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1 INTRODUÇÃO O objetivo desta disciplina é a compreensão dos fundamentos do fenômeno designado por «fogo», para permitir uma mais eficaz prevenção e extinção dos incêndios. É também objetivo desta disciplina o conhecimento da classificação, características, modo de funcionamento e atuação com os extintores de incêndio. Para se entenderem os aspectos teóricos relacionados com o fogo, têm que se ter presentes alguns conhecimentos básicos sobre a estrutura da matéria que forma o nosso universo. O fogo é uma combustão. Esta é uma reação química particular acompanhada pela libertação de calor, isto é, uma reação exotérmica. Este fenômeno de elevada complexidade apresenta, por vezes, dificuldades no estabelecimento de regras de aplicação universal. A matéria, na natureza, apresenta-se nas mais diversas formas e variações, aparentemente insignificantes, que podem influenciar por completo a forma como uma combustão decorre, assim como o procedimento mais corneto para a sua extinção. Uma substância que não apresente risco apreciável pode, misturada com outra, aumentar dramaticamente esse mesmo risco. Os produtos resultantes da própria combustão têm propriedades químicas muito diferenciadas, podendo alguns provocar a morte em poucos minutos ou apresentar um risco reduzido como, por exemplo, a libertação de gases mais ou menos tóxicos. Assim, o conhecimento da natureza química das matérias envolvidas numa combustão é de importância fundamental. A conjunção dos conhecimentos teóricos adquiridos e a prática na vida real ajudam a exercer eficientemente não só o combate, mas, sobretudo como evitar a eclosão de um incêndio. O COMPORTAMENTO DO FOGO O FOGO E SUA QUÍMICA Para iniciarmos o estudo sobre fogo, indiscutivelmente, precisamos conhecer determinados princípios básicos sobre ele. O fogo é uma necessidade à vida moderna, como sempre foi para os nossos antepassados, desde a Idade da Pedra o homem usa o fogo, seja para aquecer, cozinhar, ponto de luz e ainda como arma. Na vida moderna o fogo, ou melhor, dizendo a combustão é usada pela indústria para os transportes, para a produção de energia e inúmeras outras necessidades indispensáveis, é usado intensamente tanto no mais humilde lar como na mais complexa indústria. O fogo, quando sob controle, é sempre de extrema necessidade, entretanto, quando foge ao controle do homem, transforma-se num agente destruidor, ceifador de vidas e bens - O INCÊNDIO. 2 O efetivo controle do combate ao fogo, requer um entendimento da natureza físico- química do fogo. Para tanto, precisamos entender sua composição, características dos combustíveis, fontes de calor, formas de propagação, condições necessárias para a combustão, tipos de combustão e outras informações consideradas necessárias para sua extinção. COMBUSTÃO É uma reação química de oxidação, auto-sustentável, com produção de luz, chama, calor, fumaça e gases. Podemos definir a combustão como uma reação química, de oxidação, exotérmica que toma lugar quando uma substância é combinada com o oxigênio ativada pelo calor e numa proporção suficiente para desenvolver energia luminosa, mais calor. O calor desenvolvido na combustão é resultante da ruptura das ligações moleculares do combustível que estabelece a reação em cadeia. Os produtos finais resultantes da combustão são normalmente o vapor d'água e o gás carbônico (C02) podendo também produzir o bióxido de enxofre –SO2. As chamas produzidas pela combustão consistem em um fluxo de gases ou vapores queimando (reação em cadeia), emitindo luz resultantes da ação do calor sobre a substância combustível. A combustão como acima descrita é uma oxidação rápida, entretanto também existe a oxidação lenta sem produção de fogo como a oxidação do ferro (a ferrugem), a fermentação, etc. A fumaça É um dos produtos da combustão, sendo o resultado de uma combustão incompleta, onde pequenas partículas sólidas se tornam visíveis. A fumaça varia de cor conforme o tipo de combustão, como vemos a seguir: Fumaça de cor branca – indica que a combustão é mais completa com rápido consumo do combustível e boa quantidade de comburente; 3 Fumaça de cor negra – combustão que se desenvolve em altas temperaturas, porem com deficiência de comburente; Fumaça amarela, roxo ou violeta – presença de gases altamente tóxicos. A chama São os gases incandescentes, visíveis, ao redor da superfície do material em combustão. Calor É a energia liberada pela combustão, propiciando o aumento de temperatura e dando continuidade à combustão. Gases São o resultado da modificação química do combustível, associado com o comburente. A combustão produz, entre outros, monóxido de carbono (CO), dióxido de carbono (CO2) e o ácido cianídrico (HCN) Energia de Ativação (Fonte Térmica) A energia de ativação serve como condição favorável para que haja a reação de combustão, elevando a temperatura ambiente ou de forma pontual, proporcionando com que o combustível reaja com o comburente em uma reação exotérmica. Efeitos do Calor O calor é uma forma de energia que altera a temperatura, e é gerada pela transformação de outras formas de energias. A energia de ativação, qualquer que seja, se transformará em energia calorífica (calor) que está intimamente ligado a temperatura, proporcionando o seu aumento. O calor gerado irá produzir efeitos físicos e químicos nos corpos e efeitos fisiológicos nos seres vivos. Como os que vemos a seguir: Aumento/diminuição da temperatura - O aumento ou diminuição da temperatura acontece em função calor que é uma forma de energia que é transferida de um corpo de maior temperatura para o de menor temperatura. Este fenômeno se desenvolve com maior rapidez nos corpos considerados bons condutores de calor e mais lentamente nos corpos considerados maus condutores. 4 Dilatação/Contração térmica - É o fenômeno pelo qual os corpos aumentam ou diminuem suas dimensões conforme o aumento ou diminuição de temperatura. A dilatação/contração pode ser linear, quando apenas uma dimensão tem aumentos consideráveis, superficiais, quando duas dimensões têm aumentos consideráveis, e volumétrica, quando as três dimensões têm aumentos consideráveis. Cada substância tem seu coeficiente de dilatação térmica, ou seja, dilatam mais ou menos dependendo da substância. Este fator pode acarretar alguns problemas, como por exemplo, uma viga de 10m exposta a um aumento de temperatura na ordem 700º C. Com esse aumento de temperatura, o ferro, dentro da viga, aumentará seu comprimento em 84mm aproximadamente, o concreto, apenas 42mm. Sendo assim, o ferro, tende a deslocar-se no concreto, perdendo a sua capacidade de sustentabilidade, na qual foi projetada. Mudança de Estado Físico da Matéria Mudança de Estado Químico da Matéria Mudança de estado químico da matéria - É aquela onde ocorre a transformação de uma substância em outra, e temos como exemplo, a queima da madeira, que é um combustível que poderá reagir com o comburente, transformando a madeira em outras substâncias como o CO2 e o CO. Efeitos fisiológicos do calor - O calor pode causar vários danos os seres humanos, como exemplo podemos citar a desidratação, a insolação, fadiga, queimaduras e inúmeros problemas no aparelho respiratório. A exposição de uma pessoa, ao calor, por tempo prolongado, poderá acarretar na morte da mesma. 5 ELEMENTOS ESSENCIAIS DO FOGO Combustível É toda substância capaz de queimar, servindo de campo de propagação do fogo. Para efeito prático as substâncias foram divididas em substâncias combustíveis e substâncias incombustíveis, sendo a temperatura de 1000ºC para essa divisão, ou seja, as substâncias combustíveis queimam abaixo de 1000ºC, e as substâncias incombustíveis acima de 1000ºC, isto se deveao fato de, teoricamente, todas as substâncias poderem entrar em combustão (queimar). Os materiais combustíveis maus condutores de calor, madeira, por exemplo, queimam com mais facilidade que os materiais bons condutores de calor como os metais. Esse fato se deve a acumulação de calor em uma pequena zona, no caso dos materiais maus condutores, fazendo com que a temperatura local se eleve mais facilmente, já nos bons condutores, o calor é distribuído por todo material, fazendo com que a temperatura se eleve mais lentamente. Os combustíveis podem estar no estado sólido, liquido e gasoso, sendo que a grande maioria precisa passar para o estado gasoso, para então se combinarem o comburente e gerar uma combustão. Os combustíveis apresentam características conforme o seu estado físico, conforme vemos a seguir: Combustíveis sólidos - A maioria dos combustíveis não queima no estado sólido, sendo necessário transformar-se em vapores, para então reagir com o comburente, ou ainda transformar-se em líquido para posteriormente em gases, para então queimarem. Como exceção podemos citar o enxofre e os metais alcalinos (potássio, magnésio, cálcio, etc...), que queimam diretamente no seu estado sólido e merecem atenção especial como veremos mais a frente. Essa conversão do combustível para o estado gasoso é chamado de pirólise, que é a decomposição química de uma substância através do calor. Combustíveis líquidos - Os combustíveis líquidos, chamados de líquidos inflamáveis, têm características particulares, como: Não tem forma própria, assumindo a forma do recipiente que as contem; Se derramados, escorrem e se acumulam nas partes mais baixas; A maioria dos líquidos inflamáveis é mais leves que a água, sendo assim flutuam sobre ela; Os líquidos derivados de petróleo têm pouca solubilidade em água; Na sua grande maioria são voláteis (liberam vapores a temperatura menores que 20ºC). Combustíveis gasosos - Os gases não têm volume definido, tendendo, rapidamente, a ocupar todo o recipiente em que está contido. 6 Para que haja a combustão, a mistura com o comburente deve ser uma mistura ideal, isto é, não pode conter combustível demasiado (mistura rica) e nem quantidade insuficiente do mesmo (mistura pobre). Define-se então para cada combustível os limite da sua mistura ideal, chamados de limites de inflamabilidade, que estão dispostos a seguir: Calor É o segundo elemento essencial do fogo, constitui um dos lados do quadrilátero do fogo. Já nos referimos várias vezes sobre a presença do calor, é o elemento que serve para dar início a um incêndio, que o mantém e lhe incentiva a propagação. A procura das possíveis fontes de calor que possam dar partida a um incêndio, constitui uma das colunas mestras da Prevenção, pois conhecendo-as poderemos tomar as medidas necessárias para evitar um possível incêndio. Segundo o que vimos anteriormente, os combustíveis em geral, precisam ser transformados em gases para queimar e o grau de calor necessário para vaporizá-los varia de corpo para corpo. Assim a gasolina vaporiza a temperaturas bem baixas, enquanto que a madeira e o carvão exigem mais calor e assim sucessivamente aumentando o calor poderemos vaporizar quase todos os combustíveis. Por outro lado a temperatura de vaporização do combustível não é suficiente para queimá-lo, pois para isto precisamos após a vaporização continuar a aquecê-los até determinada temperatura, variável para cada corpo. O calor é a forma de energia que eleva a temperatura, gerada da transformação de outra energia, através de processo químico ou físico. Poderá ser descrito como uma condição da matéria em movimento, isto é, movimentação ou vibração das moléculas que compõem a matéria. As moléculas estão constantemente em movimento. Quando um corpo é aquecido, a velocidade das moléculas aumenta e o calor também aumenta efeito demonstrado pela variação da temperatura. O calor gerado pela transformação de outras formas de energia, quais sejam: 7 ENERGIA QUÍMICA É a quantidade de calor gerado pelo processo de combustão. ENERGIA ELÉTRICA É o calor gerado pela passagem de eletricidade através de um fio condutor de um aparelho elétrico. ENERGIA MECÂNICA É o calor gerado pelo atrito entre dois corpos. ENERGIA NUCLEAR É o calor gerado pela quebra ou fusão de átomos. Comburente O terceiro elemento do tetraedro do fogo, e que está sempre presentes em quase todas as combustões, o oxigênio, chamado comburente. É o elemento que reage com o combustível, participando da reação química da combustão, possibilitando assim vida às chamas e intensidade a combustão. Como exemplo de comburente podemos citar o gás cloro e o gás flúor, porém o comburente mais comum é o oxigênio, que é encontrado na quantidade de aproximadamente 21% na atmosfera. A quantidade de oxigênio ditará o ritmo da combustão, sendo plena na concentração de 21% e não existindo abaixo dos 4%, conforme tabela a seguir: 1.5.4 Reação em Cadeia (Tetraedro do fogo) A ação conjunta dos três elementos do triângulo de fogo, necessária para se iniciar uma combustão, pode não ser suficiente para a manter. Para garantir a combustão contínua tem que se introduzir um quarto elemento – a reação em cadeia. Com efeito, no decurso da reação química formam-se os chamados «radicais livres», resultantes da decomposição das moléculas nos átomos que lhes deram origem. Estes radicais livres, gerados a partir das moléculas que participam na reação de combustão, contêm energia elevada e reagem rapidamente com outras moléculas, formando mais radicais livres 8 (existem ao nível das zonas intermediárias das chamas) expandindo, deste modo, a combustão no tempo e no espaço. Por exemplo, na combustão do hidrogênio as moléculas deste, por ação do calor dividem-se, originando radicais livres de hidrogênio (H°) que, por sua vez, se combinam com uma molécula de oxigênio, originando outro radical livre (OH°), propagando-se desta forma a reação. A reação em cadeia torna a queima auto- sustentável. O calor irradiado das chamas atinge o combustível e este é decomposto em partículas menores, que se combina com o oxigênio e queimam, irradiando outra vez calor para o combustível, formando um ciclo constante. PROCESSOS DE TRANSMISSÃO DO CALOR De importância indiscutível, quer nos trabalhos de extinção, quer nos trabalhos de prevenção, é conhecer como o calor pode se transmitir. Quatro são suas formas de transmissão. Condução Ou condutibilidade é o processo pelo qual o calor se transmite diretamente da matéria para a matéria e de molécula para molécula, isto é, sem intervalos entre os corpos. Por exemplo, a transmissão do calor em barras ou objetos metálicos com uma de suas partes em contato com uma fonte de calor: os canos de vapor, quando não devidamente protegidos, transmitem o calor aos corpos que com eles estiverem em contato. A quantidade de energia calorífica transferida entre dois corpos em um dado espaço de tempo, é função da temperatura potencial e da condutância da trajetória do fluxo. A condutância depende da condutibilidade térmica do material, da área seccional, da trajetória do fluxo e do comprimento da trajetória. A razão de transferência de calor é simplesmente a quantidade de calor por unidade de tempo, enquanto o fluxo de calor transferido por unidade de área da secção do condutor por unidade de tempo. Condutibilidade térmica de um material é o fluxo de energia calorífica dado para a unidade gradiente de temperatura (diminui um grau por unidade de distância). A condução do calor através do ar e outros gases, em condições usuais normais, não depende da pressão. No vácuo não há condutibilidade de calor. Os sólidos são melhores condutores que os gases, por 9 isso os melhores isolantes comerciais são constituídos de umaglomerado de pequenas partículas de fibras ou substâncias sólidas espaçadas por "vazios" cheios de ar. Em termos práticos a quantidade de energia calorífica transferida por condução varia de corpo para corpo e depende da condutibilidade do material, da sua secção transversal e do comprimento do trânsito de fluxo. A transmissão do calor não pode ser totalmente interrompida, como um fluxo de água quando se fecha uma torneira, pois neste caso se trata de um corpo em movimento, enquanto que o calor é uma forma de energia. Os corpos maus condutores de calor, têm na realidade um baixo teor de condutibilidade, o que dificulta, mas não impede a passagem do calor. Este particular tem grande importância na Prevenção de Incêndio e para exemplificar, lembro que quando se procede ao isolamento de canos de vapor ou de qualquer outro aparelho de aquecimento, em relação a um material combustível, não é proteção suficiente, apenas preencher com material isolante o espaço entre a fonte de calor e o combustível, pois, se o calor for suficiente e permanecer bastante tempo para vencer a resistência oferecida pelo corpo mau condutor, poderá incendiar o combustível. Evita-se isto, deixando-se sempre entre a camada isolante e o corpo combustível uma almofada de ar, pois, este além de ser mau condutor, faz com que o calor escape para a atmosfera, devido a sua contínua movimentação. Convecção É o processo de transmissão de calor que se faz através da circulação do meio transmissor: gás ou liquido. É o caso da transmissão do calor e as vezes até de incêndio, por intermédio da massa de ar ou de gases quentes que se deslocam do local do fogo para outras, as vezes, bem distantes, levando calor suficiente para incendiar corpos combustíveis com que entrem em contato. Os líquidos e os gases quando aquecidos se expandem, tornando-se mais leves e tendem a subir, deixando espaço para que outra camada entre em contato com a fonte de calor e assim sucessivamente este é transmitido para outros corpos que entrem em contato com as camadas aquecidas. Normalmente a convecção se faz no sentido 10 vertical, entretanto correntezas de ar podem conduzir o calor por convecção em qualquer direção. Note-se que neste caso não há deslocamento de energia, mas ela é transportada por um meio líquido ou gasoso. Radiação Radiação ou irradiação é a forma de transmissão do calor por meio de ondas de energia calorífica que se desloca através o espaço ou materiais. A energia é transmitida na velocidade da luz e ao encontrar um corpo as ondas são absorvidas, refletidas ou transmitidas. O calor do sol é transmitido através o vácuo celeste até alcançar a terra, quando é absorvida. O calor radiante também atravessa livremente gases constituídos de duas moléculas simétricas como o oxigênio O2, o nitrogênio N2 e o hidrogênio H2 logo, normalmente não há absorção de calor pelo ar atmosférico, exceto por alguns componentes ou contaminantes como o vapor d'água, o monóxido e o dióxido de carbono, o dióxido de enxofre e hidrocarbonetos, entretanto, as concentrações destes componentes do ar são suficientemente pequenas para que o total de energia absorvida tenha alguma significação. PROJEÇÃO É o deslocamento ou queda de objetos (essencialmente os sólidos) em combustão, podendo provocar outro foco de incêndio. Ex.: janela de madeira de um edifício que cai, em chamas, sabre uma loja ou ainda em um incêndio florestal, um tronco que rola do auto de morro em chama, ate um local mais baixo e ainda não incendiado. Produtos da combustão Da combustão, para além da libertação de energia, também resultam produtos como a fumaça, os gases e os resíduos sólidos (por exemplo, as cinzas). A fumaça deve-se à combustão incompleta dos materiais e tem cor branca ou cinzenta pálida se houver bom acesso do comburente à mistura, e negra ou cinzenta escura quando o fogo desenvolve grande temperatura e tem falta de comburente, como é o caso da combustão de plásticos ou em espaços fechados. 11 Por vezes, verifica-se a presença de fumaça colorido, amarelo, roxo ou violeta, indicando a presença de gases fortemente tóxicos. O conhecimento dos gases resultantes da combustão e das suas características é extremamente importante, uma vez que as estatísticas mostram que morrem mais pessoas em incêndios urbanos devido à inalação destas substâncias do que por queimaduras ou derrocadas de edifícios. De uma forma geral, os gases que se libertam da combustão serão tanto mais perigosos quanto mais elementos entrarem na composição do combustível. A combustão pode libertar gases tóxicos como, por exemplo: O monóxido de carbono (CO) e dióxido de carbono (CO2), resultantes da matéria orgânica; O ácido cianídrico (HCN), proveniente de fibras acrílicas como as carpetes, poliuretanos ou nylon, que também liberta amoníaco; O ácido clorídrico (HCl) e fosgénio (COCl2), resultantes da queima de materiais que possam conter cloreto de polivinilo (PVC), como certo tipo de pavimento, papel de parede em vinilo e tubagens de instalação de cabos. No Quadro abaixo se apresenta um resumo da toxicidade de alguns dos gases liberados num processo de combustão, indicando-se as possíveis origens desses gases. Nessa tabela apresentam-se, para diversas situações de exposição, as concentrações desses gases utilizando-se como unidade a parte por milhão (ppm). 12 ESTUDO DO INCÊNDIO Classes de Incêndio Visando obter maior eficiência nas ações de combate a incêndio, tornando-as mais objetivas e seguras com o emprego do agente extintor correto, os incêndios foram classificados de acordo com o material combustível nele envolvido. Essa classificação foi elaborada pela NFPA (national fire protection association), uma associação norte americana. Esta classificação é dividida em quatro classes, como vem a seguir: Incêndio Classe A São incêndios que envolvem combustíveis sólidos comuns (geralmente de natureza orgânica), e ainda, tem como características queimar em razão do seu volume (queimam em superfície e profundidade) e deixar resíduos fibrosos (cinzas). Os incêndios da classe “A” compreendem os incêndios em corpos combustíveis comuns: papel, madeira, fibras, etc., que, quando queimam, deixam cinzas e brasas e queimam em razão de seu volume, isto é queimam em superfície e profundidade. Necessitam para sua extinção o efeito de resfriamento, isto é a água ou as soluções que a contenham em grande percentagem, a fim de reduzir a temperatura do material em combustão abaixo do seu ponto de ignição, ou então, os efeitos de cobertura de determinados tipos de pós químico que retardam a combustão. Incêndio Classe B São incêndios envolvendo líquidos inflamáveis, graxas e gases combustíveis. É caracterizado por não deixar resíduos e queimar apenas na superfície exposta (queimam só em superfície ). São também incluídos nesta classe os gases inflamáveis. Exigem para sua extinção o principio do abafamento que determina a parada da liberação dos vapores combustíveis, ou o principio da interrupção da reação em cadeia da combustão. 13 Incêndio Classe C Qualquer incêndio envolvendo combustíveis energizados. Alguns combustíveis energizados (aqueles que não possuem algum tipo de armazenador de energia) podem se tornar classe A ou B, se for desligado da rede elétrica.; Incêndio Classe D Incêndios resultantes da combustão de metais pirofóricos são ainda caracterizados pela queima em altas temperaturas e reagirem com alguns agentes extintores (principalmente a água). Metais pirofóricos (magnésio, selênio, antimônio, lítio, cádmio, potássio, alumínio em pó, zinco, titânio, sódio e zircônio) exigem para sua extinção agentes extintores especiais, que se fundem em contato com o metal combustível formando uma capa que o isola do ar atmosféricointerrompendo a combustão. Pós que têm por base os seguintes materiais: cloreto de sódio, cloreto de bário, monofosfato de amônia ou grafite, ou então, um meio extintor absorvedor de calor, não reativo com o metal incendiado, como por exemplo, o uso de limalha de ferro para combater incêndios em magnésio. Exige também método especial de aplicação do agente extintor. No quaro abaixo temos de forma sintética as classes de incêndios: Considerações Pode se verificar que os incêndios das Classes A e B se caracterizam pelo modo como queimam os incêndios da Classe C pelo risco de vida que pode oferecer ao operador, pois, como é de conhecimento geral a eletricidade pode matar e para tanto, basta em condições favoráveis os 110volts usados para 14 iluminação doméstica. Devemos frisar que muitos dos principais agentes extintores de incêndio são bons condutores de eletricidade. Indiscutivelmente existem muitos produtos combustíveis que não se enquadram dentro da classificação aqui estudada., mas estes constituem casos particulares e citaremos em gozo oportuno. PROCESSOS BÁSICOS DE EXTINÇÃO As formas utilizadas para a extinção do fogo são: Isolamento (retirada do material) A retirada do material ou controle do combustível, é o método de extinção do fogo mais simples na sua realização, pois, é executado com a força física e com os meios de fortuna, não exige aparelhos especializados, consiste na retirada, diminuição ou interrupção com suficiente margem de segurança do campo de propagação do fogo, do material ainda não atingido pelo incêndio. Como exemplo do emprego deste tipo de extinção, citamos o aceiro para evitar a propagação do fogo nos casos de queimadas em matas, florestas, terrenos particulares, etc. Isolamento( Retirada do Combustível) Resfriamento O resfriamento ou o controle do calor é o método de extinção mais usado. Consiste em se roubar calor do material incendiado até um ponto determinado, abaixo do qual ele não queima ou não emite mais vapores que por efeito do calor reagem com o oxigênio produzindo a combustão. O agente usado comumente para combater incêndios por resfriamento é a água. Este corpo além de existir em grande abundância na natureza, devido suas características e propriedades torna-se fácil sua utilização pelos bombeiros, é também o corpo que tem maior capacidade de absorver calor, como veremos oportunamente. 15 Resfriamento Efeito de resfriamento da água Quando estudamos os métodos de extinção de incêndio, tratamos do resfriamento que é o princípio mais utilizado no combate de incêndios. A água é o elemento mais utilizado para a prática deste método, devido suas propriedades, quanto ao seu calor específico e calor latente de vaporização. A extinção de um incêndio por intermédio da água se baseia nos princípios de calorimetria. Qualquer corpo em combustão desprende certa quantidade de calor que como vimos pode ser determinada matematicamente. Para se extinguir esse fogo, precisamos anular ou retirar todo esse calor que desprende, provocando em conseqüência um resfriamento no corpo em ignição. Sabemos que para elevar de um grau a temperatura de um litro de água, necessitamos de uma determinada quantidade de calor, esta na hipótese de um incêndio deverá ser subtraída ao fogo. Portanto a água é a resposta natural para se combater um incêndio, devido suas propriedades científicas de absorção de calor, mas não apenas por este motivo pois, também temos que considerar que ela é o elemento mais econômico e prático para este mister. 16 Por experiências já realizadas, sabemos que a água para atingir seu ponto de ebulição deverá ser aquecida desde sua temperatura ambiente até 100ºC. Ainda, devido experiências realizadas, concluiu-se que a água, após atingir seu ponto de ebulição, necessita de mais 540 calorias para evaporar cerca de seis vezes mais do que exigiu para atingir o citado ponto. Portanto, se tivermos um litro de água à temperatura ambiente de 20º C. e o utilizarmos para a extinção de um fogo; quando a água estiver totalmente evaporada, absorveu do fogo a seguinte quantidade de calor: 80 calorias para a ebulição 540 calorias para a vaporização 620 calorias no total Teoricamente, se empregarmos água e temperatura de 20ºC. para a extinção de um incêndio, necessitaremos de tantos litros de água quantos resultarem da divisão do número de calorias desprendidas pelo corpo em chamas, por 620 calorias, admitindo-se que toda a água se vaporize. Abafamento O abafamento ou controle do comburente é dos métodos de extinção o mais difícil, pois, a não ser pequenos incêndios que podem ser abafados com tampas de vasilhas, panos, cobertores, etc., necessita de aparelhamento e produtos específicos para a sua obtenção. Consiste na eliminação do oxigênio das proximidades imediatas do combustível, e deste modo interrompendo o tetraedro do fogo e consequentemente a combustão. A eliminação do oxigênio para a extinção da combustão, não precisa ser total, basta diminuir sua porcentagem na atmosfera. Para bem se entender esta parte, passemos a explicar o seguinte: Em números redondos, a composição do ar atmosférico é de: 78% de Nitrogênio, elemento neutro que não entra na combustão. 21% de Oxigênio, absolutamente necessário a combustão. 1% de outros gases e vapores. 17 Interessa-nos o oxigênio, que existe na proporção citada em qualquer ambiente, o abafamento tem por objetivo a sua eliminação ou a diminuição de sua porcentagem nas proximidades do fogo: segundo experiências procedidas em laboratórios, verificou-se que as chamas existem somente em ambientes com mais de 13 % de comburente, portanto, qualquer meio de abafamento empregado e que consiga reduzir a porcentagem de oxigênio abaixo daquela taxa, dominará as chamas e em conseqüência todos os incêndios em corpos líquidos ou gasosos ficarão completamente extintos. Se o combustível for sólido, o fogo permanecerá sob a forma de combustão lenta, sem chamas, e assim permanecerá até que a concentração de oxigênio atinja a proporção de 6%, abaixo da qual nenhuma forma de combustão existirá. Abafamento Inibição ou quebra da reação em cadeia A inibição ou ruptura da reação em cadeia consiste em impedir a transmissão de energia (calor) de umas partículas do combustível para outras limitando, assim, a formação de radicais livres e/ou consumindo-os à medida que se formam. Como exemplo, destaca-se a atuação do pó químico extintor, produto que se decompõe em radicais livres que, ao combinarem-se com os produzidos do processo de combustão, os elimina e inibe a reação em cadeia. Note-se que, no caso da ruptura da reação em cadeia, é fundamental complementares esta ação com a eliminação de um dos lados do triângulo do fogo. Se não se proceder assim, a presença dos três lados do triângulo do fogo provocará, muito provavelmente, o sua reignição. 18 CAUSAS DOS INCÊNDIOS Para fins de estudo e de maneira prática, as causas de incêndios e explosões podem ser classificadas em: Causas humanas: culposas e criminosas; Causas naturais; Causas acidentais: elétricas, mecânicas e químicas. CAUSAS HUMANAS O homem, como integrante da sociedade, tem sido uma constante causa de incêndios e explosões, devido a sua ação culposa ou mesmo dolosa. Causas culposas São os incêndios ou explosões causados devido a ação direta do homem por omissão, por imprudência, por negligência, por descuido, por imperícia e mesmo por irresponsabilidade. Nestes casos enquadram-se os incêndios provocados por cigarros, fósforos mal apagados, fogueiras, lamparinas, espiriteiras, maçaricos;, enfim chamas abertas utilizadas pelo homem sem o devido cuidado; uso indevido de infamáveis; mau uso de inflamáveis e combustíveis; armazenagem inadequadade combustíveis e inflamáveis, utilização sem os devidos cuidados de aparelhos de solda e corte elétricos ou a oxiacetileno; falta de lubrificação de máquinas; operações incorretas ou forçadas de máquinas causando sua quebra violenta com graves consequências; operação falha em processamentos industriais, etc. Causas criminosas É óbvio que o homem por motivos psicológicos ou materiais pode provocar voluntariamente um incêndio ou uma explosão, é o chamado incendiarismo, que constitui crime. Muitos são os motivos que levam o homem a provocar um incêndio: vingança, desejo de tirar vantagens de apólices de seguro pelo recebimento do respectivo prêmio, destruição de documentos, ocultamento de crime, etc. Também por motivos psicóticos o homem pode provocar incêndios, com o intuito mórbido de se emocionar com o espetáculo apresentado pelas chamas, é o caso dos piromaníacos. Causas naturais 19 Os incêndios causados por fenômenos naturais, que se sobrepõem às providências de prevenção de incêndio tomadas pelo homem e que são superadas pela violência destes fenômenos. São classificados neste parágrafo os incêndios causados por raios elétricos, descargas atmosféricas que às vezes são tão violentas que a despeito dos para-raios ainda podem provocar incêndios ou explosões diretamente, ou muitas vezes indiretamente pelas inúmeras centelhas que produzem. Da mesma maneira os terremotos, mesmo nos locais sujeitos a tais fenômenos, devido sua violência, toda a prevenção para contê-los pode fracassar, e em consequência poderão surgir inúmeros incêndios e explosões. Causas acidentais Observa-se pelo prisma da Prevenção de Incêndio que as causas acidentais mais comuns são as de maior interesse, pois decorrem de falhas ocasionais, quando os incêndios e as explosões acontecem embora o homem tenha tomado as devidas precauções para que não ocorram, entretanto, devido a inúmeros fatores independentes de sua vontade eles acontecem. Causas elétricas A eletricidade é uma das fontes de calor mais encontrada e que ocasiona em nossa terra, grande número de incêndios. Provavelmente é ela que encabeçará qualquer estatística de causas de incêndio que se fizer em qualquer cidade do Brasil. As principais causas que provocam a transformação da energia elétrica em energia calorífica são: a) superaquecimento devido a sobrecargas nos circuitos ou circuitos mal calculados. b) arcos e centelhas devido principalmente a curto circuito. c) faíscas provenientes de chaves e outros aparelhos elétricos. d) falta de proteção no circuito. Quando a eletricidade flui através dos fios condutores, estes oferecem resistência à passagem da mesma, produzindo em consequência calor. A resistência oferecida e consequente quantidade de calor produzido são determinados pelos materiais do condutor, sua medida e quantidade de corrente que por ele passa. Causas mecânicas Outra causa de incêndio que por sua importância de ser considerada quando a Prevenção de Incêndio é o atrito ou fricção. Quando esfregamos um material contra outro ou contra o mesmo material, poderemos produzir uma determinada quantidade de calor pela transformação da energia mecânica em 20 calorífica, portanto a quantidade de calor será proporcional à intensidade do atrito. O atrito em geral é diminuído por intermédio de materiais deslizantes ou lubrificantes. Causas químicas Ao citar as causas de incêndio não podemos esquecer as reações químicas como elemento bastante ponderável Existem as combustões espontâneas, também são responsáveis por bom número de incêndio. Embora estas combustões se iniciem, muitas vezes, por um fenômeno fisiológico (fermentação) que determina uma elevação da temperatura do material envolvido, até alcançar um determinado índice, quando as bactérias e enzimas são destruídas mas já deram inicio a uma reação química exotérmica que continua a elevar a temperatura até alcançar o ponto de ignição das substâncias envolvidas. AGENTES EXTINTORES Água A água é o agente extintor por excelência uma vez que, em geral, é abundante, de baixo custo e é passível de ser utilizada de diversas formas. Atua, essencialmente, por resfriamento e pode ser aplicada na forma de jato ou sob a forma pulverizada: chuveiro ou nevoeiro. Pode atuar também por abafamento, na aplicação pulverizada, dada a elevada produção de vapor de água que pode originar. Outro exemplo de abafamento consiste na utilização de água cobrindo a superfície combustível de um líquido mais denso e não miscível com ela ou, ainda, o encharcamento de espaços com combustíveis sólidos. Quando aplicada na forma de nevoeiro é necessária alguma prudência, uma vez que, ao vaporizar- se, aumenta de volume cerca de 1700 vezes, que, em espaços confinados, pode levar à asfixia. O vapor de água envolve o incêndio e leva à sua extinção por falta de comburente (oxigênio). APLICAÇÕES Para os fogos da classe A (combustíveis sólidos) a água pode ser utilizada em jato, mas a sua capacidade de extinção pode ser melhorada se utilizada na forma pulverizada (chuveiro ou nevoeiro). Nos fogos da classe B só pode ser utilizada na forma de chuveiro ou nevoeiro, desde que o combustível tenha uma densidade superior à da água. 21 Para esta classe, não deve ser utilizada em combustíveis voláteis como a gasolina e o benzeno, devido à sua baixa temperatura de combustão e ao fato da densidade destes líquidos ser inferior à da água, podendo contribuir para a propagação do incêndio a outras zonas. A água nos fogos da classe C não se utiliza diretamente no combate ao incêndio, mas sim no arrefecimento dos depósitos e outros materiais a ele expostos, prevenindo a sua ruptura e, consequente, explosão. Nos fogos da classe D a água nunca deve ser utilizada, dada a sua reação violenta com os combustíveis envolvidos. A água, para ser aplicada no combate a incêndios, pode ser armazenada em: Extintores contendo água ou uma solução aquosa e um gás propulsor. A aplicação pode ser em jato ou pulverizada, com ou sem aditivos; Instalações fixas de extinção: manuais (redes de incêndio armadas) ou automáticas (sprinklers); Depósitos de veículos de combate a incêndios, sendo impulsionada pelas respectivas bombas de água. Aeronaves de combate a incêndios sendo, normalmente, projetada para o solo por gravidade. Pó Químico Seco (PQS) Também empregado na Classe B de incêndio. Seu emprego é de maior aproveitamento nos combustíveis líquidos e gases inflamáveis tais como: óleos, graxa, álcool, éter, querosene, gasolina, gás liquefeito de petróleo e outros, os quais cujas características são que queimam apenas em superfície e não deixam resíduos. Por recomendação da Associação Brasileira de Normas Técnicas e da Associação Brasileira para a Prevenção de Acidentes do Trabalho, este extintor substitui nos estabelecimentos comerciais, industriais, residenciais e mistos os agentes de espuma química, além disso, a única diferença na composição do extintor de PQS para o de Espuma, é a retirada dos produtos aquosos. O extintor de PQS atua pelo método de isolamento e abafamento; sua duração é em média de 20” (vinte segundos) com uma pressão de trabalho de 14,5 Kgf/cm2, com um jato de alcance de 4 a 6 metros. Esses grupos de agentes extintores são formados de finíssimas partículas sólidas, e tem como características não serem abrasivas, não serem tóxicas, mas pode provocar asfixia se inalado em excesso, não conduzir corrente elétrica, mas tem o inconveniente de Contamina o ambiente sujando-o, podendo danificar inclusive equipamentos eletrônicos, desta forma, deve-se evitar sua utilização em ambiente que possua estes equipamentos no seu interior e ainda dificultando a visualização do ambiente. Atua por abafamento e quebra da reação em cadeia. 22 Os PQS são classificados conforme a sua correspondênciacom as classes de incêndios, conforme as seguintes categorias: Pó ABC – composto a base de fosfato de amônio, sendo chamado de polivalente, pois atua nas classes A, B e C; Pó BC – à base de bicarbonato de sódio ou de potássio, indicados para incêndios classes B e C; Pó D – usado especificamente na classe D de incêndio, sendo a sua composição variada, pois cada metal pirofórico terá um agente especifico, tendo por base a grafita misturada com cloretos e carbonetos. Gás Carbônico (CO2) É o agente extintor empregado na Classe C de incêndio. Seu emprego é de maior aproveitamento nos equipamentos elétricos sob tensão tais como: quadros de distribuição de energia, máquinas, motores e equipamentos elétricos e outros. O extintor de CO2 atua pelo método de resfriamento e abafamento; sua duração é em média de 1’ (um minuto) com uma pressão de trabalho de 126 Kgf/cm2, com um jato de alcance de 4 a 6 metros. É um gás liquefeito armazenado sob alta pressão, inodoro, incolor, mais pesado que o ar, não tóxico, mas sua ingestão provoca asfixia, não conduz corrente elétrica, nem suja o ambiente em que é utilizado, pois se dissipa rapidamente quando aplicado, pois a pressão do CO2 reduz drasticamente, retornando a sua forma gasosa. Atua principalmente por abafamento devido a sua rápida expansão, deslocando assim o volume de comburente da superfície do combustível. O CO2 atua de forma secundária por resfriamento, pois no seu aumento de volume, da passagem do estado liquido para o gasoso, absorve uma grande quantidade de calor, diminuindo assim a temperatura em aproximadamente em 70ºC. O dióxido de Carbono apresenta melhor resultado no combate a incêndios das Classes B e C. Na Classe A apaga somente na superfície. Escolha do agente extintor A escolha do melhor agente extintor depende dos diferentes fatores enunciados ao longo dos pontos anteriores. Contudo, é possível sistematizar este estudo tornando viável uma escolha rápida, quando na presença de um incêndio ou, como medida de prevenção, recorrendo ao melhor agente extintor face ao risco. 23 Apresentam-se no Quadro abaixo informações qualitativas da adequação dos agentes extintores, nas suas diversas formas, para as diferentes classes de fogos. TÉCNICA DE EXTINÇÃO DE INCÊNDIO Combate a Incêndio "Classe A" Os incêndios classe “A”, isto é, incêndios em combustíveis comuns (papel, madeira, tecidos) que deixam resíduos característicos (brasa, carvão, cinza), em geral, são extintos por resfriamento, podendo se utilizar também o abafamento, retirada do material e quebra da reação em cadeia. A água é o agente extintor mais eficaz para o resfriamento. A aplicação de água será bem-sucedida se a quantidade utilizada for suficiente para resfriar o combustível que está queimando para temperaturas que o conduzam abaixo do ponto de combustão. Combate a Incêndio "Classe B" São incêndios em líquidos e gases inflamáveis que, por terem características próprias, possuem métodos de extinção distintos. Combate a Incêndios em Líquidos Inflamáveis O melhor método de extinção para a maioria dos incêndios em líquidos inflamáveis é o abafamento, podendo ser utilizado também a quebra da reação em cadeia, a retirada do material e o resfriamento. O controle de incêndios em líquidos inflamáveis pode ser efetuado “com água”, que atuará por abafamento e resfriamento. Na extinção por abafamento, a água deverá ser aplicada como neblina, de forma a ocupar o lugar do oxigênio, que está suprindo a combustão nos líquidos. 24 A técnica de resfriamento somente resultará em sucesso se o combustível tiver ponto de combustão acima da temperatura normal da água (20 °C). Ao se optar pelo uso de água deve-se, sempre, usar o jato chuveiro ou jato neblina. O jato contínuo não deve ser utilizado, pois não permitirá o abafamento e poderá esparramar o líquido em chamas, aumentando o incêndio. Para se combater este tipo de incêndio em segurança, deve-se conhecer as propriedades e características dos líquidos inflamáveis, que, em sua maioria: geram vapores inflamáveis à temperatura ambiente (voláteis); flutuam na água; geram eletricidade estática quando fluindo; queimam rapidamente por sobre a superfície exposta ao calor; liberam durante a queima grande quantidade de calor. Atendimento a Vazamentos de Gases Inflamáveis O único método seguro de se solucionar a ocorrência de vazamento de gás ou líquido sob pressão, com ou sem fogo, é a retirada do material. Como quase todas as edificações utilizam o GLP ou gás natural, é importante que se conheça os riscos e as técnicas no atendimento de ocorrências envolvendo estes gases. Gás natural O gás natural (gás encanado) é formado principalmente por metano, com pequenas quantidades de etano, propano, butano e pentano. Este gás é mais leve do que o ar. Assim, tende a subir e difundir-se na atmosfera; não é tóxico mas é classificado como asfixiante, porque em ambientes fechados pode tomar o lugar do ar atmosférico, conduzindo assim à asfixia. A companhia concessionária local deve ser acionada quando alguma emergência ocorrer. Incidentes envolvendo o sistema de distribuição de gás natural são frequentemente causados por escavação nas proximidades da canalização subterrânea. As primeiras preocupações devem ser a evacuação da área vizinha e eliminação de possíveis fontes de ignição no local. GLP engarrafado O gás liquefeito de petróleo (GLP) ou gás engarrafado, como é um combustível armazenado sob pressão, é usado principalmente em residências, em botijões de 13 kgs. Sua utilização comercial e industrial é feita com cilindros de maior capacidade, de 20, 45 e 90 kg. 25 Este gás é composto principalmente de propano e butano com pequenas quantidades de etano propileno e iso-butano. O GLP não tem cheiro natural. Por isso, uma substância odorífica, denominada mercaptan, lhe é adicionada. O gás não é tóxico, mas é classificado como asfixiante porque pode deslocar o ar, tomando seu lugar no ambiente, e conduzir à asfixia. O GLP é cerca de 1,5 vezes mais pesado que o ar, de forma que, normalmente, ocupa os níveis mais baixos. O GLP é frequentemente armazenado em um ou mais cilindros (bateria). O suprimento de gás para uma estrutura pode ser interrompido pelo fechamento de uma válvula de canalização. Se a válvula estiver inoperante, o fluxo pode ser interrompido retirando-se a válvula acoplada ao cilindro. Ao se deparar com fogo em gás inflamável, e não podendo conter o fluxo, não se deverá extinguir o incêndio. Um vazamento será mais grave que a situação anterior, por reunir condições propícias para uma explosão. Neste caso, deve-se apenas controlar o incêndio. Combate a Incêndio Classe "C" A dificuldade na identificação de materiais energizados é um dos grandes perigos enfrentados no atendimento de ocorrência. Este tipo de incêndio pode ser extinto, com maior facilidade após o corte da energia elétrica. Assim, o incêndio deixa de ser classe “C”, tornando-se classe “A” ou “B”, podendo ainda extinguir-se. Para sua extinção, deve-se utilizar agentes extintores não condutores de eletricidade, como PQS. Não se deve utilizar aparelhos extintores de água ou espuma (química ou mecânica), devido ao perigo de choque elétrico para o operador, que pode causar-lhe a morte. Emergências com Eletricidade Em emergência envolvendo eletricidade, alguns procedimentos devem ser seguidos para manter um ambiente seguro ao serviço: quando forem encontrados fios caídos, a área ao redor deve ser isolada; 26 deve-se tratar todos os fios como energizados e de alta voltagem; quando existir o risco de choque elétrico, deve-se usar EPI adequado e ferramentas isoladas; deve-se tomar cuidado ao manusear qualquer equipamentos próximos a fios elétricos. não se deve tocar em qualquerveículo ou viatura que esteja com fios elétricos, pois esse procedimento pode resultar em choque elétrico. Combate a Incêndio Classe “D” Incêndios em metais combustíveis (magnésio, selênio, antimônio, lítio, cádmio, potássio, alumínio, zinco, titânio, sódio, zircônio) exigem, para a sua extinção, agentes que se fundam em contato com o material ou que retirem o calor destes. Metais combustíveis queimam em temperaturas extremamente altas e reagem com a água, arremessando partículas. A reação será tanto maior quanto mais fragmentado estiver o metal. Estes incêndios podem ser reconhecidos pela cor branca das chamas. Uma camada cinza poderá cobrir o material, dando a impressão de que não há fogo. Quando o material estiver em forma de limalha (fragmentado), deve-se isolar a parte que está queimando do resto por processo mecânico (retirada do material) e utilizar o agente extintor próprio, cobrindo todo o material em chama. O maior problema do bombeiro numa emergência com combustíveis classe "D" é a obtenção de agentes extintores adequados à situação específica. Isso porque os metais combustíveis não apresentam um comportamento padrão para um determinado agente extintor. Portanto, deve-se agir com extrema cautela nestes casos. O melhor método de extinção é o abafamento. Este tipo de incêndio será extinto com o emprego de agentes especiais, tais como grafite seco, cloreto de sódio, areia seca e nitrogênio. Em certas circunstâncias, a água pode ser usada como agente extintor (nas situações específicas de ligas de magnésio usadas em indústria). Neste caso, a água deve ser utilizada em grandes quantidades, pois a temperatura deste tipo de fogo é muito alta e a técnica de extinção utilizada é o resfriamento. É importante que se obtenha o máximo de informação sobre o produto em chamas, bem como se há no local o agente extintor apropriado. Incêndio e Emergências em Ambientes Fechados Operações de combate a incêndio e salvamento podem ocorrer em locais com pouca ou nenhuma ventilação, tais como: subsolos, depósitos, garagens, residências, escritórios ou outras dependências. Por isso, é importante saber quais os riscos inerentes a estes ambientes, quando em chamas: 27 Insuficiência de oxigênio, excesso de vapores e gases tóxicos e/ou inflamáveis. Para evitar estes riscos, seria necessário utilizar aparelho autônomo de respiração. Espaço limitado para entrada e saída. Deve ter atenção especial nas saídas de emergência e na desobstrução delas. Colapso estrutural e instabilidade de estoques de material. Estruturas metálicas aquecidas pelo fogo, tais como vigas e colunas metálicas, pois cedem rapidamente quando superaquecidas. Presença de eletricidade. Deve-se desligar a energia elétrica para evitar choques. APARELHOS EXTINTORES Aparelhos extintores são aparelhos que contém um agente extintor que pode ser projetado e dirigido sobre um incêndio pela ação de uma pressão interna, pressão essa que pode ser fornecida por compressão previa (sistema pressurizado) ou pelo auxílio de um gás auxiliar, chamado de gás propelente (sistema a pressurizar, entrando em desuso). Esses equipamentos são fundamentais para o estágio inicial das ações de combate a incêndio. A potencialidade dos extintores é alcançada quando são utilizados com técnica adequada para os objetivos propostos. O êxito no emprego dos aparelhos extintores de incêndio depende dos seguintes fatores basicamente: Aplicação correta do agente extintor para o tipo de combustível (sólido ou líquido) e sua composição química; Manutenção periódica adequada e eficiente. O bombeiro-militar deverá possuir conhecimentos específicos de maneabilidade do equipamento e técnicas de combate a incêndio. Normalmente, estes aparelhos extintores são chamados pelo nome do agente que contém, e apresentam características para cada tipo, apesar de possuírem detalhes de acordo com cada fabricante. Os aparelhos extintores possuem varias classificações, mas para esse curso, serão abordados somente os aparelhos extintores portáteis; 28 IDENTIFICAÇÃO DOS APARELHOS EXTINTORES PORTÁTEIS A identificação dos extintores portáteis é feita pelo rotulo de identificação que está colado no corpo dos extintores portáteis, e traz o tipo de agente extintor, a capacidade, o(s) tipo(s) de classe(s) para qual o extintor portátil é indicado e fabricante. SISTEMA DE SEGURANÇA Todo extintor possui dois sistemas de segurança, o lacre, que tem a finalidade de demonstrar que o extintor ainda não foi utilizado, e o pino de segurança, que trava o gatilho do extintor, impossibilitando que o extintor não seja utilizado acidentalmente. APARELHO EXTINTOR PORTÁTIL DE ÁGUA PRESSURIZADO Com capacidade variável dependendo do fabricante, sendo o mais comum o de 10 litros, alcance médio do jato de 10 m, utilização em incêndios classe A, tempo de descarga aproximada de 60 segundos e cilindro de baixa pressão. Tem como principio de funcionamento a pressão interna sendo maior que externa, sendo assim ao se acionar o gatilho a água é expelida. Extintor de Incêndio Portátil de pó químico seco (PQS) Com capacidade variável dependendo do fabricante, sendo o mais comum o de 8 quilogramas, alcance médio do jato de 5 m, utilização em incêndios classe B e C, e também de classe D quando utilizado pó químico especial. O 29 tempo de descarga aproximada de 20 segundos e cilindro de baixa pressão. O seu funcionamento é devido ao pó que está sob pressão, que quando acionado o gatilho é expelido. Extintor de Incêndio Portátil de gás carbônico (CO2) Com capacidade variável dependendo do fabricante, sendo o mais comum o de 8 quilogramas, alcance médio do jato de 2,5 m, utilização em incêndios classe B e C. O tempo de descarga aproximada de 30 segundos e cilindro de alta pressão. O seu funcionamento é devido ao gás que está armazenado sob alta pressão, que é liberado quando acionado o gatilho. UTILIZAÇÃO DO EXTINTOR PORTÁTIL DE INCÊNDIO Técnicas de Utilização do Extintor Portátil de Incêndio O emprego dos extintores portáteis de incêndio está vinculado à classe de incêndio do material combustível participante da combustão em questão. Sendo assim, após saber a classe de incêndio do material combustível, deve-se proceder da seguinte forma: 1 – identificar o extintor apropriado para a classe de incêndio em questão, através do rotulo ou pelas características físicas de cada extintor. 2 – retirar o extintor do seu suporte ou o lugar que estiver acondicionado. 3 – retirar o lacre e o pino de segurança. 4 – empunhar a mangueira com o esguicho voltado para baixo e premer o gatilho a fim de testar o perfeito funcionamento do extintor e se o agente extintor é o que estava indicado pelo rótulo. 5 – aproximar-se do incêndio a favor do vento (quando em áreas abertas) até a distância de utilização do extintor. 6 – premer o gatilho liberando o agente extintor e dirigir os jatos deste para a base do incêndio (exceto o extintor de espuma mecânica que deverá ser projetado em uma das paredes do recipiente do líquido inflamável) fazendo movimento horizontais a fim de abranger toda a superfície do incêndio (movimento de zig-zag). 7 – avançar na direção do incêndio à medida que o incêndio for sendo extinto. 30 MODO DE ATUAR COM EXTINTORES DE INCÊNDIO Ao atuar com um extintor o bombeiro deve ter em consideração os seguintes aspectos: Um incêndio ao ar livre deve ser sempre combatido a favor do vento de modo a que o agente extintor seja dirigido no sentido para onde as chamas e fumaças estão a ser projetados. Desta forma, evitará queimaduras, a inalação de gases e fumaça e o desvio do jato do agente extintor; Se, por qualquer motivo, combater o incêndio contra o vento, ou em locais interiores, proteja-secom equipamento ou anteparos adequados; 31 Antes de se avançar para o incêndio, deve efetuar-se um disparo curto do agente extintor para comprovar que o extintor se encontra em condições de operacionalidade; Avançar até se aproximar do incêndio (três a cinco metros conforme o tipo e capacidade do extintor); Dirigir o jato do agente extintor para o incêndio, avançando à medida que este vai perdendo alcance ou o incêndio se for extinguindo; Se o extintor for de CO2, aproximar-se o mais perto possível do incêndio. Pela sua natureza, o CO2 tem pouco alcance e é facilmente desviado pelo vento e correntes de convecção. Começar a extinção do incêndio pelo ponto mais próximo de si, projetando o jato do agente extintor de forma a efetuar um corte junto à base das chamas; Movimentar o jato na horizontal, fazendo movimentos laterais (varredura) de forma a abranger toda a superfície ou volume da chama; 32 Em incêndios de combustíveis líquidos contidos em recipientes, não incidir o jato na vertical do fogo, pois se corre o perigo de espalhar o combustível para fora do recipiente ; Se o extintor for de água pulverizada, esta é projetada por cima do incêndio em movimentos circulares; Se o incêndio se desenvolver na vertical (caso de líquidos combustíveis em derrame de cima para baixo, cortinados etc.), o incêndio deve ser combatido, iniciando-se na parte inferior e progredindo seguidamente de baixo para cima; 33 VENTILAÇÃO A ventilação visa a dispersão sistemática dos produtos da combustão, principalmente dos gases e fumaças que possam estar confinados no local de incêndio. A aplicação da ventilação nos locais de incêndios tem por finalidade facilitar a ação dos bombeiros em ambientes confinados, aumentando a visualização do ambiente, facilitando assim a localização do foco do incêndio, diminuindo a temperatura do local devido à remoção do calor pelos gases que são dispersos para outro local (convecção), e ainda a retirada da fumaça que poderá ter produtos tóxicos provenientes da combustão. Basicamente existem dois tipos de ventilação, que veremos a seguir: 34 VENTILAÇÃO NATURAL Consiste em retirar as obstruções que não permitam fluxo normal dos produtos da combustão como, por exemplo, abrindo janelas, portas e clarabóia ou criar caminhos para que eles possam fluir para fora do ambiente confinado quebrando paredes, vidraças e telhados. Esse procedimento irá criar uma convecção no ambiente, deixando penetrar no local ar fresco ventilando o local. Para se proceder à ventilação natural é necessária a abertura de duas passagens, uma para a saída dos gases e fumaças e outra para a entrada do ar do ambiente externo a esse local confinado. VENTILAÇÃO FORÇADA É utilizada quando não é possível realizar a ventilação natural ou utilizada para somar-se a esta. A ventilação forçada é realizada através de equipamentos específicos como ventiladores, exaustores ou jatos de água. FUMAÇA A fumaça acompanha as formas mais comuns de combustão e é diferenciada pela natureza da substância em queima. Na análise da situação, o bombeiro deve observar a fumaça, levando em consideração: o seu volume; a sua direção; a sua coloração. Deve observar o volume da fumaça, procurando definir a área e a quantidade de material que está queimando (carga incêndio). Também deve observar a direção da fumaça com o propósito de: manter-se em segurança, fora do caminho dos produtos da combustão; e para que as aberturas a serem feitas aproveitem o fluxo natural da fumaça. A cor da fumaça pode indicar o material que está queimando, o que auxilia na segurança e na definição do agente extintor ou técnica a ser aplicada. 35 Conhecimento do edifício envolvido Para as decisões a tomar no que respeita à ventilação, é de grande importância o conhecimento da edificação envolvida, nomeadamente do tipo e ocupação do edifício e da forma como foi concebido. Estes são os fatores que inicialmente devem ser considerados, a fim de se decidir se a ventilação é adequada, devendo-se levar em conta os seguintes aspectos Número e dimensão das aberturas existentes nos diversos compartimentos; Número de pisos, caixas de escada, caixas de elevador, espaços verticais enclausurados e aberturas existentes na cobertura; Possibilidade de utilização de escadas de incêndio exteriores ou de acesso através de edifícios adjacentes. Edifícios de grande altura O calor e a fumaça são o maior perigo para os ocupantes dos edifícios de grande altura, normalmente ocupados por hotéis, apartamentos, escritórios e hospitais, isto é, sujeitos a um número substancial de ocupantes. O fogo e a fumaça podem propagar-se rapidamente através de dutos verticais, caixas de escada, sistemas de ventilação e outros espaços verticais, que contribuem para o movimento ascendente do calor e fumaça por todo o edifício, criando uma corrente de ar que interfere com a evacuação e com a ventilação. VANTAGENS DA VENTILAÇÃO Os grandes objetivos em uma operação em incêndios são: atingir o local sinistrado no menor tempo possível; resgatar vítimas presas; localizar focos de incêndio; aplicar os agentes extintores adequados, minimizando os danos causados pelo fogo, pela água e pelos produtos da combustão. Durante o combate, a ventilação é um auxílio imprescindível na execução destes objetivos. Quando, para auxiliar no controle de incêndio, é feita ventilação adequada, umas séries de vantagens são obtidas, tais como: visualização do foco, retirada do calor e retirada dos produtos tóxicos da combustão. 36 VISUALIZAÇÃO DO FOCO A ventilação adequada retira do ambiente os produtos da combustão que impedem a visualização. Tendo uma boa visualização o bombeiro: entra no ambiente em segurança; localiza vítimas; extingue o fogo com maior rapidez, sem causar danos pelo excesso de água aplicada no local. RETIRADA DO CALOR A ventilação adequada retira os produtos da combustão que são os responsáveis pela propagação do calor (através da convecção), eliminando com isto grande quantidade de calor do ambiente. Com a retirada do calor, o bombeiro: Tem maior possibilidade de entrar no ambiente. Diminui a propagação do incêndio. Evita o “backdraft” e o “flashover”. Evita maior dano à edificação. Evita maiores riscos a possíveis vítimas. RETIRADA DOS PRODUTOS TÓXICOS DA COMBUSTÃO A ventilação adequada retira do ambiente os produtos da combustão que são os responsáveis pela maioria das mortes em incêndio. Com a retirada dos produtos tóxicos, nós temos: Tem maior possibilidade de encontrar vítimas com vida. 37 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. Emergências, Manual de ABIQUIM/PRÓ-QUÍMICA, São Paulo, Círculo,1994. 2. MABOM. Manual do Soldado PM/BM da Polícia Militar do Estado de Minas Gerais. 1ª Edição, 1984. 3. Secco, Orlando Cel. Manual de Prevenção e Combate a Incêndio, Vols 1 e 2, São Paulo, 3ª Edição, Bernardino Ramazzini, 1982. 4. Manual nº - Corpo de Bombeiros – Exploração – Salvação – Proteção do Material Escola de Bombeiros - 1954 5. Manual da IFSTA "Practicas y Teoria para Bombeiros" – 3ª Edição. 6. Manual do Curso de Formação de Soldados do Corpo de Bombeiros do Estado do Rio de Janeiro. 7. BATISTA, A .C. Incêndios Florestais. Recife, UFRP, 1990. 115 p. ilustr. 8. SOARES, R. V. Incêndios Florestais - Controle e uso do fogo. Curitiba, FUPEF, 1985. 213 p. ilustr. 9. SILVA, R. G. Manual de prevenção e combate aos incêndios florestais. Brasília: Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis, 1998.
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