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UNIVERSIDADE FEDEAL DO CEARÁ
FACULDADE DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO, ATUÁRIA E CONTABILIDADE
DEPARTAMENTO DE ECONOMIA APLICADA
EDSON BRUNO RODRIGUES MOREIRA
TRABALHO SOBRE O CAPITALISMO SEGUNDO A VISÃO DE PAUL SINGER E UMA OPNIÃO PESSOAL BASEADA EM ECONOMIA AUSTRÍACA
FORTALEZA
2019
A DINÂMICA DO CAPITALISMO
O ciclo da conjuntura
Tem como importante função para explicar o porquê de o capitalismo ter tantas crises, pois mostra que nele, há um ciclo constante de: “instabilidade, sucessão de fases de prosperidade, crise e depressão” -pg. 39
Até ocorrer a Crise de 29, as crises ocorriam de década em década (decenal), onde a primeira parte dela era marcada pela fase de alta, a qual a acumulação de capital se elevava, a busca por mercadorias se intensificava, a geração de empregos aumentava e a especulação se elevava mais ainda. Podemos também chamar esse período de “Belle Époque” pois o sentimento que se perpetua é de intenso otimismo. Até que então, se estoura a crise e tudo aquilo que estava indo “de vento em popa” começa a desandar, a acumulação cessa, a procura por mercadorias decai de forma drástica, os altos estoques deprimem os preços, as empresas demitem seus funcionários e muitas delas entram em falência. Por fim, tem-se a fase de baixa, a qual a economia começa a se reestruturar só que de forma mínima, com pouca acumulação de capital, ainda muito desemprego e consumo reduzido. De pouco em pouco, a economia volta a se reestruturar até recomeçar o ciclo.
Depois da Segunda Grande Guerra, o governo passou a intervir cada vez mais no mercado, que por meio das regulações “anticíclicas”, esperava-se que o mercado deixaria de ter crises. Porém não foi o que ocorreu, pois em 1974-75, a economia mundial sofre outra terrível crise. Mostrando que não importa o governo regule, as crises são inerentes ao sistema capitalista, o máximo que o governo pode fazer, é retardar essa crise. Além, que dependendo da intervenção, ele mesmo pode causá-las.
O ciclo “regular”:
A ideia central aqui é que as empresas agem de forma autônoma, mantendo constante relação antagônica entre si. Todas as suas ações são coordenadas pelo mercado de forma anárquica, o que depois será chamado de anarquia de produção, e o capitalista, tem como intuito e objetivo, acumular a maior quantidade possível de capital e para isso, ele deve constantemente criar mecanismos que aumentem a produtividade de suas fábricas/negócios. Neste processo, ele tem como principal impedidor a natureza, pois ela é escassa, os recursos não são infinitos e cada vez mais que as empresas crescem mais elas demandam commodities como ferro, carvão e principalmente, mão de obra. Como a mão de obra é escassa, é necessário que constantemente as firmas troquem suas maquinarias, para que não fiquem para trás de seus concorrentes. Aqui o Departamento I (produtores dos meios de produção), cresce muito, empregando uma grande massa. Mas a cada aumento do DI, há a necessidade de recursos primários, para que assim, ele possa realimentar o DII (produz os bens e serviços de consumo). Ainda nesse processo, as empresas necessitam ainda mais de crédito, tendo de emitir ações no mercado e como os especuladores mais experientes sabem dos ciclos, eles vendem suas ações, gerando a crise financeira.
Tem-se como parte importante para o entendimento da crise, os pontos de estrangulamento que nada mais são que o pleno uso dos recursos escassos. Tem como desviar desses pontos, comprando recursos de outros países, mas isso causa desequilíbrio na balança comercial, gerando outro ponto de estrangulamento.
Mas porque isso ocorre? Por que não há um controle? Por que o capitalista produz indefinidamente?
Para responder essas perguntas, entra aqui novamente a ideia de anarquia de produção, pois o mercado não tem um controlador, ele é autônomo, as empresas agem em competição individual (capital individual). Como os recursos são escassos, chega um momento que a reserva de força de trabalho se esgota, elevando os custos do DI, e este diminui sua produção, diminuindo os lucros do DII. Causando assim, a crise.
AS TESES/TEORIAS PRINCIPAIS QUE EXPLICAM AS CRISES
Tese mecanicista:
Com a instabilidade conjuntural que foi causada pelo acúmulo exorbitante de capital, há um período que determina a duração de um ciclo, que é explicado pela tese mecanicista. A tese mecanicista tem como base que como as máquinas novas produzidas pelo Departamento I têm em média um tempo de “vida útil” de dez anos, e que tem de ser reposto, pois não se pode perder produtividade. A tese afirma que com o seguimento da instalação da maquinaria, que aqui é colocado como “capital fixo”, este acaba por condicionar o ritmo de reposição a partir de sua vida útil.
Desta forma, essa tese explica de maneira breve, como é caudado o ciclo de conjuntura. Mas cabe aqui salientar, que esta não é a única e mais ou menos verdadeira tese do porquê as crises ocorrem, pois também temos a teoria do subconsumo, que será abordado logo em seguida.
Tese do subconsumo:
Esta tese se baseia na capacidade de produção do Departamento II, que com o período de alta, a produção deste fica acima da demanda dos consumidores. Pois como a maior parcela dos compradores é também trabalhador assalariado, este ganha uma quantidade maior de salário, porém inferior a quantidade acumulada dos lucros. Como o capitalista visa obter a maior quantidade de lucros, este então paga o mínimo possível para seus trabalhadores e estes, como não possuem capital suficiente para comprar a mais da produção, acaba por acumular cada vez mais de produtos inutilizados. Sem ninguém comprando estes produtos, o proprietário da fábrica entra em prejuízo o que o faz ser obrigado a demitir funcionários, e com a demissão destes, menos é consumido. Assim, causa uma total instabilidade no sistema, pois há muitos produtos (oferta) e poucas pessoas querendo comprar, por não terem capacidade de compra. Logo, acaba por agravar ainda mais a crise e gerar ainda mais subconsumo, diminuindo os investimentos.
VISÃO PESSOAL SOBRE AS CRISES E O PORQUÊ DELAS OCORREREM
Como foi visto, há essas duas visões que têm como base a superprodução e a superacumulação, com uma superprodução, a quantidade produzida de bens de consumo excede a quantidade que os consumidores podem comprar, pois estes - segundo a teoria de exploração do trabalhador feita pelo filósofo, sociólogo, historiador, economista, jornalista e revolucionário socialista Karl Marx- acabam por possuir o menor salário possível, pois o dono dos meios de produção tem como objetivo a maximização dos lucros pessoais. Com muitos produtos no mercado e poucos compradores, as indústrias têm de diminuir o ritmo de produção, acarretando a demissão do trabalhador assalariado, e que neste passo, agrava ainda mais a crise. Assim, o sistema capitalista acaba por provocar uma “bola de neve” que leva consigo o desemprego e a superacumulação, esta que ocorre, pois os burgueses são os principais receptores das informações e do lucro, assim, eles são os menos afetados nas crises, pois quando há o banks run (corrida dos bancos) os primeiros a saberem quando retirarem seus investimentos da bolsa de valores ou de retirarem seus investimentos da indústria poderão trocar seu papel moeda por algo mais rentável ao tempo, como o ouro ou prata. O que não ocorre com os assalariados, pois estes possuem menos informação e menos capital, assim, eles são os últimos a saberem quando retirarem seus investimentos, e eles, perdem seu emprego por causa da superprodução. 
Há uma intriga entre essas duas teses, mas é de extrema importância salientar que nem uma nem outra está totalmente aceita, ou descarta a outra. Elas são teorias complementares, pois com a superprodução de máquinas, há também a superprodução de produtos, que não poderão ser consumidos pois a maior parte da população não possui capital, pois este está superacumulado nos bolsos do dono dos meios de produção. Assim, o que se pode concluir com a análise feita por Paul Singer, é que o capitalismo é um sistematotalmente interligado, porém ele tem falhas que impedem com que a riqueza seja bem distribuída, e neste processo, poucos ganham e muitos perdem, ocorrendo em um jogo de soma 0.
A partir daqui será a minha visão sobre visão do capitalismo de Paul Singer:
De fato, não há como negar que Paul Singer tem uma visão muito importante para a compreensão do sistema capitalista e o porquê de ele causar tantas crises. Porém ele acaba por esbarrar em problemáticas que acabam por fazer sua teoria ser parcialmente (para não dizer totalmente), refutada, elas são:
· Considerar o sistema capitalista como um jogo de soma zero;
· Desconsiderar vários motivos pelos quais da existência de superprodução;
· Não levar em conta diversas variáveis econômicas;
PRIMEIRA PARTE:
O sistema Capitalista não é jogo de soma zero, Segundo Carl Menger, para que uma coisa possa ser considerada um bem econômico, quatro circunstâncias devem ser observadas: 1) deve existir uma necessidade humana; 2) a coisa em questão deve ser capaz de satisfazer essa necessidade humana; 3) o indivíduo deve conhecer a adequabilidade da coisa em satisfazer sua necessidade; e 4) o indivíduo deve usufruir poder de disposição sobre esta coisa.
Tendo em mente estas quatro circunstâncias às quais o austríaco condicionou a existência de bens econômicos, podemos deduzir porque a economia não é um jogo de soma zero na qual toda a riqueza possível já se encontra dada de antemão.
Em primeiro lugar, a imensa maioria das coisas, na forma como se encontram em seu estado natural, não nos permite satisfazer nossas necessidades. Por mais que toda a matéria já exista e esteja disponível na natureza, ela não nos foi dada de uma forma que nos permita satisfazermos nossas necessidades. A matéria tem de ser trabalhada e transformada por meio do trabalho e de investimentos.  
Em segundo lugar, a incapacidade dos objetos em seu estado natural em satisfazer diretamente nossas necessidades advém do fato de que nem sequer conhecemos todas as suas combinações e usos possíveis. A tecnologia, que é a arte de combinar e ordenar a matéria para que ela gere o resultado desejado, também não nos vem dada; antes, ela deve ser descoberta por meio da investigação e da experimentação, duas atividades que, por sua vez, requerem o uso de outros bens econômicos.  
Terceiro e último, por mais adequado que seja um bem em satisfazer nossas necessidades, ele será totalmente inútil se não o tivermos ao nosso alcance. A natureza pode ter sido generosa em nos agraciar com rios caudalosos por todo o planeta; no entanto, estes rios não proporcionarão nenhum serviço àquele indivíduo que se encontra no meio do deserto. 
Em outras palavras, não apenas temos de produzir os bens, como também temos de saber distribuí-los aos seus usuários finais.
(texto retirado do site mises.org.br e que pode ser acessado pelo link: https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=1751)
SEGUNDA PARTE:
Não foi considerado por Paul Singer que o governo em diversos momentos que antecederam as crises, que ele julgou terem sido culpa do próprio sistema capitalista, houve um gigantesco intervencionismo estatal que por meio do Federal Reserve (o Banco Central dos EUA), que mexeu de forma artificial na taxa de juros reduzindo-a de 5% para 3,5%, o que fez com que houvesse uma corrida especulativa gigante a qual fez os bancos enriquecerem de maneira extraordinária, podendo fazer empréstimos constantes aos trabalhadores que viram no mercado a oportunidade de enriquecer de maneira fácil, porém, novamente é necessário salientar que foi feito de forma artificial, a expansão monetária feita pelo Fed garantia que os preços das ações subissem continuamente. 
“Vale ressaltar que é impossível preços de ativos subirem continuamente sem que esteja havendo uma grande expansão monetária, que dê sustentação a esse processo de alta nos preços. Sem expansão monetária é impossível preços subirem eternamente. E quem controla o processo de expansão monetária de um país é o seu Banco Central.” (https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2594).
Com juros baixos e constante empréstimo, o Banco Central se viu preocupado, e fez em 1928 um aumento -novamente artificial- na taxa de juros, elevando-a de 3,5% para 5%. Ocasionando em dificuldade dos especuladores de auferirem seus lucros, diminuindo a quantidade de empréstimo e com isso, a quantidade de dinheiro em circulação, conhecido como M1 em macroeconomia. Com pouco dinheiro na economia, menor foi atividade especulativa e a potência das ações diminuíram. Acarretando um Crash na bolsa de 12% em um único dia. Esse dia foi chamado de “terça-feira negra”.
É necessário salientar que esse assunto é extremamente complexo e que só pode ser bem compreendido em um livro bem catalogado. Assim, para melhor entendimento do assunto, a leitura do livro: “A grande depressão Americana” escrito pelo economista Murry N. Rothbard. 
CONCLUSÃO
Enfim, a visão de Paul é única e altamente pessoal dele, há sim um embate gigante quanto a questões envolvendo crises econômicas que nunca iriam dar para ser postas em um único arquivo. Mesmo eu (como indivíduo e estudante de economia) tenho minha visão sobre os acontecimentos que levaram a Crise de 29 e as que viriam a se seguir, mesmo negando as ideias postas por Paul Singer, ainda o considero o autor de extrema importância, pois ele deu “a cara a tapa” e pôs sua visão sobre o assunto, coisa que a maioria das pessoas não tem coragem para assim o fazer. E sobretudo, é importante ter as visões de ambos os lados, Singer tinha a sua, Mises, Hayek, Rothbard e Menger também.
Por fim, recomendo a leitura dos livros: 
“A grande depressão Americana”, Murry N. Rothbard
“Marxismo desmascarado”, Ludwing Von Mises
“Princípios da Economia”, Carl Menger
“Desemprego e política monetária”, Friedrich Kayek
“Prices and Production”, Friedrich Kayek
REFERÊNCIAS
Livro “O Capitalismo, sua evolução, sua lógica e sua dinâmica”, escrito por Paul Singer
Slide repassado pela Monitora de Introdução a Ciências Sociais Aplicadas, Nádia Sneyle
https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=1751
https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2594
“A Grande Depressão Americana”, Murry N. Rothbard

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