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Enterobiose É um dos helmintos mais frequentes em humanos e seu agente etiológico é o Enterobius vermicularis. Aspectos epidemiológicos: • É uma parasitose de ampla distribuição no mundo e no Brasil; • Estão relacionados a regiões de clima temperado (grande número de casos, pois a manutenção de ovos na região perianal dura por mais tempo, pela própria condição ambiental) e tropical; • Afeta mais crianças em idade escolar (5 a 12 anos), do que adultos; • É uma parasitose muito frequente em indivíduos que vivem em ambientes com aglomeração ( o que leva a haver ligação com o socio-econômico); • A transmissão é por meio da ingestão de ovos de E. Vermicularis. Formas de vida: Vermes adultos (fêmeas e machos): São encontrados em grande quantidade na região perianal. • Brancos, corpo filiforme e cutícula estriada transversalmente; • Extremidade anterior com expansões vesiculares (asas cefálicas); • Boca pequena, lábios retráteis, esôfago e bulbo cardíaco. **O macho e a fêmea se diferenciam em tamanhos (fêmeas são bem maiores que os machos). Ovos: • Aspecto de letra D ou em forma de feijão; • Possuem dupla camada, liso e translúcido; • Apresentam uma larva em desenvolvimento; • Superfície: Substância viscosa (permite a aderência desses ovos uns aos outros). Ciclo biológico: Ciclo monoxênico, onde o indivíduo ingere o ovo embrionado do parasito, e a larva se torna infectante depois de 4 a 6 horas após a deposição do ovo na região perianal. • O indivíduo ingere o ovo; • Ocorre a eclosão no intestino delgado e o desenvolvimento dos machos e fêmeas na região do apêndice cecal, local onde ocorre a cópula... Faculdade Ciências Médicas MG // Parasitologia Luísa Trindade Vieira (@medstudydalu) - 72D • As fêmeas, uma vez grávidas, se desprendem da mucosa e vão para a região perianal do indivíduo infectado; • Elas realizam a deposição de ovos na região perianal, principalmente, a noite, o que ocasiona um prurido anal (coceira), principalmente na parte da noite. **Crianças com esse tipo de parasitose costuma ter sintomas relacionados ao cansaço, por não conseguir dormir devido do prurido a noite! Transmissão: A enterobiose é adquirida por meio da ingestão (pelo ser humano), de ovos de E. Vermicularis. Os principais modos de infecção são: • Heteroinfecção/primoinfecção: Quando o indivíduo é infectado pela primeira vez, através de ovos em alimentos, aspiração de poeira infectada ou fômites; • Autoinfecção externa: Mais frequente em crianças, pois ocorre pelo ato de coçar a região perianal, devido ao prurido, não higienizar as mãos e coloca- las na boca; • Autoinfecção interna (rara): As larvas eclodem no reto e migram para o ceco (não ocorre a ingestão, a própria larva migra da região perianal para o ceco novamente); Formas clínicas e patogenia: Período de incubação: Fêmeas são encontradas na região perianal entre 45 e 60 dias após a infecção; Forma assintomática: Bastante frequente, e com isso, muitos indivíduos não apresentarão sinais e sintomas a essa parasitose; Forma sintomática: • Relaciona-se ao grau de infecção (número de vermes); • Prurido anal extremo (principalmente a noite, que é o momento de movimentação da fêmea); • Insônia; • Alterações neurocomportamentais (irritabilidade, crises convulsivas raras...); • Infecções bacterianas secundárias (unhas e mãos que forem utilizadas para coçar a região perianal pode estar contaminada); • Sintomas gastrointestinais, assemelhando-se a outras parasitoses; • Infestações associadas a enurese (emissão noturna involuntária de urina); • Parasitismo do sistema urinário masculino e feminino, peritonite, inflamação de órgãos reprodutores, que é mais comum em meninas/mulheres (metrite, salpingite, ooforite, DIP...); • Apendicites com dores abdominais; • Parasitismo ectópico (sintomas dependem da localização do parasito, não é tão comum); • Granulomas. Diagnóstico: Clínico: É baseado nos sinais e sintomas, como o prurido anal noturno, insônia, alterações neurocomportamentais. Além disso, ele também é feito pela avaliação sintomática dos familiares e/ou ambientes frequentados, encontro de vermes na região anal ou perianal, nas fezes ou papel higiênico, sintomatologia do parasitismo ectópico e propedêutica ginecológica (pode ocorrer quadros de doenças inflamatórias pélvicas. Direto - parasitológico: O método de escolha é o da fita gomada, onde pode-se observar a presença de ovos e fêmeas do parasito. É um exame simples de ser realizado, sendo que um objeto rígido (como um tubo de ensaio) é envolvido com uma fita e ele é passado na região perianal. Após esse processo, a fita é colocada na lâmina e levada para o microscópio para a análise. **O exame parasitológico de fezes não é muito utilizado, pois são em poucos resultados que são observados o parasito nas fezes. Tratamento farmacológico: O tratamento será para o indivíduo infectado, mas deve- se observar os indivíduos ao ser redor, e caso eles estejam com os sintomas, eles devem ser tratados também! Os principais medicamentos utilizados para garantir realmente o combate do parasito são: Pamoato de pirantel, Albendazol e Ivermectina. **Essas 3 drogas são contra-indicadas em casos de gravidez e para pessoas que possuem outras comorbidades. Profilaxia: • Manejo adequado das vestes, roupas íntimas e de cama; • Higiene das mãos, cortes de unhas; • Banho diário; • Evitar o ato de coçar e levar a mão a boca; • Limpeza doméstica, se possível com aspirador de pó; • Tratamento de todos os indivíduos parasitados.
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