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Ascaridíase Ascaris lumbricoides: Parasitam intestino delgado de humanos e suínos! Aspectos epidemiológicos: • Importante helmintíase transmitida pelo solo; • Tem distribuição mundial; • É considerada uma doença tropical negligenciada; • Tem uma importância grande principalmente para crianca entre 1 a 10 anos; • Está associada a fatores socioeconômicos, hábitos de higiene, condições sanitárias, educação, clima tropical e densidade populacional; • É uma verminose mais frequente em países pobres; Fatores que interferem na prevalência da doença: • Eliminação de grande quantidade de ovos (200.000); • Sobrevivência dos ovos de 1 ano peridomicílio; • Transmissão: Água ou alimentos, poeira, aves e insetos; • Hábito de defecar no peridomicílio; • Saneamento precário; • Temperatura e umidade ideal; • Conceitos equivocados sobre a transmissão e hábitos de higiene. Formas de vida: Vermes adultos (machos): • Possuem de 20cm a 30cm; • Possui um vestíbulo bucal contendo 3 fortes lábios e serrilhas de dentículos, que permite a aderência ao tecido; • Extremidade posterior: possui 2 espículos que auxiliam a cópula; • Possui face posterior encurvada o que o difere da fêmea (na figura ele está representado por B). Vermes adultos (fêmea): • Possuem 30cm a 40cm; • Apresenta vestíbulo bucal, contendo serrilhas de dentículos; • Possui face posterior retilínea, o que a diferencia do macho (na figura está representado por A). Ovo: • Possui a cor acastanhada pelo contato com as fezes humanas; • São miscroscópicos, com formato oval e cápsula espessa • Possui uma membrana externa mamilonada (tem relação com a aderência desses ovos); • Membrana média proteica e interna impermeável, o que faz com que ele sobreviva a condições adversas do meio; • Internamente dos ovos possuem massa de células germinativas; • Permanecem vivos no solo por até 1 ano; • Os ovos são geralmente abundantes no chão do peridomicílio poluído com fezes (disseminação dos ovos pela ação dos ventos) Faculdade Ciências Médicas MG // Parasitologia Luisa Trindade Vieira (@medstudydalu) - 72D **Ovos inférteis: Alongados e membrana mamilonada delgada ou decorticado, com citoplasma granuloso; Ciclo biológico: Ciclo monoxênico, e possui o ciclo pulmonar. • Vermes adultos (sobrevivem de 1 a 2 anos no hospedeiro) no intestino delgado e liberam ovos, que são liberados por meio das fezes; • Os ovos no ambiente se tornam larvados (em 15 dias); • Em caso de ingestão de água ou alimentos contaminados, esse ovo passa por eclosão no intestino delgado, liberando a larva; • A larva quando é liberada passa pelos vasos linfáticos e mesentéricos; • Depois atinge o fígado; • Posteriormente o átrio direito; • E depois os pulmões; • Após passar por todos esses órgãos, sofrendo mudanças, ela é deglutida e se fixa no intestino delgado, já em forma de verme adulto, cerca de 30 dias após o contágio; • A cópula e a ovoposição demoram cerca de 60 dias pós infecção. Transmissão: • Por meio de ingestão de água e alimentos contaminados; • Irrigação de hortas com água contaminada (tem um importância grande); • Poeira, aves e insetos veiculam os ovos; • Depósito subungueal em crianças (grande importância, pois a criança ainda está aprendendo sobre higiene, então se não fixada a informação de que se tem que lavar as mãos após o uso do banheiro, podem ficar ovos, que são microscópicos, abaixo das unhas das crianças). . Manifestações clínicas: Período pré-patente: Encontro dos ovos nas fezes, de 60 a 75 dias; Forma assintomática: É a mais comum; Forma sintomática: Depende do grau de infecção (número de ovos ingeridos - larvas e vermes adultos): • Síndrome de Loeffler (ciclo pulmonar da larva), em que o indivíduo apresenta tosse, febre, dispineia, manifestações alérgicas, bronquites, pneumonia, inflamação no pulamão... Ocasionando uma eusinofilia de 10% a 30%, sendo que o normal é de 2% a 4%; • Presença de vermes adultos no intestino delgado: Dor abdominal, diarréia, náuseas, anorexia e fraqueza; • As complicações podem ser: Obstrução intestinal (fecaloma, apendicite, vômitos com fezes), perfuração intestinal, colecistite (inflamação de vesícula), colelitíase (cálculo biliar), pancreatite aguda e abcesso hepático. Patogenia: Larvas: Podem causar lesões pulmonar e hepáticas: • Síndrome de loeffler: ocasionando tosse seca ou com muco, sendo que esse muco pode ser sanguinolento e apresentar larvas; • Reação de hipersensibilodade (IgE específicos); • Lesões hepáticas (focos hemorrágicos e necrose); • Infecção de baixa intensidade: ocorre ausência de alterações. **Parasitas que tem ciclo pulmonar (geram síndrome de Loeffler) - NASAL: Necator, Ancylostoma, Strongyloides, Ascaris e Larva migrans. Vermes adultos: • Tem ação espoloadora (subnutrição):Vermes consomem proteínas, carboidratos, lipídeos e vitaminas (ocasionam prejuízo físico e mental); • Ação tóxica: Edema, convulsões e urticária (liberação de antígenos no tegumento do parasita); • Ação mecânica: irritação da pele e obstrução do intestino; • Localização ectópica pode ser causada por alta carga parasitária, febre, uso impróprio de medicamento e ingestão de alimentos condimentados (ascaris errático); • “Pano” (manchas brancas): despigmentação circunscrita (vit A e C); • Infecções de baixa intensidade: 3 a 4 vermes (assintomático); • Infecção média: 30 a 40 vermes; • Infecção maciça: 100 ou mais vermes; **Importante de saber, pois os sintomas dependem da quantidade de vermes adultos o infectado possui no seu intestino. Patogenia da diarréia: Casos mais graves: • Apendicite (parasitas que causam apendicite - TETA = Taenia, enterobius, trichuris e ascaris); • Obstrução do canal colédoco: Leva a bile ao duodeno; • Pancreatite: Obstrução do ducto pancreático; • Eliminação do verme pela boca e narinas (ouvido médio, narina e tuba uterina). Diagnóstico: Clínico: Difícil, pois muitas vezes os pacientes são assintomáticos. Já para os sintomáticos, normalmente eles apresentam sintomas respiratórios (síndrome de loeffler) ou intestinais, ou quadros agudos de obstrução. Direto - Parasitológico: Exame parasitológico de fezes - EPF, no qual iremos encontrar ovos de ascaris. Os dois principais métodos são HPJ (qualitativo, ou seja, fala apenas se tem ovos ou não) e Kato-katz (quantitativo, da uma noção de parasitemia). **Infecções somente com fêmeas observam-se ovos inférteis, e somente com machos não há presença de ovos! O controle de cura é realizado por meio de exames EPF em 7, 14 e 21 dias após o tratamento. Exame de imagem: É possível observar o acúmulo do parasito em casos de obstrução. Tratamento Farmacológico: Em casos de múltiplas parasitoses, a primeira a ser tratada é o ascaris! Forma não complicadas: • Albendazol: Ovicida, larvicida e vermicida (contra- indicado na gravidez, por ter ação teratogênica); • Mebendazol (contra-indicado na gravidez); • Ivermectina (contra-indicado na gravidez); Forma complicada: • Muitos livros citam a Piperazina, mas essa droga não é mais permitida pela ANVISA; • A droga permitida em quadros complicados é a Gastrografina. **Em grávidas, o uso de benzimidazóis são permitidos em dose única após o primeiro trimestre de gravidez. Em casos de obstrução biliar e pancreática, procede-se à retirada endoscópica dos vermes e em caso de falha, recorre-se a cirurgia. Profilaxia: • Medidas de educação em saúde: Evitar as possíveis fontes de infecção, ingerir vegetais cozidos e lavar bem e desinfetar verduras cruas, higiene pessoal e na manipulação de alimentos, proteção dos alimentos contra insetos e poeiras; • Saneamento; • Tratamento dos doentes; • Tratamento em massa das populações.
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