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Tempos Cronometrados. Metodologia e equipamentos para o estudo de tempos. Diretoria de Ciências Exatas – Engenharia Tempos, Métodos e Arranjos Físicos Tipos de estudos de tempos • Para realizar um estudo de tempos o gestor tem diversas alternativas. De acordo com Moreira (2008), • existem os seguintes tipos: • Cronometragem - Tempo real: é a medida obtida por cronometragem direta do operador em seu posto de trabalho e varia de operador para operador. • Tempo normal: é obtido pela cronometragem de um operador em velocidade normal e comparado ao tempo padrão com sua eficiência. • Tempos históricos: são tempos arquivados na empresa que resultam em dados históricos, com a grande vantagem de eliminar o custo envolvido na determinação, assim como a avaliação da eficiência do operador. Uma grande desvantagem seriam as medidas erradas, no passado, que agora podem ser consideradas. 2 Tipos de estudos de tempos • Dados padrões pré-determinados: são tempos publicados por associações especializadas. Sua vantagem é determinar o tempo de algumas tarefas sem a necessidade de sua execução. Ideal para projetos de produtos e processos inovadores que não têm similares. A principal desvantagem está no treinamento do analista para a utilização desse método. O sistema mais conhecido é o Methods Time Measurement (MTM). A unidade de medida desse sistema é o Time Measurement Unit (TMU). • 1 TMU = 0,00001 hora = 0,0006 minuto = 0,036 segundos • Amostragem do trabalho: é uma técnica estatística que consiste na observação do trabalho e classificação da atividade de momento, segundo uma escala preestabelecida. 3 Recursos utilizados no estudo de tempos • Temos inúmeros recursos para realizar o estudo com exatidão e controle. O cronômetro de hora centesimal é o principal equipamento para a realização da cronometragem em operações produtivas repetitivas. • Segundo Martins e Laugeni (2005), esse é o cronômetro mais utilizado em razão de seu alto grau de precisão. Uma volta do seu ponteiro maior corresponde a 1/100 de hora ou 36 segundos, mas o estudo pode ser realizado com cronômetros mais simples. • Para minimizar o erro nas observações e rever as tarefas de acordo com a divisão de elementos prevista no estudo, é fundamental a filmagem das operações, a qual irá permitir a visualização das cenas em câmera lenta e sua comparação. • Também é necessário o uso de formulários padronizados para anotações dos dados coletados, com uma prancheta para apoio durante o processo. A folha de observações é a mais tradicional, como mostra o quadro a seguir. 4 5 6 Cronometragem • Etapas da cronometragem • A cronometragem é o método mais empregado na indústria para medir o trabalho, embora tenha sofrido diversas modificações desde a época em que Taylor estruturou a Administração Científica e o Estudo de Tempos Cronometrados, objetivando medir a eficiência individual. Essa metodologia continua sendo muito utilizada para que sejam estabelecidos padrões para a produção e para os custos industriais. • De acordo com Martins e Laugeni (2005), as etapas para determinação do tempo padrão de uma operação • são as seguintes: • 1. Discutir com os envolvidos o tipo de trabalho a ser executado, procurando obter a colaboração dos encarregados e dos operadores do setor. • 2. Definir o método da operação e dividir a operação em elementos. 7 • Para realizar um estudo de tempos com a minimização da margem de erro e maior grau de detalhamento, é necessário que seja feita a divisão da operação em estudo em elementos. Os elementos de uma operação são as partes em que a operação pode ser dividida. • Essa divisão tem por principal finalidade a verificação do método de trabalho e deve ser compatível com a obtenção de uma medida precisa, tomando-se o cuidado de não dividir a operação em muitos ou em demasiadamente poucos elementos. O tempo de cada elemento será anotado separadamente na folha de observações. • As regras para a divisão em elementos são as seguintes: • 1. Os elementos devem ser tão curtos quanto o compatível com uma medida precisa. • 2. O tempo de manuseio deve ser separado do tempo-máquina. • 3. Os elementos constantes devem ser separados dos elementos variáveis. 8 • Martins e Laugeni (2005) ilustram essa divisão em elementos com este exemplo: • Você está sentado no sofá da sala ouvindo música e toca a campainha da porta que está a 10m de onde você está sentado. Você levanta do sofá para andar até onde está a chave da porta (5m), pega a chave, coloca na porta e abre a porta. Em que elementos essa atividade poderia ser dividida? • Solução: • Podemos dividir em 2 elementos: �Elemento 1: levantar do sofá e pegar a chave. �Elemento 2: andar até a porta, colocar a chave e abrir a porta. • Podemos dividir em 3 elementos, tendo assim um maior grau de controle e precisão: �Elemento 1: levantar do sofá e ir até a chave. �Elemento 2: pegar a chave e levar até a porta. �Elemento 3: colocar a chave na porta e abrir a porta. 9 • Deve-se ter o cuidado de detalhar a operação o suficiente para que seja possível cronometrar o tempo necessário, ou o suficiente para que consiga separar a atividades em etapas que possam ser analisadas e melhoradas. �Treinar o operador para que ele desenvolva o trabalho de acordo com o método estabelecido. �Anotar na folha de observações todos os dados adicionais necessários. �Elaborar um desenho esquemático da peça e do local de trabalho. �Realizar uma cronometragem preliminar (5 observações são, em geral, suficientes) para obter os dados necessários à determinação do número necessário de cronometragens. (Determinação do número de ciclos a serem cronometrados). �Determinar do número de ciclos a serem cronometrados (n). 10 • Para Martins e Laugeni (2005), a maneira mais correta de determinar o número de ciclos n a serem cronometrados é deduzida da expressão do intervalo de confiança de uma média de uma variável • distribuída normalmente, resultando na expressão: • Onde: • n = números de ciclos a serem cronometrados. • z = coeficiente de distribuição normal para uma probabilidade determinada. • R = amplitude da amostra. • E = erro relativo da medida. • d2 = coeficiente em função do número de cronometragens realizadas preliminarmente • X = média da amostra 11 � � � Distribuição Normal � Coeficientes para calcular o número de cronometragens Probabilidade (%) 90 91 92 93 94 95 Z 1,65 1,70 1,75 1,81 1,88 1,96 N 2 3 4 5 6 7 8 9 10 d2 1,128 1,693 2,059 2,326 2,534 2,704 2,847 2,970 3,078 Exercício 1 Probabilidade Erro 95% 3% N Medição 1 17 2 14 3 13 4 11 5 15 13 Z=1,96 = 95% d2=2,326 � � Exercício 1 Probabilidade Erro 95% 3% N Medição 1 17 2 14 3 13 4 11 5 15 14 Z=1,96 = 95% (tabelado) d2=2,326 (tabelado) Solução: R = maior valor – menor valor R = 17 – 11 = 6 Er = 0,03 X = (17+14+13+11+15)/5 = 14 n = ( (�,��.�) ( , �.�,���.��) )�= 144,9 = 145����çõ�� � � Exercício 2 • Uma empresa está verificando um processo de usinagem com um torno convencional onde existe uma variação muito grande de eficiência de produção. Considerando que a empresa quer encontrar o tempo padrão para que em 90% das vezes o tempo seja representado por esta amostra com uma variação de até 10% no valor estimado, qual seria a necessidade de repetições para se chegar ao tempo padrão? 08/03/2021 15 Probabilidade Erro 90% 10% N Medição 1 11 2 10 3 19 4 12 5 18 6 20 7 18 8 15 9 19 10 15 � = �. � �� . �2. �̅ � Exercício 2 • Uma empresa está verificando um processo de usinagem com um torno convencional onde existe uma variação muito grande de eficiência de produção. Considerando que a empresa quer encontrar o tempo padrão para que em 90% das vezes o tempo seja representado por esta amostra com uma variação de até 10% no valor estimado, qual seria a necessidade de repetições para se chegar ao tempo padrão? • Solução • Z=1,65 (tabelado) • R = maior valor– menor valor = 20-10 = 10 • Er = 0,1 • d2 = 3,078 • X = (11+10+19+12+18+20+18+15+19+15)/10=15,7 • n = ( (�,� .� ) ( ,�.�, !".� ,!) )�= 11,66 = 12����çõ��08/03/2021 16 Probabilidade Erro 90% 10% N Medição 1 11 2 10 3 19 4 12 5 18 6 20 7 18 8 15 9 19 10 15 � = �. � �� . �2. �̅ � Exercício 3 • Uma empresa está verificando um processo de usinagem com um torno convencional onde existe uma variação muito grande de eficiência de produção. Considerando que a empresa quer encontrar o tempo padrão para que em 93% das vezes o tempo seja representado por esta amostra com uma variação de até 5% no valor estimado, qual seria a necessidade de repetições para se chegar ao tempo padrão? 17 N Medição 1 12 2 10 3 20 4 12 5 14 6 18 7 12 Z=1,81 = 93% d2= 2,704 Exercício 4 • Uma operação foi inicialmente cronometrada sete vezes, obtendo-se um tempo médio de 1 minuto e 34 segundos e uma amplitude de 20 segundos. Determinar o número de cronometragens para uma confiança de 95% e um erro relativo máximo de 5%. 18 Z=1,96 = 95% d2= 2,704 Exercício 4 19 Eficiência de operador • Cada pessoa tem um ritmo de trabalho intrínseco ao seu perfil. A velocidade V do operador é determinada subjetivamente por parte do cronometrista que observa o ritmo da pessoa que trabalha na operação em estudo. • O cronometrista pode encontrar 3 tipos de pessoa: “a mais lenta, a normal e a mais rápida”. A referência à pessoa com um ritmo considerado normal é denominada velocidade normal de operação, à qual é atribuído um valor 100 (ou 100%). 20 Tempo Normal • TN= Tempo normal • TM = Tempo médio (cronometrado) • V = Velocidade do operador 21 22 23 Permissões • Não é possível esperar que uma pessoa trabalhe o dia inteiro sem interrupções. Assim, devem ser previstas interrupções no trabalho para que sejam atendidas as denominadas necessidades pessoais e pra proporcionar um descanso, aliviando os efeitos da fadiga no trabalho. • O mercado adota uma tolerância variando entre 15% e 20% do tempo (fator de tolerâncias entre 1.15 e 1.20) para trabalhos normais realizados em um ambiente normal para as empresas industriais. Tolerância para Atendimento a Necessidades Pessoais • Em geral, considera-se suficiente um tempo entre 10 min e 25 min (5% aproximadamente) por dia de trabalho de 8 horas, mas a empresa decide quanto quer disponibilizar para seu fator de tolerância. 24 Permissões Tolerância para Alívio da Fadiga • A fadiga no trabalho pode ser gerada pelo trabalho realizado e pelas condições ambientais do local de trabalho. Ambientes de trabalho com excesso de ruído (mais que 80 dB), iluminação insuficiente (menos que 200 lux), condições de conforto térmico inadequadas (temperatura ambiente fora da faixa de 20 à 24 graus Celsius e umidade relativa abaixo de 40% ou acima de 60%), vibrações, cores inadequadas das paredes e desrespeito à ergonomia nos postos de trabalho, entre outros, geram fadiga. Em função da intensidade dos diferentes fatores que dificultam o trabalho, haverá muita diferença no tempo destinado ao descanso. As tolerâncias concedidas para a fadiga têm um valor entre 10% (trabalho leve em um bom ambiente) e 50% do tempo (trabalhos pesados em condições inadequadas). 25 Determinação das Tolerâncias • Necessidades Pessoais A tolerância para atendimento às necessidades pessoais, na prática considera-se suficiente um tempo entre 10 e 25 minutos (5% aproximadamente do tempo diário para uma jornada de 8 horas de trabalho). • Fadiga A fadiga no trabalho é um fator que engloba cargas, fadiga visual, condições ambientais (frio, calor, luminosidade, vibrações, etc.) e a postura exigida para execução da tarefa. Na prática as tolerâncias para fadiga tem um valor entre 10% do tempo (trabalho leve em um bom ambiente) e 50% do tempo (trabalhos pesados em condições inadequadas), mas também pode ser estimado de acordo com as tabelas a seguir: 26 27 28 29 30 31 Cálculo do Tempo Normal • No cálculo do tempo normal para a realização de uma atividade, devemos considerar a velocidade do operador, conforme equação a seguir: em que: TN = Tempo Normal TC = Tempo Cronometrado Médio V = Velocidade do Operador 32 Cálculo do Tempo Padrão (TP) • Calculado o tempo normal da atividade (item 5) e conhecendo-se o fator de fadiga adotado pela empresa de acordo com a atividade desempenhada, podemos calcular o tempo padrão da atividade a partir da seguinte equação: 33 em que: TP = Tempo Padrão da Atividade TN = Tempo Normal FT = Fator de Fadiga $% = $& × ($ Cálculo do Fator de Fadiga (FT) • A fadiga é proveniente não somente do trabalho realizado mas também das condições ambientais do local; • As tolerâncias tem entre 10% e 50%; • Em geral adota-se entre FT entre 1,15 e 1,20 para trabalhos normais; • A tolerância também pode ser calculada em função dos tempos de permissão que a empresa costuma conceder (fadiga e necessidades pessoais; • Nesse caso calcula-se a porcentagem de tempo p em relação ao tempo de trabalho diário e calcula-se o fator de tolerâncias como sendo: FT = 1 / (1 - p) 34 Exercício 5 • Uma operação de furar uma chapa foi cronometrada 10 vezes, obtendo-se o tempo médio por ciclo de 4,5 segundos. O cronometrista avaliou a velocidade média do operador em 95% e foi atribuído ao trabalho um fator de tolerâncias totais (pessoais e para fadiga) de 18%. Calcular o tempo padrão da operação. 35 Exercício 5 36 Exercício 6 • Para estabelecer o tempo de uma operação, foi realizada uma cronometragem preliminar com oito tomadas de tempo de uma operação. O tempo padrão deve ter 90% de probabilidade e apresentar erro relativo de 10%. Calcular o número de cronometragens. Dados em minutos: Exercício 6 • Para estabelecer o tempo de uma operação, foi realizada uma cronometragem preliminar com oito tomadas de tempo de uma operação. O tempo padrão deve ter 90% de probabilidade e apresentar erro relativo de 10%. Calcular o número de cronometragens. Dados em minutos: • Solução: • Z (90%)= 1,65 • R = maior valor – menor valor = 1,9-1,4 = 0,5 • Er= 0,1 D2(8medições) = 2,847 X = (1,5+1,4+1,7+1,8+1,8+1,7+1,9+1,8)/8 = 1,7 � = ( �,� . , ,�.�,"�!.�,! )� = 2,91 = 3����çõ�� Exercício 7 • A lanchonete Max Burger fez um estudo de produtividade e anotou os tempos necessários para o preparo de um sanduíche. As tolerâncias são de 15% (FT=1,15). Determinar o tempo normal e o tempo padrão. Se a estimativa de demanda máxima é de 50 sanduíches entre as 12 horas e as 13 horas, quantos chapeiros serão necessários? 39 Exercício 7 40
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