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a fisiologia da voz

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CORAL CANTATORES JURIS – Claiton Lima
APOSTILA DE TÉCNICA VOCAL
Regente: Claiton Rodrigues de Lima
Edição e distribuição: CÂNONE MUSICAL
WWW.CANONE.COM.BR – CÂNONE MUSICAL
1
CORAL CANTATORES JURIS – Claiton Lima
FISIOLOGIA DA VOZ - PARTE 01
1. APARELHO FONADOR
O aparelho fonador é formado por 2 aparelhos e tem a função de produzir 
sons - voz cantada e voz falada. Nestes quadros, o aparelho fonador está 
esquematizado de forma bastante resumida.
APARELHO DIGESTIVO
Órgão Função Biológica Função Fonatória
Lábios Contém os alimentos na boca
Articulação de sons 
bilabiais (B,P,M) e 
labiodentais (F,V)
Dentes Tritura os alimentos Escoamento do som
Língua Joga o alimento para o esôfago
Participa de todos os sons 
produzidos
Palato duro 
(céu da boca) Suporte da língua Projeção da voz
Faringe
Direciona o ar para os 
pulmões, e os alimentos 
para o esôfago
Caixa de ressonância
APARELHO RESPIRATÓRIO
Órgão Função Biológica Função Fonatória
Cavidades Nasais Filtrar, aquecer e umidificar o ar
Vibração e amortização do 
som - ressonância nasal
Faringe Via de passagem do ar Amplia os sons - caixa de ressonância
Laringe Via de passagem do ar Vibrador – contém as cordas vocais
Traquéia Via de passagem do ar – defesa a via aérea
Suporte para vibração das 
cordas vocais
Pulmões Trocas gasosas e respiração vital
Fole e reservatório de ar 
para vibrar as cordas vocais
Musculatura 
respiratória
Desencadeia o processo 
respiratório
Produção de pressão no ar 
que sai
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2
CORAL CANTATORES JURIS – Claiton Lima
O APARELHO FONADOR É DIVIDIDO EM 5 PARTES
Parte Componentes Função
Produtores
Pulmões, músculos 
abdominais, diafragma, 
músculos intercostais, 
músculos extensores da 
coluna
Produzem a coluna de ar 
que pressiona a laringe, 
produzindo som nas 
cordas vocais
Vibrador Laringe Produz som fundamental
Ressonadores Cavidade nasal, faringe, boca Ampliam o som
Articulador
Lábios, língua, palato 
mole, palato duro, 
mandíbula
Articulam e dão sentido 
ao som, transformando 
sons em orais e nasais
Sensor/Coordenador
Ouvido - capta, localiza 
e conduz o som; cérebro - 
analisa, registra e 
arquiva o som
Captam, selecionam e 
interpretam o som
2. COMO É PRODUZIDA A VOZ HUMANA
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3
CORAL CANTATORES JURIS – Claiton Lima
A produção do som depende, basicamente, de ar e da laringe, onde estão 
as cordas vocais. A laringe é composta por três anéis de cartilagem. Dentro 
destes anéis, estão as cordas vocais, que são pequenos músculos com grande 
poder de contração/extensão. São classificadas em verdadeiras e falsas. As 
verdadeiras (com cerca de 1 cm nos homens e até 1,5 nas mulheres) estão na 
parte inferior da laringe e as falsas na parte superior. O som da voz normal 
é produzido pelas verdadeiras e o falsete pelas falsas.
Durante a respiração, as cordas vocais permanecem abertas, enquanto que 
para a produção de som elas se fecham, e o ar faz pressão, causando uma 
vibração que produz o som. 
Laringe: Cordas Vocais em movimento (vista transversal)
3. ARTICULAÇÃO E CLAREZA DO SOM
Cantar é um elemento da articulação. As palavras da música devem 
ser muito claras e objetivas, para causar um processo de ação e reação 
imediata. Para que isto aconteça, deve-se levar em conta dois 
processos: 
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4
CORAL CANTATORES JURIS – Claiton Lima
Articulação: processo pelo qual os órgãos da fala moldam o som vocal 
em sons reconhecíveis da fala. 
Interpretação: processo pelo qual se carrega o espírito ou significado 
da música através do modo como se executa.
O primeiro passo para uma boa interpretação é o domínio de uma 
boa articulação. Tanto no canto, quanto na fala (a muitas pessoas), os 
movimentos articulares devem ser mais acentuados do que na conversação 
usual. 
Os elementos na figura acima estão intimamente envolvidos no que 
se refere à articulação e clareza do som. Qualquer alteração no 
funcionamento deles irá interferir no som emitido. 
Para aproveitar da melhor maneira possível as áreas de 
ressonância (principalmente da face), devemos trabalhar a articulação 
dos sons. A musculatura da face combinada com o movimento dos lábios e 
maxilar ajudará a projetar o som para fora, dando mais volume e 
precisão na dicção das palavras. Além dos exercícios musculares para a 
face, que vão melhorar a dicção, devemos dar atenção especial ao trato 
da articulação das vogais, pois este ponto é de vital importância para 
a boa colocação da voz, explorando as áreas de ressonância e não 
deixando o som destimbrado e opaco.
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CORAL CANTATORES JURIS – Claiton Lima
A - É - Ó - Sons claros e abertos. Na posição da fala não se pode 
cantar. Para vencer a extensão das escalas com a emissão perfeita 
destas vogais, temos que ovalar a boca. Com esta posição o som recua 
para o fundo da garganta e vibra no palato mole, entrando para a 
ressonância alta, e projetando-se timbrado.
Ô - Ê - I - U - Sons escuros e fechados. O movimento labial faz com 
que eles se projetem para frente. Nas notas agudas o maxilar cai 
deixando a boca ovalada.
Ê - I - Estas duas vogais merecem atenção pois são horizontais, e para 
se projetarem usamos o sorriso, que os mantém vibrando no mordente até 
o centro da voz. Para atingir notas agudas, o sorriso permanece, porém 
a boca vai se ovalando em busca de um som arredondado e bem timbrado.
EXERCÍCIOS
1) Mastigar o m... com som nasal
2) Fazer TRRR... e BRRRR.... até acabar o ar.
3) TRRR... com modulação de som e movimento de lábio
4) Mastigar o m... e soltar as vogais abertas e fechadas - Ex. m... muá , 
m....muô
5) ECO : muámuámuámuá , muémuémuémué, etc.; com todas as vogais
6) Morder uma caneta ou rolha e contar até 100 articulando bem
7) Fazer com e sem rolha:
a) BDG b) PTK c) FSCH
d) GDB e) KTP f) CHSF
Lábios
Há pessoas que possuem um problema de excessiva tensão labial, o 
que impede a boa mobilidade e flexibilidade. Por outro lado, existem 
pessoas que possuem um tônus labial baixo, ou seja, flácido. A 
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CORAL CANTATORES JURIS – Claiton Lima
posição ideal para os lábios, é aquela que ajuda o rosto a Ter uma 
expressão agradável, feliz. 
Deve-se evitar puxá-los exageradamente para os cantos ou para 
frente quando se estiver cantando ou falando, pois isto pode modificar 
a qualidade sonora. 
Para aqueles com problema de tensão ou flacidez labial, existe um 
procedimento muito simples e bastante eficaz, sugerido pelo 
fisioterapeuta e fonoaudiólogo Noélio Duarte. Primeiramente, deve-se 
visualizar a boca e seus pontos-chave: 
Quem tem excessiva tensão, deve relaxar os lábios, apertando com 
o indicador e o polegar nos pontos indicados acima, seguindo a ordem 
numérica referida. Deve apertar cada ponto com firmeza, no entanto, 
sem exageros, durante 5 a 10 segundos. Pode ser incômodo, mas, ao 
final, os resultados vão valer à pena. 
Já quem tem lábios flácidos, precisa de tonificação. O 
procedimento é o mesmo, só que ao invés de apertar demoradamente, dá-
se ligeiros apertões (apertando e soltando imediatamente) no mesmo 
sentido numérico do esquema. Estas pessoas também podem fazer 
exercícios do "i" ou do "u", torcendo a boca para um lado e para o 
outro. 
De um modo em geral, neste exercício das vogais, pode-se utilizar o 
"p" e o "b" para treino labial, pois estas consoantes são totalmente 
dependentes dos lábios.
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7
CORAL CANTATORES JURIS – Claiton LimaLíngua 
A língua é o principal órgão da articulação, pois interfere na 
formação das vogais e consoantes. Em média, a língua trabalha numa 
velocidade de 370 movimentos por minuto. 
Cerca de 90% dos problemas que envolvem a língua são de tensão. 
Isso causa o ressecamento da boca pela retração constante da língua. 
Este posicionamento não estimula muito a produção de saliva em termos 
fisiológicos, e também interfere consideravelmente na emissão do som, 
por razões explicadas mais adiante quando falarmos da faringe. 
Existem, também, aqueles que precisam tonificar a língua, sendo 
caracterizados pelo acúmulo excessivo de saliva. 
A língua deve permanecer numa determinada posição, chamada de 
"posição de repouso", ao longo do "assoalho" da boca tocando os dentes 
inferiores. Veja os seguintesexercícios de relaxamento. 
- colocar a língua um pouco para fora da boca e morder 
levemente a pontinha da língua
- pressionar a língua fortemente contra os dentes 
fechados por 5 segundos;
Em seguida, deve-se associar os dois exercícios lentamente. Alguns problemas 
da pronúncia do "S" podem ser resolvidos com a colocação da língua na posição 
de repouso.
Maxilar
A tensão é um grande fator limitante da boa atuação dos 
maxilares. Pode-se perceber a tensão existente ao se fechar os dentes 
e engolir a saliva. Quando se canta de boca fechada ocorre isto. Por 
isso, aparecem dores após o ensaio ou apresentação, ou mesmo após a 
fala.
O maxilar interfere nos músculos da face, modificando o poder de 
contração. Portanto, deve-se relaxar esses músculos, facilitando a 
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CORAL CANTATORES JURIS – Claiton Lima
abertura e a flexibilidade da boca e liberando os músculos da 
garganta.
Nunca se deve usar posições forçadas, tais como empurrar o 
maxilar para frente, puxá-lo para trás ou trancá-lo numa posição. A 
sonoridade vai depender, em parte, da abertura que for dada ao 
maxilar. Em relação à tensão ao maxilar inferior, pode-se realizar 
alguns exercícios, lembrando que devem ter maior cuidado ao realizá-
los aqueles com tendência à luxação do maxilar. 
1. Lateralização: Abrindo a boca e movimentando o maxilar 
para a direita e para a esquerda.
2. Abertura total: Abrindo bem a boca por alguns 
segundos.
3. Projeção anterior: Com a língua na posição de repouso, 
projetando-se o maxilar para a frente, permanecendo assim 
por alguns segundos.
4. Projeção posterior: Com a ajuda de um dedo, fazendo-se 
um recuo do maxilar por alguns segundos.
Faringe
A faringe tem a função de ampliar o som, e embora não seja 
essencial para a articulação, está intimamente ligada à posição 
assumida pela língua. Seu melhor desempenho dependerá do comportamento 
da língua. 
A ampliação do som será tanto melhor quanto melhor for o espaço 
que o som puder ocupar dentro da boca. 
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CORAL CANTATORES JURIS – Claiton Lima
Como se pode ver neste esquema, a voz terá uma melhor ampliação 
na posição 1, a qual tem o dobro do tamanho da posição 2. Deve-se 
notar como o hábito tão comum da posição 3 diminui consideravelmente o 
espaço para a ampliação da voz. 
Existem exercícios que facilitam a aquisição do hábito da posição 
1: Sabe-se que ao se fazer o movimento de engolir, a língua 
inicialmente sobe e em seguida, sua parte posterior desce. Então, com 
o dedo indicador e o polegar em cada extremo do maxilar inferior, faz-
se o movimento de engolir. Quando a parte posterior da língua estiver 
descendo, mantém-se uma pressão para baixo, forçando os dedos, sem 
esquecer que a ponta da língua deve estar no padrão de repouso. 
Pode-se escolher um tom médio, e com as vogais "a", "o", e "u" as 
pessoas podem cantar variando 0 padrão de língua na posição 2 
(representado pela vogal em minúsculo) e posição 1 (representada pela 
vogal em maiúsculo). 
Palato
O palato se divide em 2 partes: o palato duro (céu da boca) e o 
palato mole (úvula, conhecida como campainha).
O palato duro está envolvido com a projeção da voz, e o palato 
mole com a formação de sons orais e nasais.
O som, na verdade, é formado por ondas. As ondas só se propagam 
em linha reta, daí a importância do palato duro aliado a uma boa 
postura da cabeça:
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CORAL CANTATORES JURIS – Claiton Lima
Sabe-se que as narinas são responsáveis pela ressonância nasal. 
Porém, o som nasal só será emitido com a "permissão" do palato mole (a 
úvula).
Sons nasais
Sons orais
Para emitir esses sons nasais, a úvula desce. Caso suba, os sons 
emitidos serão orais.
O excesso ou a falta de nasalidade podem representar sérios 
problemas de voz, afastando-se da normalidade e modificando o som 
original que deveria ser produzido.
A origem dos problemas pode estar no hábito de colocação errada 
da voz, até problemas mais sérios, como tumores, sinusite, adenóide e 
excesso de muco.
4. O MAU USO DA VOZ
Deve-se ter em mente que o mau uso da voz não começa ao se cantar 
de forma errada, mas sim ao se falar de forma errada. Os cantores 
estão duplamente expostos a ter problemas nas cordas vocais. Por isso, 
é necessário saber como preservar a voz tanto ao se falar quanto ao se 
cantar.
O início dos problemas nas cordas vocais pode ser sutil, uma 
rouquidão aqui, uma dorzinha ali. No entanto, este é um assunto 
extremamente importante para ser ignorado, pois, às vezes, o descaso 
pode levar à perda completa da voz.
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CORAL CANTATORES JURIS – Claiton Lima
Ao menor sinal de que algo não vai bem com as cordas vocais, ou 
em qualquer outro órgão envolvido com a fonação, deve-se procurar um 
especialista, o fonoaudiólogo.
Um dos problemas comuns é sentir gosto de sangue na boca após uma 
apresentação musical, ou se falar muito. Apesar de o ferimento ser 
minúsculo, gotículas de sangue são jogadas pelo ar na boca, causando 
essa sensação. Outra sensação comum é o de areia. As dores, 
geralmente, são em pontadas. Com o tempo, uma simples lesão pode-se 
tornar em uma espécie de cicatriz chamada fibrose, apresentar vários 
cistos, calos e até mesmo se tornar em um tumor.
Timbre
Um erro comum, porém muito grave, é em relação ao timbre. O 
timbre é o fato determinante do tipo de voz: soprano, mezzo soprano, 
contralto, tenor, barítono e baixo. O timbre de uma pessoa não é 
escolhido aleatoriamente, ele existe por razões anatômicas: o tamanho 
da laringe. Por exemplo, os homens que têm o "gogó" pronunciado ou 
pontiagudo têm maior facilidade de ressonância, e conseqüentemente voz 
mais grave.
O desconhecimento disto é muito sério e pode destruir a voz de 
uma pessoa. Muitas pessoas com características de voz grave têm 
cantado por aí com uma voz aguda e vice-versa. Alguns deles até com 
uma voz "linda". Porém, esta voz "linda" foi apenas fabricada, e não 
vai durar muito.
Em quase 100% das pessoas existe um padrão anatômico determinante 
do timbre. Diz-se que as pessoas com pescoço comprido e "gogó" 
proeminente possuem timbre grave (baixo e contralto); pessoas com 
pescoço de tamanho médio com pouca proeminência possuem timbre médio 
(barítono e mezzo); e pessoas com pescoço mais curto, praticamente sem 
saliência possuem um timbre agudo (tenor e soprano).
Cantar e falar fora do próprio timbre natural pode provocar um 
"destimbramento" vocal, ou seja, uma descaracterização da voz com 
perda da qualidade.
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Tensão da Corda Vocal
Em relação à tensão da corda vocal, podem ocorrer 3 tipos de 
problemas:
1. Frouxidãocompleta 
2. Excesso de compressão 
3. Desequilíbrio no funcionamento
Na Frouxidão completa, as cordas não se fecham totalmente, 
resultando em um som soprado, pois uma dose excessiva de ar está 
fluindo, e devido a esta interferência na voz, a pessoa fará mais 
esforço para produzir sons.
Quando há excesso de compressão, as cordas vocais ficam muito 
apertadas. Isto pode ser devido a tensões, falta de orientação 
técnica, e resulta em um som difícil, tenso, irritante, estrangulado 
("taquara rachada"), forçado, provocando tensão nos outros músculos 
associados na produção vocal.
Havendo Desequilíbrio no funcionamento das cordas vocais (ora 
tensas, ora relaxadas), ocorrerão mudanças sensíveis na produção do 
som vocal.
O ideal é que a corda fique num meio termo, suficientemente 
contraída para não deixar o ar escapar rapidamente.
Sustentação e Força
Os problemas de sustentação de nota e também a falta de força 
sonora (voz de pouco alcance, volume), tem sua origem nos produtores 
(elemento do aparelho fonador), ou mesmo em razões pessoais, como o 
medo de soltar a voz, talvez não por falta de capacidade, mas por não 
ter aprendido a usá-la. Então, é necessário um trabalho de 
conscientização de voz orientada por um professor de canto.
Por outro lado, a pessoa que tem o hábito de falar alto demais, 
não pronunciando bem as palavras, correm um alto risco de apresentar 
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CORAL CANTATORES JURIS – Claiton Lima
calos de corda vocal, além de outros problemas como dor de cabeça, 
sinusite, faringite, e até mesmo cáries pelo desgaste do esmalte.
Perda de Tons
A perda de tons, não é, necessariamente, um problema vocal. Esta 
é uma questão mais ligada a um fator hormonal. As crianças possuem 
timbres muito semelhantes, não sendo distintos os timbres de meninos 
ou meninas. Porém, por volta dos 10 -12 anos, o corpo começa a receber 
uma descarga de hormônios, e os rapazes passam por um processo de 
transição de voz mais significativo que as moças, pois podem chegar a 
perder até 7 tons, enquanto que as moças apenas cerca de 3 tons.
Outra situação que isto acontece é nas mulheres após os 45 anos, 
devido a perda de hormônios, com uma perda de cerca de 3 tons. Isto 
pode ser remediado com a reposição hormonal, sob prescrição médica, 
evidentemente. Nos homens, após 50-55 anos, ocorre o oposto, pois têm 
sua voz "agudizada", também por questões hormonais. Quando se cuida 
bem da voz, as mudanças são mais sutis, não provocando nenhum 
distúrbio vocal.
5. MITOLOGIA VOCAL 
A maioria das pessoas acredita em certas formas de terapia para 
tratar a voz. Essas crendices são infundadas, portanto incorretas.
Voz Cansada
Alguns dizem que a voz cansada é uma coisa natural ou normal 
depois de uma fala prolongada, ou mesmo fala leve. Falando assim, fica 
parecendo que os músculos da laringe e faringe (músculos que produzem 
voz) se cansassem e aceitassem a rouquidão, a ardência ou mesmo a 
perda parcial da voz, faringite e até laringite como algo plenamente 
normal.
Outros acreditam que algumas pessoas nascem com garganta débil, 
ou com voz insuficiente, e que sempre tenderão a transtornos vocais.
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CORAL CANTATORES JURIS – Claiton Lima
Isto tudo não é verdade, e sim coisa de gente mal informada, pois 
a voz bem empregada não se cansa, não produz sintomas negativos e nem 
esforços extras para falar. O uso constante em si não leva a problemas 
de voz; o que causa esses problemas é o uso indevido, mal 
administrado, abusivo e vocalização incorreta.
A voz bem definida (tom apropriado, entonação e ritmo corretos) 
pode ser usada durante jornadas de trabalho de até 8 horas diárias. No 
entanto, deve-se lembrar que o cansaço físico acarreta cansaço vocal, 
assim como a saúde geral do indivíduo deve ser levada em conta.
O que deve acontecer é identificar o problema e procurar o 
especialista, seja médico, fonoaudidlogo, professor de canto, e não 
sair por aí fazendo as receitinhas caseiras aleatoriamente, pois além 
de não trazer benefícios, podem, algumas vezes, constituir riscos em 
potencial.
É comum se confundir faringe e laringe ao se pensar nesses 
preparados e receitas. É importante se ter em mente que nenhum desses 
xaropes, chás e gargarejos chegam até as cordas vocais. Basta conhecer 
a anatomia para verificar este fato:
À menor gota ou farelo tocar as cordas vocais, desencadeia-se um 
processo muito desagradável de tosse, desespero, falta de ar.
Alguns especialistas acreditam que não se deve fazer o gargarejo 
com o objetivo de medicar as cordas vocais, uma vez que o líquido não 
chega efetivamente até elas.
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CORAL CANTATORES JURIS – Claiton Lima
Alguns métodos caseiros podem ser até úteis, porém durante 
períodos limitados, apenas mascarando os sintomas verdadeiros sem 
eliminar a causa do problema, que pode ser uma vocalização incorreta 
ou uso abusivo da voz, ou até problemas como faringite.
Problema Central
Um erro freqüente é a não focalização no problema central 
causador da doença. Assim, muitas pessoas chegam a trocar de profissão 
para usar menos a voz, ou fazer um repouso vocal exagerado (que não é 
significativo nas terapias da voz), e até mesmo, alguns se utilizam de 
tranqüilizantes por tempo indefinido. Os relaxamentos (ioga, meditação 
transcendental, regressões psíquicas...) não devem ser tentados como 
resolução do problema vocal. A pessoa deve procurar um especialista.
Educação Vocal
Um grande mito é que só se educa a voz para o canto. A voz falada 
merece tanta atenção quanto a voz cantada, pois uma pode acabar 
interferindo na outra.
Há casos de pessoas que perdem completamente sua voz devido ao 
modo de falar errado, sendo às vezes necessário uma cirurgia para a 
retirada das cordas vocais.
Existem "dicas" para "melhorar" a voz que são tão fora da 
realidade que chegam a agredir a inteligência. Algumas destas são o 
uso de lápis ou bolinhas na boca durante a fala; fazer massagem com 
álcool canforado na garganta; fazer vocalizes com grande intensidade, 
de madrugada, para aumentar a extensão vocal...
Diante de tais afirmações, é preciso usar o bom senso e perceber 
que se deve trabalhar os órgãos envolvidos na produção do som com 
sensibilidade, conscientização, percepção. Algumas "receitas" podem 
ser perigosas, podendo causar até queimaduras. E alguns vocalises 
feitos com grande intensidade levam à Parafonia Hipercinética 
(distensão das cordas vocais).
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Aquecimento Vocal
A laringe é muito sensível, e é um dos primeiros órgãos a ser 
afetado diante do estresse, emoções, cansaço e outros. Isso faz com 
que haja modificação na voz, e muitas vezes, a situação obriga às 
pessoas a forçarem seu "instrumento ". E, algumas vezes, a situação se 
torna pior, pois "soltam" a voz de qualquer jeito , sem um aquecimento 
prévio.
O aquecimento vocal é tão importante para o cantor quanto o 
aquecimento físico é para um jogador de futebol, por exemplo; pois 
pode evitar lesões importantes. Por outro lado, não é correto gastar 
tempo demais "esquentando" a voz. Há pessoas que passam 30 minutos 
neste processo, e ao final, em vez de terem "aquecido", terão é mesmo 
"fervido" a voz. Isto resulta em pouca produtividade durante o período 
que se segue.
O ideal é que o vocalise não exceda 5 minutos. Existe uma técnica 
elaborada por um pesquisador fonoaudiólogo chamada "Manipulação da 
Laringe". Ainda há controvérsias quanto ao uso deste método, mas 
aparentemente não há nenhum efeito colateralmaléfico. Ele consiste em 
o que seria uma "massagem" na laringe, em pontos específicos pré-
determinados, diferenciados para voz grave e aguda. A necessidade e a 
forma de utilização deste método devem ser definidas por um 
profissional capacitado. Não tente fazê-lo por conta própria.
6. CARACTERÍSTICAS VOCAIS
Voz Rouca
A rouquidão pode ser causada por vários fatores, tais como o uso 
abusivo, processos patológicos (calos, tumores...), e também pela mb 
colocação da voz devido a algum processo emocional (traumático ou 
não).
Não é raro encontrar crianças que se expressam através de berros. 
Isso acontece por vários motivos: moram em lugares com alta poluição 
sonora, ou mesmo porque seus familiares falam muito alto. Neste caso, 
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CORAL CANTATORES JURIS – Claiton Lima
o referencial que acompanha a criança desde pequena é que o normal é 
falar com um volume de voz elevado. Outras vezes é comum que numa 
mesma família todos falem com voz rouca, sem necessariamente existir 
algum impedimento físico por tanto, sendo apenas uma questão de 
referencial adquirido com a convivência familiar.
Assim, as pessoas vão assimilando este comportamento, e, ao 
emitir a voz, forçam as cordas vocais sem saber, e o que antes era 
apenas um costume familiar, torna-se um problema orgânico sério: 
calor, inchaço, pólipos, etc.
O que deve acontecer é identificar o problema e procurar o 
especialista, seja médico, fonoaudiólogo, professor de canto, e não 
sair por aí fazendo as receitinhas caseiras aleatoriamente, pois além 
de não trazer benefícios, podem, algumas vezes, constituir riscos em 
potencial.
Outro fator causador de sérios problemas nas cordas vocais é o 
cigarro. Não só o fumante ativo está sujeito aos problemas vocais, mas 
também, os fumantes passivos, que absorvem a fumaça emitida pelo 
ativo. Portanto, é um crime familiares fumarem perto de crianças, 
principalmente em ambientes fechados, pois a poluição envenena o 
sistema respiratório e afeta as cordas vocais, causando rouquidão e 
outros problemas mais graves, como tumores malignos. Vale lembrar que 
de acordo com uma pesquisa de 1997, 73% dos tumores de corda vocal são 
malignos.
Não se deve ignorar o problema da voz rouca. É de extrema 
importância realizar o trabalho de correção dos problemas orgânicos 
com um otorrinolaringologista (medicações/cirurgias) e também dos 
problemas "mecânicos" com um fonoaudiólogo (timbre, colocação, 
exercícios, volume, etc.).
Voz Fina
Em 99% dos casos, segundo pesquisas, a voz fina é de origem 
emocional. O mais comum é, ao entrar na puberdade, o rapaz assustar-se 
com a mudança e procurar manter a voz da infância, apesar de sua 
laringe já estar pronta para a transformação.
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Um ponto perigoso é o excesso de mimo na infância em ambos os 
sexos, podendo alterar o ritmo da fala, além de manter a voz infantil. 
Isso é muito perigoso para os meninos, que podem ser taxados de 
homossexuais logo cedo, podendo gerar traumas muito profundos na 
criança.
Outro desencadeador da voz fina são os traumas, como os 
cirúrgicos. A retirada das amídalas é um bom exemplo, pois a criança 
pode ficar com medo de falar firme, mantendo a voz infantil.
As causas orgânicas são mais raras, e ocorrem, normalmente, 
diante de uma atrofia física de origem hormonal. Existem alguns 
métodos de tratamento, e a pessoa deve procurar um especialista.
Voz Trêmula
Embora seja um problema de difícil resolução, existem métodos, 
que bem aplicados e praticados podem surtir excelentes resultados.
Este é um problema difícil, pois advém de um trauma muito forte, 
onde a pessoa insiste em falar apesar de tudo. A voz falha, fica 
trêmula, o que causa uma forte tensão nas cordas vocais. Então, a 
pessoa sente dificuldade de se adaptar ao enfrentar situações 
semelhantes ao trauma. É interessante notar que durante o relaxamento 
da musculatura das cordas vocais, como no sorriso, a pessoa consegue 
emitir a voz corretamente.
7. POSTURA CORPORAL CORRETA
É impossível imaginar um piano que tenha um som perfeito se 
estiver com alguma parte faltando, ou quebrado, ou mesmo mal 
posicionado. Uma flauta amassada não terá o mesmo som de uma que está 
perfeita.
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Desta forma, acontece com o corpo humano. O som produzido será 
sempre influenciado pela postura que se adota, por diversas razões. 
Uma boa postura:
• É bem menos cansativa do que uma postura má ou relaxada, pois 
assim, os ossos e músculos fìcam posicionados de modo que haja o 
mínimo de esforço e tensão. 
• Causa um melhor aproveitamento respiratório. 
• Dá um melhor aspecto à visualização, além de transmitir maior 
segurança. 
• Coloca o mecanismo vocal na melhor posição para o seu 
posicionamento, tornando mais fácil a produção de uma sonoridade 
com qualidade. 
• Traz confiança, bem-estar psicológico e físico o todo o 
organismo. 
• Faz o corpo funcionar melhor, conseqüentemente beneficia a saúde 
vocal. 
A boa postura para cantar deve ser aprendida e praticada até que se 
torne um bom hábito.
1. Pés: uma boa base dá maior segurança e firmeza. Inicialmente, 
deverão estar um pouco afastados. Em apresentações mais 
demoradas, o ideal é variar a sustentação do peso entre os pés, 
porém não de forma demorada, para evitar fadiga e tensão. Não se 
deve colocar o peso apenas sobre os calcanhares. 
2. Pernas: como ajudam a fixar e sustentar o corpo, elas nunca ficam 
totalmente relaxadas. No entanto, elas devem ficar flexíveis, 
nunca rígidas, prontas para o movimento. Não se deve apoiar todo 
0 peso do corpo somente em uma perna, pois haverá uma forte 
tendência a tremer. Para ajudar a resolver a tensão nas pernas e 
pés, pode-se fazer algum alongamento nesta região. 
3. Quadris: devem estar equilibrados, evitando um lado estar mais 
elevado que o outro. Porém, uma leve alternância, ou movimentação 
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ajuda a relaxar esta região, pois não é bom que esteja muito 
rígida durante a apresentação. 
4. Abdome: não deve estar exageradamente projetado para dentro ou 
para fora. Deve-se evitar tensões demasiadas neste local, pois a 
musculatura desta região é de extrema importância para a 
respiração controlada, como é a de um cantor ou orador. 
5. Costas: manter a coluna ereta de forma não rígida favorece o bem 
estar do som, por melhorar as condições da expansão do tórax, 
melhorando a respiração. Deve permanecer de forma equilibrada, 
sem inclinações exageradas. 
6. Tórax: deve estar numa posição relaxada, evitando-se qualquer 
contração muscular exagerada, para facilitar o mecanismo do ar. 
Deve-se sentir todo o tórax agindo em conjunto. 
7. Ombros: devem estar descontraídos, sem nenhuma tensão nestas 
articulações. Qualquer rigidez nesta região pode comprometer a 
ação dos músculos do tórax e do pescoço. Eles não devem se mover 
muito para frente, nem para trás, nem para baixo, muito menos 
para cima. A rigidez local pode complicar a toda a postura. 
8. Braços e mãos: devem estar caídos livremente ao longo do corpo, 
de forma natural, o mais livre de tensão possível. Os maneirismos 
devem ser evitados, como ficar apertando as mãos à frente ou 
atrás, ou torcendo-as, pois isso causa uma tremenda tensão nos 
braços e no tórax, além de interferir na ação dos outros músculos 
do corpo. Esse tipo de atitude também é bastante deselegante. E 
ao segurar o microfone, deve-seter o cuidado de manter os ombros 
e braços relaxados, para evitar tensão no pescoço. 
9. Cabeça: deve estar centralizada. O olhar deve estar na direção 
das pessoas, e o queixo não deve estar nem muito baixo nem muito 
alto. 
10. Posição sentada: quando se está sentado, o principal apoio do 
corpo é o assento. O tronco e a cabeça devem estar alinhados, com 
a coluna ereta, e os quadris devem estar bem apoiados no encosto, 
sem, no entanto, fazer com que o abdome fique projetado para 
frente, ou o oposto, ficando com a coluna inclinada para frente. 
Em ambas as situações haverá comprometimento da respiração, e 
cansaço em pouco tempo. Se se está sentado em uma cadeira com 
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braços, não se deve apoiar os próprios braços sobre os da 
cadeira, pois haverá maior sobrecarga 
8. O SISTEMA RESPIRATÓRIO 
O Sistema Respiratório possui várias funções, que vão além da 
respiração, como a de defesa e a de fonação. É importante, no entanto, 
saber que sua principal função é a realização da entrada e saída de ar 
(gás) nos pulmões, processo chamado de ventilação. Desta forma, o 
sistema respiratório é comparado a uma "bomba vital" que trabalha 24 
horas por dia, realizando suas funções sem que se tenha consciência 
desse movimento.
A entrada do ar é extremamente importante para o organismo, pois 
ele é composto pelo Oxigênio (21%), Nitrogênio (75%), Gás Carbônico e 
outros gases. O metabolismo humano depende da contínua chegada de 
Oxigênio (O2), retirado do meio ambiente.
As necessidades básicas de um adulto sadio em repouso, são em 
torno de 250 ml de 02. Por outro lado, é necessário que o Gás 
Carbônico (C02), produto final de inúmeros processos metabólicos, seja 
continuamente retirado do organismo. Com a ventilação, o 02 é 
abundantemente oferecido ao corpo com a entrada de ar nos pulmões, 
enquanto que o CO2 é retirado com a saída do ar.
As Vias Respiratórias
O ar entra pelo nariz e pela boca; passa pela faringe; laringe; 
traquéia; brônquios e bronquíolos (no pulmão).
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Cada uma dessas estruturas possui uma significativa função na 
respiração. O nariz, além de servir de "porta de entrada e saída" do 
ar, o precondiciona de vários modos, aquecendo-o (37°), umidificando-o 
e limpando-o. A faringe, comumente chamada de garganta, divide-se em 
duas vias: na traquéia e no esôfago. É nessa região que o alimento é 
separado do ar. O ar vai para a traquéia, enquanto o alimento atinge o 
esôfago. Essa separação é controlada por reflexos nervosos. A laringe 
forma a transição das vias aéreas superiores e inferiores, e é nela 
que se localizam as cordas vocais.
Continuando-se com a traquéia, estão dois tubos de passagem de ar 
para cada pulmão, os brônquios. Estes tubos vão diminuindo de 
espessura e se dividindo cada vez mais à medida em que entram nos 
pulmões, num total de 23 divisões.
Ao final dessas divisões, estão os bronquíolos, que por sua vez 
dividem-se em bronquíolos respiratórios. Até esse ponto, a "árvore 
brônquica" já possui cerca de 1 milhão de tubos. No entanto, a troca 
gasosa ocorre apenas em estruturas que encerram estas divisões, os 
alvéolos (explicados posteriormente).
Os Pulmões
Os pulmões são órgãos essenciais da respiração, localizados 
dentro da caixa torácica, um de cada lado do coração e revestidos por 
uma membrana muito delicada, a pleura.
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O volume pulmonar varia entre 4 a 6 litros, aproximadamente a 
quantidade de ar contida numa bola de basquete.
O peso aproximado dos pulmões de uma pessoa com dimensões médias 
é 1 kg. A área de superfície pulmonar é considerável. Se o pulmão 
fosse estendido, o tecido cobriria cerca de 60 a 80 m2. Isto é 
aproximadamente 35 vezes maior que a superfície corporal da pessoa, e 
superfície para cobrir quase a metade de uma quadra de tênis.
Os Alvéolos e as Trocas Gasosas
Os alvéolos são sacos elásticos de parede muito fina, e em número 
de 300 milhões em cada pulmão. Na figura acima estão representados 
vários deles. Cada pequeno globo é um alvéolo diferente.
Nos alvéolos, ocorrem as trocas gasosas, porque ao lado estão 
pequenos vasos sangüíneos, os capilares. O O2 passa através da parede 
do alvéolo e da parede do capilar, indo parar na corrente sangüínea; e 
o CO2 passa pela parede do capilar e pela do alvéolo, sendo, então, 
possível eliminá-lo do organismo.
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Durante cada minuto em repouso, cerca de 250 ml de O2 deixam os 
alvéolos e penetram no sangue, e aproximadamente 200 ml de CO2 saem 
dos capilares e entram nos alvéolos.
9. OS GRUPOS MUSCULARES DA RESPIRAÇÃO
Existe uma diferença de pressão entre o ar dentro dos pulmões e a 
superfície de contato com a parede torácica, que faz com que os 
pulmões fiquem aderidos ao interior dessa parede. Por isso, os pulmões 
acompanham literalmente todos os movimentos, ou qualquer mudança no 
volume do tórax.
Sozinhos, os pulmões não conseguem alterar seu volume, pois, para 
isso, precisam dos músculos.
Os movimentos da caixa torácica, assim como qualquer outro 
movimento corporal (andar, chutar, comer...) dependem de uma contração 
muscular.
O ato de respirar pode ser dividido em 2 momentos: a inspiração 
(entrada de ar) e a expiração (saída de ar).
Existe um grupo de músculos responsável por cada uma das etapas. É 
importante saber que nem todos eles são usados ao mesmo tempo, a 
depender da situação, torna-se necessária a presença de apenas alguns 
deles.
No entanto, em cada grupo, existem aqueles que são os mais 
solicitados, e são tidos como os principais; e os demais, são tidos 
como acessórios.
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O grupo dos inspiratórios é bem grande, com mais de 15 músculos, 
que elevam as costelas ao se contraírem. Eles podem ser classificados 
como:
Músculos Inspiratórios Principais
• Diafragma (principal) Intercostais externos 
Músculos Inspiratórios Acessórios
• Esternocleidoccíptomastoideo (ECOM) 
• Escalenos 
• outros 
O grupo dos expiratórios é menor, com cerca de 8 músculos, que 
atuam no sentido de abaixar as costelas:
Músculos Expiratórios Principais
• Intercostais Internos 
Músculos Expiratórios Acessórios
• Músculos abdominais Outros 
A Respiração 
A diferença de pressão que existe entre o ar ambiente e o ar de 
dentro do pulmão é que faz com que o ar entre. Algo parecido acontece 
com uma seringa ou um aspirador de pó.
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Dentro do pulmão, a pressão é negativa, e devido à gravidade, em 
uma pessoa sentada ou de pé, a pressão da parte de baixo é mais 
próxima do zero que a da parte de cima. Por isso o ar entra primeiro 
na parte de baixo, e em seguida na de cima, e ao final da inspiração, 
todo o pulmão deve estar cheio por igual. Daí a importância de uma boa 
postura durante a inspiração, caso contrário, não é possível usar toda 
a capacidade pulmonar, o que interfere diretamente no "fôlego" e nas 
trocas gasosas de uma pessoa.
Quando o processo dessas trocas termina, começa a expiração. A caixa 
torácica vai voltando à sua posição inicial, empurrando o ar para 
fora. É como um elástico esticado que tende a voltar ao normal.
A Inspiração 
A contração dos músculos inspiratórios aumenta o volume da caixa 
torácica, conseqüentemente do pulmão. Um exemplo deste movimento é a 
elevação da alçado balde, representado a inspiração. Isto causa 
aquele efeito da seringa, porque mais espaço para o ar vai surgindo.
O principal responsável por este efeito é o diafragma, por ser o mais 
forte. Os intercostais também são muito importantes, principalmente 
para aqueles que precisam de muito ar, como os cantores.
Há dois tipos de inspiração:
• relaxada, a normalmente usada, e realizada pelos inspiradores 
principais; 
• forçada, feita pelos inspiradores principais mais os acessórios. 
Os músculos acessórios não devem ser usados na respiração normal, 
principalmente para quem canta. Como a maioria deles está localizada 
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na região do pescoço, e sua contração (tensão) pode prejudicar o som 
produzido pelas cordas vocais.
O Diafragma
O diafragma é um músculo plano, amplo, em forma de guarda-chuva, 
que fica entre o tórax e o abdome, e está preso nas costelas e na 
coluna.
Ao se contrair o diafragma, suas bordas levantam as costelas, 
enquanto o seu centro se abaixa, empurrando os órgãos do abdome.
 
Intercostais Externos
Os intercostais externos são, junto com o diafragma, fazem parte 
dos músculos inspiratórios principais. Eles estão localizados entre 
cada uma das costelas. Quando eles se contraem, eles elevam a caixa 
torácica, aumentando o seu volume, e promovendo a entrada do ar. Na 
figura abaixo, os intercostais externos estão representados pela cor 
vermelha. Leve em consideração que a ilustração está indicando apenas 
um grupo de músculos, entre um par de costelas. Na verdade, eles estão 
presentes unindo todas as costelas.
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Na cor verde, vemos os intercostais internos, responsáveis pela 
expiração, explicada mais adiante. Observe na "visão superposta" como 
eles ficam posicionados atrás dos intercostais externos. O fato de 
eles serem inclinados em posições opostas causa os movimentos opostos 
de inspiração e expiração. Os intercostais internos abaixam as 
costelas, fazendo com que o ar saia na expiração forçada.
Esses músculos estão entre as costelas e atuam para que todas 
elas façam o mesmo movimento durante a inspiração ou expiração e atuam 
para que todas elas façam o mesmo movimento durante a inspiração ou 
expiração.
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Acessórios 
Estes músculos atuam no sentido de elevar as costelas na 
inspiração forçada. Devem estar relaxados na hora de cantar. Na 
ilustração fica mais visível que existem dois ECOMs, um de cada lado; 
com os escalemos ocorre o mesmo, estão em pares.
ECOM Escalenos
Expiração
Existem dois tipos de expiração, a normal e a forçada. A 
expiração normal, relaxada é uma ação natural, assim como a volta de 
um elástico puxado. O diafragma e os intercostais externos 
simplesmente voltam ao normal. Os músculos da expiração apenas devem 
entrar em ação quando se precisar de uma expiração forçada, como 
soprar uma vela, numa tosse ou espirro, por exemplo.
A expiração dura cerca de 2 a 3 vezes mais que a inspiração. Mas, 
mesmo assim, um cantor deve ter total controle sobre o relaxamento do 
diafragma, para que sua volta à posição inicial seja o mais lenta 
possível, de acordo com a necessidade, e para não soltar o ar de vez.
10. EXERCÍCIOS
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Treino da Utilização Muscular
1.Respiração Diafragmática: Pessoa deitada com um livro no abdome. A 
intenção é elevar o livro.
2. Diafragma e Intercostais: Em pé, fazendo a respiração 
diafragmática, e expandindo as laterais do tórax.
Treino do Aumento da Capacidade Pulmonar
1. Soluço Inspiratório: Inspirar aos poucos pelo nariz até encher o 
pulmão: inspirar - pausa - inspirar pausa - inspirar o máximo - soltar 
o ar de vez pela boca.
2. Expiração Abreviada: Inspirar fundo normalmente (nariz) e soltar 
um pouquinho; inspirar fundo outra vez e soltar um pouquinho; 
inspirar mais uma vez, até sentir o pulmão o mais cheio possível, 
e soltar de vez pela boca.
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Treino do Controle Diafragmático
1. Inspiração Profunda: Inspirar profundamente pelo nariz, e soltar 
pela boca, em "SSS", demorando o maior tempo possível.
2. Exercício da vela: Soprar a vela a uma pequena distância (cerca de 
1 palmo) sem apagar a chama, e mantendo-a em equilíbrio na posição 
oblíqua.
DICAS IMPORTANTES
Permitido Evitar  Proibido
 Beba bastante água em temperatura natural! (no mínimo 2 litros por dia) 
para manter as pregas vocais hidratadas e em boa condição de vibração.
 Coma maçã! A maçã possui propriedades adstringentes que auxiliam na 
limpeza da boca e da faringe, favorecendo uma voz com melhor ressonância. 
 Beba suco de frutas! (Principalmente de frutas cítricas)
 Evite usar roupas apertadas, principalmente nas regiões do 
abdômen, cintura, peito e pescoço, pois isso poderá dificultar a 
respiração.
 Não use pastilhas, sprays, anestésicos sem orientação médica, 
pois para cada caso existe uma medicação específica, portanto não se 
automedique nunca!
 Evite alimentos gordurosos e "pesados" antes das apresentações, 
pois dificultam a digestão.
 Dê preferência aos alimentos leves e de fácil digestão 
(verduras, frutas, peixe, frango).
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 Durma bem! Procure dormir, no mínimo, 8 horas por dia.
 Não durma de estômago cheio, pois pode provocar refluxo gastresofágico 
que é altamente prejudicial às pregas vocais.
 Não cante se estiver doente! Quando cantamos envolvemos todo o nosso 
corpo e gastamos muita energia, então se recupere antes de voltar a cantar.
 Evite ficar exposto por muitas horas em ambiente que utiliza ar-
condicionado, pois provoca o ressecamento das pregas vocais. Em casos onde 
isso não for possível, procure estar sempre lubrificando as pregas vocais com 
água ou suco sem gelo.
 Evite ambiente com mofo, poeira ou cheiros muito fortes, principalmente 
se você for alérgico.
 Evite a competição sonora, ou seja, falar ou cantar em lugares muito 
barulhentos.
 Evite choques bruscos de temperatura
 Evite bebidas geladas
 Evite cochichar, pois, ao contrário do que pensamos, no ato de cochichar 
submetemos nossas pregas vocais a um grande esforço provocando um desgaste 
muitas vezes maior do que se conversarmos normalmente.
 É proibido gritar, pigarrear, falar durante muito tempo sem lubrificar 
as pregas vocais, fumar, ingerir bebidas alcoólicas antes de cantar para 
"melhorar" a voz.
OBSERVAÇÃO: É NECESSÁRIO PRATICAR AS TÉCNIAS E, SEMPRE QUE 
TIVER DÚVIDAS, CONSULTE O REGENTE. VISITAS A FONOAUDIÓLOGOS 
SÃO RECOMENDFADAS.
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