aspecto que pode ser relevante é que as negociações distributivas e 
adversariais, ou competitivas, tendem a demorar mais, em virtude do embate de 
interesses e das posturas adotadas. Em outro passo, na negociação colaborativa, atendência é uma resolução mais rápida. 
 
Ainda está com dúvidas e não consegue visualizar como pode ocorrer uma 
negociação? Você conhece o Caso da Laranja? Leia abaixo: 
“O exemplo clássico fornecido pela Escola de Negociação de Harvard é o caso 
da laranja e das duas meninas que a disputavam. Ambas possuíam a mesma posição: 
‘quero a laranja’. A mãe das meninas, não suportando mais a disputa, pegou uma 
faca, cortou a fruta ao meio e deu uma parte para cada filha. A primeira, insatisfeita 
com a atitude, pergunta por que a mãe fez aquilo, pois desejava a laranja inteira para 
fazer um orifício em uma das extremidades e sorver o suco da fruta. Com apenas 
metade, isso não seria possível. Este era o seu interesse: sorver o suco da fruta 
diretamente. A segunda filha, da mesma forma, ficou insatisfeita, pois queria 
somente a casca da laranja para fazer letrinhas, conforme havia aprendido em aula. 
Com metade da laranja, não teria o material necessário para tanto. Esse era o seu 
interesse. Em realidade, a mãe das meninas poderia ter feito apenas uma pergunta: 
“para que vocês querem a laranja?” Após a resposta, não precisaria adotar a conduta 
inadequada que efetivou. Bastaria descascar a laranja e entregar a fruta para a 
primeira e toda a casca para a segunda filha. Assim, teria a satisfação das duas partes 
envolvidas no conflito, com o estabelecimento de uma conclusão ganha-ganha” 
(CNMP, 2015, p. 27-28). 
 
Meios Adequados de Resolução de Conflitos - Unidade 2 - Negociação e Justiça Restaurativa 
 
 
 
Você quer ver? Para saber mais sobre técnicas de Negociação, veja o vídeo A Arte 
da Negociação, com Diego Faleck, para o TEDx Talks. Para acessar a apresentação 
clique aqui. 
 
 
Concluindo esse nosso primeiro aprendizado sobre a Negociação como Meio 
Adequado de Resolução de Conflitos, compreendemos que trata-se de uma solução 
ao conflito a partir da própria desenvoltura e comunicação entre as partes com 
controvérsia, sem a intervenção de terceiros. 
 Quando falamos em Meios Adequados de Resolução de Conflitos, em 
convergência com o Acesso à Justiça, percebemos que a Negociação Integrativa e 
Colaborativa consiste em melhor método para alçar a solução dos problemas entre 
as pessoas em conflito, tendo em vista que essa sistemática possibilita a 
maximização dos ganhos e o atendimento do interesse de ambas as partes. 
 
3. Design de Sistemas de Disputas 
 
Até o momento direcionamos nosso diálogo, na Unidade anterior e nesta 
Unidade 2, para os Meios Adequados de Resolução de Conflitos, ou seja, abordamos 
questões referentes à Mediação, Conciliação, Arbitragem e Negociação, que 
consistem em meios para resolver o conflito. 
O Design de Sistemas de Disputas, tradução do nome original Dispute System 
Design (DSD), consiste em um método aplicável aos meios adequados de resolução 
de conflitos. O objetivo é “[...] a customização de sistemas para que estes abordem 
o conflito, de forma mais adequada, em toda sua complexidade” (SOUSA; CASTRO, 
2018, p. 107). 
 
[...] o Desenho de Sistema de Disputas é um método, e não um mecanismo 
de solução de conflitos, não se confundindo, portanto, com a sua finalidade, 
que é, efetivamente, a criação do sistema capaz de solucionar 
adequadamente um conflito. 
A metodologia DSD pressupõe a existência de um “designer” que, em 
cooperação com os interessados do conflito, desenvolverá um produto sob 
medida, analisando as peculiaridades dos personagens, da relação e do 
objeto conflituoso. 
https://www.youtube.com/watch?v=8PDLTvJf46g
Meios Adequados de Resolução de Conflitos - Unidade 2 - Negociação e Justiça Restaurativa 
 
 
Os sistemas devem ser desenhados em colaboração com os interessados, 
assim o designer oferece seus recursos técnicos, e as partes interessadas 
colaborarão com informações sobre o conflito, seus interesses, contexto 
situacional, personagens do conflito, dentre outras perspectivas (SOUSA; 
CASTRO, 2018, p. 107-108). 
 
Nesse sentido, o DSD consiste em método no qual o “designer”, que é quem 
analisa as peculiaridades do caso, visualiza o conflito, as partes afetadas, buscando 
criar um modelo que permita atender as prioridades destacadas por ele a partir da 
análise realizada. 
Sousa e Castro (2018, p. 108-109) elencam, com maestria, as etapas que o 
“designer” deve realizar para criação de um método que pode resultar na aplicação 
de um meio adequado de resolução de conflito que melhor contemple as 
especificidades do caso. 
 
O processo de desenho de um sistema de disputa envolve a análise do 
conflito e das partes interessadas e afetadas; a definição dos objetivos e 
prioridades do sistema; a criação de consenso e desenvolvimento do 
sistema; a implementação do sistema, disseminação e treinamento; a 
avaliação constante do sistema, adaptando-o de forma a permitir o 
aprendizado com a experiência. 
No primeiro momento, o designer vai se ocupar de identificar a demanda, 
fazendo um levantamento acerca das partes envolvidas, dos fatos ocorridos, 
dos interesses envolvidos, bem como das formas que aquele tipo de 
demanda costumeiramente é resolvido, quais os modelos de sistema 
existentes para seu tratamento. 
Nesse momento é possível que diversos mecanismos de resolução de 
conflitos apresentem-se como viáveis, desde a via judicial, como a 
arbitragem, a mediação, a conciliação, sendo função do designer, em 
cooperação com as partes, utilizar de cada mecanismo, aquelas ferramentas 
que melhor se adequem ao caso concreto, não sendo necessário optar por 
uma, em detrimento da outra. 
A grande vantagem do uso dessa metodologia é permitir a hibridez entre os 
mecanismos de resolução de conflitos, possibilitando, assim, que, a 
depender do caso concreto, utilize-se de uma racionalidade mais polarizada, 
ou mais cooperativa. 
É nessa primeira fase que se mapeiam os procedimentos disponíveis para 
resolução da demanda, e contrasta-se com os procedimentos que estão em 
uso, com a finalidade de determinar inovações e alterações de estratégias. 
Feito o diagnóstico desse panorama geral da demanda, parte-se para a 
definição dos objetivos e prioridades do sistema, com o fito de melhor 
desenvolvê-lo. 
Meios Adequados de Resolução de Conflitos - Unidade 2 - Negociação e Justiça Restaurativa 
 
 
 
Desse modo, o DSD proporciona que as partes tenham um modelo de 
aplicação dos meios adequados de resolução de conflitos que adeque-se ao conflito 
posto e a vontade das partes. Uma característica importante do Desenho de Disputa 
de Sistema é que ele só pode ser realizado pelo designer se houver consenso das 
partes para sua aplicação. 
 
O processo de design de sistemas de disputas é tanto político quanto 
técnico. Para que o sistema seja bem-sucedido, ele deve ser aprovado 
por todas as partes interessadas e afetadas. A aprovação está 
intimamente ligada com a participação. As partes interessadas e afetadas 
que participarem, influenciarem, opinarem e que, na medida do possível, 
sejam trazidas para o processo de criação, poderão expor seus pontos 
sensíveis e sentir-se co criadores do projeto. Tal fato facilita em muito a 
aprovação do projeto e o aprimora por meio de um processo democrático 
que leva em consideração a perspectiva de todas as partes envolvidas 
e aumenta substancialmente as chances de sucesso. A aceitação 
depende de um processo baseado em valores como participação, 
dignidade, igualdade, autonomia, eficiência e satisfação. Se o processo de 
criação é justo, o resultado deve ser justo (FALECK, 2009, p. 19). 
 
Diego Falek (2009, p. 9) cita, como exemplo internacional de aplicação do DSD, 
o caso da “September 11th Compensation Fund of 2001", que distribuiu 
aproximadamente 9 bilhões de dólares a mais de 7.000 vítimas e beneficiários de 
vítimas do evento terrorista”. 
 Nas palavras de Falek (2009, p. 20), avocandoo doutrinador Ury, um dos 
criadores do DSD nos Estados Unidos, três são os elementos básicos para o Desenho 
de um Sistemas de Disputas: a) os interesses em jogo; b) as regras de direito que 
servem como guia; e c) a relação de poder entre as partes. 
 Ainda, a criação do DSD pode direcionar seu objetivo em três situações 
distintas, quais sejam: a) conciliar os interesses em jogo; b) determinar quem está 
certo; ou c) determinar quem tem mais poder. Qual a mais apropriada? 
 
O enfoque nos interesses é capaz de resolver os problemas que estão 
por trás da disputa e pode ajudar as partes a identificar quais pontos 
são de maior preocupação para uma parte e para outra. Ao trocar 
concessões em pontos de menor por de maior preocupação, as partes 
podem criar ganhos na resolução da disputa. Focar em direito ou poder, 
por seu turno, inevitavelmente faz com que uma das partes saia da disputa 
percebida como vencida. Em muitos casos de litígio, normalmente a parte 
Meios Adequados de Resolução de Conflitos - Unidade 2 - Negociação e Justiça Restaurativa 
 
 
vencida percebe a decisão como injusta, o juiz como alguém inábil para 
entender o seu caso e assim por diante. Reconciliar interesses tende, em 
geral, a um maior nível de satisfação mútua com os resultados do que 
determinar quem está certo ou quem tem mais poder. Se as partes estão 
mais satisfeitas, o relacionamento é beneficiado e a chance de que a disputa 
volte a ocorrer é menor (FALECK, 2009, p. 21).. 
 
Um exemplo prático da aplicação do DSD na realidade forense brasileira é o 
Plano Estratégico de Gestão de Conflitos Trabalhistas, vencedor da VII Edição do 
Prêmio Conciliar é Legal. Esse Plano consiste em um modelo de gestão de conflitos, 
a partir de 35 projetos diferentes, voltado para o desenvolvimento e sucesso das 
práticas conciliatórias. 
 
 
Você quer ler? Para saber mais sobre o Plano Estratégico de Gestão de Conflitos, 
acesse aqui. 
 
 
 Outro exemplo da utilização do DSD no Brasil se deu com a Câmara de 
Indenização 3054, que possui o objetivo de viabilizar acordos com os familiares das 
vítimas do acidente aéreo do vôo 3054 da TAM. A CI 3054, como foi chamada, 
desenhou um procedimento que buscava analisar inúmeras variáveis para resultar 
na realização da autocomposição indenizatória aos familiares das vítimas. 
 
O procedimento da CI 3054 pode ser dividido em duas fases, (i)a 
preparatória ao ingresso do requerimento e (ii) o procedimento em si, 
consubstanciado nas reuniões propriamente ditas para coleta de 
informações e na apresentação da proposta de indenização. Na fase 
pré-ingresso, as partes tinham à sua disposição a "Divisão de 
Assistência" (DA), em que os beneficiários eram atendidos 
pessoalmente para a preparação prévia de seus requerimentos, antes 
mesmo do ingresso formal no programa. Após o ingresso, as partes 
mantinham reuniões diretamente com as empresas área e 
seguradora, com a presença de observadoras, e tinham à disposição o 
Conselho de Órgãos de Proteção de Consumidor para consultas (FALECK, 
2009, p. 27). 
 
https://www.premioinnovare.com.br/praticas/3163
Meios Adequados de Resolução de Conflitos - Unidade 2 - Negociação e Justiça Restaurativa 
 
 
A operacionalidade do procedimento instaurado era simples e de fácil 
compreensão e consistia no preenchimento de formulários, entrega de 
documentação para comprovação de renda das vítimas, dependência econômica e 
vínculo afetivo (FALECK, 2009, p. 27-28). 
O resultado da CI 3054? Mais de 90% dos casos intermediados pela Câmara 
terminaram em acordo, sendo que dos 59 casos recebidos, 55 foram solucionados 
mediante autocomposição (CONJUR, 2009). 
 
Você quer ler? Para saber mais sobre a CI 3054, acesse aqui. 
 
 
Desse modo, o Design de Sistemas de Disputas permite a criação de um 
método ou modelo para manejo de um conflito a partir da utilização dos meios 
adequados de conflitos. Conforme apontamos anteriormente, não se trata de um 
mecanismo de resolução de conflitos, como a Negociação, mas sim de uma 
metodologia para a aplicação desses mecanismos. 
 
4. Justiça Restaurativa 
 
A Justiça Restaurativa tem um espírito voltado para resolução amigável do 
conflito entre as partes, mas, mais que isso, assume um viés que busca recuperar ou 
restaurar as relações sociais. 
 
A Justiça Restaurativa constitui-se como um conjunto ordenado e sistêmico 
de princípios, métodos, técnicas e atividades próprias, que visa à 
conscientização sobre os fatores relacionais, institucionais e sociais 
motivadores de conflitos e violência, e por meio do qual os conflitos que 
geram dano, concreto ou abstrato, são solucionados de modo estruturado 
(CNJ).. 
 
O surgimento da Justiça Restaurativa se deu em 2005, com três programas 
pioneiros nos estados do Rio Grande do Sul, São Paulo e Distrito Federal, com o 
apoio do Poder Judiciário, “[...] Secretaria da Reforma do Judiciário do Ministério da 
Justiça e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD)” (CNJ, 2019, 
p. 5). 
https://www.conjur.com.br/2009-ago-12/camara-indenizacao-encerrada-92-acordos-acidente-tam
Meios Adequados de Resolução de Conflitos - Unidade 2 - Negociação e Justiça Restaurativa 
 
 
 O cerne da questão por trás do surgimento da Justiça Restaurativa está em 
recomendações da Organização das Nações Unidas, que passou a se dedicar para a 
análise e implantação de práticas restaurativas no âmbito das justiças criminais. 
 
A Organização das Nações Unidas – ONU, a partir da Resolução n. 1999/26, 
de 28 de julho de 1999, passou a regulamentar, no âmbito do direito 
internacional, as práticas restaurativas na Justiça Criminal. Além dessa 
primeira, outras duas Resoluções foram editadas por este organismo 
internacional sobre esta forma alternativa de resolução de conflitos: a 
Resolução n. 2000/14 e a n. 2002/12. Ambas estabelecem princípios básicos 
para utilização de programas restaurativos em matérias criminais (CNJ, 2019, 
p. 5). 
 
A Justiça Restaurativa tem como fundamento a Resolução 225/2016 do 
Conselho Nacional de Justiça, que atende as recomendações da ONU para sua 
implantação, bem como atenta para o direito ao Acesso à Justiça, destacando a 
complexidade dos conflitos no mundo atual e na necessidade de reafirmação das 
relações sociais. 
 A ideia de que os conflitos “solucionados de modo estruturado”, conforme 
conceito endossado pelo CNJ, está melhor descrita no art. 1º, incisos I, II e III da 
Resolução 225/2016. 
 
I - é necessária a participação do ofensor e, quando houver, da vítima, bem 
como da sua família e de todos os envolvidos no fato danoso, com a 
presença dos representantes da comunidade direta ou indiretamente 
atingida pelo fato e de um ou mais facilitadores restaurativos; 
II - as práticas restaurativas serão coordenadas por facilitadores 
restaurativos capacitados em técnicas autocompositivas e consensuais de 
solução de conflitos próprias da Justiça Restaurativa, podendo ser servidor 
do tribunal, agente público, voluntário ou indicado por entidades parceiras; 
III - as práticas restaurativas terão como foco a satisfação das necessidades 
de todos os envolvidos, a responsabilização ativa daqueles que contribuíram 
direta ou indireta para ocorrência do fato danoso e o empoderamento da 
comunidade, destacando a necessidade de reparação do dano e da 
recomposição do tecido social rompido pelo conflito e suas implicações para 
o futuro (CNJ, 2016). 
 
Nesse sentido, é possível perceber que a Justiça Restaurativa tem como 
fundamento precípuo a resolução de conflitos a partir de um contexto colaborativo, 
Meios Adequados de Resolução de Conflitos - Unidade 2 - Negociação e Justiça Restaurativa 
 
 
participativo, que olhe para todos os atores envolvidos e para seus interesses, 
almejando,ao fim e ao cabo, a restauração das relações sociais. 
 No caminho do que estamos falando, a Resolução 225/2016 fala em “Enfoque 
Restaurativo”, especificamente no artigo 1º, § 1º, inciso V, que significa uma 
abordagem diferenciada do conflito, contemplando a participação dos envolvidos, 
atenção às necessidades da vítimas e ofensor, reparação dos danos sofridos e o 
compartilhamento das responsabilidades e obrigações entre os participantes (VNJ, 
2016). 
 Esses elementos consistem em princípios que devem ser observados pela 
Justiça Restaurativa e pelos programas que forem criados e implantados que 
levantarem essa bandeira, a citar os princípios da corresponsabilidade, reparação do 
dano, a consensualidade e a confidencialidade (CNJ, 2016). 
 
Art. 2º São princípios que orientam a Justiça Restaurativa: a 
corresponsabilidade, a reparação dos danos, o atendimento às 
necessidades de todos os envolvidos, a informalidade, a voluntariedade, a 
imparcialidade, a participação, o empoderamento, a consensualidade, a 
confidencialidade, a celeridade e a urbanidade. 
§ 1º Para que o conflito seja trabalhado no âmbito da Justiça Restaurativa, é 
necessário que as partes reconheçam, ainda que em ambiente confidencial 
incomunicável com a instrução penal, como verdadeiros os fatos essenciais, 
sem que isso implique admissão de culpa em eventual retorno do conflito 
ao processo judicial. 
§ 2º É condição fundamental para que ocorra a prática restaurativa, o prévio 
consentimento, livre e espontâneo, de todos os seus participantes, 
assegurada a retratação a qualquer tempo, até a homologação do 
procedimento restaurativo. 
§ 3º Os participantes devem ser informados sobre o procedimento e sobre 
as possíveis consequências de sua participação, bem como do seu direito 
de solicitar orientação jurídica em qualquer estágio do procedimento. 
§ 4º Todos os participantes deverão ser tratados de forma justa e digna, 
sendo assegurado o mútuo respeito entre as partes, as quais serão 
auxiliadas a construir, a partir da reflexão e da assunção de 
responsabilidades, uma solução cabível e eficaz visando sempre o futuro. 
§ 5º O acordo decorrente do procedimento restaurativo deve ser formulado 
a partir da livre atuação e expressão da vontade de todos os participantes, 
e os seus termos, aceitos voluntariamente, conterão obrigações razoáveis e 
proporcionais, que respeitem a dignidade de todos os envolvidos (CNJ, 
2016). 
 
Meios Adequados de Resolução de Conflitos - Unidade 2 - Negociação e Justiça Restaurativa 
 
 
Nesse sentido, a Justiça Restaurativa atua a partir do consentimento e da 
vontade das partes em resolverem o litígio de maneira colaborativa. Um dos 
benefícios mais relevantes que podemos perceber a partir do desenvolvimento da 
temática é o fortalecimento das relações pessoais antes fragilizadas pelo conflito, 
bem como um resultado útil ao processo que satisfaça ambas as partes. 
 Hoje, as práticas restaurativas já se espalharam por todo o Judiciário brasileiro, 
estando presentes tanto na Justiça Comum (Estadual e Federal), como na 
Especializada (Justiça do Trabalho). 
 O Conselho Nacional de Justiça, em pesquisa junto aos Tribunais da Justiça 
Comum do país, descobriu resultados satisfatórios sobre a implantação de 
programas, projetos ou ações sobre Justiça Restaurativa. Houve 31 devolutivas aos 
questionários enviados pelo CNJ (à exceção do TJAC que não respondeu), chegando 
à conclusão que “25 Tribunais de Justiça, 96% do total de respondentes, e três 
Tribunais Regionais Federais, 60% dos existentes, possuem algum tipo de iniciativa 
em Justiça Restaurativa” (CNJ, 2019, p. 8). 
 Nessa pesquisa realizada pelo CNJ junto aos Tribunais, restou evidente o 
benefício que os programas, projetos e ações restaurativas trazem para a promoção 
e proteção dos direitos e garantias dos cidadãos, fortalecendo, principalmente, a 
proteção dos direitos da criança e adolescente e violência contra mulher. 
 
 
Fonte: CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA (CNJ). Mapeamento dos programas de justiça restaurativa. 
Brasília: CNJ, 2019, p. 15. 
 
Ademais, os benefícios com as práticas restaurativas podem ser sentidos em 
instituições da sociedade, efetivando o objetivo de recomposição do tecido social, 
cumprindo um papel fundamental no atual contexto político-social brasileiro de 
liquidez das relações interpessoais. 
O documento produzido pelo CNJ, “Mapeamento dos programas de Justiça 
Restaurativa” (2019, p. 17), apresenta o gráfico abaixo com as instituições que mais 
Meios Adequados de Resolução de Conflitos - Unidade 2 - Negociação e Justiça Restaurativa 
 
 
se beneficiaram com as práticas restaurativas, com destaque para o sistema de 
educação. 
 
Fonte: CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA (CNJ). Mapeamento dos programas de justiça restaurativa. 
Brasília: CNJ, 2019, p. 17. 
 
Por conseguinte, o mesmo documento em destaque - Mapeamento dos 
programas de Justiça Restaurativa - nos mostra outras duas informações relevantes 
para nosso estudo, que se baseiam nas metodologias utilizadas pelos facilitadores 
restaurativos e os tipos de encontros promovidos. 
 Primeiramente, em relação às metodologias, podemos citar como as mais 
utilizadas os Círculos de Construção de Paz, o Processo Circular, Círculos 
restaurativos, entre outras. 
Meios Adequados de Resolução de Conflitos - Unidade 2 - Negociação e Justiça Restaurativa 
 
 
 
Fonte: CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA (CNJ). Mapeamento dos programas de justiça restaurativa. 
Brasília: CNJ, 2019, p. 21. 
 
Os Círculos de Construção de Paz baseados em Kay Pranis estão assentados 
na concepção de viabilizar o encontro entre as pessoas, criando ou fortalecendo 
vínculos, promovendo a compreensão recíproca entre os participantes, tanto vítima, 
ofensor e terceiros atingidos (TJPR, p. 10). 
 O Manual de Justiça Restaurativa realizado pelo Tribunal de Justiça do Paraná 
(p. 10) aponta que os círculos poderão ser menos complexos, quando envolver “[...] 
celebração, diálogo, aprendizado, construção de senso comunitário, compreensão) 
e mais complexos (reestabelecimento/apoio, conflito, tomada de decisão, 
reintegração)”. 
 Nesta metodologia podem ser visualizados duas etapas: uma primeira 
chamada de pré-círculos, e a segunda, que são os círculos propriamente ditos. Os 
pré-círculos são encontros individuais realizados com os futuros participantes, nos 
quais será explicado o procedimento e colhido consentimento expresso. 
 Posteriormente, realizam-se os círculos, que poderão contar com a 
participação da vítima, ofensor, família, apoiadores e comunidade, que irão discorrer 
sobre a situação que gerou o conflito. 
 
Os participantes se sentam em círculo sem mesas ou outras peças de 
mobiliário no meio. Um objeto, chamado bastão-de-fala circula pela ordem 
entre os participantes, que falam somente quando estão segurando o 
bastão-de-fala. A utilização desse bastão-de-fala reduz o papel do facilitador 
e elimina as conversas paralelas ou interrupções, pois só ele define quem 
fala enquanto os outros ouvem. O processo poderá acontecer em círculos 
diferentes, um para vítima e outro para o ofensor antes que todos se 
Meios Adequados de Resolução de Conflitos - Unidade 2 - Negociação e Justiça Restaurativa 
 
 
reúnam para determinar um plano de ação que trate das questões 
levantadas ao longo do processo. Por consenso, o Círculo poderá estruturar 
a sentença do ofensor e também estipular as responsabilidades dos 
membros da comunidade e dos operadores de justiça como parte do 
acordo (PRANIS, 2010, p. 8). 
 
Kay Pranis (2010, p. 10-11) destaca como elementos estruturais do Círculo as 
orientações, o bastão de fala, a cerimônia, a partilha de histórias, o guardião ou 
facilitador e a tomada de decisão consensual. 
 Ainda, Pranis (2010, p. 5) aponta que os encontros presenciais mais comuns 
são a mediação vítima-ofensor, a conferência grupal restaurativa e oscírculos de 
construção de paz. Esse último pode ser compreendido como “[...] processo 
facilitado que envolve a vítima, seus apoiadores, o ofensor e seus apoiadores, 
membros da comunidade e membros relevantes do sistema judicial”. 
 O tipo de encontro mais realizado nas práticas restaurativas dos Tribunais que 
responderam o questionário do CNJ são os círculos de construção de paz, onde 
participam da dinâmica a vítima, o ofensor, comunidade, família e os apoiadores. Na 
sequência, percebemos maior presença de encontros com ofensor e comunidade, 
assim como grupos de ofensores. 
 
 
Fonte: CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA (CNJ). Mapeamento dos programas de justiça restaurativa. 
Brasília: CNJ, 2019, p. 22. 
 
Concluindo esse tópico sobre a Justiça Restaurativa, foi possível visualizar os 
principais conceitos da temática, o que envolve questões práticas de aplicação das 
práticas restaurativas, metodologias que são aplicáveis e dados estatísticos do CNJ 
sobre os programas no âmbitos dos Tribunais da Justiça Comum. 
Meios Adequados de Resolução de Conflitos - Unidade 2 - Negociação e Justiça Restaurativa 
 
 
 No encontro do que pretendemos abordar em um contexto geral nessa 
disciplina, a Justiça Restaurativa atua juntamente com os Meios Adequados de 
Resolução de Conflitos para buscar a solução de conflitos que surgem 
constantemente nas relações humanas de maneira colaborativa. 
 O principal objetivo da Justiça Restaurativa, no desiderato do que aprendemos 
na Unidade 1 e com o que desenvolvemos nessa Unidade, é promover a resolução 
do conflito de maneira amigável, cooperativa, autocompositiva, onde se privilegie o 
fortalecimento daquela relação social abalada pelo conflito. 
 Muito embora os dados estatísticos apresentem uma atuação massiva dos 
Tribunais na implantação de práticas restaurativas, há um primeiro obstáculo que 
tem que ser transposto, que é a consensualidade das partes em participar do 
procedimento. 
 No atual contexto político-social que vivenciamos, há que se incentivar o 
consenso para práticas de resolução de conflitos amigáveis em detrimento do litígio 
adversarial do processo judicial. Isso porque inúmeros são os benefícios para as 
partes envolvidas, podendo citar a resolução mais célere do mérito e o aumento da 
possibilidade de uma solução para o conflito favorável para ambos. 
 
Síntese 
 
Estamos encerrando mais uma Unidade da nossa disciplina de Meios 
Adequados de Resolução de Conflitos. Nesta Unidade aprofundamos nosso 
conhecimento sobre Negociação, Design de Sistemas de Disputas e Justiça 
Restaurativa. 
É importante compreendermos que tudo que estamos abordando está 
conectado no grande grupo dos Meios Adequados de Resolução de Conflitos. A 
Negociação, por exemplo, constitui em um mecanismo para solucionar conflitos a 
partir da autocomposição. 
 Nesse sentido, compreendemos: 
 
❏ A Negociação como um Meio Adequado de Resolução de Conflitos que busca 
a resolução do conflito a partir da autocomposição, sem a intervenção de 
terceiros, significando que as próprias partes envolvidas no conflito chegam a 
solução; 
 
❏ Por sua vez, não podemos dizer que o Design de Sistemas de Disputas (DSD) 
é um mecanismo, porque, na verdade, consiste em método para aplicação do 
Meios Adequados de Resolução de Conflitos - Unidade 2 - Negociação e Justiça Restaurativa 
 
 
meio de resolução de conflitos que melhor se adequar ao conflito em 
destaque. O DSD pode ser compreendido, portanto, como uma customização 
de procedimento e metodologia para resolução de um conflito, sendo um 
grande exemplo que abordamos a Câmara de Indenização 3054. 
 
❏ No último tópico, falamos sobre a Justiça Restaurativa, que podemos definir 
como uma política pública para implantação de programas, projetos e ações 
de práticas restaurativas no âmbito dos Tribunais. O grande objetivo da Justiça 
Restaurativa é restaurar os laços sociais fragilizados pelo conflito, assim como 
devolver para a sociedade uma espécie de recomposição do tecido social. 
 
O ponto em comum que encontramos de tudo que abordamos nessa 
Unidade é a preocupação do Direito brasileiro com os mecanismos de resolução de 
conflitos que priorizem soluções amigáveis, postas a partir da autocomposição. Isso 
em razão do abarrotamento do Poder Judiciário, do ingresso massivo de demandas 
e da fragilidade das relações sociais, sendo imprescindível incentivar procedimentos 
que fortalecem os laços interpessoais. 
 
Até a próxima! 
Bibliografia 
 
CÂMARA de indenização termina com 92% de acordos. CONJUR, publicado em 12 
de agosto de 2009. Disponível em https://www.conjur.com.br/2009-ago-
12/camara-indenizacao-encerrada-92-acordos-acidente-tam. Acesso em 13 out. 
2019. 
 
CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA (CNJ). Justiça Restaurativa. Disponível em: 
https://www.cnj.jus.br/justica-restaurativa/. 
 
CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA (CNJ). Resolução n. 225/2016. Disponível em: 
https://atos.cnj.jus.br/files/resolucao_225_31052016_02062016161414.pdf. 
 
CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA (CNJ). Mapeamento dos programas de 
justiça restaurativa. Brasília: CNJ, 2019. 
 
https://www.conjur.com.br/2009-ago-12/camara-indenizacao-encerrada-92-acordos-acidente-tam
https://www.conjur.com.br/2009-ago-12/camara-indenizacao-encerrada-92-acordos-acidente-tam
https://www.cnj.jus.br/justica-restaurativa/
Meios Adequados de Resolução de Conflitos - Unidade 2 - Negociação e Justiça Restaurativa 
 
 
CONSELHO NACIONAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO. Manual de negociação e 
mediação para membros do Ministério Público. Brasília: Editora Movimento, 
2015. 
 
FALECK, Diego. Introdução ao Design de Sistemas de Disputas: Câmara de 
Indenização 3054. RBAr, nº 23, p. 8-33, Jul-Set/2009. 
 
FISCHER, Roger. et al. Como chegar ao Sim: a negociação de acordos sem 
concessões. São Paulo: Imago, 2005. 
 
GUILHERME, Luiz Fernando do Vale de Almeida. Manual dos MESC’s: meios 
extrajudiciais de solução de conflitos. São Paulo: Manole, 2016. 
 
HIDAL, Eduardo Tabacow; SAMPAIO, Lia Regina Castaldi. Negociação e suas 
técnicas. In: BACELLAR, Roberto Portugal; LAGRASTA, Valeria Ferioli. Conciliação 
e mediação: ensino em construção. São Paulo: Ipam, 2016. 
 
OSTIA, Paulo Henrique Raiol. Desenho de sistema de solução de conflito: 
sistemas indenizatórios em interesses individuais homogêneos. 2014. 
Dissertação (Mestrado em Direito Processual) – Faculdade de Direito. 
Universidade de São Paulo. São Paulo, 2014. 
 
PRANIS, Kay. Justiça Restaurativa e Processo Circular nas Varas de Infância e 
Juventude. Palas Athena, p. 1-20, abril 2010. 
 
SOUSA, Mônica Teresa Costa; CASTRO, Maíra Lopes de. Desenhando modelos de 
sistemas de disputas para a administração pública: proposições acerca da política 
pública de fornecimento de medicamentos pelo viés do diálogo institucional. Rev. 
Bras. Polít. Públicas, Brasília, v. 8, nº 3, 2018 p.101-123. 
 
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO PARANÁ. Manual de Justiça Restaurativa. Disponível 
em: https://www.tjpr.jus.br/documents/14797/7836487/Manual+JR+-
+NUPEMEC+TJPR.pdf/2dee4c67-fc1a-40ae-a896-9b86a7d631a1. 
 
https://www.tjpr.jus.br/documents/14797/7836487/Manual+JR+-+NUPEMEC+TJPR.pdf/2dee4c67-fc1a-40ae-a896-9b86a7d631a1
https://www.tjpr.jus.br/documents/14797/7836487/Manual+JR+-+NUPEMEC+TJPR.pdf/2dee4c67-fc1a-40ae-a896-9b86a7d631a1

Continue navegando