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Avaliação Cartografia Geográfica II

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Avaliação de Cartografia Geográfica II 
Guilherme Mendes Alves 
Questão 1 – Explique o papel dos mapas na constituição da ciência geográfica. 
Resposta: 
Os mapas assumiram ao longo dos anos diversas tarefas até que viessem a constituir uma ciência 
geográfica com princípios teóricos e práticos bem delimitados. Dentre esses princípios, está a relação 
de poder que os mapas detêm e a própria demarcação do território de um Estado por exemplo. 
Inicialmente, os mapas assumiram o papel de proporcionar conhecer os recursos de um determinado 
território, bem como as delimitações existentes ali. As consequências desse uso, era a facilidade de 
navegação pelas terras, controle das terras e até mesmo cobrança de impostos. Com as revoluções 
industriais do século XVIII, ocorre o impulsionamento do capitalismo e de seus objetivos de 
expansão territorial e fortalecimento do mercado. Para isso, era necessário haver o mapeamento de 
todo o mercado envolvido no modo de produção capitalista. Surgem com isso novas técnicas de 
levantamento e registro de informações, que passaram a ampliar o caráter científico da cartografia, 
tornando os mapas de certa maneira, em um instrumento político-administrativo para a economia de 
um Estado. Um exemplo dessa afirmação, foi o mapeamento realizado nas zonas costeiras e o 
levantamento topográfico terrestre das Américas, África, Ásia e das ilhas do Oceano Pacífico, que 
representavam um ato de apropriação do território, por parte dos impérios europeus, através do 
conhecimento cartográfico. Portanto, os mapas possibilitaram a constituição de uma ciência 
geográfica, a cartografia, a partir de investimentos tecnológicos que visavam o interesse muito mais 
político-econômico, no sentido de controlar um território, dominando os recursos que ele oferece e 
o povo que ali reside, do que de evolução dos conhecimentos cartográficos com um caráter 
pedagógico, de ensino. Visto que até hoje, nas escolas, os mapas são analisados a partir de um 
contexto político-administrativo, onde o Estado é que está representado nos mapas, deixando-se de 
lado muitas vezes as características sociais, culturais e identitárias de quem está sobre aquele espaço 
que se observa no mapa. 
 
Questão 2 – Analise os desdobramentos da Segunda Guerra Mundial para a ciência cartográfica. 
Resposta: 
Os desdobramentos da Segunda Guerra Mundial para a ciência cartográfica, representaram 
dificuldades na produção de determinados mapas em meio à Guerra, e embates científicos entre a 
geografia e a cartografia. Tudo se inicia com a criação da Divisão de Mapas do ReA/OSS, que tinha a 
missão de adquirir e manter um acervo de mapas estrangeiros ou os registros de disponibilidade dos 
mesmos, elaborando estudos de mapas visando seu uso no campo da inteligência bélica. A divisão 
era formada por 38 geógrafos, e uma das dificuldades enfrentadas estava na compilação e na 
produção de mapas de modo rápido e preciso, que viabilizassem a tomada de decisões durante os 
acontecimentos da guerra. O que se enxergava, é que a maneira como os geógrafos utilizavam da 
cartografia para fins geográficos, estava alicerçado nos estudos regionais, com o auxílio dos 
instrumentos tecnológicos disponíveis. O desafio a se enfrentar não estava na fonte de informação, 
mas no modo de apresentação do mapa, pois o foco estava voltado para mapas em escala pequena, 
com objetivos especiais. No que diz respeito aos choques entre a cartografia e a geografia, naquela 
época, pode-se citar o fato de que a Divisão de Mapas era chefiada por Richard Hartoshorne e 
diversos pesquisadores das ciências sociais, como economistas e historiadores, os geógrafos que 
também faziam parte do grupo eram especializados em Geografia regional. O choque gerado estava 
na aplicação dos métodos regionais por parte desses geógrafos indo de encontro ao modo de 
interpretar determinada situação da guerra por parte dos cientistas sociais. Mais tarde, esse seria o 
motivo da divisão em cartografia e geografia, visto que a ciência geográfica da época, não abria mão 
do objetivo primordial dos mapas, objetivos esses de dominação de território e consequente vitória 
na Guerra. 
 
Questão 3 – Escolha um dos mapas feitos por não-cartógrafos, mencionados por Denis Wood no 
trecho abaixo, e analise-o em seu contexto social, acadêmico e/ou político. 
“Não tenho nenhum interesse em negar que a formação especializada e anos de prática pode 
transformar a fala trôpega em eloqüência, ou um esboço bruto em uma análise penetrante, 
mas, surpreendentemente, treinamento e prática não são garantia de nada. O que parece 
promover ambos são situações que os exigem e pessoas que estão dispostas a enfrentar o 
desafio. Eu estou pensando no momento que Gwendolyn Warren teve a necessidade de 
mapear onde os motoristas de Detroit atropelaram crianças negras na pista 
Pointes-Downtown, mas eu poderia facilmente estar pensando em John Snow lutando com a 
natureza da cólera ou Tom Van Sant com a fragilidade da terra. Eu poderia estar pensando na 
compulsão de Joseph Minard em mapear as perdas de Napoleão em sua campanha da Rússia 
ou na de Woody Sullivan de mapear a radiação eletromagnética da Terra (e assim produzir o 
primeiro mapa da Terra à noite). Eu poderia estar pensando no Mapa Dymaxion de 
Buckminster Fuller para o qual ele foi guiado por sua convicção de que "nave espacial Terra" 
requeria uma nova forma de ser vista para que sua realidade global pudesse ser apreendida, 
mas eu poderia muito bem estar pensando em na “Delimitação dos estratos da Inglaterra e do 
País de Gales com a parte da Escócia" de William Smith, para a qual ele foi impulsionado por 
sua convicção de que a Terra precisava de uma nova forma de ser vista em sua realidade 
geológica para ser apreendida. Eu poderia estar pensando nos "mapas mentais" de Boston de 
Kevin Lynch, ou no mapa do Metrô de Londres de Harry Beck, com a mesma 
facilidade.”WOOD, Denis. Cartography is dead (Thank god!). Cartographic Pespectives, 
NACIS, n. 45, 2003, p. 4-7. Tradução preliminar: G.Girardi 
Resposta: (Atenção, colar a imagem e citar as fontes pesquisadas) 
 
Mapa figurativo das sucessivas perdas de homens da Armada Francesa na campanha da Rússia 
1812-1813", de Charles Joseph Minard, engenheiro civil francês pioneiro no uso de gráficos na 
engenharia e na estatística, publicado em 1869. Fonte: WOOD, Denis. Cartography is dead (Thank 
god!). Cartographic Pespectives, NACIS, n. 45, 2003, p. 4-7. Tradução preliminar: G.Girardi 
(ago/2012/ rev. fev/2016) 
 
O mapa figurativo de Charles Joseph Minard a respeito das perdas de homens da Armada Francesa 
na campanha da Rússia em 1812, que pode ser descrito também como um gráfico, consegue 
transmitir informações técnicas de um fato histórico que possui uma carga política e comercial 
envolvida, a Campanha da Rússia. Essa operação militar, comandada por Napoleão Bonaparte foi 
organizada com o propósito de punir a Rússia que havia quebrado o decreto de Napoleão de 
nenhum país manter relações comerciais com a Inglaterra, o Bloqueio Continental. O que ocorreu 
foi uma redução a 2% da tropa de invasão francesa inicial. Derrota marcante pelas mortes dos 
homens da armada francesa justamente quando retornavam ao seu território, passando por 
temperaturas inóspitas para o ser humano. No mapa, o autor faz uma relação das quedas de 
temperatura em pontos localizados do trajeto de retorno das tropas francesas e a redução do número 
de soldados. 
 
Questão 4 – Discuta a seguinte afirmação, apresentando exemplo: 
“Historicamente, portanto, os mapas serviram como instrumentos do império para despossuir 
os indígenas e os povos negros rurais de suas terras. No entanto, estas populações estão 
assumindo ativamente a ação de mapeamento” (Acselrad, 2015, p. 11). 
Resposta: (podendo inserir imagem e citando as fontes pesquisadas). 
 
A afirmação acima, de Henri Acserald diz respeito ao processo de identificaçãoe ordenamento do 
espaço por parte dos Estados Nacionais, nas terras em que vivem comunidades tradicionais. Ocorria 
um conflito entre os projetos de desenvolvimento elaborados por esses Estados, e a maneira com a 
qual as comunidades tradicionais utilizavam os recursos das terras sujeitas a modificações em virtude 
da ampliação do mercado. Com isso, houve a necessidade de analisar o processo de territorialização 
dessas comunidades, fazendo-se uso de mapas, que naquele contexto, servia para afirmar a soberania 
do Estado, localizar as riquezas existentes nas terras e fomentar a orientação de ocupação. Quando se 
fala no processo de despossuir as comunidades tradicionais de suas terras, toca-se no fato de que no 
período colonial, o Estado modificava a identidade do lugar colonizado, de modo a reproduzir em 
seus mapeamentos nomes de rios e montes rebatizados, sem consultar os moradores locais já ali 
presentes. O foco dos mapas produzidos estava em obter precisão ao delimitar onde as comunidades 
indígenas localizavam-se, tendo domínio sob a territorialidade dos mesmos. Ao assinalar que essas 
mesmas comunidades indígenas estão assumindo ações de mapeamento diz respeito ao 
desenvolvimento de mapeamentos de direitos a terra por parte delas, que sem conceitos ou técnicas 
cartográficas precisas, realizam mapas com lápis e papel, em tecidos ou com argila e folhas, ou até 
mesmo com a utilização de GPS ou SIG. 
Um exemplo está nos 158 milhões e hectares de terras de comunidades tradicionais que foram 
reconhecidos entre 1980 e 2012 na região da Amazônia, as quais garantiram o seu direito as terras 
fazendo uso da cartografia social. 
 
Questão 5 – Explique e exemplifique as práticas críticas contemporâneas de mapeamento a que 
Crampton e Krygier (2008) se referem, no texto “Introdução à cartografia crítica”. 
Resposta: (podendo inserir imagem e citando as fontes pesquisadas). 
 
As práticas críticas contemporâneas de mapeamento, colocadas por Cramptom e Krygier podem ser 
definidas, a partir do fato de que a nova política de mapeamento assumiu uma função e um público 
mais amplo do que em outros tempos. O desenvolvimento de tecnologias cartográficas, juntamente 
com o acesso à internet, possibilitou a produção de mapas por qualquer pessoa que saiba manusear 
os softwares disponíveis, mesmo não possuindo reconhecimento notório no ramo da cartografia. A 
cartografia deixou de ter um sentido acadêmico de serviço as grandes corporações do Estado que 
fazem uso dela para realização de projetos político-administrativos e econômicos, para em 
contrapartida conceder de certa forma poder a um maior número de pessoas, que hoje tem acesso a 
diversos mapas. Garantindo, dessa maneira que as pessoas de boa parte do mundo possam fazer 
ponderações a respeito de questões territoriais, tornando o mapeamento em uma prática não 
somente científica, mas também social. Um bom exemplo é o de Lee Walton, um artista visual 
norte-americano que calculou a média de todas as coordenadas geográficas de um mapa turístico de 
São Francisco, com o objetivo de apresentar um “Ponto de Interesse Médio, onde instalou uma placa 
de bronze.

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