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A História da Medicina Antiga ocidental e desenvolvimento do raciocínio clinico de Hipócrates

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A História da Medicina Antiga ocidental.
Antecedentes:
Desde a pré-história, o homem já buscava remediar seus males, atribuindo-lhes caráter ou
procedência divina, usando ervas e rituais religiosos. Porém, no Egito, alguns milênios
Antes de Cristo, já existiam Sacerdotes – médicos especialistas . Os papiros, como também
monumentos erigidos para alguns desses profissionais, comprovam esse fato.
No Antigo Egito, havia médicos especialistas em moléstias oculares; em moléstias de vias
respiratórias, do ânus, entre outras.
Durante a 3a dinastia egípcia, quando reinava o faraó Dzozer, surgiu no Egito a Figura de
Imhotep , sumo sacerdote do deus sol ( Rá), vizir ou chanceler do faraó do Egito.
A ele é atribuído o título de primeiro arquiteto, engenheiro e médico da história antiga,
Embora dois outros médicos, Hesi-Rá e Merite-Ptá, tenham sido contemporâneos seus.
Como a medicina da época era indissociável da religião, e as causas das enfermidades
geralmente eram atribuídas aos deuses, após e sua morte, Imhotep foi divinizado e
elevando a categoria de um deus, protetor da medicina, engenharia e arquitetura.
Visto posto, muitas outras civilizações antigas desenvolveram sua medicina, como os
mesopotâmicos, assírios, entre outros, embora mantendo sempre o mesmo caráter
ritualista religioso.
A medicina grega, e o desenvolvimento da medicina ocidental:
Grécia antiga: 1a civilização a introduzir a medicina o caráter científico, desprendendo-se
da dependência religiosa.
A Historia grega é dividida em 4 períodos:
a) Arcaico (sec. VIII a. c.- sec. V a. c.)
b) Clássico (sec. V a. c. -sec. IV a. c.)
c) Helenístico- Macedônio (sec. IV a. c. – Sec. I a. c.)
d) Helenístico- Romano (Sec. I a.c – Sec. V d. c.)
01- Período Arcaico (sec. VIII a. c.- sec. V a. c.)
- Pouco embasamento cientifico;
- Voltada a religião;
- Concepção ontológica da doença: doenças frutos de entidades divinas;
- Pouco conhecimento sobre anatomia e fisiologia humana;
- Conhecimento baseado na observação da anatomia interna de animais sacrificados.
- ligada a mitologia ( os gregos eram politeístas)
-Apolo: médico dos Deuses do olimpo.
A lenda:
Asclépio teria sido filho do deus Apolo, e de uma mortal. Segundo a lenda, ele teria
nascido de parto Cesáreo, através das mãos do sábio centauro Quiron, que o criou e teria
transmitido o conhecimento da cura para ele. Asclépio teria se tornado tão eficiente na arte de
curar e de fazer cirurgias, que teria sido acusado por hades, deus dos mortos, de
diminuir o numero de almas no seu reino, pois com sua arte ele podia trazer os mortos a
vida. Por conta disso, Zeus, grande deus do olimpo e avo de Asclépio, decidiu destruí-lo
através de um raio. Dessa forma, após a morte de Asclépio, ele foi divinizado, tornando-
se adorado pelos gregos como deus da medicina e da cura.
Em honra ao deus Asclépio, seus seguidores construíram diversos templos, que ficaram
conhecidos como “asclepiades” ou santuários de cura de Asclépio. Durante muitos anos,
esses santuários foram identificados como grandes centros de referência de tratamentos
de saúde. Como as doenças estavam relacionadas a origem divina, nos santuários
dedicados a Asclépio, quem atendia os doentes eram seus seguidores, aplicando métodos
terapêuticos baseados em rituais, rezas, superstições, banhos medicinais e sacrifícios
animais. Tudo isso associado ao uso de plantas, ervas, indução de vômito e diarreia, e até
sangrias. Se o tratamento tivesse o efeito esperado, sendo bem-sucedido, o paciente deveria
presentear asclépio com um modelo da parte do seu corpo feito em cera, prata ou ouro.
- Símbolo da medicina: o bastão de Asclépio.
Existem diversas teorias sobre origem do bastão de Asclépio, o que sincretiza elementos
bíblicos ( E disse o Senhor a Moisés: Faz para ti uma serpente ardente, e põe-na sobre
uma haste; e viverá todo aquele que, tendo sido mordido, olhar para ela.) e também
egípcios (intercâmbio da civilização grega com a egípcia, o deus Thoth da mitologia
egípcia foi assimilado a Hermes. Thoth, considerado o deus do conhecimento, da palavra
e da magia. Porém, panteão egípcio, o deus da medicina correspondente é Imhotep e não
Thot.)
a) A serpente: por trocar de pele, significa o poder de renovação, a libertação das
doenças; o renascimento. Ela traz uma simbologia complexa, uma vez que
representa também a morte e destruição, em oposição à vida
b) O Cajado: por sua vez, é um símbolo de autoridade. Ele representa o poder divino,
a quem, apesar dos esforços e habilidades médicas, cabe decidir sobre a vida ou a
morte de alguém.
- Final do período:
Surgimento das 1a teorias de que as doenças não teriam origem divina, nem estariam
ligadas a religião.
a) Inicialmente : algum filósofos ( Thales de Mileto, Anaxímenes e Anaximandro)
sugeriam que; a terra, ar, agua e fogo, seriam os componentes do corpo humano,
e que a saúde dependia do equilíbrio entre ambos.
b) Contribuições filosóficas:
• Pitágoras: descobriu que o cérebro era o órgão central das atividades humanas.
• Alcmeão: atribuiu a saúde ao equilíbrio dos elementos, e a doença ao
desequilíbrio dos mesmos.
02- Período Clássico:
- Maior avanço cientifico;
- Centrado na figura de Hipócrates;
-Humanizou a medicina, deu origem a um código de ética.
- Filósofos Contemporâneos: Aristóteles, Sócrates, Platão, Heródoto…
- Hipócrates:
Nascido na ilha de cás, recebeu instrução médica do seu pai, e estudou em Atenas.
- 3 contribuições principais:
a) Separou a medicina de teologia e da filosofia.
b) Unificou o conhecimento medico grego.
c) Estabeleceu o “status” medico.
Obs; antes dele, o medico era associado a figura de um sacerdote ou, em tempos
de guerra, um cirurgião prático. Após Hipócrates a medicina tornou-se uma
profissão com status, reconhecida socialmente.
- Anatomia hipocrática: baseava-se na anatomia visível e palpável do corpo, por isso o
conhecimento científico das doenças internas, dava-se através da observação das
manifestações que poderiam se tornar externas.
Modelo de descrição de Hipócrates: sem instrumentação, apenas através de observações
e sentidos, Hipócrates foi capaz de detalhar algumas enfermidades de forma tão
minuciosa que, ate hoje, usa-se dessas descrições.
Medicina a beira do leito:
a) Fundamentos para medicina de Hipócrates:
- Arte da inspeção e observação;
- Revisão do quadro clínico;
- Isso deu origem ao método “medicina a beira do leito”, que é a base da conduta
clínica de hj.
- Reconhecimento de Hipócrates como o “pai da medicina”.
Teoria humoral da medicina hipocrática:
Sendo essa teoria, o corpo seria formado por 4 humores:
a) Sangue (associado a: sanguíneo; primavera e ar)
b) Bile amarela (associado a: colérico; verão e fogo)
c) Bile negra (associado a: melancólico; outono; terra)
d) Fleuma (associado a: fleumático; inverno; água)
Acreditava-se que em cada pessoa havia o predomínio de um tipo de humor, o que
influenciaria no seu biotipo e no seu humor.
a) Tipos fisiológicos:
- Sanguíneo
-Fleumático
-Colérico (bilioso)
- Melancólico.
As doenças seriam resultado do desequilíbrio dos humores; seja pelo excesso ou falta
diminuição de algum.
Alguns fatores influenciariam de forma direta na estabilidade dos humores, seriam eles:
variações climáticas, dieta, estações do ano, estilo de vida.
Corpus hipocrático: escrito não apenas por Hipócrates, mas trata-se de uma coleção
heterogênea de diversos autores e temas, que abrangem 7 séculos, destacando a visão
racional da medicina.
03- Helenístico- Macedônio (sec. IV a. c. – Sec. I a. c.):
-Maior nome: Aristóteles (medico, filosofo, cientista e biólogo.)
- Herdeiro de Hipócrates
- Defendia a teoria humoral
- Responsável pela introdução da:
a) Botânica
b) Zoologia
c) Anatomia comparada (dissecção de animais)
d) Embriologia
e) Fisiologia
Na embriologia, através da observação de ovos de aves, ele pode descobrir a presença dos
batimentos cardiofetais, saco vitelino e alantoides. Por essa razão, ficou conhecido como
“ o pai da embriologia”.
Diferente de pitágoras, ele defendia que o órgão primordial era o coração,sendo ele
responsável pelos pensamentos e sentimentos. Enquanto o cérebro seria apenas uma
glândula que secreta humores frios, evitando o superaquecimento do corpo.
-Alexandria, Egito (331 a.c ):A grande biblioteca de Alexandria preservou textos os textos
gregos, e disseminou sua doutrina.
Grandes anatomistas Alexandrinos: herofilo ( considerado o pai da anatomia, por ter sido
o primeiro a dissecar o corpo humano visando o estudo da medicina), e Heristrato.
04- Helenístico- Romano (Sec. I a.c – Sec. V d. c.) ( greco-Romano):
para além dos anteriores mencionados, outras personagens foram-se destacando em
vários campos da medicina como Pedacius Dioscorides (pai da Matéria Medica),
Aretaeus (apelidado de o segundo Hipócrates), Rufus de Éfeso (trabalhos de anatomia),
Soranus de Éfeso (tratados sobre as doenças das mulheres) e Plínio o velho (Obra sobre
plantas e venenos).
O último grande médico grego com contributos significativos para a medicina ocidental
antiga foi Cláudio Galeno (129-216 d.c.). Baseado nos estudos de outros médicos
desenvolveu e expandiu o modelo anatómico humano, elaborou vários tratamentos
baseados principalmente na alopatia (tratamento pelos opostos), adoptou a teoria dos 3
pneumas como a explicação de muitas doenças (nunca descartando a teoria dos humores)
e desenvolveu várias dietas e drogas para melhorar a eficácia dos seus tratamentos. Foi
considerado o pai da farmácia, mas também trabalhou como oftalmologista, nutricionista,
esteticista, dentista e cirurgião plástico. Poderá considerar-se que foi o pai da medicina
experimental, através dos seus estudos do corpo humano através de dissecações.
O apagou da medicina greco-romana, foi provavelmente no século II d.c., com os
contributos de Cláudio Galeno, que a medicina ocidental atingiu o seu primeiro apogeu.
Para além dos habituais amuletos e rezas aos deuses, os arqueólogos encontraram
também, em textos gregos preservados em bibliotecas ou traduzidos para árabe, métodos
de diagnóstico e intervenções cirúrgicas tão avançadas para a época que não se repetiram
em mais de 1500 anos.
A principal teoria que regia todo o diagnóstico médico e análise patológica continuava a
ser a teoria dos 4 humores integrada na teoria dos 7 fatores naturais.
Referencias:
A História da Medicina, canal10a plantão ( youtube)
Curso de História da medicina (videoaula disponível no youtube)
FIELDING GARRISON (historiador da medicina,)
WILLIAN, B. história da Medicina , L e PM, 2011.

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